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Atenção à saúde
DE EDUCAÇÃO da pessoa privada
PERMANENTE de liberdade
EM SAÚDE
DA FAMÍLIA
UNIDADE 1
Aspectos históricos,
legais e cenário
da assistência
prisional nacional
Olá! Preparados para conhecer sobre a Saúde Penitenciária? Nesta unidade, vamos abordar
o cenário penitenciário nacional e os aspectos históricos e legais que motivaram a criação
de políticas públicas de saúde específicas para as Pessoas Privadas de Liberdade (PPL).
Portanto, prezados, esses conceitos iniciais nos trazem inúmeras reflexões. Vocês, enquan-
to profissionais de saúde que fazem parte de território que possuem instituições carcerá-
rias em sua adscrição, o que estão fazendo para promover, proteger e recuperar a saúde
desses indivíduos?
É com essa reflexão que encerramos a nossa primeira aula e já convidamos para aprofundar
os conhecimentos sobre o contexto histórico e legal da assistência à saúde prisional brasilei-
ra, tema da nossa próxima aula. Vamos lá?
Outro instrumento legal bastante conhecido por nós, que garante a assistência à saúde
de todas as pessoas no Brasil, e que também inclui as PPL, é a Constituição Federal (CF)
de 1988. Essa reconhece a saúde como direito fundamental de todos (BRASIL, 1988).
O artigo 6° da CF elenca os direitos sociais da seguinte forma: “São direitos sociais a edu-
cação, a saúde, o trabalho, a moradia, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção
à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na forma desta Constituição”
(BRASIL, 1988). Nesse momento, podemos perceber que a legislação de saúde brasileira
O objetivo do PNSSP era incluir a população penitenciária no SUS e assim garantir a efetivação
do direito à cidadania dessa parcela da população. Para tanto, saiba que essa legislação estava
direcionada pelo processo de regionalização da atenção e regia-se pelos princípios da univer-
salidade, da equidade, da integralidade e da resolubilidade da assistência (BRASIL, 2005).
Em unidades prisionais com mais de 100 presos seria incluída uma equipe técnica mínima,
que tenha Médico, Enfermeiro, Odontólogo, Psicólogo, Assistente social, Auxiliar de Enfer-
magem e Auxiliar de Consultório Dentário (ACD), e cada equipe seria responsável pela aten-
ção de 100 até 500 PPL.
E em presídios menores? As PPL desses locais seriam atendidas por profissionais da Secreta-
ria Municipal de Saúde, a partir das diversas categorias profissionais citadas anteriormente
(BRASIL, 2005).
Assim, criou-se a Política Nacional de Atenção Integral à Saúde das Pessoas Privadas de
Liberdade no Sistema Prisional (PNAISP), com o objetivo de que as unidades prisionais pas-
saram a ser “portas de entrada” e “ponto de atenção” da Rede de Atenção à Saúde (BRASIL,
2014a). Lembrando que a coordenadora Marta, da situação problema desse módulo, tam-
bém destacou a importância dessa política.
A PNAISP teve sua criação alicerçada na democracia e na participação efetiva dos gestores,
de trabalhadores em serviços penais, da academia e da sociedade civil organizada e que sua
pactuação foi realizada na Comissão Intergestores Tripartite (CIT) e deliberada pelo Conse-
lho Nacional de Saúde (CNS); além de ser acolhida favoravelmente pelo Conselho Nacional
de Secretários de Justiça (CONSEJ) e pelo Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenci-
ária (CNPCP) (BRASIL, 2014a).
As diretrizes gerais que compõem a política e dão suporte para que seja possível o alcance
do objetivo geral e dos específicos são: a integralidade, a intersetorialidade, a descentraliza-
ção, a hierarquização e a humanização. Sendo seu objetivo geral garantir o acesso das pes-
soas privadas de liberdade ao sistema prisional sob cuidado integral do SUS (BRASIL, 2014a).
É nesse contexto, que lembramos da nossa situação problema. Marta trouxe a reflexão
acerca da política e a necessidade de as ações serem continuadas, desmistificando, assim,
o caráter de ações pontuais e esporádicas, em que a Equipe de Saúde da Família tem um
papel salutar nesse cenário.
O acesso deve contemplar toda a população privada de liberdade, desde a entrada desse
sujeito nas delegacias de polícia ou pelos distritos policiais, em seguida pelas cadeias públicas
O acesso e a atenção à saúde são desenvolvidos pelas Equipes de Atenção Básica no Sistema
Prisional (EABP), constituídas de acordo com alguns critérios, a saber: número de pessoas
privadas de liberdade por unidade prisional; vinculação dos serviços de saúde a uma unida-
de básica de saúde no território e existência de demandas referentes à saúde mental (BRA-
SIL, 2014a). De acordo com a PNAISP, as EABP podem ser (BRASIL, 2014a) de vários tipos,
como veremos a seguir.
A Equipe de Atenção Básica Prisional tipo I (EABP I) deve ser formada por um médico, um
enfermeiro, um técnico de enfermagem ou auxiliar de enfermagem, um cirurgião dentista
e um técnico ou auxiliar de saúde bucal, que será responsável pelo atendimento em unida-
des prisionais que contenham até 100 pessoas privadas de liberdade e carga horária míni-
ma de seis horas semanais.
Assim, como na situação problema que você viu no início do módulo, esses profissionais
podem ser advindos da Estratégia de Saúde da Família (ESF) responsável pelo território no
qual se encontra o presídio. E sobre a possível jornada de trabalho, esses profissionais são
cadastrados com “Carga Horária Diferenciada”, para que não haja incompatibilidade no Sis-
tema do Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde.
A Equipe de Atenção Básica Prisional tipo II (EABPII) apresenta maior número de profissio-
nais, pois deve atender entre 101 a 500 pessoas privadas de liberdade e cumprir o mínimo
de 20 horas semanais. É composta por um médico, um enfermeiro, um técnico ou auxiliar de
enfermagem, um cirurgião dentista, um técnico ou auxiliar de saúde bucal, um psicólogo, um
assistente social e um profissional de nível superior dentre as seguintes ocupações: fisiote-
rapia, psicologia, assistência social, farmácia, terapia ocupacional, nutrição ou enfermagem.
A Equipe de Atenção Básica Prisional tipo III (EABP III) terá o mesmo perfil da EABP II, com
acréscimo obrigatório de uma equipe de saúde mental, tem o objetivo de acolher entre 501
a 1.200 pessoas privadas de liberdade, em uma carga horária semanal de 30 horas.
Assim, entende-se que, entre as PPL, 230.285 estão alocadas em unidades contempladas
Assim, cursistas, encerramos esta aula e nossa primeira unidade, conhecendo um pouco mais
sobre a legislação voltada para atenção à saúde da população privada de liberdade. A unidade 2
vai detalhar a atenção integral à saúde do homem privado de liberdade. Vamos conhecer?