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Europeia

Comissão

Estudo de pequena escala sobre


os modelos
empresariais dos SPE
Junho de 2014

Autores:

Anna Manoudi, Anne Mari Nevala-Hall, Agota Scharle, Marton Csillag, Helen Metcalfe, Claire
Duchemin, Ines Maulart
Estudo de pequeno caso sobre modelos empresariais de SPE
O relatório baseia-se nos contributos fornecidos pelos SPE da UE em resposta aos 2014 SPE.
Questionário, durante o período de março a maio de 2014.
O conteúdo do presente documento não reflete necessariamente a posição ou a opinião da Comissão Europeia ou da ICF GHK.Nem a Comissão

Europeia nem qualquer pessoa/organização que atue em nome da Comissão é responsável pela utilização que possa ser feita de qualquer

informação contida no presente documento.

Índice
Junho de 2014 ................................................................................................................... 1
Índice ................................................................................................................................ 2
Síntese .............................................................................................................................. 2
1 Introdução .................................................................................................................. 2
2 Metodologia ............................................................................................................... 2
3 Características do Modelo de Empresa do PSE ............................................................. 3
3.1 Modelos organizacionais dos SPE ...............................................................................................................3
3.1.1 Autonomia e descentralização............................................................................... 3
3.1.4 Exercício de funções, parcerias e gestão da informação ....................................... 5
3.2 Recursos do PSE .............................................................................................................................................6
3.2.1 Recursos financeiros ............................................................................................. 6
3.2.2 Recursos humanos ................................................................................................. 7
3.3 Clientes/clientes e serviços ..............................................................................................................................7
3.3.1 Candidatos a emprego ........................................................................................... 7
3.3.2 Casloads ................................................................................................................ 9
3.3.3 Empregadores ........................................................................................................ 9
3.3.4 Outros clientes ..................................................................................................... 10
3.3.5 Integração do emprego e da prestação de prestações .......................................... 10
3.4 Políticas ativas do mercado de trabalho ........................................................................................................11
3.4.1 Prazos para a prestação de serviços aos clientes nas diferentes fases de
intervenção ........................................................................................................................ 12
3.5 Ofertas de emprego .......................................................................................................................................13
3.5.1 Correspondência entre oferta e procura — quota de mercado dos SPE ............. 13
4 Análise do papel dos SPE na implementação da Garantia para a Juventude ...............14
4.1 O papel dos SPE na Garantia para a Juventude ...........................................................................................15
4.1.1 Papel na gestão e coordenação da Garantia para a Juventude ............................ 15
4.1.2 O papel global dos SPE na implementação da Garantia para a Juventude e
medidas conexas................................................................................................................ 16
4.1.3 O papel dos SPE no contacto com os NEET....................................................... 18
4.1.4 O papel de garantia da qualidade das ofertas aos jovens .................................... 21
4.1.5 O papel dos SPE no âmbito da parceria mais vasta no âmbito da Garantia para a
Juventude .......................................................................................................................... 22
4.2 primeiras indicações sobre o efeito da Garantia para a Juventude nos SPE ....................................................23

5 Conclusões ................................................................................................................24
Anexo 1 Referências .........................................................................................................27
Estudo de pequeno caso sobre modelos empresariais de SPE

Lista de acrónimos

ADEM — L’Agence pour le Desenvolvimento de l’emploi (Serviço Público de Emprego no Luxemburgo)

Políticas ativas do mercado de trabalho — Política ativa do mercado de trabalho

BE-Actiris (Serviço Público de Emprego da Bélgica na região de Bruxelas)

BE-Le Fom (Serviço Público de Emprego da Bélgica para a Valónia)


Be- VDAB — Vlaamse Dienst voor Arbeidsbemiddeling en Beroepsoleiding (Serviço Público de Emprego belga da
Flandres)

FSE — Fundo Social Europeu

EUIF — Fundo de Seguro de Desemprego da Estónia

HRDOP — Programa operacional para o desenvolvimento dos recursos humanos

IAP — Plano de Ação Individual

Jovens que não trabalham, não estudam e não seguem uma formação — ONG ligadas ao emprego ou à

formação — OHP — Organizações Não Governamentais — Details Labour Detachments (Polónia)

PSE — Serviço Público de Emprego AEmprego — Serviço Público de Emprego em França PME — Pequenas e

médias empresas GJ — Garantia para a Juventude

YGIP — Plano de implementação da Garantia para a Juventude

i
Estudo de pequeno caso sobre modelos empresariais de SPE

Síntese
Tendo em conta os desafios gerados pelos mercados de trabalho transitórios, os SPE devem prosseguir uma
política de ativação com resultados sustentáveis, tal como indicado no documento de 2020 da Estratégia para os
Serviços Públicos de Emprego (SPE).Ao mesmo tempo, os SPE têm de se centrar mais no lado da procura do
mercado de trabalho, uma vez que os empregadores enfrentam crescentes dificuldades de recrutamento. Além
disso, com a introdução da Garantia para a Juventude, os SPE têm de adaptar o seu modelo de negócio para
responder aos desafios do desemprego dos jovens e cooperar e ajudar a coordenar os esforços de uma série de
intervenientes. O objetivo deste estudo é analisar de que forma os SPE são organizados, as suas principais
tarefas, o âmbito das suas competências, os clientes e os serviços e a medida em que os SPE estão a adaptar o
seu modelo de negócio para responder a estes requisitos. O estudo visa fornecer uma base de informação para
apoiar o trabalho da recém-criada rede de SPE da UE.Baseia-se na análise das informações fornecidas por 30
serviços públicos de emprego através de um questionário concluído entre fevereiro e maio de 2014.

A primeira componente dos diferentes modelos de organização é a de saber se os SPE são juridicamente
autónomos do governo, ou seja, se são agências executivas (geralmente sob o controlo direto do Ministério do
Trabalho) ou organismos públicos autónomos. A segunda dimensão dos modelos de organização é a
descentralização dos níveis das organizações dos SPE.A terceira dimensão dos modelos organizacionais diz
respeito à questão de saber se os parceiros sociais têm ou não um papel de supervisão nos SPE.

A estrutura de gestão dos SPE está em grande medida relacionada com as três dimensões acima descritas: isto
é, a relação com o governo, a descentralização e a participação dos parceiros sociais. Podem distinguir-se três
grandes classes de estruturas de gestão: países em que os SPE fazem parte de um ministério ou são uma
agência de execução governamental; países com tradições de Estado de bem-estar baseadas em seguros, em
que os SPE são uma instituição pública autónoma; e os países com uma estrutura de gestão altamente
descentralizada (localmente).

Os objetivos de desempenho adotados pelos SPE podem ser classificados em duas dimensões: se se trata de
indicadores de resultados (por oposição a indicadores de processos ou de atividade) e se são
específicos/quantitativos (por oposição a uma declaração geral sobre o objetivo).Nove países utilizam objetivos de
desempenho quantitativos baseados nos resultados, que podem contribuir para níveis mais elevados de
responsabilização.

Em termos da combinação de recursos financeiros dos SPE, os padrões observados são que nos países onde o
orçamento do SPE inclui prestações de desemprego ou pagamentos de subsídios de desemprego, as
contribuições para a segurança social tendem a ser a principal fonte de financiamento e o FSE desempenha uma
parte importante do orçamento do SPE, especialmente nos novos Estados-Membros.
A percentagem de pessoal que trabalha nos serviços regionais/locais está diretamente relacionada com a
organização institucional e a hierarquia dos SPE, bem como com a dimensão do território mantido. Na grande
maioria dos casos, 65 % ou mais do pessoal foi empregado por delegações regionais/locais. Verificou-se também
que, em quase todos os SPE, 65 % ou mais do pessoal trabalha em contacto direto com os clientes (com a
notável exceção de CZ e MT).Em termos de «profundidade» dos serviços, a carga de trabalho dos clientes da
linha da frente varia entre 928 clientes por ano na Eslováquia e 135 clientes por ano na Alemanha.

No que se refere à base de clientes dos SPE, os SPE em toda a UE estão cada vez mais centrados na ativação
de grupos difíceis de chegar aos grupos, em vez de apenas prestarem serviços à clientela tradicional dos
desempregados que solicitam prestações de desemprego. Com base nas respostas ao questionário, as práticas
de avaliação não são generalizadas em todos os SPE: 19 comunicaram que efetuam a avaliação dos serviços
prestados aos desempregados sob uma forma, mas oito SPE ainda não estabeleceram culturas de avaliação em
vigor.

Os SPE entram regularmente em contacto com os empregadores através do registo de ofertas de emprego e, em
todos os países, prestam informações gerais sobre as possibilidades de recrutamento, a disponibilidade de
subsídios salariais, etc. um total de 20 SPE também presta assistência aos empregadores no que diz respeito às
tarefas em matéria de recursos humanos, incluindo pré-seleção de (desempregados) candidatos a emprego,
aconselhamento geral sobre práticas de recrutamento ou apoio à formação dos trabalhadores. Todos os SPE
utilizam alguma forma de segmentação dos seus clientes, em geral

1 COM (2013) 430 final, Decisão do Parlamento Europeu e do Conselho relativa à cooperação reforçada entre os

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Estudo de pequeno caso sobre modelos empresariais de SPE

serviços públicos de emprego, Bruxelas, 17.06.2013, com base na indústria, na região ou na dimensão, mas
apenas um pequeno número oferece serviços específicos a grupos específicos de empregadores; 19 SPE
avaliam a eficácia dos seus serviços prestados aos empregadores.
Em termos de outros clientes, a obrigação de alguns grupos de beneficiários de prestações sociais se registarem
nos SPE é um método alternativo de garantir que também podem ser visados por serviços de ativação e 13 SPE
declararam que utilizam esta oportunidade para chegar a uma população muito maior de pessoas não
empregadas do que as pessoas elegíveis para o subsídio de desemprego. No entanto, a integração dos SPE e
das agências de segurança social não é universal: os subsídios de desemprego não são administrados por 12
serviços públicos de emprego.

O estudo analisou também as respostas dos SPE em relação ao papel dos SPE na implementação da Garantia
para a Juventude. As principais conclusões são que os SPE são intervenientes centrais na implementação da
Garantia para a Juventude em quase todos os países da UE.De acordo com as respostas dos serviços públicos
de emprego, os SPE são o principal prestador de serviços da Garantia para a Juventude e são responsáveis pela
coordenação da parceria pertinente em 13 países da UE.O Ministério do Trabalho tende a responsabilizar a
gestão e a coordenação na maioria dos restantes países.

De acordo com os questionários dos serviços públicos de emprego, os SPE são o principal organismo de
execução e/ou recurso da Garantia para a Juventude na maioria dos países, mesmo quando não detêm a
responsabilidade geral de gestão, ou são um parceiro fundamental na prestação de aconselhamento, apoio à
procura de emprego e/ou políticas ativas do mercado de trabalho.

O impacto da Garantia para a Juventude nos serviços dos SPE na maior parte dos países diz respeito a uma
melhoria/adaptação da oferta para ter mais em conta as necessidades dos jovens. Em cerca de metade dos
países que responderam, o SPE recrutou, atribuiu e/ou formou pessoal para trabalhar exclusivamente com a base
de clientes da Garantia para a Juventude. Por último, alguns países estão a realizar uma reorganização dos seus
serviços específicos para a juventude (BE-Actiris, HR, IT), ao passo que outros estão a introduzir novas medidas
ativas do mercado de trabalho (por exemplo, BE-Le Fom, CZ, HR, EE, EL, IT, PT, SI), tais como clubes de
emprego, e subsídios aos empregadores.

As «Core» intervenções dos SPE em relação à implementação da Garantia para a Juventude incluem a prestação
de orientações personalizadas, a avaliação individual das necessidades, a cooperação com os empregadores
para integrar os jovens no mercado de trabalho e os regimes de incentivos ao empregador. As intervenções
comuns dos SPE (na maioria dos Estados-Membros) incluem: programas de reintegração em contexto escolar
(serviços de encaminhamento, trabalho proativo em escolas e instituições de formação); e subsídios aos jovens
estagiários e aos trabalhadores, incluindo o apoio financeiro aos aprendizes. Além disso, alguns países (por
exemplo, ES, IT, MT, PT) também oferecem outras medidas, como o apoio prático e/ou financeiro a aspirantes a
empresários jovens.

Tendo em conta os elementos fundamentais da modernização dos SPE, tal como salientado no documento de
resultados da estratégia do SPE para 2020, o estudo identifica alguns domínios de progresso. Quase dois terços
dos SPE (19 em 30) referem ter um papel de coordenação principal para estimular a cooperação e a inovação
dos intervenientes no mercado de trabalho. Mais de metade do relatório do PSE refere que acompanham
regularmente a estrutura da procura de mão de obra, os requisitos em matéria de competências, a combinação de
ofertas de emprego e a sua relação com a composição dos candidatos a emprego. São oferecidos novos serviços
aos empregadores em 17 países. Por último, mas não menos importante, existe uma tendência observável para a
adoção de metas baseadas em resultados, que asseguram a responsabilização.

3
Estudo de pequeno caso sobre modelos empresariais de SPE

1 Introdução
A modernização dos serviços públicos de emprego (SPE) foi um elemento essencial da Estratégia
Europeia de Emprego. A reestruturação está em curso, uma vez que os SPE têm de adaptar
continuamente o seu papel para responder aos desafios do mercado de trabalho decorrentes de choques
económicos, mas também de alterações demográficas e tecnológicas. Todos os SPE europeus
aprovaram uma estratégia comum que descreve as alterações necessárias no papel e na função dos
SPE, a fim de contribuir para o cumprimento dos objetivos da UE para 2020 no documento de estratégia
dos SPE para 2020.

O documento de estratégia do SPE para 2020 afirma que os SPE devem seguir uma política de ativação
com resultados sustentáveis, tendo em conta os desafios gerados pela evolução dos mercados de
trabalho que exige um aumento das capacidades de integração e adaptação. Ao mesmo tempo, os SPE
têm de se centrar mais no lado da procura do mercado de trabalho, uma vez que os empregadores
enfrentam crescentes dificuldades de recrutamento. Além disso, com a introdução da Garantia para a
Juventude, os SPE têm de adaptar o seu modelo de negócio para responder aos desafios do
desemprego dos jovens e cooperar e ajudar a coordenar os esforços de uma série de intervenientes
através de um papel de direção.
3
O estudo é uma atualização do estudo anterior sobre os modelos empresariais dos SPE, realizado em
2011, com o objetivo de obter uma visão atualizada dos modelos organizativos e de financiamento dos
SPE, níveis de recursos humanos, combinação de serviços prestados aos clientes, e examinar em que
medida os SPE estão a adaptar o seu modelo de negócio para responder à evolução dos requisitos e dos
desafios do mercado de trabalho. O estudo fornecerá igualmente uma base de informação para apoiar o
trabalho da recém-criada rede de SPE a nível da UE1234.

O exercício de atualização visa finalmente obter informações adicionais sobre o papel dos SPE na
implementação da Garantia para a Juventude.

O presente estudo é composto por:


1. O atual «Estudo de pequena escala de 2014 sobre os modelos empresariais dos SPE».
2. Um total de 30 fichas por país que destacam mais pormenorizadamente as características de cada
SPE.
2 Metodologia
O estudo baseia-se em informações recolhidas através de um questionário enviado aos SPE em
fevereiro de 2014. Antes do lançamento, o questionário foi pilotado por um pequeno número de SPE (AT,
DE e UK).O questionário era composto por nove secções, a seguir enumeradas:

1. Modelo de organização de base


2. Modelo de financiamento
3. Recursos humanos
4. Integração dos serviços de emprego e da prestação de serviços de emprego
5. Clientes/clientes
6. Tipos e métodos de prestação de serviços
7. Apoiar os jovens
8. Ofertas de emprego, quota de mercado e desempenho

Contribuição dos serviços1 públicos de emprego para a UE 2020:Documento de Estratégia do SPE para 2020,
disponível em: http://ec.europa.eu/social/main.isp?catId=105&lanaId=en
2 os resultados do estudo de 2011 estão disponíveis em:

http://www.mobilitypartnership.eu/Documents/SS1 (20 % — 20 — modelos Final.pdf)


Decisão3 573/2014/UE do Parlamento Europeu e do Conselho, de 15 de maio de 2014, sobre o reforço da
cooperação entre os serviços públicos de emprego (SPE).Disponível em:Http://eur-lex.europa.eu/legal-
content/EN/TXT/? URI = urgierv: OJ.L.2014.159.01.0032.01.ENG
4 a Garantia para a Juventude refere-se ao convite do Conselho aos Estados-Membros da UE para assegurar que

todos os jovens com menos de 25 anos recebam uma boa oferta de emprego, educação contínua, oportunidades de
aprendizagem ou estágio no prazo de quatro meses após terem terminado o ensino formal ou terem ficado
desempregados.

2
Estudo de pequeno caso sobre modelos empresariais de SPE

9. Políticas ativas do mercado de trabalho


Todos os SPE da UE enviaram questionários preenchidos.5A qualidade das respostas foi geralmente
elevada, mas as respostas a algumas perguntas revelaram-se mais problemáticas do que outras, por
exemplo, questões relacionadas com as fontes de financiamento e a parte de mercado. O
acompanhamento foi efetuado com os países a fim de obter informações tão precisas e tão atuais quanto
possível, sempre que surjam questões em termos de clareza dos dados.

Foi acrescentada ao estudo atualizado uma secção sobre o papel dos SPE na implementação da
Garantia para a Juventude, tendo em conta o crescente envolvimento dos SPE na implementação da
Garantia para a Juventude.

Os capítulos que se seguem apresentam um resumo dos resultados dos questionários preenchidos pelos
SPE.Os resultados agregados das respostas são apresentados na secção 3 e a análise do papel dos
SPE na Garantia para a Juventude pode ser consultada na secção 4.

É importante notar que a análise dos resultados tem algumas limitações, uma vez que a análise depende
das respostas dadas pelos SPE.Inevitavelmente, as respostas variaram em termos de atualidade,
qualidade, nível de pormenor fornecido, mas também em termos da forma como os SPE recolhem dados
em diferentes formatos (por exemplo, através de métodos diferentes ou utilizando definições
diferentes).Em alguns casos, os SPE utilizam definições diferentes, o que torna a comparabilidade dos
dados particularmente difícil (por exemplo, para estimar a quota de mercado dos SPE).Estes fatores
limitam a comparabilidade das respostas entre os diferentes países.

3 Características do Modelo de Empresa do PSE


3.1 Modelos organizacionais dos SPE
3.1.1 Autonomia e descentralização
Embora tenha havido muito poucas alterações nos últimos três anos em termos da estrutura organizativa
dos SPE, é importante rever os principais aspetos dos modelos organizacionais dos SPE 6.

A primeira dimensão dos diferentes modelos de organização é a de saber se os SPE são


juridicamente autónomos do governo, ou seja, se são agências executivas (geralmente sob o
controlo direto do Ministério do Trabalho) ou organismos públicos autónomos.Na prática, a
diferença crucial entre os dois é que, embora as agências de execução realizem as políticas definidas
pelo governo, os SPE que são autónomos podem propor políticas no âmbito das orientações definidas
pelo governo.

A grande maioria dos SPE é uma agência executiva (por exemplo, BG, CZ, HU, LT, UK), geralmente sob
a alçada do ministério nacional responsável pela política de emprego. As agências de execução estão
frequentemente associadas a processos centralizados de tomada de decisões e de desempenho
administrativo.

Por outro lado, os organismos públicos autónomos (por exemplo, AT, DE, EL, FI, SE) caracterizam-se por
decisões autónomas, autonomia financeira e responsabilização com base em obrigações contratuais. No
entanto, estes elementos surgem igualmente nos países onde os SPE são agências de execução através
da descentralização política e de gestão (por exemplo, BE, DK, ES).

A segunda dimensão dos modelos de organização é a descentralização dos níveis das


organizações dos SPE.Trata-se de saber se a conceção e a aplicação das políticas do mercado de
trabalho são efetuadas de forma autónoma ao nível regional ou local (municipal).Naturalmente, a
descentralização dos serviços públicos de emprego está estreitamente relacionada com a participação
dos governos regionais (municipais) no processo de tomada de decisões em matéria de política do
mercado de trabalho. O que, por sua vez, está relacionado com a descentralização política e de
governação.

A terceira dimensão dos modelos organizacionais diz respeito à questão de saber se os

5
tal inclui 28 Estados-Membros da UE, incluindo três serviços de emprego na Bélgica (Actiris, Le Fom e VDAB).
6 convém ter presente que os modelos de organização influenciam largamente os sistemas de governação dos
SPE, ou seja, a complexidade de (a) os agentes definidos e em que domínios, (b) determina os orçamentos das
ferramentas para atingir estes objetivos, (c) como são atribuídos os recursos e (d) como são os diferentes agentes
responsáveis pelas suas ações.

3
Estudo de pequeno caso sobre modelos empresariais de SPE

parceiros sociais têm ou não um papel de supervisão nos SPE.

Importa destacar dois exemplos de modelos de organização interessantes, que diferem de acordo com
as três dimensões acima mencionadas.

Em França, o serviço público de emprego (SPE) é uma instituição pública autónoma e os seus
principais objetivos são definidos por um acordo tripartido entre o governo, os SPE e o Fundo de
desemprego. O Conselho de Administração toma as decisões de gestão do Polo em que o governo, os
sindicatos e as organizações patronais têm igual representação. Embora os SPE regionais elaborem as
estratégias regionais sob a supervisão do diretor dos SPE, a tomada de decisões dos SPE é do topo
para a base, com um elemento de autonomia regional. No entanto, o nível inferior (o condado e
local) não tem autonomia financeira e de gestão limitada. A responsabilidade é assegurada por um
sistema de controlo administrativo complexo. Mais especificamente, a distribuição de atividades entre os
diferentes níveis ocorre em conformidade com o princípio da subsidiariedade. A nível nacional, o
Emprego para o Polo é essencialmente responsável pela conceção e desenvolvimento de políticas
nacionais funcionais, pela aplicação de alguns aspetos dessas políticas e pela avaliação dos resultados.
O nível regional é responsável pelo desenvolvimento da estratégia regional em conformidade com as
políticas nacionais, mas adaptando-os às necessidades regionais. O nível territorial assegura a
adaptação da estratégia regional às especificidades do território. O nível local está no centro da
prestação de serviços aos clientes (candidatos a emprego, beneficiários ou empregadores) que
representam as suas atividades principais.

Ao contrário deste modelo, os SPE na Polónia operam de forma descentralizada. Os principais


objetivos dos SPE são definidos pelo Ministério do Trabalho e da Política Social e o Ministério distribui os
recursos financeiros do Fundo de Emprego entre as regiões. Os SPE provinciais dependem do nível de
governo — com os diretores dos SPE regionais nomeados pelo chefe do governo provincial — e
propõem políticas de trabalho após consulta do governo provincial, dos conselhos distritais e dos
parceiros sociais; o Ministro do Trabalho desempenha, por conseguinte, um papel de coordenação num
modelo regionalmente descentralizado. Do mesmo modo, a nível distrital, os SPE também fazem parte
da administração distrital e aplicam as políticas propostas pelos SPE a nível provincial com uma
autonomia considerável em questões financeiras e de gestão.Neste modelo, o desempenho dos
SPE é supervisionado pelo conselho provincial, que, em última instância, é politicamente responsável.

3.1.2 Estruturas de gestão


A estrutura de gestão dos SPE está em grande medida relacionada com as três dimensões dos modelos
organizacionais debatidos acima: relação com o governo, a descentralização e, em menor medida, a
participação dos parceiros sociais.

Podem distinguir-se três grandes classes de estruturas de gestão:


■ Países em que os SPE fazem parte de um ministério (por exemplo: IE, UK) ou é uma agência de
execução governamental (por exemplo: HU, SE).Nestes casos, a tomada de decisões é altamente
centralizada e os parceiros sociais não têm qualquer função de supervisão.

■ Países com tradições de Estado-providência baseadas em seguros, em que os SPE são uma
instituição pública autónoma. Nestes casos, a estrutura de gestão é complexa com os conselhos de
administração no centro e com diferentes níveis de tomada de decisões a nível local. A gestão do
Emploi (FR) é um bom exemplo deste modelo. As principais decisões são tomadas pelo diretor
executivo e pelo conselho de administração, com uma auditoria financeira e um comité de avaliação
das políticas (composto por peritos externos), fornecendo análises e recomendações para ajudar o
processo de tomada de decisões. Ao mesmo tempo, a supervisão é realizada por um comité de
acompanhamento que assegura o cumprimento dos objetivos das convenções trienais. As decisões
a nível regional e territorial são também tomadas por um conselho de administração.

■ Países com uma estrutura de gestão altamente descentralizada (localmente).A estrutura de gestão
dos SPE nesta categoria diverge ligeiramente dos modelos acima descritos. Por exemplo, como já
mencionado no caso da Polónia, os SPE fazem parte da autonomia administrativa provincial
(regional) e, como tal, sob o controlo direto do governador da província. Os parceiros sociais
participam nos conselhos locais do mercado de trabalho, que desempenham um papel consultivo.

3.1.3 Objetivos e objetivos de desempenho


Todos os SPE europeus partilham o mesmo conjunto de objetivos básicos: redução da taxa de

4
Estudo de pequeno caso sobre modelos empresariais de SPE

desemprego; mais emprego; e assegurar a adequação entre a oferta e a procura de mão de obra, para
que os candidatos a emprego encontrem um emprego adequado.

Embora um grande número de SPE não especifique objetivos para além destes objetivos básicos, podem
ser identificadas algumas pequenas diferenças nos objetivos dos SPE.Há quatro tipos gerais de políticas
e metas estipuladas. Em primeiro lugar, vários SPE prestam especial atenção aos grupos mais afastados
do mercado de trabalho, incluindo os candidatos a emprego mais jovens ou mais velhos, as pessoas com
deficiência e os desempregados de longa duração (por exemplo: CZ, DK, PL, SE, UK).O segundo tipo de
objetivo consiste no desenvolvimento ou reforço de políticas ativas do mercado de trabalho,
nomeadamente programas de ativação (UK) ou programas de formação profissional (ES, PT).Em terceiro
lugar, é dada prioridade a um aumento geral da eficácia e da eficiência em FR, IT, LT.Por último, alguns
SPE mencionam o pagamento de prestações não profissionais adequadas, a fim de evitar a exclusão
social (por exemplo, NL).
Tal como já identificado no estudo de 2011, a participação dos gabinetes locais e regionais na fixação de
objetivos e no acompanhamento do desempenho tende a ser mais desenvolvida nos casos em que os
SPE são relativamente independentes das administrações públicas.

Entre 2011 e 2014, a definição de objetivos e a gestão por objetivos tornaram-se métodos de
gestão central para os organismos públicos modernos. No entanto, embora quase todos os SPE
utilizem anualmente objetivos de desempenho, existem grandes variações no número, tipo e conteúdo
desses objetivos7.

Os objetivos de desempenho adotados pelos SPE podem ser classificados em duas dimensões:
■ Se se trata de indicadores de resultados (por oposição a indicadores de processos ou de atividade);
e ainda

■ Se estes são específicos/quantitativos (por oposição a uma declaração geral sobre o objetivo).

Por exemplo, um objetivo geral baseado em atividades é «recolher mais dados sobre os candidatos a
emprego», ao passo que um objetivo quantitativo baseado nos resultados é «30 % dos novos
requerentes de prestações por incapacidade devem ser colocados no mercado de trabalho no prazo de
um ano».

Os tipos de objetivos de desempenho adotados pelos diferentes SPE estão resumidos no quadro infra.
Quadro 3.1 Objetivos de desempenho dos SPE
Objetivos em matéria Objetivos do
Resultados e objetivos do
de resultados processo/da atividade
processo
BE-Actiris, BE-Le
Objetivos gerais FOREM, CZ ES, EL,
HR
Objetivos quantitativos AT, CY, DE, EE, FI, HU, SE
Dez. NL, PT, RO, UK
IT, LV, LT
Objetivos gerais e BE-VDAB, BG, DK,
quantitativos FR, IE, SI

Os padrões acima referidos são importantes, uma vez que os objetivos de desempenho quantitativo
baseados em resultados podem contribuir para níveis mais elevados de responsabilização e eficácia das
atividades dos SPE.

3.1.4 Exercício de funções, parcerias e gestão da informação


A missão dos SPE, tal como definida na estratégia do SPE para 2020, indica que a realização de
esforços implica estimular os agentes do mercado de trabalho a cooperar e inovar, colaborando
estreitamente com um vasto leque de parceiros. A maioria dos SPE inquiridos (21 em 30) declarou que
têm um papel de coordenação principal (função de condução) para estimular os intervenientes no
mercado de trabalho a cooperar e inovar. Sete países (DE, HU, IE, LV, NL, PT, SK) responderam que
não têm esse papel, ao passo que os SPE da Eslovénia responderam que «em parte» têm este tipo de
papel.

Os SPE têm parcerias com um grande número de outras organizações. Estas inserem-se nas seguintes

7 só os SPE que declararam não ter objetivos específicos foram SK

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Estudo de pequeno caso sobre modelos empresariais de SPE

categorias principais:

■ Governos regionais e locais;


■ Instituições de formação;

■ Prestadores de serviços sem fins lucrativos e com fins lucrativos;

■ Grandes empregadores e organizações de empregadores.


Em primeiro lugar, em todos os países europeus, os SPE locais realizam as suas políticas de mercado de
trabalho com o acordo (e, por vezes, cofinanciado pelos) governos locais, a fim de assegurar que estas
políticas são mais consentâneas com as necessidades locais. Em segundo lugar, uma vez que a (re)
formação profissional dos candidatos a emprego não é integrada nos SPE, é necessário cooperar com os
prestadores de formação, geralmente através de procedimentos de concurso ou de sistemas de cupões.
Do mesmo modo, o aconselhamento e a ativação complexa de dificuldades de colocação de candidatos
a emprego são também subcontratados a organizações especializadas sem fins lucrativos. Por último, os
SPE estabelecem, muitas vezes, acordos com grandes empregadores (ou associações patronais), a fim
de assegurar a aprendizagem para os jovens candidatos a emprego, o rastreio dos candidatos a
emprego ou o diagnóstico das futuras evoluções do mercado de trabalho e das necessidades de
formação. Embora o inquérito não forneça informações específicas sobre a forma como a qualidade de
cada parceria é assegurada, a maioria dos SPE confirma que, para as instituições de formação e os
prestadores externos, são estabelecidas e executadas normas mínimas e objetivos baseados em
resultados.

A coordenação das várias atividades dos SPE exige um elevado nível de partilha de informações, o
acompanhamento dos progressos dos candidatos a emprego no sistema dos SPE (e ofertas de emprego)
conduz a enormes necessidades de recolha de dados. O inquérito só pode fornecer uma imagem parcial
da gestão destas questões. Embora os SPE procedam à compilação e ao armazenamento de uma
grande quantidade de informação sobre os candidatos a emprego, é menos claro de que forma as
informações acessíveis sobre as histórias profissionais dos candidatos a emprego, as ferramentas de
definição de perfis, etc., são destinadas aos funcionários que procuram obter um perfil durante as
operações do quotidiano. Os SPE também recorrem cada vez mais a sítios Web (juntamente com os
meios tradicionais de linhas telefónicas diretas, reuniões de informação, meios de comunicação
impressos, etc.) para partilhar informações sobre as atividades da organização no exterior. Vários SPE
também comunicaram a utilização das redes sociais para promover as suas atividades (por exemplo, BE-
Le Fom8); outros desenvolveram também aplicações móveis para que os candidatos a emprego
disponham de informações facilmente disponíveis sobre ofertas de emprego (por exemplo, BE-VDAB,
FR, SE).Além disso, o serviço automático em linha faz parte integrante da abordagem multicanais de
vários SPE (por exemplo, EE, NL, SE).

3.2 Recursos do PSE


3.2.1 Recursos financeiros
Em termos da combinação de recursos financeiros dos SPE, as duas principais fontes de financiamento
dos SPE são o financiamento público ou público e as contribuições para a segurança social.
Normalmente, nos países em que os SPE são responsáveis pelo pagamento do desemprego e de outras
prestações sociais, as contribuições para a segurança social financiam a maior parte do orçamento do
SPE e, regra geral, o governo faz parte do orçamento do SPE para cobrir as despesas. Por último, em
muitos dos Estados-Membros «mais recentes», o FSE é uma importante fonte de financiamento.
Analisando esta questão mais em pormenor, surgem os seguintes padrões:

■ O governo ou o financiamento público abrange a grande maioria (85 % ou mais) do orçamento do


SPE em: BE-Actiris, BE- Le Fom, BE-VDAB, DK, FI, SE, SI, SK, UK;

■ As contribuições para a segurança social são a fonte dominante de financiamento (80 % ou mais)
em: AT, DE, EE, IE, NL, RO; além de constituir mais de metade dos recursos financeiros dos SPE
em EL (67 %), FR, LT (ambos 60 %), PT, ES (ambos 55 %);
■ Os fundos sociais europeus são a maior fonte de financiamento na LV (85 %); desempenha um
papel importante em PT (40 %), LT e MT (ambos com 30 %); embora o FSE tenha uma importância

8 BE-Le Fom tem uma forte política de redes sociais que utiliza a publicação diária na sua página no Facebook para
chamar a atenção para as atividades, particularmente difíceis de preencher e para os serviços em linha dos SPE.

6
Estudo de pequeno caso sobre modelos empresariais de SPE

menor em SI (15 %) e SK (10 %).

Como já referido no estudo de 2011, é difícil proceder a uma análise comparativa dos dados das
despesas, a menos que as despesas possam ser discriminadas por função pormenorizada. Há dois
fatores importantes que devem ser tidos em conta. Em primeiro lugar, quando o desemprego e outros
benefícios são pagos a partir dos orçamentos dos SPE, representam geralmente uma grande parte do
total, distorcendo as comparações com os países onde estes não são incluídos e que dominam as
alterações ao longo do tempo. Em segundo lugar, existem diferenças entre os países para determinar se
as despesas com medidas ativas do mercado de trabalho (por exemplo) financiadas pelo FSE são
contabilizadas no orçamento do SPE.

Tendo em conta as limitações acima referidas, observamos os seguintes padrões.


A análise dos dados fornecidos por 27 SPE em 2012 e 2013 revela um aumento das despesas em 2013
para a maioria (19) em comparação com 2012. Para 11 SPE, as despesas aumentaram mais de 10 %,
enquanto para outras 8 despesas dos SPE aumentaram menos de 10 %, e para quase um terço (6
serviços públicos de emprego), as despesas aumentaram menos de 5 % em relação a 2012.

3.2.2 Recursos humanos


Os SPE foram convidados a fornecer informações sobre os seus recursos humanos aos diferentes níveis
de organização (por exemplo, central, regional e local) e identificaram a percentagem de pessoas que
prestam serviços diretamente (candidatos a emprego e/ou empregadores).A percentagem de pessoal
que trabalha nos serviços regionais/locais está diretamente relacionada com a organização
institucional e a hierarquia dos SPE, bem como com a dimensão do território mantido. Na grande maioria
dos casos, 65 % ou mais do pessoal foi empregado por delegações regionais/locais.

Verificou-se também que, em quase todos os SPE, 65 % ou mais do pessoal trabalham em contacto
direto com os clientes. As exceções notáveis são CZ; BE-Actiris, DK, MT e PL, com uma proporção
inferior à média do pessoal que gere diretamente os clientes.

Os dados de 2013 mostram que existe uma variação considerável entre os SPE na proporção do pessoal
diretamente envolvido no serviço de assistência aos clientes; esta percentagem varia amplamente entre
35 % (CZ) e mais de 85 % (SK, NL e AT).No total, 24 SPE forneceram estas informações, com uma
média de 69 % de pessoal de primeira linha por SPE.

A tendência de dar prioridade ao pessoal de primeira linha parece ter continuado nos últimos quatro
anos. Um quarto dos SPE (6 de um total de 23) aumentou a percentagem do seu pessoal que presta
serviços diretamente aos clientes em mais de 25 % e mais 10 dos SPE aumentaram esse pessoal até
10 %.Os aumentos percentuais mais elevados registaram-se em Malta, enquanto a República Checa
registou a percentagem mais elevada de diminuição do pessoal que serve diretamente os clientes entre
2012 e 2013.

Em termos de «profundidade» dos serviços ou da atenção dedicada aos clientes, a carga de trabalho é
analisada na secção 3.3.2

Entre 2012 e 2013, vinte e cinco SPE comunicaram alterações no número de efetivos. Os efetivos
aumentaram em dois terços (16) dos SPE em 2013 e diminuíram um terço (9) em 2013. Nos casos em
que estão disponíveis dados semelhantes para ambos os anos (17 SPE), mostra que, na sua maioria, a
escala das alterações de pessoal não foi exaustiva.

As razões para o aumento dos efetivos dos SPE em 2013 foram variadas. O requisito de pessoal
adicional foi principalmente impulsionado pela necessidade de poder responder de forma mais eficaz ao
aumento do número de desempregados registados nos SPE (por exemplo, da Croácia) ou de uma
ligação mais eficaz com os empregadores (por exemplo, a República Checa).Os cortes gerais no
financiamento da administração central e do pessoal de serviço público foram frequentemente citados
como a principal razão para a redução do pessoal dos serviços públicos de emprego em 2013. Esta foi a
experiência dos SPE em SE, IE, SI e BE-VDAB.

3.3 Clientes/clientes e serviços


3.3.1 Candidatos a emprego
Em toda a UE, os SPE estão cada vez mais centrados na ativação de grupos difíceis de chegar aos
grupos, em vez de apenas prestarem serviços à clientela tradicional dos desempregados que solicitam
prestações de desemprego. Em consequência, um grande número de segmentos de SPE não

7
Estudo de pequeno caso sobre modelos empresariais de SPE

empregados em grupos específicos e lhes oferecem programas adaptados às suas necessidades. Nesta
secção, apresenta-se uma breve panorâmica da categorização mais utilizada pelos serviços públicos de
emprego. No entanto, em muitos casos, as informações fornecidas pelos SPE sobre a forma como
classificaram as não utilizadas eram insuficientes.

As categorias mais amplamente utilizadas foram as seguintes:

10 Tal pode ser explicado pelo facto de os SPE checos terem assumido funções de outras autoridades públicas em
2012 e de um grande número de funcionários dos SPE ter de ser transferido para essas tarefas em oposição ao
serviço de assistência a candidatos a emprego diretamente como pessoal de primeira linha.
■ Elegível para as prestações de desemprego;
■ Idade: jovens e candidatos a emprego mais velhos;

■ Desempregados de longa duração;

■ Deficientes de saúde/deficientes.
Além disso, alguns SPE também registam grupos mais específicos. Estes incluem os migrantes legais
(AT), as mulheres que regressam da licença de maternidade (BG, IE), os ex-toxicodependentes (LV) e os
ex-infratores (EE).

É atualmente uma prática aceite que os clientes considerados mais difíceis de colocar, após uma
entrevista inicial, recebem mais apoio intensivo do seu conselheiro. Esta prática foi recentemente
formalizada em alguns países. Por exemplo, tanto em França como na Irlanda (em FR é utilizada uma
entrevista de rastreio, enquanto na IE é utilizado um modelo de caracterização estatística), os candidatos
a emprego dividem-se em três grupos e os SPE são formalmente obrigados a fornecer diferentes tipos de
serviços aos clientes destes grupos. Embora se estime que os clientes que se estima terem uma
probabilidade reduzida de se tornarem desempregados de longa duração recebem consultas diretas e
aconselhamento em matéria de estratégias de procura de emprego, os clientes mais vulneráveis
recebem aconselhamento intensivo, oportunidades de formação e são visados com serviços de ativação
adicionais.

Por último, alguns SPE oferecem também serviços aos que atualmente não estão classificados como
desempregados. Na maior parte dos casos, os serviços públicos de emprego oferecem aconselhamento
e informação sobre ofertas de emprego a quem está a mudar de emprego (é o caso na BE-Le Fom) e
estudantes (é o caso de AT, BE- Actiris, BE-VDAB, DE, EE, FI, HR, LV, NL, SI, PL).

O questionário solicitou igualmente aos SPE informações sobre os tipos de «serviços» prestados aos
seus clientes. Todos os SPE oferecem aconselhamento complexo e aconselhamento em matéria de
procura de emprego aos seus clientes desempregados, e há uma variação relativamente baixa nos
serviços públicos de emprego nos tipos de serviços que prestam. Esta homogeneidade pode ocultar as
diferenças entre os SPE na forma como estes serviços são intensivos ou eficazes, mas não é possível
avaliar este facto com base nas informações fornecidas nas respostas ao questionário.

A avaliação dos diferentes serviços é essencial para avaliar a sua eficácia e, em última análise, para
definir o que é a utilização mais eficiente dos fundos públicos. No entanto, com base nas respostas ao
questionário, as práticas de avaliação não são generalizadas em todos os SPE: 19 SPE informaram que
efetuam a avaliação dos serviços prestados aos desempregados sob uma determinada forma. Isto é feito
principalmente por uma avaliação interna que analisa os resultados para os clientes. AT e MT utilizam
inquéritos junto dos candidatos a emprego, enquanto BG utiliza visitas a escritórios como métodos de
avaliação de serviços. Em contrapartida, oito SPE (a maioria dos «novos» Estados-Membros) não
parecem ter ainda criado culturas de avaliação.

O quadro seguinte resume as práticas de avaliação dos SPE que avaliam a eficácia dos serviços que
oferecem aos candidatos a emprego.

Quadro 3.2 Repartição das práticas de avaliação pelos SPE


Serviços para candidatos a emprego
Países que realizam a AT, BE-Actiris, BE-Le Fom, BE-VDAB, BG, DE, DK, EE, FIN, FR,
avaliação dos serviços de IT, LT, NL, MT, PL, PT, SI, SE, UK
candidatos a emprego

Países que não CY, CZ, HU, IE, LV, RO, SK, EL

8
Estudo de pequeno caso sobre modelos empresariais de SPE

avaliação dos serviços


prestados aos candidatos
a emprego

3.3.2 Casloads
Vale a pena resumir o número de processos típicos do pessoal do SPE que serve diretamente os
clientes. Esta estatística está relacionada com a variedade de grupos visados pelos SPE, a «largura» dos
serviços prestados e a medida em que os serviços são prestados a clientes em parceria com outras
organizações.

Dezasseis serviços públicos de emprego forneceram informações sobre este tema, tendo 13 apresentado
uma estimativa do número de casos definidos como número de clientes por cliente, por ano. Verificou-se
uma variação considerável no número de casos de efetivos notificados; estes valores variaram entre os
casos mais elevados de SK e os mais baixos de DE e EE.Em média, o número de processos em média
(170-180 clientes/ano) é relativamente baixo (a clientes por ano); um número um pouco mais elevado
(210-250 clientes/ano) em FI, IT, PL; E em alguns países (CZ, FR910, LT, MT) há processos que
ultrapassam o dobro da categoria «baixo» (350-390 clientes/ano), com processos superiores a 500
clientes/ano em BE-Actiris, EL, HR, IE e PT.

Os processos são também classificados por alguns SPE de acordo com a categoria de clientes (em
termos de idade, estatuto social, duração do desemprego, deficiência ou desvantagem) ou em função do
tipo de serviço ou regime. Por exemplo, os SPE na Alemanha comunicaram um número de casos de 75
para os clientes da integração do mercado com menos de 25 anos e um número de pessoas com mais
de 25 anos de idade de 150 anos. Em Malta, o número de clientes dos principais clientes é de 396 e de
214 para os clientes do trabalho apoiado. Na Finlândia, o número de desempregados registados é de 209
e o número de candidatos a emprego é de 114 por candidato a emprego.

Os processos também variam em função da geografia. A Croácia e a República Checa registaram


diferenças regionais em termos de volume de casos. Na Dinamarca, cada centro de emprego local tem
autonomia para o número de funcionários em frente ao cliente, e a forma de caso varia em conformidade.

3.3.3 Empregadores
Embora a estratégia do SPE para 2020 saliente a necessidade de centrar a atenção nas questões do
lado da procura, o que isto significa na prática merece mais atenção, tendo em conta as dificuldades de
recrutamento. É igualmente necessário que os SPE contribuam para facilitar a transição entre a
aprendizagem e o trabalho e para aumentar a participação das pessoas vulneráveis no mercado de
trabalho, o que também exige uma cooperação estreita com os empregadores.

Um total de 20 SPE comunicou que também oferece aos empregadores assistência em tarefas de
recursos humanos, incluindo a pré-seleção de (desempregados) candidatos a emprego, conselhos gerais
sobre práticas de recrutamento ou apoio à formação dos trabalhadores. Os SPE entram regularmente em
contacto com os empregadores através do registo de ofertas de emprego e, em todos os países, prestam
informações gerais sobre as possibilidades de recrutamento, a disponibilidade de subsídios salariais, etc.
a diferença entre os SPE reside na riqueza dos serviços que fornecem para além das informações gerais.
Estão disponíveis serviços de aconselhamento adicionais para as empresas que estão a efetuar grandes
reestruturações em sete serviços públicos de emprego.

Todos os SPE utilizam alguma forma de segmentação na sua abordagem aos clientes dos
empregadores, o que se baseia geralmente na indústria, na região ou na dimensão. Poucos serviços
públicos de emprego oferecem serviços específicos a determinados
grupos de empregadores. É necessária investigação futura para identificar a prevalência e o conteúdo de
12
programas adaptados às PME.

9
vale a pena notar que os números de casos específicos para os clientes em diferentes «grupos de risco» de se
tornarem desempregados de longa duração variam, com 45 clientes/SPE para os clientes mais vulneráveis a 182
clientes/SPE para os clientes que se espera que efetuem uma procura independente de emprego.
10 uma recente conferência de Diálogo do PSE, realizada em março de 2014, chamou a atenção para esta questão,

em http://ec.europa.eu/social/main.isp?lanqId=en&catId=1005&newsId=2043&furtherNews=yes

9
Estudo de pequeno caso sobre modelos empresariais de SPE

Quadro 3.3 — Serviços aos empregadores


Serviços de RH especializados (por exemplo, recrutamento)

Sim AT, BE-Actiris, BE-Le Fom, BE-VDAB, BG, CZ, DE, EE, FI, FR, HR, HU, IT,
LV, MT, NL, PL, PT, SE, SI
Não CY, DK, EL, IE, LT, RO, SK, UK
Outros serviços (por exemplo, reestruturação)
Sim AT, BE-VDAB, EE, FIN, HU, LT, SI
Não BE-Le Fom, BG, CY, CZ, DE, DK, FR, EL, HR, IE, IT, LV, MT, NL, PL, PT, RO,
SE, SK, UK

Um grande número de SPE (19) informa que realizam atividades para avaliar a eficácia dos serviços
prestados aos empregadores. Em 12 dos 19 SPE que realizam essas avaliações, são efetuados
inquéritos regulares sobre a satisfação, enquanto em quatro países esta avaliação é realizada
internamente. Não é surpreendente que sejam, na sua esmagadora maioria, os SPE que oferecem
serviços adicionais aos empregadores que recolhem informações sobre a sua eficácia, pelo que
podemos partir do princípio de que são estes os SPE que atribuem especial atenção às boas relações
com os empregadores.

Quadro 3.4 Avaliação dos serviços prestados aos empregadores


Avaliação dos serviços prestados aos empregadores
Países que realizam a avaliação de AT, BE-Actiris, BE-Le Forestm, BE-VDAB, BG, DE, DK, serviços
para empregadores EE, FI, FR, HR, IT, LT, NL, PL, PT, SE, SI, UK
Países que não assumem o compromisso de CY, CZ, BE-VDABEL, HU, IE, LV, MT, RO, SK:
avaliação dos serviços prestados aos empregadores

3.3.4 Outros clientes


O objetivo de aumentar a participação no mercado de trabalho suscitou criticamente a questão de como
estabelecer contacto com grupos diferentes dos elegíveis para as prestações de desemprego, a fim de
orientar as políticas de ativação para as pessoas com ligações mais flexíveis ao mercado de trabalho.
Uma forma simples de alcançar este objetivo é que os SPE sejam diretamente responsáveis pelo
pagamento das prestações sociais. É o caso de um certo número de países em que as prestações
sociais ou o rendimento mínimo (DE, ES, EL, HR, IE, SK) ou de prestações de invalidez (BE-VDAB, NL)
são pagos diretamente pelos SPE.

É importante notar que a obrigação de alguns grupos de beneficiários de prestações sociais se


registarem nos SPE é um método alternativo para garantir que também podem ser visados por serviços
de ativação. Os países que utilizam o registo para o grupo de beneficiários de prestações
sociais/rendimentos mínimos como forma de atingir uma população muito maior de pessoas não
empregadas do que as pessoas elegíveis para subsídios de desemprego são a AT, BE-VDAB, BG, DK,
ES, FR, LT, NL, PT, RO, SI, SE, bem como as pessoas com deficiência ou doença prolongada em AT,
DK, SE, UK.

Por último, alguns SPE oferecem também serviços aos que atualmente não estão classificados como
desempregados. Na maior parte dos casos, os SPE prestam aconselhamento e informação sobre ofertas
de emprego àqueles que estão a mudar de emprego e de estudantes (AT, BE-Actiris, BE-VDAB, CZ, DE,
EE, FI, HR, LV, NL, SI, PL).

3.3.5 Integração do emprego e da prestação de prestações


Uma das principais responsabilidades dos SPE é o registo das pessoas desempregadas e a verificação
da manutenção da elegibilidade dos beneficiários do desemprego. No entanto, a integração dos SPE e
das agências de segurança social não é universal e, por conseguinte, o pagamento das prestações de
desemprego não é administrado pelos SPE em 12 dos 28 casos abrangidos. Nestes países, os SPE têm
um perfil especializado e tratam exclusivamente de políticas ativas do mercado de trabalho.

Tal como mencionado anteriormente, nos últimos anos, verifica-se uma tendência crescente no sentido
de orientar as políticas de ativação não só para os clientes elegíveis para as prestações de desemprego
(e para a assistência no desemprego), mas também para outros grupos não empregados que recebem
prestações sociais. Por outras palavras, mais países estão a criar «balcões únicos».O exemplo mais

10
Estudo de pequeno caso sobre modelos empresariais de SPE

recente é o novo serviço «Intreo» estabelecido na Irlanda em 2013, segundo o qual os candidatos a
emprego devem inscrever-se apenas nos SPE para aceder a uma série de serviços e pagamentos de
apoio ao rendimento.

Quadro 3.5: prestações de desemprego e outras prestações sociais e requisitos de registo para
diferentes grupos
Pagamento de prestações
Sim AT, CZ, DE, DK, EE, ES, FR, EL, HR, HU, IE, NL, PL, RO, SK, SI, UK
No BE-Actiris, BE-Le Fom, BE-VDAB, BG, CY, FIN, IT, LV, LT, MT, PT, SE

13 Nota: em alguns países, a distinção entre assistência ao desemprego e prestações sociais ou rendimento mínimo
já não é possível.
Pagamento de prestações
Outras prestações sociais
Sim BE-VDAB, CZ, DE, ES, FR, EL, HR, IE, NL, SK, UK
Não, AT, BE-Actiris, BE-Le Forestm, BG, CY, DK, EE, FIN, HU, IT, LV, LT, MT, PT, RO,
SE, SI
Registo para pessoas diferentes do desempregado
Sim, AT, BE-Actiris, BE-VDAB, BG, CZ, DK, FR, HU, IE, IT, LT, NL, PL, PT, RO, SE, SI,
SK, UK
Não BE-Le Forestm, CY, EE, FIN, LV, MT
Clientes adicionais (por exemplo, candidatos à procura de um emprego, estudantes)
Sim, AT, BE-Actiris, BE-VDAB, BG, CZ, DE, EE, HU, IE, FI, EL, HR, LV, NL, SI
Na BE-Fom, CY, FR, IT, LT, MT, PT, RO, SE, UK

3.4 Políticas ativas do mercado de trabalho


14
O núcleo das medidas ativas do mercado de trabalho utilizadas pelos SPE é bastante homogéneo. Os
programas de formação profissional são geridos por todos os SPE e 17 dos SPE também são
responsáveis pela organização de programas de aprendizagem (em que os participantes adquirem
competências nas empresas) destinados aos jovens. Outro tipo de medida utilizado por todos os SPE é
um emprego subsidiado, embora estas medidas visem grupos ligeiramente diferentes de
desempregados. A prestação de apoio financeiro à criação de empresas é também uma medida
generalizada (com algumas exceções, como CY, DK, IE e LV).
A diferença mais importante entre os SPE nas medidas destinadas aos não empregados é a utilização de
programas de obras públicas. Praticamente todos os «novos» Estados-Membros utilizam alguma forma
desta medida (com exceção de MT e RO).Entre os Estados-Membros «mais antigos», existem obras
públicas em EL, IE e IT.
Um grande número de SPE também tem programas específicos destinados a pessoas com deficiência
que vão de emprego protegido (DE, CZ, MT, NL, RO) a programas de reabilitação complexos (BE-VDAB,
BG, DE, DK, FI, EL, HR, LT, PT).Podemos observar uma evolução recente no sentido de programas de
ativação complexos, centrados num grupo-alvo bem definido, uma vez que vários SPE deram conta de
novas políticas ativas deste tipo (desempregados de longa duração em DE, FI, HU, LV, e pessoas idosas
na BE-VDAB, NL).
A entrega nos planos de gestão económica, mais precisamente o grau de envolvimento dos prestadores
de serviços externos, é um domínio em que existem diferenças consideráveis entre os SPE.Praticamente
todos os SPE externalizam formação e, muitas vezes, externalizam oportunidades de aprendizagem e de
obras públicas, bem como outros serviços especializados (por exemplo, reabilitação de candidatos a
emprego deficientes).As principais linhas divisórias consistem em saber se os parceiros externos estão
envolvidos no processo completo de aconselhamento, de aconselhamento na procura de emprego e de
colocação, por oposição aos serviços mais específicos acima referidos, e se essa externalização envolve
agências do setor privado, por oposição a outros prestadores de serviços públicos. Os exemplos mais

11
Estudo de pequeno caso sobre modelos empresariais de SPE

notáveis são a Dinamarca, os Países Baixos e o Reino Unido. Nos dois primeiros países, os SPE apenas
assumem um papel regulador e a disposição dos PM é da responsabilidade dos municípios, enquanto no
Reino Unido os contratos dos SPE com agências privadas. Dois recentes desenvolvimentos
interessantes são a introdução do programa «Job Path Programme» na Irlanda, onde os serviços de
emprego para candidatos a emprego que se encontram mais afastados do mercado de trabalho podem
ser contratados a prestadores privados, com taxas ligadas aos resultados dos candidatos a emprego. Ao
contrário, em FR, após um período de experimentação com a externalização de serviços, nos últimos
cinco anos:

14 Uma exceção importante é NL, em que os SPE não são responsáveis pela adoção de medidas ativas, tal foi
delegado nos municípios.
15 Uma investigação mais aprofundada sobre o conteúdo exato destes programas de obras públicas poderá ser
frutuosa no futuro, uma vez que estas podem variar consoante sejam obrigatórias para os beneficiários de
prestações sociais e se ofereçam serviços adicionais.
a participação de prestadores privados diminuiu um terço e os serviços para os candidatos a emprego
mais vulneráveis foram reintegrados nos SPE.

3.4.1 Prazos para a prestação de serviços aos clientes nas diferentes fases de intervenção
A maior parte dos SPE tem metas em vigor para o tratamento de pedidos de prestações, a realização de
uma primeira entrevista, a compilação de planos de ação individuais (IAP) com clientes ou a colocação
de um cliente desempregado numa medida ativa do mercado de trabalho.

Em 2013, um total de 18 serviços públicos de emprego forneceu algumas informações sobre os prazos
para essas intervenções.

Há uma variação considerável entre os SPE em termos de prazos de trabalho para os clientes
desempregados. Que incluem:

■ Os objetivos para o tratamento dos pedidos de benefícios variam entre 8 dias e 30 dias; muitos SPE
não tratam os pedidos de prestações.

■ Cerca de metade dos SPE pretende obter uma primeira entrevista no prazo de 15 dias.
■ Os objetivos de preparação de um PAI variam entre um mês e um máximo de 6 meses.
■ Apenas um número limitado de SPE tem prazos de colocação de desempregados em políticas
ativas do mercado de
trabalho
(BE-VDAB, CZ, LT, PT).

■ Em alguns casos, os objetivos variam em função da categoria de clientes (por exemplo, DE).
■ UK difere da maioria dos SPE na medida em que visa uma primeira entrevista e um plano de ação
em 3.
dias.

De forma mais pormenorizada, a programação da primeira entrevista, bem como a análise da existência
e do calendário de assinatura de um PAI, constituem medidas bastante positivas do compromisso formal
de um determinado SPE relativamente à urgência da ativação dos desempregados. 1112Em todos os
países, a primeira entrevista com o desempregado deve ser realizada no prazo de um mês a contar do
registo inicial: na BG, RO, SE, UK, deve ser realizada na primeira semana após o registo; na DE, EE, FI,
FR, HR, HU, LT, PT, SI está prevista para o final da segunda semana; os SPE da BE, MT e PL dispõem
de um prazo de um mês.

Há mais variações no que diz respeito ao calendário (e à existência) dos PAI.A criação de um PAI é feita

11 note-se que a verificação da elegibilidade das prestações é frequentemente consagrada aos organismos de
segurança social, em que os SPE não são diretamente responsáveis pelo pagamento do subsídio de
desemprego.Infelizmente, é muito reduzido o número de relatórios dos SPE que visam prazos de colocação em
medidas ativas, pelo que não é possível efetuar uma análise comparativa desta questão.
12 tal é, em grande medida, o caso nos países em que a comunicação de ofertas de emprego é obrigatória por lei

(por exemplo, a Hungria e a Roménia), uma vez que os SPE não parecem dispor dos instrumentos necessários para
verificar a abertura de vagas.

12
Estudo de pequeno caso sobre modelos empresariais de SPE

no primeiro mês após o registo do desempregado em nove países (BE-Actiris, BG, DE, EE, FI, FR, MT,
PT, RO, SE, SI, UK), enquanto o prazo visado é de 2-3 meses noutro semestre (BE-Le Fom, BE-VDAB,
HR, LT, PL).Dois países da Europa Central destacam-se, tal como na CZ e na SK, o prazo de 5 e 6
meses, respetivamente, para o estabelecimento de PAI e, na Hungria, apenas os desempregados que
participam em programas de ativação complexos (uma minoria de desempregados) são obrigados a
assinar esse acordo.

3.5 Ofertas de emprego


A recolha de informações sobre ofertas de emprego é uma tarefa fundamental dos SPE, que assume a
forma de empregadores que fornecem voluntariamente informações. Os empregadores podem comunicar
ofertas de emprego através de vários canais (telefone gratuito, fax ou aplicações baseadas na
Internet).Uma vez que um dos principais objetivos dos SPE é maximizar o número de ofertas de emprego
disponíveis para os desempregados, todos os SPE também contactam diretamente os empregadores
para se informarem acerca das ofertas de emprego, que podem ir de entrevistas telefónicas para visitas a
empregadores. Esta prática é generalizada para manter relações estreitas com os empregadores que
demonstraram vontade de recrutar particularmente difíceis de colocar os candidatos a emprego
(desempregados de longa duração, pessoas com deficiência).Um grande número de SPE também
informa sobre a organização de feiras de emprego (de uma região ou de um setor industrial) para
estabelecer ligações com os empregadores. Além disso, alguns SPE comunicaram ativamente a
utilização de sítios Web de anúncios de emprego para gerar mais ofertas de emprego (por exemplo, AT,
BE-VDAB, DK, NL).

A fim de analisar o sucesso dos SPE na correspondência entre oferta e procura de emprego, a análise
transforma as quotas de mercado dos SPE na subsecção seguinte.

3.5.1 Correspondência entre oferta e procura — quota de mercado dos SPE


O acompanhamento da estrutura da procura de mão de obra, ou seja, os requisitos em matéria de
competências das ofertas de emprego, e a sua relação com a composição dos candidatos a emprego é
essencial para os SPE, a fim de aumentar a eficiência da correspondência entre os desempregados e os
empregadores potenciais. Assim, sem surpresa, a maioria dos SPE informa que avalia regularmente este
aspeto (com exceção de CZ, CY, DE, EE, IE, MT, SK e UK), a um nível desagregado.

Por exemplo, a agência dinamarquesa para o mercado de trabalho e o recrutamento calcula os


desequilíbrios do mercado de trabalho para um máximo de 1 100 títulos de emprego em quatro regiões
duas vezes por ano, utilizando um modelo de várias fases. Embora estes tipos de análises estatísticas
possam também ser utilizados para prever necessidades de desenvolvimento de competências, a maioria
dos SPE (18 em 25) também faz um esforço específico para avaliar as necessidades de formação
futuras.

Os métodos utilizados para este efeito variam consideravelmente entre os SPE, que vão desde estudos
de peritos até aos inquéritos aos empregadores.
Quadro 3.6: oferta e procura de correspondência
Monitorização dos requisitos em matéria de competências
Sim AT, BE-Le Fom, BE-VDAB, BG, DK, FI, HU, HR, IT, LT, LV,
NL, PL, PT, RO, SL
Não CY, CZ, EE, FR, IE, MT, SE, SK, UK
Informações sobre o mercado para futuras necessidades de formação
Sim AT, BE-Actiris, BE-Le Forestm, BG, FR
DE, DK, EE, FI, , HR, HU,
IT, LV, MT, PL, SE, SL, UK
Não CY, CZ, GR, IE, LT, NL, PT, RO, SK

O questionário de 2014 do PSE recolheu dados sobre a quota de mercado dos serviços públicos de
emprego, definida como uma percentagem de «colocações de SPE em percentagem de todas as
contratações na economia».Em resposta, 14 serviços públicos de emprego forneceram alguns dados
sobre a quota de mercado, de acordo com esta definição, para o ano de 2013, com a participação mais
vasta entre os SPE.

13
Estudo de pequeno caso sobre modelos empresariais de SPE

Definições alternativas da parte de mercado utilizada:


■ Preencher as vagas disponíveis em% de todas as vagas anunciadas pelos SPE (utilizadas em MT e
PT).
■ Percentagem de todas as ofertas de emprego no primeiro mercado de trabalho que tenham sido
comunicadas à agência de emprego e serão incluídas no seu processo de correspondência e
colocação. Este indicador é utilizado na Alemanha, que regista uma forte variação sazonal no
indicador ao longo do ano.

Muitos SPE fizeram observações sobre os desafios associados à estimativa ou à comunicação das
quotas de mercado. Por exemplo, a República Checa e Chipre comunicaram que não estão disponíveis
dados sobre todas as contratações e todas as ofertas de emprego em toda a economia, ao passo que as
estimativas da quota de mercado na Hungria se baseiam num inquérito por amostragem aos
empregadores. Outros desafios incluídos: os empregadores deixam de ser obrigados a comunicar todas
as ofertas de emprego (CZ, SK, SI); a existência de fortes flutuações sazonais (DE); muitos empregos
temporários que não foram notificados como ofertas de emprego (NL); e as transições de um contrato de
trabalho para outro com os mesmos empregadores, ou as mudanças de emprego nas empresas não são
registadas como vagas (HR).Estes fatores influenciam a validade das estimativas da quota de mercado.

4 Análise do papel dos SPE na implementação da


Garantia para a Juventude
A taxa de desemprego dos jovens no primeiro trimestre de 2014 era de 22,8 %, com 7 500 000 jovens
classificados como NEET (jovens que não trabalham, não estudam nem seguem qualquer
formação).Embora o desemprego dos jovens não seja um problema novo, a educação para as
transições profissionais tornou-se cada vez mais difícil em resultado da crise. Muitos jovens foram os
primeiros a perder os seus empregos e os que procuram o primeiro emprego também têm cada vez
mais dificuldade em encontrar uma posição num mercado de trabalho mais competitivo e competitivo.
Ao mesmo tempo, os percursos de aprendizagem e de carreira tornaram-se cada vez mais
complexos, com muitos jovens a encontrarem uma situação assustadora e confusa para navegar
através da complexa teia de serviços, prestadores de serviços e rotas de estudo. Estas mudanças
na profundidade e amplitude do problema do desemprego dos jovens estão a aumentar a
pressão sobre os SPE e os seus serviços para os jovens.
A Recomendação do Conselho relativa à Garantia para a Juventude (GJ), de abril de
2013,1314 instou os Estados-Membros a assegurar que todos os jovens com menos de 25 anos

Recomendação do13 Conselho, de 22 de abril de 2013, relativa ao estabelecimento de uma Garantia para a
Juventude (2013/C 120/01).
Comissão14 Europeia (2014), «A Garantia para a Juventude», «Making it», p. 1.
Implementação e/ou coordenação de ofertas/políticas ativas do mercado de trabalho ativas, remissão para outros serviços

Fonte:ICF com base em 29 questionários dos serviços públicos de emprego, 2014


De acordo com os questionários dos serviços públicos de emprego, os SPE são o principal organismo
de execução e/ou de consulta da GJ na maioria dos países, mesmo quando não detêm a
responsabilidade geral de gestão, ou são um parceiro fundamental na prestação de aconselhamento,
apoio à procura de emprego e/ou políticas ativas do mercado de trabalho.Por exemplo, em França, a
responsabilidade pela execução da Garantia para a Juventude assentará principalmente no Emprego de
Polo e noutras partes dos serviços públicos de emprego, incluindo as «missões locais» ( estruturas
locais de apoio aos jovens, especialmente as que enfrentam dificuldades e orientações sobre diferentes
tópicos).Na Polónia, a execução da GJ envolverá todas as instituições que compõem os SPE a nível
nacional, regional e local;as agências de emprego provinciais, as agências de emprego de Poviat e os
módulos voluntários de emprego encontram-se entre os principais partidos executivos da GJ.

O papel de implementação dos SPE é mais limitado num pequeno número de países.Por exemplo, o
papel dos SPE neerlandeses limita-se à prestação de apoio ao emprego para os jovens beneficiários de
subsídios de desemprego.Os SPE na região de Bruxelas (Actiris), Croácia, Luxemburgo e Eslovénia têm
a responsabilidade de implementar um conjunto específico de serviços e programas, mas também estão
envolvidos vários outros organismos de execução.A título de exemplo, as medidas da GJ na região de
Bruxelas estão divididas em sete categorias e Actiris (Bélgica) gere ou cogere dois fluxos, mas apenas

14
Estudo de pequeno caso sobre modelos empresariais de SPE

recebam uma boa oferta de emprego, educação contínua, oportunidades de aprendizagem ou estágio
no prazo de quatro meses após terem terminado o ensino formal ou terem ficado desempregados. Os
Estados-Membros foram convidados a apresentar um Plano de Implementação da Garantia para a
Juventude (YGIP) que define os planos e as modalidades de parceria de cada Estado-Membro para a
execução da GJ.Em meados de maio de 2014, os 28 Estados-Membros tinham apresentado os seus
YDGE.

A Garantia para a Juventude (GJ) visa dar aos jovens uma oportunidade real de aumentar a sua
empregabilidade, com vista a uma integração sustentável no mercado de trabalho. Quando
adequadamente concebida, executada e financiada, a GJ pode levar os jovens num percurso
apoiado, começando pela orientação e avaliação, dando seguimento à formação, à educação, à
reabilitação, à experiência profissional e ao emprego. Este capítulo tem um duplo objetivo:

■ Analisar o papel dos SPE na Garantia para a Juventude, desde a gestão e execução globais, ao
trabalho de proximidade, à definição de normas de qualidade e ao papel global no âmbito da
parceria para a GJ.

■ Informar sobre as primeiras indicações sobre o efeito da Garantia para a Juventude nos serviços
públicos e nos modelos empresariais, complementando a análise geral sobre a evolução do
modelo de negócio dos serviços públicos de emprego.

4.1 O papel dos SPE na Garantia para a Juventude


4.1.1 Papel na gestão e coordenação da Garantia para a Juventude
Os SPE são intervenientes centrais na implementação da Garantia para a Juventude em quase todos
os países da UE.De acordo com os questionários dos SPE, o SPE é o principal prestador de serviços
da GJ e responsável pela coordenação das parcerias pertinentes em 12 países da UE — Áustria,
Bélgica (BE-Le Fom e BE-VDAB), Dinamarca, Finlândia, Hungria, Irlanda, Itália, Polónia, Portugal,
Suécia, Chipre e Reino Unido. O Ministério do Trabalho tende a responsabilizar a gestão e a
coordenação na maioria dos restantes países.
Quadro 4.1 Papel dos SPE na implementação da Garantia para a Juventude
SPE como principal prestador de serviços de garantia da juventude e parcerias de
coordenação
SPE como principal prestador de AT, BE-Le Fom, BE-VDAB, CY, DK, FI;Pt, HU IE, IT, PL,
serviços de garantia para a juventude SE e UK
Os SPE não são o principal prestador BE-Actiris, BG, CZ, DE, EE, EL, ES, FR, HR, LU, LV, LT,
de serviços da Garantia para a MT, NL, RO, SK, SI
Juventude

contribui para os outros cinco.Do mesmo modo, em

15
Estudo de pequeno caso sobre modelos empresariais de SPE

Um comité de pilotagem multilateral apoia habitualmente ou supervisiona a conceção ou a execução da


GJ.Muitos desses comités são conduzidos pelo respetivo Ministério nacional do Trabalho. Por exemplo,
no Luxemburgo, foi criado um grupo de trabalho para este efeito, composto por representantes do
Ministério do Trabalho, do Emprego e da Economia Social e Solidária, pelo PSE (ADEM), pela Ação
Local para a Juventude, pelo Departamento de Ensino e Formação Profissionais, pelo Serviço Nacional
de Juventude e pelo Departamento de Crianças e Jovens. O grupo, que se reúne uma vez por mês,
organiza também reuniões regulares com organizações de jovens, sindicatos e organizações patronais. A
Croácia faz uma exceção interessante, dado que o seu comité YDGE é presidido por uma organização
de juventude, a Rede de Jovens da Croácia.

4.1.2 O papel global dos SPE na implementação da Garantia para a Juventude e medidas conexas

O quadro 4.2 infra mostra exemplos de responsabilidades que os diferentes SPE assumiram na
execução da Garantia para a Juventude e medidas associadas.

Quadro 4.2 Exemplos do vasto leque


de papéis adotados pelos SPE em diferentes
países europeus
Estratégico/estrutural

Coordenação da parceria a nível nacional,


Identificação de não clientes, trabalho de proximidade
local
com
e/ou regional
NEET e trabalho proativo com escolas e
Principal ou parcial serviço/coordenação da prestadores de formação para oferecer aos jovens
atividade informações sobre os serviços prestados
e/ou organismo de execução, financiamento pelos SPE antes de estes abandonarem a escola
Do fornecimento de informações, aconselhamento e
Melhorias estruturais dos orientação aos jovens à procura de emprego, às
serviços de emprego dos jovens entrevistas iniciais, à
delimitação do âmbito e ao emprego & no
planeamento da carreira.
Recolha, cartografia e análise de informações Apoio à procura de emprego e serviço de
sobre os NEET
correspondência; fornecimento
de ofertas personalizadas, de educação, de
formação ou de
emprego de qualidade
operacionais: serviços para os jovens
Promoção dos serviços da GJ

Acompanhamento e
avaliação

16
Estudo de pequeno caso sobre modelos empresariais de SPE

Luxemburgo, distinguem-se três vertentes de intervenção ou de apoio


GJ; enquanto o percurso orientado para o emprego é coordenado pelo SPE, o percurso escolar
e a via de ação orientada para a ativação é liderada por outras instituições.
O quadro 4.3 apresenta uma panorâmica mais pormenorizada das principais intervenções específicas
para a juventude que
os SPE estão a utilizar ou a planear utilizar no contexto da GJ.Mostra que:

■ Normalmente, o processo da GJ começa com uma prestação de orientações personalizadas por


um conselheiro de emprego ou de carreira. A proposta faz parte da oferta dos SPE em todos os
países, com exceção de três.
■ Uma avaliação individual das necessidades individuais do mercado de trabalho — incluindo a
identificação dos interesses, dos pontos fortes, dos pontos fracos, das competências básicas e
transversais e das qualificações — contribui para a identificação das competências e necessidades
imediatas de cada jovem e determina a intervenção que o cliente será inicialmente referido. Um
plano de ação individual ajudará também o participante a estabelecer uma base de referência
para o desenvolvimento de competências, especialmente em competências básicas e transversais,
como a literacia, a numeracia e a literacia informática. Este aspeto está disponível em todos os
países e constitui uma parte essencial da oferta da GJ.
■ A participação dos SPE nos empregadores para integrar os jovens no trabalho, por exemplo através
de estágios de curta duração ou de programas de aprendizagem a mais longo prazo, é
outro elemento essencial da oferta da GJ do SPE e disponível em todos os países, com exceção de
dois.
■ O papel dos SPE nos programas de reintegração nas escolas é mais limitado e, normalmente,
envolve um serviço de encaminhamento para essas oportunidades e, em alguns casos, trabalho
proativo em escolas e instituições de formação.
■ Um obstáculo fundamental ao emprego para muitos jovens é a falta de acesso a um «primeiro»
emprego. Os SPE em todos os países, com exceção de um, têm em vigor regimes de incentivos
para oferecer subsídios de salário direto a termo aos empregadores ou reduzir as
contribuições para a segurança social ou os pagamentos de impostos às empresas que
se dedicam aos jovens desempregados.
■ As subvenções aos jovens estagiários e aos trabalhadores são uma medida dos SPE menos
frequentemente disponível e referem-se frequentemente ao apoio financeiro aos aprendizes.
■ As medidas de empreendedorismo são especialmente importantes para os SPE do sul da Europa.
Os SPE em Itália, Malta, Portugal e Espanha, por exemplo, participam na promoção de medidas que
prestam apoio prático e/ou financeiro aos aspirantes a empresários.

17
Estudo de pequeno caso sobre modelos empresariais de SPE

Quadro 4.3 — Discriminação das intervenções no contexto de uma Garantia para a Juventude e
medidas conexas
Em contexto Em contexto Subsídios aos
Personalizado Plano de ação Subsídios aos
laboral escolar empregados/estagi
orientações individual empregadores
integração integração
ários

EM

BE-VDAB

BE-Foram

BE-Actiris

BG

HR

CY

CZ

DK

EE

FI

EL

FR

DE
HU

Em contexto Em contexto Subsídios aos


Personalizado Plano de ação Subsídios aos
laboral escolar empregados/estagi
orientações individual empregadores
integração integração
ários

IT

MT

NL

LU

LV
LT

PL

PT

RO

SK
SI

ES

SE
UK
Fonte: ICF com base nas respostas dadas aos questionários dos SPE

4.1.3 O papel dos SPE no contacto com os NEET


Em vários países, a maior parte dos jovens desempregados com mais de 18 anos está registada nos
SPE uma vez que o seu potencial bem-estar e/ou subsídio de desemprego pode estar associado ao
registo. Tal não é, porém, o caso em todos os países e mesmo quando o registo é necessário, nem todos
os jovens decidem registar com os SPE.Com efeito, existe um grupo nuclear de jovens
marginalizados e não registados na maioria dos países que não têm acesso aos serviços
gerais de emprego dos jovens.
Os trabalhos de sensibilização têm sido tradicionalmente realizados por ONG e animadores de juventude,
mas há agora mais exemplos de que estes serviços estão interligados de forma mais significativa com os
principais serviços de emprego dos jovens, como a GJ.Os SPE foram questionados sobre o seu papel no
contacto com os jovens que abandonaram a escola, mas ainda não estão registados nos SPE, e as
respostas revelaram que metade dos SPE inquiridos estão direta ou indiretamente envolvidos

18
Estudo de pequeno caso sobre modelos empresariais de SPE

em trabalho proativo com alunos e estudantes e/ou trabalham com jovens NEET que não
estão registados nos SPE.
Quadro 4.4 SPE envolvidos no trabalho de proximidade com os NEET
Intervenção do PSE no trabalho de proximidade
Sim EE, DE, LT

Sim BE-VDAB, DK, EL, FI, FR, HR, HU, IE, IT, LU, MT, PL, PT, SE, SI
(indireto) CY,

Não AT, BE- BEFom, BG, CZ, ES, LV, NL, RO, SK, UK, CY
Actiris,

Na maioria dos casos, a participação dos SPE no trabalho de proximidade com os NEET não registados
é informal; o quadro regulamentar não os obriga a fazê-lo. É também frequentemente indireto e
executado sob a forma de projetos ou em parceria com outras agências.

Existem cinco canais principais através dos quais os SPE estão envolvidos no trabalho de proximidade
com os jovens não registados:

■ Os serviços públicos de emprego na Estónia, Alemanha, Hungria e Lituânia organizam serviços de


aconselhamento e aconselhamento móveis para visitar escolas, centros de juventude e
eventos de orientação profissional para prestar informações a clientes que não sejam
membros do SPE.Por exemplo, na Alemanha, os SPE têm vários centros móveis de informação ao
longo da carreira (BiZ-Mobil) que promovem a visita a instituições de formação e a feiras de
emprego. No caso da Estónia, o pessoal do SPE fez um esforço consciente para visitar os locais
onde podem dialogar com os NEET não registados. Na Lituânia, os Centros de Emprego dos
Jovens, em cooperação com os empregadores, os prestadores de formação e os parceiros sociais,
organizam eventos de carreira «Adotar a responsabilidade pelo seu próprio planeamento de
carreira», incluindo visitas a locais de trabalho e a sensibilização dos jovens nas escolas rurais.

■ Na Estónia, França, Alemanha, Itália, Eslováquia e Eslovénia, os SPE trabalham de forma


proativa com as instituições de ensino, formação e orientação, a fim de assegurar que os
jovens conheçam os serviços públicos disponíveis antes de abandonarem o ensino. Em Itália, os
ministérios do trabalho e da educação trabalham em conjunto com os institutos de ensino para
identificar os jovens que abandonaram a escola e, duas vezes por ano, informam os serviços locais
de emprego. Cabe, então, aos SPE entrar em contacto com os que abandonaram o sistema.

■ Os SPE da Irlanda e de Malta estão indiretamente envolvidos na orientação dos jovens com idade
inferior a 18 anos, que não estão a aprender nem a ganhar, em programas de estabelecimento
de segunda oportunidade.

■ Em alguns países, os SPE fazem parte de parcerias locais com vários organismos para
identificar, acompanhar e estabelecer uma relação com os jovens desengatados e orientá-los para
os serviços públicos de emprego e outros serviços de apoio «gerais» (por exemplo, a Dinamarca e a
Finlândia).O PSE na Flandres (BE-VDAB) participou recentemente com uma parceria local
semelhante e os SPE na Grécia e em Portugal têm planos semelhantes para o futuro. Um trabalho
semelhante é realizado em muitas das maiores cidades da Suécia através de projetos que reúnem
conselheiros de emprego dos SPE com os representantes da polícia, da educação e dos serviços
sociais para combater os jovens em risco de exclusão social e em risco de serem recrutados em
redes criminosas. Outro projeto de SPE sueco conseguiu recrutar e formar jovens do grupo-alvo
para realizar trabalho de proximidade em concertos, eventos desportivos e nas escolas.

■ Os SPE também cooperam com estruturas especializadas que interagem com os jovens,
incluindo os jovens em risco.Em França, os SPE trabalham em estreita parceria com os centros
locais de juventude (missões locais) que lidam com os jovens com dificuldades em termos de
inclusão socioeconómica e podem, por conseguinte, remeter para os SPE.Na Polónia, o contacto
com jovens NEET será estabelecido principalmente através do projeto local de trabalho voluntário
que presta apoio aos jovens desfavorecidos. O 11 Alfa OHP tem uma experiência significativa na
sensibilização, com mais de 900 unidades operacionais localizadas em todo o país, principalmente
em pequenas cidades, em estreito contacto com escolas, centros educativos, igrejas, várias
instituições e autoridades locais.

Todos os SPE não estão tão envolvidos no trabalho proativo com os NEET.Em alguns países, não foi
identificada qualquer necessidade significativa, uma vez que o número de NEET não registados nos SPE

19
Estudo de pequeno caso sobre modelos empresariais de SPE

é considerado reduzido (por exemplo, a Croácia e a República Checa).Em alguns outros países, foram
criados mecanismos de sensibilização separados para realizar este tipo de trabalho com os jovens
desembraiados. Trata-se geralmente de agências, centros ou profissionais encarregados da
responsabilidade pelo trabalho de proximidade. Na Áustria, este trabalho é realizado por treinadores de
jovens e assistentes sociais. Na Croácia, o processo de execução da GJ conduziu ao desenvolvimento
de novos serviços de sensibilização. Os centros de orientação profissional ao longo da vida (CNISK) —
estabelecidos em 2013 — estão a realizar algum trabalho de sensibilização e estão previstos esforços
mais sistemáticos no âmbito do novo regime. Os SPE húngaros também querem continuar a desenvolver
a rede de mentor-rede no seio dos SPE para incluir não só o registo, o aconselhamento, o planeamento e
o apoio aos jovens que se registem junto dos SPE, mas também a ligação com as instituições educativas
e sociais locais, as organizações de jovens e os empregadores, a fim de estabelecer estratégias de
sensibilização mais eficazes.

Apenas um terço dos países participantes no inquérito dispõem de algum tipo de mecanismo para a
partilha de informações sobre os jovens que abandonaram a escola mas não encontraram
emprego nem estão registados nos SPE.A Áustria, a Dinamarca, a Finlândia, a Alemanha, a Grécia,
a Irlanda, a Itália e Malta dispõem de mecanismos de partilha de dados existentes e a Bélgica (Le Fom),
Chipre, a Croácia e Portugal estão nos primeiros dias de desenvolvimento de tais práticas. O modelo
dinamarquês pode ser realçado como um exemplo de boas práticas, uma vez que se baseia numa base
de dados exaustiva e atualizada dos jovens e na sua educação e estatuto profissional. A base de dados é
acompanhada por uma legislação que estipula que todos os NEET devem ser

20
Estudo de pequeno caso sobre modelos empresariais de SPE

contactados e devem receber orientação e apoio. As autoridades da Estónia, da Hungria e da Lituânia


estão a discutir o desenvolvimento de práticas semelhantes no âmbito do processo de execução da GJ.

4.1.4 O papel de garantia da qualidade das ofertas aos jovens


Uma oferta de boa qualidade151617 corresponderá às necessidades e competências individuais dos jovens
e
22
identificar a via individual para a integração no mercado de trabalho. Isto significa que pode ser
necessário que um jovem receba apoio — como formação, reabilitação, educação, aconselhamento ou
orientação — antes de estes estarem dispostos a aceitar uma oferta de emprego, formação contínua,
aprendizagem ou estágio. Este compromisso para com a oferta personalizada constitui uma parte crucial
da abordagem individualizada e individualizada que está no centro da GJ 18.

Os SPE de 13 países realizaram trabalhos para especificar ou definir «uma oferta de boa
qualidade».A individualização da oferta e a personalização da via para o emprego é salientada
como estando no centro de uma boa oferta de qualidade na maioria dos países, especialmente na
Croácia, na Dinamarca, na Finlândia, na Grécia, no Luxemburgo e na Eslovénia. Na Áustria e no Reino
Unido, são estabelecidos requisitos específicos sobre a qualidade das medidas de ativação nos contratos
com os diferentes prestadores de serviços da GJ.Na BE-Le Fom, a qualidade das medidas de
ativação é estabelecida em contratos com prestadores de serviços da GJ, bem como no quadro jurídico
(isto é, decreto).Isto pode dizer respeito ao conteúdo da formação ministrada no âmbito da GJ ou à
qualidade e formação de professores e formadores, por exemplo. No Reino Unido, os módulos de
educação e formação devem satisfazer os requisitos relativos ao tempo de contacto e aos conteúdos
adequados para aumentar a empregabilidade. Podem ser impostas sanções aos prestadores que não
cumpram as normas exigidas. Na Bélgica — Forem, as ofertas de formação de boa qualidade referem-se
a cursos certificados, enquanto a Hungria está atualmente a desenvolver um novo mecanismo de
prestação de serviços, que inclui também elementos de garantia da qualidade. Por último, na Dinamarca,
na Finlândia e em Portugal, uma boa oferta também está relacionada com os prazos de ativação em
termos de calendário da primeira entrevista e de uma oferta ativa.

Quadro 4.5 — Definição de uma oferta de boa qualidade

Foi definida uma boa oferta de qualidade


Sim, AT, BE-Actiris, BE-Le Forestm, BE-VDAB, DE, DK, EE, EL, ES, FI, HR, IE, LT, LU, PT,
SI, SE, UK, CY, PL

Não, BG, CZ, HU, IT, FR, LV, MT, NL, SK

Nem todos os países tomaram ainda medidas específicas para definir explicitamente uma « qualidade», não sendo
necessário que os métodos de garantia de qualidade existentes sejam considerados suficientes ou tenha sido
demasiado cedo para efetuar esse trabalho.

Os principais métodos utilizados para assegurar a oferta de ofertas de boa qualidade — e, de um modo
mais geral, um padrão elevado de serviços públicos de emprego específicos para os jovens — incluem:

■ Orientações da administração nacional para todos os serviços públicos de emprego e outras


organizações/indivíduos envolvidos na GJ (DE, ES, FI, AT, UK).

■ Inspeções da GJ/prestadores de serviços e potenciais sanções (por exemplo, AT, MT e UK).

■ Inquéritos regulares sobre a satisfação dos clientes (por exemplo, AT, BE-VDAB, LV, SE).

■ Avaliação interna ou externa da GJ, serviços específicos para a juventude ou políticas ativas do
mercado de trabalho em geral (por exemplo, BE-VDAB, DE, DK, ES, FI, HR, IE, UK).

Atualmente,15 os seguintes países não dispõem de um sistema deste tipo:Belgo-Actiris, Bélgica-VDAB, Bulgária,
República Checa, Letónia, Países Baixos, Roménia, Eslováquia, Eslovénia (onde tal sistema existia mas a sua
utilização já não é possível devido à legislação em matéria de proteção de dados), Espanha, Suécia, Reino Unido
De16 acordo com a Recomendação do Conselho, a oferta é de emprego, formação contínua, aprendizagem ou
estágio.
2
Comissão17 Europeia (2014), The Youth Guarantee, Making it Happen.P2.
3
Comissão Europeia (2014), The Youth Guarantee, Making it Happen.P2.

21
Estudo de pequeno caso sobre modelos empresariais de SPE

■ formação de conselheiros para o emprego dos jovens (por exemplo, SI), acompanhamento dos
jovens candidatos a emprego por uma equipa específica (LU).

■ Reforço da coordenação entre os diferentes serviços dos SPE responsáveis pela formação, contratos
subsidiados, etc. (ES, LU).

4.1.5 O papel dos SPE no âmbito da parceria mais vasta no âmbito da Garantia para a Juventude
Os principais parceiros estratégicos e de execução da GJ — para além dos SPE — incluem organizações
públicas, semipúblicas, privadas e do terceiro setor (ver figura 4.6 infra).

Quadro 4.6 — Principais parceiros estratégicos e de execução


para os grupos de trabalho
\
Mistura — pode ser
ORGANISMOS pública, semipública ou
PÚBLICOS privada, consoante o país ORGANISMOS DO SETOR
V ) PRIVADO E DO TERCEIRO
SETOR

ONG de juventude, incluindo


Prestadores de Outras ONG,
Agências públicas ensino e formação e especialmente as ONG que
como os SPE, serviços seus representantes trabalham na integração
de juventude e serviços social ou no
sociais, autoridades de mercado de trabalho dos
educação e formação, Animação de jovens e jovens ou com grupos
polícia/justiça, centros de orientação, específicos
instituições de serviços e programas de (marginalizados)
Parceiros sociais,
segurança social e segunda oportunidade e empregadores individuais,
fundos de pensões de representantes da indústria e
reintegração/reabilitação câmaras de comércio

redes e conselhos de juventude


Fonte: ICF com base nos questionários dos SPE

De acordo com os questionários dos serviços públicos de emprego, todos os SPE, com exceção dos da
Áustria e dos Países Baixos, têm planos para reforçar as parcerias existentes 24.Em última análise,
pretende-se garantir que existe uma abordagem de parceria eficaz à prestação de serviços em todas as
organizações, que irá libertar sinergias, aumentar a eficiência e evitar a duplicação de
atividades.As parcerias atuais são consideradas suficientemente fortes e diversificadas na Áustria e nos
Países Baixos, a fim de não exigir mais desenvolvimento, e os SPE nestes países estão centrados
noutras prioridades.

Pretende-se uma colaboração mais estreita e significativa, em especial com os SPE, por um lado, e as
organizações de juventude e outras ONG, os empregadores, os parceiros sociais, as escolas
e os prestadores de formação, por outro. Os SPE da Bélgica (BE-VDAB), da República Checa,
da Hungria e da Eslovénia, por exemplo, procuram estreitar os laços com as organizações de
juventude. Na Flandres, o papel do conselho de juventude flamengo já vai além da
informação e da consulta e estende-se ao teste dos serviços de Garantia para a Juventude e
dos serviços de comunicação com os jovens que beneficiam dos serviços da GJ.
Na maioria dos países, os principais parceiros dos SPE para a implementação da Garantia para a
Juventude incluem uma série de organizações públicas.Em França, tal inclui a rede de centros locais
de juventude (missões locais), mas também diferentes estruturas envolvidas no combate ao ensino
precoce e na prestação de oportunidades de «segunda oportunidade» aos jovens NEET.As parcerias
criadas pelos SPE franceses (também antes do lançamento da GJ) visam apoiar os jovens que
enfrentam múltiplas barreiras ao acesso ao emprego.

24 Análise não inclui os seguintes países: Bulgária, Chipre, França, Luxemburgo, Polónia, Espanha.

22
Estudo de pequeno caso sobre modelos empresariais de SPE

As ONG que trabalham na integração social ou no mercado de trabalho dos jovens ou de grupos
marginalizados de jovens, como os ciganos, desempenham um papel importante, em especial nos países
com uma oferta pública menos extensa de serviços de assistência social, bem como em países onde as
ONG têm uma longa tradição, sendo um importante parceiro de prestação de serviços para a juventude.
Esses parceiros podem acrescentar valor real, dispondo dos canais de divulgação necessários para
aproximar os grupos de jovens e outras experiências e conhecimentos do trabalho com os jovens.
Na Estónia, na Letónia e em Malta, os SPE estão interessados em estabelecer relações mais estreitas
com os empregadores a fim de aumentar o número de empregadores que oferecem estágios
e outras oportunidades de aprendizagem baseadas no trabalho para os clientes da GJ.O EUIF
(Estónia), por exemplo, assinou nove acordos de parceria, abrangendo, entre outros, estágios com
grandes empresas em diferentes setores económicos desde 2012 e ambicionam estabelecer acordos
semelhantes com os maiores empregadores em todos os setores-chave. Os SPE na Croácia, Alemanha,
Grécia, Hungria e Luxemburgo esperam uma melhor ligação com os parceiros sociais, enquanto os SPE
em Itália e na Eslováquia procuram uma colaboração mais estreita com as agências de recrutamento
privadas.
Pretende-se estreitar os laços com os prestadores de serviços de educação, formação e
orientação, a fim de dar um contributo positivo para a agenda do ensino da escola e, por
conseguinte, impedir, em última análise, os jovens de necessitar de GJ.Os SPE em França, no
Luxemburgo e na Polónia estão já a cooperar, por exemplo, com diferentes categorias de prestadores de
serviços de orientação profissional.
Em termos gerais, os trabalhos recentes em torno de parcerias têm-se centrado em muitos
países em estruturas de nível macro. Refletindo a mesma abordagem a nível local, será
necessário algum tempo.Na Irlanda, espera-se que o processo seja facilitado pelo envolvimento
sistemático e direto dos representantes locais das partes interessadas nacionais. Em Portugal, estão a
ser realizados eventos regionais e sub-regionais de divulgação da informação para divulgar a
sensibilização entre as partes interessadas a nível local e regional. Os serviços locais de emprego na
Hungria acolherão uma «rede», cuja missão consistirá em reforçar as parcerias locais existentes. Na
Dinamarca, mais de 35 milhões de coroas dinamarquesas (cerca de 5 milhões de euros) foram criados a
nível central para que os SPE reforcem a abordagem de parceria dos jovens não qualificados.

4.2 primeiras indicações sobre o efeito da Garantia para a Juventude nos SPE
Os questionários dos serviços públicos de emprego forneceram indicações precoces sobre os efeitos da
GJ nos serviços públicos de emprego. A maior parte dos serviços públicos de emprego que não tinham
implementado uma Garantia para a Juventude ou outros serviços relevantes de emprego juvenil antes de
2013 indicaram que a implementação do seu Plano de Implementação da Juventude para a Juventude se
encontra ainda numa fase inicial e em fase de desenvolvimento. De um modo geral, a execução da GJ
conduziu a mudanças concretas na maioria dos SPE, embora não em todos. Alguns optaram por
uma reorganização completa dos seus serviços específicos de SPE, enquanto outros optaram por
acrescentar ou reforçar os serviços existentes para os jovens. Outros melhoraram os canais de
comunicação específicos para os jovens e têm contratado e formado pessoal de primeira linha para
trabalhar exclusivamente com clientes da GJ.
Mais especificamente, o lançamento da GJ conduziu/está a conduzir à reorganização dos serviços de
SPE específicos para a juventude na Bélgica, na Croácia e em Itália. Em Itália, o modelo da GJ será
um dos pilares centrais da reorganização em curso dos SPE.Actiris na Bélgica criou um novo serviço em
2013, denominado «Serviço de Garantia para a Juventude», uma segunda linha de serviços de apoio ao
emprego com treinadores de emprego destinados exclusivamente aos jovens à procura de emprego.
Para além da criação deste serviço dedicado, o Actiris volta a organizar serviços locais (serviços com o
cliente), de modo a criar tempo dedicado ao aconselhamento presencial e ao apoio aos clientes da
GJ.Foram lançados novos gabinetes para a juventude na Croácia e na Alemanha.
Os serviços existentes foram alterados para ter mais em conta as necessidades dos jovens
ou o modelo da GJ, por exemplo, na Bélgica, Bélgica -LE, Bélgica-VDAB, Croácia, Estónia, Finlândia,
França, Alemanha, Grécia, Irlanda, Letónia, Lituânia, Luxemburgo, Portugal, Eslováquia, Eslovénia e
Espanha. Tal inclui melhorias na rapidez e na facilidade dos serviços de registo, a melhoria da orientação
personalizada de um conselheiro de emprego em termos de calendário, conteúdo e disponibilidade, e
mais oportunidades de aprendizagem em contexto laboral e de segunda oportunidade. Na Eslovénia, por
exemplo, o processo de aconselhamento foi revisto, a fim de o adaptar às necessidades dos jovens

23
Estudo de pequeno caso sobre modelos empresariais de SPE

desempregados. Em França, são esperadas adaptações aos serviços existentes; Os objetivos dos SPE
incluem a oferta de ofertas de emprego adaptadas ao grupo-alvo e a adaptação do conteúdo das
entrevistas à situação específica dos jovens.

Para além das mudanças de serviço dos serviços públicos de emprego, foram introduzidas novas
medidas ativas do mercado de trabalho para complementar as intervenções existentes de
numerosos SPE em toda a Europa, incluindo a Bélgica e a Polónia, a Croácia, a República Checa, a
Estónia, a Grécia, a Itália, Portugal e a Eslovénia. Estes incluem clubes de emprego, escolas de trabalho
ativas e instituições de formação e subsídios aos empregadores, para citar apenas alguns.

O pessoal do PSE foi recrutado, designado e/ou formado para trabalhar exclusivamente na
base de clientes da GJ em 17 países (ver quadro 4.7 infra); este desenvolvimento está
igualmente previsto em, pelo menos, um país adicional.
Quadro 4.7 Pessoal da Garantia para a Juventude

Pessoal especializado da GJ
BE (Actiris, Le Fom, VDAB), BG, DE, EE, EL, FI, HR, HU, IT, LU, LV, LT, PL, SI, SK,
SE, UK
No AT, CZ, DK, ES, FR, IE, LT, MT, NL, PT, RO, CY

Nota: Em França, prevê-se que os SPE disponham de conselheiros específicos para os jovens.
Em termos gerais, o pessoal da GJ pode ser dividido em dois grupos;
■ Pessoal de primeira linha que presta aconselhamento e apoio à procura de emprego (por exemplo,
BE-Actiris, BE- VDAB, BG, HR, HU, LU, LV, LT, SI, SE) ou ao pessoal de primeira linha que presta
serviços ou atividades novos ou adicionais da GJ (por exemplo, trabalho proativo com escolas)
(EE).Alguns países dispõem de quotas para o número de conselheiros de juventude em cada serviço
ou região do PSE (por exemplo, BG).Os países que introduziram ou estão a introduzir conselheiros
específicos para a juventude fizeram, normalmente, a reconversão de pessoal de primeira linha dos
serviços públicos de emprego ou de fundos do FSE para financiar novas posições.

■ Pessoal operacional que trabalha na conceção ou execução da GJ ou desenvolve atividades-piloto


(por exemplo, BE-Actiris, BE-Le Forestm, EE, EL, LU, PL, SI).Este trabalho é normalmente liderado
por um coordenador da GJ encarregado de regular e acompanhar os serviços do mercado de
trabalho dirigidos aos jovens. Podem ser apoiadas por coordenadores regionais ou com base em
gabinetes.

Noutros países, o pessoal do SPE trabalha com uma série de requerentes e não há planos para dedicar
o tempo a alguns conselheiros para o trabalho com jovens. Na Dinamarca e na Suécia, cada serviço do
PSE tem o direito de organizar a entrega da GJ e de outros serviços da forma como desejam, desde que
cumpram a legislação relativa aos direitos e obrigações dos jovens.

Foram lançados novos canais e métodos de comunicação em BE-Actiris, BE-VDAB, Croácia e Eslovénia,
a fim de comunicar mais eficazmente com os jovens. Os novos canais de comunicação incluem
novos sítios Web para serviços de juventude, correio eletrónico, aplicações para telemóveis inteligentes,
mensagens de texto, redes sociais e Skype. A utilização de diferentes tecnologias da informação e canais
de comunicação (com base na Internet, com base em dispositivos móveis, sociais, etc.) pode ser
considerada métodos eficazes ao atingir os jovens grupos-alvo.

O impacto da GJ nos serviços dos SPE tem sido mínimo nos Países Baixos. Além disso, não
houve qualquer impacto da Recomendação do Conselho sobre os países com YG já estabelecidos ou
outros serviços relevantes de emprego de jovens, como a Áustria, a Dinamarca, a Finlândia e a Suécia,
uma vez que muitas das suas disposições existentes são já mais abrangentes ou ambiciosas do que as
introduzidas pela recomendação do Conselho. Os serviços de emprego dos jovens já estão bem
integrados nos serviços existentes dos SPE na República Checa, em Malta e no Reino Unido.

5 Conclusões
Com base na análise realizada em capítulos anteriores, há duas tendências que podem ser observadas
nos modelos empresariais dos SPE: uma tendência para aumentar o papel dos SPE na ativação de uma
base de clientes mais ampla e uma tendência para o aumento da descentralização dos serviços públicos
de emprego.

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Estudo de pequeno caso sobre modelos empresariais de SPE

Nos últimos anos, verifica-se uma tendência crescente no sentido de orientar as políticas de ativação
para os clientes elegíveis para as prestações de desemprego (e a assistência ao desemprego) e para
outros grupos não empregados que recebem prestações sociais e, neste contexto, mais países estão a
criar «balcões únicos».Além disso, os SPE têm um papel fundamental a desempenhar na ativação
sustentável de grupos desfavorecidos, como os trabalhadores pouco qualificados ou os desempregados
de longa duração, enquanto o papel dos SPE está também a aumentar na ativação dos NEET, no
contexto da GJ.

É possível observar também uma tendência de descentralização e autonomia de gestão. A recente crise
económica teve um impacto setorial diferente em todas as regiões. Neste contexto, os SPE com poderes
de decisão autónomos descentralizados puderam responder de forma expedita e adequada. A respetiva
tendência para a descentralização política registou em alguns países a responsabilidade política dos SPE
locais. Estas abordagens também podem ajudar a garantir que os governos concedam financiamento
adequado para aumentar o pessoal dos SPE num período de desemprego crescente (especialmente em
estruturas centralizadas financiadas por fundos de seguro de desemprego, em que o financiamento é
pró-cíclico).

Por último, mas não menos importante, no que diz respeito ao papel dos SPE na execução da GJ,
verifica-se uma tendência observada de que a execução da GJ conduziu a mudanças concretas na
maioria dos SPE, embora não em todos. Alguns SPE optaram por uma reorganização completa dos seus
serviços para os jovens, enquanto outros optaram por acrescentar ou reforçar a sua oferta de serviços já
existente. Outros melhoraram os canais de comunicação específicos para os jovens e têm contratado e
formado pessoal de primeira linha para trabalhar exclusivamente com clientes da GJ.As «principais»
intervenções dos SPE em relação à execução da GJ incluem a prestação de orientações personalizadas,
a avaliação individual das necessidades, a cooperação com os empregadores para integrar os jovens no
trabalho e os regimes de incentivos aos empregadores.

Tendo em conta os elementos fundamentais da modernização dos SPE, tal como salientado no
documento de resultados da estratégia do SPE para 2020, o estudo identifica alguns domínios de
progresso.

■ Função de condução — parcerias:tal como sublinhado na estratégia do SPE para 2020, os SPE
desempenham um papel fundamental na promoção e gestão de parcerias entre os intervenientes no
mercado de trabalho. Quase dois terços dos SPE (19 em 30) referem ter um papel de coordenação
principal para estimular a cooperação e a inovação dos intervenientes no mercado de trabalho. A
introdução da Garantia para a Juventude e o papel central desempenhado pelos SPE na sua
execução oferecem aos SPE a oportunidade de reforçar o seu papel de facilitação e gestão das
parcerias. A subcontratação é também um meio através do qual os SPE podem trabalhar com outros
intervenientes no mercado de trabalho, a fim de poder adaptar-se mais rapidamente ao aumento do
número de casos e às alterações na base de clientes.

■ Exercício de funções — Acompanhamento da oferta e da procura no mercado de


trabalho:mais de metade do relatório do PSE refere que acompanham regularmente a estrutura da
procura de mão de obra, a adequação das competências às ofertas de emprego e a sua relação com
a composição dos candidatos a emprego. Embora isto mostre que os SPE estão a desenvolver uma
função de condução na identificação das necessidades do mercado de trabalho e a assegurar
serviços adequados e a correspondência entre os empregadores e os candidatos a emprego, há
alguma margem para melhorar as atividades de antecipação de competências que podem informar a
função de condução. Estas atividades de acompanhamento proporcionam uma base factual que
pode informar a cooperação com os parceiros e reforçar as ligações com os empregadores, bem
como a conceção de novos serviços para os mesmos.

■ Ligações mais fortes com o lado da procura — novos serviços para os empregadores
(incluindo ligações com as PME):são oferecidos novos serviços aos empregadores em 17 países
(por exemplo, assistência em tarefas de RH, pré-seleção de candidatos, aconselhamento em matéria
de práticas de recrutamento, apoio à formação dos trabalhadores).Embora a maioria dos SPE preste
serviços (adaptados ou não) aos empregadores, nem todos avaliam estes serviços. Compreender
tanto a natureza da oferta de serviços do empregador como a medida em que satisfaz as
necessidades dos empregadores é essencial para o desenvolvimento de ligações mais

25
Estudo de pequeno caso sobre modelos empresariais de SPE

fortes e, de facto, de novos serviços. Poucos serviços públicos de emprego interagem diretamente
com as PME, pelo que há margem — como parte da função de condução — para que os SPE se
empenhem e compreendam as necessidades das PME.

■ Utilização dos objetivos de desempenho:a adoção de metas quantificadas baseadas nos resultados
assegura a responsabilização e contribui para a eficiência dos SPE.Os SPE que acompanham
regularmente o desempenho e fazem cálculos custo-benefício, têm mais facilidade em canalizar
recursos para as medidas mais eficazes e convencer os decisores políticos a fornecer aos SPE os
recursos necessários para dar resposta aos choques do mercado de trabalho. Até à data, quase
todos os SPE utilizam anualmente objetivos de desempenho. No entanto, nove SPE utilizam metas
quantitativas para os resultados (e outros seis utilizam esses objetivos juntamente com metas
baseadas no processo).Por conseguinte, há margem para que a maioria dos SPE se baseie nas
experiências dos SPE que já têm esses objetivos e que introduzem elas próprias metas.

O que precede pode ser complementado por outros instrumentos que os SPE têm à sua disposição para
responder aos desafios com que se deparam. Estas incluem a melhoria contínua das capacidades dos
SPE e as competências do pessoal dos SPE, bem como a criação e manutenção de relações baseadas
na confiança com as principais partes interessadas que tiram partido das competências das respetivas
partes interessadas para resolver problemas complexos do mercado de trabalho.

Por último, mas não menos importante, uma investigação empírica aprofundada que analise o impacto
das características específicas dos modelos empresariais dos SPE na eficácia dos SPE pode continuar a
apoiar o desempenho dos SPE e a prestar mais e diferentes serviços. Para o efeito, a nova Rede
Europeia de Serviços Públicos de Emprego proporcionará uma plataforma para a comparação do
desempenho dos SPE a nível europeu, identificando boas práticas e promovendo a aprendizagem mútua,
a fim de reforçar a capacidade e a eficiência dos serviços. Em especial, as atividades de aprendizagem
comparativa previstas no contexto da nova rede de SPE deverão fornecer informações factuais sobre o
desempenho dos SPE, que proporcionarão uma base factual útil para a aprendizagem mútua.

25Decisão 573/2014/UE do Parlamento Europeu e do Conselho, de 15 de maio de 2014, relativa ao reforço da


cooperação entre os serviços públicos de emprego (SPE).

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Estudo de pequeno caso sobre modelos empresariais de SPE

Anexo 1 Referências
Comissão Europeia (2007): «Para a definição de princípios comuns de flexigurança», Comunicação da Comissão,
junho de 2007.

Comissão Europeia (2012):Subcontratação nos serviços públicos de emprego: a conceção e a execução dos
contratos baseados nos «resultados» e «de caixa negra».Autor: DaN Finn, janeiro de 2013

Comissão Europeia, COM (2013) 430 final, Decisão do Parlamento Europeu e do Conselho relativa à cooperação
reforçada entre os serviços públicos de emprego, Bruxelas, 17.06.2013

Comissão Europeia (2013): Contribuição dos serviços públicos de emprego para a UE 2020: Documento de
Estratégia do SPE para 2020, disponível em: http: //ec.europa.eu/social/main.jsp?catId=105&langId=en

Comissão Europeia (2013): Descentralização dos Serviços Públicos de Emprego, autor: Hugh Mosley, janeiro de
2013 http: //ec.europa.eu/social/BlobServlet?docId=6963&langId=en

Comissão Europeia (2014): Resumo — PSE para a Conferência de Diálogo do PSE sobre serviços orientados para
os empregadores

Laboratório de Mobilidade Profissional (2011): Estudo do modelo empresarial dos serviços públicos de emprego
2011, disponível em: http: //www.mobilitypartnership.eu/Documents/SS1 (20 % — 20 — modelos Final.pdf)

Classe, Jochen e Clegg, Daniel (2011): Proteção do desemprego e mudança do mercado de trabalho na Europa:
para uma «tripla integração»?Claten and Clegg (eds) Regulating the risk of desemprego, OUP 2011.

Kido, Arvo (2012): Serviços públicos de emprego e políticas de ativação, documento de debate do Banco Mundial
n.º 1215

Van Berkel, Rik, Willibrord de Graaf e Tomas Sirovatka (2011): A governação dos Estados-providência ativos, em: A
governação dos Estados-providência ativos na Europa, Palgrave, 2011, pp. 1-21.

Struyven, Ludo (2004): Design Choices in Market Competition for Employment Services for the Long term
Desempregado, documentos de trabalho da OCDE sobre os desempregados de longa duração, 2004 (6)

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