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‘... a competência do Tribunal do Júri no âmbito da Justiça Federal envolve: o processo e julgamento de
crime doloso contra a vida praticado contra funcionário público federal no exercício da função ou em
virtude dela; o processo e julgamento de funcionário público federal que comete crime doloso contra a
vida no exercício da função ou em razão dela; o processo e julgamento de crime doloso contra a vida
ocorrido a bordo de navio ou aeronave, ressalvada a competência da Justiça Militar; e o processo e
julgamento de crime doloso contra a vida envolvendo a disputa sobre direitos indígenas.’’ Disponivel em:
<http://emporiododireito.com.br/backup/a-competencia-do-tribunal-do-juri-federal-por-ricardo-
antonio-andreucci/>
Obs.: este ponto é importante. Há modelos que não fazem qualquer menção à retratação ou ao art. 589 do CPP.
No entanto, numa prova, a FGV fez a seguinte exigência: “Deverá, o examinando, na própria petição de
interposição, formular pedido de retratação (ou requerer o efeito regressivo/iterativo), com fundamento no Art.
589, do CPP.”. Portanto, faça o mais completo possível: peça a retratação e fundamente adequadamente.
Subsidiariamente, caso Vossa Excelência não se retrate, requer o recebimento, o processamento e o
encaminhamento do recurso, com as razões inclusas, ao Tribunal de Justiça do Estado ….
Obs.: há quem peça o encaminhamento das razões ao tribunal do júri. Evidentemente, não é o correto, devendo
o endereçamento ser feito ao TJ ou ao TRF.
Pede deferimento.
Comarca, data.
Advogado.
Obs.: se a prova pedir o último dia de prazo, calcule os 5 dias, e não a soma total dos prazos (7 dias). A data deve
ser mencionada tanto na interposição quanto nas razões – a banca sempre faz esta exigência. Caso o enunciado
não fale em dia da semana, ignore a informação e faça a contagem corrida. Dois exemplos: 1º a intimação se deu
no dia 2, uma sexta-feira. Neste caso, o prazo encerra no dia 9, pois a contagem teve início na segunda-feira; 2º a
intimação se deu no dia 2, sem menção a dia da semana. Nesta hipótese, o prazo encerra no dia 7. Se já tiver
havido interposição, o prazo a ser contado é o de 2 dias, e o art. 588 deverá ser mencionado expressamente.
RAZÕES DE RECURSO EM SENTIDO ESTRITO
RECORRENTE: FULANO.
RECORRIDO: MINISTÉRIO PÚBLICO
Egrégio Tribunal de Justiça,
Colenda Câmara,
Douto Procurador de Justiça,
O recorrente, não conformado com a decisão do Excelentíssimo Sr. Juiz de Direito da … Vara do Júri da Comarca
…, que o pronunciou, requer a sua reforma pelas razões a seguir:
I. DOS FATOS
No dia 25 de janeiro de 2016, no cruzamento das ruas “A” e “D”, o apelante, ao conduzir seu automóvel, atropelou
Sicrano, causando a sua morte.
No momento da colisão, o veículo estava dentro do limite permitido para a via, que é de 50 km/h.
Ao ser submetido ao teste de alcoolemia, descobriu-se que o recorrente havia consumido uma pequena
quantidade de bebida alcóolica. Questionado a respeito ao ser interrogado na delegacia, ele confirmou a
informação, e disse ter bebido apenas um copo de cerveja.
Em razão disso, o Ministério Público o denunciou por homicídio doloso, com fundamento no art. 121 do CP, pois
a embriaguez afastaria automaticamente qualquer possibilidade de culpa, em vez de dolo, na conduta do agente.
O Juiz de Direito da … Vara do Júri concordou com a tese, e pronunciou o apelante pela prática do crime de
homicídio doloso.
Obs.: no tópico “dos fatos”, apenas resuma o enunciado.
II. DO DIREITO
Entretanto, a respeitável sentença de pronúncia não merece prosperar. Embora o apelante tenha bebido na data
dos fatos, a quantidade foi mínima, não suficiente para retirar-lhe plenamente a capacidade de conduzir o
automóvel.
Ainda que os Tribunais Superiores reconheçam que a ingestão de bebida alcoólica pode fazer com que seja
reconhecido o dolo eventual em crimes praticados no trânsito, isso não significa que seja algo automático. A
avaliação deve ser caso a caso.
Portanto, a conduta do apelante melhor se amolda ao crime do art. 302 do Código de Trânsito Brasileiro, praticar
homicídio culposo na direção de veículo automotor, devendo haver a desclassificação. Em consequência disso, é
incompetente o juízo da Vara do Júri para o julgamento do delito, e nulo o processo, conforme art. 564, I, do CPP,
devendo ser remetido ao juiz competente, nos termos do art. 419, “caput”, do CPP.
Obs.: o modelo está bem simples. Na prova, é bem provável que a FGV peça diversas teses ao mesmo tempo.
Tudo o que for dito e fundamentado no tópico “do direito” deve ser repetido no “do pedid o”. É repetitivo e
desnecessário, mas a FGV assim exige.
III. DO PEDIDO
Diante do exposto, requer seja conhecido e provido o recurso, para que ocorra a desclassificação do crime de
homicídio doloso, do art. 121 do CP, para o crime de homicídio culposo na direção de veículo automotor, do art.
302 do CTB. Pede, ademais, em consequência da desclassificação, que o processo seja anulado “ab initio”, com
fundamento no art. 564, I, do CPP, e que seja remetido ao juízo competente, com fundamento no art. 419, “caput”,
do CPP.
Obs.: procure fazer o pedido da forma mais completa possível, com todos os artigos utilizados para fundamentar
a tese. Não se preocupe em ser repetitivo – em verdade, é algo positivo. Se a peça tiver diversas teses, fundamente
uma a uma no pedido.
Pede deferimento.
Comarca, data.
Advogado.
Obs.: se a banca pedir, date a peça no último dia do prazo.