Previdência Social BR

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1) A partir da leitura do texto indicado, faça uma análise do Sistema de Proteção Social Brasileiro.

Para compreendermos a configuração do sistema de proteção social brasileiro se faz necessário


mencionar as transformações capitalistas principalmente a partir de 1970 onde a crise estrutural
do capital alterou o sistema de proteção social, reduzindo gastos sociais, diminuindo postos de
trabalho e direitos trabalhistas.

Com a promulgação da Constituição Federal de 1988 a Seguridade Social no Brasil foi


substanciada sendo uma das maiores conquistas da classe trabalhadora. Segundo o artigo 194
da Constituição Federal, a Seguridade Social brasileira: “compreende um conjunto integrado de
ações de iniciativa dos poderes públicos e da sociedade, destinados a assegurar os direitos
relativos à saúde, à previdência e à assistência social” (BRASIL, 1988).
No entanto, a partir da década de 1990 a seguridade social sofre um conjunto de
contrarreformas proposto pelo ideário neoliberal que entrou em vigência no país, antes mesmo
de ser efetivamente implementada.

O sistema previdenciário brasileiro atualmente possui o regime básico e compulsório (Regime


Geral de Previdência Social - RGPS), o Regime Próprios de Previdência de Servidores Públicos e
Militares (RPPS) e Regimes Complementares de Previdência.
O Regime Geral de Previdência o que abrange a maior parte dos trabalhadores e está vinculado
e organizado ao Instituto Nacional do Seguro Social.
Segundo a Constituição Federal a previdência deve ter equilíbrio entre o sistema financeiro e
atuarial, o que não ocorre de forma efetiva desde a sua implementação pós Constituição. O que
se vê na atualidade é uma administração que se volta na busca de equilíbrio para a previdência
no sistema financeiro, tentando equilibrar receitas com despesas, excluindo a face atuarial,
fazendo com que haja frequentes alterações nos custos e nos benefícios. Aumenta-se a
contribuição sem que haja aumento do benefício correlato, ignora-se o equilíbrio atuarial
gerando assim um déficit.
As contribuições sociais não são vinculados pertinentes à seguridade como a previdência, saúde
e assistência social. Sendo assim ao invés de déficit o sistema teria um superávit e essa é uma
das grandes características do sistema previdenciário brasileiro.

De forma resumida o orçamento da seguridade está submetida à política econômica e por isso
ocorre uma grande dispersão da arrecadação de recursos, sendo esses desviados para custear
gastos governamentais.

2) Como teve início a Previdência Social no Brasil?

Até o fim do século XIX os trabalhadores eram responsáveis pelos seus cuidados ou então
obtinham ajuda de obras filantrópicas, da Igreja e de familiares.
Diferente dos países europeus, o acesso aos direitos sociais no Brasil se deu de forma desigual e
fragmentado. A partir da industrialização no país e da implantação de um sistema fabril, se criam
mecanismos entre os próprios trabalhadores e depois também os empregadores, formulando
um sistema de proteção por conta própria.
A partir de 1923 deu-se início um sistema protetivo público segurado por lei, a Lei Eloi Chaves
que trazia as Caixas de Aposentadorias e Pensões.
A partir de 1930 a classe trabalhadora se organiza e se desenvolve passando a exigir seu
reconhecimento e dos seus direitos por parte do Estado e dos empresários. Dessa forma, nesse
período foram criados os Institutos de Aposentadorias e Pensões (IAPs). Os IAPs foram
substituindo aos poucos as CAPs emergindo nisso a previdência social pública.
Nesse período também se avança com a consolidação das leis trabalhistas (CLT) e é estabelecido
um salário mínimo. Busca-se com isso, por parte do Estado, uma administração da questão
social, garantindo alguns direitos sociais dos trabalhadores.

A inclusão no sistema era apenas de trabalhadores urbanos e de profissões que estavam


regulamentadas. Outra característica da previdência no período das IAPs e que vemos até hoje é
a política contributiva, originária da polítiva Bismarckiana na Europa.
Dessa forma, a previdência tem caráter seletivo e desigual, não sendo um direito universal.

No período da ditadura militar, ocorreu na previdência uma expensão dos que podem acessá-la,
como empregados domésticos, autônomos e garimpeiros, assim como a criação do FUNRURAL
(Fundo de Assistência ao Trabalhador Rural).

Foi com a Constituição de 1988 que se criou um sistema de seguridade social que abrangia
políticas de previdência, saúde e assistência social, sendo característica desse sistema o
ofertamento de direitos ligados ao trabalho, direitos universais e direitos seletivos.
A partir disso, qualquer cidadão brasileito a partir de 16 anos, trabalhador ou não, poderia
participar do sistema previdenciário, mantendo ainda o princípio de obrigatoriedade de
contribuição para trabalhadores ocupados.
Diferente da saúde e assistência, a previdência manteve seu caráter centralizado, federalizado,
sem que haja espaços de controle social.

3) Fale sobre a relação PROTEÇÃO SOCIAL X DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO.

Desde os anos 1990, com as reformas do Estado em virtude de uma crise estrutural do capital e
a ideologia neoliberal de ajustes e redução do Estado para as políticas públicas, o sistema de
proteção social sofre influências diretas. Ocorre assim redução de gastos públicos essenciais,
desresponsabilização do Estado, intensa lógica de privatização e etc.
Assim o social está sempre subordinado à política econômica e o Estado está para o capital como
um instrumento que propicia e assegura a acumulação.
É dessa forma que se amplia na sociedade brasileira, a partir do desenvolvimento econômico
proposto pelo capital, a mercantilização e privatização da saúde e da previdência e a assistência
como minimizadora da extrema pobreza.
As intensas reformas fragmentam, fragilizam e precarizam assim a proteção social, fazendo um
desmonte de direitos conquistados e garantidos na Constituição.

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