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Henry e Catherine

Ele: professor do Departamento de História da Universidade de Oxford, Inglaterra

Cabelos castanhos, olhos azuis, tranquilo, charmoso, órfão, criado pelo Reverendo Gutenberg e Sra.
Raven. Não é religioso. Apaixonado pela História das batalhas europeias e conquista de território.

Ela: estudante de História da Universidade de Harvard, Boston, EUA

Cabelos ruivos, olhos cor de mel, decidida, irrequieta, questionadora. Criada por pais amáveis. Seu
pai, Sr. Collins, sempre tinha um charuto cubano reservado para visitas importantes. Sua mãe, Jane,
Sra. Collins, espirituosa e divertida, sempre tinha resposta pra tudo. Cath estuda a corrente da
conquista americana, apesar de adorar uma boa história inglesa.

Viagem a um Congresso em Oxford, Cath assiste uma palestra apresentada pelo Professor Henry
Mackenzie, famoso por seus livros sobre a Escócia antiga, mas nunca imaginou que ele fosse tão...
bonito. Apesar de haver uma foto de Henry na orelha de um dos seus livros, ela nunca parou para
olhar. Agora ria da situação. Parecia mesmo uma piada, veja só, ela pensava que ele era um velhinho
barrigudo.

Catherine não consegue segurar o riso e acaba por chamar a atenção de Henry, que fica curioso para
saber se sua palestra sobre a conquista do Rei George II tinha sido assim tão animadora. Ela se
controla, embora fique vermelha como um tomate maduro. “Ora, pare de me olhar!” Ela pensa.

Henry perde um pouco a concentração depois que realmente, realmente, repara a linda mulher
sorridente na última fileira do auditório. Em suas palestras ele sempre teve uma percepção geral das
pessoas e das vozes, nunca se concentra especificamente em alguém. Só que desta vez em especial
era impossível não notar. Os cabelos cor de fogo, longos, a pele tão branca quanto a neve e um
sorriso de tirar o fôlego. Henry balançou a cabeça como se dispersasse um pesadelo, pois devia voltar
a se concentrar em sua palestra. Dali em diante foi difícil, mas ele conseguiu.

- Então, pessoal, minha pesquisa encerra aqui. Posso abrir para debate, caso exista interesse.
Alguém? – Um silêncio se fez no ambiente – Imagino que o tema seja bastante recente para já
existirem perguntas formuladas, sim? – Henry riu timidamente, olhando em busca da ruiva na última
fileira. Ela tinha sumido, seu sorriso desfez. – Podemos então encerrar com uma sessão de
autógrafos?

Todos levantaram e se dispuseram em fileira para terem seus livros autografados, Henry escrevia
dedicatórias abstratas e já estava quase exausto de fazer a mesma pergunta: “Qual o seu nome?” Foi
então que a jovem ruiva sorridente se materializou em sua frente, carregava um exemplar de seu
livro mais recente.

Ele fez questão de perguntar sem querer demonstrar muito interesse:

- Qual o seu nome, Srta.?

- Catherine. – Ela respondeu em tom certeiro e sorriu. Henry tinha certeza que era um jogo com ele,
aquele sorriso não podia ser tão bonito assim... Podia? – Veja bem, Prof. Mackenzie, peço desculpas
pela minha indelicadeza ao meio da palestra, é que...

Cath ficou sem jeito de como fazer aquela revelação soar da maneira correta.

- Hmmm...? – Henry incentivou, curioso de repente.


- Oh Deus, como posso dizer isso sem parecer embaraçoso? – Catherine levou as mãos ao rosto,
muito ciente de que foi a última da fila de autógrafos com um propósito.

- Acredite, Srta. Catherine, meus alunos me dizem coisas embaraçosas a cada segundo – Henry sorriu,
Cath enrubesceu.

- Pensei que o senhor fosse um homem velho, bom, um senhor de idade. Já li vários de seus livros,
nunca imaginei que fosse tão jovem. Quando o vi, não pude conter a risada. Compreende? –
Catherine finalmente soltou, ela apoiou o corpo todo em um pé só e esperou que ele reagisse.

Henry parou no meio da anotação de seu autógrafo no livro de Catherine e riu também, riu alto e
espirituoso. Catherine lembrou dos risos da mãe.

- Bem... – Henry continuou a rir – Não era o que eu imaginava que você diria... Jurava que tinha
relação com o assunto da palestra. A propósito, me chame de você. Senhor é um termo muito pesado
para um homem de vinte e oito anos, não acha?

- Espere. – Catherine segurou a bolsa e o casaco rente ao peito, respirando fundo, os olhos cor de
mel arregalados. Henry achou adorável. – Você está de brincadeira, certo?

- É uma coisa triste, mas estou sim. – Ele riu – Tenho trinta. Trinta! Dá pra imaginar?

- Por favor, dois aninhos não fazem diferença alguma. Fala a verdade, é piada de historiador? Você
parece tão jovem! – Cath pegou seu livro autografado de volta, sua mão com luvas encostou na mão
de Henry. Apesar do frio, a mão dele estava incrivelmente quente.

- Queria que fosse – Henry debochou e se levantou, ficava pelo menos uns vinte centímetros maior
que Catherine, que tinha um metro e sessenta e dois. Pequena, portátil, essas coisas...

- Foi um prazer conhece-lo, Professor Mackenzie.

- Henry – Ele corrigiu.

- Henry – Ela testou o nome dele em sua língua, soava incrível com seu sotaque americano. Só não
mais incrível do que o sotaque britânico de Henry ao pronunciar seu nome.

- Catherine, espero vê-la mais vezes pelos corredores – Disse ele.

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