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Perfil de atletas
Q 1 – Entender a personalidade
Q 2 – Decisões nos momentos do jogo
Q 3 – Inteligência Tática
Análise de treinos
Por que tomou a decisão ?
A decisão que foi tomada foi bem sucedida ?
Dimensionar a tomada de decisão ( R-RG-B )
Decisões tomadas com posse de bola
Decisões sem posse de bola
Relacionar padrões e conexões de passes
Análise de jogo
Analisar as tomadas no jogo
Coletar , Comparar e Dimensionar
EU ATLETA
PERSONALIDADE
COMPORTAMENTOS CONHECIMENTOS
TOMADAS DE DECISÕES
RECONHECIMENTO DO SOLUÇÕES
PROBLEMA CONHECIDAS
DECISÕES TÁTICAS
DECISÕES TÉCNICAS
O professor Pablo Juan Greco bem definiu esta relação entre jogadores, treinamento e
tomada de decisão:
“Do ponto de vista dos jogos esportivos coletivos, toda a decisão é uma decisão tática e
pressupõe uma atitude cognitiva do jogador, que lhe possibilita reconhecer, orientar-se e
regular suas ações motoras. Portanto, observa-se a necessidade de se compreender a
importância do desenvolvimento do conhecimento através dos processos de ensino-
aprendizagem-treinamento”.
Por isso o papel do treinador e de sua comissão técnica, cada vez mais multidisciplinar, é
tão importante. Esta equipe de trabalho precisa construir um modelo de jogo ao mesmo
tempo complexo e claro, criar atividades que transmitam este conteúdo nos treinamentos
aos jogadores, analisar seus comportamentos nas partidas e buscar soluções
constantemente. Fica evidente a necessidade de haver um modelo de jogo e um
microciclo de treinos em mais alto nível.
Para Jorge Castelo, “os princípios de jogo estabelecem um quadro de referências para os
jogadores, orientando o pensamento tático dos mesmos e, consequentemente, o
comportamento tático-técnico com vista à resolução eficiente das diversas situações que a
competição em si encerra”.
É evidente que dentro de campo “quem decide” é o jogador. Mas esta decisão, em cada
lance, precisa estar amparada no acervo de referências adquiridas nos treinamentos,
análises de vídeos, palestras e demais meios de estímulo ao jogador. Cria-se, desta forma,
um pensamento coletivo, interligando as decisões de todos os jogadores entre si, fazendo
com que o time mova-se como um organismo vivo, com as decisões de cada um sendo
não apenas assimiladas, mas antecipadas pelos companheiros.
Garganta, embora grande estudioso das complexidades táticas dos jogos desportivos
coletivos, não ignora a presença da aleatoriedade e da imprevisibilidade no
desenvolvimento das partidas, em especial do futebol. Mas, ao contrário do que se poderia
pensar, o ingrediente do aleatório não isenta os jogadores do conhecimento tático. Na
verdade, isso exige ainda mais inteligência de jogo, estimulando-os a prever até mesmo o
imprevisível:
Estas informações nos permitem estabelecer um paralelo com aqueles que ironizam a
capacidade de um jogador assimilar instruções que eles próprios (jornalistas formados em
curso superior, por exemplo) não conseguem. Recorro a mais uma citação do professor
Júlio Garganta para que se compreenda essa diferença:
“O indivíduo que sabe jogar é um indivíduo conhecedor, não no que diz respeito a
conhecimentos acadêmicos, mas no que se refere a convenções interativas, nas quais
saber fazer, e saber quando fazer, são o mesmo saber”.
Com o desenvolvimento desta inteligência de jogo, através dos estímulos transmitidos em
elaborados treinamentos e demais meios de levar a informação ao grupo de atletas, os
jogadores precisam tomar as decisões certas durante a partida. Segundo Garganta, este
aspecto é um dos mais importantes para o êxito da equipe.
Como já foi dito, estes estímulos táticos de forma alguma agem no sentido de desconstruir
a criatividade. Pelo contrário, a técnica e a habilidade estão a serviço deste processo,
auxiliando o jogador a encontrar soluções favoráveis mesmo que em momentos
imprevisíveis. Ou seja, até o improviso pode ser treinado e estimulado, permitindo que o
jogador tome boas decisões mesmo frente a situações inesperadas. É como escreveu
Garganta no longo trecho abaixo:
“Os comportamentos dos jogadores e das equipes, embora repousando sobre uma
organização sustentada numa isonomia de princípios (os mesmos princípios valem para
todos) movem-se entre dois pólos: o vínculo, ou seja, o estabelecido, as regras; e a
possibilidade, a inovação. O jogo existe, portanto, na confluência de uma dimensão mais
previsível, induzida pelas leis e princípios do jogo, com outra menos previsível,
materializada a partir da autonomia dos jogadores, que fomentam a diversidade e a
singularidade dos acontecimentos, a partir do confronto entre sistemas concorrentes,
caracterizados pela alternância de circunstâncias de ordem e desordem, estabilidade
e instabilidade, uniformidade e variedade”.
Integrante das equipes multidisciplinares vinculadas às comissões técnicas, o setor de
Análise de Desempenho tem papel importante na difusão do conhecimento sobre o
modelo de jogo do próprio time e dos adversários, oferecendo conteúdo relevante aos
jogadores. Com mais informações, observando vídeos e recebendo feedbacks, ele
consegue agregar mais elementos para auxiliar nas tomadas de decisão, desenvolvendo
seu entendimento sobre o jogo.
Garganta ressalta a importância não apenas dos treinamentos, mas deste fluxo de
informação sobre o jogo, para incrementar o conhecimento e estimular os jogadores a
tomar as melhores decisões – de acordo com o modelo de jogo, em sintonia com os
companheiros, nos momentos e espaços certos, com execução técnica e em confronto
com as vulnerabilidades do oponente:
Existem inclusive o termo “read option”, conceito aplicado fortemente nas ações ofensivas,
mas também nas defensivas, em jogadas que exigem dos jogadores leituras instantâneas
do comportamento adversário, para que a decisão seja tomada em uma fração de
segundos sob o cruzamento das duas ou três alternativas treinadas e previstas frente aos
movimentos revelados pelos oponentes.
Digo isso para citar o treinador de futebol americano Howard Schnellenberger, que
também escreveu sobre inteligência de jogo e tomada de decisão nos esportes coletivos:
“A tomada de decisão consiste na capacidade de tomar decisões rápidas e taticamente
exatas, constituindo uma das mais importantes capacidades do atleta. Ela determina
muitas vezes o sucesso dos jogos técnico-táticos e é frequentemente responsável pelas
diferenças na performance individual”.
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