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DIREITO DAS OBRIGAÇÕES

Surgimento de uma obrigação: ​em regra surge com um negócio jurídico

Fundamento da obrigação: ​autonomia da vontade, livre arbítrio

Autonomia da vontade: você nunca irá adquirir uma obrigação civil contra a sua vontade.
Enquanto na obrigação do direito público não possui o vínculo de coordenação, que
essencialmente respeita a essência da liberdade humana.

Obligatio (ob+ligare)​: atar, unir, ligar


- Unir duas pessoas, credor e devedor, em um negócio jurídico

Objeto do direito das obrigações: ​relações de cunho negocial entre particulares.

Direito das obrigações: ​“Complexo de normas que regem relações jurídicas de ordem
patrimonial, que tem por objeto prestações de um sujeito em proveito de outro. Disciplina as
relações jurídicas de natureza pessoal, visto que seu conteúdo é a prestação patrimonial, ou
seja, a ação ou omissão do devedor tendo em vista o interesse do credor, que, por sua vez, tem
o direito de exigir o cumprimento, podendo, para tanto, mover a máquina judiciária, se
necessário.” - Carlos Roberto Gonçalves

Obrigação: “relação jurídica transitória, estabelecendo vínculos jurídicos entre duas


diferentes partes, cujo objeto é uma prestação pessoal, positiva ou negativa, garantido o
cumprimento sob pena de coerção judicial.” - Cristiano Chaves e Nelson Rosenvald

● Evolução histórica do direito das obrigações:


Na ​Grécia antiga não havia uma real definição de obrigação, eles tinham certa noção dessa
figura. As relações obrigatórias eram divididas em dois tipos: voluntárias (decorrentes de um
acordo entre as partes) e as involuntárias (resultantes de um fato do qual nasce uma
obrigação).
No ​Direito Romano​, o equivalente a uma obrigação era o ​nexum​, que era uma espécie de
empréstimo, mas que no seu inadimplemento o credor tinha o direito de exigir o pagamento
de uma prestação ao devedor, podendo até fazê-lo responder com seu corpo, coisa que não é
aceita mais nos dias de hoje por ferir a dignidade humana.

● Características principais da obrigação:


a) caráter temporário
b) vínculo jurídico entre as partes
c) caráter patrimonial
d) prestação positiva ou negativa (dar, fazer ou não fazer)
e) aspecto dúplice: débito e responsabilidade

● Elementos da obrigação:
1) Sujeitos - elemento subjetivo
➔ credor pode exigir do devedor um certo comportamento em caso de inadimplência
➔ posições contrapostas entre credor e devedor, ou seja, interesses diferentes

Credor e devedor são os dois pólos da obrigação. Credor é o ​sujeito ativo​, aquele que tem interesse que a prestação seja cumprida — o
titular do ​crédito​. Já o devedor é o ​sujeito passivo​, aquele que tem o dever de efetuar a prestação — o titular do ​débito​. Apenas pessoas
naturais e jurídicas podem participar dos pólos da obrigação.
➔ podem ser pessoas naturais e jurídicas ou aqueles que possuem certa personalidade
jurídica
➔ capacidade de fato não é imprescindível, desde que sejam devidamente assistido ou
representado
➔ admite-se pluralidade em qualquer dos pólos (ativos e passivos) da relação jurídica
obrigacional
➔ em determinados casos possuirão nomenclatura própria (ex: locador - locatário)
➔ deve ser ao menos determinável, ou seja, no momento de constituição da obrigação ele
não é determinado, mas até a execução da obrigação deve ser determinado
➔ não é necessário que os sujeitos originários se mantenham os mesmo até a extinção da
obrigação (exceto no caso de obrigação personalíssima), ou seja, a pessoa do devedor
e do credor pode ser alterada
➔ nascituro não possuem personalidade jurídica, por isso não pode participar de uma
relação obrigacional, por causa do texto do artigo 2º do CC

2) Objeto - elemento objetivo


➔ é a ​prestação​ do devedor: sempre um fato humano
➔ componente material, físico, palpável da relação jurídica
➔ prestação positiva ou negativa: consiste em dar, fazer ou não fazer algo
➔ conteúdo econômico ou conversibilidade patrimonial → inadimplemento gera o
direito à reparação por perdas e danos (responsabilidade)
➔ objeto da prestação (fato humano) prestação (bem da vida)
a) ​Objeto direto ou imediato​: É uma conduta pessoal do devedor, ou seja, a prestação, que
pode ser de dar, fazer ou não fazer.
b) ​Objeto indireto ou mediato​: É o benefício decorrente da prestação, isto é, o bem da vida
que se persegue com a prestação.
➔ características:
- licitude
- possibilidade (física - quando é, pelas leis naturais irrealizável, e jurídica -
seus efeitos práticos se confundem com a própria ilicitude)
- determinabilidade (determinável ou determinado) ​art 243
- economicidade: prestação deve ser apreciável economicamente →
responsabilidade patrimonial do devedor (art 391 do CC, e exceções do art 832 e 833 do
NCPC e bem de família)

3) Vínculo Jurídico - elemento imaterial


➔ une credor e devedor, permitindo aos primeiro exigir do segundo o comportamento do
pactuado (dar, fazer ou não fazer)
➔ confere coercibilidade à relação obrigacional
➔ “Jurídico”: em caso de não cumprimento da obrigação, haverá sanção
➔ formas de sanção:
1) corporal - Roma, até a Lex Poetelia Papira
2) patrimonial - atualmente, art 389 do CCB
➔ Débito e Responsabilidade
Débito:​ dever do sujeito passivo de prestar aquilo a que se comprometeu.
Responsabilidade: prerrogativa do credor, ocorrendo inadimplência, de proceder à execução
do patrimônio do devedor.
*Excepcionalmente, pode existir responsabilidade sem obrigação, e obrigação sem responsabilidade1
- Obrigações naturais (ou imperfeitas): não possuem caráter coercitivo do vínculo
jurídico, não ensejando a execução forçada pelo Poder Judiciário na hipótese de
descumprimento voluntário.

Direitos Reais X Direitos Pessoais


Direitos obrigacionais​: P​1​→​ P​
​ 2
Direitos reais​: P​↓ →
​ Coletividade
Coisa

Reais Pessoais

recaem diretamente sobre a coisa = relação dependem de uma prestação do devedor


entre pessoa e coisa (demanda a colaboração de um sujeito
passivo) = relação entre duas pessoas

direito de sequela: direito de perseguir a depende de uma atitude ativa do devedor


coisa até encontrá-la

oponibilidade ​erga omnes​: contra todos desde que não contrários à lei, são infinitos
(sujeito passivo) ​relação do dono com a coisa e
todos os não donos da coisa não têm direito sobre ela

numerus clausus (​ direitos reais são todos objeto determinado ou determinável


aqueles que estão elencados no art. 1.225 do
CC) - rol taxativo
*​toda relação jurídica é de pessoa para pessoa

Relação Jurídica Obrigacional:


Sujeito Ativo (credor) ------ ​relação jurídica obrigacional ​------ Sujeito Passivo (devedor)
crédito débito

Relação Jurídica Real:


Titular do Direito Real ------ ​relação jurídica real ​------ Bem/Coisa

Obrigação ​Propter Rem​: A pessoa assume uma prestação em razão da aquisição de um


direito real, ou seja, as obrigações ​propter rem s​ e transmitem automaticamente para o novo
titular da coisa a que se relacionam.

● Prisão civil por dívida no Ordenamento Jurídico Brasileiro


Não haverá prisão civil por dívida, com duas exceções: devedor de alimentos (obrigação
alimentar) e depositário infiel (art 5º, LXVII da CF), mas pelo pacto de San Jose da Costa
Rica não permite a prisão do depositário infiel, somente por obrigações alimentares, isso
causa um conflito de normas e o entendimento posterior do STF foi a Súmula Vinculante 25:

1
debitum ​sem​ obligatio:​ dívidas de jogo e as pretensões prescritas
obligatio ​sem ​debitum:​ quando um fiador é responsabilizado pelo inadimplemento do devedor, sem que a
obrigação seja sua
“É ilícita a prisão civil de depositário infiel, qualquer que seja a modalidade de depósito.”,
alterando assim a hierarquia dos tratados internacionais que versem sobre direitos humanos.

Prisão civil por descumprimento de obrigação alimentícia: ​período de inadimplência: 90


dias - Súmula 309, STJ “​O débito alimentar que autoriza a prisão civil do alimentante é o que
compreende as três prestações anteriores ao ajuizamento da execução e as que se vencerem no
curso do processo.”

● Fonte das Obrigações: ​fatos jurídicos que dão origem às relações obrigacionais
A lei é a fonte ​mediata de toda e qualquer obrigação, mas entre a lei e os efeitos
obrigacionais sempre existe um fato jurídico em sentido amplo (o contrato, o negócio jurídico,
o ato ilícito etc.), então, como condição determinante da obrigação sempre existe um
acontecimento - natural ou humano.

As obrigações derivam da lei ​+ ​conduta humana

● Da Prestação - objeto direto e imediato da obrigação:


A prestação é uma ​atividade do devedor, ela pode ser positiva (dar, fazer), ou negativa (não
fazer). Em regra, o direito obrigacional está ligado ao ​patrimônio​, portanto não se pode
reconhecer válidas as relações obrigacionais que têm como objeto direitos personalíssimos,
pois estes não podem ser alienados.
Mas também existem relações obrigacionais que não estão ligadas ao patrimônio, por
exemplo, alguém se obrigar, por meio de um contrato a não ligar o som para não prejudicar o
vizinho, nesse caso a prestação não está marcada pela economicidade, mas no caso de
inadimplemento, poderá acarretar, por exemplo, perdas e danos.

Obrigação2: ​→ objeto direto ou imediato: a prestação


→ objeto indireto ou mediato: o bem da vida (utilidade material)

● Classificação das Obrigações


- Quanto à natureza do objeto​: dar, fazer e não fazer

- Quanto ao modo de execução:​


simples: simples é a prestação que recai somente sobre uma coisa (certa ou incerta) ou sobre
um ato (fazer ou não fazer); destina-se a produzir um único efeito, liberando-se para o
devedor quando cumprir a prestação a que se obrigou.
cumulativa: é uma relação obrigacional múltipla, por conter duas ou mais prestações de dar,
de fazer ou de não fazer, decorrentes da mesma causa ou do mesmo título, que deverão
realizar-se totalmente, pois o inadimplemento de uma envolve seu descumprimento total.
alternativa: é a que contém duas ou mais prestações com objetos distintos, da qual o devedor
se libera com o cumprimento de uma só delas, mediante escolha sua ou do credor.
facultativa: nesta, apenas o devedor poderá optar por cumprir o contrato ou entregar
prestação diversa, não podendo o credor reclamar.

2
​EXEMPLO: ​no caso da obrigação imposta ao mutuário (aquele que tomou um empréstimo), o seu objeto
direto é a prestação (atividade de dar); ao passo que o objeto indireto é o próprio bem da vida que se pretende
obter (dinheiro).
- Quanto ao tempo do adimplemento​:
instantânea: ​é a que se consuma no ato, como, por exemplo, a entrega de uma mercadoria;
nela há uma completa exaustão da prestação logo no primeiro momento de seu adimplemento.
execução continuado: se prolonga no tempo, caracterizando-se pela prática ou abstenção de
atos reiterados, que se desfaz depois de um lapso temporal; por exemplo, a obrigação do
locador de ceder ao inquilino, por certo tempo, o uso e o gozo de um bem infungível, e a
obrigação do locatário de pagar o aluguel convencionado:
execução diferida: ​exigem o seu cumprimento em um só ato, mas diferentemente da
instantânea, sua execução deverá ser realizada em momento futuro.

- Quanto ao fim​:
de meio: ​é aquela em que o devedor utiliza os seus conhecimentos, meios e técnicas para
alcançar o resultado pretendido sem, entretanto, se responsabilizar caso este não se produza.
de resultado:   ​é aquela que o sujeito passivo não somente utiliza todos os seus meios,
técnicas e conhecimentos necessários para a obtenção do resultado, como também se
responsabiliza caso este seja diverso do esperado.
de garantia: ​é a obrigação acessória que tem por conteúdo a eliminação de um risco, que
pesa sobre o credor; ela visa reparar as consequências de realização do risco. Um exemplo
disso é um contrato de seguro que tem por objetivo assumir o risco e responder por algo
causado por terceiro.

- Quanto aos elementos acidentais​: ​condicional (evento futuro e incerto) e a ​termo


(evento futuro e certo)

- Quanto aos sujeitos​:


divisível: havendo mais de um devedor ou mais de um credor em obrigação divisível, esta
presume-se dividida em tantas obrigações, iguais e distintas, quantos os credores ou
devedores. ex: dois devedores devem juntos, por contrato, dez mil reais ao credor. O credor
pode cobrar cinco mil reais de cada um dos devedores.
indivisível: ​a obrigação é indivisível quando a prestação tem por objeto uma coisa ou um fato
indivisível, por sua natureza, por motivo de ordem econômica, ou dada a razão determinante
de negócio jurídico. ex: um quadro, um carro, ou um animal, são objetos indivisíveis por que
seu fracionamento altera a substância da coisa. Havendo dois ou mais devedores, se a
prestação não for divisível, cada um será obrigado pela dívida toda. O devedor, que paga a
dívida, possui direito de crédito com os outros devedores.
solidária: ​há solidariedade, quando na mesma obrigação concorre mais de um credor, ou mais
de um devedor, cada um com direito, ou obrigado, à dívida toda. A solidariedade não se
presume; resulta da lei ou da vontade das partes.

- Quanto à liquidez do objeto:​


obrigação líquida: ​é aquela determinada quanto ao objeto e certa quanto à sua existência.
Expressa por um algarismo ou algo que determine um número certo. ex.: A deve dar a B
R$500,00 ou 5 sacos de arroz.
obrigação ilíquida: é​ aquela que carece de especificação quanto a quantidade. ex.: A deve
dar vegetais a B, não se sabe quanto e nem qual vegetal.
● Obrigação de DAR
Tem por objeto prestação de coisas, consiste na atividade de dar (transferir a propriedade da
coisa), entregar (transferir a posse) ou restituir (quando o credor recupera a posse ou a
detenção da coisa entregue ao devedor).

Regras básicas: I. ​res perit domino3


​II. ​ninguém pode assumir a responsabilidade pelo fortuito

Obrigação de dar coisa certa: ​a coisa precisa ser específica, certa e determinada. O credor
não é obrigado a receber algo diverso do que foi combinado (artigo 313, CC).
O pagamento só serve para o objeto específico que foi tratado, receber algo diverso disso
cumpre a obrigação, mas não se pode dizer que foi feito o pagamento.

acessórios → gravitação jurídica4 ​artigos 233 e 237, cc

Credor não pode se valer de ações possessórias (visam defender a posse) ou petitórias (visam
defender a propriedade) antes da tradição, mas pode forçar o devedor a entregar o bem.

- teoria dos riscos: fala sobre as hipóteses de perda ou deterioração do objeto antes do
cumprimento da obrigação. ​artigos 234 a 241, cc
Perda do objeto: a​ ntes da tradição, ou pendente condição suspensiva:
- sem culpa do devedor: resolve-se a obrigação, restituindo-se eventual antecipação (art.
234).
- com culpa do devedor: equivalente + perdas e danos (​art. 234, parte final)
Deterioração do objeto:
- sem culpa do devedor: resolve a obrigação ou aceitar a coisa no estado em que se
encontra, com o respectivo abatimento.​ (art. 235)
- com culpa do devedor: resolve a obrigação ou aceitar a coisa no estado em que se
encontra, com o respectivo abatimento, além das perdas e danos.​ (art. 236)
* presunção de culpa do devedor inadimplente quanto ao fato que gerou a perda do objeto
* as partes podem estabelecer regras diversas

→ Obrigação de restituir: ​o proprietário é o credor. ​artigos 238 a 242


Perda do objeto:
- sem culpa do devedor: obrigação se resolve. – ​art. 238
- com culpa: devedor responde pelo equivalente + perdas e danos. – ​art. 239
Deterioração do objeto:
- sem culpa: credor recebe o bem no estado em que se encontra. – ​art. 240
- com culpa: aplica-se o art. 239, facultando ao credor receber a coisa no estado em que
se encontra.
Melhoramentos:
- sem despesa/trabalho do devedor: lucrará o credor – ​art. 241
- com despesa/trabalho do devedor: aplicam-se as regras das benfeitorias5 – a​ rt. 242

3
”A coisa perece para o dono”​ - isso ocorre quando há a obrigação de restituir coisa certa e esta se perde antes da
tradição, sem culpa do devedor
4
​Frutos, produtos, rendimentos, partes integrantes e benfeitorias incorporadas são abrangidos pela obrigação de
dar coisa certa.
5
​art 1.219 - 1.222 do Código Civil
Mora:
- se interessado na restituição estiver em mora para recebê-la, será responsabilizado
mesmo na hipótese de perda acidental pelo devedor. ​art. 492, §2º
- se do devedor (quem deveria restituir a coisa), recairá contra ele a condenação em
perdas e danos mesmo que a perda resulte de caso fortuito ou coisa maior, ​exceto ​se
provar que, mesmo que a entrega fosse tempestiva, o evento lesivo ainda sim
ocorreria. ​art. 399

*perdas e deterioração a​ pós a​ transferência: não faz mais parte dos direito das obrigações,
pois já foi feita a tradição.

Obrigação de dar coisa incerta: ​nessa obrigação apenas quantidade e espécie (gênero6) estão
definidas. a​ rt. 243, CC
Nas obrigações de dar coisa incerta a escolha cabe ao devedor, salvo se as partes
determinaram de quem é esse direito7. a​ rt. 244, CC
- depois que a escolha é feita, se torna obrigação de dar coisa certa, por isso é algo
transitório, pois não vai ser algo incerto permanentemente.
→ ocorre então a ​concentração que é quando deixa de ser obrigação de dar
coisa incerta, para ser uma obrigação de dar coisa certa. O momento exato da
concentração é quando o credor tem a ciência da escolha. ​art. 245, CC
O devedor, antes da escolha não pode alegar perda ou deterioração da coisa, mesmo por caso
fortuito ou força maior. “Gênero nunca perece” – ​art. 246
- A indeterminação é incompatível com o perecimento, pois o gênero nunca perece.

Tutela Processual das Obrigações de Dar Coisa Certa e Incerta:


- processo “duplo” (conhecimento e execução): antes existia o processo para decidir
para ver se o credor ou o devedor tinha razão, e depois outro processo para executar a
sentença → e depois veio o ​processo sincrético:​ sincretismo é união, ou seja, uniram
esses dois processos, então a execução da sentença é apenas mais uma parte do
processo.
- decisão auto executável → cumprimento da sentença ​art. 538 NCPC
- tutela específica da obrigação: consiste na condenação do devedor ao cumprimento
de uma obrigação
- princípio da efetividade do processo: é​ a capacidade que o processo tem de assegurar
o seu objetivo, de produzir efeitos

6
​Gênero = Espécie
7
​Essa liberdade de escolha não é absoluta, pois o devedor não poderá dar a coisa pior e nem será obrigado a dar
a melhor.
Obrigação de FAZER: ação humana (enquanto na obrigação de dar o que importa é o objeto
em si, o que está dando, entregando; na obrigação de fazer é o que está fazendo, a conduta do
devedor)
- ganhou relevância pós revolução industrial, com o crescimento da atividade terciária
(serviços)
- o credor pode, conforme as circunstâncias, não aceitar a prestação por terceiro ​(ex.:
contratar o advogado, e impedir que ele passe o serviço para um estagiário)

Espécies: i​ nfungível/personalíssima​: somente o devedor pode cumprir a prestação, o devedor


deve cumprir pessoalmente a prestação, a infungibilidade pode decorrer da natureza da
prestação (qualidades profissionais do devedor) ou por convenção das partes.
fungível​: não depende de qualidades essenciais do devedor.

Inadimplemento: m ​ otivos do inadimplemento​:


1. Prestação se tornou impossível (com ou sem culpa)
2. Devedor se recusa a cumpri-la mesmo sendo possível o cumprimento
- não havendo culpa do devedor, afasta a sua responsabilidade, independente da razão
do descumprimento
- havendo culpa, será sempre possível ao credor optar pela conversão em perdas e danos
- sendo a obrigação fungível, o credor poderá optar pela execução específica, por
terceiro, às custas do devedor
- sendo infungível, quando é impossível a execução específica, há meios indiretos que
podem ser acionados
na obrigação infungível​: ​art 247, CC
- a recusa voluntária induz culpa
na obrigação fungível​: ​art 249
- não havendo urgência poderá optar pela resolução ou contratar outra pessoa para
executar o serviço, sem prejuízo de posterior ressarcimento, por meio autorização
judicial
- em caso de urgência, poderá o credor mandar executar, sem autorização judicial,
sendo depois ressarcido

Obrigação de NÃO FAZER: ​impõe ao devedor um dever de abstenção (prestação negativa),


de não praticar um ato que ele poderia fazer se não tivesse sido obrigado, se praticar o ato se
torna inadimplente.
instantânea:​ depois de descumprida não tem como voltar atrás8, a obrigação se desfaz
permanente:​ tem como desfazer9, tem como permanecer com a obrigação a​ rt. 251, CC
- o devedor está em mora desde o momento em que executa o ato que não deveria fazer
- a mora nessa obrigação é presumida pelo descumprimento dessa obrigação, e para essa
mora começar a valer não precisa de qualquer intimação
- em caso de urgência o próprio credor pode desfazer, e depois requerer perdas e danos,
independente de autorização judicial

8
​Exemplo: uma emissora de televisão se compromete a não exibir determinado programa. Depois de exibido não
tem como voltar atrás, o público já assistiu.
9
​Exemplo: A comprometeu-se a não construir um muro, mas o fez. Esse muro poderá ser desfeito
Obrigações alternativas: ​nas obrigações alternativas há mais de um objeto (prestação) mas o
cumprimento de um objeto extingue a obrigação. ​concentração - art 252, CC
- a escolha cabe ao devedor, se outra coisa não se pactuou.
- não​ há o termo médio (não poderá dar a coisa pior e nem será obrigado a dar a melhor)
- a concentração se torna irrevogável quando chega ao conhecimento da outra parte,
salvo se houver cláusula de arrependimento
- obrigação alternativa ≠​ ​ dação em pagamento10
- parágrafos do artigo 252 do Código Civil:
o​
§ 1​ : embora a escolha caiba ao devedor, o credor não está obrigado a receber parte em uma
prestação e parte em outra (princípio da indivisibilidade do objeto) - precisa manter a
identidade do objeto escolhido;
§ 2º: se a obrigação for de prestações periódicas, o direito de escolha poderá ser exercido a
cada período;
§ 3º: havendo pluralidade de optantes (imagine, por exemplo, um grupo de devedores com
direito de escolha), não tendo havido acordo unânime entre eles, a decisão caberá ao juiz,
após expirar o prazo judicial assinado para que chegassem a um entendimento (suprimento
judicial da manifestação de vontade) - a escolha pode ser coletiva;
§ 4º: também caberá ao juiz escolher a prestação a ser cumprida, se o título da obrigação
houver deferido esse encargo a um terceiro, e este não quiser ou não puder exercê-lo - a
escolha pode ser feita por terceiro.
- inércia do devedor quanto à escolha: se o devedor depois de notificado não fizer a
escolha, a escolha poderá ser feita pelo credor.
- Teoria dos Riscos:
Uma prestação se torna inexequível sem culpa do devedor: a alternatividade subsiste, então a
outra opção é a que permanecerá - ​art 253
Uma prestação​ se torna inexequível com culpa do devedor:
- escolha do ​credor​: escolher entre a subsistente ou o equivalente à que se perdeu + perdas e
danos
- escolha do ​devedor​: remanesce o débito sobre a prestação remanescente (mesma solução
para o caso de perecimento fortuito)
Todas as prestações ​se tornam inexequíveis sem culpa do devedor: resolve-se a obrigação -
art. 256
Todas as prestações ​se tornam inexequíveis com culpa do devedor:
- escolha do ​devedor​: deve pagar a que por último se impossibilitou + perdas e danos ​art. 254
- escolha do ​credor​: pode reclamar o valor de qualquer das prestações + perdas e danos ​art.
255, pt final

10
​Na obrigação alternativa o devedor se compromete a pagar um outro objeto convencionado no ato negocial, de
forma que o credor, desde o início do vínculo obrigacional, já concordou em receber qualquer deles, não
podendo retratar tal anuência no momento do resgate do débito, enquanto a dação pressupõe a extinção da
obrigação com a entrega de coisa diversa da estipulada com o consentimento do credor.
Obrigações facultativas:
- não possui previsão legal
- possibilidade do credor de substituir o objeto inicialmente prestado por outro, de
caráter secundário (subsidiário), mas que já tinha sido especificado na relação
obrigacional
- se o objeto subsidiário perecer não tem importância, pois somente o principal é levado
em consideração
- é um direito potestativo11 do devedor de adimplir o débito de forma diversa

Obrigações cumulativas: ​pluralidade de prestações, que devem ser cumpridas


conjuntamente.

Obrigações divisíveis: ​são aquelas que admitem o cumprimento fracionado ou parcial da


prestação, e quando fracionadas as partes não perdem as características essenciais do todo, e
nem sofre grande depreciação. ​art. 257
- as obrigações se dividem em tantos quanto forem os credores ou devedores;
- como se houvessem várias obrigações;
- são independentes as obrigações de cada um;
- cada credor só tem o direito de exigir sua parte do crédito;
- cada devedor só tem que pagar sua parte no débito;
- credor que recusar receber sua parte pretendendo a integralidade pode ser constituído
em mora12;
- insolvência de um co-devedor não aumenta a cota dos demais;
- suspensão da prescrição contra um devedor não aproveita aos demais;
- interrupção da prescrição por um dos credores não beneficia os outros credores;

Obrigações indivisíveis: ​só podem ser cumpridas por inteiro.


“Art. 258. A obrigação é indivisível quando a prestação tem por objeto uma coisa ou um fato não suscetíveis de
divisão, por sua natureza, por motivo de ordem econômica, ou dada a razão determinante do negócio jurídico.”
- Cumprimento das obrigações indivisíveis: ​artigos 259 e 260
1) Pluralidade de devedores:
- cada devedor se obriga pela dívida toda;
- não pode solver ​pro parte​ (a prestação é exigível por inteiro);
- quem pagar fica sub-rogado nos direitos do credor (​ art 259)​.
2) Pluralidade de credores:
- cada credor tem o direito de exigir por inteiro a prestação;
- devedor se desobriga pagando a um ou a todos;
- pagando somente a um, deverá exigir caução de ratificação, que o desobrigará quanto
aos demais credores ​(art. 260);
- caução:​ garantia de aprovação da quitação unilateral pelos demais credores.

11
​Direito que não admite contestações, o direito potestativo atua na esfera de outrem e este somente tem que se
sujeitar.
12
​Mora ​é o mau cumprimento de uma obrigação.
- Remissão: ​ ​art. 262
Caso um dos credores delibere pela remissão do débito, o perdão não produzirá efeitos
perante os demais credores, que poderão exigir o pagamento, desde que seja abatido o valor
da cota do devedor remitido.
- Perda do objeto nas obrigações indivisíveis → ​ perda da indivisibilidade, já que a
prestação originária se converte em seu equivalente pecuniário.
- Culpa pela conversão em Perdas e Danos: a​ rt. 263
a. ​todos os devedores culpados:​ fraciona-se entre todos
b. ​apenas um:​ os demais se exoneram das perdas e danos

Obrigações solidárias: ​ocorre quando na mesma obrigação concorre mais de um credor, ou


mais de um devedor, cada um com direito, ou obrigado, à dívida toda. A solidariedade não se
presume; resulta da lei ou da vontade das partes.
Solidariedade ativa:
- cada um dos credores solidários tem direito a exigir do devedor o cumprimento da
prestação por inteiro;
- o pagamento feito a um dos credores solidários extingue a dívida até o montante do
que foi pago;
- se um dos credores solidários falecer deixando herdeiros, cada um destes só terá
direito a exigir e receber a quota do crédito que corresponder ao seu quinhão
hereditário, salvo se a obrigação for indivisível;
- convertendo-se a prestação em perdas e danos, subsiste, para todos os efeitos, a
solidariedade;
- o credor que tiver perdoado a dívida ou recebido o pagamento responderá aos outros
pela parte que lhes caiba.
Solidariedade passiva:
- o credor tem direito a exigir e receber de um ou de alguns dos devedores, parcial ou
totalmente, a dívida comum; se o pagamento tiver sido parcial, todos os demais
devedores continuam obrigados solidariamente pelo resto;
- qualquer cláusula, condição ou obrigação adicional, estipulada entre um dos devedores
solidários e o credor, não poderá agravar a posição dos outros sem consentimento
destes;
- impossibilitando-se a prestação por culpa de um dos devedores solidários, subsiste
para todos o encargo de pagar o equivalente; mas pelas perdas e danos só responde o
culpado;
- o devedor demandado pode opor ao credor as exceções que lhe forem pessoais e as
comuns a todos; não lhe aproveitando as exceções pessoais a outro co-devedor;
- a devedor que satisfez a dívida por inteiro tem direito a exigir de cada um dos
co-devedores a sua quota;
- o credor não pode interferir nas relações internas entre os devedores solidários.
Alternativas Solidárias

Obrigação alternativa é uma obrigação com Há solidariedade, quando na mesma


pluralidade de objetos, na qual o devedor obrigação concorre mais de um credor, ou
cumpre a obrigação quando presta apenas mais de um devedor, cada um com direito,
um deles.
ou obrigado, à dívida toda.

Indivisíveis Solidárias

Na conversão para perdas e danos há a perda Convertendo-se a prestação em perdas e


da indivisibilidade. danos, subsiste a solidariedade.
- indivisibilidade → objetiva - solidariedade → subjetiva

Obrigações pecuniárias ​– ​de dar dinheiro: ​não é uma espécie independente da obrigação. É
uma obrigação de pagar (dinheiro) – é parecida com a obrigação de dar coisa certa.
artigo 315:
- deve ser feito o pagamento em moeda corrente, pelo seu valor nominal (princípio do
nominalismo) – o devedor se libera ao pagar o valor mencionado no contrato mesmo
que a moeda tiver sido desvalorizada pela inflação
- em caso de juros ou correção monetária deve estar expresso no contrato
- o real é uma moeda de curso legal/forçado, qualquer outra forma de pagamento pode
ser recusada, menos o real13 – no art. 318 diz que pagamento com moeda estrangeira
ou ouro é proibido, salvo em casos excepcionais
- salário mínimo14 → art. 7º, IV, CF (obrigação previdenciária)
- dívidas em dinheiro ​≠​ de dívida de valor15

artigo 316:
- cláusula de escala móvel​: índice de atualização econômica das obrigações pecuniárias,
esses índices podem ser escolhidos pelas partes.
- correção monetária ​≠ juros
Correção monetária é a recomposição do valor da moeda, enquanto juros é a remuneração do
capital. O juros pode ser ​moratório​, quando há atraso no pagamento, ou ​compensatório​, que é
o valor fixado em contrato para remunerar o empréstimo.
- limite da taxa de juros​:
Constituição Federal: art 192, £ 3º (foi revogado, e por isso na CF não há limitação)
Código Civil: art. 406 (fala sobre juros moratórios, e se o contrato não falar sobre a taxa
moratória, poderá utilizar a taxa de mora em vigor para pagamento de impostos)
Instituições financeiras: a taxa de juros é limitada pelo mercado
- incidência de juros moratório independe de previsão ​art. 407

13
(Dec. Lei 857/69; Lei 9.069/95)
14
O salário mínimo não condiz com a inflação do país.
15
O objeto não é o dinheiro em si, e sim o valor econômico (aquisitivo) expresso na moeda.
artigo 317: teoria da imprevisão
- o valor da prestação pode ser corrigido pelo juiz sempre que houver desproporção
entre o que foi ajustado por ocasião da celebração do contrato e o valor da prestação
na época da execução, ​desde que a causa da desproporção decorra de fatos
extraordinários e imprevisíveis.
- decorre da cláusula ​rebus sic stantibus, o​ nde autoriza a revisão ou até mesmo seu
desfazimento na ocorrência de fatos supervenientes, imprevisíveis e que não são
imputáveis às partes, com reflexos sobre a economia do contrato

● Transmissão das Obrigações


Cessão de crédito:
- negócio jurídico bilateral onde credor transfere para o terceiro a sua posição
patrimonial, sem criar uma nova situação jurídica
- ​transferência (gratuita ou onerosa) de bens imateriais
- ​cessionário se sub-roga na qualidade do cedente, investindo-se em todos os atributos e
garantias que detinha em face do devedor cedido
- ​a cessão de créditos também abrange os acessórios
- não poderá ocorrer se houver proibição contratual, se estiver expresso em lei, ou em
razão da natureza do negócio
- ​art. 290:
O devedor deve ser notificado, mesmo não sendo parte na cessão de crédito;
O conhecimento do cedido é fundamental para a eficácia, mas não sua vontade;
O cedido não precisa consentir, só precisa ter o conhecimento;
- art 309: se o cedido não for notificado, ele deverá pagar ao credor originário, e esse
pagamento tem eficácia liberatória, e o cessionário tem o direito de regresso contra o
cedente com base no enriquecimento sem causa
- alguns créditos dispensam a notificação (títulos de créditos em geral)

Responsabilidade do cedente:
Regra Geral: na cessão a título oneroso, o cedente fica responsável pela existência do crédito,
no momento em que lhe cedeu, mesmo que o contrato seja omisso. O cedente deve garantir
que o crédito exista, mas não se responsabiliza pela inadimplência do devedor (cessão ​pro
soluto)​ . art. 295
- na cessão gratuita remanesce a mesma responsabilidade (pela existência do crédito) se
o cedente houver procedido de má-fé
- o cedente pode se responsabilizar pela insolvência do devedor, além de garantir a
existência do crédito. Ele se torna corresponsável pelo pagamento da dívida, até o
limite em que recebeu do cessionário, acrescida de juros e despesas (cessão ​pro
solvendo​). ​*deve haver estipulação contratual art. 296 e 297

Observações:
- em regra, a cessão não depende de forma especial
- se houver garantia por parte de terceiro ele deverá ser notificado
- os defeitos e vícios do negócio jurídicos não são sanados em virtude da cessão
- se for um negócio jurídico imobiliário, o ato de cessão deverá ser averbado junto ao
registro do imóvel art. 289
- se houver várias cessões do mesmo crédito o pagamento deverá ser feito para aquele
que apresentar o título da cessão, independentemente da cronologia. art. 291
- se houver dúvida a quem deve pagar deverá ser feito uma consignação em pagamento

Assunção de Dívida: art. 299


- não tinha previsão no código de 1916
- negócio jurídico em que o devedor, com o consentimento expresso do credor,
transmite a um terceiro a sua obrigação
- o silêncio do credor é considerado recusa
- a lei não admite a exoneração do devedor se o terceiro, a quem se transmitiu a
obrigação, era insolvente e o credor o ignorava
- natureza liberatória: o devedor se exonera de qualquer responsabilidade
- espécies:
liberatória:​ transmissão da obrigação propicia a liberação do devedor originário
cumulativa: novo devedor assume o débito conjuntamente com o devedor primitivo, não
havendo então substituição no pólo passivo, há então um reforço do débito, pois o credor pode
receber de duas vias ​– não há previsão no código civil
- modalidades:
expromissória: negócio jurídico bilateral: credor e o novo devedor, ​mesmo sem a anuência ou
participação do devedor originário, ​se obrigam mutuamente. ​(crítica)
delegatória: negócio jurídico trilateral: um acordo entre o antigo e o novo devedor (assunção
interna), onde aquele delega o débito. Tal delegação não aperfeiçoa o negócio, sendo
necessário ​expresso c​ onsentimento do credor. ​art. 299

● Pagamento:
- modo natural da extinção da obrigação, caracterizado pelo efetivo e direto
cumprimento da prestação pelo devedor
- é uma espécie do gênero extinção da obrigação

Requisitos subjetivos:
➔ quem paga?​ o ​solvens
- o pagamento, além de dever, é um direito subjetivo do devedor (recuperar sua
liberdade)
- em regra o pagamento é feito pelo devedor (maior interessado no cumprimento da
obrigação)
- pode ser efetuado por terceiro (interessado ou não interessado)
- art. 304 → permite o uso de meios coercitivos

TERCEIRO INTERESSADO:
- integra a relação obrigacional
- indiretamente responsável pela solução do débito
- juridicamente legitimado a resgatá-lo, pois pode sofrer efeitos do inadimplemento
- impossível ao credor se opor ao pagamento por ele efetuado art. 304
- devedor pode contestar a tentativa de pagamento por terceiro interessado face a seu
direito de adimplir pessoalmente
- ao efetuar o pagamento, se sub-roga no crédito, assumindo posição idêntica à do
credor originário art. 346, III
TERCEIRO NÃO INTERESSADO:
- pessoa estranha à relação obrigacional
- não tem interesse jurídico em resgatar o débito
- poderá pagar em seu próprio nome: art. 305
Ele terá direito ao reembolso, mas não haverá sub-rogação, pois inexiste vínculo entre ​solvens
e devedor, o terceiro não possui motivação jurídica para efetuar o pagamento. Deverá se valer
da ​actio in rem verso16. E ele deve respeitar o termo de vencimento originário, pois existe a
possibilidade do devedor pagar.
- poderá pagar por conta e em nome do devedor: art. 304, p.u.
Não há previsão de direito ao reembolso por parte do ​solvens, s​ eria uma espécie de doação
incondicional. O art. 306 exclui do direito ao reembolso na situação do pagamento feito por
terceiro sem o conhecimento ou mediante oposição do devedor​, nas situações que o devedor
tivesse motivos para não efetuá-lo (condições de evitar a cobrança forçada).
* Acontece também que a intervenção de terceiro pode ter por objetivo o constrangimento do
próprio devedor.

terceiro não interessado: Reembolso Sub-Rogação Forçar Pagamento

em nome próprio ✓ X X

em nome e por conta do devedor X X ✓

➔ quem recebe? ​o ​accipiens


-pessoalidade e identidade do credor é essencial, já que a obrigação existe para
satisfação do seu interesse
- o pagamento deve ser feito ao credor, ou ao seu representante art. 308
- caso não seja feito ao credor/representante, só será válido se:
a. haja posterior ratificação do credor
b. o solvens deve comprovar que o pagamento se reverteu em proveito do verdadeiro credor
- quem paga mal paga duas vezes
- dúvida sobre a pessoa do ​accipiens​? deve fazer a consignação em pagamento

CREDOR PUTATIVO: art. 309


- quando alguém apresenta um título aparentemente válido, fazendo com que o ​solvens
de boa-fé cometa um erro, induzindo ele à falsa ideia de ser o portador do título do
real credor
- é uma aplicação da teoria da aparência
- o pagamento feito pelo devedor de boa-fé ao credor putativo é válido, e resta ao
verdadeiro credor o regresso em face do credor putativo (o fundamento será
enriquecimento ilícito)
- a diligência do devedor deve ser analisada
- no pagamento feito ao incapaz deve provar que foi revertido em proveito dele
- se o relativamente incapaz tiver ocultado a idade de forma dolosa para receber e dar a
quitação, aplica-se o artigo 180 e esse negócio jurídico não será anulado
- o portador da quitação é, presumidamente, considerado autorizado a receber o
pagamento art. 309

16
​fundamento: art. 884
Requisitos Objetivos:
➔ objeto do pagamento art. 313
- o credor não é ​obrigado​ a receber objeto diverso do que lhe é devido
- princípio da identidade ou exatidão da prestação
- se ele aceitar outro objeto não é considerado pagamento, e sim dação em pagamento
- mesmo se o objeto da prestação for divisível o credor não é obrigado a receber, e nem
o devedor é obrigado a pagar (por partes) se assim não foi pactuado
- art. 315: “As dívidas em dinheiro deverão ser pagas no vencimento, em moeda
corrente e pelo valor nominal, salvo o disposto nos artigos subseqüentes.”

➔ prova do pagamento art. 319


- é feito pela quitação
- o pagamento é um direito subjetivo do devedor (direito à liberdade)
- quitação: ​meio regular de prova do adimplemento da obrigação
- recibo: ​é o instrumento de que certifica a quitação
- o devedor poderá utilizar da ​consignação em pagamento para extinguir a obrigação se
o credor se recusar a receber o pagamento ou dar a quitação, ou seja, ele poderá se
negar a fazer o pagamento se não houver a quitação
- a quitação pode ser revogável, pois nem sempre se dá depois do efetivo pagamento,
então poderá se admitir o cancelamento da quitação, mas para isso deverá ser provado
ex: cheque sem fundo
- a quitação pode ser por meios eletrônicos
- a quitação poderá sempre ser por instrumento particular art. 320

elementos da quitação: ​art. 320


a. o valor e a espécie da dívida quitada;
b. o nome do devedor ou de quem por este pagou;
c. o tempo do pagamento;
d. o lugar do pagamento;
e. assinatura do credor ou do seu representante.
- mesmo se não cumprir um desses requisitos pode produzir efeitos ​art. 320, p.u.
- a quitação pode ocorrer mediante entrega de título ao devedor
- se a quitação consistir na devolução de um título, se ele for perdido o devedor pode
reter o pagamento e exigir a inutilização deste título art. 321
- hipóteses de presunção de pagamento:
a. se o pagamento for em forma periódica a quitação da última parcela estabelece a
presunção de estarem solvidas as anteriores art. 322
b. quando houver o pagamento do principal, presume-se que houve a quitação de juros, a
não ser que o recibo de quitação faça reserva quanto a eles17 art. 323
c. nas dívidas literais, a entrega do título ao devedor firma a presunção de pagamento
art. 324
- despesas com o pagamento ficam a cargo do devedor art. 325
→ se o aumento da despesa decorrer de fato atribuído ao credor, ele responderá pelo acréscimo
- se o pagamento se fizer por medida ou peso, se não houver disposição ao contrário,
utilizarão as medidas do local de execução art. 326

17
​Essa presunção tem natureza relativa e pode ser derrogada se o credor provar o contrário.
➔ lugar do pagamento art. 327
-
o local do pagamento em regra será no domicílio do devedor, salvo se as partes
estipularem o contrário, se resultar da lei ou da natureza da obrigação
- se forem estipulados dois ou mais lugares, o credor escolherá entre eles
- regra: dívidas querábles (quesíveis), quando o credor procura o devedor
→ mas podem ser portables (portáveis), quando o devedor procura o credor
(princípio da eleição - art. 78 cc)
- o importante do local do pagamento não é o local em si, e sim quem deverá ir atrás de
quem
- quanto a constatação da mora:
quesíveis: o​ devedor só sofrerá a mora quando o credor perseguir o pagamento e o devedor se
recusar
portáveis:​ a mora é automática, pois é o devedor quem deve procurar pelo credor
- o domicílio do pagamento é aquele vigente ao tempo da conclusão do negócio jurídico
- a cláusula de eleição de foro é livremente facultada18
- se o pagamento consistir na tradição de um imóvel, ou das prestação relativas a ele, o
pagamento será feito no local situado o bem. ​art. 328
- segue a regra do CPC quanto aos direitos reais sobre bens móveis
- exceções à regra geral do artigo 327:
- se houver motivo grave para não efetuar o pagamento no lugar
determinado o devedor poderá fazer em outro lugar, sem prejuízo para
o credor art. 329
- o pagamento reiteradamente feito em outro local faz presumir renúncia
do credor ao local previsto no contrato art. 330

Cumprimento da obrigação → Domicílio do Sujeito Passivo


(devedor)

Exigência judicial do cumprimento → Domicílio do Sujeito Passivo (réu)

➔ tempo do pagamento: art. 33119


- em princípio todo pagamento deverá ser feito no dia do vencimento da dívida
- se não tiver ajustado época para o pagamento, o credor poderá exigi-lo imediatamente,
ou seja, a ausência de termo deverá ser vista como reserva do credor de exigir a
prestação a qualquer momento
- se a obrigação for condicional ela se cumprirá na data de adimplemento da condição.20
art. 332
- poderá haver a antecipação do vencimento: art. 333
I. no caso falência do devedor ou de concurso de credores
II. se os bens hipotecados ou empenhados, forem penhorados em execução de outro
credor
III. se cessarem, ou se tornarem insuficientes as garantias de débito, fidejussórias (ex.
fiança), ou reais (hipoteca, penhor, anticrese), e o devedor, intimado, se negar a
reforçá-las.

18
​Com exceção do direito do consumidor.
19
​Segue a regra geral do artigo 134 cc.
20
​Nesse caso deverá o credor provar que o devedor teve ciência.
● Formas Especiais de Pagamento
Consignação em Pagamento: art. 334
- pagamento indireto da prestação
- se o credor se recusar a receber, nasce uma pretensão para o devedor
- é um meio judicial ou extrajudicial que possibilita que o devedor se libere da
obrigação, depositando a coisa devida nos casos e formas legais, ou seja, deve seguir
todos os termos do contrato, e se houver disposição em contrário não poderá ser feita a
consignação
- não é um dever, e sim uma faculdade do devedor, que está impedido de efetuar o
pagamento por culpa do credor, é feito para facilitar o pagamento do devedor
- evita que o devedor pague mal
- devedor é juridicamente interessado na própria exoneração → único meio de se livrar
dos ônus decorrentes do inadimplemento ou do adimplemento irregular
- o devedor se libera independentemente do credor ter recebido o pagamento
- o objeto pode ser tanto a coisa quando a importância corrigida, não cabe na obrigação
de fazer
- extrajudicial21: quando o devedor tiver ciência da recusa do credor em receber, terá o
prazo de 30 dias para ajuizar ação de consignação em pagamento ​art. 539, § 1º- 3º NCPC
- o decurso do prazo não impede a consignatória, mas o devedor deverá pagar o valor da
obrigação+correção moratória+juros de mora
- possui natureza mista:
direito material: o que é visto nas disciplinas
direito processual: como utilizar o direito material em juízo
- pressupostos da consignação: art. 336
- pessoas, objeto, modo e tempo, sem esses requisitos o pagamento não é válido
- deverá ser feita pelo devedor, pelo seu representante, terceiro interessado, ou
não, que faz o pagamento em nome do devedor, sob pena de não ser
considerado válido, salvo se ratificado pelo credor ou ser revertido em seu
proveito
- deve ser feito ao credor ou ao seu representante art. 308
- sobre o objeto: ​o depósito deverá ser feito integralmente, o pagamento parcial
não possui efeito liberatório;
na obrigação de dar coisa incerta: quando a escolha couber ao credor ele será
citado para exercer o direito de escolha, e se não o exercer, a escolha caberá ao
devedor art. 342
- hipóteses: art. 335
I - se o credor não puder, ou, sem justa causa, recusar receber o pagamento, ou dar quitação na
devida forma;
II - se o credor não for, nem mandar receber a coisa no lugar, tempo e condição devidos;
III - se o credor for incapaz de receber, for desconhecido, declarado ausente, ou residir em
lugar incerto ou de acesso perigoso ou difícil;
IV - se ocorrer dúvida sobre quem deva legitimamente receber o objeto do pagamento;
V - se pender litígio sobre o objeto do pagamento.
- O campo de discussão da consignação em pagamento é para somente ser feito o
pagamento, para questionar qualquer coisa não poderá ser feito consignação em
pagamento.
- o momento do depósito é relevante como termo inicial dos efeitos da consignação

21
​Consignação extrajudicial: o devedor deposita em uma instituição financeira e notifica o credor para receber
(só cabe para obrigações pecuniárias), se o credor se recusar a receber o devedor deverá provocar o judiciário.
- caso o credor permaneça revel e não levante o depósito ou receba a oferta, declara-se a
extinção da obrigação
- uma vez que o credor ofereça contestação (em 15 dias), a lide seguirá pelo rito
ordinário
- o depósito poderá ser levantado pelo credor antes da aceitação ou impugnação do
depósito, pois a importância não saiu do seu patrimônio jurídico, mas acarretará o
ônus de pagar as despesas do levantamento, bem como a subsistência da obrigação
art. 338

Imputação do Pagamento​: a pessoa obrigada por dois ou mais débitos da mesma natureza, a
um só credor, tem o direito de indicar a qual deles oferece pagamento, se todos forem líquidos
e vencidos. art.352
- elementos: p​ luralidade de débitos; identidade entre credor e devedor; mesma natureza
dos débitos; débitos líquidos e vencidos; pagamento deve ser suficiente para cobrir ao
menos uma dívida
- modalidades:
- imputação do devedor (regra geral): ​ocorre quando o devedor indica qual
dívida que está sendo quitada com o pagamento art.352
- imputação do credor (subsidiário): ​não tendo o devedor declarado em qual
das dívidas líquidas e vencidas quer imputar o pagamento, se aceitar a quitação
de uma delas, não terá direito a reclamar contra a imputação feita pelo credor,
salvo provando haver ele cometido violência ou dolo art.353
- imputação feita pela lei (residual): ​se o devedor não indicar a qual débito
oferece pagamento, e a quitação for omissa quanto à imputação, esta se fará
nas dívidas líquidas e vencidas em primeiro lugar. Se as dívidas forem todas
líquidas e vencidas ao mesmo tempo, a imputação será na mais onerosa ​art.355
- onerosidade da dívida: ​pode ser aferida, por exemplo, pelo débito:
- que cobra mais juros
- que possui garantia real diante do que não possui
- que contém cláusula penal
- em que o devedor é principal pagador ou somente garantidor

Dação em Pagamento: ​é um acordo convencionado entre credor e devedor, onde o credor


pode consentir em receber prestação diversa da que lhe é devida. O credor não é obrigado a
receber prestação diversa da que lhe é devida, mesmo que esta seja mais valiosa. ​art.356
- requisitos:
i. preexistência de uma relação obrigacional entre as partes;
ii. acordo entre credor e devedor (não pode haver imposição);
iii. diversidade entre a prestação devida e a oferecida
- não se exige correspondência de valor entre os bens
- pode haver dação em pagamento para quitação parcial da obrigação
- a prestação oferecida em substituição não poderá ser em dinheiro, pois seria uma mera
indenização sobre a coisa perdida
- a evicção ocorre quando o adquirente de um bem perde a propriedade, a posse ou o
uso em razão de uma decisão judicial ou de um ato administrativo, que reconheça tal
direito à terceiro, por uma situação preexistente à compra → restabelece a obrigação
originária art.359
Novação: é a transformação de uma dívida em outra, com extinção da antiga. Desta forma
surge uma nova dívida do devedor em relação ao credor, com o desaparecimento da original.
- ocorrerá novação: art.360
- quando o devedor contrai com o credor nova dívida para extinguir e substituir
a anterior; quando novo devedor sucede ao antigo, ficando este quite com o
credor; quando, em virtude de obrigação nova, outro credor é substituído ao
antigo, ficando o devedor quite com este
- requisitos da novação:
- existência de um vínculo jurídico anterior;
- conversão da obrigação anterior em uma nova obrigação por acordo entre as
partes;
- ânimo de novar, caso contrário, a segunda obrigação será uma confirmação da
primeira art.361
- alteração de prazos ou condições acessórias não implica em novação, nem mudança no
local do pagamento, modificação pura e simples do valor, aumento diminuição de
garantias e extensão do prazo de cumprimento
- modalidades:
novação objetiva: as partes contraem uma nova dívida, visando extinguir a anterior, com
alteração de seu objeto ou sua natureza. Não há obrigatoriedade de que a dívida originária seja
pecuniária.
novação subjetiva:
- passiva: substituição do antigo devedor por um novo, ficando aquele liberado
do débito. Poderá ser por ​extromissão (art. 362), despreza-se a anuência do
antigo devedor, mas deve ser vista com ressalvas, considerando-se o interesse
do devedor, não havendo o animus novandi, afasta-se a expromissão, sendo o
expromitente apenas considerado um segundo devedor; por ​delegação​,
aperfeiçoa-se com a indicação, pelo próprio devedor, de terceira pessoa que
venha a resgatar o seu débito, há uma operação triangular.
- ativa: é possível a alteração do credor ,será sempre triangular, pois credor não
pode ser substituído sem ou contra a sua vontade. ​art. 360, III
- efeitos:
- provoca a extinção do antigo débito;
- acabam as garantias inerentes à antiga obrigação;
- exonera o devedor da cláusula penal e juros de mora;
- em caso de solidariedade passiva, a novação só atingirá aqueles que
participaram do negócio jurídico;
- terceiros garantidores se desobrigam.
Sub-rogação: ​é quando na relação jurídica é uma substituição de uma pessoa por outra, ou de
um objeto por outro.
- modalidades:
- pessoal: é a sub-rogação subjetiva, tem a ver com os sujeitos da obrigação,
substitui da qualidade creditória para aquele que solveu a obrigação de outro,
ou emprestou os meios necessários22
- real: é a sub-rogação objetiva, é sobre o objeto da obrigação, substitui uma
coisa por outra, titular de um direito real pretende transferir o vínculo restritivo
da propriedade de um bem para outro
- só haverá a sub-rogação do terceiro não interessado se estiver expresso em
contrato entre as partes
- espécies:
- legal: ​art.346 (art. 350)
I. em favor do credor que paga a dívida do devedor comum: qualquer
sujeito ativo paga ao credor preferencial o valor devido.
II. em favor do adquirente do imóvel hipotecado, que paga ao credor
hipotecário, bem como do terceiro que efetiva o pagamento para não
ser privado do direito sobre o imóvel
III. em favor do terceiro interessado, que paga a dívida pela qual era ou
podia ser obrigado, no todo ou em parte: o terceiro interessado paga a
dívida pois o inadimplemento do devedor poderá afetá-lo
* ​não tem relação com obtenção de lucro, como há na cessão
- convencional: art.347
I. quando o credor recebe o pagamento de terceiro e expressamente lhe
transmite todos os seus direitos23 (observar o art.348)
II. quando terceira pessoa empresta ao devedor a quantia precisa para
solver a dívida, sob a condição expressa de ficar o mutuante sub-rogado
nos direitos do credor satisfeito
- efeitos jurídicos da sub-rogação:
- liberativo: exonera o credor primitivo
- translativo: novo credor ingressa na exata posição do primitivo

22
​Não ocasiona na liberação do devedor, e subsiste o mesmo vínculo obrigacional..
23
​Se dispensam formalidades essenciais ou a necessidade de se notificar o devedor.
Compensação: ​é uma forma de extinção das obrigações, onde seus titulares são, credores e
devedores, reciprocamente. art.368

- o encontro dos créditos pode resultar na compensação parcial ou total, a depender da


dimensão dos créditos
- espécies:
- legal: regra geral, existem diversos requisitos legais, e satisfeitos estes, o juiz
apenas reconhece a compensação
- convencional: decorre da autonomia da vontade das partes, e pode até ter por
objeto débitos ilíquidos, inexigíveis ou infungíveis
- judicial: é aquela realizada em juízo, por autorização da norma processual,
independentemente de provocação expressa das partes
- requisitos:
- liquidez do débito: certeza quanto à existência e determinação quanto ao objeto
- exigibilidade do débito: estarem vencidos
- fungibilidade das obrigações
- a compensação pode ser afastada por acordo entre as partes art.357
- não se admite a compensação em prejuízo de direito de terceiro art.380
- vedações da possibilidade de compensação: art.373
I. se provier de esbulho, furto ou roubo
II. se uma originar de comodato, depósito ou alimentos
III. se uma for de coisa não suscetível de penhora

Confusão: ​é quando a qualidade de credor e devedor são reunidas em uma mesma pessoa,
extinguindo-se, consequentemente, a relação jurídica obrigacional.24 ​art. 381
- não há adimplemento, o débito apenas desaparece
- requisitos: unidade da relação obrigacional; a mesma pessoa ser credor e devedor;
reunião efetiva de patrimônio
- presente os requisitos, a relação obrigacional de extingue automaticamente
- pode alcançar a dívida total, ou parcial art. 382
- efeitos: e​ xtinção da obrigação; solidariedade, pois só haverá extinção no tocante à
parte do credor e do devedor em que ela se deu, sem acarretar o término da
solidariedade

Remissão:​ é um acordo entre as partes, é um perdão da dívida25 art. 385

- é um negócio jurídico bilateral, pois exige a concordância do devedor


- essa concordância pode ser expressa ou tácita art. 386 e 387
- pode se limitar apenas à obrigação acessória art. 387

24
​ex: quando o sujeito é devedor do seu tio, e por conta do falecimento deste, adquire a herança por sucessão,
nessa hipótese ele se torna seu próprio credor, e por isso seu débito desaparecerá.
25
​ex: A, credor de B, declara que não irá mais exigir a dívida, ou pratica ato incompatível com a possibilidade
de exigir (devolvendo o título objeto da obrigação).

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