Você está na página 1de 3

Desintegração nuclear e suas leis

A radioactividade é um fenómeno que se caracteriza pela emissão de raios (que são partículas e
ondas) de maneira espontânea. Acontece a partir de um núcleo instável, e o objectivo da emissão
é garantir estabilidade. Quando isso acontece, o átomo radioactivo sofre uma mutação e passa a
ser outro elemento químico.

As substâncias radioactivas emitem radiações que são formadas principalmente por partículas
alfa (α), partículas beta (β) e raios gama (γ). O fenómeno da radioactividade está ligado ao fato
de que há átomos instáveis e perdem muitas dessas partículas. Por isso, trata-se de uma forma de
energia nuclear. Entre esses átomos temos o urânio, o rádio e tório. Há duas formas de
radioactividade:

 Natural ou espontânea: Acontece com elementos radioactivos e isótopos encontrados na


natureza. Esses elementos são altamente poluentes.
 Artificial ou induzida: É quando o fenômeno é provocado através de transformações
nucleares artificiais.

Os elementos contidos na natureza podem possuir quantidades diferentes de nêutrons. São 92


elementos distintos, com características variáveis. Aqueles que possuem um número igual de
prótons, mas com um número de nêutrons diferentes, são chamados de isótopos de um mesmo
elemento.

Os isótopos estáveis são aqueles que realizam combinações de neutros e prótons tendo um
núcleo estável. Os isótopos de núcleos instáveis realizam outras combinações, e são classificados
como isótopos radioativos ou radioisótopos. Para garantir a estabilidade, eles emitem uma
energia em forma de ondas de partículas ou eletromagnéticas.

Para um elemento ser considerado radioativo, o isótopo mais abundante contido em sua
formação deve ser radioativo. Em toda radiação há modificações no núcleo do átomo. O
processo de radioatividade não está relacionado com estados físicos ou químicos do isótopo
radioativo, isto é, não depende deles.

As leis da desintegração radioativa foram descritas pelos Frederick Soddy e Kasimir Fajans. São
elas:
 O átomo que libera uma partícula alfa tem seu número atómico diminuído em duas
unidades e seu número de massa do átomo diminuído em quatro unidades.
 O átomo que libera uma partícula beta tem seu número atómico aumentado em uma
unidade, mas seu número de massa do átomo permanece constante.
 Não há variação no número de massa e no número atómico de um núcleo excitado que
emite radiação gama. O que acontece é uma perda de uma quantidade de energia “hv”.
As radiações gama possuem massas e cargas nulas porque são ondas magnéticas.

As leis da desintegração radioactiva indicam que, ao liberarem partículas alfa e beta, os átomos
instáveis passam a ter o número atómico diferente. E isso acaba transformando-os em elementos
diferentes. Por causa disso, o processo de desintegração nuclear só acaba quando se formam
átomos estáveis. Temos o exemplo do urânio-238, que precisa decair até formar outro elemento,
o chumbo-206.

Alfa, beta e gama

As propriedades de todo o processo descrito aqui é essencialmente nuclear. As partículas que os


elementos radioativos liberam, alfa, beta e gama, possuem características essenciais que as
definem e separam. Isso é essencial para entender as leis da desintegração radioactiva.

As partículas alfa possuem carga eléctrica positiva, de 2 pró tons e 2 neutrões. Por isso, são
consideradas partículas pesadas. Possuem uma velocidade inicial de 10000 km/s, e que pode ir
até 30000 km/s. A média das partículas em termos de velocidade corresponde a 5% da
velocidade da luz, ou 20000 km/s.

Devido a essas características, o poder de penetração das partículas alfa é bem pequeno. Uma
camada de 7 centímetros de ar pode detê-las, assim como uma chapa de alumínio de 0,06
milímetros ou uma folha de papel. Em compensação, os danos que podem causar nos seres
humanos são grandes. Quando estão no meio ambiente, essas partículas conseguem capturar 2
electrões, que são transformados em um átomo de hélio.

Já as partículas betas são consideradas leves. Sua carga eléctrica é negativa, e a massa que
possuem é mínima. A velocidade dessas partículas corresponde a 95% da velocidade da luz, pois
varia entre 100000 e 290000 km/s.

As partículas beta possuem quase o dobro de penetração das partículas alfa. Por serem de 50 a
100 vezes mais penetrantes, podem ser detidas por chapa de chumbo de 2 milímetros ou uma
chapa de alumínio de 1 centímetro. As cargas eléctricas (em módulo) na sua constituição são
menores que as cargas das partículas alfa. Assim, a ionização provocada é menor, e por isso
sabemos que os danos aos seres humanos podem acontecer, mas em menor grau em relação às
partículas alfa.
As partículas gamas não possuem cargas eléctricas e nem massa. Suas radiações
electromagnéticas se assemelham às emitidas pelo Raio-X. A velocidade que possuem é igual a
da luz, o que corresponde a 300000 km/s.

Elas são as mais penetrantes entre os 3 tipos, e chegam a ser mais penetrantes ainda que os
Raios-X. Isso acontece porque suas ondas possuem um comprimento muito menor, e podem ser
detidas por placas de chumbo de 5 centímetros. Em razão disso, os danos que causam nos seres
humanos são pequenos. Como a capacidade de ionização depende totalmente da carga eléctrica,
a radiação gama quase não forma nenhum íon.

Você também pode gostar