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Aula 00
Prof. Graciano Rocha
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• Orçamento público. Conceitos. Princípios orçamentários.
Aula 00
Vamos falar de nosso curso. Costumo dizer que uma grande vantagem desse
curso online está na agregação da matéria em uma só publicação. Se você
tentar reunir, por conta própria, todas as referências necessárias para cobrir o
edital, vai amontoar mais de uma dezena de normativos – que não vai utilizar
completamente –, além de livros e materiais esparsos.
Com nossas aulas, além de ter acesso a todo o conteúdo, bem mastigado, você
ainda verá os comentários e ênfases conforme o comportamento do CESPE –
provável banca organizadora do concurso – nos últimos anos.
GRACIANO ROCHA
SUMÁRIO
ORÇAMENTO PÚBLICO
Conceitos
Reconhece a doutrina que o orçamento nasceu como instrumento de controle
e limitação dos gastos do governo (principalmente o Poder Executivo) por
parte do Legislativo. Os documentos “antepassados” da peça orçamentária
confirmam essa sistemática:
Constituição de 1891
Constituição de 1946
Sob a égide da CF/46, foi editada a Lei 4.320/64, da qual até hoje emanam as
normas gerais de direito financeiro para todos os entes da Federação. Com ela,
foram padronizados os orçamentos e balanços contábeis dos entes públicos,
bem como os respectivos procedimentos orçamentários, financeiros e
contábeis.
Tipos de orçamento
A classificação do orçamento em “tipos” depende da maneira pela qual se dá a
elaboração orçamentária e do regime político vigente. Assim, temos o
orçamento legislativo, quando sua elaboração e aprovação ficam a cargo do
Poder Legislativo (solução afeita aos regimes parlamentaristas); o orçamento
executivo, em que as competências para elaboração, aprovação, execução etc.
são do Poder Executivo (mais afiliado a regimes ditatoriais); e o orçamento
misto, de elaboração concentrada no Poder Executivo e aprovação por parte do
Legislativo.
Dos comentários vistos mais acima, podemos concluir que o orçamento foi do
tipo legislativo apenas sob a Constituição de 1891; do tipo executivo, sob a
égide da Carta de 1937; e misto nos demais casos (como atualmente).
PRINCÍPIOS ORÇAMENTÁRIOS
Os princípios orçamentários consistem ora em normas, ora em simples
orientações aplicáveis à elaboração e à execução do orçamento público.
Legalidade
Uma das discussões mais antigas sobre o orçamento público diz respeito ao
conflito entre sua forma e seu conteúdo.
(...)
O que ocorre com o orçamento público é que ele não cria nem regulamenta
direitos e deveres, não disciplina condutas, não prevê punições etc. Não tem
caráter abstrato; pelo contrário, um orçamento deve se revestir de
concretude, para aplicação mais apropriada e racional dos recursos públicos.
Os princípios orçamentários, como dito, não são regras rígidas, absolutas. Além
disso, o fato de alguns já serem mais que centenários os obriga a encarar
flexibilizações e exceções. Questão CERTA.
Unidade/totalidade
A unidade é um dos “ancestrais” dos princípios orçamentários. Encontra-se
normatizado na Lei 4.320/64, que estabelece “normas gerais de direito
financeiro”, obrigatórias para todos os entes federados.
É por isso que se espera, por parte do Congresso Nacional, a edição de uma lei
complementar que atualize as normas gerais de direito financeiro. Enquanto
isso não ocorre, diversas “atualizações” relacionadas ao direito financeiro e ao
orçamento público são instituídas anualmente, com as Leis de Diretrizes
Orçamentárias.
Pelo princípio da unidade, o orçamento público deve ser uno, uma só peça,
garantindo uma visão de conjunto das receitas e das despesas.
Segundo o professor James Giacomoni (in “Orçamento Público”, ed. Atlas, 14ª
edição), pelo princípio da totalidade, é possível a coexistência de orçamentos
variados, desde que estejam consolidados numa peça, de forma que
continue sendo possível uma visão geral das finanças públicas.
Com isso, o Parlamento tinha pouquíssima noção da realidade fiscal pela qual
passava o país. Esse quadro não se compara nem de longe aos “orçamentos
múltiplos” que constituem a atual LOA.
Universalidade
O princípio da universalidade e o recém estudado, da unidade/totalidade, são
complementares, articulados em torno da garantia do controle sobre o
orçamento.
Até a Constituição de 1967, isso era verdade, mas, de lá para cá, os tributos e
sua arrecadação são regulamentados por leis próprias. A lei orçamentária,
atualmente, não autoriza a arrecadação, apenas a prevê. A arrecadação
ocorre havendo ou não orçamento publicado.
A questão acima inverte conceitos e descrições. O que está sendo tratado nela
é o princípio da universalidade, sobre o qual conversamos nesse momento.
Portanto, ela está ERRADA.
Orçamento Bruto
Já deixamos bem destacado que a necessidade de controle dos gastos públicos
fundamentou bastante a maturação de princípios orçamentários.
Assim, se for o caso de se fazer uma dedução a uma receita, o ente público
não pode apenas registrar o valor líquido a ser arrecadado. Tanto a arrecadação
bruta quanto a dedução devem ser consideradas na elaboração das peças
orçamentárias.
Anualidade/Periodicidade
Trataremos agora do terceiro princípio orçamentário mencionado pelo art. 2º da
Lei 4.320/64.
Para julgar a questão, bastaria uma rápida leitura do referido art. 34 da Lei
4.320/64 para matar a parada. O exercício financeiro, período em que se
observa a execução orçamentária da receita e da despesa, necessariamente
coincide com o ano civil, pelo dispositivo legal referido. Questão CERTA.
Exclusividade
Esse é um dos princípios mais manjados em concursos públicos. Figurinha
carimbada!
Então, voltando ao princípio da não vinculação, cabe destacar que ele ganhou
estatura constitucional, mas com uma série de exceções:
(...)
(...)
Pois bem, diante desse quadro de alta vinculação dos recursos, para
“desamarrar” um pouco as receitas tributárias de suas aplicações
obrigatórias, instituiu-se, desde 1994, um mecanismo de desvinculação,
por meio de emenda à Constituição.
Especificação/Especialização/Discriminação
Historicamente, nos países em que o orçamento foi primeiramente adotado
como peça institucional, observou-se a exigência, feita pelos parlamentos, de
discriminação das receitas e despesas por parte do Executivo. Os
controladores desejavam saber de onde sairiam os recursos arrecadados e a
sua aplicação. Assim, o fato de as receitas e despesas serem publicadas de
forma detalhada também favorecia a tarefa de controle do orçamento.
O que se buscou na Lei 4.320/64 foi algo parecido com a exigência inicial, nos
países em que se originou o orçamento público, quanto à discriminação das
receitas e despesas.
Além disso, como sinaliza a redação do art. 5º da Lei 4.320/64, o art. 20 e seu
parágrafo único, da mesma lei, trazem mais uma exceção ao princípio da
discriminação:
A questão reflete justamente o meio termo que deve ser alcançado quanto ao
princípio da discriminação. Questão CERTA.
Clareza
Segundo o princípio da clareza, o orçamento deveria ser apresentado numa
linguagem acessível a todos que precisassem ou se interessassem em
acompanhá-lo.
http://www.planejamento.gov.br/secretarias/upload/Arquivos/sof/orca
mento_13/OFAT_2013.pdf
Equilíbrio
Uma forma simples de entender o princípio do equilíbrio é considerar que deve
haver compatibilidade entre receita e despesa, de forma que as contas
públicas não sejam afetadas por déficits.
Publicidade
A relevância que o orçamento assume na vida da sociedade torna necessário o
conhecimento amplo do conteúdo da LOA pelas pessoas, já que naquele
instrumento serão notadas as políticas públicas e prioridades escolhidas pelo
governo.
Questão CERTA. Quanto “maior” o ente público, maior o alcance que deve ser
dado à publicidade de seus atos, incluindo a aprovação do respectivo
orçamento.
GRACIANO ROCHA
RESUMO DA AULA
1. O orçamento público tem natureza de ato administrativo, pelo que é
considerado uma lei em sentido formal.
outra finalidade que não o objeto de sua vinculação, mesmo que continuem
sem destinação nos exercícios subsequentes.
QUESTÕES ADICIONAIS
41. (CESPE/ANALISTA/ANP/2013) Os gastos realizados pelos órgãos públicos
não podem ser desviados do que está autorizado no orçamento público,
nem conflitar com o interesse público.
GABARITO
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
C C E C C C C E C C
11 12 13 14 15 16 17 18 19 20
C E C E C C E C E E
21 22 23 24 25 26 27 28 29 30
E C C C C C C C E C
31 32 33 34 35 36 37 38 39 40
C C C C C E C E E E
41 42 43 44 45 46 47 48 49 50
C E E E E E E E E C
51 52 53 54 55 56 57 58 59 60
E E E E C C E E E C