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Introdução
A máfia tem controlado tudo desde o tráfico de drogas da esquina
até os mais altos escalões do Estado. Glorificados no cinema e na
televisão, perseguidos pelos órgãos de repressão ao crime, jurados
de morte por seus inimigos, os mafiosos levam vidas violentas e,
não raro, curtas. A máfia gira em torno de uma coisa: dinheiro. Mas
os rituais secretos, as complexas regras e as emaranhadas redes
de lealdade familiar exercem um papel importante na organização.
Neste artigo nós descobriremos como as pessoas entram para a
máfia, como ela age e o que os órgãos de repressão ao crime têm
feito para combatê-la. Nós também vamos aprender sobre as
pessoas e os importantes eventos que deram forma a esta
sociedade nem tão secreta assim.
Divisões da máfia
A máfia em si não é uma organização concreta. Não existe nenhum
cabeça da máfia. Ao contrário, a palavra máfia é um termo abrangente que
designa um dentre vários grupos de gângsteres com origens que
remontam à Itália ou Sicília.
A maioria das outras famílias dos EUA simplesmente recebe o nome da cidade
em que operam: a família da Filadélfia, a família de Buffalo, a família de
Cleveland e assim por diante.
Iniciação na máfia
Atividades mafiosas
O objetivo primordial da máfia é fazer dinheiro. As famílias se valem de
diversas atividades para conseguir esse objetivo. Uma das mais comuns é
também uma das mais simples: a extorsão. Extorquir é exigir dinheiro das
pessoas por meio de algum tipo de ameaça. Os "pedágios de proteção" da
máfia são esquemas de extorsão. Eles dizem a um comerciante que este
precisa pagar R$ 209 por semana para que possam "protegê-lo" de criminosos
que poderão arrebentar a loja ou atentar contra sua família - insinuando que os
próprios membros da máfia são esses criminosos.
A máfia ganha dinheiro com praticamente todo tipo de atividade ilícita que
existe. Produtos clandestinos são caros, não pagam impostos e não estão
sujeitos à mão reguladora do Estado. Os mafiosos já negociaram com tudo, da
venda de álcool durante a Lei Seca até o tráfico de entorpecentes, prostituição
e loterias clandestinas.
Às vezes são arrombamentos e contrabando que geram receitas, mas os
capos sabem que precisam desenvolver atividades de maior escala para
assegurar o máximo de lucratividade. Por essa razão, eles assaltam
caminhões e se apoderam de cargas inteiras de produtos roubados.
Outro método utilizado pelos mafiosos consiste em subornar motoristas
ou estivadores, os quais "extraviam" caixotes e cargas que mais tarde
vão parar nas mãos da máfia. Os produtos roubados podem ser de
aparelhagem de som a roupas femininas (um dos itens favoritos de John
Gotti no início de sua carreira).
Foto cedida
"Dapper Don" John Gotti em foto policial tirada
em 1990
História
A máfia norte-americana
Os sicilianos e outros italianos começaram a imigrar para os Estados Unidos no
século XIX, contudo, uma grande leva de imigrantes chegou em terras norte-
americanas logo no início do século XX. Embora a maioria trabalhasse duro
para construir uma nova vida para eles e sua família através de meios lícitos,
alguns trouxeram consigo os modos da máfia siciliana.
O primeiro grande incidente envolvendo a máfia ocorreu na década de 1890,
em Nova Orleans. Uma família de criminosos sicilianos estava sendo
perseguida pelo chefe de polícia local, que acabou sendo assassinado.
Durante o processo, os gângsteres subornaram testemunhas e foram
considerados inocentes. O fato desencadeou um furor anti-italiano e uma turba
seguiu em direção à cadeia pública para linchar os envolvidos. O episódio
terminou com um saldo de dezesseis homens mortos a tiros ou enforcados
pela multidão.
As famílias mafiosas espalharam-se pelo país na primeira metade do século
XX a partir de Nova Iorque, cidade dividida entre cinco famílias que disputavam
a hegemonia. A era da Lei Seca fez com que enormes somas de dinheiro
fossem despejadas nos cofres da máfia como resultado do comércio ilegal de
bebidas alcoólicas por todo o país. Seu poder cresceu de forma exponencial
durante esse período e foi nele também que estouraram guerras entre as
famílias. No começo da década de 30, o país foi assolado por uma epidemia de
violência associada à máfia: chefões e subchefes eram regularmente
assassinados, sendo poucos os que exerciam o cargo por mais de alguns
meses antes de serem mortos. Só no ano de 1930, a família Luchese teve três
ou quatro chefões assassinados.
No centro deste banho de sangue, do qual também foi um dos maiores
mentores, estava um gângster chamado Charles "Lucky" Luciano.
A Comissão
A Cosa Nostra não foi despertando suspeitas logo que chegou ali. Ao
contrário, muitos dos primeiros cassinos de Las Vegas foram financiados
por gângsteres judeus como Bugsy Siegel e Meyer Lansky. Era preciso
muito dinheiro para construir um cassino e por essa razão esses homens
ofereciam empréstimos suspeitos aos possíveis incorporadores das
obras. Alguns desses empréstimos eram concedidos às claras quando o
sindicato dos caminhoneiros, controlado pela máfia, usava seu fundo de
pensão para financiar projetos de construção de cassinos e hotéis. A
prática foi erradicada em 1975 quando funcionários do governo federal
tomaram conhecimento dessas atividades.
Foto cortesia
Anthony "Fat Tony" Salerno, chefão da família
Genovese em foto tirada pelo FBI depois de sua
prisão sob acusação de tomar parte em
empreendimentos ilícitos