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Direito Administrativo

Volume V

FAM - Faculdade de Americana Curso de Direito


5 semestre Prof. Fernando Sergio Sacconi

PRINCÍPIOS E PODERES DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

Os princípios constituem proposições que fundamentam e embasam determinados sistemas e lhe


garantem validade. São idéias básicas que vão funcionar como alicerce para a construção de
raciocínios lógicos. A Constituição Federal estabelece em capítulo próprio sobre a Administração
Pública, diversos princípios, mais propriamente no art. 37
A Administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do
Distrito Federal e dos Municípios devem obedecer aos princípios de legalidade, impessoalidade,
moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte:

Legalidade - o princípio básico de todo o Direito Público. A doutrina costuma usar a seguinte
expressão na atividade particular tudo o que não está proibido é permitido, na Administração
Pública tudo o que não está permitido é proibido.O administrador está rigidamente preso em lei e
sua atuação deve ser confrontada com a lei.

Impessoalidade - Significa que o administrador deve orientar-se por critérios objetivos, não
devendo fazer distinção fundamentadas em critérios pessoais.Toda a atividade da Administração
Pública deve ser praticada tendo em vista a finalidade pública. Se não visar o bem público, ficarão
sujeitas a invalidade por desvio de finalidade em decorrência desse princípio que temos, por
exemplo, o concurso público e a licitação.

Moralidade - O Direito Administrativo elaborou um conceito próprio de moral, diferente da moral


comum. A moral administrativa significa que o dever do administrador não é apenas cumprir a lei
formalmente, mas cumprir substancialmente, procurando sempre o melhor resultado para a
administração. Pressuposto de validade de todo ato da Administração Pública, tem a ver com a
justiça, a honestidade, a convivência e a oportunidade.
Toda atuação do administrador inspirada no interesse público.
Jamais a moralidade administrativa pode chocar-se com a lei.
Por esse princípio, o administrador não aplica apenas a lei, mas vai além, aplicando a sua
substância.

A Constituição de 1988 enfatizou a moralidade administrativa, prevendo que os atos de


improbidade importarão a suspensão dos direitos políticos, a perda da função pública, a
indisponibilidade de bens e o ressarcimento ao erário, na forma e na gradação previstas em lei,
sem prejuízo da ação penal cabível.

Publicidade - Requisito da eficiência e moralidade, pois através da divulgação oficial dos atos da
Administração Pública que ficam assegurados o seu cumprimento, observância e controle; destina-
se, de um lado, produtos dos efeitos externos dos atos administrativos.Existem atos que não se
restringem ao ambiente interno da administração porque se destinam a produzir efeitos externos
da ser necessária a publicidade. Diz respeito a obrigação de dar publicidade, levar ao
conhecimento de todos os seus atos, contratos ou instrumentos jurídicos como um todo. Isso dá
transparência e confere a possibilidade de qualquer pessoa questionar e controlar toda a atividade
administrativa que deve representar o interesse público.

Eficiência - Exige resultados positivos para o serviço público e satisfatório atendimento das
necessidades dos administrados (público). Introduzido pela EC 19, trata-se de princípio meramente
retórico, possível, no entanto, invocá-lo para limitar a discricionariedade do Administrador, levando-
o a escolher a melhor opção. Eficiência é a obtenção do melhor resultado com o uso racional dos
meios. Atualmente, na Administração Pública, a tendência prevalência do controle de resultados
sobre o controle de meios.
Também conhecido como princípio da boa administração, está firmemente calcado na noção de
eficiência. Para que um agente público seja eficiente é necessário ter conhecimento na área em
que trabalha e realizar seu trabalho da maneira correta.
Eficiência é fazer certo; o meio para se atingir um resultado; a atividade, ou, aquilo que se faz.
Eficiência é a coisa certa; o resultado; o objetivo aquilo para que se faz.

PODERES ADMINISTRATIVOS

Como já visto, o regime jurídico-administrativo é um regime de direito público, em que se aplica ás


entidades que rompem a administração pública e atuação dos agentes administrativos de forma
geral, baseando-se em prerrogativas e limitações á atuação da Administração Pública. Essas
prerrogativas são conhecidas como poderes.

 Vinculado: Quando a lei confere á Administração Pública poder para a prática de


determinado ato, estipulando todos os requisitos e elementos necessários á sua validade.

 Discricionário: quando o Direito concede á Administração, de modo explícito ou implícito,


poder para prática de determinado ato com liberdade de escolha de sua conveniência e
oportunidade. Existe uma gradação.

 Regulamentar ou normativo: embora a atividade normativa caiba predominantemente ao


Legislativo, nele não se exaure, cabendo ao Executivo expedir regulamentos e outros atos
normativos de caráter geral e de efeitos externos. Inerente ao Poder Executivo.

 Hierárquico: o meio de que dispõem a Administração Pública para distribuir e escalonar as


funções dos cargos públicos; estabelecer a relação de subordinação entre seus agentes; e
ordenar e rever a atuação de seus agentes.

 Disciplinar: conferido á Administração para apurar infrações e aplicar penalidades


funcionais a seus agentes e demais pessoas sujeitas á disciplina administrativa, como o
caso das que por ela são contratadas;

 Poder de Polícia: a atividade da Administração Pública que, limitando ou disciplinando


direitos, interesses ou liberdades individuais, regula a prática do ato ou abstenção de fato,
em razão do interesse público, aplicado aos particulares. A Competência é a principal
condição de validade do exercício do poder de polícia.

ATRIBUTOS DO PODER DE POLICIA

A atuação da Administração Pública dotada de atributos, os quais visam garantir a certeza da


execução e a prioridade do interesse público. São considerados atributos do poder:

 Discricionariedade - Consiste na escolha e decisão, pela Administração Pública, dos meios


adequados para exercer o poder de policia, bem como, na opção quanto ao conteúdo, das
normas que cuidam de tal poder.

 Auto-Executoriedade - Possibilidade efetiva que a Administração tem de proceder ao


exercício imediato de seus atos, sem necessidade de recorrer, previamente, ao Poder
Judiciário.
 Coercibilidade - a imposição imperativa do ato de políciaa seu destinatário, admitindo-se o
emprego da força pública para seu normal cumprimento, quando houver resistência por
parte do administrado.

 Atividade Negativa - Tendo em vista o fato de não pretender uma atuação dos particulares
e sim sua abstenção. São lhes impostas obrigações de não fazer.

LIMITAÇÕES DO PODER DE POLÍCIA

O poder de polícia encontra seus limites em seu próprio fundamento, ou seja dirigir o exercício dos
direito individuais para o benefício e interesse da coletividade .

Necessidade - o Poder de polícias deve ser adotado para evitar ameaças reais ou prováveis de
perturbações ao interesse coletivo.

Proporcionalidade - a exigência de uma relação entre a limitação ao direito individual e o prejuízo


a ser evitado;

Eficácia - a medida deve ser adequada para impedir o dano ao interesse público.

Sanções - as sanções podem ser exemplificadas pela multa, a apreensão de bens, de


mercadorias, fechamento de estabelecimento, a proibição de fabricação, a inutilização de gêneros
etc.

Exercícios:

Um agente público esquece em sua gaveta, um ato normativo que deveria ser encaminhado para a
imprensa oficial por mais de dois meses para com intuito de obter benefício próprio com o atraso
da publicação. Quais princípios ele deixou de cumprir com seu ato?

Quando a Administração Pública deixa para realizar fiscalização dos ambulantes próximo ás datas
comemorativas como dia das mães e dia das crianças, estão fazendo uso de qual dos poderes?

A fiscalização alfandegária ao apreender mercadorias que não pagaram imposto de importação


estão fazendo uso do seu poder de polícia. Qual dos atributos foi usado para justificar a
apreensão?

Bibliografia
CRETRELLA, J. J. Curso de direito administrativo. 16. ed. Rio de JaneiroForense, 1999. 658 p.
GASPARINI, D. Direito Administarativo. 13. ed. So PauloSaraiva, 2008. 1058 p.
MEIRELLES, H. L. et al. Direito administrativo brasileiro. 31. ed. So PauloMalheiros, 2005. 824 p.
MELLO, C. A. B. D. Curso de direito administrativo. 22. ed. So PauloMalheiros, Malheiros. 1053 p.
MOREIRA, D. D. F. N. Curso de direito administrativo. 14. ed. Rio de Janeiro Forense, 2005. 667 p.
PIETRO, M. S. Z. D. Direito administrativo. 17. ed. So PauloAtlas, 2004. 751 p.

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