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QUESTõES COMENTADAS DO CESPE DE LíNGUA PORTUGUESA

(35 PROVAS COMPLETAS)


Prof.

AULA 01
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Curso de Provas Comentadas – CESPE/UnB


Prof. Fabiano Sales – Aula 01

AULA 01

Salve, salve, futuros servidores públicos!

Esta é a aula 01 do Curso de Provas Comentadas do CESPE. Hoje


comentaremos a prova de Agente da Polícia Federal, certame organizado em
2012 pelo CESPE/UnB.

Vamos lá!

Para refletir:

“Há um força maior que a energia atômica – A vontade!”

(Albert Einstein)

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Agente da Polícia Federal (2012)

1 Dizem que Karl Marx descobriu o inconsciente três décadas antes de


Freud. Se a afirmação não é rigorosamente exata, não deixa de fazer
sentido, uma vez que Marx, em O Capital, no capítulo sobre o fetiche da
mercadoria, estabelece dois parâmetros conceituais imprescindíveis para
5 explicar a transformação que o capitalismo produziu na subjetividade. São
eles os conceitos de fetichismo e de alienação, ambos tributários da
descoberta da mais-valia — ou do inconsciente, como queiram.
A rigor, não há grande diferença entre o emprego dessas duas
palavras na psicanálise e no materialismo histórico. Em Freud, o fetiche
10 organiza a gestão perversa do desejo sexual e, de forma menos evidente,
de todo desejo humano; já a alienação não passa de efeito da divisão do
sujeito, ou seja, da existência do inconsciente. Em Marx, o fetiche da
mercadoria, fruto da expropriação alienada do trabalho, tem um papel
decisivo na produção “inconsciente” da mais-valia. O sujeito das duas
15 teorias é um só: aquele que sofre e se indaga sobre a origem inconsciente
de seus sintomas é o mesmo que desconhece, por efeito dessa mesma
inconsciência, que o poder encantatório das mercadorias é condição não de
sua riqueza, mas de sua miséria material e espiritual. Se a sociedade em
que vivemos se diz “de mercado”, é porque a mercadoria é o grande
20 organizador do laço social.
Maria Rita Kehl. 18 crônicas e mais algumas.
São Paulo: Boitempo, 2011, p. 142 (com adaptações)

Com relação às ideias desenvolvidas no texto acima e a seus aspectos


gramaticais, julgue os itens subsequentes.

1. Com correção gramatical, o período “A rigor (...) histórico” (linhas 8 e


9) poderia, sem se contrariar a ideia original do texto, ser assim
reescrito: Caso se proceda com rigor, a análise desses conceitos,
verifica-se que não existe diferenças entre eles.

2. A informação que inicia o texto é suficiente para se inferir que Freud


conheceu a obra de Marx, mas o contrário não é verdadeiro, visto que
esses pensadores não foram contemporâneos.

3. A expressão “dessas duas palavras” (linhas 8 e 9), como comprovam


as ideias desenvolvidas no parágrafo em que ela ocorre, remete não aos
dois vocábulos que imediatamente a precedem — “mais-valia” (linha 7)
e “inconsciente” (linha 7) —, mas, sim, a “fetichismo” (linha 6) e
“alienação” (linha 6).

4. Depreende-se da argumentação apresentada que a autora do texto,


ao aproximar conceitos presentes nos estudos de Marx e de Freud,
busca demonstrar que, nas sociedades “de mercado”, a “divisão do

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sujeito” (linhas 11 e 12) se processa de forma análoga na subjetividade


dos indivíduos e na relação de trabalho.

1 Imagine que um poder absoluto ou um texto sagrado declarem que


quem roubar ou assaltar será enforcado (ou terá a mão cortada). Nesse
caso, puxar a corda, afiar a faca ou assistir à execução seria simples, pois a
responsabilidade moral do veredicto não estaria conosco. Nas sociedades
5 tradicionais, em que a punição é decidida por uma autoridade superior a
todos, as execuções podem ser públicas: a coletividade festeja o soberano
que se encarregou da justiça — que alívio!
A coisa é mais complicada na modernidade, em que os cidadãos
comuns (como você e eu) são a fonte de toda autoridade jurídica e moral.
10 Hoje, no mundo ocidental, se alguém é executado, o braço que mata é, em
última instância, o dos cidadãos — o nosso. Mesmo que o condenado seja
indiscutivelmente culpado, pairam mil dúvidas. Matar um condenado à
morte não é mais uma festa, pois é difícil celebrar o triunfo de uma moral
tecida de perplexidade. As execuções acontecem em lugares fechados,
15 diante de poucas testemunhas: há uma espécie de vergonha. Essa discrição
é apresentada como um progresso: os povos civilizados não executam seus
condenados nas praças. Mas o dito progresso é, de fato, um corolário da
incerteza ética de nossa cultura.
Reprimimos em nós desejos e fantasias que nos parecem ameaçar o
20 convívio social. Logo, frustrados, zelamos pela prisão daqueles que não se
impõem as mesmas renúncias. Mas a coisa muda quando a pena é radical,
pois há o risco de que a morte do culpado sirva para nos dar a ilusão de
liquidar, com ela, o que há de pior em nós. Nesse caso, a execução do
condenado é usada para limpar nossa alma. Em geral, a justiça sumária é
25 isto: uma pressa em suprimir desejos inconfessáveis de quem faz justiça.
Como psicanalista, apenas gostaria que a morte dos culpados não servisse
para exorcizar nossas piores fantasias — isso, sobretudo, porque o
exorcismo seria ilusório. Contudo é possível que haja crimes hediondos nos
quais não reconhecemos nada de nossos desejos reprimidos.
Contardo Calligaris. Terra de ninguém – 101 crônicas. São
Paulo: Publifolha, 2004, p. 94-6 (com adaptações).

Com referência às ideias e aos aspectos linguísticos do texto acima,


julgue os itens de 5 a 11.

5. Suprimindo-se o emprego de termos característicos da linguagem


informal, como o da palavra “coisa” (linha 8) e o do trecho “(como você
e eu)” (linha 9), o primeiro período do segundo parágrafo poderia ser
reescrito, com correção gramatical, da seguinte forma: Essa prática
social apresenta-se mais complexa na modernidade, onde a autoridade
jurídica e moral submete-se à opinião pública.

6. No período “Nesse caso (...) estaria conosco” (linhas 2 a 4), como o


conector “ou” está empregado com sentido aditivo, e não, de exclusão, a
forma verbal do predicado “seria simples” poderia, conforme faculta a
prescrição gramatical, ter sido flexionada na terceira pessoa do plural:
seriam.

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7 De acordo com o texto, nas sociedades tradicionais, os cidadãos


sentem-se aliviados sempre que um soberano decide infligir a pena de
morte a um infrator porque se livram das ameaças de quem desrespeita
a moral que rege o convívio social, como evidencia o emprego da
interjeição “que alívio!” (linha 7).

8. Mantendo-se a correção gramatical e a coerência do texto, a oração


“se alguém é executado” (linha 10), que expressa uma hipótese,
poderia ser escrita como caso se execute alguém, mas não, como se
caso alguém se execute.

9. O termo “Essa discrição” (linha 16) refere-se apenas ao que está


expresso na primeira oração do período que o antecede.

10. Na condição de psicanalista, o autor do texto adverte que a punição


de infratores das leis é uma forma de os indivíduos expurgarem seus
desejos inconfessáveis, ressalvando, no entanto, que, quando se trata
de crime hediondo, tal não se aplica.

11. Nas linhas 20 e 21, considerando-se a dupla regência do verbo impor


e a presença do pronome “mesmas”, seria facultado o emprego do
acento indicativo de crase na palavra “as” da expressão “as mesmas
renúncias”.

Romance LXXXI ou Dos Ilustres Assassinos

1 Ó grandes oportunistas, que profundas sepulturas


sobre o papel debruçados, nascidas de vossas penas,
que calculais mundo e vida de vossas assinaturas!
em contos, doblas, cruzados,
5 que traçais vastas rubricas 25 Considerai no mistério
e sinais entrelaçados, dos humanos desatinos,
com altas penas esguias e no polo sempre incerto
embebidas em pecados! dos homens e dos destinos!
Por sentenças, por decretos,
Ó personagens solenes 30 pareceríeis divinos:
10 que arrastais os apelidos e hoje sois, no tempo eterno,
como pavões auriverdes como ilustres assassinos.
seus rutilantes vestidos,
— todo esse poder que tendes Ó soberbos titulares,
confunde os vossos sentidos: tão desdenhosos e altivos!
15 a glória, que amais, é desses 35 Por fictícia autoridade,
que por vós são perseguidos. vãs razões, falsos motivos,
inutilmente matastes:
Levantai-vos dessas mesas, — vossos mortos são mais vivos;
saí de vossas molduras, e, sobre vós, de longe, abrem
vede que masmorras negras, 40 grandes olhos pensativos.
20 que fortalezas seguras, Cecília Meireles. Romanceiro da
que duro peso de algemas, Inconfidência. Rio
de Janeiro: Nova Fronteira, 1989, p. 267-
8.

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Com base no poema acima, julgue os itens subsequentes.

12. Considerando-se as relações entre os termos da oração, verifica-se


ambiguidade no emprego do adjetivo “pensativos” (v. 40), visto que ele
pode referir-se tanto ao termo “vossos mortos” (v.38) quanto ao núcleo
nominal “olhos” (v.40).

13. No poema, que apresenta uma denúncia de atos de abuso de poder,


foram utilizados os seguintes recursos que permitem que a poeta se
dirija diretamente a um interlocutor: emprego de vocativo nos versos 1,
9 e 33 e de verbos na segunda pessoa do plural, todos no imperativo
afirmativo.

14. O emprego do pronome possessivo em “seus rutilantes vestidos”


(v.12) evidencia que essa expressão corresponde à vestimenta usada
por autoridades em eventos solenes.

15. No verso 23, a forma verbal “nascidas”, apesar de referir-se a todas


as expressões nominais que a antecedem, concorda apenas com a mais
próxima, conforme faculta regra de concordância nominal.

16. Os trechos “Por sentenças, por decretos” (v.29) e “Por fictícia


autoridade, vãs razões, falsos motivos” (v.35-36) exercem função
adverbial nas orações a que pertencem e ambos denotam o meio
empregado na ação representada pelo verbo a que se referem.

Julgue os fragmentos contidos nos itens a seguir quanto à sua correção


gramatical e à sua adequação para compor um documento oficial, que,
de acordo com o Manual de Redação da Presidência da República, deve
caracterizar-se pela impessoalidade, pelo emprego do padrão culto de
linguagem, pela clareza, pela concisão, pela formalidade e pela
uniformidade.

17. Cumpre destacar a necessidade de aumento do contingente policial e


que é imperioso a ação desses indivíduos em âmbito nacional, pelo que
a realização de concurso público para provimento de vagas no
Departamento de Polícia Federal consiste em benefício a toda a
sociedade.

18. Caro Senhor Perito Criminal,


Convidamos Vossa Senhoria a participar do evento “Destaques do
ano”, em que será homenageado pelo belo e admirável trabalho
realizado na Polícia Federal. Por gentileza, confirme sua presença a fim
de que possamos providenciar as honrarias de praxe.

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19. O departamento que planejará o treinamento de pessoal para a


execução de investigações e de operações policiais, sob cuja
responsabilidade está também a escolha do local do evento, não se
manifestou até o momento.

20.

Senhor Delegado,

Segue para divulgação os relatórios das investigações realizadas


no órgão, a fim de fazer cumprir a lei vigente.

21. Solicito a Vossa Senhoria a indicação de cinco agentes de polícia


aptos a ministrar aulas de direção no curso de formação de agentes. O
início do curso, que será realizado na capital federal, está previsto para
o segundo semestre deste ano.

Com relação ao formato e à linguagem das comunicações oficiais, julgue


os itens que se seguem com base no Manual de Redação da Presidência
da República.

22 A exposição de motivos de caráter meramente informativo deve


apresentar, na introdução, no desenvolvimento e na conclusão, a
sugestão de adoção de uma medida ou de edição de um ato normativo,
além do problema inicial que justifique a proposta indicada.

23 A estrutura do telegrama e da mensagem por correio eletrônico de


caráter oficial é flexível.

24. As comunicações oficiais emitidas pelo presidente da República, por


chefes de poderes e por ministros de Estado devem apresentar ao final,
além do nome da pessoa que as expede, o cargo ocupado por ela.

25. O referido manual estabelece o emprego de dois fechos para


comunicações oficiais: Respeitosamente, para autoridades superiores; e
Atenciosamente, para autoridades de mesma hierarquia ou de
hierarquia inferior. Tal regra, no entanto, não é aplicável a
comunicações dirigidas a autoridades estrangeiras.

26. A menos que o expediente seja de mero encaminhamento de


documentos, o texto de comunicações como aviso, ofício e memorando,
que seguem o padrão ofício, deve conter três partes: introdução,
desenvolvimento e conclusão.

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COMENTÁRIOS ÀS QUESTÕES

Agente da Polícia Federal (2012)

1 Dizem que Karl Marx descobriu o inconsciente três décadas antes de


Freud. Se a afirmação não é rigorosamente exata, não deixa de fazer
sentido, uma vez que Marx, em O Capital, no capítulo sobre o fetiche da
mercadoria, estabelece dois parâmetros conceituais imprescindíveis para
5 explicar a transformação que o capitalismo produziu na subjetividade. São
eles os conceitos de fetichismo e de alienação, ambos tributários da
descoberta da mais-valia — ou do inconsciente, como queiram.
A rigor, não há grande diferença entre o emprego dessas duas
palavras na psicanálise e no materialismo histórico. Em Freud, o fetiche
10 organiza a gestão perversa do desejo sexual e, de forma menos evidente,
de todo desejo humano; já a alienação não passa de efeito da divisão do
sujeito, ou seja, da existência do inconsciente. Em Marx, o fetiche da
mercadoria, fruto da expropriação alienada do trabalho, tem um papel
decisivo na produção “inconsciente” da mais-valia. O sujeito das duas
15 teorias é um só: aquele que sofre e se indaga sobre a origem inconsciente
de seus sintomas é o mesmo que desconhece, por efeito dessa mesma
inconsciência, que o poder encantatório das mercadorias é condição não de
sua riqueza, mas de sua miséria material e espiritual. Se a sociedade em
que vivemos se diz “de mercado”, é porque a mercadoria é o grande
20 organizador do laço social.
Maria Rita Kehl. 18 crônicas e mais algumas.
São Paulo: Boitempo, 2011, p. 142 (com adaptações)

Com relação às ideias desenvolvidas no texto acima e a seus aspectos


gramaticais, julgue os itens subsequentes.

1. Com correção gramatical, o período “A rigor (...) histórico” (linhas 8 e


9) poderia, sem se contrariar a ideia original do texto, ser assim
reescrito: Caso se proceda com rigor, a análise desses conceitos,
verifica-se que não existe diferenças entre eles.

Comentário: Embora as expressões “a rigor” e “em rigor” sejam de uso


frequente no português contemporâneo, NÃO são termos sinônimos, sendo
importante fazer uma breve distinção entre elas.
A primeira é uma expressão idiomática que significa “de acordo com as
exigências da ocasião”, “conforme as circunstâncias”. Segundo as lições de Luiz
Antonio Sacconi, a expressão “a rigor” é copiada do francês “à la rigueur”:

“A expressão “ ‘a rigor’ é copiada do francês ‘à la rigueur’. Só devemos usar


palavras, expressões, construções estrangeiras, quando absolutamente
necessárias. Parece-nos que “em rigor” substitui a contento ‘a rigor’ ” (Luiz
Antonio Sacconi, na obra Não erre mais!).

Por sua vez, a locução adverbial “em rigor” geralmente precede


explicações e/ou exposições de ideias exatas. Pode ser substituída pelo advérbio
“rigorosamente” e apresenta o significado “proceder com rigor, exatidão”,

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“estritamente”. O Dicionário Contemporâneo da Língua Portuguesa Caldas Aulete


registra somente a forma “em rigor”:

“ ‘Em rigor’ (loc. adv.), rigorosamente, conforme as exigências do assunto; no


sentido estrito.”

Ex.: “Quem ignorando ofendeu, ‘em rigor’ (rigorosamente) não é delinquente.”


(Pe. Antônio Vieira)

Voltando à questão da prova...

No enunciado da questão 1, o trecho “Caso se proceda com rigor” faz


menção ao segmento “em rigor”, alterando a ideia original do texto.
Além disso, na reescrita proposta pelo examinador da banca, houve os
seguintes erros: (i) a vírgula após a expressão “a rigor” está separando
incorretamente o verbo “proceder” do complemento “a análise desses
conceitos”; (ii) o verbo “existir” deveria ter sido flexionado no plural para
concordar com o sujeito “diferenças”; e (iii) por fim, de regência, pois o verbo
“proceder” foi empregado na acepção de “dar início”, devendo assumir
transitividade indireta. Essa incorreção também implicou omissão inadequada do
acento grave indicativo de crase, uma vez que o termo regente “proceder” exige
o emprego da preposição “a” e o termo regido “análise” admite a anteposição do
artigo definido “a”.

Gabarito: ERRADO.

2. A informação que inicia o texto é suficiente para se inferir que Freud


conheceu a obra de Marx, mas o contrário não é verdadeiro, visto que
esses pensadores não foram contemporâneos.

Comentário: Por meio da informação de que “Karl Marx descobriu o


inconsciente três décadas antes de Freud” não é possível inferir que não houve
contemporaneidade entre os autores Freud e Marx. Além disso, o texto não
apresenta informações suficientes e necessárias para chegarmos à conclusão de
que a obra de Marx não foi conhecida por Freud.

Gabarito: ERRADO.

3. A expressão “dessas duas palavras” (linhas 8 e 9), como comprovam


as ideias desenvolvidas no parágrafo em que ela ocorre, remete não aos
dois vocábulos que imediatamente a precedem — “mais-valia” (linha 7)
e “inconsciente” (linha 7) —, mas, sim, a “fetichismo” (linha 6) e
“alienação” (linha 6).

Comentário: No segundo parágrafo do texto, a expressão “dessas duas


palavras” refere-se aos vocábulos “fetichismo” e “alienação”. Por meio do
emprego da estrutura “dessas” (contração da preposição “de” com o pronome
demonstrativo “essas”), houve o mecanismo de coesão referencial anafórica, isto
é, ocorreu a retomada de palavras já mencionadas anteriormente no texto. Essa
modalidade de questão é um clássico não apenas no CESPE/UnB, mas também
nas demais bancas organizadoras de concursos públicos. Portanto, recomendo

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que vocês fiquem atentos às referências textuais já durante a leitura do texto.


Assim, evitarão que o examinador consiga confundi-los no item a ser analisado.

Gabarito: CERTO.

4. Depreende-se da argumentação apresentada que a autora do texto,


ao aproximar conceitos presentes nos estudos de Marx e de Freud,
busca demonstrar que, nas sociedades “de mercado”, a “divisão do
sujeito” (linhas 11 e 12) se processa de forma análoga na subjetividade
dos indivíduos e na relação de trabalho.

Comentário: A partir do excerto “O sujeito das duas teorias é um só”, é


possível depreender que, “nas sociedades “de mercado”, a “divisão do sujeito”
se processa na forma equivalente tanto na “subjetividade dos indivíduos” quanto
na “relação de trabalho”.
Segundo o texto, a “subjetividade dos indivíduos” é marcada pelo trecho
“aquele que sofre e se indaga sobre a origem inconsciente de seus sintomas é o
mesmo que desconhece, por efeito dessa mesma inconsciência, que o poder
encantatório das mercadorias é condição não de sua riqueza, mas de sua miséria
material e espiritual”.
A “divisão de sujeito” também se dá na “relação de trabalho”. Consoante
o texto, “Se a sociedade em que vivemos se diz – de mercado –, é porque a
mercadoria é o grande organizador do laço social”. Ainda em conformidade com
a superfície textual, “Em Marx, o fetiche da mercadoria, fruto da expropriação
alienada do trabalho, tem um papel decisivo na produção – inconsciente – da
mais-valia”.

Gabarito: CERTO.

1 Imagine que um poder absoluto ou um texto sagrado declarem que


quem roubar ou assaltar será enforcado (ou terá a mão cortada). Nesse
caso, puxar a corda, afiar a faca ou assistir à execução seria simples, pois a
responsabilidade moral do veredicto não estaria conosco. Nas sociedades
5 tradicionais, em que a punição é decidida por uma autoridade superior a
todos, as execuções podem ser públicas: a coletividade festeja o soberano
que se encarregou da justiça — que alívio!
A coisa é mais complicada na modernidade, em que os cidadãos
comuns (como você e eu) são a fonte de toda autoridade jurídica e moral.
10 Hoje, no mundo ocidental, se alguém é executado, o braço que mata é, em
última instância, o dos cidadãos — o nosso. Mesmo que o condenado seja
indiscutivelmente culpado, pairam mil dúvidas. Matar um condenado à
morte não é mais uma festa, pois é difícil celebrar o triunfo de uma moral
tecida de perplexidade. As execuções acontecem em lugares fechados,
15 diante de poucas testemunhas: há uma espécie de vergonha. Essa discrição
é apresentada como um progresso: os povos civilizados não executam seus
condenados nas praças. Mas o dito progresso é, de fato, um corolário da
incerteza ética de nossa cultura.
Reprimimos em nós desejos e fantasias que nos parecem ameaçar o
20 convívio social. Logo, frustrados, zelamos pela prisão daqueles que não se
impõem as mesmas renúncias. Mas a coisa muda quando a pena é radical,
pois há o risco de que a morte do culpado sirva para nos dar a ilusão de

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liquidar, com ela, o que há de pior em nós. Nesse caso, a execução do


condenado é usada para limpar nossa alma. Em geral, a justiça sumária é
25 isto: uma pressa em suprimir desejos inconfessáveis de quem faz justiça.
Como psicanalista, apenas gostaria que a morte dos culpados não servisse
para exorcizar nossas piores fantasias — isso, sobretudo, porque o
exorcismo seria ilusório. Contudo é possível que haja crimes hediondos nos
quais não reconhecemos nada de nossos desejos reprimidos.

Contardo Calligaris. Terra de ninguém – 101 crônicas. São Paulo: Publifolha, 2004,
p. 94-6 (com adaptações).

Com referência às ideias e aos aspectos linguísticos do texto acima,


julgue os itens de 5 a 11.

5. Suprimindo-se o emprego de termos característicos da linguagem


informal, como o da palavra “coisa” (linha 8) e o do trecho “(como você
e eu)” (linha 9), o primeiro período do segundo parágrafo poderia ser
reescrito, com correção gramatical, da seguinte forma: Essa prática
social apresenta-se mais complexa na modernidade, onde a autoridade
jurídica e moral submete-se à opinião pública.

Comentário: Inicialmente, vamos tecer algumas considerações acerca da


diferença entre norma culta e norma coloquial.

A Norma ou Língua Culta é um tipo de variação linguística que se


caracteriza por seguir as normas estabelecidas de acordo com a gramática
normativa. Ela é falada e escrita em situações que exigem formalidade.
Por sua vez, a Língua Coloquial é a variação linguística utilizada em
situações informais. É a língua do cotidiano.

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Vejamos, por exemplo, a carta que Fernando Sabino enviou a Mário de


Andrade. A seguir, apresentarei uma questão com os respectivos comentários.

Belo Horizonte, 28 de julho de 1942.

Meu caro Mário,

Estou te escrevendo rapidamente, se bem que haja muitíssima coisa que


eu quero te falar (a respeito da Conferência, que acabei de ler agora). Vem-me
uma vontade imensa de desabafar com você tudo o que ela me fez sentir. Mas é
longo, não tenho o direito de tomar seu tempo e te chatear.

Fernando Sabino.

Na carta de Fernando Sabino a Mário de Andrade, o emprego de


linguagem informal é evidente no trecho “tomar seu tempo e te chatear”. Nesse
segmento, a informalidade é o fenômeno conhecido como mistura de
tratamento.
Na língua padrão, se optamos por tratar alguém por “tu”, devemos
manter a coerência durante todo o texto, usando as formas verbais e
pronominais correspondentes (exemplos “tu”, “te”, “teu”, “ti”, “quero que faças
um favor”). Da mesma forma, se escolhemos o tratamento “você” ou
“senhor(a)”, também devemos manter a coerência, e nesse caso as formas
correspondentes são outras (“você” ou “senhor(a)”, “seu”, “lhe”, “o/a”, “si”). Na
carta, ocorre mistura de tratamento porque ora o autor escolhe “tu” e ora
escolhe “você”.
Vale frisar que, embora a norma padrão – prescrita pela gramática
normativa – condene essa mistura, ela é absolutamente comum no português
não padrão, ou seja, na linguagem informal, cotidiana.

Voltando à questão da prova...

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Na reescrita, o pronome relativo “onde” está retomando o elemento


“modernidade”. Entretanto, conforme prescrevem as gramáticas tradicionais,
essa forma pronominal (onde) deve ser empregada quando houver alusão a
lugar físico. No contexto, a palavra “modernidade” expressa circunstância de
tempo, o que torna incorreto o emprego de “onde” e, consequentemente, a
transcrição do examinador.
Portanto, para manter a correção e a ideia original do trecho, o pronome
relativo “onde” deve ser substituído pelo conectivo temporal “quando” ou, ainda,
pelas expressões “em que” ou “na qual”:

Essa prática social apresenta-se mais complexa na modernidade, quando /


em que / na qual a autoridade jurídica e moral submete-se à opinião pública.

Gabarito: ERRADO.

6. No período “Nesse caso (...) estaria conosco” (linhas 2 a 4), como o


conector “ou” está empregado com sentido aditivo, e não, de exclusão, a
forma verbal do predicado “seria simples” poderia, conforme faculta a
prescrição gramatical, ter sido flexionada na terceira pessoa do plural:
seriam.

Comentário: A questão versa sobre concordância verbal. Segundo as


gramáticas normativas da Língua Portuguesa, com sujeitos ligados pela
conjunção “ou”, o verbo concordará com o sujeito mais próximo
(concordância atrativa) se o conectivo indicar:

- exclusão:

Exemplo: Paulo ou Antônio será o presidente.

- retificação de número gramatical:

Exemplos: O ladrão ou os ladrões não deixaram nenhum vestígio.

Ainda não foi encontrado o autor ou os autores do crime.

- identidade ou equivalência:

Exemplos: Nenhuma lei ou ato normativo pode ser editado se não estiver em
consonância com a Constituição Federal.

O professor ou o nosso segundo pai merece o respeito da pátria.

Importante!

Segundo as lições de Evanildo Bechara, “se a ideia expressa pelo


predicado puder referir-se a toda a série do sujeito composto, o verbo irá ao
plural mais frequentemente (concordância gramatical), porém pode ocorrer o
singular” (concordância atrativa).

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Exemplos: A nulidade ou a validade do contrato eram (ou era) assunto de direito


civil.

“A ignorância ou errada compreensão da lei não eximem (ou exime) de pena...”


(Código Civil)

- Se o conectivo “ou” indicar soma, o verbo irá ao plural (concordância


gramatical), pois pode referir-se a qualquer dos núcleos.

Exemplo: O frio ou o calor não estragarão nossa viagem. (= Nem o frio nem o
calor estragarão nossa viagem.)

Voltando à questão da prova...

Entretanto, no trecho aludido pelo examinador, temos uma ocorrência de


sujeito oracional. Nesse caso, ainda que seja composto, o verbo da oração
principal deverá permanecer na terceira pessoa do singular.
Notem que, no contexto, o sujeito composto oracional é representado
pelas orações subordinadas substantivas reduzidas “puxar a corda”, “afiar a
faca” e “assistir à execução”, tendo como núcleos, respectivamente, as formas
verbais “puxar”, “afiar” e “assistir”. Portanto, o verbo “ser” deve permanecer no
singular:

Puxar a corda, afiar a faca ou assistir à execução seria simples.

Para facilitar a visualização, substituam a forma em destaque pelo


pronome demonstrativo “ISSO”:

ISSO (= Puxar a corda, afiar a faca e assistir à execução) seria simples.

Gabarito: ERRADO.

7. De acordo com o texto, nas sociedades tradicionais, os cidadãos


sentem-se aliviados sempre que um soberano decide infligir a pena de
morte a um infrator porque se livram das ameaças de quem desrespeita
a moral que rege o convívio social, como evidencia o emprego da
interjeição “que alívio!” (linha 7).

Comentário: Segundo o texto, o sentimento de alívio não é proveniente do fato


de ficar livre de ameaças (conforme aduz o enunciado do item), mas, sim, em
virtude de a população se eximir da responsabilidade de fazer justiça. Essa
informação está expressa no período “Nesse caso, puxar a corda, afiar a faca ou
assistir à execução seria simples, pois a responsabilidade moral do veredicto não
estaria conosco”.

Gabarito: ERRADO.

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8. Mantendo-se a correção gramatical e a coerência do texto, a oração


“se alguém é executado” (linha 10), que expressa uma hipótese,
poderia ser escrita como caso se execute alguém, mas não, como se
caso alguém se execute.

Comentário: Inicialmente, percebemos que em “alguém é executado” há uma


estrutura de voz passiva analítica. Notem que a expressão “é executado” é
composta pela estrutura “verbo SER + particípio”. É corretamente possível a
transposição para a voz passiva sintética (ou pronominal) em “caso se execute
alguém”. No trecho inicial (se alguém é executado), o conector “se” contém
noção semântica de condição, podendo ser substituído pela conjunção “caso”.
Nessa hipótese, o verbo “executar” deve ser flexionado no subjuntivo, conforme
ocorreu perfeitamente na reescrita do examinador: “Caso se execute ...”
(presente do subjuntivo). Por sua vez, o vocábulo “alguém” desempenha a
função de sujeito paciente, isto é, aquele que sofre a ação verbal:

Se alguém é executado : voz passiva analítica (o sujeito alguém sofre a ação


de ser executado)

Caso se execute alguém : voz passiva sintética (o sujeito alguém sofre a ação
de ser executado)

Já no trecho “se caso alguém se execute”, o pronome “se” (alguém se


execute) não é apassivador, mas sim pronome reflexivo. Isso acarreta mudança
na informação do período original. Além disso, o trecho “se caso alguém se
execute” configura desvio gramatical, pois o emprego concomitante das
conjunções “se” e “caso” não é abonado pela gramática normativa.

Gabarito: CERTO.

9. O termo “Essa discrição” (linha 16) refere-se apenas ao que está


expresso na primeira oração do período que o antecede.

Comentário: Para responder a essa questão, o candidato deve localizar o


seguinte trecho no texto: “As execuções acontecem em lugares fechados, diante
de poucas testemunhas: há uma espécie de vergonha. Essa discrição é
apresentada como um progresso (...)”. Notem que o termo “Essa discrição”
desempenha um importante papel coesivo na superfície textual, retomando
apenas a informação constante do período anterior, não incluindo a frase “há
uma espécie de vergonha”: “As execuções acontecem em lugares fechados,
diante de poucas testemunhas (...). Essa discrição ...”. Portanto, a afirmação
do examinador está correta.

Gabarito: CERTO.

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10. Na condição de psicanalista, o autor do texto adverte que a punição


de infratores das leis é uma forma de os indivíduos expurgarem seus
desejos inconfessáveis, ressalvando, no entanto, que, quando se trata
de crime hediondo, tal não se aplica.

Comentário: Para analisar este item, devemos recorrer à última oração do


texto: “Contudo é possível que haja crimes hediondos nos quais não
reconhecemos nada de nossos desejos reprimidos”. Por meio da expressão “é
possível”, o autor refere-se aos crimes hediondos como uma possibilidade.
Além disso, a oração subordinada adjetiva “nos quais não
reconhecemos nada de nossos desejos reprimidos” apresenta valor de restrição,
não fazendo menção a esses crimes de forma genérica. Trata-se, portanto, de
uma ideia oposta à que foi apresentada pelo examinador no trecho “quando se
trata de crime hediondo, tal não se aplica”.

Gabarito: ERRADO.

11. No trecho “Logo, frustrados, zelamos pela prisão daqueles que não
se impõem as mesmas renúncias”, considerando-se a dupla regência do
verbo impor e a presença do pronome “mesmas”, seria facultado o
emprego do acento indicativo de crase na palavra “as” da expressão “as
mesmas renúncias”.

Comentário: Segundo as lições de Celso Pedro Luft, na obra Dicionário Prático


de Regência Verbal, editora Ática, pág. 326, o verbo “impor” pode ser:

a) transitivo direto: O chefe impunha respeito.

b) transitivo direto e indireto: Impuseram-lhe uma coroa de flores.

No contexto apresentado no enunciado, o verbo “impor”, constante do


trecho “daqueles que não se impõem as mesmas renúncias”, assume
transitividade direta e indireta (impor-lhe algo ou impor algo a alguém). Nesse
trecho, a funções de complementos do aludido verbo são o pronome reflexivo
“se” (objeto indireto, equivalente a “a si”) e a expressão “as mesmas renúncias”
(objeto direto). No fragmento textual apontado, o pronome relativo “que” é
sujeito da forma verbal “impõem”, retomando o pronome demonstrativo
“daqueles”. Para facilitar a visualização, é possível transcrever o excerto na
ordem direta (sujeito + verbo + complementos):

aqueles que (sujeito) não impõem (VTDI) as mesmas renúncias (OD) a si (OI).

Conforme a afirmação feita pelo examinador, com o emprego do acento


grave indicativo de crase, o verbo “impor” passaria a apresentar dois objetos
indiretos. Por essa razão, ao afirmar que o objeto direto pode ser transformado
em objeto indireto, o item está errado.

Gabarito: ERRADO.

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Romance LXXXI ou Dos Ilustres Assassinos

1 Ó grandes oportunistas, que profundas sepulturas


sobre o papel debruçados, nascidas de vossas penas,
que calculais mundo e vida de vossas assinaturas!
em contos, doblas, cruzados,
5 que traçais vastas rubricas 25 Considerai no mistério
e sinais entrelaçados, dos humanos desatinos,
com altas penas esguias e no polo sempre incerto
embebidas em pecados! dos homens e dos destinos!
Por sentenças, por decretos,
Ó personagens solenes 30 pareceríeis divinos:
10 que arrastais os apelidos e hoje sois, no tempo eterno,
como pavões auriverdes como ilustres assassinos.
seus rutilantes vestidos,
— todo esse poder que tendes Ó soberbos titulares,
confunde os vossos sentidos: tão desdenhosos e altivos!
15 a glória, que amais, é desses 35 Por fictícia autoridade,
que por vós são perseguidos. vãs razões, falsos motivos,
inutilmente matastes:
Levantai-vos dessas mesas, — vossos mortos são mais vivos;
saí de vossas molduras, e, sobre vós, de longe, abrem
vede que masmorras negras, 40 grandes olhos pensativos.
20 que fortalezas seguras, Cecília Meireles. Romanceiro da
que duro peso de algemas, Inconfidência. Rio
de Janeiro: Nova Fronteira, 1989, p. 267-
8.
Com base no poema acima, julgue os itens subsequentes.

12. Considerando-se as relações entre os termos da oração, verifica-se


ambiguidade no emprego do adjetivo “pensativos” (v. 40), visto que ele
pode referir-se tanto ao termo “vossos mortos” (v.38) quanto ao núcleo
nominal “olhos” (v.40).

Comentário: A análise proposta no item em comento requer conhecimento das


estruturas gramaticais da língua, bem como da relação entre os termos e seus
respectivos papéis na oração. Segundo o poema, o adjetivo “pensativos” pode
referir-se tanto ao termo “vossos mortos” quanto ao vocábulo “olhos”,
ocasionando um erro denominado ambiguidade (ou anfibologia). Na primeira
referência, “pensativos” a função de predicativo do sujeito, ao passo que, na
segunda, desempenhará o papel de adjunto adnominal do núcleo do objeto
direto “olhos”:

“— vossos mortos são mais vivos;


e, sobre vós, de longe, abrem
grandes olhos pensativos.” (predicativo do sujeito “vossos mortos”)

“— vossos mortos são mais vivos;


e, sobre vós, de longe, abrem
grandes olhos pensativos.” (adjunto adnominal de “olhos”)

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Como ambas as interpretações são lícitas, a afirmação do examinador


está certa.

Gabarito: CERTO.

13. No poema, que apresenta uma denúncia de atos de abuso de poder,


foram utilizados os seguintes recursos que permitem que a poeta se
dirija diretamente a um interlocutor: emprego de vocativo nos versos 1,
9 e 33 e de verbos na segunda pessoa do plural, todos no imperativo
afirmativo.

Comentário: Reparem que, no terceiro verso do poema, o verbo “calcular” foi


empregado no presente do indicativo, o que já torna incorreta a afirmação de
que todas as formas verbais foram flexionadas no imperativo afirmativo. Caso
estivesse conjugado neste último tempo e modo, a forma seria “calculai” (sem a
desinência número-pessoal “-s”). Para ratificar essa argumentação, outros
verbos foram conjugados no presente do indicativo, quais sejam, “traçais”
(verso 5), “arrastais” (verso 10), “tendes” (verso 13), “amais” (verso 15) e
“sois” (verso 31). Por sua vez, o poeta lançou mão de vocativos nos versos 1, 9
e 33, representados, respectivamente, pelas expressões “Ó grandes
oportunistas”, “Ó personagens solenes” e “Ó soberbos titulares”. Esse recurso é
utilizado para aproximar-se/dirigir-se ao leitor/interlocutor.

Gabarito: ERRADO.

14. O emprego do pronome possessivo em “seus rutilantes vestidos”


(v.12) evidencia que essa expressão corresponde à vestimenta usada
por autoridades em eventos solenes.

Comentário: No verso 12 do poema, o pronome possessivo “seus” apresenta


valor semântico de posse, exercendo a função de adjunto adnominal da
expressão “pavões auriverdes”. Para facilitar a visualização, podemos
transcrever o trecho da seguinte forma: “rustilantes vestidos dos pavões
auriverdes”. Não há referência à vestimenta dos “personagens solenes”, mas,
sim, aos “apelidos”. Portanto, a afirmativa constante do item está errada.

Gabarito: ERRADO.

15. No verso 23, a forma verbal “nascidas”, apesar de referir-se a todas


as expressões nominais que a antecedem, concorda apenas com a mais
próxima, conforme faculta regra de concordância nominal.

Comentário: O particípio “nascidas” não se refere a todas as expressões


nominais da enumeração. O argumento de que o particípio concorda com a
expressão mais próxima é incorreto, porque após o vocábulo “sepulturas”, que
antecede a oração adjetiva restritiva reduzida de particípio “nascidas vossas
penas, de vossas assinaturas”, não foi empregada uma vírgula. Com isso, não
houve a retomada dos vocábulos “mesas” e “molduras’.

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Gabarito: ERRADO.

16. Os trechos “Por sentenças, por decretos” (v.29) e “Por fictícia


autoridade, vãs razões, falsos motivos” (v.35-36) exercem função
adverbial nas orações a que pertencem e ambos denotam o meio
empregado na ação representada pelo verbo a que se referem.

Comentário: De fato, o trecho “Por sentenças, por decretos” desempenha a


função de adjunto adverbial, denotando o meio utilizado para parecer divino
(adjunto adverbial de meio). Entretanto, a expressão “Por fictícia autoridade, vãs
razões, falsos motivos” denota a causa que induz alguém a matar, ou seja, é
adjunto adverbial de causa. Logo, a afirmação de que ambos os trecho denotam
o meio empregado” é incorreta.

Gabarito: ERRADO.

Julgue os fragmentos contidos nos itens a seguir quanto à sua correção


gramatical e à sua adequação para compor um documento oficial, que,
de acordo com o Manual de Redação da Presidência da República, deve
caracterizar-se pela impessoalidade, pelo emprego do padrão culto de
linguagem, pela clareza, pela concisão, pela formalidade e pela
uniformidade.

17. Cumpre destacar a necessidade de aumento do contingente policial e


que é imperioso a ação desses indivíduos em âmbito nacional, pelo que
a realização de concurso público para provimento de vagas no
Departamento de Polícia Federal consiste em benefício a toda a
sociedade.

Comentário: Há alguns desvios no que se refere à correção gramatical.


Inicialmente, o predicativo “imperioso” deve flexionar-se no feminino para
concordar com o sujeito “a ação”. Em segundo lugar, houve erro de paralelismo
sintático no trecho “Cumpre destacar a necessidade de aumento do contingente
policial e (de) que é imperiosa a ação (...)”, pois o substantivo “necessidade”
requer o emprego da preposição “de” antes de seu(s) complemento(s)
nominal(is).

Gabarito: ERRADO.

18. Caro Senhor Perito Criminal,

Convidamos Vossa Senhoria a participar do evento “Destaques do


ano”, em que será homenageado pelo belo e admirável trabalho
realizado na Polícia Federal. Por gentileza, confirme sua presença a fim
de que possamos providenciar as honrarias de praxe.

Comentário: O fragmento apresenta vocábulos que ferem a impessoalidade dos


expedientes oficiais, tais como os adjetivos “caro”, “belo” e “admirável”. Sendo
assim, o item está errado.

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Gabarito: ERRADO.

19. O departamento que planejará o treinamento de pessoal para a


execução de investigações e de operações policiais, sob cuja
responsabilidade está também a escolha do local do evento, não se
manifestou até o momento.

Comentário: O fragmento enquadrou-se perfeitamente nas características dos


expedientes oficiais, quais sejam, padrão culto de linguagem, clareza, concisão,
formalidade e uniformidade. Atentem, inclusive, para as vírgulas empregadas
antes e após a oração subordinada adjetiva explicativa “sob cuja
responsabilidade está também a escolha do local do evento”. Por se tratar de um
segmento explicativo intercalado na oração principal, foi corretamente isolado
pelas vírgulas.

Gabarito: CERTO.

20.

Senhor Delegado,

Segue para divulgação os relatórios das investigações realizadas no


órgão, a fim de fazer cumprir a lei vigente.

Comentário: O fragmento desrespeitou o padrão culto da linguagem. No trecho


“segue para divulgação os relatórios das investigações (...)”, a função de sujeito
é desempenhada pela expressão “os relatórios das investigações”, cujo núcleo é
“relatórios”. Portanto, trata-se de um caso de sujeito posposto ao verbo, o qual,
por sua vez, deve flexionar-se no plural: “Seguem para divulgação os relatórios
das investigações (...)”.

Gabarito: ERRADO.

21. Solicito a Vossa Senhoria a indicação de cinco agentes de polícia


aptos a ministrar aulas de direção no curso de formação de agentes. O
início do curso, que será realizado na capital federal, está previsto para
o segundo semestre deste ano.

Comentário: O fragmento de texto obedeceu às características básicas dos


expedientes oficiais (padrão culto da linguagem, clareza, concisão, formalidade e
uniformidade. Novamente, atentem para a oração subordinada adjetiva
explicativa “que será realizado na capital federal”, a qual está corretamente
isolada por vírgulas.

Gabarito: CERTO.

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Com relação ao formato e à linguagem das comunicações oficiais, julgue


os itens que se seguem com base no Manual de Redação da Presidência
da República.

22 A exposição de motivos de caráter meramente informativo deve


apresentar, na introdução, no desenvolvimento e na conclusão, a
sugestão de adoção de uma medida ou de edição de um ato normativo,
além do problema inicial que justifique a proposta indicada.

Comentário: Para confundir os candidatos, o examinador da banca trocou os


expedientes oficiais. Na exposição de motivos de caráter meramente
informativo, isto é, que simplesmente leva algum assunto ao conhecimento do
Presidente da República –, a estrutura segue o modelo antes referido para o
padrão ofício.
Já a exposição de motivos que submeta à consideração do Presidente da
República a sugestão de alguma medida a ser adotada ou a que lhe apresente
projeto de ato normativo – embora siga também a estrutura do padrão ofício –
, além de outros comentários julgados pertinentes por seu autor, deve,
obrigatoriamente, apontar no(a):

 introdução: o problema que está a reclamar a adoção da medida ou do


ato normativo proposto;

 desenvolvimento: a razão de ser aquela medida ou aquele ato


normativo o ideal para se solucionar o problema, e eventuais alternativas
existentes para equacioná-lo;

 conclusão, novamente, qual medida deve ser tomada, ou qual ato


normativo deve ser editado para solucionar o problema.

Gabarito: ERRADO.

23 A estrutura do telegrama e da mensagem por correio eletrônico de


caráter oficial é flexível.

Comentário: O item reproduz a ideia apresentada sobre correio eletrônico no


Manual de Redação da Presidência da República. Segundo o citado documento,
“um dos atrativos da comunicação por correio eletrônico é a sua flexibilidade.
Assim, não é interessante definir forma rígida para sua estrutura. Entretanto, deve-
-se evitar o uso de linguagem incompatível com uma comunicação oficial (o
“internetês”, por exemplo).

Gabarito: CERTO.

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24. As comunicações oficiais emitidas pelo presidente da República, por


chefes de poderes e por ministros de Estado devem apresentar ao final,
além do nome da pessoa que as expede, o cargo ocupado por ela.

Comentário: Consoante o Manual de Redação da Presidência da República,


“Excluídas as comunicações assinadas pelo Presidente da República,
todas as demais comunicações oficiais devem trazer:

 o nome da autoridade que as expede; e

 o cargo da autoridade que as expede.

Além disso, o mencionado manual aduz que “em comunicação oficial


expedida pelo Presidente da República, o espaço relativo à identificação deve
conter apenas a assinatura”.

Gabarito: ERRADO.

25. O referido manual estabelece o emprego de dois fechos para


comunicações oficiais: Respeitosamente, para autoridades superiores; e
Atenciosamente, para autoridades de mesma hierarquia ou de
hierarquia inferior. Tal regra, no entanto, não é aplicável a
comunicações dirigidas a autoridades estrangeiras.

Comentário: o Manual de Redação da Presidência da República estabelece o


emprego de somente dois fechos diferentes para todas as modalidades de
comunicação oficial:

a) para autoridades superiores, inclusive o Presidente da


República:

Respeitosamente,

b) para autoridades de mesma hierarquia ou de hierarquia inferior:

Atenciosamente,

Entretanto, ainda em conformidade com o mencionado manual da


presidência, ficam excluídas dessa fórmula as comunicações dirigidas a
autoridades estrangeiras, que atendem a rito e tradição próprios,
devidamente disciplinados no Manual de Redação do Ministério das Relações
Exteriores.

Gabarito: CERTO.

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26. A menos que o expediente seja de mero encaminhamento de


documentos, o texto de comunicações como aviso, ofício e memorando,
que seguem o padrão ofício, deve conter três partes: introdução,
desenvolvimento e conclusão.

Comentário: Novamente, a resposta está expressa no Manual de Redação da


Presidência da República. Segundo o documento, aviso, ofício e memorando
devem conter, além de outras partes, o texto. Nos casos em que o expediente
NÃO for de mero encaminhamento, deve conter a seguinte estrutura:

 introdução – é o parágrafo de abertura, em que é apresentado o assunto


que motiva a comunicação.

 desenvolvimento – parte do documento em que o assunto é detalhado;


se o texto contiver mais de uma ideia sobre o assunto, devem ser tratadas em
parágrafos distintos, o que confere maior clareza ao documento;

 conclusão – parte em que é reafirmada ou simplesmente reapresentada


a posição recomendada sobre o assunto.

Já quando o expediente for de mero encaminhamento, a estrutura


textual será a seguinte:

 introdução - deve iniciar com referência ao expediente que solicitou o


encaminhamento.

Exemplo: “Em resposta ao Aviso nº 12, de 15 de setembro de 2011,


encaminho, anexa, a cópia do Ofício nº 42, de 16 de junho de 2010, do
Departamento Geral de Administração, que trata da requisição do servidor
Fulano de Tal”.

Porém, se a remessa do documento não tiver sido solicitada, deve iniciar


com a informação do motivo da comunicação, que é encaminhar,
indicando, a seguir, os dados completos do documento encaminhado (tipo,
data, origem ou signatário, e assunto) e a razão pela qual está sendo
encaminhado, segundo a seguinte fórmula:

Exemplo: “Encaminho, para exame e pronunciamento, a anexa cópia do


telegrama nº 12, de 15 de setembro de 2011, do Presidente da Confederação
Nacional de Agricultura, a respeito do projeto de modernização de técnicas
agrícolas na região Nordeste”.

 desenvolvimento: podem ser acrescentados parágrafos de


desenvolvimento, se o autor da comunicação desejar fazer algum comentário a
respeito do documento que encaminha; caso contrário, não haverá parágrafos
de desenvolvimento em aviso ou ofício de mero encaminhamento.

Gabarito: CERTO.

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Bons estudos e até a próxima aula!

Grande abraço!

Prof. Fabiano Sales.

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