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APARTHEID

O Apartheid, que significa "separação", foi um regime de segregação


racial implementado na África do Sul em 1948 pelo pastor protestante Daniel
François Malan, na altura primeiro-ministro, e adotado até 1994 pelos sucessivos
governos do Partido Nacional, no qual os direitos da maioria dos habitantes foram
restringidos pela minoria branca no poder.

A legislação dividia os habitantes em 4 grupos raciais - os "negros", "brancos",


"mestiços" e "indianos".

87% das terras eram reservadas aos brancos, mestiços, e indianos. Os restantes
13% das terras eram divididos em dez bantustões, com o propósito de concentrar
os membros da população negra.

Os casamentos entre brancos e negros eram proibidos e o ato sexual de brancos


com não brancos, se descobertos, eram punidos com prisão. Somente brancos
atuavam nos cargos diretivos do governo, no parlamento e eram eles os
proprietários das terras produtivas.

Já aos negros cabia o trabalho como mão de obra barata nas fazendas, nas minas e
na indústria. Além disso a circulação pelo país era restrita e controlada por
diversos documentos de identificação ou passes.

Nelson Mandela foi um dos principais membros do movimento anti-apartheid.

NELSON MANDELA
INFÂNCIA E JUVENTUDE
Rolihiahia Dalibhunga Mandela nasceu em Mvezo, África do Sul, no dia 18 de julho
de 1918.

Em 1925 ingressou na escola primária, onde recebeu da professora o nome de


Nelson, seguindo o costume de dar nomes ingleses a todas as crianças que
frequentavam a escola.

Entrou na escola preparatória, Clarkebury Boarding Institute, um colégio exclusivo


para negros, onde estudou a cultura ocidental.

Em 1939, Mandela ingressou no curso de Direito, na Universidade de Fort Hare, a


primeira Universidade da África do Sul a ministrar cursos para negros.
Por se envolver em protestos, junto com o movimento estudantil, contra a falta de
democracia racial na instituição, foi obrigado a abandonar o curso.

Mudou-se para Joanesburgo, onde se deparou com o regime de terror imposto à


maioria negra.

Em 1943, concluiu o bacharelado em Artes pela Universidade da África do Sul.

Continuou os estudos de Direito, por correspondência, na universidade de Fort


Hare.

Muitos homens e mulheres da comunidade negra sul-africana dedicaram as suas


vidas a essa grande causa: o fim do apartheid.

Em 1944, junto com Walter Sisulo e Oliver Tambo, fundou a Liga Jovem do
Congresso Nacional Africano (CNA), que se tornou o principal instrumento de
representação política dos negros.

PRISÃO
Em 1960, diversos líderes negros foram perseguidos, presos, torturados,
assassinados ou condenados. Entre eles estava Mandela, que em 1964 foi
condenado à prisão perpétua.

A oposição ao regime do apartheid intensificou-se a partir dos anos 50, quando o


Congresso Nacional Africano lançou uma campanha de desobediência civil. Em
1960, depois do massacre de 67 negros pela polícia numa manifestação, o CNA foi
declarado ilegal.

Segundo Mandela, muitas pessoas notaram então que não fazia sentido falar de paz
e não-violência diante de um governo que respondia com ataques brutais contra
pessoas desarmadas e desprotegidas. Mas, antes que o CNA pudesse começar a
responder à violência com violência, Mandela e vários companheiros foram presos
e levados a tribunal.

Mandela esperava para si e seus amigos a pena de morte. O juiz, no entanto,


anunciou no dia 12 de junho de 1964 que decidira não aplicar a pena máxima. Sob
o argumento de estar apenas cumprindo a sua obrigação e que esta era a única
clemência possível, ele condenou todos os acusados à prisão perpétua.

Mandela e seus co-acusados foram transferidos de Pretoria para a prisão na Ilha


Robben, permanecendo lá pelos próximos 18 anos.
Com o número 46664, ocupava uma cela de cimento húmida comas dimensões
2,4m por 2m, com um tapete de palha para dormir.

Mandela e os seus companheiros de prisão foram transferidos em janeiro de 1965


para trabalhar numa pedreira. Ele foi inicialmente proibido de usar óculos escuros,
e o brilho das pedras de calcário fez com que a sua visão ficasse permanentemente
danificada.

Ele foi classificado como o menor grau de prisioneiro, Classe D, o que significa que
a ele era permitida uma visita e uma carta a cada seis meses, apesar de todas as
cartas serem censuradas.

A partir de 1967, as condições prisionais melhoraram: os prisioneiros negros


receberam calças em vez de bermudas, os jogos passaram a ser permitidos e o
padrão da comida era aumentado.

Em 1969 o seu filho, Thembi, morreu num acidente de carro,e Mandela foi proibido
de assistir ao seu funeral.

No ano seguinte, o comandante Piet Badenhorst tornou-se comandante.

Mandela via um aumento do abuso físico e mental dos prisioneiros e queixou-se


aos juízes

Ele foi substituído pelo comandante Willie Willemse, que desenvolveu um


relacionamento amigável com Mandela e estava disposto a melhorar os condições
das prisões.

O início dos anos 1980 testemunhou uma escalada de violência em todo o país, que
ficou à beira de uma guerra civil. Isso foi acompanhado por uma crise económica,
pois vários bancos pararam de investir na África do Sul.

Em abril de 1982, Mandela foi transferido para a Prisão Pollsmoor, uma prisão de
segurança máxima, em Tokai, na Cidade do Cabo, juntamente com os altos líderes
do CNA.

As condições em Pollsmoor eram melhores que na Ilha Robben, e Mandela foi


autorizado a criar um jardim no terraço.

O aniversário de 70 anos de Mandela, em julho de 1988, atraiu a atenção


internacional, incluindo um show que homenageou Mandela no Estádio de
Wembley, em Londres, que foi transmitido pela televisão e assistido por cerca de
200 milhões de telespectadores.

Embora apresentado globalmente como uma figura heróica, ele enfrentou


problemas pessoais quando os líderes do CNA o informaram que a sua esposa,
Winnie, se havia estabelecido como chefe de uma gangue, o "Mandela United
Football Club", que havia sido responsável por torturar e matar opositores -
incluindo crianças , em Soweto.

Recuperando de uma tuberculose causada pelas condições húmidas da sua cela, em


dezembro de 1988, Mandela foi transferido para a prisão de Victor Verster, uma
prisão agrícola de segurança mínima, próxima a Paarl. Ele estava alojado no
conforto da casa de um carcereiro com um cozinheiro pessoal, e usava o seu tempo
para terminar seus estudos em direito.

SAÍDA DA PRISÃO
Dois anos depois, a 11 de Fevereiro, Mandela finalmente foi libertado. Ele segurou
a mão de Winnie em frente de multidões e da imprensa.

Na primeira conferência nacional do CNA, ele foi eleito presidente do partido.

O evento foi transmitido ao vivo em todo o mundo. Dirigido por multidões à


Câmara Municipal da Cidade do Cabo, fez um discurso declarando o seu
compromisso com a paz e a reconciliação com a minoria branca, mas deixou claro
que a luta armada do CNA não acabou e continuaria como "uma ação puramente
defensiva contra a violência" do apartheid.

Ele expressou a esperança de que o governo concordasse com as suas negociações,


para que "não haja mais a necessidade da luta armada", e insistiu que seu foco
principal era trazer paz à maioria negra e dar a eles o direito de voto nas eleições
locais e nacionais.

A 27 de Abril de 1994 os sul-africanos votam na primeira eleição democrática do


país. O CNA vence e Mandela é eleito o primeiro presidente negro da África do Sul.

Para simbolizar os novos tempos adota um novo hino nacional e também é criada
uma nova bandeira , unindo os símbolos das duas instituições anteriores: a
bandeira oficial dos brancos, em vigor desde 1928, que incorporou as cores da
bandeira do CNA.

Foram criados programas de habitação, educação e desenvolvimento económico


para a população que vivia nos guetos. Uma nova constituição foi aprovada,
garantindo a estabilidade política do país.
Após sua saída do governo em 1999, como promessa que iria apenas auxiliar na
transição para um regime democrático representativo, continuou seu trabalho em
outras instâncias. Criou uma fundação que leva seu nome, atuando em diversas
áreas sociais, como no amparo aos portadores de HIV e no auxílio à infância.
MORTE
A sua última aparição pública aconteceu no final da Copa do Mundo de Futebol,
realizada na África do Sul, em 2010. Já se encontrava bastante debilitado pela idade
avançada e foi várias vezes internado, causando sempre grande apreensão da
população sul-africana e internacional. A 5 de dezembro de 2013, devido a uma
infecção pulmonar, Nelson Mandela morreu na sua casa, em Joanesburgo.

Cultura , Língua e Comunicação 1

Trabalho realizado por:


Bruno Caetano
Rodrigo Carvalho

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