Você está na página 1de 30

Manual de Formação

“Segurança, Higiene e Saúde no


Trabalho”
Índice
Objetivo geral da formação 1
Objetivos específicos da formação 1
1. Introdução 2
2. Enquadramento Legal 3
2.1. Princípios Gerais 3
2.2. Obrigações Gerais do Empregador 3
2.3. Obrigações Gerais do Trabalhador 4
2.4. Consulta, Informação e formação dos trabalhadores 4
2.4.1. Consulta dos trabalhadores 4
2.4.2. Informação dos Trabalhadores 5
2.4.3. Formação dos Trabalhadores 5
3. Conceitos 5
3.1. Segurança no Trabalho 5
3.2. Higiene no Trabalho 6
3.3. Saúde no Trabalho 6
3. Acidentes de Trabalho e Doenças profissionais 7
4. Principais causas das doenças profissionais 11
4.1. Riscos relacionados com a segurança e higiene no trabalho 11
5. Legislação 28
Bibliografia: 29

Objetivo geral da formação

Sensibilizar os participantes para os riscos associados ao local e posto de trabalho, de modo a conhecerem a aplicarem
as medidas gerais de prevenção adequadas para eliminar ou reduzir os riscos para a sua segurança e saúde.

Objetivos específicos da formação

 Conhecer os principais conceitos relacionados com a Segurança, Higiene e Saúde no Trabalho, bem como a
legislação, em vigor, relacionada com a SHST;
 Conhecer a definição de acidente de trabalho e doença profissional bem como as principais causas dos
acidentes e doenças profissionais;
 Identificar os diversos riscos relacionados com a segurança e higiene no trabalho;
 Conhecer as medidas de prevenção / protecção para fazer face as riscos existentes no local de trabalho;

1
MSHT.01.Ed.1.Rev.03/2014 | Departamento Formação Kmed Europa, Lda
1. Introdução

As preocupações com a segurança e saúde ocupacionais têm acompanhado a evolução das organizações e da
sociedade. Contudo, a preocupação centrava-se sobretudo, na segurança contra riscos derivados das instalações
industriais, ou seja, riscos para a vizinhança, sendo a vertente humana tratada como factor pouco preponderante.
Até meados do século 20, as condições de trabalho nunca foram levadas em conta, apenas importava a produtividade,
independentemente de implicar riscos de doença ou mesmo a morte dos trabalhadores. Prevalecia uma mentalidade
que desvalorizava o valor da vida humana e uma total ausência de leis que protegessem o trabalhador.
A focagem na prevenção do ponto de vista da protecção dos trabalhadores, da sua integridade física e mental foi muito
posterior.
A actuação relevante da Organização Internacional do Trabalho (OIT), desde a sua constituição em 1919, tem atribuído
um papel prioritário aos temas de Higiene e Segurança, quer ao nível das medidas gerais, como nas condições
específicas por profissões, ramos de actividade e produtos utilizados ou fabricados.
Actualmente em Portugal existe legislação que permite uma protecção eficaz de quem integra actividades industriais,
ou outras, devendo a sua aplicação ser entendida como o melhor meio de beneficiar simultaneamente as Empresas e
os Trabalhadores na salvaguarda dos aspectos relacionados com as condições ambientais e de segurança de cada posto
de trabalho.

O objectivo principal deste curso é precisamente, o de SENSIBILIZAR para as questões da Segurança e Higiene no
Trabalho.

2
MSHT.01.Ed.1.Rev.03/2014 | Departamento Formação Kmed Europa, Lda
2. Enquadramento Legal

2.1. Princípios Gerais

No âmbito da União Europeia e da Organização Internacional do Trabalho (OIT) o primeiro


diploma publicado a abordar este tema de forma estruturante foi a Directiva do Conselho de 12
de Junho de 1989 (89/391/CEE).

Esta Directiva Comunitária, também designada de Directiva Quadro, diz respeito à aplicação de
medidas destinadas a promover a melhoria da segurança e saúde dos trabalhadores, e foi
transferida para o nosso sistema jurídico através do Decreto-Lei 441/91 de 14 de Novembro,
revogado e substituído pela Lei 102/2009 de 10 de Setembro, alterada pela lei 3/2014 de 28 de
Janeiro.

Nestes diplomas destacam-se os seguintes fundamentos:

O trabalhador tem direito à prestação de trabalho em condições que respeitem a sua segurança e a sua saúde,
asseguradas pelo empregador, ou nas situações identificadas na lei, pela pessoa individual ou colectiva, que detenha a
gestão das instalações em que a actividade é desenvolvida;

O empregador é obrigado a organizar as actividades de segurança, higiene e saúde no trabalho que visem a prevenção
de riscos profissionais e a promoção da saúde do trabalhador:

 Planificação e organização da prevenção de riscos profissionais;


 Eliminação dos factores de risos e de acidentes;
 Avaliação e controlo dos riscos profissionais;
 Informação, formação, consulta e participação dos trabalhadores;
 Promoção e vigilância da saúde dos trabalhadores.

2.2. Obrigações Gerais do Empregador


Tendo em conta os seguintes princípios gerais de prevenção:

 Identificação dos riscos previsíveis em todas as actividades da empresa, estabelecimento ou serviço, na


concepção ou construção de instalações, de locais e processos de trabalho, assim como na selecção de
equipamentos, substâncias e produtos, com vista à eliminação dos mesmos;
 Integração da avaliação dos riscos para a segurança e a saúde do trabalhador no conjunto das actividades da
empresa, estabelecimento ou serviço, devendo adoptar as medidas adequadas de protecção;
 Combater os riscos na origem, por forma a eliminar ou reduzir a exposição e aumentar os níveis de protecção;
 Assegurar, nos locais de trabalho, que as exposições aos agentes químicos, físicos e biológicos e aos factores
de risco psicossociais não constituem risco para a segurança e saúde do trabalhador;
 Adaptação do trabalho ao Homem, especialmente no que se refere à concepção dos postos de trabalho, à
escolha de equipamentos de trabalho e aos métodos de trabalho e produção (atenuar o trabalho monótono e
repetitivo e reduzir os riscos psicossociais);
 Adaptação ao estado da evolução da técnica, bem como a novas formas de organização do trabalho;
 Substituição do que é perigoso pelo que é menos perigoso;
 Priorização das medidas de protecção colectiva em relação às medidas de protecção individual;
 Elaboração e divulgação de instruções compreensíveis e adequadas à actividade desenvolvida pelo trabalhador

3
MSHT.01.Ed.1.Rev.03/2014 | Departamento Formação Kmed Europa, Lda
2.3. Obrigações Gerais do Trabalhador
Constituem obrigações do trabalhador:

 Cumprir as prescrições de segurança e de saúde no trabalho estabelecidas nas disposições legais e em


instrumentos de regulamentação colectiva de trabalho bem como as instruções determinadas com esse fim
pelo empregador;
 Zelar pela sua segurança e pela sua saúde, bem como pela segurança e pela saúde das outras pessoas que
possam ser afectadas pelas suas acções ou omissões no trabalho;
 Utilizar correctamente e segundo as instruções transmitidas pelo empregador, máquinas, aparelhos,
instrumentos, substâncias perigosas ou outros equipamentos e meios postos à sua disposição,
designadamente os equipamentos de protecção colectiva e individual, bem como cumprir os procedimentos
de trabalho estabelecidos;
 Cooperar activamente na empresa, no estabelecimento ou no serviço para melhoria do sistema de segurança
e saúde no trabalho, tomando conhecimento da informação prestada pelo empregador e comparecendo às
consultas e aos exames determinados pelo médico do trabalho;
 Comunicar imediatamente ao superior hierárquico ou ao trabalhador designado para o desempenho de
funções específicas nos domínios da segurança e saúde no local de trabalho as avarias e deficiências por si
detectadas, assim como qualquer defeito verificado nos sistemas de protecção;
 Em caso de perigo grave e iminente, adoptar as medidas e instruções previamente estabelecidas.

2.4. Consulta, Informação e formação dos trabalhadores

2.4.1. Consulta dos trabalhadores


O empregador, com vista à obtenção de parecer, deve consultar por escrito e, pelo menos, uma vez por ano,
previamente ou em tempo útil, os representantes dos trabalhadores para a segurança e saúde ou, na sua falta, os
próprios trabalhadores sobre:

 A avaliação dos riscos para a segurança e a saúde no trabalho, incluindo os respeitantes aos grupos de
trabalhadores sujeitos a riscos especiais;
 As medidas de segurança e saúde antes de serem postas em prática ou, logo que possível, em caso de aplicação
urgente das mesmas;
 As medidas que pelo seu impacte nas tecnologias e nas funções, tenham repercussão sobre a segurança e saúde no
trabalho;
 O programa e a organização da formação no domínio da segurança e saúde no trabalho;
 A designação do representante do empregador que acompanha a actividade da modalidade de serviço adoptado;
 A designação e a exoneração dos trabalhadores que desempenhem funções específicas nos domínios da segurança
e saúde no trabalho;
 A designação dos trabalhadores responsáveis pela aplicação das medidas de primeiros socorros, combate a
incêndios e evacuação;
 A modalidade dos serviços a adoptar;
 O equipamento de protecção que seja necessário utilizar;
 Os riscos para a segurança e saúde, bem como as medidas de protecção e de prevenção, e a forma como se
aplicam;
 A lista anual dos acidentes de trabalho mortais e dos que ocasionem incapacidade para o trabalho superior a três
dias úteis, elaborada até ao final de Março do ano subsequente.
 Os relatórios dos acidentes de trabalho referidos na alínea anterior

4
MSHT.01.Ed.1.Rev.03/2014 | Departamento Formação Kmed Europa, Lda
2.4.2. Informação dos Trabalhadores
Os trabalhadores devem dispor de informação actualizada sobre:

 Riscos para a segurança e saúde, bem como as medidas de prevenção e protecção;


 Medidas e as instruções a adoptar em caso de perigo grave e iminente;
 As medidas de primeiros socorros, de combate a incêndio e de evacuação, em caso de sinistro;

A informação deve ainda ser disponibilizada ao trabalhador nos seguintes casos:

 Admissão na empresa;
 Mudança de posto de trabalho;
 Introdução de novos equipamentos ou alteração dos existentes;
 Adopção de nova tecnologia;
 Actividades que envolvam trabalhadores de diversas empresas

2.4.3. Formação dos Trabalhadores

O trabalhador deve receber formação adequada no domínio da segurança e saúde no


trabalho, tendo em atenção o posto de trabalho e o exercício de actividades de risco
elevado;

Aos trabalhadores designados para as actividades de segurança e saúde no trabalho


deve ser assegurada pelo empregador a formação permanente para o exercício das
respectivas funções;

O empregador deve formar em número suficiente tendo em conta a dimensão da empresa e os riscos existentes, os
trabalhadores responsáveis pela aplicação das medidas de primeiros socorros, de combate a incêndios e de evacuação.

3. Conceitos
A higiene e a segurança são duas actividades que estão intimamente relacionadas com o objectivo de garantir
condições de trabalho capazes de manter um nível de saúde dos colaboradores e trabalhadores de uma empresa.

Segundo a Organização Mundial de Saúde (O.M.S.) a verificação de condições de Segurança e Higiene consiste "num
estado de bem-estar físico, mental e social e não somente a ausência de doença e enfermidade ".

3.1. Segurança no Trabalho


A Segurança do Trabalho propõe-se combater, de um ponto de vista não médico, os
acidentes de trabalho, quer eliminando as condições inseguras de trabalho que podem
afectar a segurança, saúde e o bem-estar do trabalhador, quer educando os trabalhadores a
utilizarem medidas preventivas.

Exemplo: Sinalética, protecção de máquinas, protecção individual, entre outros.

5
MSHT.01.Ed.1.Rev.03/2014 | Departamento Formação Kmed Europa, Lda
3.2. Higiene no Trabalho
A higiene do trabalho propõe-se combater, de um ponto de vista não médico, as doenças profissionais, identificando
os factores que podem afectar o ambiente do trabalho e o trabalhador, visando eliminar
ou reduzir os riscos profissionais através da actuação sobre os contaminantes originados
no/ou pelo posto de trabalho, que podem causar doença, diminuição da saúde e bem-
estar do trabalhador.

Exemplo: iluminação, ergonomia, ruído, qualidade do ar, entre outros.

3.3. Saúde no Trabalho


Actividades que têm como finalidade a promoção global da saúde dos trabalhadores, a adaptação à
função e a prevenção de doenças profissionais.

Exemplo: Exames de admissão, periódicos e ocasionais; programas de sensibilização e melhoria global


da saúde dos trabalhadores (alimentação saudável, exercício físico, vacinação, entre outros)

6
MSHT.01.Ed.1.Rev.03/2014 | Departamento Formação Kmed Europa, Lda
3. Acidentes de Trabalho e Doenças profissionais

De acordo com a OIT (organização internacional do trabalho) morrem todos os anos, dois milhões de pessoas na
sequência de acidentes de trabalho e doenças relacionadas com o trabalho.

Em todo o planeta ocorrem anualmente 270 milhões de acidentes de trabalho e são declaradas 160 milhões de
doenças profissionais.

Por dia morrem a escala mundial cerca de 5000 pessoas em consequência de acidentes de trabalho ou doenças
profissionais.

Os acidentes, em geral, são o resultado de uma combinação de factores, entre os quais se destacam as falhas humanas
e falhas materiais.

Vale a pena lembrar que os acidentes não escolhem hora nem lugar. Podem acontecer em casa, no ambiente de
trabalho e nas inúmeras deslocações que fazemos de um lado para o outro, para cumprir nossas obrigações diárias.

Quanto aos acidentes do trabalho o que se pode dizer é que grande parte deles ocorre porque os trabalhadores se
encontram mal preparados para enfrentar certos riscos.

ACIDENTE DE TRABAHO

Acontecimento súbito e imprevisto, sofrido pelo trabalhador que se verifique


no local e no tempo de trabalho, que cause ao trabalhador uma lesão
corporal, perturbação funcional ou doença, e que resulte na diminuição na
capacidade de trabalho, de ganho, ou na morte

7
MSHT.01.Ed.1.Rev.03/2014 | Departamento Formação Kmed Europa, Lda
Local de trabalho todo o lugar em que o trabalhador se encontra ou deva dirigir-se em virtude do seu trabalho e em
que esteja, directa ou indirectamente, sujeito ao controlo do empregador.

Tempo de trabalho além do período normal de trabalho, o que precede o seu início, em actos de preparação ou com
ele relacionados, e o que se lhe segue, em actos também com ele relacionados, e ainda as interrupções normais ou
forçosas de trabalho.

Lesão corporal é qualquer dano produzido no corpo humano, seja ele leve, como, por exemplo, um corte no dedo, ou
grave, como a perda de um membro.

Perturbação funcional é o prejuízo do funcionamento de qualquer órgão ou sentido. Por exemplo, a perda da visão,
provocada por uma pancada na cabeça, caracteriza uma perturbação funcional.

Incapacidade para o trabalho

A incapacidade temporária é a perda da capacidade para o trabalho por um período limitado de tempo, após o qual o
trabalhador retorna às suas actividades normais.

A incapacidade parcial é a diminuição, por toda vida, da capacidade física total para o trabalho. É o que acontece, por
exemplo, quando ocorre a perda de um dedo ou de uma vista

A incapacidade total e permanente é a invalidez incurável para o trabalho.

Neste ultimo, nos casos extremos, o acidente resulta na morte do trabalhador.

Considera-se também acidente de trabalho o ocorrido:

 No trajecto de ida para o local de trabalho ou de regresso;


 Na execução de serviços espontaneamente prestados e de que possa resultar proveito económico para o
empregador;
 No local de trabalho, quando em reunião ou de actividade de representante dos trabalhadores;
 Em formação profissional (no local de trabalho ou fora, desde que autorizada pelo empregador);
 Em procura de emprego (crédito de horas aos trabalhadores com processo de cessação de contrato).

Descaracterização do Acidente de Trabalho:

O empregador não tem que indemnizar os danos decorrentes do acidente que:


 For intencionalmente provocado pelo sinistrado ou resulte da omissão e/ou violação das condições de
segurança estabelecidas;
 Resultar da negligência do sinistrado;

8
MSHT.01.Ed.1.Rev.03/2014 | Departamento Formação Kmed Europa, Lda
 Provier de motivo de força maior. (ex. Forças inevitáveis da natureza, independentes de intervenção
humana…)
 Resultar da privação permanente ou acidental do uso da razão do sinistrado (ex. estado de embriaguez…).

Doença profissional também é acidente do trabalho?

Doenças profissionais são aquelas que são adquiridas na sequência do exercício do trabalho em si.

Exemplo: se um trabalhador perder a audição por ficar longo tempo sem protecção auditiva adequada, submetido ao
excesso de ruído, gerado pelo trabalho executado junto a uma grande prensa, isso caracteriza uma doença de trabalho.

Acidentes devido a CONDIÇÕES PERIGOSAS;

 Máquinas e ferramentas
 Condições de organização (Lay-Out mal feito, armazenamento perigoso, falta de Equipamento de Protecção
Individual - E.P.I.)
 Condições de ambiente físico, (iluminação, calor, frio, poeiras, ruído)

Acidentes devido a ACÇÕES PERIGOSAS;

 Falta de cumprimento de ordens (não usar E.P.I.)


 Ligado à natureza do trabalho (erros na armazenagem)
 Nos métodos de trabalho (trabalhar a ritmo anormal, manobrar empilhadores à pressa, distracções,
brincadeiras)

AS PERDAS DE PRODUTIVIDADE E QUALIDADE

Foi necessário muito tempo para que se reconhecesse até que ponto as condições de trabalho e a produtividade se
encontram ligadas. Numa primeira fase, houve a percepção da incidência económica dos acidentes de trabalho onde só
eram considerados inicialmente os custos directos (assistência médica e indemnizações) e só mais tarde se
consideraram as doenças profissionais.

Na actividade corrente de uma empresa, compreendeu-se que os custos indirectos dos acidentes de trabalho são bem
mais importantes que os custos directos , através de factores de perda como os seguintes:

 perda de horas de trabalho pela vítima


 perda de horas de trabalho pelas testemunhas e Responsáveis
 perda de horas de trabalho pelas pessoas encarregadas do inquéritos
 interrupções da produção,
 danos materiais,
 atraso na execução do trabalho,
 custos inerentes às peritagens e acções legais eventuais,
 diminuição do rendimento durante a substituição
 a retoma de trabalho pela vítima

9
MSHT.01.Ed.1.Rev.03/2014 | Departamento Formação Kmed Europa, Lda
Estas perdas podem ser muito elevadas, podendo mesmo representar quatro vezes os custos directos do acidente de
trabalho.

A diminuição de produtividade e o aumento do número de peças defeituosas e dos desperdícios de materiais


imputáveis à fadiga provocada por horários de trabalho excessivos e por más condições de trabalho, nomeadamente no
que se refere à iluminação e à ventilação, demonstraram que o corpo humano, apesar da sua imensa capacidade de
adaptação, tem um rendimento muito maior quando o trabalho decorre em condições óptimas.

Com efeito, existem muitos casos em que é possível aumentar a produtividade simplesmente com a melhoria das
condições de trabalho. De uma forma geral, a Gestão das Empresas não explora suficientemente a melhoria das
condições de higiene e a segurança do trabalho nem mesmo a ergonomia dos postos de trabalho como forma de
aumentar a Produtividade e a Qualidade.

A relação entre o trabalho executado pelo operador e as condições de trabalho do local de trabalho, passou a ser
melhor estudada desde que as restrições impostas pela tecnologia industrial moderna constituem a fonte das formas
de insatisfação que se manifestam sobretudo entre os trabalhadores afectos às tarefas mais elementares, desprovidas
de qualquer interesse e com carácter repetitivo e monótono.

Desta forma pode-se afirmar que na maior parte dos casos a Produtividade é afectada, pela conjugação de dois
aspectos importantes:

 um meio ambiente de trabalho que exponha os trabalhadores a riscos profissionais graves (causa directa de
acidentes de trabalho e de doenças profissionais)
 a insatisfação dos trabalhadores face a condições de trabalho que não estejam em harmonia com as suas
características físicas e psicológicas

Em geral as consequências revelam-se numa baixa quantitativa e qualitativa da produção, numa rotação excessiva do
pessoal e a num elevado absentismo. Claro que as consequências de uma tal situação variarão segundo os meios
socioeconómicos.

Fica assim explicado que as condições de trabalho e as regras de segurança e Higiene correspondentes, constituem um
factor da maior importância para a melhoria de desempenho das Empresas, através do aumento da sua produtividade
obtida em condições de menor absentismo e sinistralidade.

10
MSHT.01.Ed.1.Rev.03/2014 | Departamento Formação Kmed Europa, Lda
Por parte dos trabalhadores de uma Empresa, o Emprego não deve representar somente o trabalho que se realiza num
dado local para auferir um ordenado, mas também uma oportunidade para a sua valorização pessoal e profissional,
para o que contribuem em mito as boas condições do seu posto de trabalho.

Querendo evitar a curto prazo um desperdício de recursos humanos e monetários e a longo prazo garantir a
competitividade da Empresa, deverá prestar-se maior atenção às condições de trabalho e ao grau de satisfação dos
seus colaboradores, reconhecendo-se que, uma Empresa desempenha não só uma função técnica e económica mas
também um importante papel social.

4. Principais causas das doenças profissionais

Doença profissional
Doença resultante da exposição às agressões ou riscos no exercício habitual da profissão, que conste da lista em Diário
da República ou que se prove ser consequência da atividade exercida.

Doenças provocadas por:

Agentes Químicos:
o Causadas por tóxicos inorgânicos ou orgânicos.
Agentes Físicos:
o Causadas por ruído, vibrações, radiações e agentes mecânicos (sobrecarga ou pressão sobre….devido ao ritmo
dos movimentos, posição ou atitude de trabalho. ex: tendinites).
Doenças do aparelho respiratório:
o Pneumoconioses por poeiras minerais (Silicose),
o Granulomatoses pulmonares (beriliose),
o Broncopneumopatias (asma profissional) …
Doenças cutâneas:
o Causadas por produtos industriais, medicamentos, produtos químicos, biológicos e fungos.
Doenças infeciosas e parasitárias:
o Causadas por bactérias e afins, vírus, parasitas, fungos e agentes biológicos causadores de doenças
profissionais.
o Tumores
o Manifestações alérgicas das mucosas.

4.1. Riscos relacionados com a segurança e higiene no trabalho

Riscos laborais

 Mecânicos
 Biológicos
 Químicos
 Elétricos
 Ergonómicos
 Psicossociais
 Físicos
 Incêndio
 Ordem e Limpeza

11
MSHT.01.Ed.1.Rev.03/2014 | Departamento Formação Kmed Europa, Lda
Riscos Mecânicos

 Quedas ao mesmo nível


 Quedas de um nível diferente
 Quedas de objetos
 Choques por/contra objetos
 Cortes
 Perfurações
 Escorregadelas
 Projeções
 Atropelamento com veículo

Medidas de prevenção e proteção

 Evite que os cabos elétricos de alimentação de máquinas, ou qualquer outro tipo de cabos, se estendam
desordenadamente pelo chão;
 Manter o local de trabalho limpo e arrumado;
 Manter os locais de passagem desimpedidos;
 Eliminar toda a sujidade dos pavimentos, tais como papéis, desperdícios ou obstáculos em que se possa
tropeçar ou escorregar.
 O acesso às prateleiras deve ser efetuado em segurança, recorrendo à utilização de escadotes adequados;
 Nunca deverão recorrer a cadeiras ou bancos giratórios, devido ao risco de queda que estes apresentam;

Sempre que utilize escadotes deve ter os seguintes cuidados:


 Verificar se este se encontra bem apoiado e equilibrado;
 Se apresenta resistência suficiente para suportar a carga imposta pelo utilizador e carga adicional levada por
este;
 Verificar periodicamente o estado de conservação do equipamento.

Riscos Elétricos

 Contactos Diretos
 Contactos Indiretos
 Sobrecarga das instalações
 Electrocução
 Trabalhos sob tensão

Medidas de prevenção e proteção

Os quadros elétricos devem encontrar-se desimpedidos, não devendo existir obstruções ao


seu acesso com qualquer espécie de objeto (vasos, caixas, materiais, cabides…);

 Todos os fios condutores devem estar devidamente isolados, em bom estado de


conservação, não apresentar pontos nus e quando montados à vista devem ficar protegidos
por calha ou tubo adequado;
 Não utilizar fichas ou outros componentes elétricos que aparentem deficiente
estado de conservação;
 Não sobrecarregar as tomadas com fichas;
 Efetuar manutenção periódica a todos os equipamentos elétricos utilizados…

12
MSHT.01.Ed.1.Rev.03/2014 | Departamento Formação Kmed Europa, Lda
Riscos físicos

 Ruído
 Ambiente Térmico
 Iluminação
 Radiações
 Vibrações

Ruído

Define-se como todo o som que causa sensação desagradável ao homem.


«Fonte de ruído» é a ação, atividade permanente ou temporária, equipamento, estrutura ou infraestrutura que
produza ruído nocivo ou incomodativo para quem habite ou permaneça em locais onde se faça sentir o seu efeito.
Decreto-Lei n.º 9/2007, de 17 de Janeiro art. 3º

Riscos
O ruído atua diretamente sobre o sistema nervoso, ocasionando:

 Fadiga nervosa (alteração do equilíbrio, diminuição da vigilância);


 Alterações mentais: perda de memória, irritabilidade, dificuldade em coordenar ideias;
 Hipertensão; problemas cardíacos;
 Surdez;
 Problemas circulatórios;
 Modificação do ritmo respiratório;
 Perturbações gastrointestinais;
 Diminuição da visão noturna;
 Dificuldade na perceção de cores.

Os locais de trabalho em que os trabalhadores estejam expostos ao ruído devem estar sinalizados de acordo com a
legislação aplicável à sinalização de segurança e saúde;
Devem ser delimitados e o acesso aos mesmos deve ser restrito sempre que seja tecnicamente possível e o risco de
exposição o justifique.

Ambiente térmico

Conjunto das variáveis térmicas do posto de trabalho que influenciam o organismo do trabalhador, intervindo, de
forma direta ou indireta na saúde e bem-estar do mesmo e na realização das tarefas que lhe estão atribuídas.

Ambiente térmico saudável é o resultado do controlo simultâneo da temperatura, humidade e renovação do ar em


redor dos trabalhadores.

 Temperatura dos locais de trabalho deve, na medida do possível, oscilar entre 18 °C e 22 °C;
 A humidade da atmosfera de trabalho deverá oscilar entre 50% e 70%;
 Fornecer aos trabalhadores vestuário próprio adequado, bem como EPI (luvas, óculos, bonés, casacos, etc.)
para todos os trabalhadores expostos ao frio, em cujo espaço não seja possível o recurso a sistemas
aquecedores do ar.

13
MSHT.01.Ed.1.Rev.03/2014 | Departamento Formação Kmed Europa, Lda
Condições na criação de um posto de trabalho
 Ventilação;
 Ar condicionado;
 Dispositivos de regulação de calor;
 Dispositivos de regulação de entrada de luz;
 Locais de descanso agradáveis;
 Abastecimento de água potável.

Temperatura para cada tipo de trabalho

Iluminação

Em situações de trabalho é muito frequente a existência de fadiga visual.


Esta fadiga manifesta-se geralmente por:
 Sensações de ardor ocular, acompanhadas de lacrimejar e avermelhamento das pálpebras e da conjuntiva
(conjuntivite);
 Visão dupla;
 Diminuição da acuidade visual, da sensibilidade aos contrastes e da velocidade de perceção;

Estes sintomas relativamente graves surgem com mais facilidade, nas seguintes circunstâncias:
 Sob condições de iluminação insuficientes;
 Em trabalhos que exigem precisão;
 Em trabalhos com utilização de ecrãs de visualização.

Os estados de fadiga provocados pelas altas sobrecargas do aparelho visual, podem ter os seguintes efeitos sobre o
trabalho visual:
 Diminuição da produção;
 Qualidade de trabalho prejudicada (aumento de erros;
 Aumento de acidentes de trabalho, entre outros).

Uma iluminação adequada é uma condição imprescindível para a obtenção de um bom ambiente de trabalho;
A inobservância deste ponto resulta normalmente em consequências mais ou menos gravosas, tais como:
 Danos visuais;

14
MSHT.01.Ed.1.Rev.03/2014 | Departamento Formação Kmed Europa, Lda
 Menor produtividade;
 Aumento do número de acidentes.

A Iluminação adequada pode significar para a empresa:


 Maior Produtividade;
 Redução dos custos de produção;
 Maior lucro.
A Iluminação adequada pode significar para o trabalhador:
 Melhor capacidade de perceção;
 Maior precisão;
 Reduzir fadiga visual;
 Melhor ambiente de trabalho pela influência psicológica;
 Maior segurança.

A Iluminação ideal seria a luz natural. Contudo o seu uso é bastante restrito, havendo na maioria dos casos,
necessidade de a completar com a luz artificial;

A quantidade de iluminação artificial de um ambiente de trabalho depende fundamentalmente de:


 Tipo de atividade;
 Limitação do encandeamento;
 Distribuição das Lâmpadas e tipos de Lâmpadas;
 Harmonização da cor da luz com as cores predominantes do local.

A iluminação no posto de trabalho é complexa devido a três factores:


 Tipo de tarefa a realizar;
 Contrastes que se estabelecem;
 Tipo de superfícies que compõem o posto de trabalho.

Além de uma intensidade luminosa adequada, a iluminação deve cumprir os seguintes requisitos:
 Ser o mais uniforme possível em toda a zona de trabalho;
 Evitar grandes variações de intensidade de luz entre a zona de trabalho e o ambiente circundante;
 Evitar os encandeamentos diretos produzidos quer pela luz natural quer por fontes de luz artificial;
 Evitar os encandeamentos indiretos em consequência do reflexo da luz, quer solar, quer artificial, em
superfícies refletoras.

Relação posto de trabalho/pontos de luz

Os pontos de luz não devem estar no campo de visão do trabalhador, que em média é 30º acima do eixo de visão
(situação 1 da figura seguinte).

Os pontos de luz não devem ser colocados de forma que o seu reflexo no plano de trabalho encandeie o trabalhador
(situação 2 da figura seguinte).

Os pontos de luz devem ser colocados lateralmente, de forma a não estarem no campo de visão do trabalhador, e não
o encadearem por reflexo (situação 3 da figura seguinte).

15
MSHT.01.Ed.1.Rev.03/2014 | Departamento Formação Kmed Europa, Lda
Os pontos de luz devem evitar ofuscamentos, sendo que quanto maior á o ângulo entre o ponto de luz e o olho do
utilizador, menor o ofuscamento.

Os pontos de luz devem estar localizados de modo a que evitem reflexos e sombras na superfície de trabalho.

A iluminação artificial pode ser:

Iluminação geral
 Obtêm-se pela colocação regular de lâmpadas em toda a área, garantindo-se, assim, um nível uniforme de
iluminação sobre o plano horizontal.
Iluminação localizada
 Concentra maior intensidade de luz sobre a tarefa, em quanto o ambiente geral recebe menos luz.
Iluminação combinada
 A iluminação geral é complementada com focos de luz localizadas sobre a tarefa, com intensidade de 3 a 10
vezes superior ao do ambiente geral.

Vibrações

A vibração é um movimento oscilatório de um corpo, devido a forças desequilibradas de componentes rotativos e


movimentos alternados de uma máquina ou equipamento. As vibrações são agentes físicos nocivos
Provenientes das máquinas ou ferramentas portáteis a motor Resultantes dos postos de trabalho.

Vibrações transmitidas ao corpo inteiro

Mecânicas transmitidas ao corpo inteiro que implicam riscos para a saúde e a segurança dos
trabalhadores, em especial lombalgias e traumatismos da coluna vertebral.

16
MSHT.01.Ed.1.Rev.03/2014 | Departamento Formação Kmed Europa, Lda
Vibrações transmitidas ao sistema mão-braço

Mecânicas transmitidas ao sistema mão-braço que implicam riscos para a saúde e a segurança dos trabalhadores, em
especial perturbações vasculares, neurológicas ou musculares ou lesões osteoarticulares.

Radiação

Processo de transmissão de energia através do espaço. Todos os dias estamos expostos a diversos tipos de radiação,
dependendo da nossa atividade. As radiações podem ser ionizantes ou não ionizantes, de acordo com a sua capacidade
de ionização de átomos ou moléculas.

As radiações mais nocivas ao ser humano são as radiações ionizantes sendo que os efeitos adversos podem ser
somáticos (verificar-se diretamente nas pessoas irradiadas) ou genéticos (passar para as gerações seguintes). As doses
de radiações são acumuláveis no organismo. As fontes geradoras de radiações ionizantes são utilizadas principalmente
nas áreas da Medicina (radiodiagnóstico, radioterapia) na indústria e instalações nucleares, aparelhos de radiografia e
Raio X.

Radiações não ionizantes

É a radiação que em interação com a matéria biológica não possui energia suficiente para provocar uma ionização.
Principais fontes: Radiação ultravioleta e infravermelha-radiação solar; soldadura, lâmpadas, lasers Varias são os
exemplos de profissões com exposição a radiações não ionizantes, devido à Acão solar:
 Agropecuária;
 Pesca;
 Jardinagem;
 Construção civil;
 Outras

Riscos Químicos

 Poeiras
 Fumos
 Névoas ou Aerossóis
 Gases
 Vapores

Diz-se que o ar está poluído ou contaminado quando contém substâncias estranhas à sua composição normal, ou
mesmo quando normal no especto qualitativo mas possuindo alterações quantitativas, pela presença de uma ou várias
substâncias componentes em concentrações superiores às normais.

Não esquecer

Antes de armazenar ou utilizar qualquer produto químico, obter a respetiva ficha técnica, ler com atenção as
informações nela contidas, e todas as medidas de segurança destinadas a reduzir a ocorrência de um acidente ou pelo
menos minimizar as suas consequências.

17
MSHT.01.Ed.1.Rev.03/2014 | Departamento Formação Kmed Europa, Lda
Vias de entrada no organismo

A penetração no organismo pode dar-se através da pele, pelas vias respiratórias (inalação) ou por ingestão.
Os efeitos na saúde dos trabalhadores dependem da forma como os agentes entram em contacto com o organismo e
podem fazer-se sentir…

O dano pode manifestar-se de forma rápida ou mesmo imediata após o contacto (efeito agudo), ou revelar-se a longo
prazo, normalmente na sequência de uma exposição repetida ao longo do tempo (efeito crónico).

Via respiratória

É a mais rápida para a penetração de vapores e gases. Os tóxicos passam diretamente para o órgão onde se vão fixar,
incluindo a Acão metabolizadora do fígado. Nas substâncias sob a forma de partículas a sua absorção depende, no
essencial, do seu tamanho, posto que estes tóxicos podem ser inalados.

A absorção pela pele e mucosas depende de vários fatores:

Cutâneos (integridade da pele, humidade, grau de superfície que entra em contacto, etc.)
Circulatórios, ligados ao produto (dependendo da natureza, concentração e tipo)

Ambientais (temperaturas e humidade). As mucosas do olho e nariz absorvem rapidamente os tóxicos.

A absorção pela via digestiva Consiste na ingestão de um produto tóxico, com efeitos no trato gastrointestinal.

Importa que o trabalhador mantenha hábitos de higiene, sobretudo se manipula determinados tóxicos. Uma vez
absorvido, o tóxico é transportado pelo sangue até aos diversos órgãos.
A velocidade depende da via de entrada e do meio utilizado para se incorporar no sangue. A eliminação faz-se, em
geral, pelas vias renal, pulmonar e biliar.

Medidas Preventivas

Por via a controlar os riscos de intoxicações em consequência da exposição dos trabalhadores aos produtos químicos,
enquanto agentes contaminantes dos locais de trabalho, deve-se:

o Atuar ao nível da conceção e métodos de funcionamento das instalações;


o Modificar e corrigir o processo produtivo, impedindo a formação do contaminante, nomeadamente
trabalhando em meios isolados;
o Substituir uma substância tóxica por outra menos tóxica;
o Automatizar o processo para evitar a manipulação direta do contaminante;
o Introduzir ventilação geral e/ou extração localizada adequadas;
o Alterar a organização do trabalho, diminuindo o tempo de exposição aos contaminantes químicos, e reduzir a
um mínimo absolutamente necessário o número de trabalhadores expostos;
o Introduzir equipamentos e sistemas de trabalho que, em caso de fugas, permitam detetá-las rapidamente e
circunscrever a área contaminada;
o Armazenar os produtos tóxicos em locais bem ventilados;
o Proibir comer, beber e fumar em zonas contaminadas;

18
MSHT.01.Ed.1.Rev.03/2014 | Departamento Formação Kmed Europa, Lda
o Usar equipamento de proteção individual, até que os riscos sejam eliminados ou reduzidos a níveis
considerados inofensivos para a saúde dos trabalhadores, ou ainda como complemento da proteção coletiva.

Riscos Biológicos

A par da contaminação química surge, muitas das vezes, a contaminação biológica, uma
vez que a debilidade causada ao sistema imunitário humano pelos agentes químicos
favorece a penetração de agentes patogénicos estranhos ao organismo.
Poderíamos igualmente associar a natureza do contaminante químico à Acão de uma
matéria (tóxica, corrosiva, etc.), a natureza do contaminante físico à acção de uma energia
(radiação, ruído, vibração, etc.) e a natureza do contaminante biológico à presença de um
Ser vivo, com o qual o Ser Humano interage.

Alguns trabalhadores estão expostos durante o exercício das suas funções a vários
microrganismos vivos (vírus, bactérias, etc.) e a substâncias ou estruturas que deles
provêm.
Entre outras contam-se as atividades na agricultura, em serviços hospitalares, laboratórios clínicos e de diagnóstico,
matadouros e recolha de tratamento de lixos, laboratórios e investigação e outros ramos da indústria.
Apesar da evolução da ciência permitir combater mais facilmente os microrganismos continua a ser uma fonte
importante de nocividade para os trabalhadores desses sectores. Além da manipulação genética pode dar lugar a novas
patologias.

Sempre que se esteja perante um risco biológico identificado como tal, deverá ser afixado o símbolo correspondente.

Riscos Ergonómicos

 Posturas Incorretas / Forçadas


 Movimentos Repetitivos
 Trabalho em Pé / Sentado
 Movimentação Manual de Cargas

A palavra “Ergonomia” deriva de duas palavras gregas


Ergon/ trabalho
Nomos/ leis, normas
Ergonomia é a disciplina que estuda o trabalho, no sentido de adaptar o trabalho, a forma como está organizado e os
elementos constituintes do seu envolvimento, ao indivíduo, de acordo com as suas características.

Principais requisitos de um posto de trabalho

 Mesa de trabalho
 Cadeira
 Monitor
 Teclado
 Rato
 Outros equipamentos e materiais utilizados, por
exemplo o telefone e os documentos

19
MSHT.01.Ed.1.Rev.03/2014 | Departamento Formação Kmed Europa, Lda
Mesa de trabalho

o As dimensões devem permitir a colocação flexível do ecrã, teclado, rato, documentos e material acessório.
o Debaixo do tampo deve existir espaço suficiente para alojar comodamente as pernas de forma a permitir as
mudanças de postura sem pressão, alongar as pernas e variar a postura ao longo do dia.
o Por baixo do tampo não deve haver gavetas ou algo do género que reduza o espaço reservado às pernas.
o A superfície deve ser baça, para evitar os reflexos nocivos. Não deve conter arestas ou esquinas agudas (risco
de cortes).

Cadeira

o Deve possibilitar as mudanças de posição ao longo da jornada de trabalho;


o Permitir uma posição sentada cómoda e o alívio dos músculos das costas e dos discos intervertebrais;
o A altura do assento deve ser ajustável;
o Ter boa estabilidade;
o O encosto deve dar apoio à zona lombar com altura e inclinação reguláveis;
o A profundidade do encosto em relação ao assento também deveria ser regulável;
o Os mecanismos de ajuste devem ser facilmente acionados na posição de sentado;
o As cadeiras devem ser giratórias e com 5 rodas;
o O assento deve ser ligeiramente côncavo;
o Moderadamente almofadado para permitir uma distribuição mais uniforme do peso e consequentemente
maior conforto;
o O rebordo deve ser ligeiramente arredondado a fim de evitar pressão sobre os vasos e os nervos das pernas.

Cadeiras com braços longos não são convenientes para o trabalho com ecrãs uma vez que impedem a aproximação do
utente à mesa de trabalho.
Cadeiras com os braços curtos que permitam o posicionamento correto em relação à mesa de trabalho podem trazer
benefícios deste que sejam reguláveis em altura.

Se a cadeira tiver braços:

Ajuste a altura dos braços da cadeira de forma que estes fiquem ligeiramente abaixo dos seus cotovelos quando
estiverem em ângulo recto (cerca de 3-5 cm abaixo).
A Cadeira deverá estar próxima da mesa para não ter que inclinar o tronco para a frente (atenção aos braços da
cadeira).

Use a cadeira para distribuir igualmente o peso do corpo pelas costas e pernas.

Regule a cadeira de forma que:


 As costas fiquem bem apoiadas no espaldar mantendo a curvatura natural da região lombar da coluna (ajuste
do espaldar em altura).
 A profundidade do assento deve ser ligeiramente inferior à distância nádega – poplítea.
 Pequena profundidade do assento implica insuficiente superfície de apoio e sensação de instabilidade. As
coxas e o tronco façam cerca de 90º (ajuste da inclinação).

20
MSHT.01.Ed.1.Rev.03/2014 | Departamento Formação Kmed Europa, Lda
Como utilizar
o Perca 5 minutos para conhecer bem a cadeira que utiliza. Saiba tirar partido de todas as potencialidades da
sua cadeira.
o Se compartilhar a cadeira com outra (s) pessoa (s) não parta do princípio que os seus ajustes são apropriados
para si.

Sinta-se confortável na posição em que está a trabalhar.

o Utilize de vez em quando o mecanismo que permite inclinar para trás o encosto da cadeira - quando se
aumenta a inclinação para trás a pressão sobre os discos intervertebrais diminui e a atividade estática
muscular também - relaxa a tensão nas costas.

Permanecer sentado com a parte inferior das costas mal posicionadas (região lombar cifótica) pode:

 Forçar os músculos e os ligamentos das costas; ~


 Depois de algum tempo causar hérnia discal (deslizamento da substância dentro do disco da medula espinhal).

Uma postura neutra da coluna (orelhas em linha com os ombros e quadris).Permite distribuir o peso da cabeça (4 a 6
kg) por toda a espinha dorsal, reduzindo o esforço dos músculos da parte superior das costas e pescoço.

 O cotovelo deve ficar à altura da fileira principal do teclado (ajuste em altura).


 Permite trabalhar com os ombros relaxados, os cotovelos próximos do corpo e os pulsos neutros.
 Os pés devem ficar completamente apoiados numa superfície plana (chão ou apoia pés). Ângulo coxas - pernas
ligeiramente superior a 90º.

 Evita o aumento da pressão na parte inferior das coxas, (perto dos joelhos), alterações na circulação das
pernas, dor e inchamento das mesmas.

Apoia pés
o Indicado para quando os utilizadores não ficam com os pés completamente pousados no chão e a altura da
mesa não é regulável.
o Evita a compressão na parte debaixo das coxas.
Deve ter:

 Altura regulável
 Inclinação ajustável entre 0º e 20º sobre o plano horizontal
 Dimensões mínimas de 45 cm de largura por 35 cm de profundidade
 Superfícies e apoios anti deslizantes

Monitor como o colocar


 O monitor deve ficar frontal ao operador;
 A uma distância confortável dos olhos no mínimo 40 cm;
 Ligeiramente inclinado para trás;
 Topo do ecrã na linha de visão ou ligeiramente abaixo (5º). Rotação normal dos olhos da horizontal para baixo
15º.

Uma visualização acima da linha horizontal da vista produz rapidamente fatiga no pescoço e nos músculos dos ombros.

21
MSHT.01.Ed.1.Rev.03/2014 | Departamento Formação Kmed Europa, Lda
Cabeça inclinada - causa mais comum de dor na coluna cervical. Causa desconforto e tensão nos músculos do pescoço,
pode comprimir os nervos dos braços e mãos que passam por esses músculos causando dor nos braços e mãos.

Porta documentos como o colocar

 A distância olho-ecrã e olho-documento devem ser semelhantes - evita uma constante ginástica de
acomodação. Limita os movimentos da cabeça e dos olhos -previne fadiga dos músculos oculomotores e do
pescoço.
 Deve ser colocado junto ao ecrã quando o olhar alterna mais entre o monitor e o documento;
 Quando o olhar alterna mais entre o teclado e o documento o porta documentos deverá ser colocado o mais
próximo possível do teclado.

Teclado como o utilizar


 Deve ser colocado à frente do operador para evitar a torção do pescoço, braços ou tronco;
 Deixar um espaço livre à sua frente de forma a permitir ao utilizador apoiar as mãos e os braços “ (cerca de 20
cm);
 Aprender dactilografia evita inclinar repetidamente o pescoço para ver as teclas;
 Mantenha os antebraços, pulsos e mãos numa posição reta e neutra; (dedo médio em linha com o antebraço).

 Não dobre ou entorte os pulsos evitando tensão desnecessária - mova o braço todo. Evita o esforço dos
tendões dos pulsos e dos músculos dos antebraços, podendo ainda causar irritação nos tendões do cotovelo
causando dores no antebraço
 Digite com as mãos e os dedos flutuando sobre o teclado.
 Apenas descanse os pulsos quando não estiver digitando.

Importante repousar os pulsos - pressão direta no túnel cárpico (inchaço, falta de sensibilidade, cãibra e dor) e causa
esforço excessivo nos tendões dos pulsos.
 Utilize ambas as mãos para pressionar duas teclas em simultâneo, caso contrário tem de entortar a mão;
Digite pressionando as teclas levemente.

Rato como o utilizar


 Deve existir espaço suficiente na mesa para poder apoiar o antebraço durante o acionamento do rato;
 Deve ser colocado ao lado do teclado.

Manter o braço esticado ou os ombros adiantados pode pressionar os nervos e vasos sanguíneos dos ombros,
reduzindo a circulação e o estímulo nervoso em todo o braço. Isto pode causar cansaço e dor nos braços e mãos. Por
outro lado pode causar lesões nos músculos dos ombros (músculo rotator do ombro).

 Usar o braço todo e o ombro, e não apenas o pulso e antebraço, para mover o rato.
 Manter o pulso numa posição reta e neutra quando usar o rato, caso contrário aumenta o esforço dos tendões
dos pulsos e dos músculos dos antebraços.
 Não descansar ou apoiar o pulso quando usar o rato. Os pulsos devem estar sempre livres (pressão túnel
cárpico, esforço excessivo nos tendões dos pulsos);
 Segurar levemente o rato com a mão relaxada e clicar com leves toques. Segurar ou apertar o rato causa
pressão nos tendões do antebraço e aumenta, de 3 a 5x, a pressão no túnel cárpico;
 Largar o rato sempre que não o estiver a usar.

22
MSHT.01.Ed.1.Rev.03/2014 | Departamento Formação Kmed Europa, Lda
Síndroma do túnel cárpico
É um problema comum que afeta a mão e o punho. Esta patologia é frequente entre informáticos e escritores devido
ao tipo de tarefas manuais repetitivas que estes executam.
Esta situação ou síndroma, tem-se tornado o foco das atenções nos últimos anos dadas as indicações de que pode estar
associado a tarefas que requeiram atividades físicas repetitivas no uso das mãos.

Portáteis como o utilizar


De acordo com a legislação em vigor o teclado deve ser dissociado do visor.
O que fazer?
 Ligar um teclado e um rato externos ao portátil
 Posicionar corretamente teclado, rato e monitor.

Telefone como o utilizar

 Deve-se colocar o telefone na área de alcance;


 Evite a torção do tronco ao atender chamadas telefónicas;
Nunca segure o auscultador entre o ouvido e o ombro, isto obriga à torção/tensão do pescoço, ombro e costas.
 Se tem de atender o telefone e manter as mãos livres utilize um auricular com microfone incorporado (tipo
telefonista).

Se apenas tem de fazer anotações coloque o telefone de modo a pegar no auscultador com a mão não dominante.

23
MSHT.01.Ed.1.Rev.03/2014 | Departamento Formação Kmed Europa, Lda
Fadiga Visual /Principais causas

 Baixa qualidade da imagem dos ecrãs;


 Existência de reflexos e intermitência nos ecrãs;
 Encadeamento do operador;
Todos eles com consequências a nível da perceção visual do operador.

Reflexos no ecrã
A reflexão no ecrã das fontes de luz origina “imagens” espelhadas no próprio ecrã e pode causar dificuldades no
processo de acomodação do olho (distância focal). Reflexos difusos - diminuem a legibilidade por diminuição dos
contrastes.

Encadeamento Incapacitante:
É provocado pela existência, no campo visual do operador, de uma superfície (janelas, paredes brilhantes, etc.) cuja
luminância é muito superior a do objeto que se visualiza.

Causa diminuição da agudeza visual, dificulta a leitura dos caracteres no monitor, obrigando o operador a desviar a
cabeça para poder ver, ocasionando sobrecarga do pescoço.

Que Causa Desconforto:


Causado pela presença de uma fonte de luz com uma luminância superior ao do nível de adaptação (abertura da
pupila), por ex: luminárias. Neste caso a longo prazo pode aparecer fadiga visual.

Interação com ecrãs

 No Sistema de Iluminação e o Ambiente Visual não deve haver janelas nem à frente nem atrás dos ecrãs, mas
sim lateralmente - evita encadeamentos e reflexos;
 Deve-se utilizar cortinas ou persianas para atenuar a luz natural em função da hora do dia;
 As lâmpadas devem estar corretamente instaladas nas luminárias de forma a evitar encadeamentos e reflexos;
 As instalações com ecrãs devem possuir iluminação geral ambiente.
 Se existirem fontes de luz individual estas não devem estar situadas perto do ecrã.
 Utilizar um nível de iluminação suficiente para realizar as tarefas que exijam a leitura de documentos
impressos, mas sem alcançar valores que reduzam demasiado o contraste do ecrã (500lux).

Movimentação Manual de Cargas

A Diretiva 90/269/CEE estabelece as prescrições mínimas de segurança e de saúde respeitantes à movimentação


manual de cargas que comportem riscos, nomeadamente dorso-lombares, para os trabalhadores. Foi transcrita para o
direito português, através do DL 330/93 de 25 de Setembro.

24
MSHT.01.Ed.1.Rev.03/2014 | Departamento Formação Kmed Europa, Lda
A “movimentação manual de cargas” pode ser definida como sendo: qualquer operação de transporte ou sustentação
de uma carga que, devido às suas características ou a condições ergonómicas desfavoráveis, comporte riscos para a
segurança e saúde dos trabalhadores.
A movimentação manual de cargas está intrinsecamente associada a todos os sectores de atividade.

A movimentação manual de cargas pressupõe a utilização do corpo do trabalhador como próprio “instrumento” de
trabalho.

Consequências para a segurança e saúde, resultantes do desrespeito pelos princípios ergonómicos na movimentação
manual de cargas

Cerca de 25% de todas as lesões que ocorrem na indústria estão diretamente relacionadas com o levantamento,
transporte e deslocação de materiais.

Dores nas costas, hérnias, lesões nos pés e mãos são consequências normais dos levantamentos que estão para além
da capacidade física dos trabalhadores ou ainda da aplicação de métodos de trabalho impróprios.

Podem surgir ainda os seguintes problemas ou complicações:

 Aumento do número de acidentes e incidentes;


 Aumento do absentismo;
 Elevada incidência de traumatismos músculo-esqueléticos;
 A distração e fadiga podem desencadear vários erros. Isto acontece especialmente quando para além da
incumbência de movimentação manual de cargas os trabalhadores também são solicitados para realizarem
operações de comando de máquinas;
 Aparecimento de patologias, nomeadamente:

Ciática – regra geral, a dor ciática é caracterizada pelo facto de ser muito intensa. Está situada ao longo do trajeto do
nervo ciático e suas ramificações. Encontra-se portanto, por trás da coxa, depois atrás da rótula ou sobre o seu lado
externo. A sua origem está na agressão do nervo ciático, geralmente por uma hérnia do disco intervertebral, quer entre
a 4ª e a 5ª vértebra lombar, quer entre a 5ª lombar e a 1ª vértebra sagrada.

Lombalgia - situação dolorosa da região lombar ocorrida após um esforço brusco. É muitas vezes considerada como a
consequência do deslocamento do núcleo do disco intervertebral. Trata-se do segundo estádio de gravidade: à
lombalgia junta-se uma noção de esforço deslocante assim como uma noção de blocagem lombar, desencadeando uma
atitude anti dor (geralmente uma inclinação para a frente).

Hérnias discais – uma hérnia discal consiste numa rutura parcial do disco intervertebral (a substância mole do seu
interior escapa-se através de uma área débil da camada exterior, que é dura), para fora do espaço entre as vértebras,
podendo assim exercer um efeito de compressão sobre as raízes nervosas adjacentes, provocando dor.

Geralmente, as hérnias discais surgem na zona inferior das costas (coluna lombar) e costumam afetar somente uma
perna. As hérnias discais na zona lombar costumam também provocar debilidade nas pernas e, por isso, a pessoa pode
ter muita dificuldade em levantar a parte anterior do pé (pé pendente). Uma hérnia discal de grande dimensão
localizada no centro da coluna costuma afetar os nervos que controlam a função intestinal e da bexiga urinária,
alterando a capacidade de defecar ou de urinar.

Regras de boas práticas

25
MSHT.01.Ed.1.Rev.03/2014 | Departamento Formação Kmed Europa, Lda
Quando numa empresa existe um ou mais trabalhadores responsáveis pela movimentação manual de cargas, é
necessário tomar algumas medidas, no intuito de salvaguardar a segurança e saúde dos trabalhadores.
Assim sendo, é necessário ter em consideração os seguintes pontos:

a) Características e tipo de carga que é necessário movimentar / transportar:


 Constituição da carga (material, forma, volume, etc.);
 Localização da carga no contexto do espaço de trabalho;
 Intensidade (peso da carga).

b) Esforço físico exigido na tarefa:


 Intensidade das forças que é necessário exercer para vencer a resistência que a carga oferece;
 Tipo de músculos e órgãos envolvidos na manipulação da carga;
 Frequência do número de elevações e outros movimentos efetuados.

c) Condições físicas dos trabalhadores:


 Género;
 Idade;
 Capacidade e condição física no momento;
 Outras características individuais.
d) Exigências específicas de cada atividade em particular:
 Condições ambientais do local / espaço de trabalho onde é efetuada a movimentação das cargas;
 Duração e frequência dos ciclos de trabalho;
 Percurso e deslocamentos que os trabalhadores têm de percorrer.

Recomendações a adotar na Movimentação Manual de Cargas

 Evitar manuseamento de cargas não adequadas em termos de volume ou peso – de acordo o NIOSH (não
superior a 23 Kg);
 Conceber embalagens com formas e tamanhos apropriados ao tipo de objeto a manusear;
 Procurar adaptar pegas ergonómicas na carga manuseada para facilitar o levantamento e transporte;
 Usar técnicas adequadas em função do tipo e especificidade da carga – evitar a utilização do tronco como
alavanca, mantendo-o na posição vertical e procurar utilizar os membros inferiores como alavanca;
 Sempre que possível, colocar as cargas em planos elevados relativamente ao solo (antes de proceder à
elevação);
 Evitar ao máximo “dobrar” a coluna; esta deve servir como suporte;
 Aquando da movimentação e levantamento/abaixamento de cargas, o trabalhador deve evitar rir, tossir, falar
ou efetuar outros movimentos bruscos;
 Os movimentos de torção do tronco em torno do corpo devem ser sempre evitados;
 As cargas transportadas devem ser suportadas pela coluna e membros inferiores, sendo a coluna apenas
elemento estático de transmissão e nunca de articulação;
 Suspender cargas iguais em cada uma das mãos (quando possível);
 Ter em consideração os pesos a suspender, conforme a idade, constituição física e sexo do trabalhador;
 Promover o exercício físico e o reforço muscular dos músculos que participam mais ativa na movimentação de
cargas;
 A movimentação de cargas deve ser efetuada, em zonas, em que o pavimento se encontre devidamente
nivelado e desobstruído de obstáculos, entulho, cabos e fios condutores de eletricidade.

26
MSHT.01.Ed.1.Rev.03/2014 | Departamento Formação Kmed Europa, Lda
 Sempre que tecnicamente possível, utilizar meios auxiliares de elevação e transporte para movimentar as
cargas;
 As cargas a transportar devem estar devidamente acondicionadas e simetricamente distribuídas de modo a
evitar oscilações e sobre-esforços;
 Se possível, proceder à deslocação das cargas por rolamento, ex. deslocação de barris de cerveja ou bidões;
 Os braços devem estar posicionados junto ao corpo de uma forma descontraída;
 Quando o tipo de trabalho implica movimentos muito repetitivos ou monótonos, deve-se procurar efetuar
pequenas pausas acompanhadas de alguns exercícios, de forma a desentorpecer os músculos e articulações e
melhorar a circulação.

É fundamental seguir estes 10 princípios:

1.Atenção à posição do corpo


2.Mantenha as costas direitas. Dobre as ancas e os joelhos ao agarra a carga
3.Apoie os pés firmemente
4.Separe os pés a uma distância aproximada a 50cm
5.Mantenha a carga tão próxima do corpo quanto possível
6.Mantenha os braços juntos ao corpo e o mais esticados possível
7.Não levante uma carga pesada acima da cintura num só movimento
8.Aproveite o peso do corpo de forma efetiva para empurrar ou deslocar os objetos
9.Quando as dimensões da carga o aconselhem, peça ajuda a um companheiro
10.Uma má postura pode ocasionar lesões na coluna

É importante relembrar que apesar de todas estas recomendações, será necessário ter sempre em consideração que o
desempenho de todos trabalhadores, vai depender diretamente da sua aptidão física e psíquica paralelamente à
qualidade da formação que lhes é ministrada.

É necessário ter sempre em conta que se deve tentar sempre proceder à adequação do trabalho ao Homem e não do
Homem ao Trabalho.

27
MSHT.01.Ed.1.Rev.03/2014 | Departamento Formação Kmed Europa, Lda
5. Legislação
Todos os trabalhadores, sem exceção, têm direito à prestação de trabalho em condições que respeitem a sua segurança
e saúde asseguradas pelo empregador, independentemente do seu vínculo contratual.

A legislação em vigor atribui ao/à trabalhador/a um papel participativo no desenvolvimento do sistema de prevenção
das empresas, que assenta na consagração de um conjunto de direitos de participação, os quais promovem e
possibilitam a sua intervenção ativa na definição e aplicação efetiva das medidas com vista à prevenção de riscos nos
locais de trabalho, entre os quais o direito de tomar conhecimento, através da informação e formação adequadas, dos
riscos profissionais que existem no seu local de trabalho, suas causas e medidas de prevenção e proteção.

Enquadramento da SST

Lei n.º 7/2009, de 12 de Fevereiro (artigos 281.º e 282.º do Código do Trabalho) Regulamentação:
Lei n.º 3/2014, de 10 de Setembro legislação nacional de enquadramento da segurança e saúde no trabalho, que altera
a Lei n.º 102 / 2009 que regulamenta o regime jurídico da promoção e prevenção da segurança e da saúde no trabalho,
de acordo com o previsto no artigo 284.º do Código do Trabalho, bem como, com um conjunto de diplomas avulso.

O direito de todos os trabalhadores à prestação do trabalho em condições de Segurança e Saúde encontra-se


consagrado na Constituição da Republica art.º 59.
A consagração legal do direito de participação encontra-se especialmente, contemplada na Convenção 155 da OIT
sobre a segurança e saúde dos trabalhadores e o meio ambiente de trabalho, na Diretiva 89/391/CEE do Conselho, de
12 de Junho de 1989, relativa à adoção de medidas que se destinam a promover a melhoria da segurança e da saúde
dos trabalhadores no local de trabalho e na legislação nacional.

Locais de trabalho
Decreto-Lei 347/93 de 1 de Outubro – Estabelece as prescrições mínimas de segurança;
Regulamentação
Portaria n.º 987/93, de 6 de Outubro, o Decreto-Lei n.º 347/93, de 1 de Outubro, que transpõe a Diretiva n.º
89/654/CEE, do Conselho, de 30 de Novembro, relativa às prescrições mínimas de segurança e de saúde nos locais de
trabalho;

Equipamentos de trabalho Regulamentação:


Decreto-Lei nº50/2005 de 25 de Fevereiro Decreto Regulamentar n.º 9/90, de 19 de Abril
Equipamentos dotados de visor Decreto-Lei n.º 222/2008, de 17 de Novembro
Decreto-Lei nº349/93 de 1 de Outubro Decreto-Lei n.º 174/2002, de 25 de Julho
Regulamentação Agentes biológicos
Portaria n.º 989/93, de 6 de Outubro Decreto-Lei n.º 84/97, de 16 de Abril
Movimentação manual de cargas Regulamentação:
Decreto-Lei nº 330/93 de 25 de Setembro Portaria n.º 405/98, de 11 de Julho
Ruído no trabalho Alterações:
Decreto-Lei nº182/2006,de 6 de Setembro Portaria n.º 1036/98, de 15 de Dezembro
Vibrações Microrganismos geneticamente modificados:
Decreto-Lei nº46/2006 de 24 de Fevereiro Decreto-Lei n.º 2/2001, de 4 de Janeiro
Agentes químicos e valores limites de exposição Sinalização de segurança
Decreto-Lei n.º 290/2001, de 16 de Novembro Decreto-Lei n.º 141/95, de 14 de Junho
Decreto-Lei n.º 305/2007, de 24 de Agosto Regulamentação:
Radiações ionizantes Portaria n.º 1456-A/95, de 11 de Dezembro
Regime Geral: Equipamentos de proteção individual
Decreto-Lei n.º 165/2002, de 17 de Julho Decreto-Lei n.º 348/93, de 1 de Outubro
Decreto-Lei n.º 348/89, de 12 de Outubro Regulamentação:
Portaria n.º 988/93, de 6 de Outubro

28
MSHT.01.Ed.1.Rev.03/2014 | Departamento Formação Kmed Europa, Lda
Segurança contra incêndios em edifícios
Decreto-Lei n.º 220/2008, de 12 de Novembro
Portaria n.º 1532/2008, de 29 de Dezembro
Enquadramento geral da reparação dos acidentes de trabalho e das doenças profissionais
Código do Trabalho, aprovado pela Lei n.º 7/2009, de 12 de Fevereiro (artigo 283.º)
Lei n.º 98/2009, de 4 de Setembro

Bibliografia:
Araújo Rui/ Fiequimetal

Coletânea interativa (Legislação) UGT

Fatores ambientais de incomodidade (Instituto do emprego e formação profissional)

Freitas, luís Conceição-Manual de Segurança e Saúde no Trabalho

Webgrafia

www.campanhaquimicos.eu

http://mundodesbravador.blogspot.com

http://negocios.maiadigital.pt/

http://www.act.gov.pt/

http://images.google.pt/

www.allianz.pt

http://chemicalscampaign.eu

http://www.fiequimetal.pt/

http://www.ugt.pt/

29
MSHT.01.Ed.1.Rev.03/2014 | Departamento Formação Kmed Europa, Lda

Você também pode gostar