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Se a esquerda radicalizar, resposta


pode ser via novo AI-5, diz Eduardo
Bolsonaro - Política - Estadão
4-6 minutes

O deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) defendeu em


entrevista à jornalista Leda Nagle medidas drásticas - como
"um novo AI-5" - para conter manifestações de rua como
as que ocorrem no Chile atualmente. O filho "03" do
presidente Jair Bolsonaro já havia afirmado em discurso no
plenário da Câmara na última terça-feira, 29, que a polícia
deveria ser acionada em caso de protestos semelhantes e
o País poderia ver a "história se repetir". Na ocasião, ele
não disse a que período se referia. A entrevista foi gravada no
dia 28 - um dia antes da declaração dada em plenário - e
divulgada nesta quinta-feira, 31.

"Se a esquerda radicalizar a esse ponto, vamos precisar dar


uma resposta. E essa resposta pode ser via um novo AI-5,
pode ser via uma legislação aprovada via plebiscito, como
ocorreu na Itália. Alguma resposta vai ter que ser dada",
afirmou.

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O Ato Institucional nº 5 foi o mais duro instituído pela


ditadura militar, em 1968, ao revogar direitos fundamentais e
delegar ao presidente da República o direito de cassar
mandatos de parlamentares, intervir nos municípios e
Estados. Também suspendeu quaisquer garantias
constitucionais, como o direito a habeas corpus. A partir da
medida, a repressão do regime militar recrudesceu.

A Constituição de 1988 rejeita instrumentos de exceção e


destaca, em seu primeiro artigo, como um de seus princípios
fundamentais, que a República Federativa do Brasil constitui-
se em Estado Democrático de Direito.

A declaração de Eduardo foi em resposta a uma pergunta


sobre a participação do Foro de São Paulo nas
manifestações chilenas. O deputado disse que dinheiro do
BNDES foi usado por Cuba e Venezuela para financiar
movimentos de esquerda na América Latina. "Nós
desconfiamos que esse dinheiro vem muito por conta do
BNDES que, no tempo de Dilma e Lula, fazia essas obras
superfaturadas em Porto de Mariel, em Cuba, ou contrato do
Mais Médicos que rendia mais de R$ 1 bilhão para a ditadura
cubana. Por que não a gente achar que esse dinheiro vai
voltar pra cá para fazer essas revoluções?", questionou de
forma retórica. "Agora eles têm condições de financiar, de
bancar isso num nível muito maior aqui na América Latina",
complementou.

"A gente, em algum momento, tem que encarar de frente isso

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daí. Vai chegar um momento em que a situação vai ser igual


ao final dos anos 1960 no Brasil, quando sequestravam
aeronaves, quando executavam, se sequestravam grandes
autoridade como cônsules, embaixadores, execução de
policiais, de militares", disse. "É uma guerra assimétrica, não
uma guerra onde você está vendo seu inimigo do outro lado e
você tem que aniquilá-lo, como acontece nas guerras
militares. É um inimigo interno, de difícil identificação aqui
dentro do País. Espero que não chegue a esse ponto, mas a
gente tem que estar atento."

Essa é a segunda vez em menos de uma semana que o


deputado faz uma declaração polêmica em relação às
manifestações no Chile. Na terça-feira, 29, Eduardo afirmou
no plenário da Câmara que, se houver no Brasil protestos
semelhantes, os manifestantes “vão ter que se ver com a
polícia” e, caso haja uma radicalização nas ruas, “a história irá
se repetir”, sem explicar a que fato histórico se referia. “Aí é
que eu quero ver como a banda vai tocar", disse o deputado
na ocasião.

Durante a campanha eleitoral, um vídeo em que Eduardo


afirma ser necessário apenas "um cabo e um soldado"
para fechar o Supremo Tribunal Federal causou polêmica.
Na entrevista a Leda Nagle, ele diz que apenas citou uma
brincadeira que ouviu na rua.

Procurado, o Palácio do Planalto não se pronunciou sobre as


declarações.

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O que foi o AI-5?

O Ato Institucional nº5 (AI-5) foi baixado em 13 de dezembro


de 1968 durante o governo do general Costa e Silva, o
segundo presidente da ditadura militar. O artigo vigorou até
dezembro de 1978 e deu poderes de exceção ao Executivo,
possibilitando perseguição, prisões, tortura e morte de
adversários políticos do regime. No mesmo dia em que foi
criado o AI-5, 11 deputados federais foram cassados e foi
decretado o recesso do Congresso por tempo indeterminado,
que seria reaberto apenas em outubro de 1969, para
referendar a escolha do general Emílio Garrastazu Médici
como novo presidente.

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