Você está na página 1de 185

A LINGUAGEM MÉDICA

E
JUSTIFICAÇÃO DESTE LIVRO

Razão de ser e objectivos desta obra


Este livro representa uma necessidade real de todos aqueles que
necessitam contactar ou compreender a linguagem das profissões
de saúde, nomeadamente a linguagem médica, necessidade essa
que é independente da profundidade de conhecimentos que
necessitem. Porque compreender uma linguagem usada por pro-
fissionais não obriga a ter conhecimentos profundos da área em
questão. Esta necessidade faz parte da cultura e capacidades
gerais, e não se limita às áreas da saúde. As pessoas denotam
temor por assuntos que necessitam conhecer minimamente para
poder tomar decisões conscientes, só porque têm terminologia
própria, o que os impede de compreender o diálogo com os pro-
fissinais respectivos que os aconselham. É o caso da terminolo-
gia bancária relacionada com empréstimos, taxas, “spreads”,
índices, que faz com que muitos daqueles que melhor deveriam
compreender o significado, porque a eles o assunto diz respeito
num momento de concessão de crédito se sintam menos à vonta-
de. E compreender e saber o significado destes termos não
implica ser bancário de profissão. Outro exemplo análogo é a
linguagem automóvel: apesar dum condutor não necessitar ser
mecânico, todos necessitam compreender o significado de ter-
mos específicos do âmbito da mecânica, o que possibilitam uma
tomada mais consciente de decisões sobre reparações que vale a
pena fazer ou não, etc., em função do aconselhamento recebido.

1
A linguagem médica e justificação deste livro

Portanto pensamos que o livro será útil não só aos estudantes de


Medicina dos primeiros anos como de outros cursos e activida-
des ligados à saúde. e mesmo aos leigos que queiram compreen-
der melhor a terminologia da sua saúde.
Este é o primeiro livro português com estes objectivos, e que
portanto procura desmistificar a linguagem médica. Pensamos
que já era altura da sua existência, projecto que acalentamos há
anos, e por isso nos abalançámos à sua elaboração, para facilitar
a aprendizagem aos estudantes e a compreensão à população
duma linguagem que só é difícil e hermética na aparência. Des-
mistificar, tornar acessível e compreensível são os nossos objec-
tivos…
São três as razões que nos levaram a concretizar este livro
1. As características singulares da linguagem médica
2. A utilidade deste livro quer para os estudantes de Medici-
na quer para os estudantes e profissionais de outras Ciên-
cias da Saúde, que se sentem menos à vontade com esta
terminologia.
3. A utilidade deste livro para a população geral

Características da linguagem médica


A linguagem médica não deve ser exclusiva dos médicos
Há mais de trinta anos, que o Prof. Doutor Fernando Pádua,
figura pioneira da Cardiologia Preventiva Portuguesa, tem vindo
a dizer que a saúde é demasiado importante para ficar apenas
na mão dos médicos. Hoje em dia a frase ainda é mais verdadei-
ra, quer em relação às várias profissões de saúde e não apenas a
Medicina, quer sobretudo aplicada aos próprios indivíduos que
têm a obrigação de ser os seus principais prestadores de cuidados
de saúde, com base nos seus comportamentos e opções. É o con-

2
A linguagem médica e justificação deste livro

ceito de empowerment adiante referido, base da melhoria de


qualquer sistema de saúde.
As últimas décadas assistiram em Portugal ao despontar de
novas profissões e cursos das ora designadas Ciências da Saúde,
que apesar de terem ganho merecida autonomia científica, não
deixam de ser valiosos colaboradores da prática da Medicina e
portanto dos seus profissionais. Isto conduziu a equipas pluridis-
ciplinares e à necessidade da comunicação entre todos os seus
membros, numa linguagem comum que todos devem conhecer.
Se a saúde não é apanágio exclusivo dos médicos, a linguagem
muito menos: esta deve ser entendida por todos, dado que lin-
guagem e Ciência, embora relacionadas são realidades diferen-
tes.
A minha experiência pedagógica, ao longo de 20 anos, em dife-
rentes escolas superiores e faculdades de Ciências da Saúde, em
cursos de Nutrição, de Farmácia, de Enfermagem, de Fisiotera-
pia e de Educação Física e Desporto, bem como no ensino de
delegados de informação médica, tem revelado a dificuldade, o
pouco à vontade e mesmo algum temor que esses estudantes sen-
tem perante o vocabulário médico. Mesmo os alunos de Medici-
na que são supostos dominá-lo melhor, nem sempre revelam
suficiente à vontade com a origem dos termos médicos, e na
grande maioria dos casos, não os relacionam adequadamente
com a sua origem etimológica.
Etimologia é o conhecimento da origem das palavras e a partir
daí perceber o seu significado. Até esta palavra provém do gre-
go, ethymon = verdadeiro. Também os estudantes de Medicina
dos primeiros anos teriam a ganhar ao lerem este livro, para
conhecerem a razão de ser dos termos que exprimem os seus
conhecimentos específicos.

3
A linguagem médica e justificação deste livro

A linguagem médica é muito lógica


As palavras foram as primeiras grandes ferramentas do espírito e
do conhecimento. O aumento do conhecimento muitas vezes
pode ser traçado estudando-se a história das palavras, e o desen-
volvimento da medicina não é uma exceção. Não contando com
as linguagens de programação, sucede que a linguagem médica,
juntamente com a nomenclatura química, é a mais lógica das lin-
guagens, bastando que se conheça a origem dos seus termos. O
problema é que grande percentagem da população tem défices
culturais e falta de hábito de raciocínio lógico, ou seja a fazer
“ginástica mental”, expressão de que muito gostamos. Desta
estado de menor diferenciação cognitiva, a que a crise do ensino
e a falta de hábitos de leitura não são estranhas, resulta a confu-
são entre palavras longas e palavras difíceis, quando a nosso ver,
difíceis são as palavras sem lógica na sua origem. E o tamanho
das palavras depende, quase sempre, da quantidade de prefixos
e/ou de sufixos que estão justapostos nesse termo e não da com-
plexidade do conceito que traduzem.
O que não é lógico são os nomes próprios; que lógica há em um
indivíduo se chamar José em vez de Manuel? Isso é que precisa
de memorização. Que lógica há nos nomes de tantas avenidas e
praças? Esses sim, só podem ser memorizados. Neste particular
consideramos Espinho e Nova York como cidades lógicas, dado
que as avenidas estão num dado sentido e as ruas são perpendi-
culares a estas, e todas são numeradas. Desde que se saiba a
direcção em que a numeração aumenta, é fácil para qualquer
pessoa, mesmo que não conheça a cidade, encontrar uma dada
casa que se encontra na esquina da 6ª avenida com a 15ª rua. Já
não seria tão fácil encontrar a mesma casa, se lhe fosse explicado
que estava no cruzamento da avenida “fulano” com a rua “sicra-
no”.

4
A linguagem médica e justificação deste livro

A lógica da linguagem provém de raízes, prefixos e sufixos


Felizmente que a linguagem médica é maioritariamente lógica,
surgindo assim a necessidade de conhecer o significado dos pre-
fixos e de sufixos mais frequentemente empregues na formação
dos seus termos específicos. Os prefixos e sufixos devem ser vis-
tos como as peças dum Lego®. Com algumas dezenas de tipos e
tamanhos diferentes de peças destas, a criança faz tudo: casas,
pontes, bonecos, carros, etc., todos eles das mais variadas formas
e tamanhos, tudo conforme o modo como as junta. Também o
estudante e mesmo o leigo que conheçam o significado de algu-
mas dezenas de prefixos e sufixos, passa a perceber sem esforço
o significado de milhares de termos médicos. E mais, passam a
dominar essa linguagem sem esforço, como algo fácil, intuitivo e
natural.
No método que aqui propomos, o conhecimento do significado
de cada raíz, prefixo ou sufixo não vai necessitar de memoriza-
ção árdua, antes vai solicitar o gosto pela acima referida “ginás-
tica mental”, ou seja, o hábito de deduzir o significado desse pre-
fixo ou sufixo, com base na comparação do significado de pala-
vras que o contenham. Um dos nossos objectivos é demonstrar
que o conhecimento do vocabulário médico é uma questão de
compreensão e não de memorização.
Prefixos e sufixos iguais na linguagem médica e comum
Muitos dos prefixos e sufixos que estudaremos também partici-
pam na formação de palavras da linguagem corrente, o que pode
ajudar a criar o hábito (e desejamos que sim) de o leitor passar a
atentar na formação das palavras que usa ou encontra no seu dia
a dia. Aqui vem novamente a propósito o problema social consti-
tuído pela deficitária formação liceal, de cultura geral e de hábi-
tos (e prazer) de leitura e a falta do prazer do raciocínio de parte
considerável da população portuguesa, sobretudo mais jovem.
Melhorar a compreensão e expressão da linguagem comum,

5
A linguagem médica e justificação deste livro

falada e escrita, e não apenas da linguagem médica, embora não


sendo o principal objectivo deste trabalho, poderá ser uma das
suas felizes consequências.

Os três níveis do conhecimento e a aprendizagem


São várias as características dum bom aluno
Apesar de ser pressuposto que um bom aluno necessite de inteli-
gência, capacidade de generalização e abstracção, gosto no
raciocínio lógico, memória, capacidade de concentração, resis-
tência à fadiga e sobretudo virtudes de carácter como hábitos de
trabalho e preserverança, uma outra das suas qualidades, que não
certamente a menos importante, é saber gerir, maximizar e pou-
par estas mesmas capacidades. E assim, tirar partido de todas as
pistas com vista à aquisição dum novo conhecimento, mesmo
que de pistas ténues se trate, desde que isso lhe poupe trabalho e
esforço de memória. Uma destas pistas é estar atento à formação
dos termos da sua área de estudo, e a partir daí extrair o seu sig-
nificado etimológico, ainda antes de ter estudado esse assunto.
Dois exemplos:
– Se numa pergunta de escolha múltipla dum teste de Medicina,
um aluno tiver que optar entre duas operações para o cancro da
mama duma mulher, e essas operações se chamarem “orquipe-
xia” e “ooforectomia”, mesmo que o aluno não tenha estudado
esse capítulo da matéria, e nada saiba sobre o tema, se ele sou-
ber o significado etimológico destas palavras, ele irá acertar
porque selecciona a segunda. Porquê? Porque sabe que “orqui”
é o prefixo que designa testículo, ao passo que “ooforo” desig-
na ovário. Então apenas por exclusão de algo a diz respeito ao
sexo masculino, ele selecciona a resposta que respeita a um
problema feminino.

6
A linguagem médica e justificação deste livro

– Outro exemplo: perante a palavra “pericardite” o aluno que


nunca tenha estudado nada sobre o tema, tem a obrigação de
saber que se trata duma inflamação do pericárdio, que por sua
vez é a membrana que forra por fora o coração. Porquê? Por-
que sabe que “ite” é o sufixo que designa inflamação, “peri”
significa “à volta de” e “cardio” indica coração.
Daí para a frente já é necessário estudo propriamente dito: - para
aprender em que casos de cancro da mama essa operação está ou
não indicada; - ou para ficar a saber que há vários tipos e causas
de pericardites, umas graves e outras não, com tratamentos dife-
rentes, etc. Mas ao significado da palavra tem obrigação de che-
gar lá por simples dedução etimológica.
Os três níveis de conhecimento
Entramos assim na definição dos três níveis de conhecimento
sobre um termo ou assunto, todos necessários, e que se comple-
mentam: etimológico, operacional e interpretativo.
• Conhecimento etimológico dum termo é aquele que permite
deduzir o seu significado, com base no conhecimento dos
prefixos e sufixos que compõem a palavra. Assim, mesmo
sem nunca ter estudado Ginecologia, um aluno tem de saber
o que quer dizer “Histerosalpingografia”, desde que saiba
que “histero” significa útero, “salpingo” as trompas de Faló-
pio e “grafia” a imagem (escrita) do exame: portanto é o
exame que permite obter a imagem das cavidades uterina e
das trompas.
• O conhecimento interpretativo resulta do estudo teórico do
tema, que permite perceber o seu significado, os mecanismos
em jogo, etc. No caso do exemplo anterior, saber se uma his-
terosalpingografia é fácil ou difícil de realizar, se tem muitas
indicações ou se foi substituído por outro exame, etc. Isso

7
A linguagem médica e justificação deste livro

são conhecimentos que o conhecimento etimológico já não


dá.
• O conhecimento operacional permite a utilização prática do
conhecimento: neste caso saber fazer o exame e interpretá-lo.
Muitas vezes o conhecimento operacional está mais depen-
dente de capacidades práticas (skills) do que de conhecimen-
tos teóricos apenas.
Os três graus de conhecimento nem sempre são necessários no
mesmo grau, mas os alunos não os devem confundir: saber algo
sobre um assunto não significa saber fazê-lo e, reciprocamente,
saber executar um acto não implica que se saiba muita sobre esse
tema. O conhecimento etimológico não resolve problemas práti-
cos nem teóricos, mas ajuda a compreender a terminologia cien-
tífica, a estudar e poupa a sobrecarga da memória. No entanto
nem sempre ele tem lugar, como se depreende dos dois exemplos
seguintes, em que no primeiro não há lugar para a interpretação
etimológica, mas no segundo ela é útil.
• Febre, é um termo que significa o aumento da temperatura
corporal por um conjunto de mecanismos que se estudam
(conhecimento interpretativo). Mas em termos operacionais,
aquilo que preocupa o médico é dar instruções claras a partir
de que valor de temperatura deve ser dado o medicamento X
ou Y. Mas etimologicamente a palavra febre nada diz. Mas,
curiosamente, febre muito alta diz-se “hiperpirexia” e aí já
entra o componente etimológico: “hiper” significando dema-
siado e “piros” significa fogo. E por isso a designação gené-
rica dos medicamentos para a febre é de antipiréticos, dado
que “anti” significa contra.
• Inflamação é um termo onde estão bem patentes os três
níveis de conhecimento.

8
A linguagem médica e justificação deste livro

– Interpretativamente o aluno estuda o que é a inflamação, as


células e os mediadores químicos em jogo, como se mani-
festa, quais as consequências, etc.
– Operacionalmente ele necessita saber reconhecer se uma
dada zona está ou não inflamada, e sabe fazê-lo desde que
identifique os quatro sintomas e sinais cardinais da infla-
mação: a dor, a vermelhidão, o calor e a tumefacção da
zona.
– Etimologicamente, foram estes sinais que permitiram a
Galeno, há 3.000 anos, ter criado a palavra inflamação:
“in” “flama” e “ção”significam respectivamente dentro de,
chama e estado de... Ou seja estado de chama dentro dum
órgão ou tecido. Era a chama que dava a dor, o calor e a
vermelhidão. Celsus criou assim o seu quadrilátero célebre
do diagnóstico da inflamação: calor + tumor + rubor + dor.

Este livro é para todos e não é só para estudantes


O cidadão deve receber cuidados mas responsavelmente
O objectivo deste livro não se limita aos estudantes e profissio-
nais das Ciências da Saúde, mas pretende ser útil a todos os lei-
gos interessados em perceber aquilo que os médicos dizem a res-
peito de si ou dos seus. Esta capacidade que todos devem ter é
cada vez mais importante, nesta era em que para qualquer acto
médico se pretende o consentimento informado do doente, bem
como o “empowerment” do doente crónico, termo que designa
conferir poder ao doente1. E este poder advém de lhe ser dada
capacidade de decisão e de escolher o seu destino em função das
suas opções de vida, adoptando estilos de vida mais saudáveis.
Isto só é possível com educação na sua doença e se perceber bem

1
Power em Inglês significa poder.

9
A linguagem médica e justificação deste livro

as mensagens que lhe são dadas por aqueles que dele cuidam. No
fundo, empowerment é dar o poder e a responsabilidade ao doen-
te, que deve ser o principal responsável pela sua saúde, mas isto
pressupõe informação deste e entendimento daquilo que o médi-
co diz.
Não se pode continuar com a atitude passiva, ignorante e desres-
ponsabilizante, tão características duma larga percentagem dos
nossos doentes, sobretudo dos que integram a faixa onde há
menos desenvolvimento intelectual e cultural, de pensarem que o
responsável por tudo de bom e mau que acontece à sua saúde é o
médico, a quem vêem como todo poderoso. E um dos primeiros
passos no sentido da responsabilização é a compreensão daquilo
que o médico lhes diz.
O doente pode e deve compreender a linguagem médica
Na realidade, esta linguagem só aparentemente é inacessível.
Desmistificar esta linguagem é pois uma necessidade que este
livro visa combater, porque nada há de místico nem de mítico na
nobre profissão médica. Muitas vezes o médico usa termos ina-
cessíveis à população geral, duma complexidade apenas aparen-
te, que dão a falsa sensação de que a linguagem médica é hermé-
tica às outras pessoas. Porém, se estas pessoas compreenderem a
formação dos termos médicos que lhes parecem imperceptíveis,
perceberão melhor o seu significado, e dialogarão melhor com
aqueles que deles cuidam. O leitor ficará surpreendido com a
rapidez e facilidade com que passará a compreender o significa-
do dessa terminologia.
Nem sempre os termos médicos significam que o médico sabe
ao certo o que se passa com o doente
É importante que compreenda bem o que acaba de ser ler. Ao
longo do livro poderá constatar que as palavras mais difíceis nem

10
A linguagem médica e justificação deste livro

sempre significam uma precisão diagnóstica, antes são mais des-


critivas das situações, independentemente do diagnóstico causal.
Continuemos com o exemplo anterior das palavras febre e hiper-
pirexia. Imaginemos uma criança que os pais levam à urgência
do hospital por febre elevada, no decurso da qual até teve uma
convulsão febril. Enquanto a criança está a ser tratada, os pais
ficam aguardando uma informação médica que chega ao fim
duns minutos sob uma das seguintes formas:
– o seu filho tem uma meningite ou
– o seu filho está com uma hiperpirexia.
No primeiro caso, o médico revelou já ter um diagnóstico para a
febre elevada da criança e portanto uma perspectiva terapêutica –
meningite. No segundo caso, apesar de usar uma palavra mais
comprida e menos conhecida da generalidade das pessoas –
hiperpirexia – não acrescentou nada que os pais não soubessem
já e não mostrou saber para já a causa do problema. É que hiper-
pirexia apenas quer dizer febre muito elevada. Este conhecimen-
to apenas permite uma terapêutica sintomática e não causal. É
este tipo de discernimento que a população deve ter: perceber
quais os termos que acrescentam informação e aqueles que não
acrescentam.
Outro exemplo: uma rapariga com dores de cabeça frequentes
que decide, por esse motivo, ir à consulta e que sai com o diag-
nóstico de cefaleias. Esta palavra não acrescenta nada, porque
cefaleia é outra forma de dizer dor de cabeça: ora isso sabe ela,
pois de outra forma não teria ido à consulta. O facto do médico
ter usado essa palavra, que não pertence à linguagem vulgar, não
deve ser interpretado pela paciente que ele já diagnosticou o seu
problema em termos causais (etiológicos – como veremos a
seguir). Mas se o médico disser cefaleias causadas pela pílula, ou
cefaleias de tensão, ou enxaqueca, ou outro termo mais concreto
com conotação etiológica (causal), isto já permite ao doente con-

11
A linguagem médica e justificação deste livro

cluir que o seu médico sabe interpretativamente o que se passa


com ele, o que possibilita medidas operacionais terapêuticas
mais adequadas. Não é porque o médico usa uma palavra aparen-
temente difícil que significa informação acrescida, sobretudo em
termos de diagnóstico causal. Neste livro poderá ver que muitas
das palavras “difíceis” usadas pelos médicos servem mais vezes
para descrever sinais ou sintomas do que doenças de causa
conhecida.

Como utilizar este livro


Este livro pretende ser uma obra de estudo, de consulta e de
autoavaliação. Para qualquer destas finalidades procurou ser
simples de usar. Apesar de estudar o significado de raízes, prefi-
xos e sufixos, procurou-se ser despretensioso, não dando ar de se
tratar dum livro de Gramática ou de Filologia Românica, para as
quais não estamos manifestamente preparados.
Também por esta razão, centramos a nossa atenção na forma já
em Português com que aparece o prefixo ou sufixo, e não com a
sua ortografia na língua donde deriva, grego ou latim. Com esta
opção visou-se tornar esta obra acessível a todos, por ser assim
mais fácil ver a relação entre as raízes e as palavras delas deriva-
das, dado que alguns dos caracteres gregos antigos não existem
em Português,
Para além desta introdução, capítulo que presentemente se
encontra ler, o livro é composto por quatro partes
• A Parte I é a única para estudar e está dividida em secções.
Nelas, as raízes, prefixos e sufixos vêm agrupados por temas:
prefixos e sufixos indicativos de órgãos do corpo humano; de
local e de posição; de cores; de quantidades; de processos bio-
lógicos, etc. São as tais dezenas de peças de linguagem (de
Lego® de acordo com o exemplo anterior) que, uma vez

12
A linguagem médica e justificação deste livro

conhecidas no seu significado, permitem compreender o signi-


ficado de milhares de termos diferentes e mesmo compor ter-
mos inexistentes mas que façam sentido.
Todas estas secções são apresentadas sob duas formas:
– Um texto inicial que explica o significado da raiz, prefixo ou
sufixo e onde se dão exemplos de palavras que começam nes-
se prefixo ou terminam nesse sufixo. No texto as entradas
estão agrupadas por critérios lógicos de significado e não por
critérios alfabéticos.
– Uma tabela de resumo e para revisão rápida no fim de cada
secção, onde constam todos os sufixos e prefixos explicados
no texto, dispostos por ordem alfabética, o seu significado e
todos os exemplos que foram citados no texto. Nestas tabelas,
as entradas começadas em minúsculas e alinhadas à direita
antecedidas de “…” são usadas quase sempre como sufixos e
por isso são assim apresentadas, tal como surgem nas pala-
vras que integram. Os termos alinhados à esquerda são
geralmente prefixos ou raízes usadas no início das palavras.
Naturalmente não se pretendeu ser exaustivo, pois cada prefixo
ou sufixo pode gerar inúmeras palavras: apenas se dão alguns
exemplos que visam a compreensão do seu significado, para
que o leitor venha a conseguir sozinho deduzir o significado de
outras palavras com que se venha a deparar e nas quais entrem
os mesmos elementos.
• As partes II e III são apenas para consulta rápida e jamais
para estudo. Funcionam como dicionário e apresentam-se
como tabelas de quatro colunas cada.
– A parte II é um dicionário de prefixos e sufixos. As raízes,
prefixos e sufixos estão listados por ordem alafabética na
prmeira coluna; o seu significado é indicado na segunda
coluna; exemplos da sua utilização na terceira e a quarts

13
A linguagem médica e justificação deste livro

coluna indica em que secções da parte I é que esse prefixo ou


sufixo é estudado.
– A parte III é um dicionário de palavras médicas concretas
mais comuns e não de prefixos e sufixos.. Estas palavras são
listadas alfabéticamente na primeira coluna, o seu significado
é indicado na segunda; a terceira coluna mostra a decomposi-
ção etimológica da palavra e a quarta coluna indica em que
secções da parte I é que essa palavra concreta foi estudada
Na parte II estão listadas todos as raízes, sufixos e prefixos
estudados ao longo da parte I e não mais que estes e os exem-
plos dados são os mesmos. Também na parte III, as palavras
que constituem as entradas são todas e apenas as que foram
estudadas na parte I. Por isso estas duas partes são apenas para
consulta rápida, e apenas visam ser usadas como dicionário.
• A Parte IV serve para autoavaliação de conhecimentos.
Está dividida em duas secções.
– Na primeira tem que dizer o significado de palavras médicas
aparentemente difíceis e não referidas nas partes anteriores,
mas que é suposto que consiga responder com base na capa-
cidade adquirida de decompor etimologicamente essas pala-
vras.
– Na segunda tem de responder a questões diversas, também
com base nos conhecimentos etimológicos adquiridos.

É assim que este livro foi concebido. Esperamos que se revele


útil a todos aqueles que citámos nesta introdução, e seja um ins-
trumento de valorização pessoal.
Bom trabalho e divirta-se com aquilo que vai descobrir.

14
I
RAÍZES, PREFIXOS E SUFIXOS
POR GRUPOS TEMÁTICOS

Tal como referido na introdução, o leitor poderá ver que grande


parte dos termos aparentemente complexos que se mostrarão,
descrevem geralmente sinais e sintomas e não demonstram que
se conheça a causa dos problemas.
As raízes, prefixos e sufixos foram arrumados nos seguintes gru-
pos temáticos:
A. Indicativos de Normalidade ou de perturbação, de a mais ou a
menos, de afirmação ou de negação
B. Referentes a tipos de pessoas, sexo, idade eidentidade
C. Referentes ao corpo humano, regiões, estruturas e órgãos.
Esta secção está dividida em oito sub-secções, cada qual com
uma tabela própria, no final do texto. Referentes ao corpo
humano, regiões, estruturas e órgãos. Esta secção está dividi-
da em oito sub-secções, cada qual com uma tabela própria, no
final do texto: C.1.Principais regiões do corpo humano; -
C.2.Células e tecidos; - C.3.Cabeça e órgãos dos sentidos; -
C.4.Ar e aparelho respiratório; - C.5.Sangue e aparelho circu-
latório; - C.6.Aparelho digestivos; - C.7.Aparelho génito-
urinário; - C.8. Aparelho Locomotor e Membros
D. Ciências, Especialidades e Profissões
E. Referentes a processos vitais, patológicos e doenças. Esta é a
maior secção e divide-se em três sub-secções, cada qual com

15
Parte I - Raízes, prefixos e sufixos por grupos temáticos

uma tabela própria, no final do texto: E.1. Termos de origem,


de vida e de morte; - E.2. Processos fisiológicos ou patológi-
cos; - E.3. Processos sempre patológicos
F. Lugar, posição e direcção no espaço
G. Tamanhos, Quantidades e Concentrações
H. Números
I. Medições, Múltiplos e Sub-múltiplos
J. Tempo, ritmos Evelocidades
K. Cores
L. Outras características morfológicas
M. Física e exames dela dependentes
N. Química e substâncias incluino as alimentares
O. Tratamentos médicos e cirúrgicos

I.A. Normalidade e anormalidade, a mais e a


menos, perturbação, negação e afirmação
• Eu , normo, hiper e hipo. Os dois primeiros prefixos indicam a
ideia de apropriado ou normal. Hiper e hipo traduzem a mais,
ou em excesso e a menos ou deficitário. Hipo também quer
dizer por baixo, como se verá em I.F. Assim:
– Euglicemia ou normoglicemia significam glicemia normal,
em oposição a hipoglicemia ou hiperglicemia que significam
glicemia demasiado baixa ou elevada, respectivamente. Por
sua vez a palavra glicemia, como veremos, significa a con-
centração de glucose no sangue, dado que o sufixo emia indi-
ca concentração de qualquer coisa no sangue.
– Mas se para a glicemia normal, é igualmente usual e correcto
usar qualquer dos prefixos eu ou normo, nem sempre assim
sucede. A propósito da função da tiroideia usam-se os termos
eutiroidismo, hipertiroidismo ou hipotiroidismo para indicar
respectivamente uma função tiroideia normal, excessiva ou

16
Parte I - Raízes, prefixos e sufixos por grupos temáticos

diminuída. Mas quando nos referimos à concentração de cál-


cio no sangue (calcemia) já se diz normocalcemia, hipocal-
cemia ou hipercalcemia e não se usa eucalcémia.
• Penia é um sufixo que também indica carência, só que a nível
orgânico e não apenas no sangue: ferropénia é falta de ferro e
glicopenia cerebral é falta de glucose no cérebro. As palavras
respectivas para indicar a sua diminuição no sangue são hipo-
siderémia e hipoglicémia. Mas trombopenia e leucopenia já
são respectivamente a diminuição das contagens no sangue de
plaquetas ou trombocitos e de glóbulos brancos ou leucócitos
(ver I.C.2 para leucócitos e trombocitos).
• Dis significa dificuldade em, ou então perturbação ou alteração
de, Tem significado apenas qualitativo, pois não tem indica se
é a mais ou a menos. Dispneia, disfonia, disfagia, significam
respectivamente falta de ar ou dificuldade de respirar (pneia =
respiração), rouquidão ou outra dificuldade em falar (fonia =
som), perturbação ou dificuldade em comer ou engolir (fagia =
comer), Dispareunia é a dificuldade feminina em ter relações
sexuais por dor (em grego pareune = coito).
• A significa falta de. Usa-se a ou an conforme a palavra a ser
negada começa em consoante ou em vogal respectivamente.
Amnésia, significa sem memória (mnesis = memória) e agueu-
sia significa ficar sem gosto (paladar). Anosmia significa per-
der o olfacto (cheiro) e anencefalia é uma tara genética em que
o nado-morto nasce sem cabeça.
• Quando se pretende indicar dum modo semi-quantitativo que
uma função está perturbada mas ainda presente, ou num caso
mais grave, que essa função desapareceu por completo, usa-se
o prefixo dis para a dificuldade ou perturbação dessa função, e
o prefixo a ou an para o seu desaparecimento. Esta gradação de
prefixos é mais comum na linguagem neurológica, mas não se

17
Parte I - Raízes, prefixos e sufixos por grupos temáticos

limita a ela Assim temos: disfasia e afasia (capacidade de usar


as palavras adequadas); disartria e anartria (capacidade de
articular palavras); disgueusia e agueusia (em relação ao senti-
do do paladar ou gosto); disestesia e anestesia (em relação à
sensibilidade táctil); dispneia e apneia (em relação à ventilação
pulmonar). De realçar que anestesia significa realmente não ter
sensibilidade. Quando numa operação cirúrgica se procede à
anestesia, o verdadeiro objectivo não é tanto a anestesia mas
sim a analgesia que significa tirar a dor (algia = dor).
• An(a) Ana tem dois significados: um é o de construção e estu-
da-se em I.E.2, em oposição a “cata”. O outro sentido é o de
negação ou contrário de. Anormal é o contrário de normal. -
Analéptico é um fármaco estimulante (léptico = calmante). -
Anatoxinas dão-se para neutralizar os efeitos de certas toxinas,
como a do tétano ou da difteria.
• Pró significa a favor de, ou então, para a frente. Não confundir
com “pré” que significa antes de. Mas “pró” também pode ter
esta conotação, pois a ideia de para a frente tanto se aplica no
espaço como no tempo.
– Prognatismo significa queixos salientes, porque etimologi-
camente pró = para a frente e gnation = queixo. – Um pro-
lapso como seja da bexiga, do útero ou da válvula mitral, é
algo que se chegou erradamente demasiado à frente. Em
todos estes casos, “pró” significa para a frente em termos de
espaço.
– Com o mesmo significado de “para a frente”, mas também
com a conotação de a favor, os medicamentos procinéticos
são os que fazem avançar os alimentos no tubo digestivo em
situações de má digestão, porque, cine = movimento (a favor
do trânsito). - Prosélitos são os que são a favor de alguém.
Alias diz-se os prós e os contras de uma coisa, como sinóni-
mo de vantagem e desvantagem.

18
Parte I - Raízes, prefixos e sufixos por grupos temáticos

Quadro I.A - Normal-anormal, afirmação-negação, a mais-a menos


Prefixo / Significado Exemplos
Sufixo
A / An(a) Contrário de, Anormal – Analéptico - Anatoxina
A / An(a) Ausência de Amnésia - Anartria – Afasia - Anestesia
– Analgesia - Anosmia – Agueusia -
Anencefalia - Apneia
Dis Dificuldade em Disestesia – Disgueusia - Disartria Dis-
fasia, - Dispareunia - Dispneia – Disfo-
Perturbação de nia - Disfagia
Eu Próprio ou Normal Euglicemia - Eutiroidismo
Hiper A mais, Hiperglicemia - Hipercalcemia
Em excesso Hipertiroidismo
Hipo A menos Hipoglicemia – Hipocalcemia –
Insuficiente Hipotiroidismo - Hiposiderémia
Por baixo Ver I.F
Normo Normal - Adequado Normocalcemia - Normoglicemia
…penia Falta de Glicopenia -. Ferropenia -Trombopenia
– Leucopenia -
Pró Para a frente (espaço Prognatismo – Procinético
ou tempo) Prognóstico
A favor de Prós, Prosélitos

– Mas prognóstico significa saber antes, e neste caso “pró”


indica à frente em termos de tempo.

I.B – Tipo de Pessoa: sexo, idade e identidade


• Antropo significa o homem, mas no sentido lato de espécie
humana, e não apenas do género masculino.
– Antopologia é e ciência que estuda a evolução da humanidade
e aquilo que a caracteriza.
– Antropometria e medidas antopométricas resultam da medi-
ção (metria) do homem.
– Antropófagos são os homens primitivos que se alimentam da
carne de outros homens (ver fagia em I.E.2).

19
Parte I - Raízes, prefixos e sufixos por grupos temáticos

• Andro e Ginec são os prefixos que traduzem o género masculi-


no ou feminino, respectivamente. Assim temos:
– Andrologia a área da Medicina que estuda os problemas
especificamente masculinos. - Andróide tudo que é à homem
ou de tipo masculino (óide = semelhante a), como se diz da
deposição abdominal da gordura que é característica do sexo
masculino e andropausa é o correspondente masculino da
menopausa (pausa na masculinidade). Como vê a palavra
menopausa tem outra raiz, porque se fosse análoga dir-se-ia
“ginopausa”. Também na Botânica liceal se falava do Andro-
ceu, que é a parte masculina dos órgãos sexuais da flor.
– Ginecologia é a área da Medicina que estuda os problemas
especificamente femininos e, analogamente aos casos anterio-
res temos as palavras ginóide e gineceu. Também por isso se
chama ginecomastia à situação dum indivíduo de sexo mas-
culino com mamas excessivamente grandes (masto = mama e
ginec = mulher).
• Pedi ou pedo significam criança.
– Pediatra é o médico que trata das crianças (iatra = médico e
pedi = crianças) e Pediatria a respectiva ciência.
– Ortopedia é uma palavra com a mesma origem: o médico que
punha as crianças direitas (orto = recto). Com efeito, antes da
endemia dos acidentes de viação o principal trabalho dos
ortopedistas eram os desalinhamentos do crescimento: os
raquitismos, as curvaturas da coluna, as má posições dos
membros, etc. Ainda hoje os próprios ortopedistas dividem o
seu trabalho em Traumatologia e em Ortopedia propriamente
dita, embora tenham alargado a palavra Ortopedia também
aos adultos, mantendo o sentido de tudo aquilo que não é de
origem traumática.
– A tara da pedofilia é assim designada pela mesma razão (filia
= tendência para ou gosto de e pedi = crianças).

20
Parte I - Raízes, prefixos e sufixos por grupos temáticos

• Geri, geronto, sene e presbi significam idoso ou velho.


Enquanto os dois primeiros têm a ver sobretudo com a idade,
sene e presbi denotam sobretudo a involução e declínio asso-
ciados ao envelhecimento.
– Geriatra e Geriatria são o médico e a especialidade médica
que tratam dos idosos. A Gerontologia aborda os idosos no
global e não apenas em termos médicos. - A Gerontomotrici-
dade respeita à actividade física dos idosos.
– Senil é o indivíduo diminuído devido à idade, e senescência é
usada como sinónimo de envelhecimento.
– Presbiopia e presbiacúsia significam respectivamente o
declíneo visual e auditivo associado à idade e não doença
oftalmológica ou auditiva propriamente dita.
• Idio, auto e xeno - Os dois primeiros indicam do próprio, por
si mesmo, e o terceiro estranho, diferente, outro.
– Idiopático é uma palavra muito usada em Medicina que mos-
tra a nossa ignorância em relação a uma situação clínco: sig-
nifica que não se sabe a causa dessa situação (idio + pato =
doença). Ou seja, é uma doença própria, sem outra causa
conhecida. – Idiossincrasia é a acção dum fármaco que não
era rpevisível com base no grupo farmacológico a que ele
pertrence: e uma acção só dele.
– “Auto” não se relaciona apenas com automóvel, embora este
seja um veículo que se move por si próprio, porque esta pala-
vra foi criada numa altura em que todos os veículos eram de
tracção animal. A linguagem desvirtuou o prefixo, tanto que
hoje em dia, qualquer revista ou evento que comece em auto
é a propósito de automóveis. Mas originalmente o prefixo
significa por si próprio. É daqui que vêm palavras como
autodidacta (o homem que aprendeu e se fez por si próprio)
automático, , autoclismo, automedição da pressão atrterial,
etc.

21
Parte I - Raízes, prefixos e sufixos por grupos temáticos

Quadro I.B - Tipo de Pessoa: sexo, idade e identidade


Prefixo / Significado Exemplos
Sufixo
Andro Masculino Andrologia – Andropausa - Andróide
Androceu
Antropo Homem Antropometria - Antropologia
Antropófago
Auto Do próprio Autólogo – Autoenxerto – Autoanticorpo Autoi-
mune
Por si próprio Automóvel – Autodidacta - Automedição

Demo Povo Pandemia – Epidemia – Endemia - Demografia


Geri Velho Geriatria - Geriatra
Geronto Idoso Gerontomotricidade - Gerontologia
Gine Feminino Ginecologia – Ginecomastia - Ginóide - Gineceu
Mulher
Hetero Diferente Heterossexual - Heteroenxerto
Homo Igual Homossexual - Homoenxerto
Idio Próprio Idiopático - Idiossincrásico
Pedi Criança Pediatra – Ortopedia - Pedofilia
Presbi Idoso Presbiacúsia - Presbiopia
Sene Envelhecido Senil - Senescência
Xeno Estranho, Outro Xenoenxerto - Xenobiótico

– Autoenxertos ou enxertos autólogos são enxertos retirados de


outras zonas do corpo do próprio indivíduo.
– Autoanticorpos são anticorpos que uma pessoa faz contra
estruturas do seu próprio corpo que por isso ficam atacadas e
doentes, em vez de limitar essa sua capacidade de defesa aos
agressores externos. Estas doenças, que são várias, englobam-
se no grupo das doenças autoimunes.
– Xenoenxertos são enxertos de indivíduo de outra espécie
animal. - Xenofobia é, etimologicamente, a aversão a indiví-
duos diferentes, embora o termo seja mais usado a propósito
do país de origem. - Xenobióticos são as substâncias que se
encontram nos alimentos que são estranhas à sua origem,

22
Parte I - Raízes, prefixos e sufixos por grupos temáticos

como os antibióticos ou hormonas da carne, os metais pesa-


dos dos peixes, ou os insecticidas dos vegetais.
• Homo e Hetero denotam respectivamente igual e diferente.
– Homoenxertos ou enxertos homólogos são enxertos retirados
de outros indivíduo, mas da mesma espécie, em oposição aos
heteroenxertos ou xenoenxertos.
– Pela mesma razão os termos homossexual e heterossexual.
• Demo significa povo. Demografia é etimologicamente
(des)crever o povo (dados demográficos). - Pandemia (pan =
tudo), epidemia (epi = fora) e endemia (endo = dentro) signifi-
cam respectivamente doença que atinge (quase) todo o povo (a
forma mais grave das três), doença que veio de fora mas que
atingiu o povo, ou então que vive dentro do povo. A obesidade
caminha para uma pandemia actual. A gripe das aves é uma
epidemia. A SIDA é endémica em África.

I.C – Corpo humano: regiões, estruturas e órgãos


Esta secção está dividida em oito sub-secções, cada qual com
uma tabela própria, no final do texto.
C.1. Principais regiões do corpo humano
C.2. Células e tecidos
C.3. Cabeça e órgãos dos sentidos
C.4. Ar e aparelho respiratório
C.5. Sangue e aparelho circulatório
C.6. Aparelho digestivo
C.7. Aparelho génito-urinário
C.8. Aparelho Locomotor e Membros
I.C.1. Principais regiões do corpo humano
Aqui apenas se abordam as raízes das palavras relacionadas com
as principais regiões do corpo humano. Ao abordar os membros
examinaremos outros prefixos que indicam as suas partes.

23
Parte I - Raízes, prefixos e sufixos por grupos temáticos

• Soma(to) significa o corpo. Psicossomáticas são pois as situa-


ções ou doenças de causa psíquica que se traduzem por sinto-
mas corporais e somatização é o nome que se dá a ter sintomas
físicos de causa psíquica.- Somatotrofina é a hormona que
promove o crescimento do corpo (trofismo = crescimento). É
também chamada por isso hormona do crescimento. – Cro-
mosma são os corpos com cor do núcleo, que contêm os genes.
- Trisomia é a existência de três cromosomas. – Lisosomas são
os corpúsculos celulares que digerem (lise = destruir) o mate-
rial que a célula capta do exterior.
• Meros significa parte(s). Holo e pan a totalidade. Assim
– Metâmeros são os segmentos do corpo humano com origem e
enervação comum, dispostos em sucessão. Meralgia é uma
dor (algia) duma parte, termo pouco utilizado (meralgias
parestésicas da coxa). – Polímeros são substâncias que resul-
tam do encadeamento de muitas moléculas pequenas (poli +
meros = muitas partes).
– Holodiastólico e holossistólico são fenómenos que ocupam a
totalidade da diástole ou da sístole cardíaca. - Visão holística
da Medicina é a visão do ser humano no seu todo.
– Panhipopituitarismo é a falência da totalidade das funções da
hipófise, também chamada glândula pituitária. – O pâncreas
era suposto que sozinho digeria toda a carne (crea = carne). –
Pandemia é uma doença que afecta (quase) todo o povo
(demo = povo).
• Cefalo significa cabeça.
– Encéfalo é a parte do sistema nervoso central que está dentro
da cabeça (en = dentro de e cefalo) - Encefalites são as infla-
mações do encéfalo. Muitas pessoas pensam que encéfalo e
cérebro são sinónimos. Este é a parte mais volumosa do encé-
falo, o qual engloba também o cerebelo e o tronco cerebral
que o liga à medula espinal. - Cefaleia é a palavra que desig-

24
Parte I - Raízes, prefixos e sufixos por grupos temáticos

na qualquer dor de cabeça. Enxaqueca é um tipo particular de


cefaleia. - Anencefalia é um termo já explicado em I.A -
Líquido céfalo-raquidiano ou líquor, é o líquido que corre
dentro das meninges dentro da cabeça e da coluna (Raquis)
• Cérvix e cérvico significam colo. Colos são estreitamentos ana-
tómicos: estruturas mais largas ligadas por passagems mais
estreitas. Há 4 colos principais no organismo: o pescoço, os
colos do úmero e do fémur e o colo do útero. Todos eles estão
interpostos entre zonas mais largas. Portanto cervical é o adjec-
tivo relacionado com estes quatro locais e com qualquer outro
estreitamento
– Em relação ao pescoço temos a coluna cervical, o plexo cer-
vical, os vasos e nervos cervicais, etc. De notar que a palavra
portuguesa “cachecol” é um francesismo que mostra esta ori-
gem, sendo o latim a língua comum aos dois idiomas: cacher
= esconder e col = pescoço.
– Em relação aos colos umeral e femural, as fracturas dos colos
do fémur e do úmero são exemplos comuns.
– Em relação ao colo do útero, também chamada de cervix ute-
rina, são exemplos vulgares as palavras cervivite (ite = infla-
mação) do colo ou muco cervical.
• Toraco indica tórax. Toracotomia significa abrir o tórax (tomia
= cortar, tomo = corte). - Toracocentese quer dizer tirar líquido
acumulado na cavidade torácica, mais concretamente pleural
(centese = tirar líquido). Tóraco-abdominal indica algo que
diga respeito ao tórax e ao abdómen.
• Láparo significa abdómen. Laparotomia é abrir cirurgicamente
o abdómen. - Laparoscopia, e espreitar para o abdómen sem o
abrir (escopia = espreitar ou ver). Isto quer dizer que qualquer
operação ao ventre começa por uma laparotomia ou por uma
laparoscopia. Depois vem a operação específica propriamente
dita, nomes que se desenvolvem em I.O. Laparocentese indica

25
Parte I - Raízes, prefixos e sufixos por grupos temáticos

tirar líquido acumulado na cavidade abdominal, concretamente


peritoneal. Embora seja este o nome mais correcto deste proce-
dimento, ele designa-se habitualmente de paracentese1.
• Distal e proximal indicam a distância ou proximidade em rela-
ção ao centro do corpo: a mão é distal em relação ao cotovelo.
Portanto o cotovelo é proximal em relação à mão mas é distal
em relação ao ombro.
• Ventro e dorso significam a direcção anterior e posterior do
corpo embrionário ou adulto, respectivamente: o ventre ou
zona anterior e o dorso ou zona posterior. Mas, com a evolução
da forma fetal para a adulta, o conceito de ventre funde-se com
o de abdómen, isto é fica restringido à parte anterior do tronco
não coberta de costelas e o de dorso com o de zona superior
das costas, donde se originam as costelas, a chamada zona dor-
sal. Daí a palavras dorsalgias que são dores no dorso (algia =
dor).
• Raqui, espondilo e lombo indicam respectivamente coluna,
vértebras e lombos. Os lombos ou zona lombar são a parte
raquidiana que à frente corresponde ao abdómen. E assim
temos
– Raquis é a coluna. - Raquialgias são dores nas costas e
raquidiano é algo que respeita a ou se relaciona com a coluna
(bulbo raquidiano). – Raquitismo vem da mesma origem.
– Espondilose significa processo degenerativo das vértebras
(ose = degenerescência). Se queremos dizer que essa degene-
rescência se deve a artroses entre as vértebras diz-se espondi-
lartrose. As doenças inflamatórias da coluna vertebral cha-
mam-se espondilites (ite = inflamação) e quando também
envolvem o disco intervertebral dizem-se espondilodiscites.

1
Paracentese também se usa em relação à drenagem de líquido do ouvido médio,
mediante punção do tímpano.

26
Parte I - Raízes, prefixos e sufixos por grupos temáticos

– Lombalgias são dores na zona lombar.


• Córtico e mielo indicam, respectivamente córtex, isto é uma
camada fina exterior que faz de casca e medula ou seja uma
zona mole interior: a medula espinal, a medula da glândula
supra-renal e a medula óssea. Os seus adjectivos são respecti-
vamente cortical e mielóide ou medular. A raiz “mielo” vem
do grego “muelos” donde derivou a palavra popular “muela”,
que é dita numa acepção diferente, mas que se refere sempre a
conteúdos interiores moles. Assim fala-se de
– Córtex cerebral ou da glândula supra-renal, na camada cor-
tical dos ossos, etc. - A corticotrofina é a hormona que esti-
mula o desenvolvimento e a produção das hormonas do cór-
tex supra-renal (cortico e trofismo = crescimento)
– Mielites são inflamações medulares e mielopatias (patia =
doença) são outras doenças da medula: mielopatia espondiló-
tica, a siringomielia e a mielose funicular como exemplos de
mielopatias da medula espinal; - e as leucemias mielóides que
são cancros da medula óssea caracterizados por aumento da
concentração no sangue (emia) de leucócitos (leuco) prove-
nientes da medula óssea (mielóide). -Síndromes mieloprolife-
rativos são outras situações de proliferação da medula óssea.
• Insula quer dizer ilha como na palavra insular. É daqui que
vem insulina, que foi a primeira substância reconhecida que é
produzida nos ilhéus (pequenas ilhas) de Langerhans do pân-
creas: insulina – o produto das ilhas!!!
• Fise é o sufixo que indica aquilo que é produzido. - Apófise são
os prolongamentos dos ossos (apo = fora de). – Sínfise é o local
onde ossos se juntam e ficam fixos, etimologicamente produ-
ção duma junção (fise e sin = com). – A diáfise dos ossos lon-
gos é a parte comprida, entre as duas extremidades, etimologi-
camente aquilo que se produziu entre elas (dia = através de). -
As epífises são as extremidades produzidas na ponta dos ossos.

27
Parte I - Raízes, prefixos e sufixos por grupos temáticos

- Epífise também é a glândula pineal. Esta e a hipófise são


glândulas existentes dentro do crânio, etimologicamente signi-
ficando aquilo que se produziu acima (epi + fise) e abaixo
(hipo + fise) do hipotálamo.

Quadro I.C.1 - Principais regiões do corpo humano


Prefixo / Significado Exemplos
Sufixo
Céfalo Cabeça Encéfalo – Encefalite – Anencefalia Cefa-
leia - Liquido céfalo-raquidiano
Cérvico Colo, Pescoço Cervical - Cervicite
Córtex Casca Cortical - Corticotrofina
Costo Costela Costal - Costo-frénico
Distal Periférico Distalmente
Dorso Zona das costas Dorsalgia - Dorsal
espondilo Coluna vertebral Espondilose – Espondilartrose Espondili-
te - Espondilodiscite
…fise O que é produzido Apófise – Sínfise – Diáfise
Epífise - Hipófise
Holo Totalidade Holodiastólico – Holossistólico – Holístico
Insula Ilha Insulina - Insular
Láparo Abdómen Laparoscopia – Laparotomia -
Lombo Lombos Lombalgia
Meros Parte Metâmero – Meralgia - Polímero
Mielo Medula Mielite - Mielopatias – Mielóide –
Mieloproliferativos
Pan Totalidade Pâncreas – Pandemia - Panhipopitui-
tarsmo
Proximal Central Proximalmente
Raqui Costas Raquis - Raquidiano – Raquialgias -
Raquitismo
Soma Corpo Psicossomático – Somatização – Soma-
totrofina - Cromosoma - Trisomia - Liso-
soma
Toraco Tórax Tóraco-abdominal
Toracotomia - Toracocentese
Ventro Abdómen Ventral

28
Parte I - Raízes, prefixos e sufixos por grupos temáticos

I.C.2. Célula e Tecidos


As unidades básicas dos organismos vivos, as células e os teci-
dos em que se organizam, dão origem a alguns prefixos.
• Cito e Histo significam respectivamente célula e tecido.
– Citologia, citotóxico e citólise, significam respectivamente a
ciência que estuda as células, algo que para elas é tóxico e o
rebentamento ou destruição celular (lise = destruição).
– Cito também pode ser o sufixo da palavra que descreve o tipo
de células: adipocitos, miocitos, osteocitos, condrocitos, ente-
rocitos, pneumocitos, mielocitos, etc. são respectivamente as
células principais dos músculos, ossos, cartilagem, intestino,
pulmão e medula óssea. Estes vários prefixos serão estudados
nas secções seguintes a propósito dos vários aparelhos e seus
órgãos.
– As três linhas de células do sangue são os glóbulos vermelhos
ou eritrocitos (eritro = vermelho), os glóbulos brancos ou
leucócitos (leuco= branco) e as plaquetas ou trombocitos
(células que originam os trombos). Dentro dos leucócitos há
vários tipos: os linfocitos (células da linfa) e os monocitos
(leucócitos com um só núcleo, dado que outros pareciam ter
mais do que um)
– Histologia é a ciência que estuda os diferentes tipos de teci-
dos e histoquímica é o conjunto de processos usados em labo-
ratório para caracterizar os vários tecidos e as várias células
dum dado tecido, à base de reacções químicas, como por
exemplo a afinidade para corantes de diferente constituição
química (ver I.K). - Histiocitos são células residentes no teci-
do conjuntivo.
• Cario significa núcleo (da célula). Eucariotas são os seres
vivos cujas células têm núcleo próprio, individualizado (eu =
próprio), o que as distingue dos procariotas.- Cariotipo é o
estudo dos cromosomas, as estruturas principais do núcleo.

29
Parte I - Raízes, prefixos e sufixos por grupos temáticos

• Gónias e bastos são células jovens precursoras de células


adultas. Os termos não se usam indistintamente, o que vai para
além do âmbito deste livro, pois não se trata só duma questão
etimológica, mas de nomenclatura citológica.
– Simpatogónias, oogónias e espermatogónias são células pre-
cursoras das células simpáticas definitivas, dos óvulos e dos
espermatozóides, respectivamente.
– Mioblastos, osteoblastos, condroblastos são precursores dos
miocitos, osteocitos e condrocitos. Muitas vezes o blasto é a
forma mais jovem da linha evolutiva e o estádio de evolução
intermédio é designado de pré-forma adulta. Assim, por
exemplo, na linhagem dos adipocitos temos a célula mãe
indiferenciada, depois o adipoblasto, depois o pré-adipocito e
finalmente o adipocito. O mesmo se aplica com a célula
medular mãe, depois os mieloblastos, depois os pré-
mielocitos e por fim os mielocitos. – Na mesma acepção
temos a fase de blastocisto do embrião.
– Fibroblastos são as principais células do tecido conjuntivo,
que sintetizam o colagéneo, a principal fibra deste tecido.
Seu nome indica isso: precursores da fibra.
• Clastos são o contrário dos blastos, ou seja, são células que
destroem, que carcomem algo, como por exemplo os osteoclas-
tos que removem o tecido ósseo envelhecido.
• Dermo refere-se à pele: Dermatologia, dermatite, dermatose,
xeroderma, dermátomo, etc., significando respectivamente a
especialidade que estuda a pele, alterações cutâneas inflamató-
rias, alterações da pele em geral, pele seca, e zonas da pele com
a mesma inervação sensitiva.
• Trico é pelo. Tricotomia é cortar ou rapar os pelos. - Hipertri-
cose é ser peludo, ou seja ter muitos pelos.

30
Parte I - Raízes, prefixos e sufixos por grupos temáticos

• Télio é o sufixo que indica um revestimento. Epitélios, endoté-


lios e mesotélios são tecidos que respectivamente forram por
fora, por dentro ou que estão no meio de algo. Embora seja esta
a origem etimológica, apenas se designa de endotélio o tecido
que forra por dentro os vasos.
• Quera vem de keras e quer dizer corno ou córnea. Estas duas
palavras significam zonas endurecidas já mortas, produzidas
por células vivas subjacentes.
– Queratina é a substância que dá esta rigidez à córnea.
– Em relação à córnea do olho temos palavras como queratite e
queratoplastia que significam respectivamente inflamação e
um cirurgia particular da córnea do olho.
• Adeno quer dizer glândula. Não confundir com adreno que tem
a ver com a glândula supra-renal ou adrenal. Mas por vezes
também é aplicado em relação a gânglios linfáticos.
– Adenocarcinoma é um tipo de cancro, designado de carcino-
ma, mas proveniente duma glândula e adenoma é um tumor
benigno duma glândula, qualquer que seja.
– Adenomegalias são aumentos de dimensão dos gânglios linfá-
ticos. Incorrectamente às adenomegalias costuma-se chamar
adenopatias (doença dos gânglios). Os adenóides são as mas-
sas de tecido linfóide das fossas nasais, correspondentes às
amígdalas nasais.
– Adrenalina e nordrenalina são hormonas da medula da supra-
renal (adrenal). “Nor” quer dizer sem grupo metil. – A hor-
mona adrenocorticotrófica ou ACTH é aquela que estimula
(trofismo) o córtex da supra-renal.

31
Parte I - Raízes, prefixos e sufixos por grupos temáticos

Quadro I.C.2 - Célula e Tecidos


Prefixo/ Significado Exemplos
Sufixo
Adeno Glândula Adenocarcinoma – Adenoma -
Adenomegalia - Adenopatias
Adreno Supra-renal (adrenal) Adrenalina - Adrenocorticotrófica
…blasto Precursor jovem Mieloblasto - Mioblasto – Osteoblasto
Condroblastos – Fibroblastos - Blastocisto
Cario Núcleo Eucariota - Procariota - Cariotipo
Cito Célula Citologia – Citotóxico – Citólise - Adipoci-
…cito to - Miocito – Osteocito Condrocito -
Enterocito – Pneumocito - Mielocito - Eri-
trocito – Leucócito Trombocito - Linfocito -
Monocito

…clasto Que destroem Osteoclastos


s
Dermo Pele - Cobertura Dermatologia, dermatite, dermatose,
xeroderma, dermátomo
…gónias Célula precursora Simpatogónias
Oogónias - Espermatogónias
Histo Tecido Histologia – Histoquímica - Histiocito
Quera Córnea Queratina – Queratoplastia - Queratite
…télios Tecido que reveste Epitélio – Mesotélio - Endotélio
Trico Pelo Hipertricose - Tricotomia

I.C.3. Cabeça e órgãos dos sentidos


Juntamos aqui os prefixos indicativos não só dos órgãos da cabe-
ça, que inclui crânio e face, como também terminologia relativa
aos órgãos dos sentidos aí sediados. Para os prefixos relaciona-
dos com estruturas cefálicas do aparelho digestivo (glândulas
salivares, dentes etc.,) ver I.C.6.
• Céfalo e cérvico significam respectivamente cabeça e pescoço,
como se explicou em I.C.1.
• Estesio significa a sensibilidade táctil, mas o termo por vezes
usa-se para significar os sentidos na sua globalidade.

32
Parte I - Raízes, prefixos e sufixos por grupos temáticos

– Estesiologia é, por isso, o capítulo que estuda os órgãos dos


sentidos.
– Disestesia, hipostesia e anestesia significam a perturbação,
diminuição ou desaparecimento da sensibilidade táctil. Pares-
tesias são formigueiros ou outras sensações tácteis que não
correspondem a estimulação táctil real (Para = ao lado de).
• Oftalmo significa olho. Oftalmologista é o especialista dos
olhos e da visão. - Exoftalmia e enoftalmia, significam respec-
tivamente ter os olhos saídos para o exterior (exo = fora) ou
metidos para dentro (en = dentro). - Oftalmoscopia (escopia =
espreitar) é o exame que consiste em observar o fundo dos
olhos com um oftalmoscópio.
• Óculo tem dois sentidos. Local por onde se vê, mas também o
de olho.
– Óculos e oculista têm a primeira conotação, tal como o óculo
dum sótão por onde se vê para fora, ou como a palavra binó-
culos ou a ocular dum microscópio.
– Visão binocular é um termo que se aplica à boa utilização
simultânea dos dois olhos.
• Bléfaro significa pálpebra. Blefarospasmo é piscar os olhos. –
Blefarites são inflamações infecciosas das pálpebras.
• Opsia indica ver. Necropsia ou autopsia, hemianopsia, xantop-
sia, macro e microzoopsias significam respectivamente obser-
var o cadáver (necro = morto), não ver para uma das metades
do espaço (hemi + an), ver tudo amarelado (xanto), e ter visões
de animais (zoo) de grande porte (macro) ou pequenos (micro).
• Áudio significa ouvir, como se encontra nas palavras auditivo,
audiometria e audiograma.
• Oto e aurículo significam ouvido e orelha respectivamente.
– Otorreia, otorragia e otalgia, significam respectivamente
corrimento (rreia = corrimento) ou hemorragia (hema = san-

33
Parte I - Raízes, prefixos e sufixos por grupos temáticos

Quadro I.C.3 - Cabeça e órgãos dos sentidos


Prefixo / Significado Exemplos
Sufixo
Audio Ouvir Auditivo - Audiometria - Audiograma
Aurículo Orelha Auricular - Aurícula
Bléfaro Pálpebra Blefarospasmo. – Blefarites
Céfalo Cabeça Ver I.C.1.
Cérvico Pescoço – Colo Ver I.C.1.
Estoma Boca Ver I.C.6.
Estesio Sentido – Tacto Estesiologia
…estesia Anestesia – Disestesia - Hipostesia
Glosso Língua Glossite – Nervo Hipoglosso
Nervo Glossofaríngeo
…gueusia Paladar – Gosto Disgueusia - Agueusia
Naso Nariz Nasal(ado) - Nasogeniano
Óculo Por onde se vê (Bin)Óculo -Oculista - (Bin)Ocular
Odonto Dente Odontologia - Odontalgia
…odôntia Ortodontia, Prostodontia
Endodontia – Periodontia
Oftalmo Olho Oftalmologista - Oftalmoscopia
…oftalmia Enoftalmia - Exoftalmia.
…opsia Ver Necropsia – Autopsia Hemianopsi – Xan-
topsia - Macro e microzoopsias
…osmia Cheirar Anosmia - Parosmia
Oto Ouvido Otorreia, Otorragia, Otalgia - Otoscopia –
Otosclerose - Otorrinolaringologia.
Rino Nariz Rinorreia – Rinite -
Otorrinolaringologia
Sialo Saliva Sialorreia - Sialadenite

gue) pelo ouvido ou dor de ouvidos (algia = dor). - Otoscopia


é a observação para dentro do ouvido (escopia) com um otos-
cópio. - Otosclerose é um processo de fusão por fibrose dos
ossos do ouvido médio (esclerose = endurecimento).
– Auricular refere-se a orelha: tudo que é suposto ser usado na
orelha ou com forma semelhante a uma orelha, como é o caso
das aurículas do coração (culo(a) = pequeno).

34
Parte I - Raízes, prefixos e sufixos por grupos temáticos

• Rino e Naso significam nariz,


– Otorrinolaringologista é o especialista (logista) dos ouvidos,
nariz (fossas nasais) e garganta (laringe). - Rinorreia e rinite
são respectivamente os corrimentos e as inflamações não só
do nariz como também das fossas nasais. Embora a palavra
rinorragia faça sentido etimologicamente significando hemor-
ragia nasal, ela não é usada, mas sim o termo epistaxis, de
origem completamente diferente.
– Gotas nasais são para pôr no nariz e o sulco nasogeniano é a
ruga que separa o nariz da bochecha. - Uma voz nasalada é
aquela que sai em parte pelo nariz.
• Osmia significa cheiro. Anosmia é a ausência de cheiro, tão
vulgar nas constipações, e parosmias são erros de percepção
dos cheiros, ou seja referir cheiros que de facto não existem
(para = ao lado de). Este sufixo não se aplica com o sentido de
osmolaridade. Aí usa-se a palavra completa osmolaridade ou o
seu adjectivo osmolar, como em coma hiperosmolar.
• Estoma(to) significa boca e será estudado em I.C.6.
• Odonto quer dizer dente. Odontologia é a especialidade que
trata apenas dos dentes. Os seus ramos usam o mesmo prefixo:
- endodontia (endo = dentro de, portanto tratamento dos canais
interiores do dente); - prostodontia (prost = aquilo que não per-
tence ao portador, portanto tudo que tenha a ver com próteses
dentárias); - ortodontia (Orto = perpendicular, portanto o que
tenha a ver com aparelhos de correcção dos desalinhamentos e
malposições dentárias); - periodontia, ou seja doenças do
periodonte (que é o que está à volta do dente). - Odontalgia
significa dor de dentes (algia = dor).
• Glosso significa língua. Glossites são inflamações da língua. -
Nervo glossofaríngeo é aquele que dá enervação sensitiva à

35
Parte I - Raízes, prefixos e sufixos por grupos temáticos

língua e à faringe e o nervo grande hipoglosso é aquele que


corre por baixo da língua. -
• Gueusia significa gosto no sentido de paladar. Por isso, dis-
gueusia e aguesia significam alteração ou ausência do sentido
do paladar ou gosto, respectivamente.
• Sialo quer dizer saliva. Sialorreia e sialadenite significam res-
pectivamente excesso de produção salivar (rreia = corrimento)
e inflamação (ite) duma glândula (adeno) salivar (sialo).
I.C.4. Ar e Aparelho Respiratório
• Aero, pneu e pneumo, significam ar. Pneu e pneumático dos
automóveis têm esta conotação
– Aerofagia significa engolir ar. - Aerocolia é o ventre disten-
dido por excesso de ar no tubo digestivo.
– Pneumotórax significa ar dentro do tórax, mas na zona onde
não devia estar, ou seja na cavidade pleural e não nos pul-
mões. - Semelhantemente pneumoperitoneu significa ar den-
tro do peritoneu, (na cavidade abdominal).
– Um pneumotaquímetro mede a velocidade da entrada do ar
(pneumo, taqui = depressa e metro = que mede).
– A Pneumologia estuda e trata as doenças respiratórias.
– Pneumonia significa presença de água onde devia estar ar.
Nas pneumonias os alvéolos pulmonares estão cheios de
líquido, que é o exsudado inflamatório.
• Bronco é brônquio, que dá origem às palavras com eles rela-
cionadas: bronquite, broncopneumonia, bronquiectasias, bron-
quíolos, etc., respectivamente inflamação dos brônquios, infec-
ção pulmonar disseminada pelos brônquios, dilatações brôn-
quicas, brônquios pequenos.
• Capnia significa vapor, aplicando-se actualmente o termo ao
CO2, o principal gás expirado (do nosso vapor). Normocapnia,
hipocapnia e hipercapnia significam respectivamente concen-

36
Parte I - Raízes, prefixos e sufixos por grupos temáticos

tração de CO2 no sangue normal, baixa ou alta. Repare-se que


para as concentrações sanguíneas de CO2 não se usa o sufixo
“emia”.
• Pneia significa respiração
– Dispneia é um sintoma que consiste em falta de ar ou em
dificuldade em respirar, como se viu em I.A.. Apneia signifi-
ca não ventilar.
– Ortopneia é o sintoma daqueles doentes que só têm dispneia
quando deitados e apenas conseguem respirar bem na posição
vertical (orto = recto ou perpendicular).
– Platipneia e trepopneia são designações actualmente menos
usadas que significam apenas conseguir respirar em decúbito
ou de lado, respectivamente.

Qdro I.C.4 - Ar e Aparelho Respiratório


Prefixo / Sufixo Significado Exemplos
Aero Ar Aerofagia – Aerocolia
Bronco Brônquios Bronquite – Broncopneumonia – Bron-
quiectasias - Bronquíolos,
…capnia Vapor Normocapnia – Hipo / Hipercapnia
…pneia Respiração Dispneia – Ortopneia - Platipneia -
Trepopneia
Pneu Ar Pneumologia - Pneumotórax – Pneumo-
peritoneu - Pneumotaquímetro – Pneu-
monia

I.C.5. Sangue e Aparelho Circulatório


• Cardio e cordio significam coração, a primeira raiz provenien-
te do grego e a segunda do latim. - Cardiologia é a especiali-
dade das doenças cardíacas. - Pericardites, endocardites e mio-
cardites são as inflamações do pericárdio, do endocárdio e do
miocárdio, estruturas que são, respectivamente, as membranas
que forram o coração por fora, (peri = à volta de), ou por den-
tro (endo = dentro de) e o músculo cardíaco (mio = músculo). -
Miocardiopatias são as doenças do miocárdio não inflamató-

37
Parte I - Raízes, prefixos e sufixos por grupos temáticos

rias. - Electrocardiograma e Ecocardiograma são os registos


(grama = traçado ou registo gráfico) da actividade eléctrica
(electro) ou dos ecos (eco) gerados pela reflexão dos ultrasons
no coração. Précórdio é o nome da parte do peito à frente do
coração (pré = à frente). Dor précordial é a dor dessa região, a
mais típica da doença das artérias do coração.
• Aurícula e ventrículo significam orelha pequena e ventre
pequeno (culo = pequeno). As aurículas e os ventrículos são
assim designados porque os antigos autores que os identifica-
ram viram neles pequenas orelhas e pequenos ventres do cora-
ção.
• Corona significa coroa. As artérias que irrigam o coração cha-
mam-se coronárias, porque os troncos principais se dispõem
em coroa, dando a volta do coração, delas saindo os seus diver-
sos ramos.
• Vasculo e angio significam vasos, (vaso vem de vasculo).
– Vasculites são inflamações dos vasos. - Vasculopatia é um
termo genérico para doença de vasos.
– Uma coisa que diga respeito ao coração é cardíaca; se respei-
tar aos vasos mas não ao coração é vascular. Se disser respei-
to a ambos diz-se cardiovascular.
– Angiologia é a especialidade médica que se dedica às doenças
dos vasos e sua cirurgia. - Angeíte é sinónimo de vasculite.
Macroangipoatia e microangiopatia são termos do dia a dia
da clínica de diabéticos e significam o envolvimento causado
por esta doença nos grandes (macro), que é do tipo ateroscle-
rótica, ou nos pequenos (micro) vasos, do rim, da retina e dos
nervos. - Angiografia é o exame dos vasos, o que implica a
administração de contraste, porque as partes moles não se
vêm no RX simples. - Angiogénese significa a criação de
novos vasos

38
Parte I - Raízes, prefixos e sufixos por grupos temáticos

• Esfigmo significa pulso. A pressão do pulso, ou seja a pressão


arterial é medida com esfigmomanómetros. (esfigmo + mano =
pressão + metro = aquele que mede) (ver I.I). Taquicardia e
bradicárdia quando detectadas no pulso deveriam dizer-se
taquisfigmia e bradisfigmia.2
• Flebo (ou veno) e capilar (capilum) significam veia e cabelo.
Para as artérias não há prefixo próprio, pois a sua raiz condiz
com a palavra actual.
– Flebite é a inflamação duma veia e quando isso é provocado
por um trombo diz-se uma tromboflebite. - Flebologia é o
capítulo da Angiologia que estuda as veias. - Flebografia é
uma angiografia venosa.
– Venoconstrição e venodilatação são a contracção e dilatação
venosas, que não se dizem fleboconstrição nem flebodilata-
ção. - Fármacos flebo ou venoprotectores são os que prote-
gem as veias e as tonificam.
– Os capilares designam-se assim por serem vasos finos como
cabelos. - A capilarização dum tecido tem a ver com a sua
irrigação. No entanto a palavra também é usada com referên-
cia aos cabelos propriamente ditos: loção capilar,
• Hema, hemo e emia. As duas primeiras significam sangue e a
terceira refere-se à concentração de algo no sangue.
– Hematologia é a especialidade médica das doenças do san-
gue. - Hematológico ou hemático é tudo o que diga respeito
ao sangue. - Hemácias é o outro nome (menos usado) dos

2
Taquicardia e bradicárdia significam coração a bater depressa ou devagar e
taquisfigmia e bradisfigmia significam pulso rápido ou lento, mas a diferença não é
apenas etimológica. Na maioria das condições, todos os batimentos do coração são
traduzidos numa pulsação, pelo que na maioria dos casos os conceitos são sobrepo-
níveis. Mas em certas disritmias cardíacas (dis = perturbação), pode haver batimen-
tos cardíacos que não se traduzam numa onda de pulso, e aí faz sentido esta destrin-
ça terminológica. Mas em condições fisiológicas os conceitos são sobreponíveis.

39
Parte I - Raízes, prefixos e sufixos por grupos temáticos

glóbulos vermelhos, dado serem as células mais numerosas


do sangue. - Hematopoese é o processo de fabricação das
várias células do sangue (ver I.E). - Hematose é o processo de
oxigenação do sangue que ocorre nos pulmões. -Hematoma é
uma acumulação fechada de sangue (oma = acumulação de). -
Hemartrose é o derrame hemático duma articulação (arto =
articulação)
– Hemorragia significa um corrimento de sangue. - Hemoperi-
toneu e hemotórax significam derrame de sangue dentro da
cavidade peritoneal ou pleural. – Hemofilias são doenças em
que há tendência para sangrar (filia = tendência para).
– Anemia significa etimologicamente ausência de sangue.
Como se sabe não se trata de ausência completa mas da falta
de hemoglobina. Porém foi assim que os antigos interpreta-
ram a palidez que se observa nestas situações. – O contrário
de anemia é hiperémia (hiper + emia) que significa excesso
de sangue num local, por exemplo em resultado duma massa-
gem ou de qualquer processo patológico. Por isso, a propósito
duma zona que está congestionada de sangue, os médicos
dizem frequentemente que está hiperemiada. - Leucemia é
uma doença cancerosa da medula óssea, onde se fabricam as
células do sangue, que entram em reprodução desordenada, e
que se traduz no aparecimento de grandes concentrações de
leucócitos no sangue (leuco e emia).
– Calcemia, glicemia, potassémia, natrémia e uricémia a signi-
ficam respectivamente as concentrações sanguíneas de cálcio,
glucose, potássio, sódio (símbolo Na) e de ácido úrico. Tal
como se explicou em I.A.. adicionando os prefixos normo,
hipo ou hiper indica-se se estas concentrações são normais,
baixas ou elevadas.
– Hemoglobina é a globina (tipo de proteína) predominante no
sangue, ou seja a dos glóbulos vermelhos.

40
Parte I - Raízes, prefixos e sufixos por grupos temáticos

Quadro I.C.5 - Sangue e Aparelho Circulatório


Prefixo / Significado Exemplos
Sufixo
Angio Vaso Angiologia – Angeíte – Angiopatia - Angio-
grafia - Angiogénese
Aurícula Orelha pequena Aurículas do coração
Capilar Cabelo Capilarização
Cardio Coração Cardiovascular – Cardiologia - Endocardite
– Miocardite - Miocardiopatia Pericardite –
Electrocardiograma
Ecocardiograma
Cordio Précordio – Dor précordial
Corona Coroa Coronárias
…emia Concentração no Glicemia – Calcemia – Uricemia - Potassé-
sangue mia – Natrémia - etc.
Anemia - Hiperémia - Leucemia
Esfigmo Pulso Esfigmomanómetro
Taquisfigmia - Bradisfigmia
Flebo Veia Flebite – Tromboflebite
Flebologia - Flebografia
Hema Sangue Hematologia – Hemácia - Hematoma
Hemático – Hematopoese - Hematemese -
Hemartrose - Hemoptise –
Hemoglobina
Hemo Sangue Hemorragia - Hemofilia
Hemoperitoneu - Hemotórax
Trombo Trombo Trombose – Trombolítico
Vasculo Vaso Cardiovascular
Vasculite - Vasculopatia
Veno Veia Venoconstrição – Venoprotector
Ventrículo Ventre pequeno Ventrículos do coração

I.C.6. Aparelho Digestivo


• Láparo significa abdómen, como se estudou em I.C.1.
• Oro e Estoma ou estomato significam boca.
– Oral é tudo que se relaciona com a boca
– Estomatologia é a especialidade médica que trata da boca e
suas estruturas e não apenas dos dentes. - Estomatites são

41
Parte I - Raízes, prefixos e sufixos por grupos temáticos

inflamações da boca. - Xerostomia significa boca seca (xero =


seco)
– Uma anastomose (ana = construir + estoma = boca + ose =
alteração) é um curto circuito entre duas zonas, seja entre dois
vasos, seja entre dois pontos do mesmo vaso, seja entre duas
zonas do tubo digestivo, com o intuito de ultrapassar uma
obstrução. Assim a anastomose funciona como que uma boca,
chamada estoma que une as duas zonas. Tanto temos anasto-
moses naturais, no nosso sistema circulatório, como temos
anastomoses cirurgicamente criadas, operações a que se apli-
ca o sufixo estomia. - Colostomia é fazer terminar o cólon na
pele do abdómen, passando o paciente a usar um saco plástico
que vai renovando, onde vão sendo colectadas as fezes que
produz; trata-se duma operação usada em certos cancros ou
outras obstruções do cólon. - Uma gastroileostomia significa
criar uma anastomose entre o estômago e o íleo, que é a por-
ção terminal do intestino delgado: esta é a mais radical das
operações da obesidade. - Uma traqueostomia é abrir uma
comunicação entre a traqueia e a pele anterior do pescoço,
por onde passa um tubo que permite ao paciente respirar, em
casos de obstrução da via aérea.
• Orexia significa apetite, dado que é a vontade de ingerir pela
boca. Daí as palavras anorexia (an = contrário de ) e hiperore-
xia significando falta de apetite e apetite excessivo. De realçar
que “anorexia” não é nome de doença mas sim o sintoma falta
de apetite. “Anorexia nervosa” é que é o nome completo da
doença vulgarmente chamada simplesmente de “anorexia”.
Porque anorexia surge sempre que temops febre ou estamos
doentes. – Ortorexia é o novo fundamentalismo de só comer
alimentos cem por cento saudáveis.

42
Parte I - Raízes, prefixos e sufixos por grupos temáticos

• Gastro e entero significam estômago e intestino. Por isso a


especialidade médica que estuda e trata as doenças do aparelho
digestivo é a Gastroenterologia.
– Gastrites são inflamações do estômago e úlcera gástrica é
uma úlcera do estômago. - Gastrostomia, é a criação dum
estoma entre o estômago e a pele, quando um doente tem uma
obstrução inultrapassável do esófago, que não permite qual-
quer alimentação por via oral. – Gastrojejunostomia é a cria-
ção dum estoma entre o estômago e o jejuno
– Enterites são inflamações do intestino. - Enterobactérias são
as bactérias que vivem no intestino, e que integram a chama-
da flora intestinal. - Enterorragia é um tipo de hemorragia
proveniente do tubo digestivo.
• Peps(o) significa digestão. Dispepsia é um termo vago que
apenas indica digestões difíceis ou qualquer outra perturbação
da digestão. – Substâncias eupépticas são as que facilitam a
digestão (eu = adequado). – Pepsina foi o primeiro enzima
digestivo a ser descoberto. – Úlcera péptica é a úlcera (ferida)
dos órgãos da digestão, concretamente do estômago e/ou do
duodeno.
• Emese significa vómito. Hematemese é o vómito de sangue
(hema = sangue) e significa uma hemorragia grave no estôma-
go ou no duodeno. - Antieméticos são fármacos contra o enjoo
e fármacos emetizantes aqueles que se usam para provocar o
vómito, como no caso das intoxicações por produtos degluti-
dos. - Hiperemese gravídica é a condição bem conhecida do
enjoo pronunciado das grávidas: hiper + emese.
• Cisto quer dizer bexiga, como veremos em I.C.7.c. Apesar de
estarmos a estudar agora os prefixos do aparelho digestivo,
introduzimos aqui o prefixo de bexiga porque vem a propósito
para os seguintes.

43
Parte I - Raízes, prefixos e sufixos por grupos temáticos

• Col(e) e colo. Col e cole têm a ver com tudo que é biliar. Colo
significa cólon (ou intestino grosso). Portanto, não confundir
cole com col. Colo não é o prefixo que indica os colos do orga-
nismo, cujo prefixo é cérvico, como referido em I.C.1.
– Col - Colúria é uma urina escura, da cor vinho do Porto,
devida à presença de bílis ou substâncias provenientes do seu
metabolismo (col + uria). - Colangite é a inflamação (ite) das
vias biliares, etimologicamente dos vasos (angio) biliares. -
Colangiografia o exame em que se vêm as vias (vasos) bilia-
res após injecção de contraste.
– Cole - Colecisto é a bexiga (cisto) que guarda a bílis, ou seja
a vesícula biliar. Portanto, colecistite é a inflamação da vesí-
cula. – Colecistoquinina é a hormona que a faz contrair. -
Mas o canal que sai da vesícula biliar chama-se cístico,
embora seja um canal biliar e não urinário.
– Colo - Colonoscopia é a observação para dentro do cólon
com um colonoscópio (escopia = espreitar). - Colite é qual-
quer inflamação do cólon e colopatias ou colonopatias são as
doenças do cólon. A maioria das pessoas que diz ter colite, de
facto não a tem, pois não se trata duma doença inflamatória
(ite = inflamação), mas sim da chamada colopatia espástica,
exemplo paradigmático das doenças psicossomáticas. Exis-
tem colites propriamente ditas que são situações mais sérias.
• Hepato e espleno significam fígado e baço respectivamente
– Hepático é tudo que diz respeito ao fígado. - Hepatologia é a
sub-especialidade da Gastroenterologia que se dedica ao fíga-
do. - Hepatopatia é uma doença do fígado. - Hepatites são as
hepatopatias inflamatórias. - Hepatomegalia é o aumento de
dimensões do fígado.
– Esplénico é tudo o que diz respeito ao baço. - Esplenomegalia
é o aumento de dimensões do baço. - Esplenocontracção é a
contracção do baço.

44
Parte I - Raízes, prefixos e sufixos por grupos temáticos

Quadro I.C.6 - Abdómen, Órgãos Digestivos e Urinários


Prefixo / Significado Exemplos
Sufixo
Oral Boca Saúde oral - Oralidade
Orexia Apetite Anorexia – Hiperorexia - Ortorexia
Col Bílis Colúria – Colangite - Colangiografia
Colecisto Vesícula Colecistite- Colecistoquinina
biliar
Colo Cólon Colonoscopia – Colite – Colo(no)patia
Copro Fezes Coprolito - Coprolália
Exame coprológico - Coprocultura
Emese Vómito Hematemese - Hiperemese
…emese Antieméticos – Emetizante
Entero Intestino Gastroenterologista – Enterites
Enterobactérias – Enterorragias
Espleno Baço Esplénico – Esplenomegalia
Esplenocontracção
Estoma Boca Estomatologia – Estomatites - Estoma – Xerosto-
…ostomia mia - Anastomoses – Colostomia
…estomia Gastroileostomia - Traqueostomia
Gastro Estômago Gastroenterologia - Gastrite
Gastrostomia - Gastrojejunostomia
Hepato Fígado Hepático – Hepatologia - Hepatopatia
Hepatite – Hepatomegalia
Laparo Abdómen Ver I.C.1.
Onfalo Umbigo Onfalite
Peps(o) Digestão Dispepsia – Pepsina – (Eu)Péptico
Procto Ânus Proctologia - Proctite – Proctalgia

• Onfalo significa umbigo. Onfalite é a inflamação do umbigo.


• Procto significa ânus. - Proctologia é a sub especialidade que
se dedica às doenças do recto e ânus. - Proctite é uma inflama-
ção do ânus e proctalgia é a dor do ânus.
• Copro significa fezes. Exame coprológico é o exame laborato-
rial das fezes. A parte deste exame que consiste em ver quais
os micro-organismos que nelas crescem chama-se Coprocultu-
ra. - Coprolito (lito = pedra) é um cálculo, (pequena pedra),

45
Parte I - Raízes, prefixos e sufixos por grupos temáticos

que surge nas fezes. - Coprolália é falar aos palavrões (lália =


fala), etimológicamente ter sempre a porcaria na boca!
I.C.7. Aparelho Génito-urinário
I.C.7.a. Prefixos de órgãos sexuais masculinos
• Andro é o prefixo de masculino. Foi estudado em I.B
• Testo e orqui significam testículos.
– Testosterona é a hormona por eles produzida.
– Orquite é a inflamação dos testículos. Orquipexia é a fixação
cirúrgica (pexia ver I.O) dos testículos.
• Prost é um prefixo que significa não pertencente a e deu ori-
gem a palavras como
– Próstata, que, embora pertencendo ao aparelho genital mas-
culino, não pertence à continuidade da via que começa no
rim e acaba na uretra, como que não pertencendo a ele.
– Grupo prostético das proteínas (no caso das proteínas com-
plexas) é a parte não proteica que se encontra ligada à cadeia
peptídica das proteínas, mas que não pertence a ela, como é o
grupo heme da hemoglobina, a parte lipídica das lipoproteí-
nas e os nucleótidos das nucleoproteínas.
– Prostituta é, de modo semelhante e etimologicamente, a
mulher que está com um homem mas não pertence a ele.
I.C.7.b. Prefixos de órgãos sexuais femininos
• Gin ou gine significa mulher ou feminino. Ver em I.B
• Masto significa mama e integra prefixos e sufixos.
– Mastite é a inflamação, geralmente de causa infecciosa das
mamas. - Mastodinia significa dor (dinia = dor) nas mamas. -
A mastopatia fibroquística (patia = doença) é a frequente
alteração mamária em que surgem quistos e aumento do seu
tecido fibroso. - Mastocitos são células presentes nos tecidos

46
Parte I - Raízes, prefixos e sufixos por grupos temáticos

conjuntivos de todo o organismo em forma de mama (masto e


cito). São as células da alergia, pois produzem a histamina.
– Ginecomastia significa mamas de tipo feminino (gine e mas-
to). Naturalmente, esta palavra só faz sentido em indivíduos
do sexo masculino.
• Ooforo significa ovário. Ooforectomia uni ou bilateral é a
ablação cirúrgica de um dos dois ovários, respectivamente.
• Salpingo significa a trompa de Falópio. Salpingite é a inflama-
ção da trompa. - Salpingografia é o exame imagiológico das
trompas. – Piosalpinge é pus (pio) nas trompas.
• Histero e Metrio ambos significam útero.
– Histerectomia e Histerosalpingografia significam respecti-
vamente ablação do útero e o exame radiológico em que se
injecta contraste no colo do útero até às trompas, o que per-
mite a visualização destes órgãos. - Histeria é uma palavra
comum, utilizada para descrever reacções com descontrole
emocional dum determinado tipo, mais frequentes em mulhe-
res. Etimologicamente a palavra significa reagir com o úte-
ro!!!
– Miométrio e endométrio são respectivamente as camadas
muscular (mio) e interior (endo) do útero. - Endometriose é
uma doença caracterizada pela proliferação excessiva do teci-
do endometrial que invade órgãos vizinhos.
– Metrorragias são hemorragias provenientes da cavidade ute-
rina, mas não de origem menstrual.
• Meno aplica-se a tudo que respeita à menstruação. Mas na rea-
lidade Mén significava mês, como se pod ever na palavra
“mensal”. “Mês” deu origem à palavra menstruação.
– Menopausa é, etimologicamente, a pausa (paragem) das
menstruações. - Amenorreia é ausência de menstruação (a =
contrário de, ver I.A, meno e rreia= corrimento).

47
Parte I - Raízes, prefixos e sufixos por grupos temáticos

– Oligomenorreia e polimenorreia significam respectivamente


menstruação pouco ou demasiado frequente. - Hipomenorreia
e hipermenorreia significam respectivamente menstruação
escassa ou excessivamente abundante.
– Menorragias são o grau máximo da poli ou da hipermenor-
reia: são hemorragias que surgem durante o período mens-
trual. - Menometrorragias são hemorragias de proveniência
uterina, mas em que o médico não sabe determinar se surgem
apenas durante o período menstrual, caso em que se chama-
riam menorragias, ou fora dele, caso em que se chamariam
metrorragias. É pois um termo menos preciso que abrange as
duas formas.
– Menarca é o aparecimento da primeira menstruação (do gre-
go, arkhé = começo).
• Toco significa parto. Tocólogo é a outra designação de obste-
tra, ou seja o especialista em partos. - Parto eutócico e distóci-
co é respectivamente um parto normal ou difícil ou complica-
do (ver “eu” e “dis” em I.A).
• Colpo significa vagina: Colpite, colpocitologia e colporragia
significam respectivamente inflamação vaginal (ite), estudo das
células obtidas dum esfregaço vaginal (colpo + cito + logia) e
hemorragia vaginal propriamente dita e não de origem mens-
trual (rragia).
I.C.7.c. Órgãos do aparelho urinário
• Cisto e vesico ambos querem dizer bexiga, que por sua vez sig-
nifica saco com líquido. Por isso o povo chamava bexigas à
varíola, que era uma doença que provocava bolhas líquidas na
pele. Quando “cisto” é antecedido do prefixo “cole” que signi-
fica biliar, colecisto significa vesícula biliar, como se estudou
em I.C.6.

48
Parte I - Raízes, prefixos e sufixos por grupos temáticos

Quadro I.C.7 – Sexo e órgãos sexuais


Prefixo / Significado Exemplos
Sufixo
Andro Masculino Ver I.B
Cisto Bexiga Cistite – Cistocelo – Cistografia - Blastocisto -
Quisto
Colpo Vagina Colpite – Colporragia - Colpocitologia
Gin/Gine Mulher Ver I.B
Histero Útero Histerectomia – Histeria -
Histerosalpingografia
Mast(o) Mama Mastite – Ginecomastia - Mastodinia – Mastopatia -
Mastocitos
Meno Menstruação Menarca – Menopausa – Amenorreia - Oligo e
Polimenorreia - Hipo e Hipermenorreia – Menorra-
gias - Menometrorragias
Metro Útero Miométrio – Endométrio - Endometriose
Metrio Metrorragias - Menometrorragias
Nefro Rim Nefrite – Nefrotóxico – Nefropatia - Nefrectomia –
Nefrostomia - Glomerulonefrite
Ooforo Ovário Ooforectomia
Orqui Testículo Orquite - Orquipexia
Pielo Bacinete Pielonefrite – Parapiélico
Prost Não pertence Próstata - Prostético - Prostituta
Salpingo Trompa de Salpingite - Salpingografia
Falópio
Testo Testículo Testosterona
Toco Parto Tocólogo
Vesico Bexiga Vesical – Vesicante
– Cistite é uma inflamação da bexiga e corresponde à maioria
das infecções urinárias. - Cistocelo é o prolapso da bexiga
duma mulher pela sua vagina (celo = quisto que por sua vez
significa tumor líquido). - Cistografia é a imagem da bexiga,
através de contraste diluído na urina ou injectado na bexiga. –
Blastocisto é uma fase precoce do embrião em que ele parece
uma vesícula. – É daqui que vem a palavra quisto, pequena
bexiga ou bolha com líquido.
– Vesical é o adjectivo aplicado à bexiga. - Vesicantes são os
produtos que fazem bolhas (pequenas bexigas) na pele.

49
Parte I - Raízes, prefixos e sufixos por grupos temáticos

• Nefro significa rim. Nefropatias são as doenças (patia) renais


e, quando com componente inflamatório designam-se nefrites
(ite). Estas têm subtipos, como por exemplo as glomerulonefri-
tes em que a alteração está ao nível dos glomérulos renais. -
Nefrotóxicas são as substâncias ou medicamentos que agridem
os rins. - Nefrectomia é a extirpação cirúrgica dum rim (ver
ectomia em I.O.) e nefrostomia (ver estomia em I.C.6) é ligar o
bacinete à pele, deixando o rim a eliminar a urina que produz
pela via cutânea.
• Pielo significa o bacinete renal. Pielonefrites são inflamações
de origem infecciosa do bacinete renal que se podem estender à
totalidade dor rim. - Parapiélico significa ao lado do bacinete
(para = ao lado de).
I.C.8. Aparelho Locomotor e Membros
Vamos primeiro ver as raízes que indicam o tipo de tecidos e
estruturas e, seguidamente, as que indicam as várias regiões dos
membros
I.C.8.a. Prefixos que indicam estruturas e tecidos
• Osteo significa osso. Osteologia é o capítulo da Anatomia que
estuda os ossos. - Osteóide é a substância progenitora do tecido
ósseo. - Osteíte e osteomielite significam respectivamente
inflamação (geralmente infecciosa) do osso ou a partir da sua
medula (mielo = medula - ver I.C.1), pelo que esta é um termo
mais preciso que aquela. - Osteocitos, osteoblastos e osteoclas-
tos são diferentes tipos de células ósseas, referidos em I.C.2.
Osteomas e Osteossarcomas são tumores benignos e malignos,
respectivamente, do osso.
• Condro significa cartilagem. Condrocitos são as células especí-
ficas da cartilagem. - Osso condral é aquele que contacta com a
cartilagem que o forra. - Pericôndrio é a camada que envolve a
cartilagem (peri = à volta de). - Condromalácia é uma forma

50
Parte I - Raízes, prefixos e sufixos por grupos temáticos

de amolecimento da cartilagem. - Condromas e condrosarco-


mas são tumores benignos e malignos, respectivamente, da car-
tilagem.
• Artro significa articulação. Artrocentese é aspirar líquido do
interior duma cavidade articular (ver centese em I.O). - Artros-
copia consiste em espreitar para dentro da articulação (escopia
= espreitar) com auxílio dum artroscópio. Antes de haver
artroscópios tinham de se fazer artrotomias (tomias = cortar),
ou seja abrir a articulação, com a respectiva maior demora de
recuperação. - A artrose, talvez a doença mais frequente dos
adultos, é a degenerescência não inflamatória da articulação
(ose = degenerescência), em que a primeira estrutura a degene-
rar é a cartilagem.
• Sindesmo significa ligamento ou ligado. Assim, uma sindes-
mose é a união fixa de ossos, como no caso dos ossos do crâ-
nio. Sindesmofitos são saliências ósseas que crescem como que
plantas (fito = planta) nas extremidades vizinhas de dois ossos
e que quando se juntam tornam a articulação rígida.
• Teno significa tendão. Tenossinovite significa inflamação
simultânea do tendão e da bainha sinovial que o envolve. -
Tenotomia é o corte cirúrgico dum tendão. A tenotomia dos
músculos adutores das coxas é um termo em moda, por ser uma
das possíveis terapêuticas da pubalgia dos desportistas.
• Mio e sarco significam músculo. “Sarco” é usado na grande
maioria das vezes para indicar músculo, mas na realidade signi-
fica carne, como na doença sarcoidose.
– Miosite e miopatia significam respectivamente inflamação e
doença muscular. - Miomas e miossarcomas são tumores
musculares. - Os vulgares miomas uterinos são geralmente
fibromiomas, ou seja compostos por tecido fibroso e miomé-
trio. - Miocitos são as células musculares, também chamadas

51
Parte I - Raízes, prefixos e sufixos por grupos temáticos

de fibras musculares. - Miorrelaxantes são os fármacos que


promovem relaxamento dos músculos, que se usam quando
eles estão contracturados.
– Sarcopenia é a falta de massa muscular (penia = falta). - Sar-
cómero é a unidade básica do músculo (mero = parte). – Sar-
coplasma é o citoplasma dos miocitos.
• Rabdo e leio - Há dois tipos básicos de tecido muscular: o
estriado, indicado por Rabdo e o liso, indicado por leio.
– Rabdomiólise é a destruição do tecido muscular (lise = des-
truição). - Rabdomiossarcoma é um tumor maligno, do tipo
sarcoma, proveniente do músculo estriado.
– Leiomioma é um tumor benigno do músculo liso.
I.C.8.b. Prefixos que indicam regiões dos membros
• Oma e Escápulo significam ombro, embora escapulo seja mais
específico no sentido de omoplata.
– Omalgia é dor do ombro.
– A articulação escapulo-umeral é a articulação do ombro, ou
seja, da omoplata com o úmero. - Escapula alata é designa-
ção latina que se usa para as omoplatas em asa, que se vêm
em certas crianças (ala = asa).
• Braqui significa braço mas também quer dizer curto.
– A artéria bráquiocefálica é aquela cujos ramos se destinam ao
braço e metade da cabeça homolaterais. - O plexo braquial é
o conjunto de ramos nervosos para o braço.
– Braquidactilia são dedos curtos. – O próprio braço foi assim
chamado porque é mais curto que a perna!
• Mano significa mão mas também pressão.
– Manual é tudo aquilo que se refere à mão.
– Manometria significa medir a pressão. O esfigmomanómetro
(esfigmo = pulso) mede a pressão do pulso, ou seja a pressão
arterial.

52
Parte I - Raízes, prefixos e sufixos por grupos temáticos

• Dáctilo e digito significam dedo e daí a palavra digital. A tec-


nologia digital é assim chamada devido a esta mesma raiz. –
Dactilografia é escrever com os dedos (em teclado) e braqui-
dactilia são dedos curtos. – Aracnodactilia são dedos em ara-
nha, ou seja compridos e finos.
• Onico significa unha. Onicofagia é roer as unhas (fagia =
comer) e onicomicoses são as micoses, ou seja infecções a fun-
gos, das unhas.
• Pelvi e Coxo significam bacia e anca respectivamente.
– Pelviperitonite é uma peritonite confinada à zona pélvica, ou
seja à cavidade peritoneal da bacia.
– Articulação coxofemural é a da anca, ou seja do ilíaco com a
cabeça do fémur. - Coxalgia etimologicamente é dor na anca,
embora o termo se tenha reservado para a sua etiologia tuber-
culosa. - Coxartrose é a artrose da anca.
• Cruro significa coxa. O nervo crural é um dos que enerva a
coxa. - Um gesso cruropodálico é uma imobilização gessada
que vai do pé ao meio da coxa.
• Gon significa joelho e gónio significa ângulo. Em qualquer dos
casos é algo que se dobra num plano.
– Gonartrose é a artrose do joelho. Gonalgia significa dor do
joelho.
– Goniómetro é um aparelho para medir os ângulos entre os
segmentos corporais ou entre outras peças, ou seja, qual o
ângulo de dobragem a que se encontram. – Gonioscopia é o
exame do ângulo da câmara anterior do olho.
• Suro significa perna. Sural é tudo aquilo que lhe respeite.
• Podo significa pé, mas também se usa com a conotação de pas-
sos. Não confundir podo com pedo (criança ver I.B).

53
Parte I - Raízes, prefixos e sufixos por grupos temáticos

Quadro I.C.8 - Aparelho Locomotor e Membros


Prefixo/ Significado Exemplos
Sufixo
Artro Articulação Artrocentese - Artroscopia
Artroscópio – Artrotomia – Artrose
Braqui Braço Braquiocefálico - Plexo braquial - Braqui-
dactilia
Condro Cartilagem Condrocito – Condral - Condroma
Pericôndrio - Condromalácia
Anca Coxofemural – Coxalgia - Coxartrose
Cruro Coxa Crural - Cruropodálico
Dactilo Dedo Braquidactilia - Aracnodactilia
Digito Dedo Digital
Escapulo Ombro (omoplata) Escapulo-umeral - Escapula alata
Gono Joelho Gonalgia – Gonartrose
Gonio Ângulo Goniómetro - Gonioscopia
Leio Músculo liso Leiomioma
Mano Mão Manual
Pressão Esfigmomanómetro – Manometria
Mio Músculo Miosite – Miopatia - Miorrelaxantes
Mioma – Miossarcoma – Miocitos
Oma Ombro Omalgia
Onico Unha Onicofagia - Onicomicose
Osteo Osso Osteologia – Osteóide - Osteíte
Osteomielite – Osteocitos
Osteoblastos – Osteoclastos
Pelvi Bacia Pelviperitonite
Podo Pé Podologia – Podologista - Podiatra –
Podómetro – Podagra
Rabdo Músculo estriado Rabdomiólise - Rabdomiossarcoma
Sarco Músculo Sarcopenia – Sarcoplasma - Sarcómero
Sindesmo Ligado /Ligamento Sindesmose - Sindesmofito
Suro Perna Sural
Teno Tendão Tenossinovite – Tenotomia

– Podologia é a área que estuda os pés e seus problemas. - Ges-


so cruropodálico já foi acima explicado. - Podiatra é o médi-
co (iatra = médico) que se dedica aos pés, apesar da maioria
dos podologistas não serem médicos. - Podómetro é um con-

54
Parte I - Raízes, prefixos e sufixos por grupos temáticos

tador de passos. Não se deve dizer “pedómetro”. – Podagra é


a dor aguda dos pés, termos que se reserva para a sua etiolo-
gia gotosa.
I.C.9. Sistema Nervoso e suas funções
Para além das já referidas noutras secções, nomeadamente I.C.3,
temos ainda
• Neuro e nevro significam nervo. O primeiro é mais usado
– Neuropatias são doenças do sistema nervoso, guardando-se
geralmente esta designação para as dos nervos periféricos. –
Neurogéneo é tudo aquilo que parte do sistema nervoso
(géneo = origem); por isso dizer sintomas psicossomáticos ou
neurogéneos é equivalente. – Neuroquímica é a bioquímica
do sistema nervoso. – Neuroma é um tumor dum nervo. –
Neurose é um grupo de alterações psíquica
– Neurologia é a especialidade que trata as doenças do sistema
nervoso. O público leigo tem tendência a confundir Neurolo-
gia com Psiquiatria. Neurologia trata as doenças orgânicas
deste sistema, como qualquer outro especialista trata as da
sua área: os AVCs, os tumores, as epilepsias, as infecções do
sistema nervoso, etc. Os psiquiatras tratam as doenças men-
tais.
– Polinevrites são inflamações de vários nervos. – Uma
nevralgia é uma dor nas zonas enervadas por um dado nervo
e costumam ser dores muito intensas.
• Frenia é mente. Oligofrenia é atraso mental (oligo = pouco). -
Ciclofrenia é a excessiva variação (cíclica) entre estados
maníacos e depressivos, aquilo a que se chama psicose bipolar.
– Esquizofrenia é a dissociação completa da mente, dividida
entre várias realidades (esquizo = dividir).
• Mnesis significa memória. Amnésia é falta de memória e foi
explicada em I.A. – Anamnese é construir (ana) o diagnóstico

55
Parte I - Raízes, prefixos e sufixos por grupos temáticos

do doente com base nas suas memórias, ou seja fazer a história


clínica.
• Artria, fasia e lalia têm a ver com falar. As palavras que origi-
nam são muito relacionadas mas têm significados diferentes.
Artria tem a ver com a capacidade de articular palavras. Fasia
significa fala, no sentido de escolher as palavras. Lalia refere-
se ao conteúdo da fala.
– Disartria e anartria significam a dificuldade ou a incapaci-
dade de articular as palavras que se querem dizer, como é
frequente nos acidentes vasculares cerebrais (AVCs) do
hemisfério esquerdo. O doente sabe o quer quer dizer, o con-
teúdo é apropriado mas não consegue articular. É uma inca-
paciade motora de falar e não da linguagem.
– Disfasia e afasia significam a dificuldade ou a incapacidade
de se exprimir pela linguagem, seja oral ou escrita, não
sabendo usar as palavras adequadas. Também é vulgar nos
AVCs da mesma localização.
– Dislália e coprolália significam respectivamente ter dificul-
dade na fala e falar sempre de modo grosseiro e com pala-
vrões (copro = fezes na fala!!!).
• Hipno significa sono. Hipnose, hipnóticos significam, respec-
tivamente, um estado de adormecimento e substâncias que
fazem dormir.
• Narco é um sufixo vizinho mas que significa embotamento,
estupor. – Narcose é este estado e narcolépsia é colocar um
indivíduo num estado obnubilado. – Narcóticos são os produ-
tos que alteram a consciência do indivíduo.
• Timo significa humor. Por isso a glândula do timo foi assim
chamada, por se assumir que era importante (como se veio a

56
Parte I - Raízes, prefixos e sufixos por grupos temáticos

demonstrar) para os humores do organismo3, neste caso no que


concerne às células da imunidade. - Eutimizantes são fármacos
que visam normalizar as alterações crónicas do humor (eu =
apropriado – ver I.A). - Distimia significa de modo inespecífi-
co perturbação do humor. – Timolépticos são fármacos que
acalmam os humores mais agitados (léptico = calmante).

Quadro I.C.9 - Sistema Nervoso e suas funções


Prefixo/ Significado Exemplos
Sufixo
…artria Articular palavras Disartria – Anartria
…fasia Falar Afasia – Disfasia
…frenia Mente Oligofrenia – Esquizofrenia - Ciclofrenia
Hipno Sono Hipnose – Hipnóticos
…lália Dislália – Coprolália
Mnésia Memória Amnésia - Anamnese
Narco Obnubilação Narcose – Narcolépsia - Narcóticos
Neuro Nervo Neuropatia – Neurogéneo - Neuroquímica
– Neuroma – Neurose - Neurologia
Nevro Nervo Nevrite - Nevralgia
Timo Humor Timo – Eutimizante – Distimia – Timolép-
tico

I.D. Ciências, Especialidades e Profissões


• Logia, logista ou logo – Logia vem da palavra logos = tratado
sobre, ou seja a área estuda determinado problema Logista ou
logo é aquele que domina a respectiva logia.

3
A palavra humortem duas acepçõs, mas relacionadas: líquidos do organismo
(humor aquoso, humor vítreo, imunidade humoral) e estados de espírito (bom ou
mau humor). A relação deve-se a que de longa data os autores tiveram a correcta
intuição que o vários estados de espírito se devem à influência de humores líquidos
circulantes no corpo, numa altura em nada se sabia sobre neurotransmissores.. A
origem da palavra melancolia é ilustrativa destas relações, como se explica em I.K.

57
Parte I - Raízes, prefixos e sufixos por grupos temáticos

– Cardiologia, Endocrinologia, Biologia, etc., são as áreas do


saber relacionadas com as doenças do coração, do sistema
endócrino, ou dos seres vivos (bio).
– Os especialistas, na maioria das vezes, terminam em “logis-
ta”: cardiologista, endocrinologista, etc.
– Menos vezes para designar os especialistas usa-se o sufixo
“logo”: biólogo e psicólogo apenas conhecem esta forma,
dado que não se usa biologista nem psicologista. - Antropólo-
go usa-se com muito mais frequência do que antropologista. -
Tocólogo e cardiólogo usam-se como sinónimo de obstetra e
de cardiologista, embora menos vezes.
• Tropia e Filia significam tendência para ou amigo de. Os
adjectivos respectivos …tropo e …filo indicam aqueles que
têm essa tendência, ou seja essa tropia ou filia.
– Pedofilia é a tendência (neste caso sexual) para crianças, exi-
bido pelos pedófilos. - Espasmofilia é a tendência para entrar
em espasmos (contracções musculares involuntárias sustidas).
– Hemofilias são doenças em que há tendência para sangrar
(hemo = sangue). - Neutrófilos, Basófilos e Eosinófilos são os
três tipos de glóbulos brancos do sangue polimorfonucleares
(os outros dizem-se mononucleares), assim chamados con-
forme exibem tendência para os corantes neutros, básicos ou
ácidos (a Eosina é um ácido).
– Acção neurotrópica é agir no sistema nervoso. - As múltiplas
famílias de fármacos existentes dividem-se em dois grupos
básicos: os organotropos, que vão exercer as suas acções nos
vários sistemas do organismo, e os etiotropos, que agem nos
agentes etiológicos ou causais (externos) das doenças que nos
invadem.
• Mania é loucura, mas geralmente é usado para significar o
grau maior, por vezes patológico, das filias ou seja uma obses-
são impulsiva.

58
Parte I - Raízes, prefixos e sufixos por grupos temáticos

– Manicómio é o hospital dos loucos (komeo = tratar).


– Melomania, cleptomania, piromania e toxicomania são, res-
pectivamente, as obsessões pela música, pelo roubo, pelo
fogo ou pelas drogas tóxicas. De notar que aqui o prefixo
“melo” significa música e não negro, como é referido em I.K.
• Fobia é o contrário de filia, ou seja aversão a. Células cromófi-
las são as que têm afinidade para os corantes Células cromófo-
bas são as que os rejeitam. - O termo fobias em Psiquiatria tem
a mesma origem: fobias são repulsas exageradas de certas coi-
sas: agorafobia, claustrofobia, hidrofobia, fotofobia. etc., res-
pectivamente fobias a lugares públicos (agorá = praça, merca-
do), lugares fechados, à água ou à luz. Com a mesma origem
temos xenofobia (xeno = estranho, neste caso estrangeiro - ver
I.B).
• Gnose e Gnóstico significam conhecimento, mas geralmente
no sentido dedutivo. Diagnóstico é chegar à conclusão da causa
dum problema, médico ou não, através dos sinais e sintomas
que a situação apresenta (dia = através de). - Agnóstico é aque-
le que rejeita a existência de Deus, porque entende não ter ele-
mentos que o levem à conclusão de que Ele existe. - Prognósti-
co significa saber antes do fim. O termo tanto se usa fora da
Medicina (prognóstico dum jogo de futebol), como em Medi-
cina. Neste caso, o prognóstico do doente, é antecipar a sua
evolução, o seu tempo de sobrevida, etc. antes dessas situações
terem lugar, com base nos elementos disponíveis do quadro
clínico.
• Clínico é aquele que se inclina ou debruça sobre, neste caso
sobre os problemas de saúde do paciente.
– Em Medicina usa-se muitas vezes a expressão meios clínicos
em oposição a métodos complementares de diagnóstico.
Diagnosticar clinicamente é com base na história que o doen-
te nos conta e o médico aprofunda, seguidamente com base

59
Parte I - Raízes, prefixos e sufixos por grupos temáticos

no exame físico feito pelo médico apenas com os seus órgãos


dos sentidos, potenciados pelos instrumentos portáteis, como
lanterna, estetoscópio, martelo de reflexos, etc.
– “Clínco”pode ser encontrado em outras ciências. Por exem-
plo, em Cristalografia e Mineralogia, os sistemas de cristais
não inclinados eram o cúbico, o ortogonal e o hexagonal. Mas
os cristais inclinados sobre a base numa dada direcção cha-
mam-se monoclínicos, assim como os inclinados nas três
direcções dizem-se triclínicos.
• Clínica tanto é o exercício clínico como o local onde o profis-
sional se debruça sobre os problemas das pessoas que a ele
recorrem. Daí se ter estendido a palavra às clínicas de ténis, de
golfe ou de computadores, respectivamente onde há profissio-
nais que se debruçam sob estes problemas das pessoas ou dos
aparelhos.
• Iatra, iatria e iatro –Todos têm a ver com médico e Medicina.
– Iatra é médico em grego. Fisiatra é o médico que usa os
agentes físicos, ou seja o Médico de Medicina Física e Reabi-
litação. - Podiatra o médico dos pés. - Psiquiatra é o médico
do psiquismo.
– Iatria é Medicina. A Fisiatria é a Medicina através de agen-
tes físicos (o profissional não médico deste ramo designa-se
Fisioterapeuta). - A Cirurgia bariátrica é aquela que corrige
o peso (baro = pressão).
– Iatrgénico (geno = origem) é aquilo que é feito pelo médico.
Aos efeitos adversos procedimentos terapêuticos, medica-
mentosos ou não, chama-se muitas vezes iatrogenia.
• Psique é alma. Daí Psicologia, ciência da alma e psicólogo o
profissional desta ciência. – Psiquiatra é o médico (iatra) da
alma e usa psicofármacos. – Psicoses são alterações mais gra-
ves que as neuroses, pois implicam alteração da percepção da
realidade, da personalidade e da consciência.

60
Parte I - Raízes, prefixos e sufixos por grupos temáticos

Quadro I.D - Ciências, Especialidades e Profissões


Prefixo/ Significado Exemplos
Sufixo
Clínico O que se debruça Clínico – Clínica
Cristais mono e triclínicos
…filia Tendência para Pedofilia – Espasmofilia - Hemofilia
Filo Amigo de Filósofo – Eosinófilo - Neutrófilo –
…filo Basófilo – Cromófilo
Fobia Aversão a Cromófobo – Agarofobia – Claustro-
fobia – Hidrofobia - Fotofobia
Gnóstico Conhecimento Diagnóstico - Prognóstico
Agnóstico
Iatro Médico - Iatrogenia - Cirurgia Bariátrica –
iatra Medicina Fisiatra - Podiatra - Psiquiatra - Fisia-
…iatria (pelo médico) tria - Psiquiatria
Lógia Estudo de Cardiologia - Biologia
Logista Cardiologista, Endocrinologista,
Logo O que sabe de Biólogo – Psicólogo - Antropólogo –
Tocólogo - Cardiólogo
Mania Obsessão Melomania – Cleptomania –
Piromania – Manicómio -
Toxicomania
Psico Da alma Psicologia – Psicólogo - Psiquiatra –
Psicofármaco - Psicose
…tropo Com tendência para Organotropo – Etiotropo - Neurotropo

I.E - Processos vitais, patológicos e doenças


Este é um dos capítulos que vale a pena conhecer melhor, pois
permite entender o significado de inúmeras palavras aparente-
mente inacessíveis.
I.E.1. Termos de origem, de vida e de morte
• Génese e genia significam origem de e gene ou génio ou géni-
co aquele que dá origem a,
– Nas palavras genética, genes e genoma encontra-se facilmen-
te esta raiz. - Órgãos genitais são os que dão origem à vida. -

61
Parte I - Raízes, prefixos e sufixos por grupos temáticos

Patogenia é o estudo dos mecanismos do aparecimento da


doença (pato = doença).
– Genes dão origem ao novo ser. - Oncogenes são genes que
predispõem ao cancro (onco = cancro), e com a mesma raiz
temos substância cancerígena.
– Iatrogénico é tudo aquilo que é originado no médico (iatro =
médico). Por isso se dá este nome aos efeitos adversos das
terapêuticas.
– Fibrinogénio, glicogénio e angiotensinogénio são as subs-
tâncias precursoras, ou seja, que dão origem, à fibrina, à glu-
cose e à angiotensina. – Um antigénio é uma substância que
vai dar origem a outras substâncias contra (anti) si.
• Poese é o sufixo que indica a fabricação ou processo evolutivo
dum dado tipo de célula, desde as suas formas precursoras (ver
I.C.2) até às células adultas. A eritropoese, a leucopoese e a
trombopoese são respectivamente os processos que ocorrem na
medula óssea que dão origem aos eritrocitos, aos leucócitos e
às plaquetas (também designadas de trombocitos), a partir da
diferenciação dos seus precursores. O seu conjunto constitui
assim a Hematopoese ou fabricação (renovação) do sangue
(hemo = sangue).
• Bio e vita significam vida. Biologia é a ciência que estuda a via
ou seja os processos vitais e biólogo o seu profissional.
– Os termos aeróbio e anaeróbio etimologicamente significam
vida em presença do ar ou o contrário disso. Na altura em que
estas palavras foram criadas, os seus autores ainda não
sabiam da existência do oxigénio, que é o responsável pelos
fenómenos aeróbios. Por isso é errado dizer ginástica aeróbi-
ca, quando o termo correcto é “aeróbia”. Se assim fosse, dir-
se-ia “Bicologia” em vez de Biologia. - Micróbios são formas
de vida extremamente pequenas, estudados pela Microbiolo-
gia. - Os antibióticos são assim chamados porque atentam

62
Parte I - Raízes, prefixos e sufixos por grupos temáticos

contra a vida das bactérias que nos invadem (anti = contra). -


Simbiose significa que dois seres vivos diferentes vivem
sempre em conjunto (sin = junto), porque se complementam e
assim asseguram a subsistência um do outro. É nisto que dife-
rem os simbióticos dos parasitas: estes apenas vivem à custa
do hospedeiro, mas nada lhe dão em troca.
– As vitaminas são assim designadas, porque a primeira a ser
descoberta, a vitamina B1, é quimicamente uma amina, e foi
considerada uma amina vital. As palavras vitalidade e sinais
vitais provém da mesma raiz.
• Necro e tanato significam morte.
– Necrologia é o estudo da morte, ou a secção dos jornais que
anuncia as pessoas que morreram. - Necrose é um processo
irreversível: significa a morte celular, o que causa uma dege-
nerescência observável ao microscópio. - Necrobiose é outro
tipo de degenerescência, observável ao microscópio, própria
de células em sofrimento, mas ainda vivas. As células em
necrobiose são ainda viáveis, mas se nada se fizer morrerão
(transição entre necros e bios.). – Necropsia é ver o morto
(opsia = ver), ou seja é aquilo a que menos propriamente se
chama “autópsia”.
– Tanatologia é a área da Medicina Legal que estuda as causas
de morte. – Eutanásia significa deixar morrer de forma apro-
priada e distanásia morte não apropriada. No entanto, a dis-
cussão mediática da eutanásia, é no fundo sobre a distanásia,
que as pessoas confundem por ignorância.

63
Parte I - Raízes, prefixos e sufixos por grupos temáticos

Quadro I.E.1 - Processos vitais


Prefixo / Significado Exemplos
Sufixo
Bio Vida Biologia – Biólogo - Simbiótico
Aeróbio – Anaeróbio – Antibiótico
Micróbio - Microbiologia
Gene Origem Genética – Genes - Genoma – Oncogene
…génio – Cancerígeno - Fibrinogénio - Glicogénio –
Génese Angiotensinogénio - Antigénio - Iatrogénico
Necro Morte Necrologia - Necrose – Necrobiose –
Necropsia
…poese Evolução Hematopoese – Eritrotopoese
Leucopoese - Trombopoese
Tanato Morte Tanatologia – Eutanásia - Distanásia
Vita Vida Vitamina – Vital

I.E.2. Processos fisiológicos ou patológicos


• Ago significa levar a, ou conduzir a. Agonista é a substância
que exerce determinada acção, e a sua oposta é a antagonista. –
Colagogos são as substâncias farmacológicas ou hormonais
que estimulam a secreção de bílis (col = bílis – ver I.C.6) e
galactagogos as de leite (gala = leite – ver I.N.3).
• Bol quer dizer lançar ou lançamento. Metabolismo são as reac-
ções que são lançadas para além dos produtos que lhes dão ori-
gem e a mesma raiz para anabolismo e catabolismo. – Embolia
é algo lançado para dentro dos vasos. – Dar um bolus intra-
venoso é dar a droga macissamente na veia.
• Etio significa a causa de. Assim, a etiologia duma doença é a
sua causa. O diagnóstico etiológico opõem-se assim ao diag-
nóstico sintomático. Os fármacos etiotropos são os que actuam
nos agentes etiológicos que nos invadem.
• Fisio e Pato significam respectivamente funcionamento (nor-
mal) e doença. Por esta razão em Medicina, a palavra fisiológi-

64
Parte I - Raízes, prefixos e sufixos por grupos temáticos

co é usada como sinónimo de normal ou seja saudável, em


oposição a patológico ou doentio.
– Daí Fisiologia, estudo dos mecanismos normais de funcio-
namento dos organismos. Note-se que em grego physio signi-
ficava Natureza: a aplicação desta raiz ao conceito de funcio-
namento normal decorre deste ser de acordo com as leis da
Natureza!
– Patologia é o estudo das doenças. - Patogenia é o estudo dos
mecanismos da doença. - Saber a etiopatogenia duma doença
abarca o conhecimento da sua causa (etiologia) e dos meca-
nismos que a partir desta etiologia originam o quadro clínico
(génese)
– Fisiopatologia é o estudo dos mecanismos em jogo nas doen-
ças, ditos mecanismos fisiopatológicos.
• Ana, cata, lise e lítico4 significam o primeiro construção e os
restantes destruição, no sentido de desatar ou decompor, Mas
ana também pode significar o contrário de, como se viu em I.A
(anatoxina, analéptico).
– Anabolismo é o conjunto dos processos bioquímicos que
levam às sínteses, ou seja à criação de moléculas maiores e
mais complexas, a partir de moléculas mais simples. - Este-
róides anabolizantes são substâncias com estrutura esteróide
(aparentada com o colesterol – ver I.N.2) e que promovem
processos anabólicos, entre os quais o anabolismo muscular,
ou seja a criação de massa muscular.- Anamnese (mnesis =
memória) é construir o conhecimento médico do doente pelas
suas memórias, ou seja pela história clínica. – Anatomia é
construir o corpo humano corte a corte (tomo = corte). –
Anastomose é construir uma boca artificial (ver I.C.6).

4
Lítico também é o adjectivo do sufixo lito que quer dizer pedra, como em Paleolí-
tico ou em Neolítico. Lito no sentido de pedra será estudado em I.N.

65
Parte I - Raízes, prefixos e sufixos por grupos temáticos

– Catabolismo é o inverso de anabolismo, ou seja é o conjunto


das reacções de degradação de moléculas mais complexas,
donde se obtêm moléculas mais simples. A maioria destas
reacções liberta energia. - Hemocaterese é o contrário da
eitropoeseocorre (I.E.1), ou seja a remoção das células do
sangue envelhecidas (Hemo + cata + ese). - Catarse é a
libertação por fragmentos de algo que está acumulado. Este
termo usa-se para vómitos ou diarreias maciças de expurga-
ção, mas também para processos psicológicos. – Catárticos
são fármacos que promovem diarreias profusas.5
– Lise significa destruição de, ou seja, a maioria dos processos
catabólicos dão-se por lise, que é efectuada quase sempre por
substâncias que se dizem líticas (geralmente enzimas). -
Fibrinólise é um processo quer fisiológico, quer farmacológi-
co, para destruir (lisar) a fibrina que se encontra no seio dos
trombos e assim desobstruir vasos trombosados. Fármacos
fibrinolíticos são os que promovem a fibrinólise, usados para
desobstruir estes vasos.
• Crinia significa secretar ou segregar no sentido glandular do
termo. As glândulas (ou as células) podem ser exócrinas, endó-
crinas, parácrinas ou autócrinas.
– Exócrinas (exo = para fora) são as glândulas que secretam
para o exterior do corpo directamente pela pele (sudoríparas e
sebáceas), ou para o interior de cavidades, que por sua vez
drenam para o exterior por cavidades naturais, pelo que os
seus produtos também acabam por alcançar o exterior (saliva-
res, nasais, gástricas, intestinais, pâncreas exócrino, vaginais,
etc.).

5
Nestes dois últimos exemplos, catarse catártico, apesar de começados por “cata”
e fazer sentido a interpretação efectuada, eles provêm duma raiz grega diferente, que
ainda faz mais sentido: Kathaíro que significa purificar.

66
Parte I - Raízes, prefixos e sufixos por grupos temáticos

– Endócrinas (endo = para dentro) são as glândulas que secre-


tam directamente para o sangue, o que significa que o seu
produto de secreção se destina a exercer acções à distância do
local onde foi secretado. Exemplos: hipófise, testículos, pân-
creas endócrino, supra-renal, tiróide e paratiróide, etc. O teci-
do adiposo e outros órgãos que não são classicamente consi-
derados como glândulas também produzem muitas secreções
endócrinas.
– Parácrinas (para = ao lado) são as células que secretam para
a vizinhança, ou seja para o meio extracelular de modo a que
o seu produto de secreção apenas exerça influência nas célu-
las vizinhas.
– Autócrinas (auto = o próprio) são as células que secretam
para si próprias.
• Fagia e fago significa respectivamente comer e aquele que
come.
– Onicofagia quer dizer roer as unhas (onico – ver I. C.8.b).
Geofagia significa comer terra (geo = terra – ver I.N.1).
– Fagocitose significa etimologicamente comer células; é uma
capacidade das células chamadas fagocitos, que destroem
outras, interiorizando-as.
– Macrófagos são as grandes (macro) células do nosso sistema
imunitário que interiorizam dentro de si (comem) agentes
invasores do organismo e são a primeira linha das nossas
defesas. - Antropófagos são homens que se alimentam da car-
ne de outros homens (antropo ver I.B).
• Dipsia significa sede. Polidipsia e adipsia significam respecti-
vamente ter muita sede ou não ter sede.
• Trofia (trofismo) e plasia significam ambos crescimento, mas
de modo diferente.
– Plasia é estudado adiante e tem a ver com nascimento de
novas células.

67
Parte I - Raízes, prefixos e sufixos por grupos temáticos

– Trofia usa-se quando o crescimento duma estrutura é à custa


do aumento da dimensão das células que a constituem. É o
caso da hipertrofia muscular que resulta do exercício.- Ou da
obesidade hipertrófica, em que os adipocitos estão hipertro-
fiados de tanta gordura. - Distrofia significa crescimento
anormal, como sucede com o grupo de doenças chamadas
distrofias musculares ou com a leucodistrofia, doença da
substância branca do cérebro (leuco = branco).

Quadro I.E.2 - Processos que pode ser fisiológicos ou patológicos


Prefixo / Significado Exemplos
Sufixo
Ago Que leva a Agonista – Antagonista – Colagogo - Lacta-
gogo
Ana Construir Anabolismo – Anabolizante – Anastomose
– Anamnese - Anatomia
Bol Lançar Anabolismo - Catabolismo - Metabolismo –
Embolia - Bolus
Cata Destruir Catabolismo – Catarse – Catártico - Hemo-
caterese
Crinia Secretar Exócrino – Endócrino - Parácrino – Autócri-
…crino no
…fagia Comer Onicofagia – Geofagia - Fagocitose
Fago Aquele que come Fagocito - Macrófago - Antropófago
Fisio Funcionamento Fisiologia – Fisiológico - Fisiopatologia
…lise Destruição Fibrinólise
…lítico O que destrói Fibrinolítico
…trofia Crescimento Hipertrofia - Distrofia - Leucodistrofia

I.E.3. Termos de processos sempre patológicos


Aqui temos muitos prefixos e sufixos.
I.E.3.a. Termos gerais relacionados com Patologia
Sintoma, sinal e síndrome - Comecemos por definir estes três
termos tão usuais e relacionados entre si.

68
Parte I - Raízes, prefixos e sufixos por grupos temáticos

– Sintomas são as queixas dos doentes, ou seja o que eles con-


tam, mas que o médico não pode verificar. Apenas está
dependente de acreditar na história do paciente. Por isso se
chamam os dados subjectivos para o diagnóstico.
– Sinal é aquilo que o médico já constata, quer clinicamente
(sinais clínicos) quer laboratorialmente ou com qualquer meio
complementar de diagnóstico (sinais laboratoriais).
– Síndrome é o aparecimento em conjunto de sinais e/ou sinto-
mas aparentemente não relacionados entre si, mas que têm
uma causa comum. Por exemplo: músculos das pernas e cos-
tas, cabeça e nariz aparentemente são estruturas independen-
tes. Mas o síndroma gripal caracteriza-se por cefaleias (dores
de cabeça), mialgias (dores musculares), febre e rinorreia
(corrimento nasal). Há muitos síndromes em Medicina. A
palavra vem de sin = junto e dromo = curso, neste caso evo-
lução.
• Pato, patia e noso significam doença de modo inespecífico:
– Patologia é o estudo das das doenças.- Patológico é tudo
aquilo que não é normal. – Patogenia é o conjunto de meca-
nismos que estão na origem da doença. Quando se estuda
desde o agente etiológico à sua acção patogénica, fala-se em
etiopatogenia – Fisiopatologia é o conjunto de mecanismos
alterados numa situação patológica que originam as suas
cosequências, sinais e sintomas.
– Artropatia, gastropatia, cardiopatia e pneumopatia signifi-
cam respectivamente doença articular, do estômago, do cora-
ção ou pulmonar.
– Nosologia é a listagem das doenças, agrupadas pelas suas
características comuns. – Infecção nosocomial é a que é
adquirida dentro do hospital, palavra que vem do grego noso-
komeion, palavra que significa hospital e que resulta de nosos
= doença + komeo = tratar. – Ocronose é uma doença rara do

69
Parte I - Raízes, prefixos e sufixos por grupos temáticos

metabolismo dos aminoácidos em que o indivíduo fica cor


ocre. – Triquinose é a doença pela infestação por triquinas. –
Zoonoses são doenças trazidas por animais. – Quando um
doente não reconhece os défices neurológicos de que sofre,
diz-se que tem anosognosia, etimologicamente ausência (a)
de conhecimento (gnosia) da sua doença (noso).
I.E.3.b. Relacionados com inflamações e infecções
• …Ema significa erupção, e vem do grego “anthéo” que signi-
ficava florescer. Assim, enantemas e exantemas são respecti-
vamente as erupções que surgem nas mucosas (dentro do orga-
nismo) e na pele (por fora dele). - Eritemas são os tons averme-
lhados da pele.
• Flama significa chama.
– Por isso, dum discurso feito com calor se diz inflamado e as
substâncias que ardem dizem-se inflamáveis.
– A palavra inflamação significa isso mesmo: estado (ção) de
uma chama (flama) dentro (in) da zona em causa. De facto, os
antigos autores (Celsus) reconheceram esta situação como um
estado de inchaço a que chamaram tumor (ver a seguir o sig-
nificado de oma ou tumor), calor, vermelhidão (rubor) e dor,
como se duma chama se tratasse dentro desses tecidos. A ori-
gem da palavra foi dada na introdução a este livro.
• Ite significa inflamação subjacente a um dado processo, ou seja
usa-se para todos os processos cuja base é inflamatória. Ite não
obriga a que a etiologia seja infecciosa, mas sim inflamatória.
Muitas doenças terminadas em ite são infecciosas, pela simples
razão que a maioria dos agentes infecciosos despertam nos
tecidos que invadem processos inflamatórios. Meningite, ence-
falite, otite, rinite, conjuntivite, estomatite, glossite, esofagite,
gastrite, enterite, colite, apendicite, rectite, proctite, cistite,

70
Parte I - Raízes, prefixos e sufixos por grupos temáticos

nefrite, cardite, vasculite, nevrite, prostatite, cervicite, vagini-


te, osteíte, miosite e centenas de outros exemplos.
• Pio significa pus. Os cocos piogénicos são as bactérias suscep-
tíveis de causar infecções purulentas (com pus). - O bacilo pio-
ciânico é uma variedade duma bactéria chamada pseuPseudo-
monas, que causa pus azul (ciano ver I.K). - Uma piosalpinge é
uma trompa de Falópio cheia de pus. – Piúria é urina com pus.
– Piorreia é corrimento (rreia) purulento, geralmente guardan-
do-se o termo para a área gengival.
I.E.3.c. Relacionados com tumores e cancro
• Plasia significa crescimento, mas usa-se para indicar que esse
crescimento é à custa de novas células ou qualquer outra forma
de crescimento de novo..
– Displasia significa crescimento anómalo (dis = alterado- ver
I.A), quer na forma (displasia da anca), quer das células
(células displásicas).
– Leucoplasia significa crescimento duma zona esbranquiçada
ou branca (leuco = branco). As placas de leucoplasia da boca
são exemplos. Algumas são pré-malignas.
– Hiperplasia é o nascimento de novas células de característi-
cas idênticas às que lhe deram origem. Hiperplasia muscular
é o aparecimento de novas células musculares idênticas,
devido ao treino da força. Obesidade hiperplásica é aquela
que se deve ao aumento do número de adipocitos, devido ao
balanço calórico sempre positivo, sobretudo na idade em que
ainda há maior capacidade de reprodução dos adipocitos.
– Metaplasia significa crescimento dum tecido que se trans-
formou noutro (meta =para além de). Metaplasia mielóide é
uma doença da medula óssea (mielo ver I.C) em que esta se
transforma.- Na metaplasia intestinal do esófago, o epitélio
que reveste o esófago assume o aspecto daquele que reveste o

71
Parte I - Raízes, prefixos e sufixos por grupos temáticos

intestino. As metaplasias são transformações benignas, mas


algumas são estados pré-malignos.
– Neoplasia 6 significa etimologicamente crescimento de novo
de células com características diferentes. Todos os cancros
são neoplasias malignas, mas nem todas as neoplasias são
cancerosas ou malignas, dado que também há neoplasias
benignas, também chamadas tumores benignos. Nem todas as
neoplasias malignas são tumorais, como ´o caso das leuce-
mias. O conceito tão usado de maligno e benigno das neopla-
sias tem a ver com duas propriedades: a invasão e destruição
local e, por outro lado, dar ou não colónias ou sementeiras à
distância, chamadas metástases (meta = além de e estase
estar). Portanto, não confundir neoplasia com tumor, como se
explica adiante. Cancro é sinónimo de neoplasia maligna.
– Aplasia significa que não cresceu ou que deixou de se desen-
volver (“a” = ausência de – ver I-A). – Aplasia medular é a
paragem da eritropoese, ou seja da fabricação das células do
sangue na medula óssea, pelo que o tipo de anemia decorrente
deste mecanismo se chame anemia aplástica.
• Oma quer dizer tumor7. Muita gente tem ideia errada desta
palavra. Tumor significa amontoado ou concentrado de algo,
geralmente de células. Embora a maioria dos tumores seja can-
cerosa, nem todos o são, tal como nem todos os cancros são
tumorais. Vejamos os seguintes exemplos
– Hematoma é um tumor de sangue, que resulta na maioria das
vezes dum traumatismo. É um tumor, no sentido etimológico
do termo, e não tem a ver com neoplasias.

6
Veja também tumor mais abaixo neste capítulo
7
Veja também neoplasias no item plasia

72
Parte I - Raízes, prefixos e sufixos por grupos temáticos

– Ateroma é a lesão aterosclerótica circunscrita e consiste num


amontoado de células e de colesterol numa dada região da
artéria.
– Carcinomas, sarcomas e linfomas são cancros provenientes
respectivamente de tecidos epiteliais, conjuntivos e linfóides.
Por isso, são antecedidos frequentemente dum prefixo que
concretiza a sua origem. Por exemplo., no caso dos sarcomas,
temos os osteossarcomas, rabdomiossarcomas, lipossarco-
mas, conforme provêm dum osso, dum músculo estriado ou
do tecido adiposo.
– Miomas, condromas, lipomas, adenomas, etc. são tumores
benignos, respectivamente oriundos dum músculo, cartila-
gem, tecido adiposo e duma glândula.
• Onco é o prefixo de cancro: Oncologia, oncogenes, etc.
I.E.3.d. Relacionados com alterações vasculares
• Esclero e Esclerose significam duro e endurecimento. O sufixo
ose neste caso indica a deterioração do tecido, na qual também
surge o endurecimento ou, pelo menos, perda de elasticidade,
como sucede nos vasos com aterosclerose. Este termo significa
a esclerose das artérias cujo ponto de partida é o ateroma ou
placa aterosclerótica. Não tem nada a ver com a conotação
televisiva de estar esclerosado como sinónimo de diminuído
mentalmente. Este sentido adulterado é usado na linguagem
popular, porque muitas vezes os défices cognitivos e intelec-
tuais dos idosos são por má vascularização cerebral, o que nem
sempre é obrigatório, existindo outras causas para esse declí-
nio. De notar que existem outras formas de arteriosclerose
mas que provêm de outros processos que não são a ateroscle-
rose. Esta é a mais frequente causa daquela mas não a única. –
A esclerodermia é uma doença auto-imune com aumento da
rigidez da pele e de outras estruturas.

73
Parte I - Raízes, prefixos e sufixos por grupos temáticos

• Trombo não é um prefixo nem sufixo. É uma palavra com exis-


tência própria, mas que é raiz de outras palavras médicas.
Trombo é um coágulo de sangue que oclui um vaso sanguíneo
total ou parcialmente.
– Do lado arterial, a célula que origina os trombos são as pla-
quetas, que por isso se chamam trombocitos. À formação
(fabricação) destas na medula óssea chama-se trombopoese
(ver I.E.1), às doenças das plaquetas chama-se trombopatias e
à ua diminuição no sangue chama-se trombopénia.
– Ao processo de formação dum trombo dentro dos vasos cha-
ma-se trombose. O trombo forma-se na artéria que entope,
mas quem sofre são os tecidos que deveriam ser irrigados por
ela, que podem entrar em isquémia ou enfartar, como se
explioca adiante. Às substâncias que destroem os trombos,
como que os carcomendo, restabelecendo a permeabilidade
dos vasos chama-se trombolíticas (lítico = aquele que lisa ou
destrói ver I.E.2).
Porque acabámos de explicar os conceitos de aterosclerose e
tromboses, achámos útil explicar o significado de dois conceitos
que se relacionam com elas, apesar dessas palavras não serem
prefixos nem raízes: isquémia e enfarte.
• Isquemia significa diminuição da irrigação sanguínea, e pro-
vém do grego ischein = parar e do sufixo emia que significa
sangue, como se viu em I.C.5. A aterosclerose é a causa da
grande maioria das isquemias. A privação de sangue suficiente
para as necessidades dos tecidos resulta em falta dos diversos
nutrientes por ele transportados, mas aquele cuja falta é mais
crítica é o oxigénio. Então, apesar de isquémia significar eti-
mologicamente falta de sangue, aquilo que está verdadeiramen-
te em causa é a falta de oxigénio. Quando a isquémia não é
muito pronunciada e/ou prolongada, o tecido sofre alterações
que desaparecem quando é restabelecida uma adequada vascu-

74
Parte I - Raízes, prefixos e sufixos por grupos temáticos

larização (ver necrobiose em I.E.1). Em casos extremos, quan-


do o fornecimento de oxigénio está muito abaixo das necessi-
dades de consumo, as alterações são irreversíveis e os tecidos
morrem: é a necrose ou enfarte.
• Enfarte, como diz o nome significa cheio e daí a palavra enfar-
tado de quem comeu demais. – Os enfartes são as consequên-
cias morfológicas nos tecidos, das tromboses das artérias que
os irrigam. São assim chamados porque quando um tecido mor-
re, os capilares que o atravessam rebentam e derramam o seu
conteúdo para o espaço extravascular, pelo que em microsco-
pia, o aspecto destas áreas é cheias de glóbulos vermelhos, ou
seja, enfartadas de glóbulos. O enfarte é a consequência máxi-
ma da isquémia.
I.E.3.e. Relacionados com outros estados patológicos
• Algia e dinia significam dor. Termos correntes no dia a dia da
prática clínica são:
– Odontalgia, epigastralgias, toracalgia, precordialgia que
significam respectivamente dor de dentes, no epigastro (que é
a zona do estômago), no tórax e na região précordial (zona à
frente do coração). - Analgesia significa tirar as dores.
– Coccigodinia, pleurodinia, mastodinia significam respecti-
vamente dor no cóccix, dor pleural e dor mamária.
• Malacia significa moleza. Osteomalácia é uma forma de doen-
ça dos ossos relacionada com défice de vitamina D. - Condro-
malácia é o amolecimento da cartilagem, causa frequente de
dores na rótula, sobretudo em jovens. (osteo e condro ver
I.C.8.b.)
• Parésia e plegia significam respectivamente fraqueza e parali-
sia. Diminuição do movimento é parésia e perda completa do
mesmo é plegia. São antecedidos dos prefixos mono, hemi,
para e tetra, conforme se apliquem a um só membro, a uma

75
Parte I - Raízes, prefixos e sufixos por grupos temáticos

metade do corpo (esquerda ou direita), à parte inferior do corpo


ou aos quatro membros respectivamente.
– Monoparésia do membro superior esquerdo, hemiparésia
direita, paraparésia são exemplos de parésia. Parésia tam-
bém é palavra independente, pois pode dizer-se parésia do
membro inferior direito. O adjectivo de parésia é parético
– Hemiplegia esquerda, paraplegia, tetraplegia são exemplos
de paralisias. Plegia é sempre um sufixo, antecedido dum
dos prefixos anteriores. Sozinho não se usa: não se diz habi-
tualmente plegia do braço, antes deverá dizer-se paralisia do
braç. O adjectivo de plegia é plégico, dizendo-se pois hemi-
plégico, paraplégico, etc.
• Rragia e rreia significam ambos corrimento, embora rragia
seja geralmente usado para significar corrimento de sangue, ou
seja hemorragia (hemo = sangue e rragia).
– Otorragia, enterorragia e rectorragia significam respectiva-
mente hemorragias do ouvido, do intestino ou do recto. Col-
porragia, menorragia e metrorragia são termos já explicados
em I.C.7.b.
– Otorreia, rinorreia, sialorreia e seborreia, significam respec-
tivamente corrimentos não sanguíneos do ouvido, do nariz
(como é próprio das alergias nasais e constipações), de saliva
(babar-se) e de sebo pela pele, ou seja pele sebosa. - Leucor-
reia é o corrimento vaginal esbranquiçado (leuco = branco). -
Diarreia, é o corrimento de fezes pelo intestino, e etimologi-
camente significa corrimento através de (neste caso através
do corpo, dado que dia = através de). Por esta razão, se diz
duma pessoa que fala demais e constantemente que tem ver-
borreia (corrimento de verbos, ou seja de palavras). Menor-
reia é o corrimento menstrual, que origina muitas palavras,
explicadas em I.C.7.b.

76
Parte I - Raízes, prefixos e sufixos por grupos temáticos

• Cão significa estado de. Inação e obstipação (prisão de ventre)


são exemplos
• Ose é o sufixo usado para indicar processos diversos e nomea-
damente degenerescência e/ou alteração não inflamatória. -
Artroses e tendinoses são as degenerescências e perda de qua-
lidade da cartilagem articular (artro), e dos tendões. - Espondi-
lose significa degenerescência da coluna (espondilo I.C.1). Tra-
ta-se dum um termo popular e não médico, dado que deveria
dizer-se espondilartrose, pois que na maioria das vezes esta
degenerescência é devida às múltiplas artroses a nível das vér-
tebras. – Osteoporose é a degenerescência dos ossos, na qual
apresentam poros excessivamente grandes por perda de massa
óssea. -
– Leucose é o outro nome das leucemias, dado que estas resul-
tam em alteração dos glóbulos brancos do sangue.
– Glicogenoses, mucopolissacaridoses (ver I.N.3) e lipidoses
são doenças raras que resultam da ausência genética de enzi-
mas necessários para catabolizar e portanto utilizar o glicogé-
nio, mucopolissacáridos e lípidos que, por esta razão, se acu-
mulam nos tecidos, que assim ficam alterados, como que
inundados por estes substratos não utilizados.
– Mas também há vários processos não patológicos que termi-
nam em “ose”: mitose, meiose, hematose, respectivamente a
reprodução celular somática ou nos gâmetas e a oxigenação
do sangue nos pulmões.
• Óide significa proveniente de ou semelhante a. Mielóide e lin-
fóide significam de proveniência da medula óssea (ver mielo
em I.C.1) ou do tecido linfático. – Os adenóides são zonas de
tecido linfóide das fossas nasais que pareciam glândulas -
Andróide e ginóide são termos que denotam semelhança com
formas ou padrões masculinos ou femininos (andro e gino –

77
Parte I - Raízes, prefixos e sufixos por grupos temáticos

ver I.B). – Os músculos deltóides são assim chamados porque


parecem deltas.
• Ectasia significa dilatado. Angiectasias são pequenas dilata-
ções vasculares que se observam com frequência na pele. –
Quando de origem venosa dizem-se flebectasias. – Bronquiec-
tasias são dilatações dos brônquios.
• Celo significa hérnia e também acumulação líquida.
– Um mucocelo, um hematocelo, um varicocelo ou um hidro-
celo significam respectivamene uma acumulação de muco,
geralmente quística, de sangue (hemo), mas neste caso cos-
tuma-se dizer hematoma, uma variz exuberante que parece
um quisto de sangue, ou um derrame líquido fechado, geral-
mente dentro do escroto.
– Um cistocelo é a hérnia da bexiga na parede vaginal.

Quadro I.E.3 - Processos patológicos e doenças


Prefixo / Significado Exemplos
Sufixo
…algia Dor Odontalgia – Epigastralgia
Toracalgia – Precordialgia
Analgesia
…ção Estado de Inação - Obstipação
…celo Protrusão e/ou Mucocelo – Hematocelo - Varicocelo –
colecção líquida Hidrocelo - Cistocelo
…dinia Dor Coccigodinia – Mastodinia - Pleurodinia
…ectasia Dilatação Angiectasia – Flebectasia - Bronquiectasia
…ema Erupção Enantema – Exantema - Eritema
Enfarte Cheio Enfartes de órgãos - Enfartado
Esclero Duro Aterosclerose - Arteriosclerose - Esclerosa-
…esclerose Endurecimento do
Flama Chama Inflamação – Discurso inflamado
Infarte Ver em enfarte Ver em enfarte
Isquemia Falta de irrigação Isquemia de vários órgãos.
Meningite – Encefalite – Otite - Rinite –
Conjuntivite – Estomatite - Glossite – Eso-
…ite Inflamação fagite – Gastrite - Enterite – Colite – Apen-

78
Parte I - Raízes, prefixos e sufixos por grupos temáticos

dicite - Rectite – Proctite – Cistite – Nefrite -


Cardite – Vasculite – Nevrite
Prostatite – Cervicite - Vaginite,- Osteíte –
Miosite – Etc. – Etc.
…malacia Moleza Osteomalácia - Condromalácia
Noso Doença Nosologia – Nosocomial – Ocronose – Tri-
quinose – Zoonose - Anosognosia
…óide Semelhante a Andróide – Ginóide – Deltóide - Adenóide -
Proveniente de Mielóide - Linfóide
…oma Tumor Carcinoma – Sarcoma – Linfoma - Osteo-
sarcoma – Liposarcoma - Rabdomiosarco-
ma – Mioma – Condroma – Lipoma – Ade-
noma - Ateroma - Hematoma
Onco Cancro Oncologia - Oncogene
…ose Degenerescência Leucose - Artrose – Tendinose – Espondi-
lose – Espondilartrose - Osteoporose – Gli-
cogenose - Lipidose – Mucopolissacaridose

Processo Mitose – Meiose - Hematose


Parésia Diminuição de for- Paraparésia – Tetraparésia~
ça Monoparésia
…patia Doença Artropatia – Gastropatia – Cardiopatia
Pneumopatia – Etc.
Pato Doença Patologia - Patológico - Fisiopatologia
Patogenia - Etiopatogenia
Pio Pus Piogénico – Piociânico - Piosalpinge – Piú-
ria - Piorreia
…plasia Crescimento Hiperplasia – Displasia - Leucoplasia – Me-
taplasia – Neoplasia - Aplasia
…plegia Paralisia completa Hemiplegia – Paraplegia
Tetraplegia - Monoplegia
…rragia Hemorragia Otorragia - Enterorragia – Rectorragia Col-
porragia – Meno e metrorragia
…rreia Outro corrimento Otorreia – Rinorreia – Sialorreia - Seborreia
– Verborreia – Diarreia
Leucorreia – Amenorreia - Piorreia
Sintoma Dado subjectivo Sintomas que o doente conta
Sinal Dado objectivo Sinais que o médico detecta
Síndrome Sintomas juntos Síndromes vários
Trombo Trombo Trombose – Trombocito – Trombopatia –
Trombopénia - Trombopoese – Trombolítico

79
Parte I - Raízes, prefixos e sufixos por grupos temáticos

I.F – Espaço, lugar, posição, movimento e direcção


• Estéreo significa espaço, no sentido tridimensional. Daí a pala-
vra estereofonia aplicada ao som que dá a sensação de provir
de diferentes zonas do espaço. - Cirurgia estereotáxica (por
exemplo no âmbito da Neurocirurgia) é aquela em que os ins-
trumentos cirúrgicos são guiados controlando a sua progressão
nas três dimensões (do espaço).
• Topo e ectópico significam respectivamente lugar e fora do
lugar. Ectópico não é raiz de nada, pois já resulta da união do
prefixo ecto = fora e de topo, pelo que em rigor não deveria ser
aqui citada. Mas dada a frequência do seu uso, resolvemos
incluir a palavra.
– Topografia é registar (grafia = escrever) os lugares, como na
expressão Anatomia Topográfica.
– Gravidez ectópica é sinónimo de gravidez extra uterina. -
Localização ectópica dum tecido é o seu aparecimento fora
dos locais que lhe são habituais.
• Anfi significa dos dois lados. As substâncias anfipáticas são as
que se dissolvem quer em soluções polares, quer apolares. – Os
anfíbios (anfi + bios) tanto vivem em terra como na água. –
Uma anfiartrose é um tipo de articulação igual dos dois lados
que permite movimentos muito reduzidos.
• Tele tem dois significados diferentes: à distância ou no fim.
– Televisão é visão à distância. O termo foi adulterado e sempre
que se vê uma revista que começa em tele assume-se que é
sobre televisão, mas na realidade o prefixo não é apanágio de
televisão. Com o mesmo significado temos as palavras tele-
guiado, telemetria, teleconferência.
– Telediastólico e telessistólico são palavras correntes em Car-
diologia, significando no fim da diástole ou da sístole.

80
Parte I - Raízes, prefixos e sufixos por grupos temáticos

• Estase significa parado mas estagnado, derivado de estático.


Estase pulmonar é a acumulação de líquidos no interior dos
alvéolos que lá não deviam estar, por insuficiência cardíaca.
Estase também se aplica ao trânsito. A somatostatina é a hor-
mona que se opõe à acção da hormona de crescimento, ou seja
para o crescimento. - As metástases do cancro são as sementei-
ras à distância do tumor primitivo, ou seja, o local onde ele fica
(estase) para além da localização original (meta – ver nesta
secção como indicativo de além). - Diastase é estudada adiante
nesta secção, a propósito do prefixo dia.
• Cine indica movimento e aborda-se em I.M.
• Pró e retro significam para a frente e para ou por trás. Pró
também tem o significado de a favor de e foi estudado nesse
sentido em I.A.
– A homeostase é a manutenção da constância do meio interno
dos organismos vivos (Homeo = constante, ver I.G e estase
ver a seguir).
– A homeostase opera por retro-alimentação negativa ou seja
por retro-controlo. - Uma coisa que faça andar para traz, ou
seja que faça retroceder diz-se retrógrada.
• Supra, hipo, infra e sub significam o primeiro por cima e os
outros em baixo ou por baixo.
– A laringe tem dois andares: o subglótico e o supraglótico,
tendo como referência o plano da glote. - As estruturas do sis-
tema nervoso central consideram-se supratentoriais ou sub-
tentoriais conforme a sua posição relativa a uma estrutura das
meninges chamada tenda (tentorium) do cerebelo. - Os
núcleos supraópticos estão acima duma estrutura nervosa
chamada cama óptica ou tálamo.
– Hipogastro é a zona abdominal inferior. - Hipotálamo é uma
estrutura fundamental do sistema nervoso central que se situa
por baixo doutra chamada tálamo.

81
Parte I - Raízes, prefixos e sufixos por grupos temáticos

– Infravermelha é a radiação cuja frequência está logo abaixo


da luz vermelha, motivo porque não pode ser vista pelo olho
humano, dado que o vermelho representa o extremo das fre-
quências mais baixas do espectro visual. - Os núcleos infra-
ópticos do sistema nervoso central estão por baixo da cama
óptica ou tálamo.
– Subesternal significa abaixo do esterno. - Subchefe e subal-
terno também têm esta conotação hierárquica de estar abaixo
de alguém. - Subentendido é algo que se entende por baixo
das palavras usadas.
• Latero significa lado. Em Anatomia usa-se o termo lateral
como sinónimo de externo, em oposição a medial, que quer
dizer interno.8. Externo e interno não são sinónimos de interior
e de exterior. Estes dois termos têm a ver com cavidades. Por
exemplo: a pele da face interna do joelho é exterior em relação
ao menisco, mas mais interna ou medial que este, porque mais
perto do plano sagital.
• Ecto, Epi, Ex, Exo, Extra todos significam (de ou para) fora.
Usam-se uns ou outros conforme os termos em causa.
– Ectoderme é a camada externa do embrião que dá origem a
um conjunto de estruturas ditas ectodérmicas.
– Epiderme é a camada externa da pele do indivíduo. - Epicár-
dio é a camada externa do músculo cardíaco. - Epitélios são,
etimologicamente, os tecidos que forram por fora o organis-
mo, embora na realidade não se limitem a essa localização e
função, dado também forrarem por dentro os vasos e os
órgãos ocos.

8
Não confundir interno com interior nem externo com exterior,. Interno e externo
têm a ver com a proximidade ou afastamento em relação ao plano sagital, o plano
vertical que divide o corpo nas metades direita e esquerda. Tudo que está mais pró-
ximo deste plano é interno em relação ao que está mais afastado dele e vice-versa.
Interior e exterior têm a ver com cavidades, dentro e fora.

82
Parte I - Raízes, prefixos e sufixos por grupos temáticos

– Expiração é a ventilação de ar para fora do organismo. A


própria palavra exterior começa em ex.
– Exoftalmia é a saliência para fora dos globos oculares, sinal
típico do hipertiroidismo. – Exostoses são os prolongamentos
ósseos que saem para fora do contorno dos ossos, típicos das
situações de artrose.
– Extracelular é o meio exterior às células.
• En, Endo, In significam dentro ou para dentro. O uso de um
ou outro depende de a palavra a que se ligam começar por
vogal ou consoante, respectivamente.
– Enoftalmia significa retracção dos globos oculares para den-
tro das cavidades orbitárias, o que sucede em certas fracturas
da base da órbita ou lesões do simpático cervical.
– Endoderme é a camada interna do embrião que dá origem a
um conjunto de estruturas ditas endodérmicas. - Glândulas
endócrinas secretam para dentro do sangue (ver I.E.2).
– Inspiração é a ventilação de ar para dentro do organismo. Um
infiltrado de células é a invasão dum tecido por um dado tipo
de população celular. – Invaginação do intestino tem o mes-
mo sentido. A própria palavra interior começa em “in”.
• Intra e Inter são prefixos semelhantes na sua escrita mas dife-
rentes no seu significado, significando respectivamente dentro
de e entre. Isto por vezes gera confusões evitáveis.
– Quando se diz que uma dada medição tem grande variabili-
dade inter-observadores, tal significa que ela varia entre (con-
forme) os observadores, ou seja depende da técnica indivi-
dual. - Quando falamos da variabilidade intra-observador
significa que existem diferenças entre duas medições no
mesmo momento da mesma variável pelo mesmo observador
(dentro dele).

83
Parte I - Raízes, prefixos e sufixos por grupos temáticos

– Meio intracelular é o interior das células. – Mas no tecido


conjuntivo chama-se substância intersticial ou intercelular à
matriz que se acumula entre as suas células.
• Meso significa no meio. Mesoderme é a camada externa do
embrião que dá origem a um conjunto de estruturas ditas meso-
dérmicas. - Mesotélio é um tecido de revestimento (ver télios
em I.C.2) entre dois folhetos que lhe são exterior e interior. -
Mesentério é, etimologicamente, o tecido que se encontra a
meio do intestino. Na realidade é o tecido que liga as ansas
intestinais à raiz do peritoneu. - Mesoterapia, terapêutica hoje
popularizada pela Medicina Desportiva e pela obesidade, é a
aplicação de substâncias terapêuticas no meio da lesão, ou seja
no próprio local de acção.
• Hemi significa metade, no sentido direito ou esquerdo. Hemi-
parésia direita ou esquerda ou hemiplegia desses lados. (Ver
em I.E.3. os sufixos parésia e plegia.). - Hemianopsia significa
deixar de ver (hemi+an+opsia) para um dos lados. Isto aconte-
ce em certas lesões neurológicas. - Hemipostesia e hemianeste-
sia (hemi+hipo (ou an) + estesia), direita ou esquerda, signifi-
cam diminuição da sensibilidade ou anestesia total desse lado,
respectivamente.
• Basi, Acro e Apex significam base, extremidade e ponta.
– As fracturas basicervicais do colo do fémur são na base da
cabeça do fémur, tal como a apófise basilar do occipital está
na base do crânio.
– Acromegalia e uma doença resultante do excesso de hormona
de crescimento nos adultos, que resulta num excessivo cres-
cimento das extremidades: orelhas, língua, mãos e pés. -
Acroparestesias significa parestesias das extremidades,
geralmente dos membros. (paretesias – ver I.C.3).

84
Parte I - Raízes, prefixos e sufixos por grupos temáticos

– Apexocardiograma é o exame que regista os movimentos da


ponta do coração, muito importante antes do recente apareci-
mento da ecocardiografia.
• Orto, para e meta são prefixos de posição entre duas coisas
que significam: Orto perpendicular, vertical ou recto; para ao
lado de; meta oposto a ou para além de. Estes prefixos também
são usados na química orgânica como mostra a figura seguinte,
que apenas é mostrada para auxiliar a memorização destes pre-
fixos.

Figura 1 – Os radicais A e B estão em posição orto (pependicular), para


(ao lado) e meta (oposto) nas primeira, segunda e terceira posições
respectivamente.
A A A

B
B

B
Orto Para Meta

– Orto implica ângulo recto ou verticalidade. - Ortopneia signi-


fica só ser capaz de respirar com o tronco vertical. - Ortogo-
nal com ângulos rectos. - Ortopedia é a especialidade que
fazia as crianças desenvolverem-se direitas, como se explicou
em I.B., a propósito de “pedi”.
– O prefixo para é talvez aquele que é usado para transmitir
maior número de diferentes ideias, mas todas elas têm em
comum o conceito ao lado de:

85
Parte I - Raízes, prefixos e sufixos por grupos temáticos

– na vizinhança de, ao lado de: Paralelas são as rectas que


caminham lado a lado. - Paramédicos são os profissio-
nais ao lado dos médicos. - Secreção parácrina destina-
se a actuar nas células ao lado (ver I.E.2). - o sistema
parassimpático opõem-se ao sistema simpático, mas na
realidade tralha ao lado dele. – as parótidas são as glân-
dulas salivares ao lado dos ouvidos (oto)- a via parenté-
rica é aquela que passa ao lado do intestino (entero)
– defeituoso: paraparésia ou paraplegia é a diminuição
ou abolição, respectivamente, da força da metade infe-
rior do corpo. Mas no fundo, é como se houvesse duas
zonas lado a lado: a sã e a parética. - Parolímpicos são
atletas deficientes, mas que competem a seguir (ao lado)
dos olímpicos.
– através de. Paratiróides são glândulas situadas através
da massa da glândula tiróide. – Paracentese é aspirar
líquido (centese – ver I.O) através duma membrana,
como se faz para derrames no ouvido ou no abdómen.
– Meta duma corrida é o que está no fim dela. Para lá dela já
não conta. - Metanálise é a análise dum conjunto de estudos
depois deles efectuados, (para além do seu fim). – O meta-
carpo e o metatarso são as zonas da mão e do pé que estão
depois (para além) do carpo e do tarso.
• Circun e Peri significam ambos à volta de, embora circum
também possa dar a ideia de circunferência.
– As circunvoluções cerebrais são as formas arredondadas à
volta do cérebro, e circunscrito dá a ideia de algo confinado
ao interior dum círculo.
– Pericárdio e periodonte são as estruturas que envolvem o
coração e os dentes.
• Dia e pedese - Dia significa através de e pedese significa atra-
vessar.

86
Parte I - Raízes, prefixos e sufixos por grupos temáticos

– O dia chama-se assim, porque é o conjunto de horas em que a


luz passa através da atmosfera. - Diabetes significa “traves-
sai, com o sentido de “aqueduto”, nome que os antigos auto-
res deram a uma doença em que se bebe e se urina muito. -
Diarreia significa corrimento (rreia) através de (dia). - Seme-
lhantemente, diaforese e diatermia significam, respectiva-
mente, transpiração (através da pele) e aplicação de calor ou
correntes que aquecem através da pele (termo ver I.N). –
Diastase é um espaço patológico que surge entre (através) de
duas estruturas que deviam estar mais próximas. - Dioptira é
a gradação das lentes a colocar entre o objecto e o olho, ou
seja através do trajecto da luz. - Diurese é a produção (ese) de
urina, ou seja que atravessa os rins.
– Diapedese é um processo de algumas das nossas células de
defesa, no qual emitem prolongamentos em formas de pés
através da parede dos capilares, assim os atravessando para
efectuar a vigilância imunológica e combater os invasores.
• Sin significa junto ou com. Simbiose9 foi definida em I.E.1.
Sindactilia é uma malformação congénita em que os dedos
vêm juntos. - Sindesmofitos são prolongamentos ósseos que
crescem patologicamente dum lado e doutro duma articulação e
que acabam por unir as duas extremidades ósseas, pelo que
deixa de existir a articulação, ficando uma zona rígida.
• Dromo significa curso ou condução. Síndrome é uma palavra
que reúne estas duas raízes: numa síndrome vários sinais e sin-
tomas diferentes aparecem juntos, como se explicou em I.E.3,
ou seja, seguem o mesmo curso (dromo), uns com os outros
(sin). - Dromotropismo cardíaco é a sua capacidade ou apetên-
cia (tropismo = tendência) para a condução dos estímulos eléc-
tricos.

9
Antes das letras “b” ou “p" sin transforma-se em sim

87
Parte I - Raízes, prefixos e sufixos por grupos temáticos

Quadro I.F – Espaço, lugar, posição, movimento e direcção


Prefixo / Significado Exemplos
Sufixo
Acro Extremidade Acromegalia - Acroparestesias
Anfi Dos 2 lados Anfíbio – Anfipático - Anfiartrose
Apex Ponta Apexocardiograma
Basi Junto à base Basicervical – Basilar
Cine Movimento Ver I.M
Circun Circular Circunvolução – Circunscrito
Clínica Inclinado Ver I.D
Dia Através de Dia – Diapedese –Diaforese - Diatermia -
Diabetes – Diarreia – Diastase – Dioptria -
Diurese
Dromo Curso (trajecto) Síndrome - Dromotropismo
Ecto Fora, Por fora Ectoderme
Ectópico Fora de sítio Gravidez ectópica – Ectopia
En Dentro Enoftalmia
Endo Dentro Endoderme – Endócrino - Endocárdio
Epi Por fora Epicárdio – Epitélio – Epiderme
Estase Parar, Estase – Somatostatina - Diastase
Estéreo Espaço Estereotaxia - Estereofonia
Ex e Exo Para fora Expiração – Exterior - Exoftalmia – Exosto-
se
Extra Fora Extracelular
Hemi Metade Hemianopsia – Hemitórax - Hemipostesia -
(dtª ou esqª) Hemiparésia - Hemiplegia
Hipo Por baixo Hipogastro - Hipotálamo
In Para dentro Inspiração – Infiltrado – Invaginação - Inte-
rior
Infra Abaixo de Infravermelhos – Infraóptico
Inter Entre Intercelular – Intersticial
Inter-observador
Intra Dentro Intracelular – Intra-observador
Latero Ao lado de Lateral
Meso No meio Mesoderme – Mesotélio – Mesentério
Mesoterapia
Meta Final Meta – Metanálise – Metacarpo - Metatarso
Orto Vertical, Recto Ortopneia – Ortopedia – Ortogonal
Para Ao lado de Paralelo – Paramédicos – Parácrino - Para-
parésia – Paraplegia - Parassimpático –

88
Parte I - Raízes, prefixos e sufixos por grupos temáticos

Parentérico – Parolímpicos – Paratiróide –


Paracentese - Parótida
…pedese Atravessar Diapedese
Peri À volta de Pericárdio – Periodonte
Pró Para a frente Ver I.A
Retro Atrás Retroalimentação - Retrógrado -
Sin Junto Simbiose – Sindactilia – Sindesmofito - Sín-
drome
Sub Por baixo Subesternal – Subglótico
Subchefe – Subalterno
Supra Por cima Supra-óptico – Supratentorial
Tele À distância Televisão – Teleguiado – Telemetria –
Teleconferência
No fim Telediastólico - Telessistólico

Topo Lugar Topografia –

I.G - Tamanhos, Quantidades e Concentrações


• Hiper, Hipo, Eu e Normo. Estes prefixos foram já estudados
em I.A. onde se deram exemplos, e significam respectivamente
a mais ou excessivo, a menos ou insuficiente, e os dois últimos
designam normalidade ou adequação.
• Mega, macro e micro – Os primeiros significam grande, por
vezes com a conotação de excessivamente grande e micro sig-
nifica muito pequeno. Com estes mesmos significados temos as
unidades que começam nos prefixos mega e micron (plural –
micra) que significam que a unidade está elevada à 6ª potência,
positiva (106) ou negativa (10-6), como se explica em I.I.
– Nos hemogramas10 surgem por vezes as palavras macrocitose
e micorcitose. Estas significam respectivamente glóbulos

10
Hemogramas são análises de rotina das mais banais à constituição do sangue
(hemo + grama) onde se quantifica o número dos elementos figurados do sangue por
mm3 deste, ou seja: eritrocitos, leucócitos e seus tipos principais e trombocitos ou
plaquetas. Para além da contagem do seu número, também se procede a outras ava-
liações de tamanho e cor destas células circulantes.

89
Parte I - Raízes, prefixos e sufixos por grupos temáticos

vermelhos com dimensões aumentadas ou diminuídas em


relação ao normal, condição que se designa de normocitose.
– Micróbios são formas de vida (bio = vida) extremamente
pequenas, que só se podem ver com o microscópio. - Micró-
tomo é o aparelho para fazer cortes extremamente finos das
peças para microscopia (tomo = cortar).
– Megaloblastos são precursores grandes dos glóbulos verme-
lhos (blasto = forma jovem precursora – ver I.C.2) que apare-
cem tipicamente na anemia megaloblástica, assim chamada
por esta razão, relacionada com certas doenças do estômago
e/ou com a carência de vitamina B12.
– Macrófagos são as células grandes que procedem à fagocitose
(ver I.E.2) e macrobiótica é uma corrente de filosofia de vida
e alimentar, que etimologicamente significa viver de acordo
com os grandes princípios (macro e bio).
• Poli e Oligo significam respectivamente muito(a) e poucos.
– Polifagia, polidipsia e poliúria são os três sintomas cardinais
da diabetes, sobretudo de tipo 1 e significam respectivamente
muita fome, muita sede (fagia e dipsia são fome e sede - ver
I.E.2) e muita urina. Também na linguagem não científica o
prefixo poli dá origem a muitas palavras, como poliglota e
polifónico, respectivamente aquele que fala muitas línguas
(glosso = língua – ver I.C.3) e muitos sons., termo que se
aplica quer às primeiras obras orquestrais polifónicas do
século XVI, como dos toques polifónicos dos telemóveis
mais modernos.
– Oligofrénico é um indivíduo mentalmente diminuído. - Oli-
goespermia é uma das causas de esterilidade masculina e sig-
nifica esperma com poucos espermatozóides. - Oligomenor-
reia são poucas menstruações. Também na linguagem não
científica temos este prefixo, como em oligarquia que signi-

90
Parte I - Raízes, prefixos e sufixos por grupos temáticos

fica o poder de poucos. – Os oligoelementos são aqueles que


se encontram em muito pequena quantidade.
• Dolico significa comprido. Não confundir com grande que se
viu atrás. As pessoas com um cólon muito comprido diz-se
terem um dolicocólon. Quando esse aumento se deve apenas ao
aumento da parte sigmoideia do cólon, então diz-se que têm
um dolicosigma.
• Ete(a), micro e ....(c)ulo. significam pequeno. O prefixo micro
dá uma dieia de extremamente pequeno, ou seja mais pequeno
que os sufixos ete ou o seu feminino eta e culo.
– Plaquetas são as pequenas placas do sangue, responsáveis
pela coagulação. – O bacinete renal funciona como uma
pequena bacia colectora da urina produzida por esse rim.
– Minúsculo significa menos (minus) que pequeno. - Opúscu-
los são as partes em que se divide um trabalho (opus em latim
significa trabalho, e daí a catalogação das obras de música
clássica de cada compositor11 em Opus 1, opus 2, etc.). - As
aurículas e ventrículos do coração foram assim chamados
porque os antigos autores que os descreveram viram netas
estruturas semelhanças de forma com pequenas orelhas ou
pequenos ventres. – Os maléolos são as saliências ósseas do
tornozelo (maléolo externo ou peroneal e interno ou tibial),
assim chamadas porque, ao serem pequenas saliências na
extremidade de ossos longos parecem pequenos martelos
(malleus = martelo). – Também os alvéolos dentários ou
pulmonares terminam neste sufixo para dar a ideia de peque-
nas cavidades, tal como os óvulos são pequenos ovos. - As

11
As principais excepções a este sistema de catalogação das obras musicais são as
de Bach, Mozart e Schubert. As de Bach designam-se por BWV (Bach-Werke-
Verzeichnis = Catálogo das obras de Bach), as de Mozart por K (da palavra alemã
Kochel = caderno) e as de Scubert por D (da palavra alemã Deutsch = alemão). Não
é este o livro adequado para abordar estes assuntos.

91
Parte I - Raízes, prefixos e sufixos por grupos temáticos

vesículas (biliar, seminais ou as que se forma na pele) pare-


cem pequenas bexigas (vesico = bexiga). – O mesmo se apli-
ca às arteríolas e vénulas, que provêm das artérias maiores ou
confluem em veias maiores, respectivamente. – Cerebelo é
etimológica/ um pequeno cérebro dentro do encéfalo. - A cla-
vícula é assim chamada porque parece uma pequena chave
(clavis). – Glóbulos, sejam eles quais forem, são pequenos
globos!
• Homeo significa constante. Animais homeotérmicos são os que
mantêm temperatura interna constante, como o homem. -
Homeostase é o conjunto de mecanismos que visam manter
constante o meio interno dos seres vivos, apesar das oscilações
o ambiente; às quais o ser tem de se e adpatar.
• Equi, Iso e Aniso. Os dois primeiros significam igual. Aniso
significa desigual e resulta de dois prefixos: an que significa o
contrário de (ver I.A) e iso.
– Equiláteros são os triângulos com os três lados iguais. - Duas
coisas iguais são equivalentes. - Quando duas soluções con-
têm o mesmo número de moléculas são equimolares (ver
molaridade abaixo).
– Isósceles são os triângulos com dois lados iguais. - Duas
soluções com a mesma pressão osmótica são isotónicas (iso =
força). - Ao trabalho muscular estático, ou seja em que não
mudam as dimensões do músculo chama-se isométrico (iso e
métrico = medida).
– Anisocitose é um termo vulgar nos hemogramas10 e que signi-
fica uma situação (ose) em que os glóbulos vermelhos, que
são a célula (cito) mais numerosa do sangue, não têm tods o
mesmo tamanho, ou seja são diferentes (an + iso). Nos
hemogramas também surge com frequência anisocromia que
significa que as mesmas células não têm o mesmo grau de
coloração (cromia ver I.K), ou seja de riqueza em hemoglo-

92
Parte I - Raízes, prefixos e sufixos por grupos temáticos

bina. - Anisocória é a desigualdade do diâmetro das pupilas


do olho (em grego kore = pupila).
• Emia e úria são os sufixos que indicam a concentração de algo
no sangue ou na urina, embora úria também possa significar
apenas urina.
– Glicemia, calcemia, clorémia, uricémia, fosfatémia, signifi-
cam respectivamente concentração no sangue de glucose, cál-
cio, cloro, ácido úrico e fosfatos. São centenas as palavras
que contêm este sufixo, tantas quantas as substânciasque
podem circular no sangue. Depois delas formadas, ainda
podem ser precedidas dos prefixos hipo, normo ou hiper para
significar se esta concentração está diminuída, normal ou
aumentada. É também de notar que na zona Sul do país estas
palavras são ditas com acento agudo no “e” de emia, como
em calcémia ou em glicémia. Mas em bom Português estas
palavras são graves e não esdrúxulas, devendo pois dizer-se
calcemia e glicemia, tal como se pronuncia no Norte do país.
– Glicosúria, calciúria, uricosúria e albuminúria são as con-
centrações de glucose, cálcio, ácido úrico e albumina na uri-
na. Vem a propósito referir que o termo microalbuminúria,
cada vez mais usado em Medicina, dada a importância da sua
detecção, e ao contrário do que esta palavra induz, não signi-
fica a presença duma pequena proteína na urina, mais peque-
na que a albumina chamada microalbumina, mas sim a pre-
sença de albumina em quantidades muito pequenas, que obri-
gam a outras técnicas laboratoriais.
– Poliúria, oligúria e anúria significam respectivamente urinar
muito, pouco ou nada. Aqui úria significa urina e não con-
centrações urinárias de substâncias. Geralmente não há anú-
rias absolutas, mesmo em insuficiências renais muito avança-
das, falando-se em situações de oligoanúria.

93
Parte I - Raízes, prefixos e sufixos por grupos temáticos

• Molar significa quantidade de substância. Duas soluções equi-


molares têm a mesma quantidade de moléculas. - O coma hipe-
rosmolar, grave complicação da diabetes tipo 2, é assim cha-
mado porque depende do marcado aumento da glicemia e con-
sequente aumento da osmolaridade do plasma.

Quadro I.G - Tamanhos, Quantidades e Concentrações


Prefixo / Significado Exemplos
Sufixo
Aniso Desigual Anisocitose – Anisocromia - Anisocória
…(c)ulo Pequeno Minúsculo – Opúsculo – Ventrículo
Aurícula Vesícula – Maléolo – Alvéolo – Óvu-
lo – Arteríola – Vénula – Cerebelo – Clavícula
- Glóbulo
Dólico Comprido Dolicocólon - Dolicosigma
…emia Concentração no Glicémia – Calcémia – Clorémia – Uricémia –
sangue Fosfatémia – Etc., etc.
Equi Igual Equilátero – Equivalência - Equimolar
Ete(a) Pequeno Bacinete - Plaqueta
Eu Apropriado Ver I.A
Hiper A mais Ver I.A
Hipo A menos Ver I.A
Homeo Constante Homeotérmico - Homeostase
Iso Igual Isométrico – Isotónico - Isósceles
Macro Grande Macrocitose – Macrófago – Macrobiótica –
Ver I.I
Mega Muito grande Megaloblasto
Micro Muito pequeno Micróbio – Microcitose – Micron – Ver I.I
…molar Quantidade de Hiperosmolar – Equimolar
substância
Normo Normal Normocitose - Ver I.A
Oligo Pouco Oligofrénico – Oligarquia – Oligúria - Oligo-
menorreia – Oligoespermia - Oligoelemento
Poli Muita Polifagia – Polidipsia – Poliúria –
…úria Presença ou Glicosúria – Calciúria - Uricosúria
concentração na Albuminúria - Microalbuminúria
urina Poliúria – Oligúria – Anúria

94
Parte I - Raízes, prefixos e sufixos por grupos temáticos

I.H – Número
Os prefixos indicativos de número fazem parte da linguagem
comum, pelo que não se justifica desenvolver aqui o tema. Ape-
nas referir que algumas palavras médicas, aparentemente difí-
ceis, decorrem destas raízes.
– Monoparésia é a parésia dum só membro (parésia - I.E.3) –
Monocitos são leucócitos referidos em I.C.2. – Monómeros
são os constituintes dos polímeros (ver I.C.1).
– Bicuspidia aórtica é a mais comum das cardiopatias congéni-
tas, assim chamada porque a válvula aórtica em vez de três,
tem apenas duas válvulas sigmoideias.
– Dímeros são agregados de duas moléculas (di e meros = par-
te): é o caso dos d-dímeros que se medem na urgência.
– Diplo também indica dois, como em diplopia, diplococo,
diplóide, respectivamente ver duas inagens, cocos que se
associam aos dois e dois e número de cromosomas.
– Tricúspida é o nome da válvula que separa a aurícula direita
do ventrículo homolateral, assim chamada por ter três cuspi-
das, ao contrário da do lado esquerdo (mitral).
– Tetraplegia é a paralisia dos quatro membros. - Tetralogia de
Fallot é uma grave cardiopatia congénita, assim chamada
porque este autor descobriu nela quatro malformações ou per-
turbações associadas (tetra = 4).
– Os icosanóides ou eicosanóides são importantes mediadores
que englobam as prostaglandinas e os leucotrienos entre
outros. Chamam-se assim porque todos derivam dum ácido
existente nas membranas celulares dos animais, o ácido ara-
quidónico, o qual tem vinte átomos de carbono (icosa ou
eicosa = 20)

95
Parte I - Raízes, prefixos e sufixos por grupos temáticos

Quadro I.H – Prefixos indicativos de número


Prefixo / Sufixo Significado Exemplos
Bi Dois Bidireccional - Bicuspidia
Deca Dez Decágono
Di Dois Dicotómico - Dímero
Diplo Dois Diplopia – Diplococo - Diplóide,
Dodeca Doze Dodecaedro
Ene Nove Enésimo
Hepta Sete Heptano
Hexa Seis Hexagonal
(E)Icosa Vinte Eicosanóides
Mono Um Monolítico – Monoparésia - Monómero
Octo Oito Octogonal
Penta Cinco Pentacampeão
Tetra Quatro Tetralogia - Tetralogia
Tri Três Tricúspida
Undeca Onze Undecágono
Uni Um Unimodal

I.I - Medidas, Múltiplos e Sub-múltiplos


Relacionados com aos prefixos e sufixos que indicam número,
estão os que indicam múltiplos e sub-múltiplos das unidades.
• Metria, métrico e …metro são sufixos que significam respecti-
vamente medir, medida e instrumento de medida.
– Telemetria significa medir à distância, sem estar ligado com
fios. - Espirometria é a medição dos volumes expirados.
– Isométrico é o trabalho muscular em que o músculo não
muda de medidas (iso = constante).
– Barómetros e manómetros medem pressões., Esfigmomanó-
metro mede a pressão do pulso, ou seja a pressão arterial
(esfigmo = pulso). Na mesma linha temos termómetro (volta-
gem da corrente), voltímetro, velocímetro, taquímetro.Estes
dois últimos medem velocidades, embora o prefixo “taqui”
signifique depressa, como se verá de seguida.

96
Parte I - Raízes, prefixos e sufixos por grupos temáticos

Quadro I.I - Medidas, Múltiplos e Sub-múltiplos


Prefixo / Sufi- Significado Exemplos
xo
-18
Alto x 10 Habitualmente não usado bio-médicas
-2
Centi x 10 Centigrama
Deca x 10 Decagrama
-1
Deci x 10 Decilitro
-15
Fento x 10 Fentolitro
9
Giga x 10 Gigabyte
2
Hecto x 10 Hectómetro
3
Kilo ou quilo x 10 Kilocaloia ou quilocaloria
6
Mega x 10 Megabyte – Ver também I.G
…metria Medir Telemetria – Espirometria
…métrico Medição Isométrico
…metro Aquilo Barómetro – Termómetro - Voltímetro
que mede Esfigmomanómetro - Hipermétrope
-6
Micro x 10 Microlitro – Micrótomo – Micróbio - Ver também
I.G
-3
Mili x 10 Mililitro
-9
Nano x 10 Nanómetro
-12
Pico x 10 Picolitro
12
Tera x 10 Terabyte

– Hipermétrope é contrário de míope, ou seja o indivíduo que


vê mal ao perto, mas apenas bem ao longe. A palavra resulta
de “hiper” = muito, “metro” = medida e “ope”, derivado de
óptico. Etimologicamente é como se os olhos só estivessem
preparados para a medida grande.
• Deca(D), hecto(h), quilo ou kilo(k), Mega(M), Giga(G) e
Tera(T) são múltiplos da unidade, respectivamente indicando,
10, cem ou 102, mil ou 103, um milhão ou 106, um bilião ou 109
e 1012 vezes a unidade base.
– Decâmetro e decagrama são 10 metros e 10 gramas.
– Hectograma são 100 gramas ou 10 decagramas.
– 1 quilobyte são 1000 bytes e 1 kcal são 1000 calorias.

97
Parte I - Raízes, prefixos e sufixos por grupos temáticos

– 2 megabytes (abreviado por megas) são 2000 kbytes. – O pre-


fixo “Mega” também dá origem a palavras que significam
muito grande, mas nesse sentido foi estudado em I.G.
– 3 gigabytes = 3000 megas (abreviado por gigas).
– 1 terabyte = 1000 gigas
• Deci(d), centi(c), mili(m), micro(μ), nano(n), pico(p), fento e
alto são as unidades inversas das anteriores, ou seja, submúlti-
plos da unidade respectivamente : 0,1, 0,01 ou 10-2, 0,001 ou
10-3, 10-6, 10-9 e 10-12, 10-15 e 10-18.
– Por exemplo, em laboratórios de análises e bioquímica é cor-
rente trabalhar com mililitros, microlitros e fentolitros.
– Micro deu origem a palavras que significam muito pequeno,
como micróbio, mas nesse sentido foi estudado em I.G.

I.J – Relacionados com tempo, ritmos, velocidades


• Crono significa tempo. Daí as palavras cronologia e crono-
grama. - Cronotropismo é o estado de maior ou menor fre-
quência cardíaca. As substâncias que aceleram ou lentificam o
batimento cardíaco dizem-se cronotrópicas positivas ou nega-
tivas respectivamente.
• Paleo e neo significam velho e novo como se encontra nas
divisões da Idade da Pedra em períodos paleolítico e neolítico
(lito = pedra).
– No sistema nervoso central estes prefixos são vulgares: o
paleocerebelo representa as estruturas deste órgão presentes
em animais menos evoluídos, ao passo que o neocerebelo é
de aquisição mais recente na evolução filogenética das espé-
cies, possibilitando funções mais diferenciadas. O mesmo
raciocínio para o neocórtex cerebral.
– Neoplasia é o crescimento de novas células mas de caracterís-
ticas diferentes (ver I.E.3). - Neoglucogénese ou gluconeogé-

98
Parte I - Raízes, prefixos e sufixos por grupos temáticos

nese é o conjunto de vias bioquímicas que sintetizam glucose


de novo, isto é sem ser a partir de glúcidos ingeridos.
• Pré (e por vezes pró) e pós(t) significam antes e depois.
– Pródromos duma doença são as várias manifestações que
surgem antes dessa doença ou situação se desencadear. Isto é
vulgar em certas epilepsias. Em algumas destas, é vulgar,
depois da crise passar, instalarem-se novas manifestações de
sonolência, cefaleias, etc.: são os pósdromos ou seja as mani-
festações que aparecem depois. Quadros clínicos prodrómicos
e pósdrómicos existem em diversos contextos clínicos. “Pró”
foi explicado em I.A como sendo indicativo de para a frente,
portanto os pródromos vão à frente no tempo.
– Pré e post-menstrual são as fases do ciclo menstrual imedia-
tamente antes e depois da menstruação.
• Proto, meso e tele significam no início, no meio e no fim e são
usados sobretudo em Cardiologia e ciências relacionadas, para
localizar com precisão os vários eventos do ciclo cardíaco. –
Proto também quer dizer o primeiro.
– Neste, a diástole é dividida em protodiástole, mesodiástole e
telediástole (ou pré-sístole), tal como a sístole é dividida em
protossístole, mesossístole e telessístole. Com estas designa-
ções, é fácil localizar nas várias fases do ciclo cardíaco os
eventos auscultatórios (sopros e ruídos extra), as ondas do
electrocardiograma e de outros exames cardíacos, fenómenos
fisiológicos, etc. Assim, estes vários eventos dizem-se, proto-
diastólicos, mesodiastólicos, telediastólicos (ou pré-
sistólicos) e, análogamente protossistólicos, mesossistólicos e
telessistólicos. Quando nos referimos à totalidade da diástole
ou da sístole diz-se holodiastólico ou holossistólico (holo =
tudo - ver I.C).

99
Parte I - Raízes, prefixos e sufixos por grupos temáticos

– O protótipo de qualquer coisa é o primeiro tipo, o mais repre-


sentativo. – As proteínas são os primeiro dos nutrientes,
segundo aquilo que levou à sua designação.
• Bradi e taqui significam depressa e devagar.
– Bradicárdia e bradisfigmia significam batimentos cardíacos
lentos e pulso lento, tal como se explicou em I.C.5. - Um
indivíduo bradipsíquico é o vulgarmente chamado de raciocí-
nio lento.
– Taquicardia e taquisfigmia têm o significado oposto. -
Taquipneia é respiração acelerada. - Taquifilaxia é uma pro-
priedade de certos fármacos, de perderem a sua acção rapi-
damente (taqui, filo = tendência para e filaxia acção).
• Hiperagudo, agudo, subagudo e crónico são termos que des-
crevem a rapidez decrescente do aparecimento e/ou manuten-
ção dum quadro clínico. O seu uso é um pouco intuitivo, não
havendo regras rígidas, excepto em Neurologia, talvez a espe-
cialidade mais interessada na definição destas designações,
pois nela, o perfil temporal dos sintomas é uma importante pis-
ta para o seu diagnóstico etiológico. Dum modo geral, agudas
são as manifestações que surgem rapidamente e que se mantêm
pouco tempo. Muitas vezes têm cura completa, aquilo a que se
aplica a expressão latina “restitutio ad integrum ”, ou seja res-
tabelecimento por inteiro. Uma situação aguda pode cursar
com risco de vida ou da função, mas que desaparece após a
cura, se não houver sequelas. - Crónicas são as doenças que
vão surgindo lenta e subrepticiamente, mas que se arrastam,
greralmente sem cura completa. Em doenças crónicas é impor-
tante distinguir o conceito de estar curado versus estar “com-
pensado”. Compensação é um estado em que a função ainda
satisfaz as necessidades basais do dia a dia, mas entra em clau-
dicação quando solicitada com mais intensidade.
Vejamos um exemplo com perturbações da fala.

100
Parte I - Raízes, prefixos e sufixos por grupos temáticos

– Um indivíduo em saúde aparente que deixa de falar dum ins-


tante para o outro, subitamente, apresenta uma afasia hipera-
guda, muito provavelmente de causa vascular (AVC), ou por
crise epiléptica de tipo particular.
– Um indivíduo revela perturbações da fala que começam ines-
peradamente e vão aumentando de intensidade em minutos,
atingindo o máximo desta afasia ao fim de uma hora. Isto é a
evolução mais típica dos acidentes vasculares cerebrais
(AVCs) isquémicos. É uma afasia aguda, independentemente
de vir a deixar sequelas ou não.
– Um indivíduo nos últimos dias comete erros de linguagem,
vai-se exprimindo com mais dificuldade, e o quadro agrava-
se ao longo de semanas, revelando já uma afasia considerável
ao fim de três semanas. É uma afasia sub-aguda, provavel-
mente de etiologia tumoral.
– Um idoso com demência, seja de que etiologia for e afásico,
quadro que foi evoluindo em anos, para além dos outros défi-
ces, tem também uma afasia crónica.
• Ictus e paroxismo significam manifestação súbita, de repente.
Paroxismo e ictus são palavras completas e não prefixos, mas
entendemos virem a propósito depois das explicações anterio-
res. São sinónimo de hiperagudo.
– Por isso ictus é a outra designação dada aos acidentes vascu-
lares cerebrais. Também por isso, em Neurologia, em relação
a todos os sinais e sintomas que surgem em segundos diz-se
que surgem de maneira ictiforme.
– Uma taquicardia paroxística é uma taquicardia intensa que
surge subitamente, não provocada por nenhum factor clássi-
co: esforço físico, emoção ou susto, drogas, etc.
• Nict é o prefixo que indica noite. Nictúria é urinar mais de noi-
te do que de dia. Ritmo nictemeral é o ritmo da alternância de
períodos acordados e a dormir.

101
Parte I - Raízes, prefixos e sufixos por grupos temáticos

Quadro I.J – Indicativos de tempo, ritmo e velocidade


Prefixo / Sufixo Significado Exemplos
Agudo Rápido Várias situações
Bradi Lento Bradicárdia – Bradisfigmia
Bradipsiquismo
Crónico Arrastado, lento Várias situações
Crono Tempo Cronologia – Cronograma
Cronotropismo
Ictus Súbito Ictus – Ictiforme
Meso A meio Mesodiástole - Mesossístole
Neo Novo – De novo Neoplasia – Neoglucogénese
Neocerebelo - Neocórtex
Nict Noite Nictúria – Nictemeral
Paleo Velho – Antigo Paleolítico . Paleocerebelo
Paroxismo De repente Taquicardia paroxística
Pós ou post Depois Pós-menstrual – Pósdrómico -
Pré – Pró Antes Pré-menstrual- Pródromos
Proto Primeiro Protótipo - Proteína
Proto No princípio Protodiastólico – Protossistólico
Taqui Rápido - Depressa Taquicardia –Taquisfigmia
Taquipneia - Taquifilaxia
Tele No final Telediastólico – Telessistólico

I.K – Cores
Este um grupo de prefixos menos conhecidos, mas que explica
muitas das palavras aparente/difíceis usados em ciências médicas
e biológicas.
• Cromo é cor. Cromoterapia é o tratamento pela cor. - Células
cromófilas e cromófobas são as que têm afinidade ou não para
os corantes, ou seja para ficarem coloridas. Na realidade, as
técnicas de coloração são das mais usadas para identificar célu-
las em microscopia, pois a sua afinidade para os diferentes
corantes, indica diferentes características delas. – - Cromoso-
mas são os corpos (soma = corpo) corados que se vêm no
núcleo, que contêm a informação genética.

102
Parte I - Raízes, prefixos e sufixos por grupos temáticos

• Alv(b)o e leuco é branco.


– Albuminúria é a presença de albumina na urina e microalbu-
minúria a presença desta mesma proteína em muito pequena
quantidade. Albumina é a palavra grega que significa clara do
ovo, a sua parte branca.
– Leucoplasia são placas esbranquiçadas que podem crescer em
diversos locais, dos quais a boca é dos mais frequentes. O
termo nada diz quanto à sua origem, mas apenas que são
crescimentos (plasia -I.E.3.) brancos (leuco). - Leucócitos são
os glóbulos (células) brancos do sangue (leuco e cito ver
I.C.2). - Leucemias ou leucoses são os cancros do sangue
provenientes da excessiva multiplicação das células que dão
origem aos leucócitos. - Leucodistrofias são as doenças da
substância branca do cérebro (por oposição à substância cin-
zenta).
• Polio é cinzento, mas hoje em dia o prefixo reserva-se à
Poliomielite. Mas esta foi assim chamada por ser a destruição
inflamatória da substância cinzenta da medula espinal (rara-
mente bulbar), causada pelo vírus polio.
• Melo é negro. O prefixo é mais usado na linguagem comum
que na linguagem médica, como nas palavras melodramático
(drama negro) ou melancolia. Esta última, embora não pareça,
tem conotação médica. Com efeito, colia relaciona-se com
bílis, como se referiu em I.C.6. Dado que desde a antiguidade
os autores tiveram a intuição que os vários estados de espírito
correspondiam à acção na alma de substâncias diferentes, o
termo melancolia significava etimologicamente síndroma da
bílis negra! - Melanina, o pigmento que dá cor à pele (que a
escurece) também tem aqui a sua raiz. Os negros são mais
escuros que os brancos porque têm mais melanina. – As mele-
nas são as hemorragias provenientes do intestino, em que o

103
Parte I - Raízes, prefixos e sufixos por grupos temáticos

sangue sai completamente negro (porque já semi-digerido),


pelo ânus.
• Feo é castanho. Os feocromocitos são as principais células da
medula supra-renal, assim chamadas, porque coram de casta-
nho com os corantes. Por isso, o tumor da medula supa-renal se
chama feocromocitoma (oma = tumor). Na classificação das
algas em função dos seus pigmentos, as castanhas chama-se
feofíceas.
• Eritro, rodo e rub significam encarnado.
– Por isso os glóbulos vermelhos do sangue se chamam eritro-
citos, em analogia com os leucócitos. - A eritropoetina é a
hormona, agora usada como doping em certos desportos, que
faz aumentar o número de glóbulos vermelhos, por estimular
a eritropoese, que é o processo da fabricação destes (ver
I.E.1.). - Eritrose facial significa estar muito corado. - Erite-
ma quer dizer vermelhidão cutânea.
– Rodo é menos usado. As rodofíceas são algas encarnadas.
– Ruber em latim é vermelho, donde derivou a palavra “rubro”.
Fácies rubicundo são os fácies peltóricos, gordos, corados. –
Rubeose é adjectivo respectivo que se usa para a face e para a
íris (rubeose da face ou da íris).
• Cloro significa verde e daí o nome de cloro dado a esta gás
halogéneo, de cor verde, donde por sua vez derivam as inúme-
ras designações químicas de cloratos, cloretos, cloritos, etc. -
Clorose é um termo antigo que já não se usa, que descrevia
uma cor macilento-esverdeada de certas anemias crónicas de
que não se conhecia a causa. - Clorofila é o pigmento verde das
plantas (etimologicamente tendência (Filia) para o verde). - As
clorofíceas são as algas verdes.
• Ciano é azul. Cianose é o tom azulado da pele, indicativo de
grave insuficiência respiratória, circulatória ou de doenças

104
Parte I - Raízes, prefixos e sufixos por grupos temáticos

congénitas graves do coração se nas crianças. - Os cianetos são


sais assim chamados porque na presença de soluções com ferro
originam precipitados azul escuros. - As cianofíceas são as
algas azuis.
• Xanto é amarelo. Xantocromia é a palavra usada para indicar
uma cor excessivamente amarela do líquido céfalo-raquidiano
tirado por punção. – Xantopsia é ver tudo amarelado. - Xanto-
mas e xantelasmas são tumores benignos da pele ou de outras
estruturas de cor amarelada ou provenientes de excesso de gor-
dura circulante.

Quadro I.K – Cores


Prefixo / Significado Exemplos
Sufixo
Albu Branco Albumina
Ciano Azul Cianose – Cianetos – Cianofíceas
Cloro Verde Cloro – Clorofila - Clorose
Cromo Cor Cromoterapia - Cromófila – Cromófoba – Cromo-
soma
Eritro Vermelho Eritrocito – Eritropoetina – Eritropoese – Eritrose –
Eritema
Feo Castanho Feocromocito – Feocromocitoma –Feofíceas
Leuco Branco Leucoplasia – Leucócito – Leucemia – Leucose -
Leucodistrofia
Melo Preto Melodramático – Melancolia – Melanina - Melena
Polio Cinzento Poliomielite
Rodo Vermelho Rodofíceas.
Rub Vermelho Rubro – Rubicundo - Rubeose
Xanto Amarelo Xantocromia – Xantoma – Xantelasma - Xantopsia

I.L – Outras características morfológicas


Além da cor, existem outras propriedades morfológicas indica-
das por raízes próprias.
• Morfo significa forma. As ciências morfológicas serem as que
estudam a forma, quer a nível macroscópico (Anatomia), como

105
Parte I - Raízes, prefixos e sufixos por grupos temáticos

microscópico (Histologia). - Daí falar-se em características


morfo-funcionais duma estrutura.
• Óide – É algo que tem a forma de ou que se relaciona com.
Espermatozóide eram os “animais” (zoo) do esperma – Linfói-
de e mielóide relacionam-se com a linfa ou com a medula
óssea, termos vulgarmente usados para classificar a proveniên-
cia das leucemias. - Cubóide é um tipo de tecido epitelial em
que as células têm forma aproximadamente cúbica. – - Para-
nóide é um comportamento com características semelhantes às
paranócas – Febre tifóide é uma doença infecciosa com evolu-
ção semelhante à do tifo – Adenóides são as amígdalas das fos-
sas nasais, que os antigos autores julgaram tratar-se de glându-
las – Andróide e ginóide é aquilo que tem forma masculina ou
feminina, respectivamente, como por exemplo os padrões de
distribuição da gordura corporal.
• Poiquilo significa formas variáveis. É um prefixo usado prati-
camente apenas a propósito de glóbulos vermelhos. Nos hemo-
gramas10, poiquilocitose significa que os eritrocitos não têm
todos a mesma forma.
• Lepto e Paqui significam delgado e grosso ou espesso.
– Leptina e a hormona da magreza, ou seja que adelgaça. - Lep-
tosómicos são os indivíduos de biótipo magro (soma = cor-
po). - As curvas leptocúrticas são as estreitas.
– Paquiderme é nome dado a elefantes, devido á sua pele muito
espessa. - Paquipleurite é o espessamento residual das pleu-
ras após um quadro inflamatório destas.
• Askos em grego significava odre. Vem daí a palavra ascite que
significa líquido livre na cavidade peritoneal (abdómen), dado
que quando volumsa as barrigas destes doentes ficam em forma
de odre.

106
Parte I - Raízes, prefixos e sufixos por grupos temáticos

• Leio e Rabdo significam respectivamente liso e estriado, quan-


do aplicados ao tecido muscular. Assim
– Leiomiomas e leimiossarcomas são os tumores benignos e
malignos respectivamente que provêm dum músculo liso.
– Rabdiomiossarcomas são os tumores malignos do músculo
esquelético. - Rabdomiólise é a destruição (lise) de músculos
estriados, situação que se pode dever a diversas causas
• Xero significa seco. Xerostomia significa boca seca, efeito
adverso comum em muitos fármacos, mas também com várias
outras causas. - Xeroftalmia são olhos secos por falta de secre-
ção lacrimal suficiente. - Xeroderma Pigmentoso é uma afec-
ção cutânea genética rara, mas onde o conceito de secura volta
a estar presente, relacionado com a falta de defesas cutâneas
contra a luz solar.

Quadro I.L – Outras características morfológicas


Prefixo / Significado Exemplos
Sufixo
Askos Odre Ascite
Leio (Músculo) liso Leiomioma - Leiomiossarcoma
Lepto Delgado, Magro Leptina – Leptosómico - Leptocúrtico
Morfo Forma Morfologia - Morfo-funcional
…(ó)ide Que tem a forma de Espermatozóide – Linfóide – Mielóide –
ou que se relaciona Cubóide – Paranóide – Tifóide - Adenóide –
com Andróide - Ginóide
Paqui Grosso - Espesso Paquiderme - Paquipleurite
Poiquilo Formas diferentes Poiquilocitose
Rabdo (Músculo) estriado Rabdomiossarcoma - Rabdomiólise
Xero Seco Xerostomia – Xeroftalmia - Xeroderma

I.M - Física e exames dela dependentes


• Tono, tónus e tónico significam força, os dois primeiros como
substantivos e o último como adjectivo.- Tónus é um estado de

107
Parte I - Raízes, prefixos e sufixos por grupos temáticos

força mantida. A força a que estas raízes aludem tanto pode ser
osmótica, como pode ser muscular ou outra.
– Tónus muscular é o estado mínimo de contracção que os
músculos mantêm mesmo quando estão em repouso. – Pela
mesma razão se fala em tónus simpático e em tónus paras-
simpático.
– Contracção muscular isotónica é aquela durante a qual o
músculo está sempre a exercer a mesma força (iso = igual).
– Bebidas isotónicas são aquelas que têm a mesma pressão
osmótica do plasma (tónus osmótico). Analogamente se fala
em bebidas e em soros hipotónicos e hipertónicos: glucose
hipertónica: é uma solução de glucose tão concentrada que
tem uma pressão osmótica superior à do plasma
– O peritoneu é a membrana que faz força à volta (peri) das
vísceras abdominais.
• Dinamia ou dinâmica também significam força. Adinamia é
falta de força. – Farmacodinamia ou fármacodinâmica é o
capítulo da Farmacologia que estuda o modo de acção dum
fármaco, ou seja a “força” que ele faz.
• Esteno também significa força, mas para além disso tem outro
significado vizinho: significa aperto ou estreito.
– Astenia significa falta de forças, mostrando que aqui “esteno”
tem a conotação de força12. Idem para miastenia, neurastenia,
psicastenia que significam respectivamente falta de forças de
causa muscular, nervosa ou psicológica. A primeira é uma
doença autoimune da sinapse e as duas últimas palavras são
sintomas incaracterísticos.
Mas na maioria dos casos esteno significa aperto.

12
Os dois significados de esteno decorrem das duas palavras gregas parecidas donde
provem a mesma raiz em Português: do adjectivo stenós que significa “estreito ou
delgado” e do substantivo sthénos que significa “força”.

108
Parte I - Raízes, prefixos e sufixos por grupos temáticos

– Estenoses são apertos em zonas de passagem, que obrigam


que se desenvolva maior pressão a montante, para permitir a
normal progressão ou passagem dos conteúdos no sentido
adequado. Estes conteúdos podem ser sangue, quimo, ar, uri-
na, etc. O sufixo “ose”, que vimos em I.E.3. denota a degene-
rescência do órgão estenótico, decorrente dos processos que
surgem a motante da estenose, que visam desenvolver maio-
res pressões (mais força) para vencer estes obstáculos. Este-
nose mitral é o mesmo que dizer aperto da válvula mitral do
coração. O mesmo se aplica às outras válvulas cardíacas,
assim se falando em estenoses aórtica, da pulmonar e da tri-
cúspida. Também a aterosclerose, cria estenoses das artérias.
– Na estenose do piloro (canal que liga o estômago ao duode-
no) está dificultada a progressão de alimentos do estômago
para o duodeno, sendo causa de vómitos muito intensos. Pode
ser congénita ou ser consequência de úlceras. - Um cancro
dum brônquio que cresça para dentro da sua cavidade, origina
uma estenose brônquica, causa de dispneia (dificuldade respi-
ratória -ver I.A). – Análogamente fala-se de estenoses da
uretra, por exemplo em resultado da cicatrização de feridas
nas algaliações, etc.
– Estenocardia é a dor mais típica da angina de peito. Isto por-
que é uma dor que o doente refere como sendo em aperto,
etimologicamente o coração a apertar.
• Baro significa pressão, como se deduz em barotrauma, como
pode suceder em mergulhadores, barorrecptores das artérias
donde partem mecanismos que regulam a pressão arterial e em
barómetros, que medem a pressão.
• Cine significa movimento.
– Daí a cinemática ser o capítulo da mecânica que estuda os
movimentos. - Cineangiografia é o registo (grafia) do exame
radiológico dos vasos (angio) com o sangue em movimento

109
Parte I - Raízes, prefixos e sufixos por grupos temáticos

(cine)., o que se consegue pela administração local de con-


traste. Pelo contrário as angiografias são apenas imagens
fotográficas. – Discinesia e acinesia significam respectiva-
mente perturbação e ausência de movimento, seja duma zona
do coração, seja dos membros, seja da vesícula biliar ou de
outras vísceras. – Farmacocinética é o capítulo da Farmaco-
logia que estuda o movimento de cada fármaco no corpo, ou
seja, como é absorvido, metabolizado e excretado. Portanto a
farmacocinética não estuda como os fármacos actuam, pois
esse é o tema da farmacodinâmica. - Contracção isocinéticas
é aquela em que o músculo mantém a mesma velocidade de
contracção ao longo de todo o arco do movimento
– O prefixo cine foi adulterado pelo uso corrente, como estando
ligado a tudo que tem a ver com cinema. Mas esta própria
palavra indica movimento de imagens, em oposição à foto-
grafia. Adulterações análogas ocorreram para os prefixos
“auto” e “tele, (ver respectivamente I.B e I.F),
• Fono, Fonia, Sono e Eco estão relacionados. Os três primeiros
indicam som, ao passo que o último é a própria palavra eco, ou
seja a reflexão das ondas sonoras, sejam elas audíveis para o
ouvido humano ou não, como no caso dos ultra-sons.
– Fonocardiograma é o registo gráfico dos sons, sopros e
outros sons emitidos pelo coração.
– Fonia é o mesmo termo, mas agora como sufixo e não como
prefixo. Estereofonia, polifonia e sinfonia significam respec-
tivamente som com distribuição espacial, vários sons, e som
de muitos instrumentos juntos (sin = juntos – ver I.F). O
adjectivo de “fonia” é fónico como se vê em som polifónico.
– Sono, foi abandonado em Medicina em detrimento de “fono”,
sendo usado em outras áreas, como em sonar ou em sono-
plastia. Durante algum tempo usou-se em Medicina a palavra
ultrassonografia, mas foi substituída por ecografia. Até para

110
Parte I - Raízes, prefixos e sufixos por grupos temáticos

evitar confusões com palavras relacionadas com os exames


do sono.
– Ecografias são técnicas que registam estruturas do corpo com
base na sua reflexão dos ultra-sons. Aplicam-se em quase
toda a Medicina. No caso do coração dizem-se ecocardiogra-
fias.
• Foto significa luz. Fotografia é registar por escrito os resulta-
dos da luz sobre a película fotográfica. - Fotofobia é aversão à
luz, sintoma comum em alterações do sistema nervoso como
nas enxaquecas. – Fotosensibilidade é o aparecimento de alte-
rações da pele após exposição à luz solar, efeito possível de
alguns fármacos. – Fototerapia é o tratamento pela exposição a
diversos tipo de luz.
• Grafia e grama – Grafia significa escrita e grama é aquilo que
fica escrito. - Por isso a Ortografia estuda a escrita sem erros,
ou seja direita, dado que “orto” significa recto (ver I.F). - Elec-
trocardiogrfia é o registo da actividade eléctrica do coração
(cardio). - Analogamente temos, electroencefalografia, elec-
tromiografia, referentes às actividades eléctricas cerebral e
muscular, etc. Aquilo que fica registado é o electrocardiogra-
ma (ou ECG), o Electroencefalograma (ou EEG) e o Electro-
miograma (ou EMG), respectivamente.
• Escopia denota espreitar,
– Nas endoscopias espreita-se para dentro (endo), sejam elas
do tubo digestivo, pulmonares, ou outras. Por vezes o sufixo
”escopia” é antecedido do prefixo que indica o órgão obser-
vado: gastroduodenoscopia, colonoscopia, rectosigmoidos-
copia, broncoscopia, otoscopia, rinoscopia e laringoscopia,
tudo isto exames correntes.
– Artroscopia e Laparoscopia significam respectivamente
espreitar para o interior duma articulação (artro) ou do
abdómen (laparo). No entanto algumas pessoas julgam que

111
Parte I - Raízes, prefixos e sufixos por grupos temáticos

estes nomes indicam operações, devido ao impacto mediático


da cirurgia das lesões desportivas dos joelhos e da colocação
de bandas gástricas para a obesidade grave. Na realidade a
primeira é geralmente praticada por via artroscópica e a
segunda por via laparoscópica. Mas artro ou laparoscopia não
significa nenhuma operação: significam apenas observar para
dentro duma articulação ou do abdómen. Só que as operações
referidas conseguem ser realizadas sem abrir a cavidade res-
pectiva, com o controle visual por observação artro ou lapa-
roscópica, o que as torna muito menos agressivas.
• Electro é uma raiz óbvia, ligada a electrividade¸e dispensa
comentários e exemplos, presente em múltiplas palavras.
• Iono tem a ver com iões. Uma substância ionizada é aquela
que está parcial ou totalmente dissociada nos seus iões consti-
tuintes, o que implica geralmente que esteja em solução aquo-
sa. - Ionoforese é um processo terapêutico em que se adminis-
tra um fármaco ionizado, com vista `sua melhor absorção, ioni-
zação que se consegue fazendo passar uma corrente eléctrica
pelo fármaco em solução aquosa. - Ionograma é a determina-
ção laboratorial das concentrações sanguíneas dos principais
iões do organismo: sódio, potássio e cloro.
• Piro significa fogo. Daqui resultou pir que significa febre.
– Pirose é um ardor do esófago ou do estômago, por excesso de
acidez, como se a pessoa tivesse fogo no estômago. - Piro-
mania é a atracção pelo fogo.
– Antipiréticos são os medicamentos que baixam a febre (anti =
contra). - Hiperpirexia é uma febre muito alta. – Pirogéneas
são as substâncias provocam febre.
• Termo e termia significam calor, o primeiro como prefixo e o
segundo como sufixo.

112
Parte I - Raízes, prefixos e sufixos por grupos temáticos

Quadro I.M - Física e procedimentos dela dependentes


Prefixo / Significado Exemplos
Sufixo
Baro Pressão Barómetro - Barorreceptores - Barotrauma
Cine Movimento Cinema – Cinemática - Cinangiografia – Aci-
nesia – Discenesia – Farmacocinética – Isoci-
nético
Crio Frio Crioterapia - Crioprecipitados
Dinami(c)a Força Adinamia – Fármacodinami(c)a
Eco Eco Ecografia - Ecocardiografia
Electro Eléctrico Electrocardiograma (ECG) - Electroencéfalo-
grama (EEG) – Electromiograma (EMG)
…escopia Espreitar Endoscopia – Gastroscopia - Colonoscopia
Broncoscopia - Artroscopia Laparoscopia -
Otoscopia – Rinoscopia - Laringoscopia
Esteno Aperto Estenoses – Estenocardia – Astenia – Mias-
tenia – Neurastenia - Psicastenia
Estereo Espacial Estereofonia – Estereotaxia
Fono Som Fonocardiograma
…fonia Estereofonia – Polifonia - Sinfonia
Foto Luz Fotossensibilidade – Fotofobia - Fototerapia
…grafia Escrita Electrocardiografia - Electroencefalografia
…grama Já escrito Electrocardiograma - Electroencéfalograma
Iono Iões Ionoforese – Ionograma – Ionizado
Pir Febre Antipiréticos - Hiperpirexia
Piro Fogo Pirose – Piromania - Pirogéneos
Sono Som Sonografia – Sonoplastia - Sonar
…termia Com calor Diatermia - Criotermia
Termo Calor Termografia – Termocautério –Termómetro
Tono Ref a Força Isotónico – Tónus - Peritoneu
…tónico

– Termómetro mede (metro) a temperatura. – O termocautério


cauteriza (coagula) a ferida cirúrgica para não sangrar, o que
faz à base de calor. – Termografia corporal é o registo das
temperaturas da pele nos vários pontos do corpo.
– Diatermia é a introdução de calor através da pele (dia = atra-
vés de).

113
Parte I - Raízes, prefixos e sufixos por grupos temáticos

• Crio significa frio. Crioterapia é a terapêutica pelas temperatu-


ras frias (ver a seguir), geralmente pelo gelo. - Crioprecipita-
dos são as substâncias que precipitam só a frio.

I.N – Química, substâncias, nutrientes e alimentos


Muitos termos médicos e de ciências afins resultam de raízes
provenientes do mundo da Química e do tipo das substâncias.
Examinaremos:
1. Prefixos relacionados com os reinos da Natureza
2. Prefixos e sufixos básicos em química orgânica
3. Relacionados com nutrientes ou substâncias complexas
I.N.1. Prefixos relacionados com os reinos da Natureza
• Zoo significa animal. Macrozoopsias são alucinações em que
se vêm (opsia) animais de grande porte (macro), típicas do
alcoolismo crónico – Zoonoses são doenças transmitidas por
animais (noso = doença – ver I.E.3)
• Fito significa vegetal. Osteofitos são prolongamentos ósseos
anormais, que parecem plantas que crescem dos ossos, típicos
das situações de artrose, aquilo que o povo leigo chama “bicos
de papagaio”. - Sindesmofitos são uma variedade particular de
osteofitos que foram definidos em I.C.8.a. – Fitosteróis são
esteróis (ver I.N.3) de origem vegetal
• Geo é a terra e daí o nome da ciência que a estuda, a Geologia,
e da ciência das medições, a Geometria que media a Terra. –
Geofagia é comer terra (fagia = comer), sintoma que surge em
certas doenças psiquiátricas ou em anemias ferropénicas cróni-
cas.
• Lito é pedra.– Litíase é a formação de pequenas pedras, que se
chamam cálculos, nas vias urinárias ou biliar e que as podem
entupir, originando fortes dores de tipo cólica. - Coprolitos e

114
Parte I - Raízes, prefixos e sufixos por grupos temáticos

flebolitos são cálculos que se encontram nas fezes (copro) ou


nas veias (flebo).
I.N.2 Prefixos e sufixos básicos em química
• Quimio indica Química. Quimiotaxia é uma propriedade das
nossas células de defesa que são atraídas por estímulos quími-
cos.
• Baso e Neutro indicam o carácter alacalino ou básico ou então
neutro duma substância ou célula. “Baso” também pode ter a
ver com a base duma estrutura.
– Basófilos são os leucócitos com afinidade (filia – ver I.D )
para os corantes básicos – Basal é algo que está na base.
– Neutrófilos são os leucócitos sem afinidade básica nem ácida.
• Natrio, calio e sidero são os prefixos de três metais: sódio
(símbolo Na de Natrium em latim), potássio, (símbolo K de
Kalium em latim) e ferro, respectivamente.
– Natrémia e natriúria são as concentrações e sódio no sangue
e na urina. Aplicam-se-lhes os prefixos hiper e hipo se neces-
sário. Idem para caliémia e caliúria.
– Siderémia é a concentração sanguínea de ferro. As anemias
por falta de ferro chama-se ferropénicas (pénia = carência –
ver I.A) e curam-se dando ferro. Mas há outras anemias em
que os glóbulos vermelhos têm características semelhantes à
ferropénia, mas de outras causas e que não curam com a
administração de ferro, por isso chamadas anemias sideroa-
crésticas. - Há ainda anemias sideroblásticas.
• Hidro é água mas também suor. Isto porque este prefixo, assim
escrito em Português provém de duas raízes gregas diferentes:
Hydro = água e Hidrós = transpiração. Por isso “hidro” origina
muitos termos. Acresce que muitas palavras começadas por
“hirdro” querem dizer líquido e não tanto água propriamente
dita.

115
Parte I - Raízes, prefixos e sufixos por grupos temáticos

– Hidrólise são reacções químicas em que entra água, com des-


truição (lise) de reagentes.
– Hidrotórax é um derrame dentro da cavidade pleural –
Hidrocelo (celo – ver I.E.3.) é líquido dentro do escroto. -
Hidronefrose é a inundação do bacinete renal e posteriormen-
te do próprio rim (nefro = rim), devido a uma obstrução uri-
nária abaixo. - Hidrocefalia é a acumulação de líquido céfalo-
raquidiano na cabeça. - Só no caso do abdómen é que não se
diz “hidroperitoneu” mas sim “ascite” pelas razões explica-
das em I.L.
– Anidrose, hiperhidrose e disidrose significam défice de pro-
dução de suor (an = falta), excesso da sua produção (hiper)
ou perturbações diversas a esse nível (dis).
• Met, et, prop e but – São prefixos básicos da química orgânica,
que indicam o número de carbonos dnuma estrutura hidrocar-
bonada, respectivamente, um, dois, três ou quatro.
– Metano é o hidrocarboneto de um só carbono (CH4) e metil o
seu grupo reactivo -CH3.
– Etano, etanol, etanal e etanóico são respectivamente o hidro-
carboneto saturado de dois carbonos e o álcool, o aldeído e o
ácido dele derivados, todos de dois carbonos.
– O gás propano, o propanol, a propanona e o propanóico são
respectivamente o hidrocarboneto saturado de três carbonos e
o álcool, a cetona13 e o ácido dele derivados, todos de três
carbonos.
– O mesmo se aplica ao gás Butano, ao butanol, butanal, buta-
nona, butanóico, etc. que têm quatro carbonos.
• Acima deste número de carbonos usam-se, os prefixos numé-
ricos usuais, estudados em I.H: penta, hexa, hepta, octa, etc.

13
Propanona é a vulgar acetona

116
Parte I - Raízes, prefixos e sufixos por grupos temáticos

• Ano, eno, ino, ol, al, ona, óico, ina tal como vimos nos exem-
plos acima, indicam respectivamente
– Ano – Hidrocarbonetos saturados: metano, etano, propano,
butano, pentano, hexano, etc.
– Eno - Hidrocarbonetos insaturados com uma dupla ligação:
metileno, propileno
– Ino - Hidrocarbonetos insaturados com uma tripla ligação
como o etino, mas que vulgarmente é chamado acetileno.
– Ol – São álcoois, como o etanol, o propanol e o butanol. Os
beta-bloqueantes são álcoois porque terminam todos em ol,
tal como os polifenóis14 e os esteróis (ver a seguir)
– Al – Aldeídos, como por exemplo o etanal
– Ona – Cetonas como a propanona (acetona), etc.
– Óico – São ácidos orgânicos: etanóico ou ácido acético, pro-
panóico, etc.
– Ina – São aminas. Tiamina é a vitamina B1 – As outras vita-
minas receberam esta designação porque se julgou que tam-
bém eram aminas (aminas vitais), o que se constatou não ser
verdade para a maioria – Substâncias importantes em Fisiolo-
gia e em Fisiopatologia como a serotonina e a histamina são
as aminas derivadas dos aminoácidos triptofano e histidina
respectivamente a amina que dá tónus ao soro e a amina dos
tecidos (histo).
• Ase é o sufixo que indica tratar-se dum enzima: fosfatases,
desidrogenses, ATPase, lipase, amilase, fosforilases, etc.
• Esterol é um poliálcool com uma estrutura própria, formada
por um núcleo de três anéis benzénicos e um anel de ciclopen-
tano, conjunto a que se dá o nome de núcleo ciclopentanoperi-
drofenantrénico. São exemplos o colesterol e os esteróis vege-
tais ou fitosteróis. Dada a vastidão do mundo dos esteróis, nem

14
Plural do sufxo “ol” é “óis”.

117
Parte I - Raízes, prefixos e sufixos por grupos temáticos

todos eles acabam em “esterol”. Com efeito são esteróis as


hormonas sexuais masculinas e femininas, as vitaminas D, os
sais biliares, etc. O colesterol é assim chamado porque é o este-
rol que aparece na bílis (cole), a sua via de eliminação.
I.N.3. Nutrientes ou substâncias complexas
• Amilo significa amido. Substâncias amiláceas são amidos. -
Amilóide é uma proteína anormal que se acumula mas que se
julgou de início que era amido – As amilopectinas são pectinas
derivadas da decomposição dos amidos.
• Glykys é a palavra grega para doce, que deu origem a glicose e
a todas as palavras dela derivadas. Glicémia e glicosúria signi-
ficam a concentração sanguínea e urinária de glucose. - Glico-
silação das proteínas é a ligação destas à glucose. – Glicolise e
glicogénese significa respectivamentemente destruir ou formar
glicose. – O glicerol é um álccol (ol) que origina glicose, como
se sabe da bioquímica.- Por isso, embora se use indistintamente
“glicose” e “glucose” com “i” ou “u”, ortodoxamente a primei-
ra forma é mais correcta.
• Sacaro15 significa açúcar. – Sacarose17 é o açúcar comum,
formado pela condensação duma molécula de glucose e outra
de frutose.
• Fruto significa fruta. Frutose17 é o açúcar da fruta. - Frutosa-
mina é a amina da frutose. - A fosfofrutocinase é o enzima que
age na forma fosforilada da frutose.
• Gala e lacto significam leite. A lactose é o açúcar do leite. No
caso dos glúcidos, o sufixo “ose” tem uma conotação quími-

15
Ao contrário da maioria dos termos que têm origem grega ou latina, a palavra sák-
khar é de origem sânscrita.

118
Parte I - Raízes, prefixos e sufixos por grupos temáticos

ca16. Mas a lactose, que é um dissacárido, é formada por dois


monossacáridos: a glucose, que existe em muitas fontes, e um
outro açúcar próprio do leite que é a galactose. – Galactagogas
são as substâncias que estimulam a produção de leite. – Galac-
tóforos são os canais das mamas que levam o leite até ao
mamilo. – Galactorreia significa corrimento lácteo fora de
contexto de lactação.
• Adipo, esteato e lipo todos eles indicam gorduras.
– Adipocito é a célula que armazena gordura e que constitui o
tecido adiposo adiposo. - Adipocitoquinas são as citoquinas
provenientes do tecido adiposo.
– Estearina é uma gordura de que se fazem as velas de mesa. –
Esteatose dum órgão é a sua infiltração por gordura. – Estea-
torreia é a presença de gordura nas fezes (esteato + rreia
=corrimento) – Esteárico é um dos ácidos gordos.
– Lípidos são gorduras - Lipogénese é a síntese de gordura no
adipocito e lipólise a sua destruição. – Lipoaspiração é a
aspiração cirúrgica de gorduras regionais.
• Crea significa carne, Creatina é uma substância que só existe
na carne (músculos) dos animais, e que constitui uma suple-
mentação corrente hoje em dia no desporto. - Creatinina é o
metabolito solúvel em que aquela se transforma para poder ser
excretada pela urina. - O pâncreas é a glândula que produz a
tripsina, o principal enzima que digere a carne (pan = toda a +
crea = carne).
• Muco é uma palavra que significa uma secreção viscosa, com
filância elevada, espessa, incolor, mas que origina vários ter-
mos científicos. Membranas mucosas estão revestidas por
muco. - Mucopolissacáridos são hidratos de carbono comple-

16
Uma das classificações dos glúcidos é em oses e ósidos.

119
Parte I - Raízes, prefixos e sufixos por grupos temáticos

xos, semelhantes ao que formam o muco. - Mucina também é


uma substância do muco.

Quadro I.N – Substâncias químicas e alimentos


Prefixo / Significado Exemplos
Sufixo
Adipo Gordura Adipocitoquinas – Adipocito – Adiposo
…al Aldeído Etanal -
Amilo Amido Amilóide – Amiláceo – Amilopectina
…ano Saturado Metano – Etano – Propano - Butano – Pentano –
Hexano
…ase Enzima Fosfatase – Desidrogense - ATPase – Lipase –
Amilase – Fosforilase
Baso Alcalino Basófilo – Basal
But 4 carbonos Butano – Butanol – Butanal - Butanona –
Butanóico
(k)Calio Potássio Caliémia – Caliúria
…eno 1 dupla ligação Metileno – Propileno
Esteato Gordo Estearina – Esteatose - Esteatorreia
Esterol Ver texto Colesterol – Fitosterol – Sitoesterol
Et Dois carbonos Etano - Etanal - Etanol – Etanóico
Fito Vegetal Osteofito – Sindesmofito - Fitosterol
Fruto Fruta Frutosamina – Fosfofrutocinase
Gala Leite Galactose – Galactóforos – Galactagogo – Galac-
torreia
Geo Terra Geofagia – Geologia
Gl(i)uco Gl(i)ucose Glicémia – Glicosúria – Glicosilação - Glicólise –
Glicogénese – Glicerol
Hidro Água Hidrotórax – Hidrocelo – Hidronefrose – Hidrólise
– Hidrocefalia
Hidro Suor Anidrose – Hiperidrose – Disidrose
…(am)ina Amina Tiamina – Vitamina - Serotonina - Histamina
…ino 1 tripla ligação Etino
Lacto Leite Lactação – Lactose
Lipo Gordura Lípido - Lipogénese – Lipolise
Lipoaspiração
…lito Pedra Coprolito – Litíase – Flebolito
Met 1 carbono Metano – Metil
Muco Muco Mucosas - Mucopolissacáridos – Mucina
Natrio Sódio Natrémia – Natriúria

120
Parte I - Raízes, prefixos e sufixos por grupos temáticos

Neutro Neutro Neutrófilo -


…óico Ácido orgânico Etanóico – Propanóico
…ol Álcool Etanol – Propanol – Butanol -Colesterol
…ona Cetona Acetona – Propanona
Prop 3 carbonos Propano - Propanol – Propanona – Propanóico
Quimio Química Quimotaxia -
Sacaro Açúcar Sacarose -
Sidero Ferro Siderémia – Sideroblasto – Sideroacrésctica
Zoo Animal Macrozoopsias - Zoonose

I.O – Tratamentos médicos e cirúrgicos


I.O.a – Tratamentos cirúrgicos
Para os não médicos, talvez o prefixo tomo e os sufixos tomia e
ectomia sejam aqueles com que mais vezes se depara. É por estes
que começaremos.
• Tomo, tomia e ectomia – Estão relacionados. Tomo e tomia
significam respectivamente corte e cortar., Dado que “ecto”
quer dizer fora, ectomia significa cortar e tirar para fora.
– Tomo - Uma enciclopédia divide-se em volumes ou tomos:
volume ou tomo 1,volume ou tomo 2, etc., ou seja no número
de divisões em que foi cortada. - Uma tomografia, seja ela
clássica, ou modernamente uma tomografia axial computori-
zada (TAC) é sempre um registo dos vários cortes duma
estrutura.
– Tomia é o acto de cortar. É daqui que vem a palavra Anato-
mia, a ciência que estuda e descreve o corpo humano, corte
por corte, assim descrevendo a sua morfologia. - Qualquer
operação que não seja efectuada por escopia (ver I.M) come-
ça pela respectiva “tomia”, ou seja pelo corte que possibilita a
abertura necessária para ver e trabalhar. Uma operação ao
estômago, intestinos ou qualquer víscera abdominal começa
pela laparotomia (láparo = abdómen). Uma operação ao
coração ou aos pulmões começa pela toracotomia e uma neu-

121
Parte I - Raízes, prefixos e sufixos por grupos temáticos

rocirurgia cerebral começa pela craniotomia. São fases ini-


ciais das respectivas operações. Nos bancos de urgência é
frequente proceder-se a laparotomias exploradoras: o doente
apresenta sinais de grave lesão abdominal, mas de diagnósti-
co etiológico difícil e o cirurgião decide abrir o abdómen para
ver o que se passa, para depois proceder em conformidade.
– Ectomia é o acto de tirar fora17 depois de abrir. Tirar o estô-
mago todo é uma gastrectomia total. Tirar parte dele é uma
gastrectomia parcial. - O mesmo raciocínio para a mama:
mastectomia total ou parcial, conforme o tipo e grau de dis-
seminação do cancro. - Analogamente temos para todos os
órgãos tiroidectomia, laringectomia, colectomia, totais ou
parciais, respectivamente para a tiroideia, a laringe e o cólon.
Quando se tira mais que um órgão a palavra é composta pelos
vários órgãos extraídos: Ooforo-histerectomia é tirar os ová-
rios e o útero. Se fosse só o útero chama-se histeretomia. E
assim sucessivamente. – Este sufixo não se aplica apenas a
órgãos extraídos, mas a estruturas lesadas extraídas: aneuris-
mectomia é a exérese dum aneurisma. - Ritidectomia é a
extracção das rugas da face.
Naturalmente que nem todas as operações cirúrgicas se destinam
a fazer extracções, portanto nem todas as operações têm que
terminar em “ectomia”. Conforme a operação, assim o sufixo
que a designa.
• Taxia significa pôr no sítio correcto. – Estereotaxia é nas três
dimensões do espaço. – Manobras táxicas, são para reposicio-
nar uma estrutura, como sucede nas reduções das hérnias. –
Ataxia é um sintoma de disfunção nervosa em que os movi-
mentos são fora de sítio, mal medidos.

17
Dado que ectomia é um sufixo e não uma palavra independente, o termo isolado
que se usa quando se extrai algo é exérese.

122
Parte I - Raízes, prefixos e sufixos por grupos temáticos

• Estomia é criar um estoma, ou seja uma boca anastomótica de


comunicação, como se explicou em I.C.6.
• Pexia é fixar. Quando uma mulher tem um prolapso18 uterino
e/ou da bexiga, que fazem protrusão na parede vaginal, o que
se faz é uma histeropexia ou uma cistopexia, respectivamente a
fixação cirúrgica do útero e/ou da bexiga. Quando o estômago
tem tendência a penetrar na cavidade torácica, através duma
hérnia do diafragma, uma das técnicas possíveis é a gastrope-
xia.
• Rrafia é suturar (aquilo que os leigos chamam “cozer”). Her-
niorrafia abdominal é a operação da maioria das hérnias, que
consiste em reforçar com pontos de sutura a parede abdominal
para que o seu conteúdo não volte a herniar.
• Plastia significa reparar mudando a forma. É daí que vem a
designação de Cirurgia Plástica. - Rinoplastia e mamoplastia
significam mudar a forma do nariz e das mamas respectiva-
mente. - Mas nem todas as plastias são forçosamente estéticas,
antes servem para reparar órgãos: estômagos demasiado dilata-
dos ou com outras perturbações podem necessitar de gastro-
plastias. - Uma valvuloplastia mitral, significa arranjar uma
válvula deformada, o que pressupõe modifica a sua forma, com
vista a não ter de a substituir.
I.O.b – Sufixos de tratamentos médicos e farmacológicos
• Centese significa tirar líquido por aspiração ou seja por punção
aspirativa. Toracocentese, artrocentese e periocardiocentese
significam respectivamente aspirar o líquido que se acumulou
dentro da cavidade pleural, duma articulação ou no pericárdio.
Quando o líquido se acumula na cavidade peritoneal, ou seja

18
Prolapso significa algo descaiu ou que passou para o outro lado

123
Parte I - Raízes, prefixos e sufixos por grupos temáticos

no abdómen, não se diz “laparocentese”, embora tal fosse lógi-


co, mas sim paracentese.
• Ferese está relacionado com o sufixo anterior. Significa tirar
um líquido alterado, onde se acumulou um excesso dum produ-
to ou de células prejudiciais, e repor o líquido depois de depu-
rado desses elementos. Plasmaferese, Hemaferese e Citaferese
são usados neste sentido em relação ao plasma, ao sangue e a
células circulantes.
• Clise significa lavar e aplica-se a administrações líquidas para
cavidades. Assim temos enteroclise, (entero = intestino) que
significa clister e fleboclise que é administração de líquidos
intravenosos (flebo = veia)
• Filaxia significa acção. Profilaxia etimologicamente é tratar
antes, ou seja prevenir (Pró = antes). - Anafilaxia é uma grave
alteração alérgica generalizada que põe em risco a vida do
paciente, mas a origem da palavra significa construir uma reac-
ção generalizada a partir dum contacto local com uma alergé-
neo (ana = construir - ver I.E.2). - Taquifilaxia indica a perda
rápida de acção dum fármaco (taqui = depressa). Este nome é
pouco lógico pois à primeira vista indicaria um rápido início de
acção, quando não é o caso.
• Miméticos e líticos são respectivamente intervenções que
reforçam ou imitam (mimetizar = imitar) algo, ou que, pelo
contrário, diminuem ou destroem (lise = destruir) outros estí-
mulos ou acções.
– Ansiolítico é um fármaco para reduzir a ansiedade. As pes-
soas confundem ansiolíticos com antidepressivos, mas são em
diferentes no modo de acção e potenciais efeitos adversos, a
favor dos primeiros. - Parasimpaticolíticos são os fármacos
que diminuem o tónus parasimpático ou vagal, motivo porque
também se chamam vagolíticos.

124
Parte I - Raízes, prefixos e sufixos por grupos temáticos

– Parasimpaticomiméticos ou vagomiméticos são fármacos


com acções opostas aos anteriores: reforçam o tónus vagal.
• Léptico significa que acalma. Os neurolépticos acalmam o sis-
tema nervoso. - Os analépticos centrais estimulam o sistema
nervoso (ana = contrário de). - Os timolépticos acalmam o
humor (timo = humor).

Quadro I.O – Tratamentos médicos e cirúrgicos


Prefixo / Significado Exemplos
Sufixo
…centese Aspirar líquido Toracocentese – Artrocentese – Periocar-
diocentese - Paracentese
…clise Clister Enteroclise - Fleboclise
…ectomia Extracção (Exérese) Gastrectomia – Mastectomia – Tiroidecto-
mia – Laringectomia – Colectomia – Histe-
rectomia - Aneurismectomia - Ritidectomia
…estomia Criação de estoma Ver I.C.6.
…ferese Substituição Plasmaferese – Hemaferese – Citaferese
…filaxia Acção Anafilaxia – Profilaxia - Taquifilaxia
…léptico Que acalma Analéptico - Neuroléptico
…lítico Que destrói ou inibe Ansiolítico - Parasimpaticolítico - Vagolíti-
co
…mimético Que imita ou reforça Parasimpaticomimético- Vagomimético
…pexia Fixação Histeropexia – Cistopexia –Gastropexia
…plastia Modificar a forma Rinoplastia – Mamoplastia - Gastroplastia
(Reparar) - Valvuloplastia
…rrafia Suturar Herniorrafia
…taxia No sítio correcto Ataxia – Estereotaxia – Manobra táxica
…tomia Cortar Anatomia – Laparotomia - Toracotomia -
Craniotomia
Tomo Corte Tomo - Tomografia

125
II – DICIONÁRIO DE
RAÍZES, PREFIXOS E SUFIXOS

Esta parte é apenas para consultar, servindo de apoio ao estudo


para procurar rapidamente o significado duma raiz, prefixo ou
sufixo encontrado.
É apresentada sob forma de quadro. As três primeiras colunas
são a união de todos os quadros apresentados na parte anterior,
não por agrupamentos temático como aí, mas funcionando como
índice alfabético de todas as raízes, prefixos e sufixos estudados
na parte I. A última coluna remete para as secções da parte I,
onde a raiz em causa é estudada e os exemplos são explicados.
A maioria das entradas está alinhada à esquerda. As entradas ali-
nhadas à direita, em minúscula e antecedidas de reticências (…)
são habitualmente apenas usadas como sufixos. Com esta opção
pretendeu-se visualizar os sufixos tal como se apresentam nas
palavras médicas compostas com que o leitor se pode deparar.

Prefixo ou Significado Exemplos Sec-


Sufixo ção
Contrário de, Anormal – Analéptico - Anatoxina I.A
A / An(a) Ausência de Amnésia - Anartria – Afasia - Anestesia
Analgesia - Anosmia – Agueusia - I.A
Anencefalia - Apneia
Acro Extremidade Acromegalia - Acroparestesias I.F
Adeno Glândula Adenocarcinoma – Adenoma - I.C.2
Adenomegalia - Adenopatias
Adipo Gordura Adipocitoquinas – Adipocito – Adiposo I.N
Adreno Supra-renal (adrenal) Adrenalina - Adrenocorticotrófica I.C.2
Aero Ar Aerofagia – Aerocolia I.C.4
Ago Que leva a Agonista – Antagonista – Colagogo - I.E.2
Lactagogo
…al Aldeído Etanal I.N

127
Parte II - Dicionário de raízes, prefixos e sufixos

Prefixo ou Significado Exemplos Sec-


Sufixo ção
Albu Branco Albumina I.K
…algia Dor Odontalgia – Epigastralgia - Toracalgia I.E.3
– Precordialgia - Analgesia
-18
Alto X 10 Habitualmente não usado bio-médicas I.I
Amilo Amido Amilóide – Amiláceo – Amilopectina I.N
…amina Amina Tiamina – Vitamina - Serotonina - His- I.N
tamina
Ana Construir Anabolismo – Anabolizante - Anasto- I.E.2
mose – Anamnese - Anatomia
Andro Masculino Andrologia – Andropausa – Andróide – I.B
Androceu I.C.7
Anfi Dos dois lados Anfíbio – Anfipático - Anfiartrose I.F
Angio Vaso Angiologia – Angeíte – Angiopatia - I.C.5
Angiografia - Angiogénese
Aniso Desigual Anisocitose – Anisocromia - Anisocória I:G
…ano Saturado Metano – Etano – Propano - Butano – I.N
Pentano – Hexano
Antropo Homem Antropometria – Antropologia - Antropó- I.B
fago
Apex Ponta Apexocardiograma I.F
…artria Articular palavras Disartria – Anartria I.C.9
Artro Articulação Artrocentese – Artroscopia - I.C.8
Artroscópio – Artrotomia – Artrose
…ase Enzima Fosfatase – Desidrogense - ATPase – I.N
Lipase – Amilase – Fosforilase
Askos Odre Ascite I.L
Audio Ouvir Auditivo - Audiometria - Audiograma
Aurícula Orelha pequena Aurículas do coração - Auricular I.C.3
I.C.5
Do próprio Autólogo – Autoenxerto – Autoanticorpo I.B
Auto - Autoimune
Por si próprio Autodidacta - Automedição I.B
Baro Pressão Barómetro - Baroreceptores - Baro- I.M
trauma
Basi Junto à base Basicervical – Basilar I.F
Baso Alcalino Basófilo – Basal I.N
Bi Dois Bidireccional - Bicuspidia I.H
Biologia – Biólogo – Simbiótico - Aeró-
Bio Vida bio – Anaeróbio – Antibiótico - Micróbio I.E.1
- Microbiologia
…blasto Precursor jovem Mieloblasto - Mioblasto – Osteoblasto - I.C.2
Condroblasto - Fibroblasto - Blastocisto
Bléfaro Pálpebra Blefarospasmo. – Blefarites I.C.3
Bol Lançar Anabolismo - Catabolismo - Metabo- I.E.2
lismo – Embolia - Bolus

128
Parte II - Dicionário de raízes, prefixos e sufixos

Prefixo ou Significado Exemplos Sec-


Sufixo ção
Bradi Lento Bradicárdia – Bradisfigmia - Bradipsi- I.J
quismo
Braqui Braço Braquiocefálico - Plexo braquial - Bra- I.C.8
Curto quidactilia
Bronco Brônquios Bronquite – Broncopneumonia – Bron- I.C.4
quiectasias - Bronquíolos,
But 4 carbonos Butano – Butanol – Butanal - Butanona I.N
– Butanóico
Calio Potássio Caliémia – Caliúria I.N
…ção Estado de Inacção - Obstipação I.E.3
Capilar Cabelo Capilarização I.C.5
…capnia Vapor Normocapnia – Hipo / Hipercapnia I.C.4
Cardiovascular – Cardiologia - Endo-
Cardio Coração cardite – Miocardite - Miocardiopatia I.C.5
Pericardite – Electrocardiograma - Eco-
cardiograma
Cario Núcleo Eucariota - Procariota - Cariotipo I.C.2
Cata Destruir Catabolismo – Catarse – Catártico - I.E.2
Hemocaterese
Céfalo Cabeça Encéfalo – Encefalite – Anencefalia - I.C.1
Cefaleia - Liquido céfalo-raquidiano
…celo Protrusão e/ou colec- Mucocelo – Hematocelo - Varicocelo – I.E.3
ção líquida Hidrocelo - Cistocelo
…centese Aspirar líquido Toracocentese – Artrocentese – Perio- I.O
cardiocentese - Paracentese
-2
Centi x 10 Centigrama I.I
Cérvico Colo - Pescoço Cervical - Cervicite I.C.1
Ciano Azul Cianose – Cianetos – Cianofíceas I.K
Cinemática - Cineangiografia – Acine-
Cine Movimento sia – Discinesia – Farmacocinética – I.M
Isocinético
Circun Circular Circunvolução – Circunscrito I.F
Cisto Bexiga Cistite – Cistocelo – Cistografia – I.C.7
Blastocisto - Quisto
Citologia – Citotóxico – Citólise - Adipo-
Cito Célula cito - Miocito – Osteocito Condrocito - I.C.2
…cito Enterocito – Pneumocito - Mielocito -
Eritrocito – Leucócito - Trombocito -
Linfocito - Monocito
…clasto Que destroem Osteoclastos I.C.2
Clínica Inclinado Ver I.D I.F
Clínico O que se debruça Clínico – Clínica I.D
…clise Clister Enteroclise - Fleboclise I.O
Cloro Verde Cloro – Clorofila . Clorose I.K
Col Bílis Colúria – Colangite - Colangiografia I.C.6

129
Parte II - Dicionário de raízes, prefixos e sufixos

Prefixo ou Significado Exemplos Sec-


Sufixo ção
Colecisto Vesícula biliar Colecistite- Colecistoquinina I.C.6
Colo Cólon Colonoscopia – Colite – Colo(no)patia I.C.6
Colpo Vagina Colpite – Colporragia - Colpocitologia I.C.7
Condro Cartilagem Condrocito – Condral - Condroma - I.C.8
Pericôndrio - Condromalácia
Copro Fezes Coprolito - Coprolália I.C.6
Exame coprológico - Coprocultura
Cordio Primórdio – Dor precordial I.C.5
Cória Pupila Isocória - Anisocória I:G
Corona Coroa Coronárias I.C.5
Córtex Casca Cortical - Corticotrofina I.C.1
Costo Costela Costal - Costo-frénico I.C.1
Coxo Anca Coxofemural – Coxalgia - Coxartrose I.C.8
Crinia Secretar Exócrino – Endócrino - Parácrino – I.E.2
…crino Autócrino
Crio Frio Crioterapia - Crioprecipitados I.M
Cromo Cor Cromoterapia - Cromófila – Cromófoba I.K
– Cromosoma
Crono Tempo Cronologia – Cronograma I.J
Cronotropismo
Cruro Coxa Crural - Cruropodálico I.C.8
…culo Ver …ulo I.G
Dactilo Dedo Braquidactilia - Aracnodactilia I.C.8
Deca 10 ou x 10 Decagrama - Decágono I.I I.H
-1
Deci x 10 Decilitro I.I
Demo Povo Pandemia – Epidemia – Endemia - I.B
Demografia
Dermo Pele - Cobertura Dermatologia, dermatite, dermatose, I.C.2
xeroderma, dermátomo
Di Dois Dicotómico - Dímero I.H
Dia – Diapedese –Diaforese - Diater-
Dia Através de mia - Diabetes – Diarreia - Diastase – I.F
Dioptria - Diurese
Digito Dedo Digital I.C.8
Dinami(c)a Força Adinamia – Farmacodinami(c)a I.M
…dinia Dor Coccigodinia – Mastodinia - Pleurodinia I.E.3
Diplo Dois Diplopia – Diplococo - Diplóide, I.H
Dificuldade em Disestesia – Disgueusia - Disartria -
Dis Disfasia - Dispneia Dispareunia -– I.A.
Perturbação de Disfonia - Disfagia
Distal Periférico Distalmente I.C.1
Dodeca Doze Dodecaedro I.H
Dólico Comprido Dolicocólon - Dolicosigma I:G
Dorso Zona das costas Dorsalgia - Dorsal I.C.1

130
Parte II - Dicionário de raízes, prefixos e sufixos

Prefixo ou Significado Exemplos Sec-


Sufixo ção
Dromo Curso (trajecto) Síndrome - Dromotropismo I.F
Eco Eco Ecografia - Ecocardiografia I.M
Ecto Fora, Por fora Ectoderme I.F
…ectasia Dilatação Angiectasia – Flebectasia – Bronquiec- I.E.3
tasia
Extracção (Exérese) Gastrectomia – Mastectomia – Tiroidec-
…ectomia tomia – Laringectomia – Colectomia – I.O
Histerectomia - Aneurismectomia - Riti-
dectomia
Ectópico Fora de sítio Gravidez ectópica – Ectopia I.F
EIcosa Ver Icosa I.H
Electrocardiograma (ECG) - Electroen-
Electro Eléctrico cefalograma (EEG) – Electromiograma I.M
(EMG)
…ema Erupção Enantema – Exantema – Eritema I.E.3
…emia Concentração no Glicemia – Calcemia – Clorémia - Uri- I.C.5
sangue cemia - Potassémia – Natrémia - Fosfa- I:G
témia - Anemia - Hiperémia - Leucemia
Emese Vómito Hematemese - Hiperemese - Antiemé- I.C.6
…emese ticos – Emetizante
En Dentro Enoftalmia I.F
Endo Dentro Endoderme – Endócrino - Endocárdio I.F
Ene Nove Enésimo I.H
Enfarte Cheio Enfartes de órgãos - Enfartado I.E.3
…eno 1 dupla ligação Metileno – Propileno I.N
Entero Intestino Gastroenterologista – Enterites I.C.6
Enterobactérias – Enterorragias
Epi Por fora Epicárdio – Epitélio – Epiderme I.F
Equi Igual Equilátero – Equivalência - Equimolar I:G
Eritro Vermelho Eritrocito – Eritropoetina – Eritropoese I.K
– Eritrose – Eritema
Escapulo Ombro (omoplata) Escápulo-umeral - Escapula alata I.C.8
Esclero Duro Aterosclerose - Arteriosclerose – Escle- I.E.3
Esclerose Endurecimento rosado - Esclerodermia
Endoscopia – Gastroscopia - Colonos-
…escopia Espreitar copia - Broncoscopia - Artroscopia I.M
Laparoscopia - Otoscopia – Rinoscopia
- Laringoscopia
Esfigmo Pulso Esfigmomanómetro I.C.5
Taquisfigmia - Bradisfigmia
Espleno Baço Esplénico – Esplenomegalia I.C.6
Esplenocontracção
espondilo Coluna vertebral Espondilose – Espondilartrose Espondi- I.C.1
lite - Espondilodiscite

131
Parte II - Dicionário de raízes, prefixos e sufixos

Prefixo ou Significado Exemplos Sec-


Sufixo ção
Estase Parar, Estase – Somatostatina I.F
Esteato Gordo Estearina – Esteatose - Esteatorreia I.N
Aperto Estenose – Estenocardia
Esteno Força Astenia – Miastenia – Neurastenia - I.M
Psicastenia
Estéreo Espaço Estereotaxia - Estereofonia I.F I.M
Esterol Ver texto Colesterol – Fitosterol – Sitoesterol I.N
Estesio Sentido – Tacto Estesiologia I.C.3
…estesia Anestesia – Disestesia - Hipostesia
Estoma Boca Estomatologia – Estomatites - Estoma I.C.6
Ver estomia – Xerostomia - Anastomose
…estomia Criação de estoma Colostomia - Gastroileostomia – Tra-
…ostomia queostomia – Gastrojejunostomia - I.C.6
Gastrostomia
Et Dois carbonos Etano - Etanal - Etanol – Etanóico I.N
Ete(a) Pequeno Bacinete - Plaqueta I:G
Eu Próprio ou Normal Euglicemia - Eutiroidismo I.A.
Ex e Exo Para fora Expiração – Exterior - Exoftalmia – I.F
Exostose
Extra Fora Extracelular I.F
…fagia Comer Onicofagia – Geofagia - Fagocitose I.E.2
Fago Aquele que come Fagocito - Macrófago - Antropófago I.E.2
…fasia Falar Afasia – Disfasia I.C.9
-15
Fento x 10 Fentolitro I.I
Feo Castanho Feocromocito – Feocromocitoma – I.K
Feofícea
…ferese Substituição Plasmaferese – Hemaferese – Citafe- I.O
rese
…filaxia Acção Anafilaxia – Profilaxia - Taquifilaxia I.O
…filia Tendência para Pedofilia – Espasmofilia - Hemofilia I.D
Filo Amigo de Eosinófilo - Neutrófilo – Basófilo – Cro- I.D
…filo mófilo
…fise O que é produzido Apófise – Sínfise – Diáfise I.C.1
Epífise - Hipófise
Fisio Funcionamento Fisiologia – Fisiológico - Fisiopatologia I.E.2
Fito Vegetal Osteofito – Sindesmofito - Fitosterol I.N
Flama Chama Inflamação –Inflamado I.E.3
Flebo Veia Flebite – Tromboflebite I.C.5
Flebologia - Flebografia
Fobia Aversão a Cromófobo – Agorafobia – Claustrofo- I.D
bia – Hidrofobia - Fotofobia
Fono Som Fonocardiograma I.M
…fonia Estereofonia – Polifonia - Sinfonia

132
Parte II - Dicionário de raízes, prefixos e sufixos

Prefixo ou Significado Exemplos Sec-


Sufixo ção
Foto Luz Fotosensibilidade – Fotofobia - Fotote- I.M
rapia
…frenia Mente Oligofrenia – Esquizofrenia - Ciclofrenia I.C.9
Fruto Fruta Frutosamina – Fosfofrutocinase I.N
Gala Leite Galactose – Galactóforos – Galactago- I.N
go – Galactorreia
Gastro Estômago Gastroenterologia - Gastrite I.C.6
Gastrostomia - Gastrojejunostomia
Gene Origem Genética – Genes - Genoma – Onco- I.E.1
…génio gene – Cancerígeno - Fibrinogénio -
Génese Glicogénio - Angiotensinogénio - Anti-
génio - Iatrogénico
Geo Terra Geofagia – Geologia I.N
Geri Velho - Idoso Geriatria - Geriatra I.B
Geronto Velho – Idoso Gerontomotricidade - Gerontologia I.B
9
Giga x 10 Gigabyte I.I
Gin(e) Feminino - Mulher Ginecologia – Ginecomastia - Ginóide - I.B
Gineceu
Glico ou Glicose ou Glicémia – Glicosúria – Glicosilação - I.N
Gluco Glucose Glicólise – Glicogénese – Glicerol
Gluco Ver glico I.N
Glosso Língua Glossite – Nervo Hipoglosso I.C.3
Nervo Glossofaríngeo
Gnóstico Conhecimento Diagnóstico – Prognóstico – Agnóstico I.D
…gónias Célula precursora Simpatogónias I.C.2
Oogónias - Espermatogónias
Gono Joelho Gonalgia – Gonartrose - Goniómetro - I.C.8
Gónio Ângulo Gonioscopia
…grafia Escrita Electrocardiografia - Electroencefalo- I.M
grafia
…grama Já escrito Electrocardiograma - Electroencefalo- I.M
grama
…gueusia Paladar – Gosto Disgueusia - Agueusia I.C.3
2
Hecto x 10 Hectómetro I.I
Hema Sangue Hematologia – Hemácia - Hematoma - I.C.5
Hemático – Hematopoese - Hemate-
mese - Hemartrose - Hemoptise –
Hemoglobina
Hemi Metade Hemianopsia – Hemitórax - Hemiposte- I.F
(dtª ou esqª) sia - Hemiparésia - Hemiplegia
Hemo Sangue Hemorragia - Hemofilia I.C.5
Hemoperitoneu - Hemotórax
Hepato Fígado Hepático – Hepatologia – Hepatopatia - I.C.6
Hepatite – Hepatomegalia
Hepta Sete Heptano I.H

133
Parte II - Dicionário de raízes, prefixos e sufixos

Prefixo ou Significado Exemplos Sec-


Sufixo ção
Hetero Diferente Heterossexual - Heteroenxerto I.B
Hexa Seis Hexagonal I.H

Água Hidrotórax – Hidrocelo – Hidronefrose –


Hidro Hidrólise – Hidrocefalia I.N
Suor Anidrose – Hiperidrose – Disidrose
Hiper A mais, Hiperglicemia - Hipercalcemia I.A
Em excesso Hipertiroidismo
Hipo Por baixo Hipogastro - Hipotálamo I.F
A menos Hipoglicemia – Hipocalcemia - I.A
Insuficiente Hipotiroidismo - Hiposiderémia
Histero Útero Histerectomia – Histeria - I.C.7
Histerosalpingografia
Histo Tecido Histologia – Histoquímica - Histiocito I.C.2
Holo Totalidade Holodiastólico – Holosistólico – Holísti- I.C.1
co
Homeo Constante Homeotérmico - Homeostase I:G
Homo Igual Homossexual - Homoenxerto I.B
…iatra Médico Cirurgia Bariátrica – Podiatra - Fisiatra I.D
– Psiquiatra
…iatria Medicina Fisiatria – Psiquiatria I.D
Iatro Pelo médico Iatrogénico – Iatrogenia I.D
Icosa Vinte Eicosanóides I.H
Ictus Súbito Ictus – Ictiforme I.J
…Ide Ver óide
Idio Próprio Idiopático - Idiossincrásico I.B
In Para dentro Inspiração – Infiltrado – Invaginação I.F
…ina Ver amina I.N
Infarte Ver enfarte I.E.3
Infra Abaixo de Infravermelhos – Infraóptico I.F
…ino 1 tripla ligação Etino I.N
Insula Ilha Insulina - Insular I.C.1
Inter Entre Intercelular – Intersticial - Inter- I.F
observador
Intra Dentro Intracelular – Intra-observador I.F
Iono Iões Ionoforese – Ionograma – Ionizado I.M
Iso Igual Isométrico – Isotónico - Isósceles I:G
Isquemia Falta de irrigação Isquemia de vários órgãos. I.E.3
Inflamação Meningite – Encefalite – Otite - Rinite –
Conjuntivite – Estomatite - Glossite –
…ite Esofagite – Gastrite - Enterite – Colite –
Apendicite - Rectite – Proctite – Cistite I.E.3
– Nefrite - Cardite – Vasculite – Nevrite
- Prostatite – Cervicite - Vaginite -
Osteíte – Miosite – Etc. – Etc.

134
Parte II - Dicionário de raízes, prefixos e sufixos

Prefixo ou Significado Exemplos Sec-


Sufixo ção
Kalio Ver calio Kaliémia - Kaliúria I.N
Kilo Ver quilo Kilocaloria - Kilograma I.I
Lacto Leite Lactação – Lactose I.N
…lália Dislália – Coprolália I.C.9
Láparo Abdómen Laparoscopia – Laparotomia - I.C.1
Latero Ao lado de Lateral I.F
Leio Músculo liso Leiomioma - Leiomiossarcoma I.C.8
I.L
…léptico Que acalma Analéptico - Neuroléptico I.O
Lepto Delgado, Magro Leptina – Leptosómico - Leptocúrtico I.L
Leuco Branco Leucoplasia – Leucócito – Leucemia – I.K
Leucose - Leucodistrofia
Lipo Gordura Lípido - Lipogénese – Lipólise I.N
Lipoaspiração
…lise Destruição Fibrinólise I.E.2
…lítico Que destrói ou inibe Ansiolítico - Parasimpaticolítico – Vago- I.E.2
lítico - Fibrinolítico I.O
…lito Pedra Coprolito – Litíase – Flebolito I.N
Logia Estudo de Cardiologia – Biologia I.D
Logista Cardiologista - Endocrinologista, I.D
Logo O que sabe de Biólogo – Psicólogo - Antropólogo – I.D
Tocólogo – Cardiólogo
Lombo Lombos Lombalgia I.C.1
Macro Grande Macrocitose – Macrófago – Macrobióti- I:G
ca – Ver I.I
…malácia Moleza Osteomalácia - Condromalácia I.E.3
Mania Obsessão Melomania – Cleptomania – Piromania I.D
– Manicómio - - Toxicomania
Mano Mão Manual - Esfigmomanómetro – Mano- I.C.8
Pressão metria
Mast(o) Mama Mastite – Ginecomastia - Mastodinia – I.C.7
Mastopatia - Mastocitos
6
Mega x 10 Megabyte – Ver também I.G I.I
Muito grande Megaloblasto I:G
Melo Preto Melodramático – Melancolia – Melanina I.K
- Melena
Meno Menstruação Menarca – Menopausa – Amenorreia - I.C.7
Oligo e Polimenorreia - Hipo e Hiper-
menorreia – Menorragias - Menome-
trorragias
Meros Parte Metâmero – Meralgia - Polímero I.C.1
No meio no espaço Mesoderme – Mesotélio – Mesentério - I.F
Meso Mesoterapia
A meio no tempo Mesodiástole - Mesosístole I.J

135
Parte II - Dicionário de raízes, prefixos e sufixos

Prefixo ou Significado Exemplos Sec-


Sufixo ção
Met 1 carbono Metano – Metil I.N
Meta Final Meta – Metanálise – Metacarpo - Meta- I.F
tarso
…metria Medir Telemetria – Espirometria I.I
…métrico Medição Isométrico I.I
…metrio Útero Miométrio – Endométrio - Endometriose I.C.7

Metro Útero Metrorragias - Menometrorragias I.C.7


…metro Aquilo Barómetro – Termómetro - Esfigmoma- I.I
que mede nómetro - Hipermétrope
-6
Micro x 10 Microlitro – Micrótomo – Micróbio - Ver I.I
também I.G
Muito pequeno Micróbio – Microcitose – Micron – Ver I:G
I.I
Mielo Medula Mielite - Mielopatias – Mielóide Mielo- I.C.1
proliferativos
-3
Mili x 10 Mililitro I.I
…mimético Que imita ou reforça Parasimpaticomimético- Vagomimético I.O
Mio Músculo Miosite – Miopatia – Miorelaxantes - I.C.8
Mioma – Miosarcoma – Miocitos
Mnésia Memória Amnésia - Anamnese I.C.9
…molar Quantidade de subs- Hiperosmolar – Equimolar I:G
tância
Mono Um Monolítico – Monoparésia - Monómero I.H
Morfo Forma Morfologia - Morfo-funcional I.L
Muco Muco Mucosa - Mucopolissacárido – Mucina I.N
-9
Nano x 10 Nanómetro I.I
Narco Obnubilação Narcose – Narcolépsia - Narcóticos I.C.9
Naso Nariz Nasal(ado) - Nasogeniano I.C.3
Natrio Sódio Natrémia – Natriúria I.N
Necro Morte Necrologia - Necrose – Necrobiose – I.E.1
Necropsia
Rim Nefrite - Glomerulonefrite - Pielonefrite
Nefro Nefrotóxico – Nefropatia - Nefrectomia I.C.7
– Nefrostomia
Neo Novo – De novo Neoplasia – Neoglucogénese I.J
Neocerebelo - Neocórtex
Neuropatia – Neurogéneo - Neuroquí-
Neuro Nervo mica – Neuroma – Neurose - Neurolo- I.C.9
gia
Neutro Neutro Neutrófilo - I.N
Nevro Nervo Nevrite - Nevralgia I.C.9
Nict Noite Nictúria – Nictemeral I.J

136
Parte II - Dicionário de raízes, prefixos e sufixos

Prefixo ou Significado Exemplos Sec-


Sufixo ção
Normo Normal - Adequado Normocalcemia – Normoglicemia - I.A
Normocitose
Noso Doença Nosologia – Nosocomial - Ocronose – I.E.3
Triquinose – Zoonose - Anosognosia
Octo Oito Octogonal I.H
Óculo Por onde se vê (Bin)Óculo -Oculista - (Bin)Ocular I.C.3
…odôncia Procedimentos no Ortodontia, Prostodontia I.C.3
…odontia dente Endodontia – Periodontia
Odonto Dente Odontologia - Odontalgia I.C.3
Oftalmo Olho Oftalmologista - Oftalmoscopia I.C.3
…oftalmia Enoftalmia - Exoftalmia.
…óico Ácido orgânico Etanóico – Propanóico I.N
…óide Que se relaciona com Andróide – Ginóide - Mielóide - Linfóide I.E.3
- Semelhante a - Pro- - Deltóide – Adenóide - Espermatozóide I.L
veniente de - – Cubóide – Paranóide – Tifóide -
…ol Álcool Etanol – Propanol – Butanol -Colesterol I.N
Oligo Pouco Oligofrénico – Oligarquia – Oligúria - I:G
Oligomenorreia – Oligoespermia - Oli-
goelemento
Oma Ombro Omalgia I.C.8
Carcinoma – Sarcoma – Linfoma -
…oma Tumor Osteosarcoma – Liposarcoma - Rab- I.E.3
domiosarcoma – Mioma – Condroma –
Lipoma – Adenoma - Ateroma – Hema-
toma
…ona Cetona Acetona – Propanona I.N
Onco Cancro Oncologia - Oncogene I.E.3
Onfalo Umbigo Onfalite I.C.6
Onico Unha Onicofagia - Onicomicose I.C.8
Ooforo Ovário Ooforectomia I.C.7
…opsia Visão Necropsia – Autopsia – Xantopsia - I.C.3
Hemianopsia –- Macro e microzoopsias
Orexia Apetite Anorexia – Hiperorexia - Ortorexia I.C.6
Orqui Testículo Orquite - Orquipexia I.C.7
Orto Vertical, Recto Ortopneia – Ortopedia – Ortogonal I.F
Processo Mitose – Meiose - Hematose I.E.3
…ose Degenerescência Leucose - Artrose – Tendinose –
Espondilose – Espondilartrose - Osteo- I.E.3
porose – Glicogenose - Lipidose –
Mucopolissacaridose
…osmia Cheirar Anosmia - Parosmia I.C.3
Osteologia – Osteoblasto – Osteoclasto
Osteo Osso - Osteocito - Osteóide – Osteíte - I.C.8
Osteomielite
…ostomia Ver estomia I.C.6

137
Parte II - Dicionário de raízes, prefixos e sufixos

Prefixo ou Significado Exemplos Sec-


Sufixo ção
Oto Ouvido Otorreia, Otorragia, Otalgia - Otoscopia I.C.3
– Otosclerose - Otorrinolaringologia.
Paleo Velho – Antigo Paleolítico . Paleocerebelo I.J
Pan Totalidade Pâncreas – Pandemia - Panhipopituita- I.C.1
rismo
Paqui Grosso - Espesso Paquiderme - Paquipleurite I.L
Paralelo – Paramédicos – Parácrino -
Para Ao lado de Paraparésia – Paraplegia - Parassim- I.F
pático – Parentérico – Parolímpicos –
Paratiróide - Paracentese - Parótida
Parésia Diminuição de força Paraparésia – Tetraparésia - Monopa- I.E.3
résia
Paroxismo De repente Taquicardia paroxística I.J
…patia Doença Artropatia – Gastropatia – Cardiopatia I.E.3
Pneumopatia – Etc.
Pato Doença Patologia - Patológico - Fisiopatologia - I.E.3
Patogenia – Etiopatogenia
…pedese Atravessar Diapedese I.F
Pedi Criança Pediatra – Ortopedia - Pedofilia I.B
Pelvi Bacia Pelviperitonite I.C.8
…penia Falta de Glicopenia -. Ferropenia -Trombopenia I.A.
– Leucopenia -
Penta Cinco Pentacampeão I.H
Peps(o) Digestão Dispepsia – Pepsina – (Eu)Péptico I.C.6
Peri À volta de Pericárdio – Periodonte I.F
…pexia Fixação Histeropexia – Cistopexia –Gastropexia I.O
-12
Pico x 10 Picolitro I.I
Pielo Bacinete Pielonefrite – Parapiélico I.C.7
Pio Pus Piogénico – Piociânico – Piosalpinge – I.E.3
Piúria - Piorreia
Pir Febre Antipiréticos - Hiperpirexia I.M
Piro Fogo Pirose – Piromania - Pirogéneos I.M
…plasia Crescimento Hiperplasia – Displasia - Leucoplasia – I.E.3
Metaplasia – Neoplasia - Aplasia
…plastia Modificar a forma Rinoplastia – Mamoplastia - Gastro- I.O
(Reparar) plastia - Valvuloplastia
…plegia Paralisia completa Hemiplegia – Paraplegia - Tetraplegia - I.E.3
Monoplegia
…pneia Respiração Dispneia – Ortopneia - Platipneia - I.C.4
Trepopneia
Pneu Ar Pneumologia - Pneumotórax – Pneu- I.C.4
moperitoneu - Pneumotaquímetro –
Pneumonia
Podo Pé Podologia – Podiatra – Podómetro - I.C.8
Podagra

138
Parte II - Dicionário de raízes, prefixos e sufixos

Prefixo ou Significado Exemplos Sec-


Sufixo ção
…poese Evolução Hematopoese – Eritrotopoese - Leuco- I.E.1
poese - Trombopoese
Poiquilo Formas diferentes Poiquilocitose I.L
Poli Muita Polifagia – Polidipsia – Poliúria – I:G
Polio Cinzento Poliomielite I.K
Pós ou post Depois Pós-menstrual – Pósdrómico - I.J
Pré Antes Pré-menstrual I.J
Presbi Idoso Presbiacúsia - Presbiopia I.B
Para a frente Prognatismo – Procinético I.A
Pró À frente no tempo) Prognóstico - Pródromos I.J
A favor de Prosélitos - Procinético I.A
Procto Ânus Proctologia - Proctite – Proctalgia I.C.6
Prop 3 carbonos Propano - Propanol – Propanona – Pro- I.N
panóico
Prost Não pertence Próstata - Prostético - Prostituta I.C.7
Primeiro Protótipo - Proteína I.J
Proto No princípio Protodiastólico – Protosistólico I.J
Proximal Central Proximalmente I.C.1
Psico Alma Psicologia – Psicólogo - Psiquiatra – I.D.
Psicofármaco - Psicose
Quera Córnea Queratina – Queratoplastia - Queratite I.C.2
3
Quilo x 10 Quilocaloria (ou Kilocaloia) I.I
Quimio Química Quimotaxia - I.N
Rabdo Músculo estriado Rabdomiólise - Rabdomiossarcoma I.L
I.C.8
…rafia Suturar Herniorrafia I.O
…ragia Hemorragia Otorragia - Enterorragia – Rectorragia I.E.3
Colporragia – Meno e metrorragia
Raqui Costas Raquis - Raquidiano – Raquialgias - 3 I.C.1
Outro corrimento Otorreia – Rinorreia – Sialorreia -
…reia Seborreia – Verborreia – Diarreia - I.E.3
Leucorreia – Amenorreia - Piorreia
Retro Atrás Retroalimentação - Retrógrado - I.F
Rino Nariz Rinorreia – Rinite - Otorrinolaringologia I.C.3
Rodo Vermelho Rodofíceas. I.K
…rrafia Ver ...rafia
…rragia Ver ...ragia
…rreia Ver ...reia
Rub Vermelho Rubro – Rubicundo - Rubeose I.K
Sacaro Açúcar Sacarose - I.N
Salpingo Trompa de Falópio Salpingite - Salpingografia I.C.7
Sarco Músculo Sarcopenia – Sarcoplasma – Sarcómero I.C.8
Sene Envelhecido Senil - Senescência I.B

139
Parte II - Dicionário de raízes, prefixos e sufixos

Prefixo ou Significado Exemplos Sec-


Sufixo ção
Sialo Saliva Sialorreia - Sialadenite I.C.3
Sidero Ferro Siderémia – Sideroblasto – Sideroa- I.N
crésctica
Sin Junto Simbiose – Sindactilia – Sindesmofito - I.F
Síndrome
Sinal Dado objectivo Sinais que o médico detecta I.E.3
Sindesmo Ligado /Ligamento Sindesmose – Sindesmofito I.C.8
Síndrome Sintomas juntos Síndromes vários I.E.3
Sintoma Dado subjectivo Sintomas que o doente conta I.E.3
Corpo Psicossomático – Somatização - Soma-
Soma totrofina – Cromosoma - Trisomia - I.C.1
Lisosoma
Sono Som Sonografia – Sonoplastia - Sonar I.M
Sub Por baixo Subesternal – Subglótico I.F
Subchefe – Subalterno
Supra Por cima Supra-óptico – Supratentorial I.F
Suro Perna Sural I.C.8
Tanato Morte Tanatologia – Eutanásia - Distanásia I.E.1
Taqui Rápido - Depressa Taquicardia –Taquisfigmia I.J
Taquipneia - Taquifilaxia
…taxia No sítio correcto Ataxia – Estereotaxia – Manobra táxica I.O
No final Telediastólico – Telesistólico I.F-I.J
Tele À distância Televisão – Teleguiado – Telemetria – I.F
Teleconferência
…télio Tecido que reveste Epitélio – Mesotélio - Endotélio I.C.2
Teno Tendão Tenossinovite – Tenotomia I.C.8
12
Tera x 10 Terabyte I.I
…termia Com calor Diatermia - Criotermia I.M
Termo Calor Termografia – Termocautério – I.M
Termómetro
Testo Testículo Testosterona I.C.7
Tetra Quatro Tetralogia I.H
Timo Humor Timo – Eutimizante – Distimia – Timo- I.C.9
léptico
Toco Parto Tocólogo I.C.7
…tomia Cortar Anatomia – Laparotomia - Toracotomia I.O
- Craniotomia
Tomo Corte Tomo - Tomografia I.O
…tónico Referente a força Isotónico – Hipotónico - Hipertónico I.M
Tono, tónus, Força Tónus - Peritoneu I.M
Topo Lugar Topografia I.F
Toraco Tórax Tóraco-abdominal I.C.1
Toracotomia - Toracocentese

140
Parte II - Dicionário de raízes, prefixos e sufixos

Prefixo ou Significado Exemplos Sec-


Sufixo ção
Tri Três Tricúspida I.H
Trico Pelo Hipertricose - Tricotomia I.C.2
…trofia Crescimento Hipertrofia - Distrofia – Leucodistrofia I.E.2
Trombo Trombo Trombose – Trombocito – Trombopatia I.E.3
– Trombopénia - Trombopoese – Trom-
bolítico
…tropo Com tendência para Organotropo – Etiotropo – Neurotropo I.D
Undeca Onze Undecágono I.H
…ulo Pequeno Minúsculo – Opúsculo – Ventrículo – I:G
…(c)ulo Óvulo - Glóbulo - Aurícula - Clavícula -
Vénula - Vesícula – Maléolo – Alvéolo -
Cerebelo - Arteríola
Uni Um Unimodal I.H
Presença ou concen- Glicosúria – Calciúria – Uricosúria -
…úria tração na urina Albuminúria – Microalbuminúria - Poliú- I:G
ria – Oligúria – Anúria
Vasculo Vaso Cardiovascular - Vasculite - Vasculopa- I.C.5
tia
Veno Veia Venoconstrição – Venoprotector I.C.5
Ventrículo Ventre pequeno Ventrículos do coração I.C.5
Ventro Abdómen Ventral I.C.1
Vesico Bexiga Vesical – Vesicante I.C.7
Vita Vida Vitamina – Vital I.E.1
Xanto Amarelo Xantocromia – Xantoma – Xantelasma - I.K
Xantopsia
Xeno Estranho, Outro Xenoenxerto - Xenobiótico I.B
Xero Seco Xerostomia – Xeroftalmia – Xeroderma I.L
Zoo Animal Macrozoopsias - Zoonose I.N

141
III
DICIONÁRIO DE
PALAVRAS MÉDICAS

Tal como a anterior, esta é também uma parte apenas de consulta


e também é apresentada sob forma de tabela. Ela é o conjunto de
todos os exemplos dados na parte I e não contém outros termos
que aí não tenham sido explicados. Funciona como dicionário
médico, que não é nem pretende ser completo por três razões:
– Por tal não ser possível;
– Para dar azo aos exercícios da parte IV, onde é perguntado o
significado de palavras não apresentadas previamente.
– Palavras médicas que não resultem da justaposição de sufixos
ou prefixos estudados neste livro não entram nesta parte.

Termo Significado com base Decomposição Sec-


na etimologia etimológica ção
Acetona Ver em Propanona I.N
Acinésia Ausência de movimento a + cine I:M
Aumento exaferado das
Acromegalia extremidades corporais por acro + megalia I.F
excesso de hormona de
crescimento no adulto
Acroparestesias Alterações da sensibilidade acro + para + estesio I.F
nas extremidades
Adenocarcinoma Cancro duma glândula adeno + carcinoma I.C.2
Adenóide Amígdalas nasais que se jul- adeno + óide I.E.3
garam glândulas I.L
Adenoma Tumor benigno duma glândula adeno + oma I.C.2
I.E.3
Adenomegalia Aumento dum gânglio linfático adeno + megalia I.C.2
Adenopatia Ver adenomegalia adeno + patias I.C.2

143
Parte III – Dicionário de palavras médicas

Termo Significado com base Decomposição Sec-


na etimologia etimológica ção
Adinamia Sensação de falta de força a + dinamia I.M
ou de energia
Adipocito Célula gorda adipo + cito I.C.2
I.N
Adipocitoquina Citoquina (citocina) produzida adipo + citocina I.N
pelo tecido adiposo
Adiposo Gordo adipo I.N
Adrenalina Hormona da medula da adrenal + ina I.C.2
supra-renal.
Adrenocorticotrófica ACTH – Hormona estimula- adreno+ cortico+ tro- I.C.2
(hormona) dora do córtex adrenal fismo
Aeróbio Fenómeno que só ocorre e aero + bio I.E.1
presença do oxigénio
Aerocolia Cólon distendido por ar aero + colo I.C.4
Aerofagia Engolir ar aero + fagia I.C.4
Afasia Sem falar a + fasia I.A
I.C.9
Agonista Que produz uma acção ago I.E.2
Agorafobia Fobia a locais públicos fobia I.D
Agudo Surge rapidamente raiz própria I.J
Agueusia Ausência de paladar a + gueusia I.A
I.C.3
Albumina Principal proteína da clara do albu + ina I.K
ovo e do plasma.
Albuminúria Presença de albumina na albumina + uria I:G
urina
Alvéolo Pequena cavidade (nos pul- … + ulo I:G
mões ou dentários)
Amenorreia Ausência de menstruação a + meno + rreia I.C.7
I.E.3
Amiláceo Tipo amido amilo + áceo I.N
Amilase Enzima que digere os amidos amilo + ase I.N
Proteína com aspecto seme-
Amilóide lhante a amido que se acu- amilo + óide I.N
mula em tecidos
Amilopectina Glúcidos de cadeia média amilo + pectina I.N
derivados do amido
Amnésia Sem memória a + mnésia I.A
I.C.9
Anabolismo Sínteses metabólicas ana + bolismo I.E.2
Anabolizante Promotor do anabolismo ana + bolismo I.E.2
Anaeróbio Fenómeno que não necessita an + aero + bio I.E.1
de oxigénio
Anafilaxia Grave alergia generalizada ana + filaxia I.O
Analéptico Estimulante ana + léptico I.A-I.O
Analgesia Tirar a dor ana + algia I.A
I.E.3

144
Parte III – Dicionário de palavras médicas

Termo Significado com base Decomposição Sec-


na etimologia etimológica ção
Anamnese História clínica construída da ana + mnesis I.C.9
memória do doente
Anartria Incapacidade de articular ana + artria I.A
palavras I.C.9
Anastomoses Curto circuito entre duas ana + estoma + ose I.C.6
zonas
Anatomia Morfologia do corpo, que é ana + tomo I.E.2
reconstruído por cortes I.O
Anatoxina Antídoto de toxina ana + toxina I.A
Andróide À homem - Masculino andro + óide I.B I.L
I.E.3
Andrologia Especialidade médica dos andro + logia I.B
problemas dos homens
Andropausa Fase queda da produção andro + pausa I.B
hormonal dos homens
Anemia Diminuição da hemoglobina na + emia I.C.5
no sangue
Anencefalia Ausência de cabeça an+ en+ cefalo+ ite I.A
I.C.1
Anestesia Ausência de sensibilidade an + estesia I.A
I.C.3
Aneurismectomia Remoção dum aneurisma aneurisma + ectomia I.O
Articulação dos dois lados
Anfiartrose igual que permite movimen- anfi + artro + ose I.F
tos muito reduzidos.
Anfipático Polar e apolar ao mesmo anfi + pático I.F
tempo
Angeíte Inflamação dos vasos angio + ite I.C.5
Angiectasia Pequenas dilatações vascu- angio + ectasia I.E.3
lares (por exemplo na pele)
Angiogénese Formação de vasos angio + génese I.C.5
Angiografia Registo da imagem do inte- angio + grafia I.C.5
rior dos vasos
Angiologia Especialidade que estuda as angio + logia I.C.5
doenças dos vasos
Angiopatia Doença dos vasos angio + patia I.C.5
Angiotensinogénio Precursor da angiotensina angio + tenso + génio I.E.1
Anidrose Incapacidade de suar an + hidro + ose I.N
Anisocitose Células diferentes (tamanho) an + iso + cito + ose I:G
Anisocória Pupilas diferentes an + iso + core + ose I:G
Anisocromia Eritrocitos de cor diferente an + iso + cromia I:G
Anorexia Falta de apetite an + orexia I.C.6
Anormal Não normal a + normal I.A
Anosmia Ausência de cheiro (olfacto) an + osmia I.A
I.C.3
Anosognosia Incapacidade de se aperce- a + noso + gnosia I.E.3
ber da sua doença

145
Parte III – Dicionário de palavras médicas

Termo Significado com base Decomposição Sec-


na etimologia etimológica ção
Ansiolítico Que baixa a ansiedade ansio + lítico I.O
Antagonista Que contraria a acção do anti + ago I.E.2
agonista
Antibiótico Fármaco contra micróbios anti + bio I.E.1
I.I
Antieméticos Fármacos contra o enjoo ou anti + emético I.C.6
contra os vómitos
Antigénio Substância estranha que ori- anti + génio I.E.1
gina outra contra si
Antipirético Que baixa a febre anti + piro I.M
Antropófago Que come carne de homem antropo + fago I.B
I.E.2
Antropologia Estudo do homem antropo + logia I.B
Antropólogo Especialista em Antropologia antropo + logo I.D
Antropometria Medição do homem antropo + metria I.B
Anúria Não produção de urina an + uria I:G
Apendicite Inflamação infecciosa do apêndice + ite I.E.3
apêndice cecal
Apexocardiograma Registo dos movimentos da apex + cardio + gra- I.F
ponta do coração ma
Aplasia Paragem ou ausência de a + plasia I.O
crescimento ou involução.
Apneia Sem respirar a + pneia I.A
Apófise Prolongamento ósseo apo + fise I.C.1
Aracnodactilia Dedos em aranha, ou seja aracno + dáctilo I.C.8
compridos e finos
Arteríola Pequena artéria artéria + ula I:G
Arteriosclerose Endurecimento duma artéria artéria + esclero + I.E.3
ose
Artrocentese Aspiração de líquido articular artro + centese I.C.8
I.O
Artropatia. Doença duma articulação artro patia I.E.3
Artroscopia Espreitar para a cavidade artro + escopia I.C.8
articular I.M
Artroscópio Aparelho para artroscopia artro + escópio I.C.8
Artrose Degenerescência da cartila- artro + ose I.C.8
gem articular I.E.3
Artrotomia Abertura cirúrgica duma arti- artro + tomia I.C.8
culação
Ascite Líquido livre no abdómen askos + ite I.L
Astenia Falta de forças a + esteno I.M
Ataxia Forma de descontrole motor. a + taxia I.O
Dismetria
Ateroma Placa de colesterol e não só atero + oma I.E.3
que obstrui uma artéria
Aterosclerose Endurecimento e obstrução atero + esclero + ose I.E.3
arterial secundários à forma-

146
Parte III – Dicionário de palavras médicas

Termo Significado com base Decomposição Sec-


na etimologia etimológica ção
ção de ateromas
ATPase Enzima que liberta energia atp + ase I.N
do ATP
Aurícula Cavidade cardíaca onde auri + (c)ula I.C.3
entra o sangue (em forma de I.C.5
pequena orelha) I.G
Auricular Referente a orelha aurícula I.C.3
Autoanticorpo Anticorpo contra o próprio auto + anti + corpo I.B
Autócrino Que secreta para si próprio auto + crino I.E.2
Autoenxerto Enxerto da própria pessoa auto + enxerto I.B
Autoimune Imunidade contra o próprio auto + imune I.B
Autólogo Do próprio auto + logo I.B
Automedição Medição pelo próprio auto + medição I.B
Bacinete Pequena bacia que colecta a bacia(n) + ete I:G
urina de cada rim
Bariátrica Cirurgia da obesidade baro + iatro I.D
Barómetro Instrumento que mede a baro + metro I.I
pressão I.M
Barorreceptor Receptor dos vasos para a baro + receptor I.M
pressão arterial
Barotrauma Agressão por exposição a baro + trauma I.M
pressões excessivas
Basal Na base baso I.N
Basicervical Na base do colo do osso basi + cérvico I.F
Basilar Na base do crânio basi I.F
Basófilo Leucócito que cora com baso + filo I.D
corantes básicos I.N
Bicuspidia Válvula formada por duas bi + cúspide I.H
cúspides em vez de três
Biologia Ciência que estuda a vida e bio + logia I.D
os seres vivos I.E.1
Biólogo Especialista em Biologia bio + logo I.D
I.E.1
Blastocisto Estado precoce do embrião blasto + cisto I.C.2
que é uma vesícula I.C.7
Blefarite Inflamações infecciosas das blefaro + ite I.C.3
pálpebras
Blefarospasmo Piscar os olhos blefaro + espasmo I.C.3
Bolus Dose maciça intravenosa raiz própria I.E.2
Bradicárdia Coração lento bradi + cardia I.J
Bradipsiquismo Psiquismo lento bradi + psiq I.J
Bradisfigmia Pulso lento bradi + esfigmo I.C.5
I.J
Braquial Referente a braço braqui I.C.8
Braquidactilia Dedos curtos braqui + dactilo I.C.8
Braquiocefálico Referente a braço e cabeça. braqui + cefalo I.C.8
Nome de artéria

147
Parte III – Dicionário de palavras médicas

Termo Significado com base Decomposição Sec-


na etimologia etimológica ção
Broncopneumonia Infecção pulmonar dissemi- bronco + pneumo + ia I.C.4
nada pelos brônquios
Broncoscopia Observação do interior dos bronco + escopia I.M
brônquios
Bronquiectasias Dilatações brônquicas bronco + ectasia I.E.3
I.C.4
Bronquíolo Brônquios pequenos bronco + ulo I.C.4
Bronquite Inflamação dos brônquios, bronco + ite I.C.4
Butanal Aldeído saturado de 4 carbo- but + ano + al I.N
nos
Butano Hidrocarboneto saturado de 4 but + ano I.N
carbonos
Butanóico Ácido saturado de 4 carbo- but + ano + + óico I.N
nos
Butanol Álcool saturado de 4 carbo- but + ano + ol I.N
nos
Butanona Cetona saturada de 4 carbo- but + ano + ona I.N
nos
Calcemia Taxa de cálcio no sangue cálcio + emia I.C.5
I.G
Calciúria Taxa de cálcio na urina cálcio + uria I:G
Caliémia Ver Potassémia I.N
Caliúria Taxa de potássio na urina calio + uria I.N
Cancerígeno Gerador de cancro câncer + génio I.E.1
Capilarização Irrigação capilar capilum I.C.5
Carcinoma Tumor maligno proveniente carcino + oma I.E.3
de glândulas
Cardiologia Especialidade que estuda as cardio + logia I.C.5
doenças do coração I.D
Cardiologista Especialista em Cardiologia cardio + logista I.D
Cardiólogo Especialista em Cardiologia cardio + logo I.D
Cardiopatia Doença do coração cario + patia I.E.3
Cardiovascular Referente ao coração e aos cardio + vasculo I.C.5
vasos.
Cardite Inflamação do coração cardio + ite I.E.3
Cariotipo Estudo dos cromosomas cario + tipo
Catabolismo Degradações metabólicas cata + bolismo I.E.2
Catarse Libertação de algo acumulado cata I.E.2
Catártico Que promove a catarse – cata I.E.2
Laxante
Cefaleia Dor de cabeça cefalo + eia I.C.1
Todas as outras unidades
Centigrama começadas em centi signifi- centi + grama I.I
-2
cam 10 x a unidade
Cerebelo Pequeno cérebro com fun- cérebro + ulo I:G
ções de controle motor
Cervical Referente ao pescoço a um cérvico I.C.1

148
Parte III – Dicionário de palavras médicas

Termo Significado com base Decomposição Sec-


na etimologia etimológica ção
colo.
Cervicite Inflamação do colo uterino cérvico + ite I.C.1
I.E.3
Cianose Tom azulado ciano + ose I.K
Psicose com excessiva
Ciclofrenia variação entre estados ciclo + frenia I.C.9
maníacos e depressivos
Cineangiografia Registo do movimento do cine + angio + grafia I:M
sangue nos vasos
Cinemática Capítulo da Mecânica que cine + mática I:M
estuda os movimentos
Cistite Inflamação da bexiga cisto + ite I.C.7
I.E.3
Cistocelo Prolapso (hérnia) da bexiga cisto + celo I.C.7
I.E.3
Cistografia Imagem do conteúdo da cisto + grafia I.C.7
bexiga
Cistopexia Fixação cirúrgica da bexiga cisto + pexia I.O
Citaferese Remoção e/ou transfusão de cito + ferese I.O
células do sangue
Citólise Destruição celular cito + lise I.C.2
Citologia Estudo das células cito + logia I.C.2
Citotóxico Tóxico para as células cito + tóxico I.C.2
Claustrofobia Fobia a espaços fechados fobia a I.D
Clavícula Osso da cintura escapular clavs + ula I:G
Cleptomania Mania de roubar clepto + mania I.D
Clínica Local – Exercício clínico clínica I.D
Clínico Aquela que se debruça clínico I.D
Clorémia Taxa de cloro no sangue cloro + emia I:G
Clorose Tom esverdeado cloro + ose I.K
Coccigodinia Dor no cóccix cóccix + dinia I.E.3
Colagogo Estimulador da secreção de cole + ago I.E.2
bílis
Colangiografia Imagem da via biliar col + angio + grafia I.C.6
Colangite Inflamação da via biliar col + angio + ite I.C.6
Colecistite Inflamação da vesícula biliar cole + cisto + ite I.C.6
Colecistoquinina Hormona que estimula a con- cole + cisto + cinina I.C.6
tracção da vesícula biliar
Colectomia Remoção do cólon colo + ectomia I.O
O esteróide principal, donde
Colesterol derivam os outros, e que é col + esterol I.N
excretado na bílis.
Colite Inflamação do cólon colo + ite I.C.6
I.E.3
Colo(no)patia Qualquer doença do cólon colo + patia I.C.6
Colonoscopia Observação do interior do colo + escopia I.C.6
cólon I.M

149
Parte III – Dicionário de palavras médicas

Termo Significado com base Decomposição Sec-


na etimologia etimológica ção
Colostomia Ligação do cólon à pele colo + estoma I.C.6
Colpite Inflamação da vagina colpo + ite I.C.7
Colpocitologia Estudo das células da vagina colpo + cito + logia I.C.7
Colporragia Hemorragia da vagina colpo + rragia I.C.7
I.E.3
Colúria Pigmentos biliares na urina col + uria I.C.6
Condral Referente a cartilagem condro I.C.8
Condroblasto Célula formadora de cartila- condro + blasto I.C.2
gem
Condrocito Célula principal da cartilagem condro + cito I.C.2
I.C.8
Condroma Tumor benigno da cartilagem condro + oma I.C.8
I.E.3
Condromalácia Amolecimento da cartilagem condro + malacia I.C.8
I.E.3
Conjuntivite Inflamação da conjuntiva conjuntiva + ite I.E.3
Coprocultura Um dos exames bacteriológi- copro + cultura I.C.6
cos das fezes
Coprolália Falar aos palavrões copro + lalia I.C.6
I.C.9
Coprolito Pequena pedra nas fezes copro + lito I.C.6
I.N
Coprológico Referente às fezes copro + logia I.C.6
Coronária Artéria do coração corona I.C.5
Cortical Referente a um córtex córtico I.C.1
Corticotrofina Hormona que estimula o cór- cortiço + trofo I.C.1
tex supra-renal
Costal Referente a costelas costo I.C.1
Coxalgia Dor na anca (termo guardado coxa + algia I.C.8
para a tuberculosa)
Coxartrose Artrose da anca coxa + artro + ose I.C.8
Coxofemural Articulação da anca condro + fémur I.C.8
Craniotomia Abertura do crânio crânio + tomia I.O
Crioprecipitado Substância que só precipita crio + precipitado I.M
em meio frio
Crioterapia Terapêutica pelo frio, geral- crio + terapia I.M
mente gelo
Cromófila Célula com afinidade para cromo + filia I.D
corantes (para ficar com cor) I.K
Cromófoba Célula sem afinidade para cromo + fobia I.D
corantes (que rejeita a cor) I.K
Cromosoma Corpos nucleares corados cromo + soma I.C.1
com informação genética I.K
Cromoterapia Terapêutica pelas cores cromo + terapia I.K
Crónico Surge lentamente e de evo- raiz própria I.J
lução arrastada
Cronograma Esquema no tempo crono + grama I.J

150
Parte III – Dicionário de palavras médicas

Termo Significado com base Decomposição Sec-


na etimologia etimológica ção
Cronotropismo Estado de maior ou menor crono + tropismo I.J
rapidez do coração
Crural Referente à coxa cruro I.C.8
Cruropodálico Da coxa ao pé cruro + podo I.C.8
Cubóide Com formas cúbicas cubo + óide I.L
Todas as outras unidades
Decagrama começadas em deca signifi- deca + grama I.I
cam 10 x a unidade
Todas as outras unidades
Decilitro começadas em deci signifi- deci + litro I.I
-1
cam 10 x a unidade
Deltóide Músculo do ombro que pare- delta + óide I.E.3
ce um delta
Demografia Dados duma população demo + grafia I.B
Dermatite Alterações cutâneas inflama- derma + ite I.C.2
tórias
Dermatologia, , , , Especialidade que estuda a derma + logia I.C.2
pele
Dermátomo Zonas da pele com enerva- derma + tomo I.C.2
ção sensitiva comum.
Dermatose Alterações da pele em geral derma + ose I.C.2
Desidrogense Enzima que retira átomos de des + hidro + ase I.N
hidrogénio
Doença por insuficiente
Diabetes acção da insulina, que gera dia + betes I.F
muita sede e urina, como se
houvesse um aqueduto
Diáfise Parte média de osso longo dia + fise I.C.1
Diaforese Transpiração dia + forese I.F
Diagnóstico Conhecer a causa através dia + gnóstico I.D
dos sintomas
Diapedese Travessia das paredes capi- dia + podo + ese I.F
lares por certas células
Diarreia Corrimento de fezes moles dia + rreia I.E.3
pelo intestino I.F
Diastase Espaço patológico entre duas dia + estase I.F
estruturas.
Diatermia Fazer passar calor através dia + termo I.F
duma estrutura I.M
Digital Referente a dedo digito I.C.8
Dímero Formado por duas partes di + mero I.H
Dioptria Gradação das lentes através dia + óptico I.F
do trajecto da luz
Diplococo Cocos associados a 2 e 2 diplo + coco I.H
Diplóide Número cromosómico normal diplo + óide I.H
(aos pares)
Diplopia Ver duas imagens diplo + óptico I.H

151
Parte III – Dicionário de palavras médicas

Termo Significado com base Decomposição Sec-


na etimologia etimológica ção
Disartria Dificuldade de articular as dis + artria I.A
palavras I.C.9
Discinésia Perturbação do movimento dis + cine I:M
Disestesia Perturbação da sensibilidade dis + estesia I.A
I.C.3
Disfagia Dificuldade em comer ou em dis + fagia I.A
engolir
Disfasia Perturbação da fala dis + fasia I.A
I.C.9
Disfonia Perturbação da voz dis + fonia I.A
Disgueusia Perturbação do paladar dis + gueusia I.A
I.C.3
Disidrose Perturbação do suor dis + hidro + ose I.N
Dislália Perturbação da linguagem dis + lalia I.C.9
Dispareunia Dor no coito dis + pareune I.A
Dispepsia Dificuldade ou má digestão dis + pepsia I.C.6
Displasia Alteração do crescimento dis + plasia I.E.3
Dispneia Falta de ar ou dificuldade de dis + pneia I.A
respirar I.C.4
Distal Distante do centro distante I.C.1
Distanásia Morte não apropriada dis + tanato I.E.1
Distimia Alteração do humor dis + timo I.E.9
Distrofia Alteração do crescimento dis + trofia I.E.2
Diurese Formação de urina, que atra- dia + uria + ese I.F
vessa os rins
Dolicocólon Cólon comprido dolico + cólon I:G
Dolicosigma Cólon sigmoide comprido dolico + sigma I:G
Dorsal Posterior dorso I.C.1
Dorsalgia Dor no dorso dorso + algia I.C.1
Dromotropismo Capacidade do coração con- dromo + tropismo I.F
duzir o estímulo eléctrico
Registo dos movimentos e
Ecocardiograma dimensões das estruturas eco+ cardio+ grama I.C.5
cardíacas com base na refle- I.M
xão dos ultra-sons.
Ecografia Exame que se baseia na eco + grafia I.M
reflexão dos sons (eco)
Ectoderme Camada externa do embrião ecto + derme I.F
Ectopia – Ectópico Fora do lugar habitual ecto + topo I.F
Eicosanóides Derivados com 20 carbonos icosa + óide I.H
do ácido araquidónico
Electrocardiograma Registo da actividade eléctri- electro + cardio + I.C.5
(ECG) ca do coração grama I.M
Electroencefalograma Registo da actividade eléctri- electro + en + céfalo I.M
(EEG) ca do encéfalo + grama
Electromiograma Registo da actividade eléctri- electro + mio + grama I.M
(EMG) ca dos músculos

152
Parte III – Dicionário de palavras médicas

Termo Significado com base Decomposição Sec-


na etimologia etimológica ção
Embolia Oclusão dum vaso além bol + ia I.E.2
Emetizante Que faz vomitar emesis I.C.6
Enantema Erupção das mucosas en + tema I.E.3
Encefalite Inflamação do encéfalo en + cefalo + ite I.C.1
I.E.3
Encéfalo O que está dentro do crânio en + cefalo I.C.1
(da cabeça)
Endemia Doença que vive no seio da en + demia I.B
população
Endocárdio Camada que forra o coração endo + cardio I.F
por dentro
Endocardite Inflamação do endocárdio endo + cardio + ite I.C.5
Endócrino Que secreta para dentro do endo + crino I.E.2
organismo (para o sangue) I.F
Endocrinologista, Especialista em doenças endo + crino + logista I.D
endócrinas
Endoderme Camada interna do embrião endo + derme I.F
Endodontia Tratar o interior dos dentes endo + odonto I.C.3
Endométrio Membrana que forra o útero endo + métrio I.C.7
por dentro
Endometriose Proliferação patológica do endo + métrio + ose I.C.7
endométrio
Endoscopia Observação do interior de endo + escopia I.M
cavidades com tubos por
onde se espreita
Endotélio Tecido que reveste por den- endo + télio I.C.2
tro
Morte dum tecido por isqué-
Enfarte mia, que se apresenta enfar- enfarte I.E.3
tado de glóbulos vermelhos
Enoftalmia Olho para dentro da órbita eno + oftalmo I.C.3
I.F
Enterite Inflamação intestinal entero + ite I.C.6
I.E.3
Enterobactérias Bactérias que vivem no intes- entero + bactéria I.C.6
tino
Enteocito Célula da mucosa intestinal entero + cito I.C.2
Enteroclise Clister entero + clise I.O
Enterorragia Hemorragia do intestino entero + rragia I.C.6
I.E.3
Eosinófilo Leucocito que cora com a eosina + filo I.D
Eosina
Epicárdio Camada exterior do coração epi + cardio I.F
Epidemia Doença que veio de fora epi + demia I.B
Epiderme Camada exterior da pele epi + derme I.F
Epífise Glândula pineal epi + fise I.C.1
Epigastralgia Dor no epigastro epi + gastro + algia I.E.3

153
Parte III – Dicionário de palavras médicas

Termo Significado com base Decomposição Sec-


na etimologia etimológica ção
Epitélio Tecido que reveste por fora epi + télio I.C.2
I.F
Equilátero Todos os lados iguais equi + látero I:G
Equimolar Da mesma osmolaridade equi + molar I:G
Equivalência Que vale o mesmo equi + valência I:G
Eritema Erupção vermelha da pele eritro + tema I.E.3
I.K
Eritrocito Glóbulo vermelho eritro + cito I.C.2
I.K
Eritropoese Formação dos eritrocitos eritro + poese I.E.1
I.K
Eritropoetina Hormona estimuladora da eri- eritro + poese I.K
tropoese
Eritrose Tom de pele avermelhado eritro + ose I.K
Escapula alata Omoplata em asa escapulo + ala I.C.8
Escápulo-umeral Articulação do ombro (do escapulo + úmero I.C.8
úmero com a omoplata)
Doença autoimune com rigi-
Esclerodermia esclero + derme I.E.3
dez da pele e de outras
estruturas.
Esclerosado Endurecido esclero + ose I.E.3
Esfigmomanómetro Instrumento que mede a esfigmo + mano + I.I
pressão do pulso (arterial) metro I.C.5
Esofagite Inflamação esofágica esófago + ite I.E.3
Espasmofilia Tendência para espasmos I.D
Espermatogónias Célula precursora dos espermato + gónia I.C.2
espermatozóides.
Espermatozóide Gâmetas do esperma. Julga- esperma + zoo + óide I.L
ram-se animais
Espirometria Medir a quantidade e veloci- espiro + metria I.I
dade do ar expirado
Esplénico Referente ao baço espleno I.C.6
Esplenocontracção Contracção do baço espleno + contracção I.C.6
Esplenomegalia Aumento do baço espleno + megalia I.C.6
Espondilartrose Artrose das vértebras espondilo+artro+ ose I.C.1
I.E.3
Espondilite Inflamação vertebral espondilo + ite I.C.1
Espondilodiscite Inflamação das vértebras e espondilo+ disco + ite I.C.1
dos discos
Espondilose Degenerescência vertebral espondilo + ose I.C.1
I.E.3
Psicose em que há dissocia-
Esquizofrenia ção da mente, entre várias esquizo + frenia I.C.9
realidades e personalidades
Estase Estagnação, paragem estase I.F
Estearina Uma gordura esteato + ina I.N
Esteatorreia Gordura a mais nas fezes esteato + rreia I.N

154
Parte III – Dicionário de palavras médicas

Termo Significado com base Decomposição Sec-


na etimologia etimológica ção
Esteatose Infiltração gorda dum órgão esteato + ose I.N
Estenocardia Dor constritiva do coração esteno + cardia I.M
Estenose Aperto esteno + ose I.M
Estereofonia Som espacial estereo + fonia I.F
Estereotaxia Manipulação nas três dimen- estereo + taxia I.F I.M
sões do espaço I.O
Estesiologia Estudo dos órgãos dos senti- estesio + logia I.C.3
dos
Estoma Boca estoma I.C.6
Estomatite Inflamação da boca estomato + ite I.C.6
I.E.3
Estomatologia Especialidade que estuda a estomato + logia I.C.6
boca e seu conteúdo
Etanal Aldeído saturado de 2 carbo- et + ano + al I.N
nos
Etano Hidrocarboneto saturado de 2 et + ano I.N
carbonos
Etanóico Ácido saturado de 2 carbo- et + ano + óico I.N
nos (ácido acético)
Etanol Álcool saturado de 2 carbo- et + ano + ol I.N
nos (álcool comum)
Etino Hidrocarboneto de 2 carbo- et + ino I.N
nos com uma ligação tripla
(acetileno)
Etiopatogenia A causa da doença e como etio + pato + genia I.E.3
ela actua
Etiotropo Fármaco que actua nos etio + tropo I.D
agentes etiológicos
Eucariota Com núcleo próprio eu + cario
Euglicemia Glicémia normal eu + glico + emia I.A
Eupéptico Que facilita a digestão eu + péptico I.C.6
Eutanásia Morte apropriada eu + tanato I.E.1
Eutimizante Normalizante do humor eu + timo I.E.9
Eutiroidismo Função tiroideia normal eu + tiróide+ismo I.A
Exantema Erupção da pele ex + tema I.E.3
Exócrino Que secreta para fora do exo + crino I.E.2
organismo ou cavidades
Exoftalmia Olho que sai para fora da exo + oftalmo I.C.3
órbita I.F
Exostose Saliência óssea patológica exo + osteo + ose I.F
que cresce para fora
Exterior (em anat.) Fora duma cavidade ex I.F
Extracelular Fora da cédula extra I.F
Fagocito Célula que fagocita fago + cito I.E.2
Fagocitose Capacidade duma célula inte- fago + cito + ose I.E.2
riorizar outras ou proteínas
estranhas

155
Parte III – Dicionário de palavras médicas

Termo Significado com base Decomposição Sec-


na etimologia etimológica ção
Capítulo da Farmacologia
Farmacocinética que estuda o movimento dos fármaco + cine I:M
fármacos no organismo
Farmacodinami(c)a Mecanismo de acção dos fármaco + dinâmica I.M
fármacos
Todas as outras unidades
Fentolitro começadas em fento signifi- fento + litro I.I
-15
cam 10 x a unidade
Feocromocito Célula castanha da medula feo + cromo + cito I.K
supra-renal
Feocromocitoma Tumor de feocromocitos feo + cromo + cito + I.K
oma
Ferropénia Falta de ferro ferro + penia I.A
Fibrinogénio Precursor da fibrina fibrina + génio I.E.1
Fibrinólise Destruição da fibrina fibrina + lise I.E.2
Fibrinolítico Que promove a fibrinólise fibrina + litico I.E.2
Fibroblastos Célula formadora de fibras fibro + blasto I.C.2
Fisiatra Médico que trata por agentes físico + iatra I.D
físicos
Fisiatria Médico que trata por agentes física + iatria I.D
físicos
Fisiologia Funcionamento normal dum fisio + logia I.E.2
ser vivo
Fisiológico Normal. Que obedece às leis fisio + logia I.E.2
da Fisiologia
Fisiopatologia Funcionamentos alterados fisio + pato + logia I.E.3
Fitosterol Esteróide vegetal fito + ester + ol I.N
Flebectasia Dilatação venosa flebo + ectasia I.E.3
Flebite Inflamação duma veia flebo + ite I.C.5
Fleboclise Perfusão na veia flebo + clise I.O
Flebografia Registo da imagem do inte- flebo + grafia I.C.5
rior das veias
Flebolito Cálculo (pedra) numa veia flebo + lito I.N
Flebologia Especialidade que estuda as flebo + logia I.C.5
doenças das veias
Fonocardiograma Registo gráfico dos sons pro- fono + cardio + grama I.M
duzidos pelo coração
Fosfatase Enzima que transfere grupos fosfato + ase I.N
fosfato
Fosfatémia Taxa de fosfato no sangue fosfato + emia I:G
Fotofobia Fobia (intolerância) à luz fobia a I.D
I.M.
Aparecimento de alterações
Fotossensibilidade cutâneas por exposição à luz foto + sensibilidade I.M
(geralmente solar)
Fototerapia Terapêutica pela luz foto + terapia I.M
Galactagogo Que aumenta a produção de gala + lacto + gogo I.N

156
Parte III – Dicionário de palavras médicas

Termo Significado com base Decomposição Sec-


na etimologia etimológica ção
leite
Galactóforos Canal que conduz o leite até gala + lacto + foro I.N
ao mamilo
Galactorreia Corrimento de leite fora da gala + lacto + rreia I.N
lactação
Galactose Açúcar de 6 carbonos que gala + lacto + ose I.N
integra a lactose
Gastrectomia Remoção do estômago gastro + ectomia I.O
Gastrite Inflamação do estômago gastro + ite I.C.6
I.E.3
Gastroenterologia Especialidade que estuda o gastro + entero + I.C.6
aparelho digestivo logia
Gastroileostomia Anastomose entre o estôma- gastro + íleo + esto- I.C.6
go e o íleo ma
Gastrojejunostomia Anastomose entre o estôma- gastro + jejuno + I.C.6
go e o jejuno estoma
Gastropatia Doença do estômago gastro + patia I.E.3
Gastropexia Fixação cirúrgica do estôma- gastro + pexia I.O
go
Gastroplastia Modificação da forma e/ou gastro + plastia I.O
reparação do estômago
Gastroscopia Endoscopia do estômago gastro + escopia I.M
Gastrostomia Anastomose entre o estôma- gastro + estoma I.C.6
go e a pele
Genes Estrutura que armazena a gene I.E.1
informação genética
Genética Ciência que estuda a heredi- gene I.E.1
tariedade
Genoma Conjunto dos genes dum gene + oma I.E.1
indivíduo
Geofagia Comer terra geo + fagia I.E.2
I.N
Geriatra Médico dos idosos geri + iatra I.B
Geriatria Medicina dos idosos geri + iatria I.B
Gerontologia Estudo dos problemas dos geronto + logia I.B
idosos
Gerontomotricidade Actividade física dos idosos geronto + motricidade I.B
Todas as outras unidades
Gigabyte começadas em giga signifi- giga + byte I.I
9
cam 10 x a unidade
Ginecologia Especialidade médica dos ginec + logia I.B
problemas das mulheres
Ginecomastia Mamas à mulher ginec + masto I.B.
I.C.7
Ginóide À mulher - Feminino ginec + óide I.B I.L
I.E.3
Glicemia Concentração de glucose gluco + emia I.C.5
sanguínea I.G I.N

157
Parte III – Dicionário de palavras médicas

Termo Significado com base Decomposição Sec-


na etimologia etimológica ção
Tri-álcool de 3 carbonos,
Glicerol constituinte dos triglicéridos e glicerol + ol I.N
que origina glucose
Glicogénese Síntese de glicogénio glico + génese I.N
Glicogénio Polímero de reserva da glu- glico + génio I.E.1
cose
Doença que resulta da acu-
Glicogenose mulação de glicogénio por glico + génio + ose I.E.3
dificuldade da sua utilização
Glicolise Produção de energia a partir glico + lise I.N
da degradação da glucose
Glicopenia Falta de glucose glico + penia I.A
Glicosilação Ligação não enzimática de glico + ção I.N
proteínas à glucose
Glicosúria Glucose na urina glico + uria I.G I.N
Glóbulo Pequeno globo globo + ulo I.G
Glomerulonefrite Inflamação dos glomérulos glomus + ulo + nefro I.C.7
renais + ite
Glossite Inflamação da língua glosso + ite I.C.3
I.E.3
Glossofaríngeo Músculo e nervo que enerva glosso + faringe I.C.3
a língua e faringe
Gluconeogénese Ver Neoglucogénese I.J
Gonalgia Dor do joelho gono + algia I.C.8
Gonartrose Artrose do joelho gono + artro + ose I.C.8
Goniómetro Medidor de ângulos gono + metro I.C.8
Gonioscopia Exame do ângulo da câmara gónio + escopia I.C.8
anterior do olho
Todas as outras unidades
Hectómetro começadas em hecto signifi- hecto + metro I.I
-15
cam 10 x a unidade
Hemácia Glóbulo vermelho hema + cito I.C.5
Hemaferese Remoção e/ou transfusão de hema + ferese I.O
sangue
Hemartrose Derrame articular de sangue hema + artro + ose I.C.5
Hematemese Vómito de sangue escuro por hemato + emese I.C.5
estar semi digerido C.6
Hemático Referente a sangue hemato I.C.5
Hematocelo Acumulação de sangue hemato + celo I.E.3
Hematologia Especialidade que estuda as hemato + logia I.C.5
doenças do sangue
Hematoma Acumulação fechada de san- hemato + oma I.C.5
gue (tumor de sangue) I.E.3
Hematopoese Formação das células do hemato + poese I.C.5
sangue I.E.1
Hematose Oxigenação do sangue nos hemato + ose I.E.3
pulmões

158
Parte III – Dicionário de palavras médicas

Termo Significado com base Decomposição Sec-


na etimologia etimológica ção
Hemianopsia Perda da visão para um lado hemi + an + opsia I.C.3
I.F
Hemiparésia Diminuição da força dum lado hemi + parésia I.F
do corpo
Hemiplegia Paralisia duma metade do hemi + plegia I.E.3
corpo (dtª ou esqª) I.F
Hemipostesia Diminuição da sensibilidade hemi + hipo + estesio I.F
dum lado do corpo
Hemitórax Uma metade do tórax hemi + tórax I.F
Hemocaterese Destruição e remoção das hemo + cata + ese I.E.2
células do sangue velhas
Hemofilia Doença que dá tendência hemo + filia I.C.5
para sangrar I.D
Hemoglobina A proteína dos eritrocitos que hemo + globina I.C.5
dá cor ao sangue
Hemoperitoneu Sangue livre na cavidade hemo +peri +toneu I.C.5
peritoneal
Hemoptise Tosse com emissão de san- hemo + I.C.5
gue alveolar
Hemorragia Fuga de sangue de dentro hemo + rragia I.C.5
dos vasos
Hemotórax Sangue livre na cavidade hemo + tórax I.C.5
pleural
Hepático Referente ao fígado hepato I.C.6
Hepatite Inflamação do fígado hepato + ite I.C.6
Hepatologia Especialidade que estuda as hepato + logia I.C.6
doenças do fígado
Hepatomegalia Aumento do fígado hepato + megalia I.C.6
Hepatopatia Doença do fígado hepato + patia I.C.6
Herniorrafia Sutura duma hérnia hérnia + rafia I.O
Heteroenxerto Ver xenoenxerto hetero + enxerto I.B
Heterossexual Apetência pelo outro sexo hetero + sexual I.B
Hexano Hidrocarboneto saturado de 6 hexa + ano I.N
carbonos
Hidrocefalia Excesso de líquido na cabe- hidro + cefalo + ia I.N
ça
Hidrocelo Acumulação líquida no escro- hidro + celo I.E.3
to I.N
Hidrofobia Fobia à água fobia a I.D
Hidrólise Degradação de substâncias hidro + lise I.N
com produção de água
Hidronefrose Acumulação retrógrada de hidro + nefro + ose I.N
urina no bacinete e rim
Hidrotórax Derrame pleural líquido hidro + tórax I.N
Hipercalcemia Calcemia elevada hiper + calci + emia I.A
Hipercápnia CO2 sanguíneo elevado hiper + capnia I.C.4
Hiperemese Enjoo constante ou vómito hiper + emese I.C.6

159
Parte III – Dicionário de palavras médicas

Termo Significado com base Decomposição Sec-


na etimologia etimológica ção
fácil
Hiperémia Excesso de sangue local hiper + emia I.C.5
Hiperglicemia Glicemia elevada hiper + glico + emia I.A
Hiperidrose Excesso de suor hiper + hidro + ose I.N
Hipermenorreia Menstruação muito abundan- hiper + meno + rreia I.C.7
te
Hipermétrope Olho que só vê bem ao lon- hiper + metro + ope I.I
ga, mas mal ao perto.
Hiperorexia Excesso de apetite hiper + orexia I.C.6
Hiperosmolar Com maior osmolaridade hiper + osmolar I:G
Hiperpirexia Febre muito elevada hiper + piro + ia I.M
Hiperplasia Criação de células com as hiper + plasia I.E.3
mesmas características
Hipertiroidismo Função tiroideia aumentada hiper+ tiróide+ismo I.A
Hipertricose Muitos pelos (peludo) hiper + trico + ose I.C.2
Hipertrofia Aumento do crescimento hiper + trofia I.E.2
Hipnose Promover o sono hipno + ose I.C.9
Hipnótico Que promove o sono hipno + ose I.C.9
Hipocalcemia Calcémia baixa hipo + calci + emia I.A
Hipocápnia CO2 sanguíneo diminuído hipo + capnia I.C.4
Hipófise Glândula endócrina hipo + fise I.C.1
Hipogastro Zona inferior média do hipo + gastro I.F
abdómen
Hipoglicemia Glicémia baixa hipo + glico + emia I.A
Hipoglosso Nervo ou músculo debaixo da hipo + glosso I.C.3
língua
Hipomenorreia Menstruação escassa hipo + meno + reia I.C.7
Hiposiderémia Ferro no sangue diminuído hipo + sidero+ emia I.A
Hipostesia Diminuição da sensibilidade hipo + estesia I.C.3
Hipotálamo Conjunto de centros nervo- hipo + tálamo I.F
sos vitais, abaixo do tálamo
Hipotiroidismo Função tiroideia diminuída hipo + tiróide+ismo I.A
Histamina Amina da histidina, funda- hist + amina I.N
mental nas alergias
Histerectomia Extracção do útero histero + ectomia I.C.7
I.O
Histeria Descontrole emocional histero I.C.7
Histeropexia Fixação cirúrgica do útero histero + pexia I.O
Histerosalpingografia Obtenção da imagem do inte- histero + salpingo+ I.C.7
rior uterino e das trompas grafia
Histiocito Célula do tecido conjuntivo histio + cito I.C.2
Histologia Estudo dos tecidos histo + logia I.C.2
Histoquímica Propriedades químicas dos histo + química I.C.2
tecidos
Holístico Global holo I.C.1
Holodiastólico Ocupa toda a diástole holo + diástole I.C.1

160
Parte III – Dicionário de palavras médicas

Termo Significado com base Decomposição Sec-


na etimologia etimológica ção
Holossistólico Ocupa toda a sístole holo + sístole I.C.1
Homeostase Manutenção da constância homeo + estase I:G
do meio interno
Homeotérmico De temperatura constante homeo + termo I:G
Homoenxerto Enxerto de outro indivíduo da homo + enxerto I.B
mesma espécie
Homossexual Apetência pelo mesmo sexo homo + sexual I.B
Iatrogenia Resultado da acção médica iatro + genia I.D
ou terapêutica I.E.1
Icosanóides Ver Eicosanóides I.H
Ictus - Ictiforme Manifestação hiperaguda raiz própria I.J
Idiopático Não se sabe a causa idio + pato I.B
Idiossincrásico Comportamento imprevisível, idio + sin + crasia I.B
próprio
Inacção Falta de acção in + acção I.E.3
Infarte Ver enfarte ver enfarte I.E.3
Infiltrado Entrada duma população in + filtrar I.F
celular numa estrutura
Inflamação Estado de calor, tumor (ede- in + flama + ção I.E.3
ma), rubor (vermelhidão) e
dor duma zona
Infraóptico Debaixo da cama óptica infra + óptico I.F
Infravermelhos Luz invisível de frequência infra + vermelho I.F
logo abaixo do vermelho
Inspiração Ventilação para dentro in I.F
Insulina Hormona das Ilhas de Lange- insula I.C.1
rhans
Intercelular Entre células intra + célula I.F
Interior (anat) Dentro de cavidade in I.F
Inter-observador Entre observadores inter + observador I.F
Intersticial Entre células inter I.F
Intracelular Dentro das células intra + célula I.F
Intra-observador Dentro do mesmo observador intra + observador I.F
Ionizado Dissociado em iões iono I.M
Ionoforese Administrar um fármaco ioni- iono + forese I.M
zado
Ionograma Determinação dos iões do iono + grama I.M
sangue ou da urina
Isocinético À mesma velocidade iso + cine I:M
Isocória Pupilas iguais iso + coria I:G
Isométrico Da mesma dimensão iso + metro I:G I.I
Isotónico Da mesma osmolaridade iso + tónus I:G
I.M
Isquemia Privação de oxigénio por isquémia I.E.3
deficiente irrigação
Kilocaloia Ver quilocaloria kilo + caloria I.I

161
Parte III – Dicionário de palavras médicas

Termo Significado com base Decomposição Sec-


na etimologia etimológica ção
Lactação Amamentação lacto + ção I.N
Lactagogo Estimula secreção de leite lacto + ago I.E.2
Lactose Açúcar do leite lacto + ose I.N
Laparoscopia Espreitar para dentro do laparo + escopia I.C.1
abdómen I.M
Laparotomia Abertura cirúrgica do abdó- laparo + tomo I.C.1
men I.O
Laringectomia Remoção da laringe laringe + ectomia I.O
Laringoscopia Endoscopia da laringe laringo + escopia I.M
Lateral (anat) Externo latero I.F
Leiomioma Tumor benigno do músculo leio + mio + oma I.C.8
liso I.L
Leiomiossarcoma Tumor maligno proveniente leio + mio + sarco + I.L
dum músculo estriado oma
Leptina Hormona adelgaçante lepto I.L
Leptocúrtico Curva estreita (delgada) lepto I.L
Leptosómico Corpo delgado lepto + soma I.L
Cancro da medula óssea tra- I.C.5
Leucémia duzido por aumento dos leu- leuco + emia I.K
cócitos no sangue.
Leucocito Glóbulo branco leuco + cito I.C.2
I.K
Leucodistrofia Doença da substância branca leuco + dis + trofia I.E.2
I.K
Leucopénia Falta de leucocitos (baixos) leuco + penia I.A
Leucoplasia Crescimento duma zona leuco + plasia I.E.3
branca I.K
Leucopoese Formação dos leucocitos leuco + poese I.E.1
Leucorreia Corrimento vaginal branco leuco + rreia I.E.3
Leucose Ver leucemia leuco + ose I.E.3
I.K
Linfocito Leucocito que também existe linfo I.C.2
na linfa
Linfóide Tecido linfático. Dele prove- linfo + óide I.E.3
niente ou semelhante I.L
Linfoma Tumor do tecido linfóide linfo + oma I.E.3
Lipase Enzima que degrada gordura lipo + ase I.N
Lípido Gordura lipo I.N
Doença que resulta da acu-
Lipidose mulação e incapacidade de lipo + ose I.E.3
utilização de lípidos
Lipoaspiração Aspiração de gorduras lipo + aspiração I.N
Lipogénese Síntese de triglicéridos lipo + génese I.N
Lipólise Degradação de triglicéridos lipo + lise I.N
Lipoma Tumor benigno do tecido adi- lipo + oma I.E.3
poso

162
Parte III – Dicionário de palavras médicas

Termo Significado com base Decomposição Sec-


na etimologia etimológica ção
Lipossarcoma Tumor maligno do tecido adi- lipo + sarcoma I.E.3
poso
Lisosoma Corpúsculos celulares que lise + soma I.C.1
digerem o material que a
célula capta do exterior
Litíase Produção de cálculos lito I.N
Lombalgia Dor lombar lombo + algia I.C.1
Corrente filosófica dos gran-
Macrobiótica des princípios da vida e da macro + bio I:G
alimentação
Macrocitose Eritrocitos aumentados macro + cito + ose I:G
Macrófago Fagocito gigante macro + fago I.E.2
I.G
Macrozoopsia Visões de animais de grande I.C.3
porte I.N
Maléolo Extremidade distal saliente malleus + olo I:G
da tíbia e do peróneo
Mamoplastia Modificação da forma e/ou mama + plastia I.O
reparação das. mamas
Manicómio Hospital dos loucos mania + cómio I.D
Manometria Medição da pressão mano + metro I.C.8
Manual Referente a mão. - À mão mano I.C.8
Mastectomia Remoção da mama masto + ectomia I.O
Mastite Inflamação infecciosa da masto + ite I.C.7
mama
Mastocito Célula em forma de mama, masto + cito I.C.7
produtora de histamina
Mastopatia Doença das mamas masto + patia I.C.7
I.E.3
Todas as outras unidades
Megabyte começadas em mega signifi- mega + byte I.I
6
cam 10 x a unidade
Megaloblasto Precursor aumentado dos eri- megalo + blasto I:G
trocitos
Divisão celular que divide ao
Meiose meio o material genético, meio + ose I.E.3
formando os gâmetas
Melancolia Síndroma da bílis negra melo + colia I.K
Melanina Pigmento escuro da pele melo I.K
Melena Hemorragia pelo ânus de melo I.K
sangue negro (digerido)
Melomania Forte atracção por música melo + mania I.D
Menarca Início da menstruação meno I.C.7
Meningite Inflamação das meninges meninge + ite I.E.3
Hemorragia uterina que tanto
Menometrorragia pode ser menstruação exa- meno + metro + rragia I.C.7
gerada como fora do período

163
Parte III – Dicionário de palavras médicas

Termo Significado com base Decomposição Sec-


na etimologia etimológica ção
Menopausa Paragem definitiva da mens- meno + pausa I.C.7
truação
Menorragia Hemorragias menstruais meno + rragia I.C.7
I.E.3
Meralgia Dor segmentar mero + algia I.C.1
Mesentério Tecido que leva os vasos ao meso + entero I.F
intestino
Mesoderme Estrutura média do embrião medo + derme I.F
Mesodiástole A meio da diástole meso + diástole I.J
Mesossístole A meio da sístole meso + sístole I.J
Mesotélio Tecido que se encontra a meso + télio I.C.2
meio duma estrutura I.F
Mesoterapia Administrar o fármaco na meso + terapia I.F
zona lesada, com agulhas
Metabolismo Conjunto das reacções bio- meta + bol I.E.2
químicas
Metacarpo Zona a seguir ao carpo meta + carpo I.F
Metâmero Segmento corporal meta + mero I.C.1
Metanálise Análise de vários estudos meta + ana + lise I.F
após realizados (além do fim)
Metano Hidrocarboneto de 1 carbono met + ano I.N
Metaplasia Transformação dum tecido meta + plasia I.E.3
noutro
Metatarso Zona a seguir ao tarso meta + tarso I.F
Metil Radical de 1 carbono CH3 met + il I.N
Metrorragia Hemorragias uterinas não metro + rragia I.C.7
menstruais I.E.3
Miastenia (gravis) Doença autoimune da sinap- mio + a + esteno I.M
se, com fraqueza muscular
Microalbuminúria Albuminúria (ver) em muito micro + albumina + I:G
pequena quantidade uria
Micróbio Ser vivo muito pequeno micro + bio I.E.1
I.G
Microbiologia Ciência que estuda os seres micro + bio + logia I.E.1
microscópicos
Microcitose Eritrocitos diminuídos micro + cito + ose I:G
Todas as outras unidades
Microlitro começadas em micro signifi- micro + litro I.I
-6
cam 10 x a unidade
-6
Micron (plural= micra) Unidade x 10 micro I:G
Micrótomo Instrumento que faz cortes micro + tomo I.I
microscópicos
Microzoopsia Visões de animais pequenos I.C.3
Mielite Inflamação medular mielo + ite I.C.1
Mieloblasto Célula jovem medular mielo + blasto I.C.2
Mielocito Célula da medula óssea mielo + cito I.C.2
Mielóide Derivado de ou semelhante a mielo I.C.1

164
Parte III – Dicionário de palavras médicas

Termo Significado com base Decomposição Sec-


na etimologia etimológica ção
medula I.E.3
I.L
Mielopatia Doença medular mielo + patia I.C.1
Mieloproliferativo Proliferação da medula óssea mielo + proliferar I.C.1
Todas as outras unidades
Mililitro começadas em mili signifi- mili + litro I.I
-3
cam 10 x a unidade
Mioblasto Célula jovem precursora dos mio + blasto I.C.2
miocitos
Miocardiopatia Doença do miocárdio mio + cardio + patia I.C.5
Miocardite Inflamação do miocárdio mio +cardio + ite I.C.5
Miocito Célula (fibra) muscular mio + cito I.C.2
I.C.8
Mioma Tumor benigno muscular mio + oma I.C.8
I.E.3
Miométrio Musculatura do útero mio + metrio I.C.7
Miopatia Doença do músculo mio + patia I.C.8
Miorrelaxante Fármaco ou manobra que mio + relaxante I.C.8
relaxa o músculo
Miosite Inflamação do músculo mio + ite I.C.8
I.E.3
Miossarcoma Tumor maligno do músculo mio + sarcoma I.C.8
Mitose Divisão celular normal mito + ose I.E.3
Monocito Leucocito que apenas exibe mono + cito I.C.2
um núcleo
Monómero Parte constituinte (uma parte) mono + mero I.H
dum polímero
Monoparésia Diminuição da força (parésia) mono + parésia I.E.3
dum só membro I.H
Monoplegia Paralisia dum membro mono + plegia I.E.3
Morfofuncional Relação entre o morfológico morfo I.L
e o funcional
Mucocelo Quisto de muco muco + celo I.E.3
Mucopolissacaridose Doença da acumulação e muco + poli + sacaro I.E.3
não utilização de mucopolis- I.N
sacáridos
Revestimentos internos for-
Mucosas mados por epitélio coberto muco I.N
por muco e que assentam
numa membrana basal.
Todas as outras unidades
Nanosegundo começadas em nano signifi- nano + segundo I.I
-9
cam 10 x a unidade
Narcolépsia Induzir a narcose narco + léptico I.C.9
Narcose Estado de embotamento. narco + ose I.C.9
Narcótico Droga que dá narcose narco I.C.9
Nasogeniano Entre a nariz e a bochecha naso + geniano I.C.3

165
Parte III – Dicionário de palavras médicas

Termo Significado com base Decomposição Sec-


na etimologia etimológica ção
Natrémia Taxa de sódio no sangue natrium + emia I.C.5
I.N
Natriúria Taxa de sódio na urina natrium + uria I.N
Necrobiose Sofrimento celular (entre a necro + bio + ose I.E.1
morte e a vida)
Necrologia Estudo da morte necro + logia I.E.1
Necropsia Exame do cadáver necro + opsia I.C.3
I.E.1
Necrose Morte celular necro + ose I.E.1
Nefrectomia Extracção dum rim nefro + ectomia I.C.7
Nefrite Inflamação renal nefro + ite I.C.7
I.E.3
Nefropatia Doença renal nefro + patia I.C.7
Nefrostomia Comunicação que se cria nefro + estoma I.C.7
entre o rim e a pele
Nefrotóxico Tóxico para os rins nefro + tóxico I.C.7
Neocerebelo Parte recente do cerebelo neo + cérebro + ulo I.J
Neocórtex Parte recente do córtex neo + córtex I.J
Neoglucogénese Síntese da glucose de novo, neo + gluco + génese I.J
a partir de precursores não
glucídicos.
Neoplasia Crescimento de novas célu- neo + plasia I.E.3
las I.J
Neurastenia Falta de forças de causa neu- neuro + esteno I.M
ro-psíquica
Neurogéneo De origem nervosa neuro + géneo I.C.9
Neuroléptico Calmante nervoso neuro + léptico I.O
Neurologia Especialidade que trata as neuro + logia I.C.9
doenças do sistema nervoso
Neuroma Tumor dos nervos neuro + oma
Neuropatia Doença do sistema nervoso, neuro + patia I.C.9
geralmente periférico
Neuroquímica Bioquímica do sistema ner- neuro + química I.C.9
voso
Neurose Alteração psicológica não neuro + ose I.C.9
psicótica
Neurotropo Fármaco com afinidade para neuro + tropo I.D
o sistema nervoso
Neutrófilo Leucocito que só cora com neutro + filo I.D
corantes neutros I.N
Nevralgia Dor no território enervado por nevro + algia I.C.9
um dado nervo
Nevrite Inflamação dum nervo nevro + ite I.C.9
I.E.3
Nictemeral Relacionado com o ritmo dia- nict I.J
noite
Nictúria Urinar mais quantidade à noi- nict + úria I.J

166
Parte III – Dicionário de palavras médicas

Termo Significado com base Decomposição Sec-


na etimologia etimológica ção
te do que de dia
Normocalcemia Calcémia normal normo+ calci + emia I.A
Normocapnia CO2 sanguíneo normal normo + capnia I.C.4
Normocitose Células (eritrocitos) de carac- normo + cito + ose I:G
terísticas normais
Normoglicemia Glicémia normal normo+ glico +emia I.A
Nosocomial Infecção adquirida num hos- noso + komeo I.E.3
pital
Nosologia Agrupamento de doenças noso + logia I.E.3
pelas semelhanças
Ocronose Doença rara em que o indiví- ocre + noso + ose I.E.3
duo fica de cor ocre.
Óculo Por onde se vê bi + óculo I.C.3
Odontalgia Dor de dentes odonto + algia I.C.3
I.E.3
Odontologia Estudo dos dentes odonto + logia I.C.3
Oftalmologista Especialista dos olhos oftalmo + logia I.C.3
Oftalmoscopia Espreitar para o interior do oftalmo + escopia I.C.3
olho
Oligarquia O poder de poucos oligo + I:G
Oligoelemento Elemento presente em muito oligo + elemento I:G
pequena quantidade
Oligoespermia Poucos espermatozóides oligo + esperma + ia I:G
Oligofrenia Atraso mental oligo + frenia I.C.9
Oligofrénico Diminuído mental oligo + frénico I:G
Oligomenorreia Menstruação rara oligo + meno + reia I.C.7
I.G
Oligúria Urina escassa oligo + uria I:G
Omalgia Dor do ombro oma + algia I.C.8
Oncogene Gene que predispõe a cancro onco + gene I.E.1
I.E.3
Oncologia Especialidade que trata os onco + logia I.E.3
cancros
Onfalite Inflamação umbilical onfalo + ite I.C.6
Onicofagia Roer as unhas onico + fagia I.C.8
I.E.2
Onicomicose Infecção a fungo das unhas onico + mico + ose I.C.8
Ooforectomia Extracção do ovário ooforo + ectomia I.C.7
Oogónia Célula precursora dos óvulos óvulo + gónias I.C.2
Organotropo Fármaco que exerce os seus organo + tropo I.D
efeitos no organismo
Orquipexia Fixação dum testículo orqui + pexia I.C.7
Orquite Inflamação testicular orqui + ite I.C.7
Ortodontia Especialidade de por os den- orto + odonto I.C.3
tes directos
Ortogonal Com ângulos rectos orto I.F
Ortopedia Especialidade que faz cres- orto + pedi I.B

167
Parte III – Dicionário de palavras médicas

Termo Significado com base Decomposição Sec-


na etimologia etimológica ção
cer as crianças direitas. I.F
Ortopneia Só conseguir respirar com o orto + pneia I.C.4
tronco vertical I.F
Ortorexia Fundamentalismo de só orto + orexia I.C.6
comer o que é completamen-
te saudável
Osteíte Inflamação infecciosa do osteo + ite I.C.8
osso I.E.3
Osteoblasto Célula formadora de osso osteo + blasto I.C.2
C.8
Osteocito Célula óssea adulta osteo + cito I.C.2
C.8
Osteoclasto Célula que destrói tecido osteo + clasto I.C.2
ósseo velho C.8
Prolongamento ósseo que é
Osteofito sinal de artrose. “Bicos de osteo + fito I.N
papagaio”.
Osteóide Substância óssea osteo + oide I.C.8
Osteologia Anatomia dos ossos osteo + logia I.C.8
Osteomalácia Doença dos ossos moles osteo + malácia I.E.3
Osteomielite Infecção do osso iniciada na osteo + mielo + ite I.C.8
sua medula
Osteoporose Ossos porosos, por perda de osteo + poro + ose I.E.3
massa óssea
Osteossarcoma Tumor maligno dos ossos osteo + sarcoma I.E.3
Otalgia Dor de ouvidos oto + algia I.C.3.
Otite Inflamação do ouvido oto + ite I.E.3
Otorragia Hemorragia do ouvido oto + rragia I.C.3
I.E.3
Otorreia Corrimento do ouvido oto + rreia I.C.3
I.E.3
Otorrinolaringologia Especialista em ouvidos, oto + rino + laringe + I.C.3
(ORL) nariz e garganta logia
Otosclerose Fibrose do ouvido médio oto + esclerose I.C.3
Otoscopia Espreitar para o interior do oto + escopia I.C.3
ouvido I.M
Óvulo Pequeno ovo ou célula dele ovo + ulo I:G
proveniente
Paleocerebelo Parte arcaica do cerebelo paleo + cérebro + ulo I.J
Pâncreas Glândula que gera enzimas pan + crea I.C.1
fundamentais da digestão
Pandemia Doença que atinge (quase) pan + demia I.B
toda a população I.C.1
Panhipopituitarismo Falência de todas as funções pan + hipo + pituitária I.C.1
pituitárias (hipófise)
Paquipleurite Pleuras espessadas resi- paqui + pleura + ite I.L
dualmente
Paracentese Aspirar líquido do interior da para + centese I.F

168
Parte III – Dicionário de palavras médicas

Termo Significado com base Decomposição Sec-


na etimologia etimológica ção
cavidade abdominal ou do I.O
ouvido médio
Parácrino Que secreta para as células para + crino I.E.2
da região I.F
Paralelo Sempre ao lado para + lelo I.F
Paramédico Que trabalha ao lado do para + médico I.F
médico
Paranóide Semelhante a paranóia paranóia + óide I.L
Paraparésia Diminuição da força da parte para +parésia I.E.3
inferior do corpo I.F
Parapiélico Ao lado do bacinete para + pielo I.C.7
Paraplegia Paralisia da parte inferior do para + plegia I.E.3
corpo I.F
Parassimpaticolítico Que se opõe à acção do para + simpático + líti- I.O
parassimpático co
Parassimpático Sistema que se opõe ao sim- para + simpático I.F
pático mas que trabalha ao
lado dele
Parassimpaticomimé- Que imita a acção do paras- para + simpático + I.O
tico simpático mimético
Paratiróide Glândulas endócrinas no seio para + tiróide I.F
da tiróide
Parentérico Via que passa ao lado da para + entérico I.F
intestinal
Parosmia Cheiros irreais para + osmia I.C.3
Parótidas Glândulas salivares ao lado para + oto I.F
dos ouvidos
Paroxístico De repente, súbito raiz própria I.J
Patogenia Origem das doenças pato + genia I.E.3
Patologia Estudo e/ou descrição das pato + logia I.E.3
doenças.
Patológico Alterado, doentio pato + logia I.E.3
Pediatra Médico das crianças pedi + iatra I.B
Pedofilia Apetência sexual para crian- I.D
ças
Pedofilia Apetência sexual perversa pedo + filia I.B
pelas crianças
Pelviperitonite Peritonite confinada à bacia pelvi + peritoneu + ite I.C.8
Pentano Hidrocarboneto saturado de 5 penta + ano I.N
carbonos
Pepsina Enzima gástrico da digestão pepso + ina I.C.6
Pericárdio Membrana serosa que envol- peri + cardio I.F
ve o coração
Pericardite Inflamação do pericárdio peri + cardio + ite I.C.5
Pericôndrio Estrutura que envolve a carti- peri + condro I.C.8
lagem
Periocardiocentese Aspiração do líquido na cavi- peri + cardio + cente- I.O
dade pericárdica

169
Parte III – Dicionário de palavras médicas

Termo Significado com base Decomposição Sec-


na etimologia etimológica ção
se
Periodonte Estrutura que envolve os peri + odonto I.F
dentes
Periodontia Tratar o que está à volta dos peri + odonto I.C.3
dentes
Peritoneu Membrana que evolve as peri + tono I.M
vísceras abdominais
Picolitro Todas as outras unidades pico + litro I.I
começadas em pico signifi-
-12
cam 10 x a unidade
Pielonefrite Inflamação infecciosa do rim pielo + nefro + ite I.C.7
iniciada no bacinete
Piociânico Variante de pseudomonas pio + ciano I.E.3
(bacilo) que dá pus azul
Piogénico Gerador de pus pio + génico I.E.3
Piosalpinge Pus na trompa de Falópio pio + salpinge I.E.3
Pirogéneo Que produz febre piro + géneo I.M
Piromania Mania do fogo piro + mania I.D I.M
Pirose Ardor do estômago e/ou esó- piro + ose I.M
fago
Piúria Urina com pus pio + úria I.E.3
Plaquetas Células do sangue responsá- placa + eta I:G
veis da coagulação
Plasmaferese Remoção e/ou transfusão de plasma + ferese I.O
plasma
Platipneia Só conseguir respirar com o plati + pneia I.C.4
tronco deitado
Pleurodinia Dor nas pleuras pleuro + dinia I.E.3
Pneumocito Célula dos pulmões pneumo + cito I.C.2
Pneumologia Especialidade médica em pneumo + logia I.C.4
doenças respiratórias
Pneumonia Infecção pulmonar com der- pneumo + ia I.C.4
rame dentro dos alvéolos
Pneumopatia Doença pulmonar pneumo + patia I.E.3
Pneumoperitoneu Ar na cavidade peritoneal pneumo+ peritoneu I.C.4
Pneumotaquímetro Medidor da velocidade do ar pneumo + taqui + I.C.4
que se respira metro
Pneumotórax Ar na cavidade pleural pneumo + tórax I.C.4
Podagra Dor aguda no pé podo + acre I.C.8
Podiatra Médico dos pés podo + iatra I.C.8
I.D
Podologia Especialidade que estuda os podo + logia I.C.8
problemas dos pés
Podologista Especialista de pés (não podo + logista I.C.8
médico)
Podómetro Contador de passos podo + metro I.C.8
Poiquilocitose Eritrocitos de formas diferen- poiquilo + cito + ose I.L

170
Parte III – Dicionário de palavras médicas

Termo Significado com base Decomposição Sec-


na etimologia etimológica ção
tes
Polidipsia Muita sede poli + dipsia I:G
Polifagia Muita fome poli + fago I:G
Polimenorreia Menstruação demasiado fre- poli + meno + rreia I.C.7
quente
Polímero Grande molécula constituída poli + meros I.C.1
por uma sucessão de peque-
nas moléculas
Poliomielite Destruição da substância polio + mielo + ite I.K
cinzenta da medula pelo
vírus polio.
Poliúria Muita urina poli + uria I:G
Pósdromo Após a crise pós + dromo I.J
Pós-menstrual Logo após a menstruação pós + menstrual I.J
Potassémia Taxa de potássio no sangue potássio + emia I.C.5
I.N
Precordialgia Dor no precórdio pré + cordio + algia I.E.3
Precórdio Zona da parede torácica à pré + cordio I.C.5
frente do coração
Pré-menstrual Antes da menstruação pré + menstrual I.J
Presbiacúsia Envelhecimento da audição presbi + acúsia I.B
Presbiopia Envelhecimento da visão presbi + opia I.B
Procariota Sem núcleo próprio pró + cario
Procinético Que empurra para a frente pro + cinético I.A
Proctalgia Dor intensa no ânus procto + algia I.C.6
Proctite Inflamação do ânus procto + ite I.C.6
I.E.3
Proctologia Especialidade que estuda as procto + logia I.C.6
doenças do ânus
Pródromo Antes da crise pró + dromo I.J
Profilaxia Protecção pro + filaxia I.O
Prognatismo Protrusão do queixo pro + gnatismo I.A
Prognóstico Antecipar a evolução ou pro + gnóstico I.A
resultado antes do fim do I.D
processo
Propanal Aldeído saturado de3 carbo- prop + ano + al I.N
nos
Propano Hidrocarboneto saturado de 3 prop + ano I.N
carbonos
Propanóico Ácido saturado de 3 carbo- prop + ano + óico I.N
nos
Propanol Álcool saturado de 3 carbo- prop + ano + ol I.N
nos
Propanona Cetona saturada de 3 carbo- prop + ano + ona I.N
nos
Propileno Hidrocarboneto com uma prop + eno I.N
ligação dupla de 3 carbonos

171
Parte III – Dicionário de palavras médicas

Termo Significado com base Decomposição Sec-


na etimologia etimológica ção
Próstata Glândula produtora do líquido prost I.C.7
espermático
Prostatite Inflamação da próstata prost + ite I.E.3
Prostético Grupo que se liga à estrutura prost I.C.7
química básica
Prostodontia Colocação de próteses den- prost + odonto I.C.3
tárias
Proteína Polímero de aminoácidos. proto + ina I.J
“Primeiro” dos nutrientes
Protodiástole No início da diástole meso + diástole I.J
Protossístole No início da sístole proto + sístole I.J
Protótipo Primeiro tipo proto + tipo I.J
Proximal Próximo do centro próximo I.C.1
Psicastenia Falta de forças de causa psí- psico + esteno I.M
quica
Psicofármaco Fármaco que actua nas alte- psico + fármaco I.D
rações psíquicas
Psicologia Ciência que estuda mente psico + logia I.D
humana
Psicólogo Especialista em Psicologia I.D
Psicose Grave alteração mental com psico + ose I.D
perturbação da identidade e
da consciência
Psicossomático Do corpo e do espírito psico + soma I.C.1
Psiquiatra Médico da alma psico + iatra I.D
Psiquiatria Medicina da alma psico + iatria I.D
1000 calorias. - Todas as
Quilocaloria outras unidades que come- qilo + caloria I.I
çam em quilo ou kilo (K) sig-
3
nificam 10 x a unidade
Quimiotaxia Atracção por estímulos quí- quimio + taxia I.N
micos
Quisto Pequeno saco com líquido cisto I.C.7
Rabdomiólise Destruição do músculo rabdo + mio + lise I.C.8
estriado I.L
Rabdomiossarcoma Tumor maligno (sarcoma) do rabdo + mio + sarco- I.C.8
músculo estriado ma I.E.3
I.L
Raquialgia Dor das costas raquis + algia I.C.1
Raquidiano Referente às costas raquis I.C.1
Raquis Coluna vertebral raiz própria I.C.1
Raquitismo Doença da coluna por défice raquis + ismo I.C.1
de vitamina D
Rectite Inflamação do recto recto + ite I.E.3
Rectorragia Hemorragia rectal recto + rragia I.E.3
Retroalimentação Controle por estímulos que retro + alimentação I.F
agem por trás
Rinite Inflamação da mucosa nasal rino + ite I.C.3

172
Parte III – Dicionário de palavras médicas

Termo Significado com base Decomposição Sec-


na etimologia etimológica ção
I.E.3
Rinoplastia Modificação da forma e/ou rino + plastia I.O
reparação do nariz
Rinorreia Corrimento pelo nariz rino + rreia I.C.3
I.E.3
Rinoscopia Endoscopia das fossas rino + escopia I.M
nasais
Ritidectomia Remoção de rugas ritido + ectomia I.O
Rubeose Vermelhidão ruber + ose I.K
Rubicundo Pletórico, corado ruber I.K
Rubro Vermelho ruber I.K
Sacarose Açúcar comum sacaro + ose I.N
Salpingite Inflamação da trompa de salpingo + ite I.C.7
Falópio
Salpingografia Imagem do interior da trompa salpingo + grafia I.C.7
de Falópio
Sarcoidose Inflamação granulomatosa sarco + ose I.C.8
geral multi-órgão.
Sarcoma Tumor maligno proveniente sarco + oma I.E.3
de tecidos conjuntivos
Sarcómero Unidade funcional do múscu- sarco + mero I.C.8
lo estriado
Sarcopénia Falta de massa muscular sarco + penia I.C.8
Sarcoplasma Citoplasma dos miocitos sarco + plasma I.C.8
Seborreia Excesso de secreção sebá- sebo + rreia I.E.3
cea da pele
Senescência Envelhecimento sene + cência I.B
Senil Velho sene I.B
Serotonina Amina vasoconstritora, deri- sero + tónus I.N
vada do triptofano
Sialadenite Inflamação de glândula sali- sialo + adeno + ite I.C.3
var
Sialorreia Corrimento de saliva sialo + rreia I.C.3
I.E.3
Siderémia Taxa de ferro no sangue sidero + emia I.N
Sideroacrésctica Anemia que resiste ao ferro sidero + acréstica I.N
Simbiótico Ser que vive com outro com sim + bio I.E.1
proveito mútuo I.F
Simpatogónia Célula precursora das células simpático + gónia I.C.2
simpáticas
Sindactilia Dedos unidos sin + dáctilo I.F
Sindesmofito Prolongamento dum osso sin + desmo + fito I.C.8
que o une ao osso vizinho I.F
Sindesmose Articulação fixa de ossos sindesmo + ose I.C.8
Síndrome Sinais e sintomas juntos de sin + drome I.E.3
origem comum I.F
Sínfise União de ossos sin + fise I.C.1

173
Parte III – Dicionário de palavras médicas

Termo Significado com base Decomposição Sec-


na etimologia etimológica ção
Somatização Referir ao corpo soma I.C.1
Somatostatina Hormona que para o cresci- soma + estático + tro- I.F
mento fismo
Somatotrofina Hormona do crescimento soma + trofismo I.C.1
Sonografia Ver ecografia I.M
Subesternal Por baixo do esterno sub + esterno I.F
Subglótico Por baixo da glote sub + glote I.F
Supra-óptico Por cima da cama óptica supra + óptico I.F
Supratentorial Por cima da tenda do cerebe- supra + tentório I.F
lo
Sural Referente a perna suro I.C.8
Tanatologia Estudo das causas de morte tanato + logia I.E.1
Taquicardia Coração rápido taqui + cardia I.J
Taquifilaxia Perda rápida da acção dum taqui + filaxia I.J
fármaco I.O
Taquipneia Respirar aceleradamente taqui + pneia I.J
Taquisfigmia Pulso rápido taqui + esfigmo I.C.5
I.J
Teleconferência Conferência à distância tele + conferência
Telediástole No fim da diástole meso + diástole I.F I.J
Teleguiado Guiado à distância tele + guiado I.F
Telemetria Medir à distância sem fios tele + metria I.F - I.I
Telessístole No fim da sístole tele + sístole I.F -I.J
Televisão Visão à distância tele + visão I.F
Tendinose Degenerescência dum ten- teno + ose I.E.3
dão
Tenossinovite Inflamação do tendão e da teno + sinovia + ite I.C.8
sua bainha sinovial.
Tenotomia Corte dum tendão. teno + tomia I.C.8
Terabyte Todas as outras unidades tera + byte I.I
começadas em tera signifi-
-12
cam 10 x a unidade
Termocautério Instrumento que cauteriza à termo +cautério I.M
base do calor
Termografia Registo das temperaturas da termo + grafia I.M
superfície do corpo
Termómetro Instrumento que mede a termo + metro I.I
temperatura I.M
Testosterona Principal hormona sexual testo I.C.7
masculina
Tetralogia Cardiopatia que integra qua- tetra + logia I.H
tro malformações
Tetraparésia Falta de força dos quatro tetra + parésia I.E.3
membros
Tetraplegia Paralisia dos quatro mem- tetra + plegia I.E.3
bros
Tiamina Vitamina B1 … + amina I.N

174
Parte III – Dicionário de palavras médicas

Termo Significado com base Decomposição Sec-


na etimologia etimológica ção
Tifóide Doença semelhante a tifo tifo + óide I.L
Timo Glândula da base do pescoço timo I.E.9
- Humor
Timoléptico Acalma o humor agitado timo + léptico I.E.9
Tiroidectomia Remoção da tiroideia tiroideia + ectomia I.O
Tocólogo Obstetra – O especialista em toco + logo I.C.7
partos I.D
Tomografia Registo de imagens em cor- tomo + grafia I.O
tes sucessivos
Tónus Estado de contracção ou de raiz própria I.M
impulso nervoso de baixo
grau mas mantidos
Topografia Precisar a localização topo + grafia I.F
Toracalgia Dor no tórax toraco + algia I.E.3
Toracentese ou Aspirar líquido da cavidade toraco + centese I.C.1
Toracocentese torácica I.O
Toracotomia Abertura cirúrgica do tórax toraco + tomo I.C.1
I.O
Toxicomania Dependência de drogas tóxi- tóxico + mania I.D
cas
Traqueostomia Anastomose entre a traqueia traqueo + estoma I.C.6
e a pele do pescoço
Trepopneia Só conseguir respirar deitado trepo + pneia I.C.4
de lado
Tricotomia Rapar os pelos trico + tomia I.C.2
Tricúspida Válvula formada por três tri + cúspide I.H
cúspides ou valvas
Triquinose Doença pela infestação por triquina + noso I.E.3
triquinas
Trisomia Três cromosomas em vez de tri + soma I.C.1
dois.
Trombocito Plaqueta trombo + cito I.C.2
I.E.3
Tromboflebite Inflamação duma veia decor- trombo + flebo + ite I.C.5
rente dum trombo
Trombolítico Que destrói um trombo trombo + lítico I.C.5
I.E.3
Trombopatia Doença das plaquetas trombo + patia I.E.3
Trombopénia Falta de plaquetas (diminuí- trombo + penia I.A
das no sangue) I.E.3
Trombopoese Formação das plaquetas ou trombo + poese I.E.1
trombocitos I.E.3
Trombose Obstrução dum vaso por um trombo + ose I.C.5
trombo I.E.3
Uricémia Taxa de ácido úrico no san- úrico + emia I.C.5
gue I.G
Uricosúria Taxa de ácido úrico na urina úrico + urina I:G
Vaginite Inflamação da vagina vagina + ite I.E.3

175
Parte III – Dicionário de palavras médicas

Termo Significado com base Decomposição Sec-


na etimologia etimológica ção
Vagolítico Que se opõe à acção do vago + lítico I.O
vago
Vagomimético Que imita a acção do vago vago + mimético I.O
Valvuloplastia Reparação duma válvula válvula + plastia I.O
Varicocelo Variz tumefacta do cordão variz + celo I.E.3
espermático
Vasculite Inflamação dos vasos vasculo + ite I.C.5
I.E.3
Vasculopatia Doença dos vasos vasculo + patia I.C.5
Venoconstrição Contracção das veias veno + constrição I.C.5
Venoprotector Que protege as veias veno + protector I.C.5
Ventral Anterior ventre I.C.1
Ventrículos Câmaras do coração que ventre + culo I.C.5
expelem o sangue I.G
Vénula Pequena veia veno + ula I:G
Vesical Referente à bexiga vesico I.C.7
Vesicante Que produz bolhas vesico I.C.7
Vesícula Pequena bexiga vesico + ula I:G
Vital Indispensável à vida vita I.E.1
Vitamina Amina vital - Micronutriente vita + amina I.E.1
indispensável à vida I.N
Xantelasma Tumor benigno plano, mole e xanto I.K
amarelado
Xantocromia Cor amarela (do líquor) xanto + cromo I.K
Xantoma Tumor benigno mole e ama- xanto + oma I.K
relado
Xantopsia Ver em tons de amarelo xanto + opsia I.C.3
I.K
Xenobiótico Substâncias estranhas ao ser xeno + bio I.B
vivo
Xenoenxerto Enxerto de ser vivo de outra xeno + enxerto I.B
espécie
Xeroderma Pele seca (causa genética) xero + derma I.L
Xeroftalmia Olhos secos xero + oftalmo I.L
Xerostomia Boca seca xero + estoma I.C.6
I.L
Zoonose Doenças veiculadas por ani- zoo + noso I.E.3
mais I.N

176
IV
AUTOAVALIAÇÃO

Esta parte final destina-se a que auto-avalie os resultados conse-


guidos com o investimento de tempo a ler este livro. Ficará sur-
preendido com a capacidade adquirida de decifrar o significado
de palavras médicas reais cujo significado desconhece e acerca
das quais nunca aprendeu nada, a menos que tenha estudado o
tema.,
Este último capítulo encerra diversas perguntas. Algumas são
fáceis, ou seja reportam a palavras onde a origem etimológica, e
portanto o seu significado, está bem à vista. Outras são mais
difíceis, mas em todas elas verá que as regras de formação dos
vocábulos são sempre as mesmas. As questões que se seguem
estão divididas em duas secções:
IV.A. Descobrir (deduzir) o significado de palavras médicas
IV.B. Responder a questões com base na etimologia

IV.A. Deduzir o significado de palavras


As palavras que figuram nesta secção não foram citados nas sec-
ções anteriores, mas os prefixos e sufixos que os integram foram
apresentados. São termos reais e não inventados. A sua decom-
posição etimológica permite concluir o seu significado.
Sendo assim, o que querem dizer as seguintes palavras:

177
Parte IV – Auto-avaliação

A.1. Acondroplasia ............................................................


A.2. Acrocianose................................................................
A.3. Acromatopsia .............................................................
A.4. Agenesia .....................................................................
A.5. Agrafia........................................................................
A.6. Alalia ..........................................................................
A.7. Anisopoiquilocitose ....................................................
A.8. Atrésia ........................................................................
A.9. Atrofia.........................................................................
A.10. Automedicação ...........................................................
A.11. Biopsia........................................................................
A.12. Bradicinésia ...............................................................
A.13. Broncorreia ................................................................
A.14. Cinesiterapia ..............................................................
A.15. Cistoscopia .................................................................
A.16. Condrite......................................................................
A.17. Coprofagia .................................................................
A.18. Diplopia......................................................................
A.19. Dipsomania ................................................................
A.20. Discromatopsia ..........................................................
A.21. Disenteria ...................................................................
A.22. Eritromelalgia ............................................................
A.23. Espondilolise ..............................................................

178
Parte IV – Auto-avaliação

A.24. Febrícula. .................................................................. .


A.25. Flebotrombose............................................................
A.26. Gastralgias .................................................................
A.27. Gastroenetrite ............................................................
A.28. Glossodinia.................................................................
A.29. Grânulo ......................................................................
A.30. Hemicolectomia .........................................................
A.31. Hemodiálise................................................................
A.32. Hemopericádio ...........................................................
A.33. Hiperandrogenismo....................................................
A.34. Hipercolestrolemia.....................................................
A.35. Hiperestesia................................................................
A.36. Hipertrigliceridemia ..................................................
A.37. Hipoplasia ..................................................................
A.38. Hipopneia ...................................................................
A.39. Hipoxémia ..................................................................
A.40. Macroglossia..............................................................
A.41. Meningoencefalite ......................................................
A.42. Mesotelioma ...............................................................
A.43. Mielomeningocelo ......................................................
A.44. Mioglobina ................................................................
A.45. Odinofagia..................................................................
A.46. Oftalmoplegia.............................................................

179
Parte IV – Auto-avaliação

A.47. Pneumectomia ............................................................


A.48. Prostatectomia ...........................................................
A.49. Sonofobia....................................................................
A.50. Termoregulação ........................................................

IV.B. Responda às seguintes perguntas


B1. Qual tem mais capacidade: um disco de 1 gigabite ou de 1
terabite?
…...……………………………………………………….
B2. Uma operação, seja qual for, desde que não por via endos-
cópica, começa pela tomia, a que se segue a hemostase.
Explique o significado dos três termos em itálico
…...……………………………………………………….
…...……………………………………………………….
…...……………………………………………………….
B3. Quando a urina tem persistentemente a mesma concentra-
ção, independentemente da água que se beba, esse sintoma
de doença renal chama-se isostenúria. Porquê?
…...……………………………………………………….
…...……………………………………………………….
B4. As bulas de instruções de vulgares xaropes para a tosse,
dizem que são para a discrinia brônquica, ou seja, que são
antidiscrínicos. Que quer isto dizer?
…...……………………………………………………….
…...……………………………………………………….
…...……………………………………………………….

180
Parte IV – Auto-avaliação

B5. A hipertensão venosa é uma situação vulgar. O que é?


…...……………………………………………………….
B6. O que será uma dermolipectomia abdominal?
…...……………………………………………………….
…...……………………………………………………….
B7. Diferença entre odontologia e odontalgia
…...……………………………………………………….
…...……………………………………………………….
B8. Ao nervo vago também se chama pneumogástrico. Por-
quê?..............................................................................
…...……………………………………………………….
…...……………………………………………………….
B9. Qual é a forma da apófise mastóide do osso temporal?
…...……………………………………………………….
B10. O que é uma Lobectomia? (hepática, pulmonar, cerebral)
…...……………………………………………………….
B11. Porque é que a mácula dos olhos, local da visão central,
mais perfeita, é assim chamada?
…...……………………………………………………….
B12. Significado etimlógico de homogéneo e heterogéneo
…...……………………………………………………….
B13. Explique etimologicamente palavra Bioquímica
…...……………………………………………………….

181
Parte IV – Auto-avaliação

B14. O que é uma tomografia axial computorizada, abreviada


por TAC?..........................................................................
…...……………………………………………………….
B15. Será que a palavra anemia é a mais correcta para as
situações a que se refere?.............................................
…...……………………………………………………….
B16. Porque é que às várias hormonas sexuais masculinas se
chama colectivamente androgéneos?......................
…...……………………………………………………….
B17. Quando se dá um remédio para a febre o objectivo é a api-
rexia: que quer isto dizer?..........................................
…...……………………………………………………….
B18. Qual a diferença entre insulina endógena e exógena?
…...……………………………………………………….
…...……………………………………………………….
B19. Porque é que o músculo diafragma se chama assim?
…...……………………………………………………….
B20. Quando é necessário ter um soro intravenoso a correr por
longo tempo, pode ser necessário proceder a uma flebope-
xia. Que quer isso dizer? ………………………..
…...……………………………………………………….
B21. Porque é que aos órgãos sexuais também se chama geni-
tais?...................................................................................
…...……………………………………………………….

182
Parte IV – Auto-avaliação

B22. Qual a diferença entre poliartrite e poliarterite?


…...……………………………………………………….
…...……………………………………………………….
B23. Que querem dizer lombalgia, ciatalgia e lombociatalgia?
…...……………………………………………………….
…...……………………………………………………….
…...……………………………………………………….
B24. Diferença entre doença genética e congénita
…...……………………………………………………….
…...……………………………………………………….
B25. Que diferença entred braquial e branquial
…...……………………………………………………….
…...……………………………………………………….

IV.C. Soluções
As soluções são apresentadas sob forma de tabela, para que pos-
sa tapar a coluna da direita, se quiser fazer os exercício directa-
mente na folha das soluções.

Série A
1. Acondroplasia Ausência de crescimento de cartilagem (a + condro +
plasia)
2. Acrocianose Cianose, ou seja coloração azulada das extremida-
des (acro + ciano + ose)
3. Acromatopsia Incapacidade de ver e distinguir as cores (a + cromo
+ opsia)
4. Agenesia Estrutura que não cresceu (a +génese)
5. Agrafia Incapacidade de escrever (a + grafia)
6. Alália Incapacidade de falar (a + lália)

183
Parte IV – Auto-avaliação

7. Anisopoiquilocitose Células, geralmente eritrocitos, de tamanho e forma


diferentes (an + iso + poiquilo + cito + ose)
8. Atrésia Não desenvolvimento duma estrutura (a + trésia)
9. Atrofia Não crescimento duma estrutura ou sua involução (a
+ trofismo)
10. Automedicação Medicação decidida pelo próprio (auto + medicação)
11. Biopsia Extracção dum fragmento de tecido para observação
(bio + opsia)
12. Bradicinésia Movimentos lentos (bradi + cine)
13. Broncorreia Corrimento (secreções) brônquicas (bronco + rreia)
14. Cinesiterapia Terapêutica pela movimentação (cinesi + terapia)
15. Cistoscopia Observação endoscópica da bexiga (cisto + escopia)
16. Condrite Inflamação da cartilagem (condro + ite)
17. Coprofagia Ingestão de fezes (copro + fagia)
18. Diplopia Ver imagens em duplicado (diplo + opsia)
19. Dipsomania Obcessão por beber (dipso + mania)
20. Discromatopsia Perturbação da discriminação das cores (dis + cromo
+ opsia)
21. Disenteria Alteração dos intestinos, geralmente com diarreia
grave (dis + entero + ia)
22. Eritromelalgia Crises de dores nos membros que se tornam aver-
melhados (eritro + melo + algia)
23. Espondilolise Destruição de vértebras (espondilo + lise)
24. Febrícula Febre baixa (febre + ula)
25. Flebotrombose Trombose venosa (flebo + trombo + ose)
26. Gastralgias Dores de estômago (gastro + algia)
27. Gastroente-rite Inflamação do estômago e do intestino (gastro +
entero + ite)
28. Glossodinia Dor na língua (glosso + dinia)
29. Grânulo Pequeno grão (grão + ulo)
30. Hemicolectomia Extracção de metade do cólon (cólon doenteº ou
esqº) (hemi + colo + ectomia)
31. Hemodiálise Diálise do sangue (hemo + diálise)
32. Hemopericádio Derrame sanguíneo da cavidade pericárdica (hemo +
peri + cardio)
33. Hiperandrogenismo Excesso de produção de androgéneos, ou seja de
hormonas masculinas (hiper + andro + géneo + ismo)
34. Hipercolestrolemia Excesso de colesterol no sangue (hiper + cole +
esterol + emia)
35. Hiperestesia Excesso de sensibilidade (hiper + estesio + ia)
36. Hipertrigliceridemia Excesso de triglicéridos no sangue (hiper + triglicéri-
do + emia)
37. Hipoplasia Crescimento insuficiente (hipo + plasia)

184
Parte IV – Auto-avaliação

38. Hipopneia Respiração insuficiente (hipo + pneia)


39. Hipoxémia Insuficiente oxigenação do sangue (hipo + oxo +
emia)
40. Macroglossia Grande língua (macro + glosso + ia)
41. Meningoencefalite Inflamação das meningues e do seu conteúdo ence-
fálico (meningo + en + céfalo + ite)
42. Mesotelioma Tumor dos mesotélios, geralmente pleural (meso
+télio + oma)
43. Mielomeningocelo Quisto da medula espinal coberto por menínge, ou
então quisto das meninges na região medular i(mielo
+ meningo + celo)
44. Mioglobina Globina dos músculos (mio + globina)
45. Odinofagia Dor a comer (usa-se geralmente para dor a engolir)
(odino + fagia)
46. Oftalmoplegia Paralisia dos movimentos oculares (oftalmo + plegia)
47. Pneumectomia Extracção dum pulmão (pneumo + ectomia)
48. Prostatectomia Extracção da próstata (prost + ectomia)
49. Sonofobia Aversão ao som e/ou ruído (sono + fobia)
50. Termoregulação Conjunto de mecanismos que regulam a temperatura
(termo + regulação)

Série B
12 9
1 O um Tera. 1 Tera = 10 e 1 Giga = 10
2 Se a operação não for efectuada a espreitar para o interior (endoscopia) e a
manejar por pequenos furos, primeiro haverá que abrir o local (tomia = cortar).
Depois haverá que parar o sangramanto da ferida operatória (hemo= sangue e
estase = parar), para depois ter início a técnica cirúrgica própriamente dita.
3 Isostenúria significa sempre a mesma (iso) pressão (ou força = esteno) osmóti-
ca da urina (uria).
4 Dis = perturbação e crinia = secreção. Portanto é para as perturbações das
secreções brônquicas, quando se apresentam muito espessas, por isso difíceis
de expelir. No fundo estes xaropes são os banais expectorantes ou seja, fluidi-
ficantes das secreções brônquicas.
5 Aumento da pressão do sangue dentro das veias, tal como acontece com a das
artérias.
6 É a extracção cirúrgica (ectomia) do excesso de gordura (lipo) do abdómen e
da respectiva pele (dermo) que a recobre.
7 Odonto = dente + logia = especialidade, ou seja uma profissão que cuida dos
dentes. Odonto + algia = dor é a banal dor de dentes.
8 Porque é preponderante na enervação dos pulmões (pneumo) e do estômago
(gástrico).
9 Masto = mama e óide = semelhante a. Portanto é em forma de mama.

185
Parte IV – Auto-avaliação

10 Lobo + ectomia = extracção. Portanto é a remoção dum lobo destes órgãos em vez
de extrair o órgão na sua totalidade.
11 Quando se procede à oftalmoscopia, a mácula é a pequena zona mais escura
na parede posterior do olho: mácula pequena mancha.
12 Com a mesma (homo) origem (génea )ou diferente (hétero), embora se aplique
geralmente a padrões morfológicos.
13 Bio = vida + química. È a química da vida.
14 Tomo = cortar e grafia = registo gráfico. Assim, a TAC é um conjunto de ima-
gens de cortes sucessivos duma dada região do corpo, efectuados ao longo
dum mesmo eixo de corte, e cujas imagens são processadas por computador
para melhor definição das mesmas.
15 A = ausência de e emia = sangue. Portanto não é a palavra mais correcta para
as situações a que se refere, dado que o problema é a falta de quantidade sufi-
ciente e não ausência total, e o que está em causa não é o volume de sangue
mas sim a sua riqueza em hemoglobina e/ou em eritrocitos.
16 Andro = masculino e géneo = gerador. Portanto são as hormonas que dão
caracteres masculinos ao indivíduo.
17 A = ausência de e pirexia = fogo ou febre. Portanto quer dizer ficar sem febre.
18 A insulina tanto é produzida pelo pâncreas, portanto endogenamente (endo =
dentro e geno = origem) como pode ser administrada farmacologicamente, por-
tanto originada fora do corpo (exo = fora).
19 É o músculo que fragmenta através do corpo (dia = através de ), neste caso as
cavidades torácica da abdominal.
20 Flebo = veia e pexia = fixação. No fundo é fixar a veia com alguns pontos para
não se movimentar com o sistema do soro, e assim diminuir as probabilidades
da sua laceração e ter que se mudar de veia.
21 Porque são os que dão origem à vida (gen = gerar ou originar).
22 Poli = muito ou muitas neste caso. Ite = inflamação. Artro = articulação e arté-
ria. Portanto são coisas muito diferentes: poliartrites são quadros reumatismais
que se caracterizam pelo envolvimento de várias articulações, ao passo que
poliarterites são doenças inflamatórias das artérias.
23 Lombo + algia = dor da zona lombar, independentemente da sua etiologia. Ape-
nas descreve a região que dói. - Ciático + algia é uma dor por compromisso do
nervo ciático, ou das suas raízes, independentemente da dor ser na zona lom-
bar ou no membro inferior. - Lombociatalgia é a palavra que designa dor na
zona lombar causada por compromisso do nervo ciático ou das suas raízes.
24 Congénita é a alteração com que se nasce, mas que não é obrigatóriamente
familiar (geno = nasce com). Genéticas são as doenças de transmissão fami-
liar, que tanto se podem manifestar à nascença, como em qualquer fase da
vida, conforme a doença em causa. Ou seja as doenças genéticas podem ser
congénitas ou não e as doenças congénitas podem ser genéticas ou não.
25 Braquial diz respeito a braço. - Branquial refere-se às guelras ou brânquias,
quer de espécies animais inferiores filogeneticamente, quer a estruturas deri-
vadas dos arcos branquiais do embrião, na fase em que ele respira por este
mecanismo

186
Parte IV – Auto-avaliação

187

Você também pode gostar