Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Autonomia da vontade: você nunca irá adquirir uma obrigação civil contra a sua vontade.
Enquanto na obrigação do direito público não possui o vínculo de coordenação, que
essencialmente respeita a essência da liberdade humana.
Direito das obrigações: “Complexo de normas que regem relações jurídicas de ordem
patrimonial, que tem por objeto prestações de um sujeito em proveito de outro. Disciplina as
relações jurídicas de natureza pessoal, visto que seu conteúdo é a prestação patrimonial, ou
seja, a ação ou omissão do devedor tendo em vista o interesse do credor, que, por sua vez, tem
o direito de exigir o cumprimento, podendo, para tanto, mover a máquina judiciária, se
necessário.” - Carlos Roberto Gonçalves
● Elementos da obrigação:
1) Sujeitos - elemento subjetivo
➔ credor pode exigir do devedor um certo comportamento em caso de inadimplência
➔ posições contrapostas entre credor e devedor, ou seja, interesses diferentes
Credor e devedor são os dois pólos da obrigação. Credor é o sujeito ativo, aquele que tem interesse que a prestação seja cumprida — o
titular do crédito. Já o devedor é o sujeito passivo, aquele que tem o dever de efetuar a prestação — o titular do débito. Apenas pessoas
naturais e jurídicas podem participar dos pólos da obrigação.
➔ podem ser pessoas naturais e jurídicas ou aqueles que possuem certa personalidade
jurídica
➔ capacidade de fato não é imprescindível, desde que sejam devidamente assistido ou
representado
➔ admite-se pluralidade em qualquer dos pólos (ativos e passivos) da relação jurídica
obrigacional
➔ em determinados casos possuirão nomenclatura própria (ex: locador - locatário)
➔ deve ser ao menos determinável, ou seja, no momento de constituição da obrigação ele
não é determinado, mas até a execução da obrigação deve ser determinado
➔ não é necessário que os sujeitos originários se mantenham os mesmo até a extinção da
obrigação (exceto no caso de obrigação personalíssima), ou seja, a pessoa do devedor
e do credor pode ser alterada
➔ nascituro não possuem personalidade jurídica, por isso não pode participar de uma
relação obrigacional, por causa do texto do artigo 2º do CC
Reais Pessoais
oponibilidade erga omnes: contra todos desde que não contrários à lei, são infinitos
(sujeito passivo) relação do dono com a coisa e
todos os não donos da coisa não têm direito sobre ela
1
debitum sem obligatio: dívidas de jogo e as pretensões prescritas
obligatio sem debitum: quando um fiador é responsabilizado pelo inadimplemento do devedor, sem que a
obrigação seja sua
“É ilícita a prisão civil de depositário infiel, qualquer que seja a modalidade de depósito.”,
alterando assim a hierarquia dos tratados internacionais que versem sobre direitos humanos.
● Fonte das Obrigações: fatos jurídicos que dão origem às relações obrigacionais
A lei é a fonte mediata de toda e qualquer obrigação, mas entre a lei e os efeitos
obrigacionais sempre existe um fato jurídico em sentido amplo (o contrato, o negócio jurídico,
o ato ilícito etc.), então, como condição determinante da obrigação sempre existe um
acontecimento - natural ou humano.
2
EXEMPLO: no caso da obrigação imposta ao mutuário (aquele que tomou um empréstimo), o seu objeto
direto é a prestação (atividade de dar); ao passo que o objeto indireto é o próprio bem da vida que se pretende
obter (dinheiro).
- Quanto ao tempo do adimplemento:
instantânea: é a que se consuma no ato, como, por exemplo, a entrega de uma mercadoria;
nela há uma completa exaustão da prestação logo no primeiro momento de seu adimplemento.
execução continuado: se prolonga no tempo, caracterizando-se pela prática ou abstenção de
atos reiterados, que se desfaz depois de um lapso temporal; por exemplo, a obrigação do
locador de ceder ao inquilino, por certo tempo, o uso e o gozo de um bem infungível, e a
obrigação do locatário de pagar o aluguel convencionado:
execução diferida: exigem o seu cumprimento em um só ato, mas diferentemente da
instantânea, sua execução deverá ser realizada em momento futuro.
- Quanto ao fim:
de meio: é aquela em que o devedor utiliza os seus conhecimentos, meios e técnicas para
alcançar o resultado pretendido sem, entretanto, se responsabilizar caso este não se produza.
de resultado: é aquela que o sujeito passivo não somente utiliza todos os seus meios,
técnicas e conhecimentos necessários para a obtenção do resultado, como também se
responsabiliza caso este seja diverso do esperado.
de garantia: é a obrigação acessória que tem por conteúdo a eliminação de um risco, que
pesa sobre o credor; ela visa reparar as consequências de realização do risco. Um exemplo
disso é um contrato de seguro que tem por objetivo assumir o risco e responder por algo
causado por terceiro.
Obrigação de dar coisa certa: a coisa precisa ser específica, certa e determinada. O credor
não é obrigado a receber algo diverso do que foi combinado (artigo 313, CC).
O pagamento só serve para o objeto específico que foi tratado, receber algo diverso disso
cumpre a obrigação, mas não se pode dizer que foi feito o pagamento.
Credor não pode se valer de ações possessórias (visam defender a posse) ou petitórias (visam
defender a propriedade) antes da tradição, mas pode forçar o devedor a entregar o bem.
- teoria dos riscos: fala sobre as hipóteses de perda ou deterioração do objeto antes do
cumprimento da obrigação. artigos 234 a 241, cc
Perda do objeto: a ntes da tradição, ou pendente condição suspensiva:
- sem culpa do devedor: resolve-se a obrigação, restituindo-se eventual antecipação (art.
234).
- com culpa do devedor: equivalente + perdas e danos (art. 234, parte final)
Deterioração do objeto:
- sem culpa do devedor: resolve a obrigação ou aceitar a coisa no estado em que se
encontra, com o respectivo abatimento. (art. 235)
- com culpa do devedor: resolve a obrigação ou aceitar a coisa no estado em que se
encontra, com o respectivo abatimento, além das perdas e danos. (art. 236)
* presunção de culpa do devedor inadimplente quanto ao fato que gerou a perda do objeto
* as partes podem estabelecer regras diversas
3
”A coisa perece para o dono” - isso ocorre quando há a obrigação de restituir coisa certa e esta se perde antes da
tradição, sem culpa do devedor
4
Frutos, produtos, rendimentos, partes integrantes e benfeitorias incorporadas são abrangidos pela obrigação de
dar coisa certa.
5
art 1.219 - 1.222 do Código Civil
Mora:
- se interessado na restituição estiver em mora para recebê-la, será responsabilizado
mesmo na hipótese de perda acidental pelo devedor. art. 492, §2º
- se do devedor (quem deveria restituir a coisa), recairá contra ele a condenação em
perdas e danos mesmo que a perda resulte de caso fortuito ou coisa maior, exceto se
provar que, mesmo que a entrega fosse tempestiva, o evento lesivo ainda sim
ocorreria. art. 399
*perdas e deterioração a pós a transferência: não faz mais parte dos direito das obrigações,
pois já foi feita a tradição.
Obrigação de dar coisa incerta: nessa obrigação apenas quantidade e espécie (gênero6) estão
definidas. a rt. 243, CC
Nas obrigações de dar coisa incerta a escolha cabe ao devedor, salvo se as partes
determinaram de quem é esse direito7. a rt. 244, CC
- depois que a escolha é feita, se torna obrigação de dar coisa certa, por isso é algo
transitório, pois não vai ser algo incerto permanentemente.
→ ocorre então a concentração que é quando deixa de ser obrigação de dar
coisa incerta, para ser uma obrigação de dar coisa certa. O momento exato da
concentração é quando o credor tem a ciência da escolha. art. 245, CC
O devedor, antes da escolha não pode alegar perda ou deterioração da coisa, mesmo por caso
fortuito ou força maior. “Gênero nunca perece” – art. 246
- A indeterminação é incompatível com o perecimento, pois o gênero nunca perece.
6
Gênero = Espécie
7
Essa liberdade de escolha não é absoluta, pois o devedor não poderá dar a coisa pior e nem será obrigado a dar
a melhor.
Obrigação de FAZER: ação humana (enquanto na obrigação de dar o que importa é o objeto
em si, o que está dando, entregando; na obrigação de fazer é o que está fazendo, a conduta do
devedor)
- ganhou relevância pós revolução industrial, com o crescimento da atividade terciária
(serviços)
- o credor pode, conforme as circunstâncias, não aceitar a prestação por terceiro (ex.:
contratar o advogado, e impedir que ele passe o serviço para um estagiário)
8
Exemplo: uma emissora de televisão se compromete a não exibir determinado programa. Depois de exibido não
tem como voltar atrás, o público já assistiu.
9
Exemplo: A comprometeu-se a não construir um muro, mas o fez. Esse muro poderá ser desfeito
Obrigações alternativas: nas obrigações alternativas há mais de um objeto (prestação) mas o
cumprimento de um objeto extingue a obrigação. concentração - art 252, CC
- a escolha cabe ao devedor, se outra coisa não se pactuou.
- não há o termo médio (não poderá dar a coisa pior e nem será obrigado a dar a melhor)
- a concentração se torna irrevogável quando chega ao conhecimento da outra parte,
salvo se houver cláusula de arrependimento
- obrigação alternativa ≠ dação em pagamento10
- parágrafos do artigo 252 do Código Civil:
o
§ 1 : embora a escolha caiba ao devedor, o credor não está obrigado a receber parte em uma
prestação e parte em outra (princípio da indivisibilidade do objeto) - precisa manter a
identidade do objeto escolhido;
§ 2º: se a obrigação for de prestações periódicas, o direito de escolha poderá ser exercido a
cada período;
§ 3º: havendo pluralidade de optantes (imagine, por exemplo, um grupo de devedores com
direito de escolha), não tendo havido acordo unânime entre eles, a decisão caberá ao juiz,
após expirar o prazo judicial assinado para que chegassem a um entendimento (suprimento
judicial da manifestação de vontade) - a escolha pode ser coletiva;
§ 4º: também caberá ao juiz escolher a prestação a ser cumprida, se o título da obrigação
houver deferido esse encargo a um terceiro, e este não quiser ou não puder exercê-lo - a
escolha pode ser feita por terceiro.
- inércia do devedor quanto à escolha: se o devedor depois de notificado não fizer a
escolha, a escolha poderá ser feita pelo credor.
- Teoria dos Riscos:
Uma prestação se torna inexequível sem culpa do devedor: a alternatividade subsiste, então a
outra opção é a que permanecerá - art 253
Uma prestação se torna inexequível com culpa do devedor:
- escolha do credor: escolher entre a subsistente ou o equivalente à que se perdeu + perdas e
danos
- escolha do devedor: remanesce o débito sobre a prestação remanescente (mesma solução
para o caso de perecimento fortuito)
Todas as prestações se tornam inexequíveis sem culpa do devedor: resolve-se a obrigação -
art. 256
Todas as prestações se tornam inexequíveis com culpa do devedor:
- escolha do devedor: deve pagar a que por último se impossibilitou + perdas e danos art. 254
- escolha do credor: pode reclamar o valor de qualquer das prestações + perdas e danos art.
255, pt final
10
Na obrigação alternativa o devedor se compromete a pagar um outro objeto convencionado no ato negocial, de
forma que o credor, desde o início do vínculo obrigacional, já concordou em receber qualquer deles, não
podendo retratar tal anuência no momento do resgate do débito, enquanto a dação pressupõe a extinção da
obrigação com a entrega de coisa diversa da estipulada com o consentimento do credor.
Obrigações facultativas:
- não possui previsão legal
- possibilidade do credor de substituir o objeto inicialmente prestado por outro, de
caráter secundário (subsidiário), mas que já tinha sido especificado na relação
obrigacional
- se o objeto subsidiário perecer não tem importância, pois somente o principal é levado
em consideração
- é um direito potestativo11 do devedor de adimplir o débito de forma diversa
11
Direito que não admite contestações, o direito potestativo atua na esfera de outrem e este somente tem que se
sujeitar.
12
Mora é o mau cumprimento de uma obrigação.
- Remissão: art. 262
Caso um dos credores delibere pela remissão do débito, o perdão não produzirá efeitos
perante os demais credores, que poderão exigir o pagamento, desde que seja abatido o valor
da cota do devedor remitido.
- Perda do objeto nas obrigações indivisíveis → perda da indivisibilidade, já que a
prestação originária se converte em seu equivalente pecuniário.
- Culpa pela conversão em Perdas e Danos: a rt. 263
a. todos os devedores culpados: fraciona-se entre todos
b. apenas um: os demais se exoneram das perdas e danos
Indivisíveis Solidárias
Obrigações pecuniárias – de dar dinheiro: não é uma espécie independente da obrigação. É
uma obrigação de pagar (dinheiro) – é parecida com a obrigação de dar coisa certa.
artigo 315:
- deve ser feito o pagamento em moeda corrente, pelo seu valor nominal (princípio do
nominalismo) – o devedor se libera ao pagar o valor mencionado no contrato mesmo
que a moeda tiver sido desvalorizada pela inflação
- em caso de juros ou correção monetária deve estar expresso no contrato
- o real é uma moeda de curso legal/forçado, qualquer outra forma de pagamento pode
ser recusada, menos o real13 – no art. 318 diz que pagamento com moeda estrangeira
ou ouro é proibido, salvo em casos excepcionais
- salário mínimo14 → art. 7º, IV, CF (obrigação previdenciária)
- dívidas em dinheiro ≠ de dívida de valor15
artigo 316:
- cláusula de escala móvel: índice de atualização econômica das obrigações pecuniárias,
esses índices podem ser escolhidos pelas partes.
- correção monetária ≠ juros
Correção monetária é a recomposição do valor da moeda, enquanto juros é a remuneração do
capital. O juros pode ser moratório, quando há atraso no pagamento, ou compensatório, que é
o valor fixado em contrato para remunerar o empréstimo.
- limite da taxa de juros:
Constituição Federal: art 192, £ 3º (foi revogado, e por isso na CF não há limitação)
Código Civil: art. 406 (fala sobre juros moratórios, e se o contrato não falar sobre a taxa
moratória, poderá utilizar a taxa de mora em vigor para pagamento de impostos)
Instituições financeiras: a taxa de juros é limitada pelo mercado
- incidência de juros moratório independe de previsão art. 407
13
(Dec. Lei 857/69; Lei 9.069/95)
14
O salário mínimo não condiz com a inflação do país.
15
O objeto não é o dinheiro em si, e sim o valor econômico (aquisitivo) expresso na moeda.
artigo 317: teoria da imprevisão
- o valor da prestação pode ser corrigido pelo juiz sempre que houver desproporção
entre o que foi ajustado por ocasião da celebração do contrato e o valor da prestação
na época da execução, desde que a causa da desproporção decorra de fatos
extraordinários e imprevisíveis.
- decorre da cláusula rebus sic stantibus, o nde autoriza a revisão ou até mesmo seu
desfazimento na ocorrência de fatos supervenientes, imprevisíveis e que não são
imputáveis às partes, com reflexos sobre a economia do contrato
Responsabilidade do cedente:
Regra Geral: na cessão a título oneroso, o cedente fica responsável pela existência do crédito,
no momento em que lhe cedeu, mesmo que o contrato seja omisso. O cedente deve garantir
que o crédito exista, mas não se responsabiliza pela inadimplência do devedor (cessão pro
soluto) . art. 295
- na cessão gratuita remanesce a mesma responsabilidade (pela existência do crédito) se
o cedente houver procedido de má-fé
- o cedente pode se responsabilizar pela insolvência do devedor, além de garantir a
existência do crédito. Ele se torna corresponsável pelo pagamento da dívida, até o
limite em que recebeu do cessionário, acrescida de juros e despesas (cessão pro
solvendo). *deve haver estipulação contratual art. 296 e 297
Observações:
- em regra, a cessão não depende de forma especial
- se houver garantia por parte de terceiro ele deverá ser notificado
- os defeitos e vícios do negócio jurídicos não são sanados em virtude da cessão
- se for um negócio jurídico imobiliário, o ato de cessão deverá ser averbado junto ao
registro do imóvel art. 289
- se houver várias cessões do mesmo crédito o pagamento deverá ser feito para aquele
que apresentar o título da cessão, independentemente da cronologia. art. 291
- se houver dúvida a quem deve pagar deverá ser feito uma consignação em pagamento
● Pagamento:
- modo natural da extinção da obrigação, caracterizado pelo efetivo e direto
cumprimento da prestação pelo devedor
- é uma espécie do gênero extinção da obrigação
Requisitos subjetivos:
➔ quem paga? o solvens
- o pagamento, além de dever, é um direito subjetivo do devedor (recuperar sua
liberdade)
- em regra o pagamento é feito pelo devedor (maior interessado no cumprimento da
obrigação)
- pode ser efetuado por terceiro (interessado ou não interessado)
- art. 304 → permite o uso de meios coercitivos
TERCEIRO INTERESSADO:
- integra a relação obrigacional
- indiretamente responsável pela solução do débito
- juridicamente legitimado a resgatá-lo, pois pode sofrer efeitos do inadimplemento
- impossível ao credor se opor ao pagamento por ele efetuado art. 304
- devedor pode contestar a tentativa de pagamento por terceiro interessado face a seu
direito de adimplir pessoalmente
- ao efetuar o pagamento, se sub-roga no crédito, assumindo posição idêntica à do
credor originário art. 346, III
TERCEIRO NÃO INTERESSADO:
- pessoa estranha à relação obrigacional
- não tem interesse jurídico em resgatar o débito
- poderá pagar em seu próprio nome: art. 305
Ele terá direito ao reembolso, mas não haverá sub-rogação, pois inexiste vínculo entre solvens
e devedor, o terceiro não possui motivação jurídica para efetuar o pagamento. Deverá se valer
da actio in rem verso16. E ele deve respeitar o termo de vencimento originário, pois existe a
possibilidade do devedor pagar.
- poderá pagar por conta e em nome do devedor: art. 304, p.u.
Não há previsão de direito ao reembolso por parte do solvens, s eria uma espécie de doação
incondicional. O art. 306 exclui do direito ao reembolso na situação do pagamento feito por
terceiro sem o conhecimento ou mediante oposição do devedor, nas situações que o devedor
tivesse motivos para não efetuá-lo (condições de evitar a cobrança forçada).
* Acontece também que a intervenção de terceiro pode ter por objetivo o constrangimento do
próprio devedor.
em nome próprio ✓ X X
16
fundamento: art. 884
Requisitos Objetivos:
➔ objeto do pagamento art. 313
- o credor não é obrigado a receber objeto diverso do que lhe é devido
- princípio da identidade ou exatidão da prestação
- se ele aceitar outro objeto não é considerado pagamento, e sim dação em pagamento
- mesmo se o objeto da prestação for divisível o credor não é obrigado a receber, e nem
o devedor é obrigado a pagar (por partes) se assim não foi pactuado
- art. 315: “As dívidas em dinheiro deverão ser pagas no vencimento, em moeda
corrente e pelo valor nominal, salvo o disposto nos artigos subseqüentes.”
17
Essa presunção tem natureza relativa e pode ser derrogada se o credor provar o contrário.
➔ lugar do pagamento art. 327
-
o local do pagamento em regra será no domicílio do devedor, salvo se as partes
estipularem o contrário, se resultar da lei ou da natureza da obrigação
- se forem estipulados dois ou mais lugares, o credor escolherá entre eles
- regra: dívidas querábles (quesíveis), quando o credor procura o devedor
→ mas podem ser portables (portáveis), quando o devedor procura o credor
(princípio da eleição - art. 78 cc)
- o importante do local do pagamento não é o local em si, e sim quem deverá ir atrás de
quem
- quanto a constatação da mora:
quesíveis: o devedor só sofrerá a mora quando o credor perseguir o pagamento e o devedor se
recusar
portáveis: a mora é automática, pois é o devedor quem deve procurar pelo credor
- o domicílio do pagamento é aquele vigente ao tempo da conclusão do negócio jurídico
- a cláusula de eleição de foro é livremente facultada18
- se o pagamento consistir na tradição de um imóvel, ou das prestação relativas a ele, o
pagamento será feito no local situado o bem. art. 328
- segue a regra do CPC quanto aos direitos reais sobre bens móveis
- exceções à regra geral do artigo 327:
- se houver motivo grave para não efetuar o pagamento no lugar
determinado o devedor poderá fazer em outro lugar, sem prejuízo para
o credor art. 329
- o pagamento reiteradamente feito em outro local faz presumir renúncia
do credor ao local previsto no contrato art. 330
18
Com exceção do direito do consumidor.
19
Segue a regra geral do artigo 134 cc.
20
Nesse caso deverá o credor provar que o devedor teve ciência.
● Formas Especiais de Pagamento
Consignação em Pagamento: art. 334
- pagamento indireto da prestação
- se o credor se recusar a receber, nasce uma pretensão para o devedor
- é um meio judicial ou extrajudicial que possibilita que o devedor se libere da
obrigação, depositando a coisa devida nos casos e formas legais, ou seja, deve seguir
todos os termos do contrato, e se houver disposição em contrário não poderá ser feita a
consignação
- não é um dever, e sim uma faculdade do devedor, que está impedido de efetuar o
pagamento por culpa do credor, é feito para facilitar o pagamento do devedor
- evita que o devedor pague mal
- devedor é juridicamente interessado na própria exoneração → único meio de se livrar
dos ônus decorrentes do inadimplemento ou do adimplemento irregular
- o devedor se libera independentemente do credor ter recebido o pagamento
- o objeto pode ser tanto a coisa quando a importância corrigida, não cabe na obrigação
de fazer
- extrajudicial21: quando o devedor tiver ciência da recusa do credor em receber, terá o
prazo de 30 dias para ajuizar ação de consignação em pagamento art. 539, § 1º- 3º NCPC
- o decurso do prazo não impede a consignatória, mas o devedor deverá pagar o valor da
obrigação+correção moratória+juros de mora
- possui natureza mista:
direito material: o que é visto nas disciplinas
direito processual: como utilizar o direito material em juízo
- pressupostos da consignação: art. 336
- pessoas, objeto, modo e tempo, sem esses requisitos o pagamento não é válido
- deverá ser feita pelo devedor, pelo seu representante, terceiro interessado, ou
não, que faz o pagamento em nome do devedor, sob pena de não ser
considerado válido, salvo se ratificado pelo credor ou ser revertido em seu
proveito
- deve ser feito ao credor ou ao seu representante art. 308
- sobre o objeto: o depósito deverá ser feito integralmente, o pagamento parcial
não possui efeito liberatório;
na obrigação de dar coisa incerta: quando a escolha couber ao credor ele será
citado para exercer o direito de escolha, e se não o exercer, a escolha caberá ao
devedor art. 342
- hipóteses: art. 335
I - se o credor não puder, ou, sem justa causa, recusar receber o pagamento, ou dar quitação na
devida forma;
II - se o credor não for, nem mandar receber a coisa no lugar, tempo e condição devidos;
III - se o credor for incapaz de receber, for desconhecido, declarado ausente, ou residir em
lugar incerto ou de acesso perigoso ou difícil;
IV - se ocorrer dúvida sobre quem deva legitimamente receber o objeto do pagamento;
V - se pender litígio sobre o objeto do pagamento.
- O campo de discussão da consignação em pagamento é para somente ser feito o
pagamento, para questionar qualquer coisa não poderá ser feito consignação em
pagamento.
- o momento do depósito é relevante como termo inicial dos efeitos da consignação
21
Consignação extrajudicial: o devedor deposita em uma instituição financeira e notifica o credor para receber
(só cabe para obrigações pecuniárias), se o credor se recusar a receber o devedor deverá provocar o judiciário.
- caso o credor permaneça revel e não levante o depósito ou receba a oferta, declara-se a
extinção da obrigação
- uma vez que o credor ofereça contestação (em 15 dias), a lide seguirá pelo rito
ordinário
- o depósito poderá ser levantado pelo credor antes da aceitação ou impugnação do
depósito, pois a importância não saiu do seu patrimônio jurídico, mas acarretará o
ônus de pagar as despesas do levantamento, bem como a subsistência da obrigação
art. 338
Imputação do Pagamento: a pessoa obrigada por dois ou mais débitos da mesma natureza, a
um só credor, tem o direito de indicar a qual deles oferece pagamento, se todos forem líquidos
e vencidos. art.352
- elementos: p luralidade de débitos; identidade entre credor e devedor; mesma natureza
dos débitos; débitos líquidos e vencidos; pagamento deve ser suficiente para cobrir ao
menos uma dívida
- modalidades:
- imputação do devedor (regra geral): ocorre quando o devedor indica qual
dívida que está sendo quitada com o pagamento art.352
- imputação do credor (subsidiário): não tendo o devedor declarado em qual
das dívidas líquidas e vencidas quer imputar o pagamento, se aceitar a quitação
de uma delas, não terá direito a reclamar contra a imputação feita pelo credor,
salvo provando haver ele cometido violência ou dolo art.353
- imputação feita pela lei (residual): se o devedor não indicar a qual débito
oferece pagamento, e a quitação for omissa quanto à imputação, esta se fará
nas dívidas líquidas e vencidas em primeiro lugar. Se as dívidas forem todas
líquidas e vencidas ao mesmo tempo, a imputação será na mais onerosa art.355
- onerosidade da dívida: pode ser aferida, por exemplo, pelo débito:
- que cobra mais juros
- que possui garantia real diante do que não possui
- que contém cláusula penal
- em que o devedor é principal pagador ou somente garantidor
22
Não ocasiona na liberação do devedor, e subsiste o mesmo vínculo obrigacional..
23
Se dispensam formalidades essenciais ou a necessidade de se notificar o devedor.
Compensação: é uma forma de extinção das obrigações, onde seus titulares são, credores e
devedores, reciprocamente. art.368
Confusão: é quando a qualidade de credor e devedor são reunidas em uma mesma pessoa,
extinguindo-se, consequentemente, a relação jurídica obrigacional.24 art. 381
- não há adimplemento, o débito apenas desaparece
- requisitos: unidade da relação obrigacional; a mesma pessoa ser credor e devedor;
reunião efetiva de patrimônio
- presente os requisitos, a relação obrigacional de extingue automaticamente
- pode alcançar a dívida total, ou parcial art. 382
- efeitos: e xtinção da obrigação; solidariedade, pois só haverá extinção no tocante à
parte do credor e do devedor em que ela se deu, sem acarretar o término da
solidariedade
24
ex: quando o sujeito é devedor do seu tio, e por conta do falecimento deste, adquire a herança por sucessão,
nessa hipótese ele se torna seu próprio credor, e por isso seu débito desaparecerá.
25
ex: A, credor de B, declara que não irá mais exigir a dívida, ou pratica ato incompatível com a possibilidade
de exigir (devolvendo o título objeto da obrigação).