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Psicologias da Educação e Teorias da Aprendizagem

Autoria: Nancy Capretz Batista da Silva

Tema 02
Psicologias da Aprendizagem
Tema 02
Psicologias da Aprendizagem
Autoria: Nancy Capretz Batista da Silva
Como citar esse documento:
SILVA, Nancy Capretz Batista da. Psicologias da Educação e Teorias da Aprendizagem: Psicologias da Aprendizagem. Caderno de Atividades.
Anhanguera Publicações: Valinhos, 2014.

Índice

CONVITEÀLEITURA PORDENTRODOTEMA
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portuguesa ou qualquer outro idioma.
CONVITEÀLEITURA
Você sabe quais são as concepções de aprendizagem existentes? De que forma a Psicologia, ou melhor, as
escolas psicológicas olham para a aprendizagem e como contribuem para o entendimento e atuação neste processo?

Nesta aula você poderá entrar em contato com alguns conceitos importantes na área da Educação que têm sido objeto de
estudo da Psicologia e vai conhecer as diferentes correntes teóricas a partir das quais temos hoje diferentes abordagens
para o conhecimento do comportamento e subjetividade humana.

A Psicologia ainda não apresenta, e talvez nunca apresentará, uma visão unitária sobre o homem, mas, sem dúvidas,
suas teorias cognitivistas e do condicionamento trouxeram e ainda trazem formas muito ricas de visão das pessoas
envolvidas no contexto educacional, as quais são necessárias para aqueles que atuam de forma direta no processo
ensino-aprendizagem.

PORDENTRODOTEMA
Psicologias da Aprendizagem
A Psicologia é constituída de diferentes abordagens e, por isso, é muitas vezes ainda considerada uma disciplina
pré-paradigmática, o que significa que ainda não adquiriu um paradigma, ou seja, um único modelo, que lhe tornaria
realmente uma ciência. Isso dificulta sua aplicação, visto que a adoção de uma visão teórica sempre pode suscitar
discussões.

No âmbito educacional, desenvolvimento, novos comportamentos e formação de cidadãos são objetivos e, “as psicologias”,
na tentativa de compreenderem e predizerem a ação humana, cada qual a seu modo, encontram terreno fértil para uma
aproximação. Desta forma,

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PORDENTRODOTEMA
Qualquer decisão responsável, hoje, de quem detenha algum poder de delineamento dos rumos da Educação, tem
por condição ético-científica definir, com muita clareza, sobre que edifício teórico da Psicologia pretende propor
políticas educacionais, quais os meios para operacionalizar as ações propostas e quais as formas concretas de
avaliação das atividades envolvidas (CARRARA, 2007, p. 3).

De fato, a Psicologia é a ciência que lida com conceitos presentes no linguajar cotidiano do educador, como aprendizagem,
desempenho, compreensão, avaliação, motivação, desenvolvimento, entre outros. Assim, a Psicologia tem se tornado
cada vez mais indissociável em relação à Educação (CARRARA, 2007).

Ao pensar no aprender e no ensinar, sabemos que esses são termos interdependentes e, mais que isso, sabemos que
a aprendizagem não se dá apenas nas instituições escolares. Aprender é, antes de tudo, um processo comum a todos
e que se inicia antes mesmo do nascimento, como visto em estudos mais recentes. Hoje sabemos que um feto reage à
luz, sons, toques e pode desenvolver preferências alimentares e musicais.

A maioria das aprendizagens básicas ocorrem junto à família e no contexto informal, como andar, falar, fazer birra, seduzir,
conviver, cozinhar, etc. “A aprendizagem está diretamente associada a um processo mental/cognitivo de captação de
informações presentes no mundo natural e social em que se está inserido” (MEDINA, 2014, p. 10).

O que acontece nas escolas é um processo formal de aprendizado, que é sistematizado. Assim, observamos em diferentes
épocas e lugares uma compreensão linear do que é escola. Sua sistematização faz com que conteúdos, organização
e funcionamento sejam comuns. E é interessante observar como a escola é uma instituição que pouco se modificou ao
longo do tempo. Se uma pessoa de dois séculos passados fosse transportada para os dias atuais, certamente um lugar
na qual ela se sentiria mais confortável devido à familiaridade é a escola.

Retomando, o conceito de aprendizagem, que é central na educação, pode-se ter diversos entendimentos. Uma outra
forma de compreendê-la, seria em termos neuroanatômicos, quando se entende que ela ocorre no sistema nervoso
central (SNC, constituído por cérebro, cerebelo e medula) quando uma informação chega. Se a informação for conhecida,
gera uma lembrança, que é a memória. Se for nova, produz uma mudança, que é aprendizado (RIESGO, 2006).

Ainda podemos compreender aprendizagem baseando-se nas características da sociedade mais contemporânea,
conforme nos propõe Freire (2006, apud GIROTTO, 2012), o qual considera que a aprendizagem verdadeira requer que
o indivíduo se aproprie e transforme o conteúdo em apreendido e reinventado, aplicando o mesmo ao contexto em que
vive. O processo de aprendizagem, portanto, nesta visão, consagrada por estudiosos do mundo todo, depende de uma
interação intersubjetiva entre os sujeitos e tem o diálogo como ponto central (GIROTTO, 2012).

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PORDENTRODOTEMA
Tendo exposto as informações iniciais sobre a temática aqui apresentada, podemos ir direto ao ponto e verificar que
da mesma forma que a Psicologia do Desenvolvimento, a Psicologia da Aprendizagem, ou melhor, as Psicologias da
Aprendizagem, devido à diversidade de escolas psicológicas existentes, constituem uma das principais formas de como
a Psicologia contribui para a Educação.

Como salienta Bock (2008, p. 132):

Há diversas possibilidades de aprendizagem, ou seja, há diversos fatores que nos levam a apresentar um
comportamento que anteriormente não apresentávamos, como o crescimento físico, descobertas, tentativas e
erros, ensino, etc.

A Psicologia investiga este processo para responder questões sobre seus limites, qual a participação do aprendiz,
o papel da motivação, entre outras. Duas grandes correntes nesta área são consideradas tradicionais: as teorias do
condicionamento e as teorias cognitivistas (BOCK, 2008).

As teorias do condicionamento (conhecidas também como associacionistas e comportamentalistas) são representadas


principalmente por contribuições de Pavlov, Watson, Guthrie, Hull, Thorndike1 e Skinner. Nelas, as consequências
comportamentais definem a aprendizagem e as condições do ambiente são enfatizadas para a ocorrência da aprendizagem
(BOCK, 2008).

A relação entre estímulo e resposta ocasiona aprendizagem e quando um estímulo evoca uma resposta se estabelece
uma relação de condicionamento. Para estas teorias, aprendemos hábitos, a associação entre um estímulo e uma
resposta, segundo (BOCK, 2008).

Assim, o sequenciamento de respostas mantém o comportamento. E em novas situações ocorre a transferência da


aprendizagem quando:

Evocamos hábitos passados apropriados para o novo problema e respondemos de acordo com os elementos
que o problema novo tem em comum com outros já aprendidos ou de acordo com aspectos da nova situação
semelhante aos da situação já encontrada (BOCK, 2008, p. 133).

1 Edward Lee Thorndike: As investigações feitas por Thorndike sobre a aprendizagem humana e animal estão entre as mais importantes da história da psicologia. Suas teorias tiveram amplo uso
na educação, aumentando o envolvimento da psicologia nessa especialidade. Elaborou uma teoria objetiva e mecanicista da aprendizagem, que se concentra no comportamento manifesto. Ele interpretou a
aprendizagem não em termos subjetivos, mas em termos das conexões concretas entre estímulos e respostas. Thorndike desenvolveu sua lei do efeito, base para o behaviorismo de Skinner, em 1898: “Todo
ato que, numa dada situação, produz satisfação fica associado com essa situação, de maneira que, quando a situação se repete, o ato tem mais probabilidade de se repetir do que antes. Inversamente, todo ato
que, numa dada situação, produz desconforto se torna dissociado dessa situação, de maneira que, quando a situação se repete, o ato tem menos probabilidade de se repetir do que antes” (Thorndike, 1905, p.
203 apud SCHULTZ, SCHULTZ, 2005, p. 221-222).

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PORDENTRODOTEMA
As teorias cognitivistas, por sua vez, concebem a aprendizagem como um “processo de relação do sujeito com o mundo
externo, com consequências no plano da organização interna do conhecimento (organização cognitiva)” (BOCK, 2008,
p. 133). O indivíduo adquire cada vez mais novas ações quando inserido em seu meio e aprende a relação entre ideias
abstraindo da experiência. Os comportamentos e conceitos são integrados e mantidos por processos cerebrais, como
atenção e memória (BOCK, 2008).

A teoria cognitivista da aprendizagem teve muitas contribuições de David Ausubel. Para esta teoria, cognição é um
processo de compreensão do que é percebido, adquirindo-se seu significado (AUSUBEL, 2003). Já a aprendizagem,
seria:

produto de um processo ativo, integrador e interativo entre o material de instrução (matérias) e as ideias relevantes
da estrutura cognitiva do aprendiz, com as quais as novas ideias estão relacionadas de forma particulares
(AUSUBEL, 2003, p. XI).

Um conceito muito importante é o de aprendizagem significativa. Ela se diferencia de uma aprendizagem mecânica, que
acontece quando as novas informações apresentam pouca ou nenhuma associação com conceitos que já existem na
estrutura cognitiva. Já a aprendizagem significativa, pode ser entendida de outra forma:

A essência do processo de aprendizagem significativa, (...) consiste no fato de que novas ideias expressas de
forma simbólica (a tarefa de aprendizagem) se relacionam àquilo que o aprendiz já sabe (a estrutura cognitiva
deste numa determinada área de matérias), de forma não arbitrária e não literal, e que o produto desta interação
ativa e integradora é o surgimento de um novo significado, que reflete a natureza substantiva e denotativa deste
produto interativo. Ou seja, o material de instrução relaciona-se quer a algum aspecto ou conteúdo existente
especificamente relevante (grifo do autor) da estrutura cognitiva do aprendiz, i.e., a uma imagem, um símbolo já
significativo, um conceito ou numa proposição, quer a algumas ideias anteriores, de carácter menos específico,
mas geralmente relevantes, existentes na estrutura de conhecimentos do mesmo (AUSUBEL, 2003, p. 71-72).

Os aspectos ou conteúdos disponíveis na estrutura cognitiva são os pontos de ancoragem para a aprendizagem, formados
com a incorporação de informações ou ideias relevantes para aquisição de novos conhecimentos e organização deles
(BOCK, 2008).

Vamos aqui retomar algumas ideias básicas sobre aprendizagem no ser humano. Quanto maior a complexidade das
espécies atenua-se a rigidez da herança e amplia-se a abertura à aprendizagem. Outra consequência é o aumento da
plasticidade do comportamento e do desenvolvimento, isto é, o papel e a importância dos processos de aprendizagem
aumentam. Além disso, as aprendizagens estão organizadas sob um formato cultural, transcendendo aos indivíduos da
espécie (PALACIOS; COLL; MARCHESI, 1995).

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PORDENTRODOTEMA
A Psicologia Evolutiva, que estuda “a vida das pessoas e os processos de mudança psicológica que nela ocorrem”
(PALACIOS, 1995, p. 10), é uma parte da Psicologia que contribui muito com o entendimento dos indivíduos que fazem
parte do contexto educacional. Ela nos ensina que:

A importância da experiência, da aprendizagem e da educação se torna cada vez mais patente e a estimulação,
que já era importante nas primeiras tramas, torna-se cada vez mais decisiva para determinar a forma e o conteúdo
do desenvolvimento (PALACIOS; COLL; MARCHESI, 1995, p. 328).

Desta forma, existem diferenças na maneira de utilizar capacidades cognitivas básicas universais devido a diferentes
experiências educativas. Isto revela o grande valor da ação pedagógica direta e da exposição a situações específicas
de aprendizagem (PALACIOS; COLL; MARCHESI, 1995).

É preciso lembrar que a aprendizagem ocorre por vários meios, seja na interação social e na interação direta com objetos
do entorno, seja via modelos, por meio de observação e imitação (PALACIOS; COLL; MARCHESI, 1995). A exposição
a essa diversidade de meios pelos quais ocorre aprendizagem junto com características genéticas ocasiona diferentes
resultados no desenvolvimento.

Cientes da significância do meio, podemos nos apropriar de uma das teorias de ensino mais importantes, que parte
de concepções como as de Ausubel, que é a mesma de Jerome Bruner. Assim como outros teóricos, ele enfatizou a
questão das condições para a aprendizagem.

“Bruner concebeu o processo de aprendizagem como captar as relações entre os fatos, adquirindo novas informações,
transformando-as e transferindo-as para novas situações” (BOCK, 2008, p. 136). Na sua teoria, o ensino necessita de
uma organização do conteúdo de forma eficiente e significativa para quem aprende (BOCK, 2008).

Assim, a aprendizagem depende do domínio da estrutura da matéria e da atitude de investigação. A estrutura se


refere à natureza geral do fenômeno, as ideias mais gerais, elementares e essenciais da matéria, de forma que sejam
desenvolvidos a partir dos conceitos mais gerais para os mais particulares, aumentando-se a complexidade. A atitude
de investigação, por sua vez, refere-se ao uso do “método da descoberta como método básico do trabalho educacional”
(BOCK, 2008, p. 136). Com isso, na sua teoria de ensino, o erro é considerado instrutivo, pois é possível junto com o
aprendiz reconstruir seu raciocínio (BOCK, 2008).

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PORDENTRODOTEMA
É muito interessante a visão de Bruner de que “qualquer assunto pode ser ensinado com eficiência, de alguma forma
intelectualmente honesta, a qualquer criança, em qualquer estágio de desenvolvimento” (BRUNER, 1998 apud BOCK,
2008, p. 136). Basta que o professor conheça o aprendiz e utilize uma linguagem acessível a ele. Bruner ainda sugere
que o professor se apoie, para isso, na teoria de Jean Piaget (BOCK, 2008), a epistemologia genética, na qual há uma
divisão em etapas de desenvolvimento. Bruner e Piaget são importantes, mas mais do que suas teorias apresentam,
conhecer a realidade dos alunos, concretamente, é sempre necessário (BOCK, 2008).

Nesta realidade, estão presentes alguns fatores que se relacionam fortemente com um conceito que preocupa e é objeto
de investigação da psicologia e das teorias de aprendizagem, a motivação. Qual seu papel na aprendizagem? É possível
desenvolvê-la?

Podemos conceber a motivação como um “processo que mobiliza o organismo para a ação, a partir de uma relação
estabelecida entre o ambiente, a necessidade e o objeto de satisfação” (BOCK, 2008, p. 137). Entre as possibilidades
educacionais para responder ao desafio de criar a necessidade e apresentar um objeto de satisfação para o aluno,
podemos considerar a partir das necessidades que ele traz, “introduzindo ou associando a elas outros conteúdos ou
motivos” e; “criar outros interesses no aluno” (BOCK, 2008, p. 138). Criar interesses pode ser feito utilizando-se diferentes
estratégias, como proporcionar a oportunidade de descobrir coisas, desenvolver nos alunos o hábito de investigar a
partir da observação de sua realidade próxima, usar linguagem de fácil compreensão, passar exercícios e tarefas que
não gerem fracasso nem que careçam de desafio e deixar claro o sentido e utilidade do conhecimento (BOCK, 2008).

Para finalizar, é importante ressaltar o trabalho da psicopedagoga argentina Emília Ferreiro. Ela teve muitas influências
de Jean Piaget, que orientou seu doutorado. Com seus estudos, ela contribuiu com o entendimento do processo de
aprendizagem, verificando a existência de mecanismos no aprendente, que surgem da interação com a linguagem
escrita, surgindo de forma particular nas pessoas. Isso ocorre porque se emprega mecanismos de aprendizagem para
conhecer, fazendo com que o que se aprende não corresponda ao que é ensinado, pois existe um espaço de elaboração
do indivíduo. Focando a aprendizagem da escrita, Ferreiro valorizou atividades que despertam a descoberta dos usos
sociais da linguagem, como contação de histórias e tentativas de escrita do nome (BOCK, 2008).

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ACOMPANHENAWEB
Children see. Children do.

• Este vídeo de uma campanha realizada pela associação australiana de prevenção ao abuso e
negligência infantil (NAPCAN, http://napcan.org.au/about/) mostra bem o efeito dos modelos de
comportamentos na aprendizagem infantil. A tradução pode ser: Crianças veem, crianças fazem.
Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=KHi2dxSf9hw>. Acesso em: 01 maio. 2014.

Tempo: 1:31.

A motivação escolar e o processo de aprendizagem.

• Este artigo de pesquisadores de Portugal discute a importância da motivação para os


processos de aprendizagem e para o sucesso escolar. O envolvimento dos alunos em cada
disciplina do currículo varia muito em função de diversos fatores, individuais e de contexto,
ligados à motivação. As atuais teorias cognitivas da motivação dão prioridade ao estudo das
crenças, valores e emoções do indivíduo, por considerarem que essas são mediadoras do
comportamento e exercem forte influência no processo motivacional. As pesquisas realizadas
permitem concluir que a relação entre a aprendizagem e a motivação vai além de qualquer pré-
condição estabelecida, ela é recíproca e, dessa forma, a motivação pode produzir um efeito na
aprendizagem e no desempenho, assim como a aprendizagem pode interferir na motivação.
Esta reflexão aponta algumas orientações para a prática educativa.
Disponível em: <http://www.cienciasecognicao.org/revista/index.php/cec/article/view/313/195>. Acesso em: 01
maio. 2014.

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ACOMPANHENAWEB
Aprender a aprender.

• Este vídeo educativo mostra que não se pode ensinar sem aprender e que não basta ter desejo
de aprender para aprender. É necessário humildade, empenho, persistência do aprendiz e do
mestre. Sem falas, apenas com imagens, ilustra bem como se dá a construção do conhecimento
e o papel do educador que desperta o interesse e acompanha o caminho de aprendizagem do
educando, orientando-o e apoiando-o.
Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=Pz4vQM_EmzI> . Acesso em: 01 maio. 2014.

Tempo: 07:49. Direção: Josh Burton.

Relações entre aprendizagem e desenvolvimento: a abordagem de Jerome


Bruner.

• Este artigo discute as possíveis relações existentes entre desenvolvimento cognitivo e


aprendizagem, a partir da perspectiva de Jerome Bruner. As implicações para a prática escolar
da teoria do ensino de Bruner são também comentadas.
Disponível em: <http://www.psicopedagogia.com.br/artigos/artigo.asp?entrID=413>. Acesso em: 01 maio. 2014.

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AGORAÉASUAVEZ
Instruções:
Agora, chegou a sua vez de exercitar seu aprendizado. A seguir, você encontrará algumas questões de múltipla
escolha e dissertativas. Leia cuidadosamente os enunciados e atente-se para o que está sendo pedido.
Questão 1

A Psicologia tem importantes contribuições para a aprendizagem devido a seu interesse particular em como se dá a aprendiza-
gem da maioria dos comportamentos humanos. Contudo, não existe uma abordagem única da Psicologia sobre aprendizagem,
existindo diferentes escolas teóricas a respeito da subjetividade humana. O educador deve partir de uma opção teórica para de-
linear os rumos da Educação. Quais decisões devem-se tomar a partir desta opção?

Questão 2

Como podemos entender a aprendizagem?

a) Processo mental/cognitivo de reorganização de informações presentes no mundo das ideias.


b) Processo de ressignificação do espaço escolar, no sentido de receber todos, com suas diferenças.
c) Processo em que uma nova informação gera uma lembrança no sistema nervoso central.
d) Processo de apropriação e transformação do conteúdo em apreendido e reinventado, aplicado ao contexto em que vive.
e) Processo de mediação entre o indivíduo e a os modelos sociais de comportamento e valores morais.

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AGORAÉASUAVEZ
Questão 3
Em relação às teorias do condicionamento, podemos estabelecer que, exceto:

a) Definem aprendizagem por suas consequências comportamentais e enfatizam as condições ambientais como força propulsora.
b) Quando um estímulo evoca uma resposta está estabelecida uma relação de aprendizagem por condicionamento.
c) A aprendizagem ocorre quando respondemos por existência de elementos em comum com outros já aprendidos ou por
aspectos semelhantes da situação.
d) Define que os comportamentos e conceitos são integrados e mantidos por processos cerebrais, como atenção e memória.
e) Para estas teorias, aprendemos hábitos, a associação entre um estímulo e uma resposta, praticando.

Questão 4

Como se explica a aprendizagem nas teorias cognitivistas?

Questão 5

Como aprendizagem e desenvolvimento estão relacionadas? Explique.

FINALIZANDO
Nesta aula foi possível aprender que as Psicologias da Aprendizagem contribuem muito e estão intimamente
relacionadas com os processos educacionais. Mesmo que a Psicologia não possua uma unidade de análise, explicação
e intervenção sobre seu objeto de estudo, a subjetividade humana, e tudo que isso implica, permite que diante do
domínio de uma teoria bem fundamentada seja possível compreender os fenômenos observados no meio educacional.

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FINALIZANDO
Muitas são as formas de compreender a aprendizagem e tanto as teorias do condicionamento quanto as teorias
cognitivistas trouxeram e ainda trazem muitas elucidações importantes a respeito do processo de ensino-aprendizagem.
Neste texto foram trazidas contribuições como a aprendizagem significativa, condições para a aprendizagem, o papel
da motivação e o papel ativo do aprendente, por meio de grandes nomes. Contudo, trata-se apenas de um aquecimento
para uma discussão mais aprofundada sobre esta temática.

REFERÊNCIAS
AUSUBEL, David P. Aquisição e retenção de conhecimentos: uma perspectiva cognitiva. Platano edições técnicas: Lisboa, 2003.

BOCK, Ana Mercês Bahia; FURTADO, Odair; TEIXEIRA, Maria de Lourdes Trassi. Psicologias: uma introdução ao estudo de
psicologia. 14ª. edição. São Paulo: Saraiva, 2008.

BURTON, JOSH. Aprender a aprender. Vídeo educativo de animação: The Pọtter (original em inglês). Savannah College of Art
and Desing, Geórgia, Estados Unidos, 2005. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=Pz4vQM_EmzI>. Acesso em:
01 maio. 2014.

CARRARA, Kester. Contribuições da Psicologia à Educação. In: DONGO-MONTOYA, Adrian Oscar (Org.). Contribuições da
Psicologia para a Educação. 1ed. Campinas: Editora Mercado de Letras, 2007, v. 1, p. 11-24.

CHIBENI, Silvio Seno. Síntese de “A Estrutura das Revoluções Científicas”, de Thomas Kuhn. Filosofia da Ciência, Textos Didáticos,
Departamento de Filosofia - Unicamp. Disponível em: <http://www.unicamp.br/~chibeni/textosdidaticos/structure-sintese.htm>.
Acesso em: 8 abr. 2014.

COMPREENSÃO, In: Michaelis Moderno Dicionário da Língua Portguesa, 2009.

FERREIRA, Patrícia Vasconcellos Pires. Relações entre aprendizagem e desenvolvimento: a abordagem de Jerome Bruner.
Psicopedagogia Online. Disponível em: <http://www.psicopedagogia.com.br/artigos/artigo.asp?entrID=413>. Acesso em: 01 maio.
2014.

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REFERÊNCIAS
GIROTTO, Vanessa Cristina. Teorias da Aprendizagem. Valinhos: Anhanguera Educacional, 2012. p. 1-53. Disponível em: <http://
anhanguera.com>. Acesso em: 3 maio. 2012.

LOURENÇO, Abílio Afonso; PAIVA, Maria Olímpia Almeida de. A motivação escolar e o processo de aprendizagem. Ciências &
cognição, v. 15, n. 2, p. 132-141.

MEDINA, Camila Beltrão. Teorias da Aprendizagem. Valinhos: Anhanguera Educacional, 2014. p. 1-91. Disponível em: <http://
anhanguera.com>. Acesso em: 3 mar. 2014.

NAPCAN. Children see. Children do. 2006. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=KHi2dxSf9hw>. Acesso em 01
maio. 2014.

PALACIOS, Jesús. Introdução à psicologia evolutiva: história, conceitos básicos e metodologia. In: COLL, César; PALACIOS,
Jesús; MARCHESI, Alvaro. Desenvolvimento psicológico e educação: psicologia evolutiva. Porto Alegre: Artes Médicas, 1995. P.
9-26.

PALACIOS, Jesús; COLL, César; MARCHESI, Álvaro. Desenvolvimento psicológico e processos educacionais. In: COLL, César;
PALACIOS, Jesús; MARCHESI, Álvaro. Desenvolvimento psicológico e educação: psicologia evolutiva. Porto Alegre: Artes
Médicas, 1995. p. 325-339.

RIESGO, R. S. Anatomia da aprendizagem. In: ROTTA, N. T.; OHLWEILER, L; RIESGO, R. S. Transtornos da aprendizagem:
Abordagem neurobiológica e multidisciplinar (pp. 21-42). Porto Alegre: Artmed, 2006.

SCHULTZ, Duane P.; SCHULTZ, Sydney Ellen. História da Psicologia Moderna. Tradução da 8a. edição norte-americana. São
Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2005.

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GLOSSÁRIO
Pré-paradigmático: a fase pré-paradigmática representa, por assim dizer, a pré-história de uma ciência, aquele período
no qual reina uma ampla divergência entre os pesquisadores, ou grupos de pesquisadores, sobre quais fenômenos
devem ser estudados, e como o devem ser, sobre quais devem ser explicados, e segundo quais princípios teóricos,
sobre como os princípios teóricos se inter-relacionam, sobre as regras, métodos e valores que devem direcionar a busca,
descrição, classificação e explicação de novos fenômenos, ou o desenvolvimento das teorias, sobre quais técnicas e
instrumentos podem ser utilizados, e quais devem ser utilizados, etc. Enquanto predomina um tal estado de coisas, a
disciplina ainda não alcançou o estatuto de científica, ou seja, não constitui uma ciência genuína (CHIBENI, s/d).

Compreensão: ato de compreender ou incluir. Compreender: Alcançar com a inteligência; entender: Compreender o
porquê da vida.
COMPREENSÃO, In: Michaelis Moderno Dicionário da Língua Portguesa, 2009.

Cognição: processos “mediante os quais a entrada de dados sensoriais é transformada, reduzida, elaborada, armazenada,
recuperada e usada (...), a cognição está envolvida em tudo aquilo que um ser humano pode fazer” (NEISSER, 1967, p.
4 apud SCHULTZ, SCHULTZ, 2005, p. 408).

Comportamentalistas: o primeiro estágio da evolução do comportamentalismo, o watsoniano, durou de 1913 a mais


ou menos 1930. O segundo, o neocomportamentalismo, pode ser datado de 1930 a 1960; ele incluiu o trabalho de
Edward Tolman, Edwin Guthrie, Clark Hull e B. F. Skinner. Nesse período de trinta anos, eles e muitos outros psicólogos
experimentais americanos trabalharam para promover o progresso e a consolidação da abordagem comportamentalista
na psicologia (SCHULTZ, SCHULTZ, 2005, p. 263).

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GABARITO
Questão 1

Resposta: “Qualquer decisão responsável, hoje, de quem detenha algum poder de delineamento dos rumos da
Educação, tem por condição ético-científica definir, com muita clareza, sobre que edifício teórico da Psicologia pretende
propor políticas educacionais, quais os meios para operacionalizar as ações propostas e quais as formas concretas de
avaliação das atividades envolvidas” (CARRARA, 2007, p. 3).

Questão 2

Resposta: Alternativa D.

Podemos entender a aprendizagem como um processo de apropriação e transformação do conteúdo em apreendido e


reinventado, aplicado ao contexto em que se vive.

Questão 3

Resposta: Alternativa D.

Não tem relação com as teorias do condicionamento, visto que o entendimento que os comportamentos e conceitos são
integrados e mantidos por processos cerebrais, como atenção e memória, pertence às teorias cognitivistas.

Questão 4

Resposta: Nas teorias cognitivistas a aprendizagem pode ser entendida como um “processo de relação do sujeito com
o mundo externo, com consequências no plano da organização interna do conhecimento (organização cognitiva)”.

Questão 5

Resposta: Basicamente, é possível dizer que a plasticidade do comportamento e do desenvolvimento tem relação com
os processos de aprendizagem. Experiência, aprendizagem e educação são exemplos de que a estimulação torna-se
cada vez mais decisiva para determinar a forma e o conteúdo do desenvolvimento. É preciso lembrar que a aprendizagem
ocorre por vários meios, seja na interação social e na interação direta com objetos do entorno, seja via modelos, por
meio de observação e imitação (PALACIOS; COLL; MARCHESI, 1995). A exposição a essa diversidade de meios pelos
quais ocorre aprendizagem junto com características genéticas ocasiona diferentes resultados no desenvolvimento.

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