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Mais populares que Jesus

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"Mais populares que Jesus" (do inglês "More popular than
Jesus")[nota 1] foi parte de uma observação feita pelo músico
John Lennon, dos Beatles, em uma entrevista de março de 1966,
na qual ele argumentou que o público estava mais apaixonado
pela banda do que por Jesus, e que a fé cristã estava declinando
na medida em que era superada pelo rock. Suas opiniões não
causaram controvérsia quando publicadas originalmente no jornal
londrino The Evening Standard, mas provocaram reações
raivosas das comunidades cristãs quando republicadas nos
Estados Unidos em julho.

Os Beatles durante uma coletiva de imprensa em


Os comentários de Lennon incitaram protestos e ameaças,
1965
particularmente ao longo de todo o Bible Belt dos Estados
Unidos. Algumas estações de rádio pararam de tocar músicas dos
Beatles, seus discos foram queimados publicamente, conferências de imprensa foram canceladas e a Ku Klux Klan fez ameaças
ao grupo. A controvérsia coincidiu com a turnê da banda em 1966 pelo país, e o empresário do grupo, Brian Epstein, tentou
dominar a disputa em uma série de coletivas de imprensa. Lennon pediu desculpas e explicou que não estava se comparando a
Cristo.

A polêmica ofuscou a cobertura da imprensa sobre o mais novo álbum dos Beatles, Revolver, e exacerbou a insatisfação da banda
em turnês, que nunca mais foram realizadas pelo grupo. Lennon, mais tarde, também se absteve de fazer turnês em sua carreira
solo. Em 1980, ele foi assassinado por Mark David Chapman, um cristão renascido que foi motivado em parte pelas observações
de Lennon sobre religião e em sua frase "mais populares que Jesus".

Índice
Contexto
Repercussão nos Estados Unidos
Publicação na Datebook
Banimento das rádios
Conferências de imprensa pré-turnê
Incidentes na turnê
Legado
Vida e carreira de Lennon
Resposta do Vaticano
Ver também
Notas e referências
Notas
Referências
Bibliografia
Ligações externas

Contexto
Em março de 1966, o Evening Standard de Londres publicou uma série semanal intitulada "Como vive um Beatle?",[3] a qual
apresentava John Lennon, Ringo Starr, George Harrison e Paul McCartney. Os artigos foram escritos por Maureen Cleave,[3] que
conhecia bem o grupo e os entrevistava regularmente desde o início da Beatlemania no Reino Unido. Ela os descrevera, três anos
antes, como "os queridinhos de Merseyside",[3] e, em fevereiro de 1964, os acompanhou em sua primeira visita aos Estados
Unidos.[3][4] Além disso, escolheu entrevistar os membros da banda individualmente para a série de estilo de vida, e não como
um grupo.[3]

Cleave realizou a entrevista com Lennon em fevereiro[5] na casa do músico, Kenwood, em Weybridge. Seu artigo o retratou
como inquieto e em busca de significado em sua vida; ele discutiu seu interesse pela música indiana e disse ter adquirido a maior
parte de seu conhecimento lendo livros.[6] Entre as muitas posses de Lennon, a jornalista encontrou um crucifixo em tamanho
natural, uma fantasia de gorila, uma armadura medieval[7] e uma biblioteca bem organizada com obras de Alfred Tennyson,
Jonathan Swift, Oscar Wilde, George Orwell e Aldous Huxley.[2] Outro livro, The Passover Plot de Hugh J. Schonfield,
influenciou as ideias de Lennon sobre o cristianismo, embora Cleave não se referisse a ele no artigo.[8] Ela mencionou que
Lennon estava "lendo extensivamente sobre religião",[2] e citou-o dizendo:

O cristianismo irá acabar. Vai encolher e sumir. Eu não preciso discutir sobre isso; estou
certo e serei provado certo. Somos mais populares que Jesus agora; eu não sei qual
acabará antes – o rock 'n' roll ou o cristianismo. Jesus era bom, mas seus discípulos eram
cabeças-duras e ordinários. Eles distorcem isso, e é o que estraga tudo pra
mim.[2][9][nota 2]

A entrevista de Cleave com Lennon foi publicada no The Evening Standard em 4 de março com o subtítulo: "Numa colina em
Surrey ... Um jovem, famoso, preocupado, e esperando por algo".[10] O artigo não provocou controvérsia no Reino Unido.[11] A
frequência aos templos estava em declínio, e as igrejas cristãs tentavam transformar sua imagem para se tornarem mais
"relevantes para os tempos modernos".[12] Segundo o autor Jonathan Gould: "Os comediantes satíricos fizeram a festa com as
tentativas cada vez mais desesperadas da Igreja em se fazer parecer mais relevante ('Não me chame de vigário, chame-me de Dick
...')."[12] Em 1963, o bispo de Woolwich, John Arthur Thomas Robinson, publicou Honest to God, pedindo à nação que rejeitasse
os ensinamentos tradicionais da Igreja sobre a moralidade e o conceito de Deus como um "velho homem no céu", e, em vez disso,
abraçasse uma ética universal de amor.[12] O texto de 1966 de Bryan R. Wilson, Religion in Secular Society, explicava que o
aumento da secularização levou as igrejas britânicas a serem abandonadas. No entanto, a fé cristã tradicional ainda era forte e
generalizada nos Estados Unidos da época.[13] O tema da irrelevância da religião na sociedade estadunidense, no entanto, tinha
sido apresentado em um artigo de capa intitulado "Is God dead?" ("Deus está morto?") na revista Time, em uma edição de 8 de
abril de 1966.[14]

Tanto McCartney quanto Harrison foram batizados na Igreja Católica Romana, mas nenhum deles seguia o cristianismo.[15] Em
sua entrevista com Cleave, Harrison também foi sincero sobre a religião organizada, bem como a Guerra do Vietnã e figuras de
autoridade em geral, sejam "religiosas ou seculares".[16] Ele disse: "Se o cristianismo é tão bom quanto dizem, é necessário que
se levante um pouco de discussão".[17] Segundo o autor Steve Turner, a revista satírica britânica Private Eye respondeu aos
comentários de Lennon apresentando uma capa feita pelo cartunista Gerald Scarfe, que o mostrou "vestido com roupas celestiais
e tocando uma guitarra em forma de cruz com um halo feito de um disco de vinil".[18][nota 3]

Repercussão nos Estados Unidos


Publicação na Datebook
O assessor de imprensa dos Beatles, Tony Barrow, ofereceu as quatro entrevistas
para a Datebook, uma revista para adolescentes. Ele acreditava que as peças
eram importantes para mostrar aos fãs que os Beatles estavam progredindo além
da simples música pop e produzindo um trabalho intelectualmente mais
desafiador. A Datebook era uma revista liberal que abordava assuntos como o
namoro inter-racial e a legalização da maconha, por isso parecia uma publicação
apropriada para as entrevistas.[19] Antes disso, a Newsweek havia feito
referência ao comentário "mais populares que Jesus" em uma edição publicada
em março,[20] e a entrevista apareceu na revista Detroit em maio.[21] Em 3 de
julho, as quatro entrevistas dos Beatles a Cleave foram publicadas juntas em um
artigo de cinco páginas no suplemento dominical do jornal The New York Times
(a The New York Times Magazine), intitulado "Velhos Beatles – Um estudo em
Paradoxo".[22] Nenhuma dessas publicações, contudo, teve grande impacto.[21]

A Datebook publicou as entrevistas de Lennon e McCartney em 29 de julho,[23]


A edição "Shout-Out" de setembro
em sua edição de setembro "Shout-Out" dedicada a temas controversos voltados
de 1966 da revista Datebook, que
para a juventude, incluindo drogas recreativas, sexo, cabelos longos e a Guerra provocou a polêmica
do Vietnã.[24] Art Unger, editor da revista, colocou uma citação da entrevista de
Lennon na capa: "Eu não sei qual acabará antes – o rock 'n' roll ou o
cristianismo!"[25][26] Na descrição do autor Robert Rodriguez, o editor havia escolhido o "mais contundente comentário" de
Lennon visando um efeito máximo;[27] colocado acima dessa frase, na capa, havia uma citação de McCartney sobre os Estados
Unidos: "É um país ruim onde qualquer negro é um preto sujo!"[28][nota 4] Apenas a imagem de McCartney apareceu na capa, já
que Unger esperava que sua declaração provocasse a maior controvérsia.[30] A mesma citação de Lennon apareceu como
manchete acima do título do artigo. Ao lado do texto, Unger incluiu uma foto de John em um iate, olhando para o oceano e com a
mão protegendo os olhos, acompanhada da legenda: "John Lennon vê a polêmica e parte diretamente para ela. É assim que ele
gosta de viver!"[31][32]

Banimento das rádios


No final de julho, Unger enviou cópias das entrevistas para estações de rádio no sul do país.[33] O DJ Tommy Charles, da WAQY,
em Birmingham, Alabama, ouviu sobre as falas do músico de seu co-apresentador Doug Layton e disse: "Isso é o suficiente para
mim. Eu não vou mais tocar os Beatles".[25] Durante seu programa matinal de 29 de julho, Charles e Layton pediram a opinião
dos ouvintes sobre o comentário de Lennon,[34] e a resposta foi extremamente negativa.[25] A dupla começou a destruir discos de
vinil da banda no ar.[35] Charles declarou mais tarde: "Nós apenas sentimos que era tão absurdo e sacrílego que algo deveria ser
feito para mostrar-lhes que não podem se safar com esse tipo de coisa."[36] O gerente da agência United Press International, Al
Benn, ouviu o programa WAQY e apresentou uma reportagem em Nova Iorque, culminando em uma grande matéria no The New
York Times em 5 de agosto.[25] As vendas da Datebook, que nunca havia sido um título de destaque no mercado de revistas
juvenis, chegaram a um milhão de cópias.[32]

Os comentários de Lennon foram considerados blasfemos por alguns grupos religiosos de direita.[37] Mais de trinta estações de
rádio, incluindo algumas em Nova Iorque e Boston, seguiram o exemplo do WAQY recusando-se a tocar músicas dos
Beatles.[38][39] A WAQY contratou uma máquina de triturar árvores e convidou os ouvintes a levar seus pertences sobre os
Beatles para destruir nela.[40] A KCBN em Reno, Nevada, transmitiu editoriais de hora em hora condenando os Beatles e
anunciou uma fogueira pública em 6 de agosto, na qual os álbuns da banda seriam queimados.[41] Várias estações do sul
organizaram manifestações com fogueiras,[39] atraindo hordas de adolescentes para queimar publicamente seus discos, efígies da
banda e outras recordações.[40] Fotos de adolescentes ansiosamente participando das fogueiras foram amplamente distribuídas
pelos Estados Unidos,[38][40] e a controvérsia recebeu ampla cobertura da mídia por meio de reportagens na televisão.[39]
O furor passou a ser conhecido como a "controvérsia 'mais populares que Jesus'"[42] ou simplesmente a "controvérsia de
Jesus".[43] Seguiu-se logo após a reação negativa dos DJ's e vendedores de discos estadunidenses à foto da capa do "açougueiro"
usada no LP Yesterday and Today dos Beatles.[40] Retirada e substituída nos primeiros dias de lançamento em junho, esta capa de
LP mostrava os membros da banda vestidos como açougueiros e cobertos de bonecos de plástico desmembrados e pedaços de
carne crua.[44] Para os conservadores do sul dos Estados Unidos, os comentários de Lennon sobre Cristo lhes permitira uma
oportunidade de refutar a defesa que os músicos afro-americanos faziam dos Beatles.[23]

Conferências de imprensa pré-turnê


De acordo com Unger, Brian Epstein não se mostrou inicialmente abalado com a reação dos DJ's de Birmingham, dizendo-lhe:
"Arthur, se eles queimam discos dos Beatles, eles têm que comprá-los primeiro."[45] Em poucos dias, no entanto, Epstein ficou
tão preocupado com os acontecimentos que considerou cancelar a próxima turnê estadunidense do grupo, temendo que eles
fossem seriamente prejudicados de alguma forma.[46] Ele voou para Nova Iorque em 4 de agosto e realizou uma coletiva de
imprensa no dia seguinte,[47] em que afirmou que a Datebook tinha tomado as palavras de Lennon fora do contexto, e lamentou,
em nome do grupo, que "pessoas com certas crenças religiosas tenham se ofendido de alguma forma".[46] Os esforços de Epstein
tiveram pouco efeito,[23] à medida que a controvérsia se espalhava rapidamente para além dos Estados Unidos. Na Cidade do
México, houve manifestações contra o grupo, e vários países[48] proibiram suas músicas em estações de rádio nacionais,
incluindo a África do Sul e a Espanha.[46] O Vaticano emitiu uma nota sobre os comentários de Lennon,[15] dizendo que "alguns
assuntos não devem ser tratados com profanação, nem mesmo no mundo dos beatniks".[49] Essa desaprovação internacional
refletiu-se no preço das ações da editora Beatles Northern Songs, que caiu ao equivalente a 28 centavos de dólar na Bolsa de
Valores de Londres.[50][51]

Em resposta aos acontecimentos nos Estados Unidos, um editorial da revista britânica Melody Maker declarou que houve uma
"reação fantasticamente irracional" e apoiou a afirmação do músico a respeito dos discípulos de Cristo serem "cabeças-duras e
ordinários".[49] O colunista Robert Pitman, do Daily Express, escreveu: "Parece uma contradição para os estadunidenses estarem
chocados quando, semana após semana, os Estados Unidos estão exportando para nós [britânicos] uma subcultura que faz os
Beatles parecerem quatro velhos e severos seguidores da igreja."[36] A reação também foi criticada dentro dos Estados Unidos;
uma estação de rádio de Kentucky anunciou que transmitiria músicas dos Beatles para mostrar seu "desprezo pela hipocrisia
personificada", e a revista jesuíta America escreveu que "Lennon estava simplesmente declarando o que muitos educadores
cristãos admitiriam prontamente".[36]

Os Beatles saíram de Londres em 11 de agosto para sua turnê pelos


Estados Unidos. A esposa de Lennon, Cynthia, disse que ele estava
nervoso e chateado porque tinha deixado as pessoas irritadas
simplesmente expressando sua opinião.[25] O integrantes da banda
realizaram uma coletiva de imprensa na suíte de Barrow, localizada no
Astor Tower Hotel, em Chicago.[52] Lennon não queria se desculpar,
porém foi aconselhado por Epstein e Barrow a fazer tal gesto.[53] Ele
também estava aflito por ter potencialmente colocado em risco a vida de
seus colegas de banda ao dizer o que pensava. Enquanto se preparava
para encontrar os repórteres, chorou na frente de Epstein e Barrow.[54] Os Beatles com o DJ Jimmy Staggs da
estação de rádio de Chicago WCFL, em
Para apresentar uma imagem mais conservadora para as câmeras, o
agosto de 1966
grupo evitava suas roupas casuais londrinas, usando ternos escuros,
camisas lisas e gravatas.[55] Na conferência de imprensa, o músico disse:
"Suponho que se eu tivesse dito que a televisão era mais popular que Jesus, teria me safado disso. Me desculpe por ter aberto
minha boca. Não sou anti-Deus, anti-Cristo ou anti-religião. Eu não estava afirmando. Não estava dizendo que somos maiores ou
melhores",[49] e ressaltou que estava comentando sobre como outras pessoas viam e popularizavam os Beatles. Ele descreveu sua
própria visão de Deus citando o bispo de Woolwich: "não como um homem velho no céu. Acredito que o que as pessoas chamam
de Deus é algo em todos nós."[56] Lennon estava convencido de que não estava se comparando com Cristo, mas tentando explicar
o declínio do cristianismo no Reino Unido. "Se vocês querem que eu me desculpe", concluiu, "se fará vocês felizes, então, ok,
desculpem-me."[57]

Os jornalistas foram simpáticos e disseram-lhe que as pessoas no Bible Belt eram "bastante notórias por sua atitude cristã".[58]
Comovido pelo gesto do músico, Tommy Charles cancelou a fogueira para incendiar produtos relacionados aos Beatles, que
estava planejada para 19 de agosto, quando a banda iria se apresentar no Sul.[59][60] O jornal do Vaticano L'Osservatore Romano
anunciou que o pedido de desculpas era o suficiente, enquanto um editorial do New York Times afirmava que o assunto estava
acabado, mas acrescentou: "A questão é como um jovem tão articulado pode ter se expressado erroneamente na primeira vez."[49]

Em uma reunião privada com Unger, Epstein pediu-lhe que entregasse seu passe de imprensa da turnê, dizendo que tinha sido
uma "má ideia" ele ter publicado as entrevistas e que isso era para evitar acusações de que a Datebook e a assessoria dos Beatles
haviam orquestrado a controversa entrevista como um golpe publicitário.[61] Epstein assegurou-lhe que haveria melhores
oportunidades de publicação para a revista se ele "voluntariamente" se retirasse da turnê. Unger se recusou e, a seu favor, recebeu
o apoio total de Lennon quando ambos mais tarde discutiram sobre a reunião.[62]

Incidentes na turnê
A turnê foi inicialmente prejudicada por protestos e distúrbios, além de uma
grande tensão por conta da situação.[63] Em 13 de agosto, quando a banda tocou
em Detroit, foram publicadas imagens de membros da Ku Klux Klan
"crucificando" um disco dos Beatles em uma grande cruz de madeira que eles,
então, queimaram durante uma cerimônia.[64] Naquela noite, a estação de rádio
KLUE do Texas realizou uma grande fogueira para incendiar discos da banda;
no dia seguinte, um raio atingiu sua torre de transmissão e a estação ficou
temporariamente fora do ar.[65][66] Os Beatles receberam ameaças por telefone e
Um membro da plateia jogou fogos
de artifício no palco durante a a Ku Klux Klan fez aparições em suas apresentações em Washington, DC e
apresentação da banda no Mid- Memphis, Tennessee.[46][67] Este último foi o único show da turnê no Deep
South Coliseum, Memphis, em 19 de South[68] e esperava-se que fosse um ponto crítico pela controvérsia.[69] Dois
agosto concertos ocorreram lá no Mid-South Coliseum em 19 de agosto,[70] embora o
conselho da cidade tivesse votado para cancelá-los em vez de ter "instalações
municipais usadas como um fórum para ridicularizar a religião de qualquer um",[71] acrescentando que "os Beatles não são bem-
vindos em Memphis".[72]

Uma equipe de notícias da ITN, enviada de Londres para cobrir a controvérsia para o programa Reporting '66, realizou
entrevistas com Charles[73] e com adolescentes em Birmingham, muitos dos quais criticaram o grupo.[69] O repórter da ITN,
Richard Lindley, também entrevistou Robert Shelton, o Imperial Wizard da Ku Klux Klan, que condenou a banda por apoiar os
direitos civis e os acusou de serem comunistas.[74] Coincidindo com a visita da banda a Memphis, o reverendo Jimmy Stroad
realizou uma manifestação cristã[67] para "dar aos jovens do centro-sul uma oportunidade de mostrar que Jesus Cristo é mais
popular que os Beatles".[75] Fora do Coliseu, um jovem integrante da igreja disse a um repórter de televisão que os Klan eram
uma "organização terrorista" e usariam suas "maneiras e meios" para impedir a atuação da banda.[68] Durante a apresentação da
noite, um membro da plateia jogou fogos de artifício no palco,[76] o que levou os membros da banda a acreditar que estavam
sendo alvos de tiros.[63]

Em conferências de imprensa mais tarde na turnê, Lennon tentou evitar o assunto de seus comentários sobre "Jesus",
argumentando que nenhuma discussão adicional era necessária. Em vez de se afastar da polêmica, no entanto, os Beatles se
tornaram cada vez mais presentes em discussões atuais, como a Guerra do Vietnã.[77][nota 5] Na conferência do grupo em
Toronto, em 17 de agosto, Lennon expressou sua aprovação aos estadunidenses que escaparam do recrutamento cruzando a
fronteira para o Canadá,[80] e nela, em meio a brincadeira entre John e Paul sobre quanto tempo o grupo ainda permaneceria
unido, John foi pressionado a falar sobre sua polêmica declaração de meses antes.[81][nota 6] Em sua coletiva de imprensa em
Nova Iorque em 22 de agosto,[82] a banda chocou os repórteres[83] ao condenar enfaticamente a guerra como "errada".[84]

Os Beatles odiaram a turnê, em parte devido ao alarde e reação adversa aos seus comentários religiosos, mas também estavam
descontentes com Epstein continuando a organizar performances ao vivo que estavam cada vez mais em desacordo com o
trabalho de estúdio.[85] A controvérsia também ofuscou o lançamento de seu álbum Revolver (1966) nos Estados Unidos,[41][86]
o qual a banda considerava ser seu melhor e mais maduro trabalho musical até o momento.[87] Após a turnê, Harrison pensou em
deixar o grupo; contudo, decidiu permanecer sob a condição de que a banda se concentrasse apenas nas gravações em estúdio.[88]
Eles fizeram uma pausa e se reuniram novamente em novembro de 1966 para começar a gravar Sgt. Pepper's Lonely Hearts Club
Band, que foi um grande sucesso quando lançado em junho de 1967.[89]

Legado
Em 1993, Michael Medved escreveu no The Sunday Times que "hoje, comentários como os de Lennon nunca poderiam causar
controvérsia; uma atitude desdenhosa em relação à religião é praticamente esperada de todos os artistas pop tradicionais." Em
1997, por exemplo, Noel Gallagher afirmou que sua banda, Oasis, era "maior que Deus", mas a reação foi mínima.[90]
Escrevendo para a revista Mojo em 2002, David Fricke creditou a entrevista de Lennon a Cleave e a controvérsia "mais populares
que Jesus" como o início do jornalismo musical moderno. Ele disse que não foi "coincidência" que Paul Williams, um estudante
da Swarthmore College de dezessete anos, lançou a primeira publicação séria sobre rock estadunidense, Crawdaddy!, em 1966,
dada a influência dos Beatles e o "senso de missão" de Lennon como porta-voz da cultura jovem.[35] Os comentários de Lennon
continuaram a ser objeto de escrutínio na literatura religiosa de direita, particularmente na escrita de David Noebel,[91] um crítico
de longa data da influência dos Beatles sobre a juventude dos Estados Unidos.[92][93] De acordo com um artigo de 1987 de Mark
Sullivan, na revista Popular Music, uma foto de Waycross, Georgia, que mostra uma criança jogando o LP Meet the Beatles na
fogueira, tornou-se "provavelmente a mais famosa fotografia de todo o movimento de anti-rock".[94][nota 7]

Em 2012, Nathan Smith, da Houston Press, comparou vários aspectos da mídia popular e concluiu que Jesus era mais popular
que os Beatles.[96] Três anos depois, o colaborador do Philippine Star, Edgar O. Cruz, disse que a declaração de Lennon provou
ser pelo menos meio errada, relatando que "o rock 'n' roll está morto, mas o cristianismo se expandiu, tendo o catolicismo
experimentando crescimento excepcional por intermédio do Papa Francisco".[97] De acordo com Steve Turner, o episódio tornou-
se "uma parte tão importante da história" que as palavras "Mais populares que Jesus" são sinônimas da controvérsia de 1966.[98]

Em abril de 2013, foi divulgada na internet uma filmagem de um culto religioso de 2005[99] em que o político e pastor Marco
Feliciano declara que Deus matou John Lennon numa vingança por causa de sua declaração; em culto religioso o então deputado
federal declarou: "A minha bíblia diz que Deus não recebe uma afronta e fica impune. Passou um tempo dessas declarações,
alguém o chama pelo nome, ele vira e é alvejado com três tiros no peito. Eu queria estar lá no dia em que descobriram o corpo, eu
ia tirar o pano de cima e ia dizer me perdoe, mas esse primeiro tiro foi em nome do Pai, esse é em nome do Filho e esse é em
nome do Espírito Santo. Ninguém afronta Deus e sobrevive para debochar"; na verdade o assassino disparou cinco tiros, dos
quais quatro atingiram o músico.[100][101]

Vida e carreira de Lennon


O ex-assessor de imprensa dos Beatles, Derek Taylor, referiu-se à controvérsia em um artigo do Los Angeles Times West de 1966:
"Estou seriamente preocupado com alguém com um rifle. Afinal, não há mais Kennedy, mas pode-se atirar em John
Lennon."[102] Lennon repetiu sua opinião de que os Beatles foram mais influentes em jovens do que Cristo durante uma viagem
ao Canadá em 1969, acrescentando que alguns ministros concordaram com ele, e chamou os manifestantes estadunidenses de
"cristãos fascistas", dizendo que ele era "muito fã de Cristo" e "eu sempre gostei dele. Ele estava certo".[103] Em 1978, disse que,
se não tivesse feito o tal comentário, "ainda poderia estar lá com todas as outras pulgas performativas! Deus abençoe a América.
Obrigado, Jesus."[9]
Em maio de 1968, Lennon anunciou em uma reunião realizada na sede dos
Beatles na Apple Corps que ele era a reencarnação viva de Cristo.[104] A reunião
foi adiada para o almoço e o músico nunca mencionou o assunto
novamente.[105] Em maio de 1969, a banda lançou "The Ballad of John and
Yoko" como single, com Lennon cantando as falas: "Cristo, você sabe que não é
fácil, você sabe o quão difícil pode ser / O jeito que as coisas estão indo, eles vão
me crucificar".[105] Lennon chamou a si mesmo de "Um dos maiores fãs de
Cristo" durante uma entrevista à BBC alguns meses depois. Ele também falou
Lennon com sua esposa Yoko Ono
sobre a Igreja da Inglaterra, sua visão do céu e infelicidade por não poder se
durante o Bed-in em Amsterdã
casar com Yoko Ono na igreja.[106] Em dezembro de 1969, Andrew Lloyd
Webber e Tim Rice pediram a Lennon para fazer o papel de Jesus na produção
de Jesus Cristo Superstar.[107] Ele recusou,[105] embora tenha dito que estaria interessado se Ono pudesse desempenhar o papel
de Maria Madalena.[108]

Em sua canção de 1970 "God", Lennon cantou que não acreditava em Jesus, na Bíblia, no Buda, no Gita ou nos Beatles.[109]
Críticas às letras de Lennon se concentraram na linha "imagine não haver paraíso" de sua música de 1971 "Imagine".[110] Lennon
foi assassinado em 8 de dezembro de 1980 por Mark David Chapman, que havia se tornado cristão em 1970[111] e ficou
enfurecido com a observação do músico sobre ser "mais popular que Jesus", chamando-a de blasfêmia. Chapman afirmou que ele
ficou ainda mais enfurecido com as canções "God" e "Imagine", e alterou a letra desta última para "imagine John Lennon
morto".[112]

Resposta do Vaticano
Em 2008, o L'Osservatore Romano, do Vaticano, publicou um artigo que marca o 40.º aniversário do álbum auto-intitulado dos
Beatles (também conhecido como "Álbum Branco"), que inclui comentários sobre a frase "mais populares que Jesus". Parte da
resposta dizia: "A frase ... que provocou profunda indignação, principalmente nos Estados Unidos, depois de muitos anos soa
apenas como um 'orgulho' de um jovem inglês da classe trabalhadora, que enfrentou sucesso inesperado, depois de ter crescido
sobre a lenda de Elvis e o rock and roll."[113] Ringo Starr respondeu: "O Vaticano não disse que nós éramos possivelmente
satânicos, e eles ainda nos perdoaram? Acho que o Vaticano tem mais sobre o que falar do que os Beatles."[114][115]

Ver também
Religião no Reino Unido
Religião nos Estados Unidos

Notas e referências

Notas
1. "Maiores que Jesus" também é usada na análise da controvérsia,[1] mas as palavras de Lennon foram "mais
populares que Jesus".[2]
2. Tradução livre de "Christianity will go. It will vanish and shrink. I needn't argue about that; I'm right and I'll be
proved right. We're more popular than Jesus now; I don't know which will go first – rock 'n' roll or Christianity.
Jesus was all right but his disciples were thick and ordinary. It's them twisting it that ruins it for me."
3. Entre outras respostas na imprensa britânica, um leitor anônimo escreveu ao The Evening Standard dizendo que
a observação de Lennon foi "imprudente". O leitor se opôs mais ao fato de que Lennon discutiu como ele havia
expulsado seu pai de Kenwood, uma vez que "nenhum cavalheiro discutia seus assuntos familiares particulares
para publicação em um jornal nacional".[18]
4. Em seu contexto original, McCartney estava condenando a história de discriminação racial no país.[29]
5. Ignorando os pedidos de Epstein,[78] a banda havia expressado sua oposição à guerra durante uma conferência
de imprensa em Tóquio no final de junho.[79]
6. A única gravação conhecida do grupo em sua coletiva no King Edward Hotel de Toronto foi feita por um jovem
fotógrafo que tentara vendê-la sem sucesso naquele mesmo ano; guardada por quatro décadas, veio a se tornar
o item mais caro de um leilão em 2010.[81]
7. O cantor estadunidense Todd Rundgren usou uma versão editada da foto como capa de seu álbum de 1982,
Swing to the Right.[95]

Referências
1. Womack & Davis 2012, p. 103.
2. Gould 2008, pp. 308–309.
3. Gould 2008, p. 307.
4. Pawlowski 1990, p. 175.
5. Doggett 2007, p. 57.
6. Savage 2015, pp. 127–28.
7. Harry 2000, p. 449.
8. Turner 2016, p. 91.
9. Cleave, Maureen (5 de outubro de 2005). «The John Lennon I knew» (https://www.telegraph.co.uk/culture/music/r
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10. Savage 2015, p. 128.
11. Miles 2001, p. 227.
12. Gould 2008, p. 342.
13. Bruce, Steve (2010). «Secularisation in the UK and the USA». Secularisation in the Christian World: Essays in
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Ligações externas
"Como vive um Beatle?" – Entrevista completa de John Lennon na Rock's Backpages (https://www.rocksbackpa
ges.com/Library/Article/how-does-a-beatle-live-john-lennon) (em inglês)

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