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Trabalho de História do Brasil lll

Capítulo 1: Bonifácio e Debret: a construção de uma nação independente nos retratos


da arte e das ideias.
1) Analise a figura 1 e comente como os valores históricos da época da aclamação
de Dom João VI podem ser apreendidos na obra de Debret.
R: Jean-Baptiste Debret é o primeiro pintor de história a realizar um conjunto de pinturas
voltadas à representação da corte portuguesa no Rio de Janeiro. A obra Viagem
pitoresca e histórica ao Brasil, produzida por Debret e publicada em três volumes entre
1834 e 1839, em Paris, apresenta uma série de ilustrações correspondentes aos
principais eventos ocorridos no reinado de D. João VI e império de D. Pedro I, além da
construção de uma iconografia de caráter nacionalista, inteiramente nova, relativa ao
Primeiro Império. A análise minuciosa de algumas dessas imagens permite-nos
compreender o discurso pictórico elaborado por Debret a partir de contextos políticos
específicos. Suas aquarelas e pinturas, a maioria realizada entre 1816 e 1831 – anos,
respectivamente, de sua chegada ao Brasil e de sua partida –, que mais tarde serão
gravadas e inseridas em seu álbum, muitas vezes funcionam como uma composição
narrativa que transmite uma mensagem histórica. Em suas composições, Debret
constrói a cena de maneira a transmitir a verossimilhança dos fatos, partindo sempre da
escolha de determinados efeitos que funcionam como instrumentos de persuasão
contidos na mensagem. Inicia a produção de cenas que revelassem a nova condição
política brasileira, seja por meio da realização de aquarelas e pinturas, seja na produção
das decorações para a exaltação daquele momento político. Retrata os símbolos e a
corte portuguesa instalada no Brasil, monarcas sendo aclamados e coroados, eventos
do Teatro Real de São João, porém, sua arte no Brasil ficou marcada e conhecida pela
reprodução de cenas de rua do Rio de Janeiro, principalmente relacionadas a escravos
urbanos. Por fim, D. João encontra-se no plano central do quadro, na condição de rei
absolutista, apresentando uma postura superior entre as alegorias sendo sustentado
por figuras que representam as 3 nações: Portugal, Brasil e Algarves. Tais figuras
atribuem um ar solene e engrandecedor à corte portuguesa.

2) Descreva como, na figura 2, o pano de boca da coroação de D. Pedro retrata o


povo brasileiro e a realidade daquele período da História do Brasil.

R: Visualiza-se a mistura de raças no Brasil, em uma representação de nação


moderna, o qual nesse momento estava em plena atuação política. Pode-se
destacar o conjunto representativo dos trópicos, a presença de negros,
índios, militares, homens brancos, crianças e vegetais típicos da flora
brasileira como a palmeira, cana-de-açúcar, o café, frutas tropicais e etc.
Apresenta traços mais humanizados, figura também um ambiente mais
brasileiro. O pintor, comparando esta obra com seu primeiro pano-de-boca,
revela o ideal de transformação visual que permeou sua execução: Debret
atribui à “regeneração nacional” a mudança da representação no estilo
Elogio, anteriormente descrita por ele como algo monótona à da época
apoteose de D. João VI no Teatro Real de São João, em 13 de maio de 1818.
Na constituição desse segundo pano-de-boca, Debret, mais uma vez,
precisou lançar mão de muitas personificações, ainda que tudo ali tivesse
um ar menos onírico do que no trabalho anterior. Ao centro da obra vemos
o Império sob a representação de uma mulher vestida com roupas brancas,
coberta com um manto verde com detalhes dourados na borda. Em sua mão
direita empunha uma espada e, com o antebraço, apoia uma espécie de
tábua de leis. Seu cinto, também dourado, faz a ligação com o braço
esquerdo, onde está apoiado um cetro; na mão segura um escudo. Todos
esses detalhes são dourados, como outras alegorias da gravura, efeito
conseguido da mistura de tonalidades de amarelo e marrom. Dourada é
também sua coroa, bem como os detalhes do seu trono: ao lado esquerdo
da mulher, o símbolo de uma cobra enrolada em um mastro alado. No lado
direito do trono, nota-se claramente o desenho de uma balança. Seu trono
não é suspenso por homens, nem flutua sob nuvens, não é rodeado por
seres etéreos ou mitológicos, com exceção de cinco figuras celestiais que
sobrevoam a cena: dois deles, pequenos anjinhos, seguram, com uma das
mãos, um monograma com a letra “P”, e com a outra, uma faixa escrito
“Império”. Um terceiro anjinho, quase que oculto sob o monograma,
sustenta-o com as duas mãos. Não fosse essa alegoria, não se saberia tratar-
se de uma homenagem ao novo Imperador, cuja inicial sugere o nome
“Pedro”. As outras duas figuras celestiais soam trombetas, são maiores e
possuem características femininas - são personificações da Fama. Uma
delas, mais à esquerda da composição, está próxima dos anjinhos, ao passo
que a outra fica fora de toda a cena, praticamente no segundo plano da
imagem, como que a divulgar, para além do episódio, a importância do
acontecimento. No chão, ao lado do trono, Debret abandona o divino e
utiliza imagens mundanas: pessoas comuns, sejam brancas ou negras. Os
índios, ainda que meio ocultados no fundo da cena, dividem espaço com os
soldados reais, ambos os grupos com suas próprias armas, mas unidos em
prol do Império. Cada um oferece aquilo que pode: índios e soldados, as
armas, os negros, à direita da cena, seu trabalho, pois estão munidos de suas
ferramentas (foice, machado). Mais do que isso, a mulher negra segura, com
a mão direita, uma arma de fogo. Ao lado dela, um homem negro vestido de
soldado oferece um menino recém-nascido, também negro, ao Império; no
lado direito, discretamente separado do grupo, outro soldado aparece, mas
em posição de guerra, rodeado pela fumaça resultante do tiro de canhão
que acabou de realizar na direção oposta à cena (por isso seu leve
afastamento dos demais personagens), demonstrando que as armas
estavam de prontidão em defesa do Império que nascia; ao mesmo tempo,
com seu tiro, ele parece comemorar a grandiosidade da ocasião.

Capítulo 2: História intelectual da formação da nação brasileira: escravidão,


abolição e imigração.
1) De acordo com este capítulo, escreva um pequeno texto explicando o
significado da escravidão colonial para a formação do Brasil como nação.
R: A escravidão no Brasil, também referida como escravismo ou escravatura, foi a forma
de relação social de produção adotada, de uma forma geral, no país desde o período
colonial até pouco antes do final do Império. É marcada principalmente pela exploração
da mão de obra de negros trazidos da África e transformados em escravos no Brasil
pelos europeus colonizadores do país. O trabalho escravo foi um traço marcante no
Brasil Colonial, em que houve grande e maciça participação dos negros. Desde o começo
da efetiva colonização dos portugueses até o fim da escravidão, os negros eram a
principal e essencial mão-de-obra, e tornavam possíveis as atividades econômicas. A
escravidão foi uma das mais importantes e significativas experiências históricas
desenvolvidas ao longo do Brasil Colonial. Nesse tempo, o colonialismo e a economia
mercantil propiciaram a busca de atividades econômicas capazes de render grandes
lucros às nações europeias envolvidas nesse processo. No caso de Portugal, o Brasil era
uma colônia com uma grande extensão de terras e capaz de promover a organização de
rentáveis atividades agrícolas. Para que isso fosse possível, era necessário um grande
contingente de trabalhadores capaz de satisfazer tal demanda. No caso português, isso
era praticamente impossível. Afinal, a população portuguesa era muito pequena e a
extensão territorial brasileira era gigantesca. Mesmo com a exploração sistemática dos
negros, percebemos que a escravidão dos nativos continuou a existir em nossas terras.
Em termos históricos, percebemos que a escravidão foi uma experiência central para
estabelecermos sentido a vários elementos de nosso desenvolvimento econômico, da
nossa cultura, da política, e das relações sociais que marcam nossa identidade histórica.

2) Escreva um resumo sobre as principais questões abordadas neste capítulo


sobre o tema da abolição da escravidão, em relação com a formação da
nação brasileira.
R: No ano de 1888 a escravidão foi abolida através da Lei Áurea, que foi assinada pela
princesa Isabel no dia 13 de maio daquele ano. Essa medida beneficiou uma grande
quantidade de escravos que ainda existia no país. Por outro lado, essa mesma medida
incomodou os vários proprietários de terra que ainda dependiam da exploração do
trabalho escravo para produzirem gêneros agrícolas em suas propriedades. Contudo,
não podemos achar que a escravidão acabou no Brasil do dia para a noite.
No século XIX já havia movimentos que defendiam o fim da escravidão. Diversos
pensadores dessa época já consideravam a escravidão um abuso e um grande problema
para qualquer nação que tivesse a intenção de se desenvolver. A partir da década de
1850, percebemos que o movimento abolicionista no Brasil começou a ter maior
visibilidade e isso se deve a alguns acontecimentos importantes que marcaram essa
mesma época. Em 1845, os ingleses impuseram uma lei realizando a prisão de toda a
embarcação que estivesse no Oceano Atlântico transportando escravos africanos. Isso
fez com que o número de escravos vindos para o Brasil diminuísse e o preço deles se
elevasse justamente num tempo em que as lavouras de café aumentavam no país.
Pouco tempo depois, no ano de 1850, o governo brasileiro aprovou a Lei Eusébio de
Queirós. Essa lei proibia definitivamente a importação de escravos para o país. Desse
modo, o preço do escravo ficou ainda mais caro para os grandes proprietários de terra.
Para suprir a falta de escravos, os proprietários de terra passaram a atrair imigrantes
europeus que ocupariam as vagas de trabalho existentes nas lavouras. Para alguns
intelectuais brasileiros, essa presença era benéfica na medida em que os europeus eram
considerados “superiores”. Mais do que trazer a cultura europeia para o Brasil, a
presença dos imigrantes viria, ao longo das décadas, promover o “branqueamento” da
nossa população. Esse era outro argumento dos intelectuais que na época, infelizmente,
acreditavam que os negros e mestiços eram grupos raciais com menor capacidade
intelectual. Dezesseis anos mais tarde, no ano de 1885, a Lei dos Sexagenários livrava os
escravos com mais de sessenta anos da escravidão. A medida também tinha uma
aparência benéfica. Contudo, era muito pequena a quantidade de escravos com mais de
sessenta anos. No século XIX, a média de idade da população girava em torno dos
quarenta anos de idade. Além disso, devemos lembrar que um escravo idoso trazia mais
despesa do que lucro para o seu proprietário. Sendo assim tal lei teria um impacto
pequeno na população de escravos. Quando atingimos a década de 1880, vemos que
diferentes setores da sociedade defendiam o fim da escravidão. Ao mesmo tempo,
devemos salientar que um número significativo de proprietários de terra empregava a
mão de obra dos imigrantes europeus no lugar dos escravos, que tinham um preço ainda
mais elevado nessa época. Dessa forma, já tínhamos a clara impressão que a extinção
do trabalho escravo no Brasil seria uma questão de tempo.
Sendo assim, no ano de 1888, quando a princesa Isabel estabeleceu o fim da escravidão
pela Lei Áurea, essa modalidade de exploração da mão de obra se mostrava inviável.
Devemos aqui destacar que a abolição só deu fim à escravidão, mas não deu fim à
exploração do trabalho dos ex escravos. Afinal de contas, a Lei Áurea não contava com
nenhum tipo de auxílio ou projeto que facilitasse o grande número de negros libertos a
serem devidamente inseridos na sociedade brasileira.

Capítulo 3: A independência do Brasil: abordagem de aspectos


metodológicos.
1) Com base na leitura deste capítulo, escreva uma pequena resenha
explicando como o conteúdo do Alvará de 5 de Janeiro de 1785, sobre
a extinção de fábricas e manufaturas do Brasil, implica medidas que
afetam a sociedade como um todo.
R: No dia 5 de janeiro de 1785, durante o reinado de Dona Maria I, foi
promulgado um alvará que proibia a atividade industrial no Brasil. De
acordo com Dona Maria, a proibição foi necessária porque a instalação
de fábricas e manufaturas no Brasil iria afetar a oferta de mão de obra da
agricultura e da extração de minérios, como ouro e diamantes. A
produção têxtil só seria permitida para fabricação de vestuário dos
escravos e sacos para empacotamento. Quem desobedecesse a ordem
sofreria pesadas multas. O alvará foi revogado em 1º de abril de 1808 por
D. João. Desejava com esta medida promover a "riqueza nacional",
melhorando consequentemente a agricultura, e fornecendo meios para
a subsistência de seus vassalos.
2) De acordo com o texto, por que o método da luta de classes seria
inadequado para entender o processo de Independência do Brasil?
R: Não provocam revoluções de mudança da estrutura da sociedade, mas
essas acontecem quando a sociedade é atingida em seu conjunto. Ou
seja, a Independência do Brasil só ocorreu porque foi feita por indivíduos
que somente agiram em conjunto porque assim foram afetados
conjuntamente, e esse entendimento depende de vários fatores os quais
o método da luta de classes se mostra inválido, levando para o campo da
lógica filosófica questões que deveriam permanecer no âmbito da
história.

Capítulo 4: O Visconde de Cairu: O Brasil Império sob a ótica de


prosperidade econômica.
1) Escreva um pequeno texto relacionando o conceito de indústria de
Cairu com a realidade em que ele viveu.
R: Cairu defendia que O Brasil lucraria mais concentrando-se no setor
produtivo, no qual tinha mais naturais vantagens do que forçando a
introdução de certo ramo econômico que não lhe era propício,
naquela época. Entendia-se que com a agricultura e o comércio bem
desenvolvidos o Brasil teria no seu tempo certo muitas fabricas, sem
desviar capitais das direções mais uteis à sua economia. Conforme
pensava, a precipitação desse processo resultaria em danos para a
nação de maneira geral em que o Estado perderia a arrecadação de
receitas, na medida em que veria diminuir suas importações e
exportações, ocorreria um desvio dos capitais já bem empregados na
agricultura, que era nossa principal fonte de renda, e os
consumidores os lesados teriam seu poder de consumo limitado, ema
vez que seriam obrigados a pagar mais caro por um produto de pior
qualidade, da indústria nacional. Ele lutou pela sua ideia, e com isso
ele abre caminho para as reflexões sobre o período em que viveu,
adotando o ponto de vista da prosperidade geral, e de acordo com
isso, trouxe questões para a reconstrução daquele tempo por parte
do historiador.
2) Com base na leitura desse capítulo, responda se as teses
econômicas de Cairu possibilitam considera-lo defensor de alguma
oligarquia agrária, em detrimento do conjunto da sociedade.
R: Limitado economicamente e reduzido à condição de colônia
exportadora de produtos agrícolas. Tal historiografia pode ainda nos
transmitir a sensação de que tele tenha sido um homem mais
preocupado em garantir os interesses estrangeiros do que os
nacionais. Porém, se analisarmos ele foi um, individuo bastante
coerente com relação as circunstancias sociais, econômicas e
políticas de seu tempo, e que sua grande preocupação foi a luta pela
maior opulência nacional. Ele não buscava a satisfação dos interesses
proprietários no Brasil, ao contrário, tinha consciência para saber que
naquele momento a política de estimulo à agricultura e ao livre
comercio figurava como a opção mais logica para o aumento da
riqueza nacional, e consequentemente isso implicava uma melhora
de vida para a população em geral, principalmente porque o período
em que viveu caracterizava-se como um momento de grande
diversificação econômica mundial. Desse modo, tinha clareza de que
forçar o desenvolvimento da indústria no Brasil representava um
desvio de recursos já arraigados no setor econômico competitivo da
colônia, isto é, a agricultura e pior ainda geraria uma barreira contra
o livre comércio mundial e caso ocorresse, seria um retrocesso na
economia.

Capítulo 5: O sistema colonial nas Idades Antiga, Medieval e


Moderna: o exclusivo metropolitano português por meio da história
comparada.
1) Com base na leitura deste capítulo, explique quais as diferenças
entre a colonização feita pela Grécia antiga e a dos portugueses
na América do Sul.
R: As gregas eram como estados independentes, porém, como
mesmo sendo colônias tinham o direito de criar leis e de se
governarem por elas, de se elegerem os próprios representantes
e até de fazerem guerra com outra colônia ou pais sem precisar
de autorização da metrópole. Algumas tiveram um significativo
crescimento e desenvolvimento quando comparado com o
estágio da metrópole. Exitosas no campo econômico e intelectual
pois as colônias gregas podiam equiparar-se com a mãe-pátria,
em termos filosóficos, ou seja, tinham independência em relação
a sua metrópole. Na América portuguesa o campo das decisões e
empreendimentos estava totalmente mais livre para o Estado do
que para os indivíduos.
Portanto, o nível de liberdade vigente entre as colônias
portuguesas, espanholas era menor do que as colônias inglesas, e
por tal fato não houve comparado desenvolvimento econômico e
representatividade política.
2) De acordo com este capítulo, o monopólio colonial português
exerceu em algum momento um papel positivo para a
prosperidade da colônia? Explique sua resposta.
R: O pacto colonial ou exclusivo metropolitano constituía-se em
um monopólio econômico outorgado à colônia pela metrópole.
Constituía-se exclusivamente como um mecanismo legal que
impunha à colônia o dever de comercializar única e
exclusivamente com a metrópole. Ao se fazer isso, ficava
reservado a metrópole o direito de limitar o mercado colonial, e
de inversamente expandir o seu. Estabelecia-se assim um
monopólio das atividades econômicas da colônia pelo Estado.
Criou-se uma malha de fiscalização sobre os produtos que
entravam e saiam da colônia. Na época a colônia brasileira era
vista como uma reserva de riquezas minerais e agropecuárias do
reino.

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