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DOSSIÊ DO PROFESSOR NOVO Linhas da História 12

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MATRIZ DO TESTE DE AVALIAÇÃO 5

Tema 8 – Portugal e o mundo da Segunda Guerra Mundial ao início da década de


80: opções internas e contexto internacional

Subtema 3 – Portugal, do autoritarismo à democracia

Todas as questões têm por base documentos de natureza diversa, sendo obrigatória a sua integração, de acordo
com o solicitado no enunciado da questão.

APRENDIZAGENS ESSENCIAIS CONCEITOS COMPETÊNCIAS ESPECÍFICAS TIPOLOGIA DE QUESTÕES

• Descrever a eclosão da revolução de 25 – Poder Popular – Analisar fontes de natureza diversa, Itens de seleção:
de abril de 1974, o papel exercido pelo – Nacionalização distinguindo informação, implícita e explícita, – escolha múltipla X
MFA e o processo de desmantelamento assim como os respetivos limites para o
– Reforma Agrária – associação X
das estruturas de suporte do Estado Novo. conhecimento do passado (A; B; C; D; F; I).
– Democratização
• Problematizar o processo de – Utilizar com segurança conceitos – ordenação X
democratização, do PREC à progressiva operatórios e metodológicos da disciplina de – completamento X
instalação e consolidação das estruturas História (C; D; F; I).
democráticas, o processo de – Situar cronológica e espacialmente
descolonização, a política económica acontecimentos e processos relevantes, Itens de construção:
antimonopolista e a intervenção do Estado relacionando-os com os contextos em que
nos domínios económico e financeiro. ocorreram (A; B; C; D; F; I). resposta curta: X
• Avaliar o papel da revisão constitucional – Identificar a multiplicidade de fatores e a apresentação de uma palavra, de uma
de 1982 e da entrada de Portugal nas relevância da ação de indivíduos ou grupos, expressão ou de uma frase (por
Comunidades Europeias para a relativamente a fenómenos históricos ex., transcrição).
consolidação do processo de circunscritos no tempo e no espaço (A; B; C;
democratização e para a modernização do D; F; G; H; I). resposta restrita: X
país.
– Situar e caracterizar aspetos relevantes da apresentação de uma explicação ou de
• Avaliar o sucesso da Revolução de 1974 História de Portugal e europeia (A; B; C; D; indicação de um determinado número de
e do consequente processo de F; G; H; I). aspetos solicitados.
democratização do país.
– Relacionar a História de Portugal com a
História europeia, distinguindo articulações, resposta extensa (composição): X
dinâmicas e analogias/ resposta com maior extensão, orientada por
/especificidades, quer de natureza temática um conjunto de instruções de realização.
quer de âmbito cronológico, regional ou local
(A; B; C; D; F; G; H; I).
– Elaborar e comunicar, com correção
linguística e de forma criativa, sínteses de
assuntos estudados (A; B; C; D; F; I; J).

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TESTE 5 DE HISTÓRIA A – 12.º ANO

GRUPO I – A ECLOSÃO DA REVOLUÇÃO DE 25 DE ABRIL E O PAPEL DO MFA

DOC. 1 | AS RAZÕES DO MFA (1974)


Considerando que, ao fim de 13 anos de luta em terras do Ultramar, o sistema político vigente não conseguiu definir
concreta e objetivamente uma política ultramarina que conduza à Paz entre os Portugueses de todas as raças e credos;
Considerando o crescente clima de total afastamento dos portugueses em relação às responsabilidades políticas que lhes
cabem como cidadãos […] com paralela denegação de direitos;
Considerando a necessidade de sanear as instituições, eliminando do nosso sistema de vida todas as ilegitimidades que o 5
abuso do poder tem vindo a legalizar;
Considerando, finalmente, que o dever das Forças Armadas é a defesa do País como tal se entendendo também a liberdade
cívica dos seus cidadãos, o Movimento das Forças Armadas, que acaba de cumprir com êxito a mais importante das
missões cívicas dos últimos anos da nossa História, proclama à Nação a sua intenção de levar a cabo, até à sua completa
realização, um programa de salvação do País e da restituição ao Povo Português das liberdades cívicas de que tem sido 10
privado.
Para o efeito, entrega o Governo a uma Junta de Salvação Nacional a que exige o compromisso com as linhas gerais do
Programa do Movimento das Forças Armadas, que, através dos órgãos informativos, será dado a conhecer à Nação, no
mais curto prazo consentido pela necessidade de adequação das nossas estruturas, promover eleições gerais de uma
Assembleia Nacional Constituinte, cujos poderes por sua representatividade e liberdade na eleição permitam ao País 15
escolher livremente a sua forma de vida social e política.
Certos de que a Nação está connosco e que, atentos aos fins que nos presidem, aceitará de bom grado o Governo Militar
que terá de vigorar nesta fase de transição, o Movimento das Forças Armadas apela para a calma e civismo de todos os
portugueses e espera do País adesão aos poderes instituídos em seu benefício.
Saberemos deste modo honrar o passado no respeito pelos compromissos assumidos perante o País e por este perante 20
terceiros. E ficamos na plena consciência de haver cumprido o dever sagrado da restituição à Nação dos seus legítimos e
legais poderes.

DOC. 2 | A AÇÃO DOS MILITARES (1974)

1. “[...] as linhas gerais do Programa do Movimento


das Forças Armadas” (Doc. 1, ll. 11-12) justificam
a designação que lhe foi atribuída. Identifique-a.

2. Complete o texto seguinte, selecionando a opção adequada para cada espaço.


O crescente descontentamento dos militares deu origem, em 1973, à formação do …a)…. O movimento reorganizou-se e, a 16
de março de 1974, preparou o …b)…, que acabou por fracassar. O regime do Estado Novo foi derrubado a 25 de abril de 1974
e Marcello Caetano rendeu-se a …c)…. A implementação de medidas imediatas para desmantelar o marcelismo permitiram
iniciar …d)… do país.

a) b) c) d)
1. Movimento dos Sargentos 1. golpe de Lisboa 1. António de Spínola 1. a república
2. Movimento dos Capitães 2. golpe de Beja 2. Salgueiro Maia 2. o liberalismo
3. Movimento dos Brigadeiros 3. golpe de Óbidos 3. Costa Gomes 3. a democratização
4. Movimento dos Generais 4. golpe das Caldas 4. Vasco Gonçalves 4. o demoliberalismo

3. O golpe que deu origem ao acontecimento representado no documento 2 foi delineado por…
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(A) Salgueiro Maia, na operação “Queda do Regime”.


(B) António de Spínola, na operação “Regime Final”.
(C) Otelo Saraiva de Carvalho, na operação “Fim-Regime”.
(D) Costa Gomes, na operação “Novo Regime”.
4. Explicite dois motivos que levaram o Movimento das Forças Armadas a empreender e “cumprir com êxito a mais importante das
missões cívicas dos últimos anos da nossa História” (Doc. 1, ll. 8-9).
Fundamente com excertos relevantes do documento.

GRUPO II – A CONSTRUÇÃO DO REGIME DEMOCRÁTICO

DOC. 1 | O DESMANTELAMENTO DAS


ESTRUTURAS DO ESTADO NOVO (1974)
As caricaturas da autoria de Ferra, de serviço no semanário,
apresentam cinco figuras imaginárias em redor de um Zé-Povinho que
parte as grades da prisão.
A eles, pergunta-se: “Ora conte-nos que pensa do 25 de Abril”. Ao que
cada figura responde:
– “Eu julgava que sabia o que era porrada!”
(Ex-P.I.D.E./D.G.S.).
– “O que é que eu hei de cortar agora? Mas só tenho tesoura… não
tenho serrote!...” (Ex-Censor),
– “Agora é que eu quero ver para que serve o desemprego” (Ex-
Tachista),
– “Estou desempregado só porque aquele tipo se esqueceu dos
canhões em casa!... (Ex-Legionário),
– “Deixa passar esta linda brincadeira… do bailinho da Madeira! Olha
se não me abaixo!...” (Marcello [Caetano])
“Mais vale tarde do que nunca” (Zé-Povinho).

Os Ridículos, N.º 184, 4 maio, 1974


[disponível em OsRidiculos_N184_4Mai1974.pdf
(cm-lisboa.pt), consultado em 02/02/2023].

DOC. 2 | AS PRIMEIRAS ELEIÇÕES E OS RESULTADOS OFICIAIS NA CAPA DO DIÁRIO DE NOTÍCIAS (1975)

N.º DEPUTADOS
PARTIDO VOTOS %
ELEITOS

Partido Socialista 2 162 972 37,87 /100,00 116 / 250

Partido Popular Democrático 1 507 282 26,39 /100,00 81 / 250

Partido Comunista Português 711 935 12,46 /100,00 30 / 250

Centro Democrático Social 434 879 7,61 / 100,00 16 / 250

Movimento Democrático Português 236 318 4,14 / 100,00 5 / 250

União Democrática Popular 44 877 0,79 / 100,00 1 / 250

Associação para a Defesa dos Interesses de Macau 1 622 0,03 / 100,00 1 / 250

Total 5 711 829 100,00 / 100,00 250 / 250

Eleitorado/Participação 6 231 372 91,66 / 100,00

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DOC. 3 | DISCURSO DE FRANCISCO SÁ CARNEIRO (1975)


Em nome do Partido e do eleitorado que representamos, estou profundamente agradecido a todos vós, a todos os
militantes que em nós confiaram e corajosamente assumiram o programa da Social-Democracia, como aquele caminho
que mais convém ao povo português para encontrar, com o menor dos sacrifícios, o maior dos progressos.
[…] Hoje, somos parte de Portugal e uma parte essencial do Portugal democrático e livre, […] queremos igualdade
num Portugal livre e democrático que respeite intransigentemente os direitos das pessoas. Contra os direitos e a
5
liberdade das pessoas, contra o homem no seu valor mais absoluto, é impossível construir qualquer espécie de
igualdade, qualquer espécie de pseudodemocracia, e a liberdade da pessoa exprime-se pela sua livre manifestação,
exprime-se politicamente, e tem de ter efeitos políticos através do voto […].
[…]. Um Portugal livre cuja liberdade assente nas raízes da vontade do Povo e não nas opções de determinadas
minorias auto-iluminadas ou autopromovidas. Eu dou por bem entregue todos estes meses de profundo desgaste [...] 10
porque tenho a certeza de que aquilo que todos nós transmitimos uns aos outros constitui uma força indomável e que
esse Portugal livre há de assentar na escolha efetiva do povo, que as reformas de que o povo carece hão de ser votadas
pelo povo e não impostas de cima. […]
E a Revolução de 25 de Abril só poderá ter sentido como Revolução profundamente democrática se libertar o povo
português de acordo com a vontade do mesmo povo, e com nenhuma outra vontade, com nenhuma outra ordem, sob 15
nenhuma outra ditadura. […]
Francisco Sá Carneiro, Textos (1974-1975), Vol. III, Alêtheia Editores, Lisboa, 2010
[disponível em https://institutosacarneiro.pt/library/files/volume_3.pdf, consultado em 02/02/2023. Adaptado].

1. A realização de eleições para a Assembleia Constituinte, em abril de 1975, foi condicionada quanto às suas consequências
pelo…
(A) Pacto MFA-Partidos.
(B) Programa do MFA.
(C) Pacto Partidos-Governo Provisório.
(D) Programa do Conselho de Revolução.

2. A afirmação “opções de determinadas minorias auto-iluminadas ou autopromovidas” (Doc. 3, ll. 9-10) tem subjacente uma crítica
à ação dos governos liderados por…
(A) António de Spínola.
(B) Vasco Gonçalves.
(C) Costa Gomes.
(D) Otelo Saraiva de Carvalho.

3. Complete o texto seguinte, selecionando a opção adequada para cada espaço.


O processo de democratização foi marcado pela radicalização ideológico-política que se fez sentir durante o ano de …a)…,
durante o qual os governos liderados por …b)… procuraram encaminhar o país em direção ao …c)…. Este período veio a
culminar …d)…. Só depois do contragolpe de novembro é que foi possível institucionalizar a democracia, de que a Constituição
é o garante.

a) b) c) d)

1. 1974 1. Vasco Gonçalves 1. comunismo 1. no Verão Quente


2. 1975 2. Pinheiro de Azevedo 2. capitalismo 2. na Primavera Marcelista
3. 1976 3. Palma Carlos 3. socialismo 3. no PREC

4. Desenvolva o tema Do processo de desmantelamento das estruturas de suporte do Estado Novo ao processo eleitoral de 1975,
articulando os dois tópicos de orientação seguintes:
– o fim do regime do Estado Novo, uma ação imediata;
– as primeiras eleições livres e a consagração da democracia pluralista.
Na sua resposta:
– apresente três elementos para cada tópico de orientação, evidenciando a relação entre os elementos dos dois tópicos;
– integre, pelo menos, uma informação relevante de cada um dos documentos 1 a 3.

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GRUPO III – OPÇÕES ECONÓMICAS NO QUADRO DAS TENSÕES POLÍTICO-IDEOLÓGICAS

DOC. 1 | A NACIONALIZAÇÃO DOS BANCOS (1975)


Considerando a necessidade de concretizar uma política económica
antimonopolista que sirva as classes trabalhadoras e as camadas mais
desfavorecidas da população portuguesa, no cumprimento do Programa do
Movimento das Forças Armadas.
Considerando que o sistema bancário, na sua função privada, se tem 5
caracterizado como um elemento ao serviço dos grandes grupos monopolistas,
em detrimento […] da canalização do investimento em direção à satisfação das
reais necessidades da população portuguesa e ao apoio às pequenas e médias
empresas. […]
Considerando que os recentes acontecimentos […] vieram pôr em evidência os 10

perigos que para os superiores interesses da revolução existem se não forem


tomadas medidas imediatas […]. Nestes termos: […]
Artigo 1.º – 1. São nacionalizadas todas as instituições de crédito com sede no
continente e ilhas adjacentes […].
15
Art.º 4.º – As comissões administrativas nomeadas […] exercerão funções até à
entrada em funcionamento dos órgãos de gestão que venham a ser constituídos
[…].
Promulgado a 14 de março de 1975.

DOC. 2 | O PODER POPULAR (1975)


Capa do jornal Poder Popular, orgão do Movimento de Esquerda Socialista (MES), 5/11 de
novembro de 1975, onde se pode ler:
Vencer mas como?
SUV* • COMÍCIO • ANGOLA • FUR** • TÊXTEIS • REFORMA AGRÁRIA

Na mancha de texto pode ler-se: “A única saída revolucionária para a atual crise está na vitória da
ofensiva popular levada às últimas consequências – até à tomada do poder pelos trabalhadores,
destruindo o Estado da burguesia, criando um poder novo, uma direção política revolucionária para
toda a sociedade”.

*SUV – Soldados Unidos Vencerão.


**FUR – Frente de Unidade Revolucionária.

1. Nomeie o acontecimento de natureza político-militar que esteve na origem da notícia publicada no DN “O Conselho de Estado e
a Junta de Salvação Nacional foram dissolvidos” (Doc. 1).
2. Explicite duas medidas económico-sociais implementadas pelos governos provisórios.
Uma das medidas deve conter excertos relevantes do documento 1 e a outra medida deve ser articulada com informações
relevantes do documento 2.
3. Associe as opções políticas, presentes na coluna A, às características respetivas, que constam na coluna B. Todas as
características da coluna B devem ser utilizadas. Cada característica da coluna B só pode ser associada a uma opção política
da coluna A.

COLUNA A COLUNA B

(1) Associado aos saneamentos políticos e à ocupação de fábricas e de terras, que culminou no Verão Quente.
(2) Liderado pelo general Ramalho Eanes, pôs fim ao PREC.
(A) PREC (3) Objetivo político a partir do IV Governo Provisório, na sequência do golpe do 11 de Março.
(B) Poder Popular (4) Iniciativas legitimadas pela conceção política de que o povo detém competências de governo.
(C) 25 de Novembro (5) Neutralizou as forças do COPCON e de Tancos, defensoras de um modelo político de base popular.
(6) Modelo político-social inspirado nas democracias populares do Leste Europeu.
(7) Período de radicalização e esquerdização da vida política nacional no quadro do gonçalvismo.

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GRUPO IV – A ENTRADA DE PORTUGAL NA CEE

DOC. 1 | CONJUNTO DOCUMENTAL

DOC. 2 | A ADESÃO À CEE, NA PERSPETIVA DO GOVERNO, LIDERADO POR MÁRIO SOARES (1977)
O Programa do Governo, que foi, em devido tempo, apresentado à Assembleia da República e por ela aprovado,
anunciava a intenção do Governo de solicitar, nos termos dos Tratados de Paris e de Roma, a adesão de Portugal às
Comunidades Europeias. Esta intenção inseria-se não só na busca de uma nova identidade nacional, que a
descolonização tornara urgente, mas também na necessidade de apresentar ao País um projeto verdadeiramente
nacional, que simultaneamente permitisse situar Portugal no espaço político, geográfico, económico e social a que, 5
por direito próprio, pertencia. […] Como queremos vencer a crise e dar ao povo português o nível de vida a que tem
direito e a Portugal o lugar que merece na cena internacional. Somos um país europeu, e grande parte do nosso
passado e seguramente do nosso futuro está na Europa. […] Cerca de 50 % da nossa exportação é absorvida pelos
países comunitários. E graças ao quadro instrumental em que se desenvolvem as nossas relações, a grande maioria
dos nossos produtos industriais passou a beneficiar de isenção de direitos aduaneiros nas Comunidades. Em 10
contrapartida, foi estabelecida, por nossa parte, uma série de calendários de desarmamento aduaneiro, que estipulam
que a totalidade dos produtos industriais comunitários entrem, com isenção de direitos, em Portugal, a partir de
\
1985. Pensamos também que a consolidação da democracia em Portugal assumirá um novo vigor em virtude da
opção a que nos decidimos. […] Após a entrada de Portugal como país-membro, e tal, aliás, como aconteceu com
vários outros países, como a Inglaterra, por exemplo, haverá um regime de transição que torne possível a adoção 15

progressiva, pela nossa parte, da totalidade das obrigações decorrentes dos Tratados de Paris e Roma. […] Mas
ninguém tenha ilusões quanto à facilidade do caminho, que, pelo contrário, exige disciplina inabalável,
racionalidade e muito esforço coletivo. […] A integração europeia representa uma opção de trabalho e de esforço
[…]. Mas constitui igualmente o fim do isolamento português e a inserção definitiva do nosso país numa das
correntes que seguem na vanguarda do mundo. Representa a abertura de Portugal à modernidade. O rasgar de 20
horizontes largos às novas gerações de portugueses que despontam para a vida. O prosseguimento lógico – numa
palavra – da Revolução de Abril e da definitiva institucionalização da democracia em Portugal.
Mário Soares, Discurso na Assembleia da República, Lisboa, 18 de março, 1977.
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DOC. 3 | A ADESÃO À CEE, SEGUNDO O PCP*, LIDERADO POR ÁLVARO CUNHAL (1980)
A prioridade das prioridades – operação contra Portugal de Abril
O PCP sempre advertiu que a integração visava não resolver os problemas e impulsionar a economia portuguesa, mas sim
obter um novo e poderoso instrumento e criar condições para a destruição completa das transformações democráticas
alcançadas, para a restauração do capitalismo monopolista em Portugal, para a restauração do poder económico e político
dos monopólios (associados ao imperialismo) e dos latifundiários, para a liquidação do regime democrático consagrado
na Constituição. A integração poria também em causa o desenvolvimento económico do país a médio e a longo prazo e a 5
própria independência nacional. É um logro grosseiro apresentar a integração no Mercado Comum como uma panaceia
para a solução dos problemas da economia portuguesa e para o lançamento do desenvolvimento económico. Lembremos
que a grande operação da integração no Mercado Comum foi desencadeada pelo governo do PS sozinho. Então, Mário
Soares, primeiro-ministro, considerava a entrada no Mercado Comum como “uma via de desenvolvimento acelerado”.
Essa ideia foi depois retomada por todas as forças da direita e reacionárias. A verdade é que a integração de Portugal no 10
Mercado Comum não só assestaria** cruéis golpes de carácter conjuntural na economia portuguesa como comprometeria
o seu desenvolvimento ao serviço do Povo português e dos interesses nacionais. Ainda a integração de Portugal no
Mercado Comum se não consumou e já a integração aparece como pretexto para os governos sabotarem ou porem de
lado projetos de desenvolvimento válidos e em curso. Com a integração de Portugal no Mercado Comum, o
desenvolvimento da economia portuguesa passaria a ser compreendido como uma função complementar, dependente e 15
submetido aos interesses económicos dos grandes monopólios dos países desenvolvidos do Mercado Comum. O Mercado
Comum reservaria a Portugal o papel de sede de atividades económicas com baixa composição orgânica de capital no
plano europeu e com operações fracionárias inseridas como elo secundário num vasto processo industrial das
multinacionais, de fornecedor de matérias-primas, de fonte de força de trabalho a baixo preço (em Portugal e na
emigração). A independência nacional seria gravemente afetada por uma tal situação de dependência económica, que 20
daria a Bona, a Paris e a Londres a possibilidade de comandarem a economia portuguesa, não segundo os interesses do
Povo português e da Nação portuguesa, mas segundo os interesses dos grandes grupos monopolistas do Mercado
Comum. Nós, comunistas, não aceitamos que as decisões acerca dos problemas nacionais caibam ao imperialismo,
caibam ao estrangeiro. Contrariando a integração, que significaria que na economia portuguesa (e em breve também na
política portuguesa) passaria a mandar o Mercado Comum, lutamos para que em Portugal mandem apenas os 25
portugueses.
Álvaro Cunhal, na Conferência do PCP Portugal e o Mercado Comum, Porto, 31 de maio de 1980, pp. 18 e 31-35.
*Partido Comunista Português.

1. Ordene cronologicamente as imagens A, B, C e D (Doc. 1) que se relacionam com o processo de democratização após o 25 de
Abril.
2. A afirmação “[…] dar […] a Portugal o lugar que merece na cena internacional” (Doc. 2, ll. 6-7) associa-se à ideia de
transformação do regime e à rutura consagrada na expressão salazarista…
(A) Deus, Pátria e Família. (C) não há poder forte onde o executivo não o é.
(B) orgulhosamente sós. (D) política do espírito.
3. Associe os protagonistas que se destacaram no processo de transição política, presentes na coluna A, às respetivas notas
biográficas que os caracterizam. Todas as notas biográficas da coluna B devem ser utilizadas. Cada nota biográfica da coluna B
só pode ser associada a um protagonista da coluna A.

COLUNA A COLUNA B

(1) Participou em vários governos provisórios e liderou o I Governo Constitucional.


(2) Presidente da República Portuguesa, eleito democraticamente em 1976.
(3) Apoiante do PREC, integrou-se no regime pluralista consagrado pela Constituição de 1976.
(A) Mário Soares
(4) Cofundador do Partido Socialista, foi detido várias vezes pela PIDE.
(B) Álvaro Cunhal
(5) Opositor do Estado Novo, foi diversas vezes preso e torturado pela PIDE; liderou o Partido Comunista Português.
(C) Ramalho Eanes
(6) Liderou o contragolpe do 25 de Novembro que pôs fim ao PREC.
(7) Deportado para São Tomé, regressou a Portugal em 1968 e foi novamente exilado, regressando definitivamente após o 25
de Abril.

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4. Compare as duas perspetivas sobre a adesão de Portugal à Comunidade Europeia, expressas nos documentos 1 e 2, quanto a
dois aspetos em que se opõem.
Fundamente a sua resposta com excertos relevantes dos dois documentos.

FIM

GRUPO ÍTENS
COTAÇÃO (em pontos)
I 1 2 3 4
10 10 14 18 52
II 1 2 3 4
10 10 14 20 54
III 1 2 3
10 18 14 42
IV 1 2 3 4
10 10 14 18 52
TOTAL 200

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CRITÉRIOS ESPECÍFICOS DE CLASSIFICAÇÃO – TESTE 5 – 12.º ANO


GRUPO I – A ECLOSÃO DA REVOLUÇÃO DE 25 DE ABRIL E O PAPEL DO MFA
1. .................................................................................................................................................................................................................................. 10 pontos
Programa dos 3D.
2. .................................................................................................................................................................................................................................. 14 pontos
(a) ➝ (2) (b) ➝ (4) (c) ➝ (1) (d) ➝ (3)
Níveis Descritores de desempenho Pontuação
3 Seleciona 4 opções corretas. 14
2 Seleciona 3 opções corretas. 10
1 Seleciona 2 opções corretas. 6

3. ................................................................................................................................................................................................................................... 10 pontos
(C)
4. .................................................................................................................................................................................................................................. 18 pontos
Tópicos de resposta:
– a falta de democracia e o “total afastamento dos portugueses em relação às responsabilidades políticas” como cidadãos, bem como a falta de direitos dos cidadãos;
– a longa guerra de “13 anos de luta em terras do Ultramar”, para a qual o regime do Estado Novo “não conseguiu” alcançar soluções políticas de modo a alcançar a “Paz
entre os Portugueses de todas as raças e credos”;
– a necessidade de devolver a legitimidade às instituições e órgãos de poder, que se baseava em “ilegitimidades que o abuso do poder tem vindo a legalizar”, através de um
regime autoritário e repressivo que era necessário “sanear”.

A classificação final da resposta resulta da soma das pontuações atribuídas em cada um dos parâmetros seguintes:
Compreensão histórica:
A – Conteúdos .......................................................................................................................................................................................................... 10 pontos
B – Documentos ......................................................................................................................................................................................................... 6 pontos
C – Comunicação ........................................................................................................................................................................................................ 2 pontos

PARÂMETROS NÍVEIS DESCRITORES DE DESEMPENHO PONTUAÇÃO

• Explicita, de forma completa, dois motivos que levaram o Movimento das Forças Armadas a empreender e “cumprir com
4 10
êxito a mais importante das missões cívicas dos últimos anos da nossa História”.
A – Conteúdos

3 • Explicita, de forma completa, um dos motivos e, de forma incompleta, outro dos motivos solicitados. 8

• Explicita, de forma completa, um dos motivos solicitados.


2 ou 5
• Explicita, de forma incompleta, dois dos motivos solicitados.

1 • Explicita, de forma incompleta, uma das alterações solicitadas. 3

• Integra excertos relevantes do documento para fundamentar os dois motivos solicitados, podendo apresentar falhas
2 6
B – Documentos

pontuais.

• Integra excertos do documento para fundamentar um dos motivos solicitados, podendo apresentar falhas pontuais.
1 ou 3
• Integra, com falhas, excertos relevantes do documento para fundamentar os dois motivos solicitados.

• Utiliza, de forma globalmente adequada, a terminologia específica da disciplina.


C – Comunicação

2 2
• Apresenta um discurso globalmente articulado, podendo apresentar falhas que não comprometem a sua clareza.

• Utiliza a terminologia específica da disciplina com imprecisões.


1 e/ou 1
• Apresenta um discurso com eventuais falhas que comprometem parcialmente a sua clareza.

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GRUPO II – A CONSTRUÇÃO DO REGIME DEMOCRÁTICO


1. .................................................................................................................................................................................................................................. 10 pontos
(A)
2. .................................................................................................................................................................................................................................. 10 pontos
(B)
3. ................................................................................................................................................................................................................................... 14 pontos
(a) ➝ (2) (b) ➝ (1) (c) ➝ (3) (d) ➝ (1)

Níveis Descritores de desempenho Pontuação


3 Seleciona 4 opções corretas. 14
2 Seleciona 3 opções corretas. 10
1 Seleciona 2 opções corretas. 6
4. .................................................................................................................................................................................................................................. 20 pontos
Tópicos de resposta:
Parâmetro A – Identificação e Explicação
1.º Tópico de orientação
O fim do regime do Estado Novo, uma ação imediata
Na resposta, podem ser explorados os elementos seguintes:
– o fim do regime fez parte do Programa do MFA ou Programa dos 3D, no qual foram consagradas diversas medidas com vista a desmantelar as estruturas que suportavam o
Estado Novo;
– acabar com o carácter autoritário e repressivo do Estado Novo e promover a democratização foram os objetivos das primeiras medidas implementadas depois do 25 de
Abril;
– a exoneração do Presidente da República, Américo Tomás, e do Presidente do Conselho, que foram exilados para o Brasil depois de uma primeira passagem na Madeira,
como alude ironicamente o caricaturista ao referir sobre Marcello “– Deixa passar esta linda brincadeira… do bailinho da Madeira! Olha se não me abaixo!…” (Doc. 1);
– desmantelamento das estruturas repressivas, como a polícia política ou PIDE, como está presente na caricatura “– Eu julgava que sabia o que era porrada!”
(Ex-P.I.D.E./D.G.S.)” ou abolição da censura “– O que é que eu hei de cortar agora? Mas só tenho tesoura… não tenho serrote!…” (Ex-Censor)” (Doc. 1);
– extinção de organismos de enquadramento como a Mocidade e a Legião Portuguesa, conforme está patente na caricatura do Ex-legionário: “Estou desempregado só
porque aquele tipo se esqueceu dos canhões em casa!” (Doc. 1);
– demissão de funcionários e dirigentes do Estado Novo designados “tachistas” ou “– “Agora é que eu quero ver para que serve o desemprego” (Doc. 1);
– libertação dos presos políticos simbolizados pelo Zé-Povinho que “parte as grades da prisão” e exclama “Mais vale tarde do que nunca” (Doc. 1);
– extinção do partido único ou Ação Nacional Popular e permissão de constituição de partidos políticos;
– preparação de condições para a realização de eleições livres e pluralistas.
2.º Tópico de orientação
As primeiras eleições livres e a consagração da democracia pluralista
Na resposta, podem ser explorados os elementos seguintes:
– a realização de eleições livres e democráticas realizaram-se a 25 de abril de 1975 e tiveram uma afluência elevada, como documenta a imagem publicada na imprensa
(Doc. 2) ou os resultados eleitorais mostram uma baixa abstenção, com uma taxa de votantes que atinge 91,66%, a mais alta de sempre;
– a vitória dos partidos moderados ou Partido Socialista, com 37,87% e 116 deputados, seguido do PPD, com 26,39% e 81 deputados, liderado por Sá Carneiro, revelou a
defesa, por parte do povo português, de um projeto político moderado para o país ou constituíram a maioria na Assembleia Constituinte;
– as forças políticas mais à esquerda e de extrema-esquerda, que influenciavam a ação dos governos provisórios, liderados por Vasco Gonçalves, como o PCP, de Álvaro
Cunhal, obteve 12,46% e elegeu 30 deputados (Doc. 2);
– os resultados eleitorais traduziram a vitória da “ALIANÇA POVO-MFA. CONFIRMADA A VIA SOCIALISTA” (Doc. 2), que garantiu a inclusão das conquistas revolucionárias
ou “via socialista” (Doc. 2) na futura Constituição;
– a Assembleia Constituinte devia elaborar uma Constituição que consagrasse a democracia e o pluralismo, mas também a influência socializante na economia e nas
instituições, como as nacionalizações ou Reforma Agrária ou influência do MFA ou Conselho da Revolução no sistema político;
– o socialismo reformista e democrático era visto pelo PS como a orientação política a seguir para concretizar a democratização ou o PPD considerava “o programa da
Social-
-Democracia” (Doc. 3) como a opção “que mais convém ao povo português” (Doc. 3), de modo a garantir o desenvolvimento e “o maior dos progressos” (Doc. 3);
– a eleição de partidos defensores de uma democracia pluralista era, segundo Sá Carneiro ou líder do PSD, “uma parte essencial do Portugal democrático e livre” (Doc. 3)
que garantia, depois da fase mais revolucionária,“os direitos das pessoas” (Doc. 3);
– o PS e o PPD desejavam garantir o pluralismo e recusavam as tentativas para instaurar um modelo político que não correspondia ao sentido de voto expresso nas eleições
livres de 1975, considerando que era necessário afastar o perigo de “qualquer espécie de pseudodemocracia” (Doc. 3);
– a democracia saída das eleições de 1975 e, depois, consagrada nas eleições de 1976 implementava um regime em que “a liberdade da pessoa exprime-se pela sua livre
manifestação, exprime-se politicamente, e tem de ter efeitos políticos através do voto” (Doc. 3);
– apesar da radicalização e das tensões que marcaram o processo revolucionário, “meses de profundo desgaste” (Doc. 3), instaurou-se um regime democrático, “assente nas
raízes da vontade do Povo e não nas opções de determinadas minorias autoiluminadas ou autopromovidas” (Doc. 3), como ocorreu durante o período de transição dominado
pelo confronto entre forças moderadas e radicais ou revolucionárias;
– após o período pré-constitucional, que decorreu entre a “Revolução de 25 de Abril” e a aprovação da Constituição de 1976, era possível afirmar que “as reformas de que o
povo carece hão de ser votadas pelo povo e não impostas de cima.” (Doc. 3) por qualquer ameaça de poder totalitário ou “sob nenhuma outra ditadura.” (Doc. 3).
Parâmetro B – Articulação temática e Organização
A resposta evidencia a relação entre os elementos apresentados para os tópicos de orientação respeitantes ao tema Do processo de desmantelamento das estruturas de
suporte do Estado Novo ao processo eleitoral de 1975, explorando, pelo menos, duas das seguintes linhas de análise, ou outras consideradas relevantes:
– relação entre o 25 de Abril e o desmantelamento das estruturas de suporte do Estado Novo;

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– relação entre o 25 de Abril e o início da democratização;


– relação entre as eleições de 1975 e a vontade de instauração de um modelo político moderado;
– relação entre as eleições de 1975 e o acentuar da radicalização político-ideológica.
Parâmetro C – Integração dos documentos
A resposta evidencia a mobilização da informação dos documentos de 1 a 3 para sustentar as linhas orientadoras do tema, que constam nos parâmetros A e B. Podem ser
exploradas as linhas de leitura apresentadas abaixo (ou outras possíveis).

– a exoneração do Presidente da República Américo Tomás e do Presidente do Conselho que foram exilados para o Brasil depois de uma primeira
passagem na Madeira, como alude ironicamente o caricaturista ao referir sobre Marcello “– Deixa passar esta linda brincadeira… do bailinho da Madeira!
Olha se não me abaixo!…”;
DOCUMENTO 1

– desmantelamento das estruturas repressivas, como a polícia política ou PIDE, conforme representado na caricatura: “– Eu julgava que sabia o que era
porrada!” (Ex-P.I.D.E./D.G.S.)” ou abolição da censura “– O que é que eu hei de cortar agora? Mas só tenho tesoura… não tenho serrote!…” (Ex- 1.º
Censor)”; Tópico de
orientação
– extinção de organismos de enquadramento, como a Mocidade e a Legião Portuguesa, conforme está patente na caricatura do Ex-legionário: “Estou
desempregado só porque aquele tipo se esqueceu dos canhões em casa!”;
– demissão de funcionários e dirigentes do Estado Novo designados “tachistas” ou “– Agora é que eu quero ver para que serve o desemprego”;
– libertação dos presos políticos simbolizados pelo Zé Povinho que “parte as grades da prisão” e exclama “Mais vale tarde do que nunca”.

– a realização de eleições livres e democráticas realizaram-se a 25 de abril de 1975 e tiveram uma afluência elevada, como documento a imagem
publicada na imprensa ou os resultados eleitorais mostram uma baixa abstenção com uma taxa de votantes que atinge 91,66%, a mais alta de sempre;
– a vitória dos partidos moderados ou Partido Socialista, com 37,87% e 116 deputados, seguido do PPD, com 26,39 % e 81 deputados, liderado por Sá
DOCUMENTO 2

Carneiro, revelou a defesa, por parte do povo português, de um projeto político moderado para o país ou constituíram a maioria na Assembleia 2.º Tópico
Constituinte; de
– as forças políticas mais à esquerda e de extrema esquerda, que influenciavam a ação dos governos provisórios liderados por Vasco Gonçalves, como o orientação
PCP de Álvaro Cunhal, que obteve 12,46% e elegeu 30 deputados;
– os resultados eleitorais traduziram a vitória da “ALIANÇA POVO-MFA. CONFIRMADA A VIA SOCIALISTA”, que garantiu a inclusão das conquistas
revolucionárias ou “via socialista” na futura Constituição.

– o socialismo reformista e democrático era visto pelo PS como a orientação política a seguir para concretizar a democratização ou o PPD considerava “o
programa da Social-Democracia” como a opção “que mais convém ao povo português” de modo a garantir o desenvolvimento e “o maior dos progressos”;
– a eleição de partidos defensores de uma democracia pluralista era, segundo Sá Carneiro ou líder do PSD, “uma parte essencial do Portugal
DOCUMENTO 3

democrático e livre” que garantia, depois da fase mais revolucionária, “os direitos das pessoas”;
2.º Tópico
– o PS e o PPD desejavam garantir o pluralismo e recusavam as tentativas para instaurar um modelo político que não correspondia ao sentido de voto
de
expresso nas eleições livres de 1975, considerando que era necessário afastar o perigo de “qualquer espécie de pseudodemocracia”;
orientação
– a democracia saída das eleições de 1975 e depois consagrada nas eleições de 1976 afirmava um regime em que “a liberdade da pessoa exprime-se
pela sua livre manifestação, exprime-se politicamente, e tem de ter efeitos políticos através do voto”;
– apesar da radicalização e das tensões que marcaram o processo revolucionário, “meses de profundo desgaste”, instaurou-se um regime democrático
“assente nas raízes da vontade do Povo e não nas opções de determinadas minorias auto-iluminadas ou autopromovidas”.

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A classificação final da resposta resulta da soma das pontuações atribuídas em cada um dos parâmetros seguintes:
Compreensão histórica:
A – Identificação e explicação ..................................................................................................................................................................................... 8 pontos
B – Articulação temática e organização ....................................................................................................................................................................... 6 pontos
C – Integração de documentos .................................................................................................................................................................................... 6 pontos

PARÂMETROS NÍVEIS DESCRITORES DE DESEMPENHO PONTUAÇÃO

• Apresenta e explica, de forma completa, 6 ou 5 elementos, distribuídos equilibradamente pelos dois tópicos de orientação.
4 8
• Utiliza, de modo adequado, a terminologia específica da disciplina, podendo, no entanto, apresentar algumas imprecisões.

• Apresenta e explica, de forma completa, 4 ou 3 elementos, distribuídos pelos dois tópicos de orientação, podendo apresentar
outros de forma incompleta e/ou com imprecisões ou apresenta e explica, de forma completa, 3 elementos de um dos tópicos de
A – Identificação e Explicação

3 orientação e, de forma incompleta e/ou com imprecisões, pelo menos 2 elementos de outro tópico de orientação. 6
• Utiliza, de modo adequado, a terminologia específica da disciplina, podendo, no entanto, apresentar algumas imprecisões.

• Apresenta e explica, de forma completa, 2 elementos de um dos tópicos de orientação e, de forma incompleta
e/ou com imprecisões, pelo menos 2 elementos de outro tópico ou apresenta e explica, de forma completa, apenas 2 elementos
2 distribuídos pelos dois tópicos de orientação ou apresenta e explica, de forma incompleta, pelo menos 4 elementos distribuídos 4
Compreensão histórica

pelos dois tópicos de orientação.


• Utiliza a terminologia específica da disciplina, apresentando algumas imprecisões e omissões.

• Apresenta e explica, de forma completa, elementos de apenas um dos tópicos de orientação, podendo apresentar, de forma
1 incompleta, um elemento de outro tópico ou identifica apenas elementos dos dois tópicos de orientação, utilizando a terminologia 2
específica da disciplina com imprecisões.

• Desenvolve o tema proposto, evidenciando, de forma pertinente e clara, a relação entre os elementos apresentados para os
tópicos de orientação, explorando, pelo menos, duas linhas de análise.
B – Articulação temática e

3 6
• Organiza os conteúdos de forma coerente.
Organização

• Desenvolve o tema proposto, evidenciando, de forma pertinente e clara, a relação entre os elementos apresentados para os
2 tópicos de orientação, explorando uma das linhas de análise. 4
• Organiza os conteúdos de forma coerente.
• Desenvolve o tema proposto, evidenciando, de forma superficial, a relação entre os elementos apresentados para os tópicos de
1 orientação, explorando uma ou duas linhas de análise. 2
• Organiza os conteúdos com algumas falhas de coerência.
3 • Integra, de forma pertinente, informação relevante contida nos três documentos para fundamentar a análise apresentada. 6
C – Integração dos documentos

• Integra, de forma pertinente, informação relevante contida em dois documentos para fundamentar a análise apresentada.
ou
2 4
• Integra, de forma pertinente, embora com algumas falhas, informação relevante contida nos três documentos para fundamentar a
análise apresentada.

• Integra, de forma pertinente, informação relevante contida em apenas um documento para fundamentar a análise apresentada.
ou
1 2
• Integra, de forma pouco pertinente e com falhas, informação contida em, pelo menos, dois documentos para fundamentar a
análise apresentada.

Nota – Qualquer resposta que não atinja o nível 1 de desempenho no parâmetro (A) Identificação e Explicação é classificada com zero pontos nos restantes parâmetros.

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GRUPO III – OPÇÕES ECONÓMICAS NO QUADRO DAS TENSÕES POLÍTICO-IDEOLÓGICAS


1. .................................................................................................................................................................................................................................. 10 pontos
Golpe de 11 de Março de 1975 ou golpe de Spínola.
2. .................................................................................................................................................................................................................................. 18 pontos
Tópicos de resposta:
– a opção de política económica a adotar foi marcada pelo objetivo de desenvolver uma política anticapitalista que abolisse os monopólios ou as grandes empresas
capitalistas ou grandes grupos económicos que dominavam os setores-chave da economia desde o Estado Novo, de modo a implementar uma “política económica
antimonopolista que sirva as classes trabalhadoras […]” (Doc. 1);
– a política económica adotada era norteada por princípios ideológicos socialistas ou marxistas ou inspirados na economia dos países comunistas ou nas democracias
populares do Leste ou do socialismo revolucionário, no sentido de colocar os meios de produção ao serviço das “classes trabalhadoras e as camadas mais desfavorecidas
da população portuguesa” (Doc. 1);
– o objetivo de desenvolvimento da economia portuguesa, previsto no “Programa do Movimento das Forças Armadas”, apontava no sentido de combater as desigualdades
sociais e promover uma melhor distribuição da riqueza, procurando conciliar a propriedade privada com uma maior intervenção do Estado na economia;
– o capitalismo até ao 25 de Abril era uma realidade que se baseava na posse de grandes latifúndios ou de grandes empresas ou indústrias ou outros recursos por grupos
económicos capitalistas nacionais e estrangeiros ou mistos, privilegiados pelo Estado com a concessão de monopólios, pelo que a riqueza pertencia a uma minoria e os
trabalhadores constituíam “as camadas desfavorecidas da população portuguesa” (Doc. 1) e estavam sujeitos a baixos salários e ao não reconhecimento de direitos
sociais;
– o setor bancário, que estava na posse de privados, foi objeto de nacionalização, “nacionalizados todos os bancos” (Doc. 1), pois era considerado um setor-chave que estava
ao “serviço dos grandes grupos monopolistas” e não para o “investimento em direção à satisfação das reais necessidades da população portuguesa e ao apoio às
pequenas e médias empresas.” (Doc. 1);
– a política económica lançada durante o período revolucionário pós-11 de Março visou combater “os perigos” relacionados com a fuga de capitais e, por isso, se determinou
que “São nacionalizadas todas as instituições de crédito com sede no continente e ilhas adjacentes” (Doc. 1);
– a legislação da nacionalização da banca, a que se juntou a dos seguros, e de outros setores-chave da economia, pôs em prática outro princípio que consistia na
participação ou controlo exercido pelos trabalhadores sobre a produção ou sobre o funcionamento das empresas através de comissões de trabalhadores na gestão das
empresas ou, inclusive, através de modelos de autogestão, considerado “a única saída revolucionária para a atual crise […]” (Doc. 2);
– logo após o 25 de Abril, nas manifestações que se seguiram ao 1.º de Maio e nas ações promovidas por partidos, eclodiram reivindicações de todos os setores de atividade
no sentido de reivindicar melhores condições de trabalho, de salários e de direitos sociais que foram concretizados em pouco tempo, devido ao ambiente revolucionário e
ao recurso à greve, legalizada entretanto, que permitiu aprovar um conjunto de medidas que contribuíram para melhorar as condições de vida das “classes trabalhadoras e
as camadas mais desfavorecidas da população portuguesa” (Doc. 1) através do estabelecimento de salário mínimo, férias, subsídios ou outros exemplos;
– ao longo do ano de 1974 e de 1975, criou-se um ambiente revolucionário promovido por várias forças políticas, como é o caso do exemplo representado no documento 2,
“jornal Poder Popular, orgão do Movimento de Esquerda Socialista (MES) e de outros partidos e movimentos da esquerda e da extrema-esquerda e por diversos setores do
MFA e das Forças Armadas, que visavam instaurar uma via “revolucionária”, para permitir a “vitória da ofensiva popular levada às últimas consequências” (Doc. 2), ou seja,
de instauração do poder popular, em que seriam os próprios a tomar iniciativas e decisões quer nas fábricas, nos quartéis, nos bairros ou nos campos, no sentido de
resolver os próprios problemas.

A classificação final da resposta resulta da soma das pontuações atribuídas em cada um dos parâmetros seguintes:
Compreensão histórica:
A – Conteúdos .......................................................................................................................................................................................................... 10 pontos
B – Documentos ......................................................................................................................................................................................................... 6 pontos
C – Comunicação ........................................................................................................................................................................................................ 2 pontos

PARÂMETROS NÍVEIS DESCRITORES DE DESEMPENHO PONTUAÇÃO

4 • Explicita, de forma completa, duas medidas económico-sociais implementadas pelos governos provisórios. 10

• Explicita, de forma completa, uma das medidas e, de forma incompleta, outra das medidas solicitadas.
A – Conteúdos

3 8
• Explicita, de forma completa, uma das medidas solicitadas.
2 ou 5
• Explicita, de forma incompleta, duas das medidas solicitadas.

1 • Explicita, de forma incompleta, uma das medidas solicitadas. 3


• Integra excertos e informações relevantes dos dois documentos para fundamentar as duas medidas solicitadas, podendo
2 apresentar falhas pontuais. 6
B – Documentos

• Integra excertos ou informações relevantes de um dos documentos para fundamentar uma das medidas solicitadas,
podendo apresentar falhas pontuais.
1 ou 3
• Integra, com falhas, excertos e informações relevantes dos dois documentos para fundamentar as duas medidas
solicitadas.

• Utiliza, de forma globalmente adequada, a terminologia específica da disciplina.


Comunicação

2 • Apresenta um discurso globalmente articulado, podendo apresentar falhas que não comprometem a sua clareza. 2
C–

1 • Utiliza a terminologia específica da disciplina com imprecisões. 1

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e/ou
• Apresenta um discurso com eventuais falhas que comprometem parcialmente a sua clareza.

3. .................................................................................................................................................................................................................................. 14 pontos
(A) ➝ (1); (3); (7) (B) ➝ (4); (6) (C) ➝ (2); (5)

Níveis Descritores de desempenho Pontuação


3 Associa corretamente 6 ou 7 elementos. 14
2 Associa corretamente 5 ou 4 elementos. 10
1 Associa corretamente 3 ou 2 elementos. 6

GRUPO IV – A ENTRADA DE PORTUGAL NA CEE


1. .................................................................................................................................................................................................................................. 10 pontos
(B) – (D) – (C) – (A)
2. .................................................................................................................................................................................................................................. 10 pontos
(B)
3. .................................................................................................................................................................................................................................. 14 pontos
(A) ➝ (1); (4); (7) (B) ➝ (3); (5) (C) ➝ (2); (6)

Níveis Descritores de desempenho Pontuação


3 Associa corretamente 6 ou 7 elementos. 14
2 Associa corretamente 5 ou 4 elementos. 10
1 Associa corretamente 3 ou 2 elementos. 6

4. .................................................................................................................................................................................................................................. 18 pontos
Tópicos de resposta:
[Quanto ao significado político da adesão de Portugal à CEE] Mário Soares (Doc. 2) defende que a adesão à Europa corresponde à afirmação de uma “nova identidade
nacional” que permitia “situar Portugal” na Europa, “espaço político, geográfico, económico e social a que, por direito próprio, pertencia” ou que a adesão à CEE contribuiria
para “a consolidação da democracia em Portugal” e seria o prosseguimento do processo “da Revolução de Abril e da definitiva institucionalização da democracia em
Portugal.”; Álvaro Cunhal (Doc. 3) considera que a adesão de Portugal à CEE iria “criar condições para a destruição completa das transformações democráticas alcançadas”
e contribuiria “para a restauração do capitalismo monopolista em Portugal” ou que contribuiria “para a liquidação do regime democrático consagrado na Constituição” de 1976,
pondo em causa as conquistas revolucionárias ou acusa que a iniciativa da adesão não era um projeto nacional, pois tinha sido levada a cabo pelo “governo do PS sozinho”
no que foi depois acompanhado “por todas as forças da direita e reacionárias.”
[Quanto às dificuldades de integração de Portugal na CEE] Mário Soares (Doc. 2) considera que a adesão de Portugal era necessária “para vencer a crise” económica
que Portugal enfrentava e “dar ao povo português o nível de vida a que tem direito”, mas evidencia que o processo de “integração europeia representa uma opção de trabalho
e de esforço” e que não havia “facilidade do caminho” que “exige […] muito esforço coletivo.”; Álvaro Cunhal (Doc. 3) vê na adesão uma dificuldade acrescida para a
economia portuguesa, que ficaria submetida aos interesses “dos grandes monopólios dos países desenvolvidos do Mercado Comum” e Portugal seria apenas um “elo
secundário num vasto processo industrial das multinacionais, de fornecedor de matérias-primas, de fonte de força de trabalho a baixo preço (em Portugal e na emigração)”.
[Quanto aos efeitos na economia portuguesa da adesão à CEE] Mário Soares (Doc. 2) defende que a adesão à CEE permitiria a Portugal integrar o espaço dos “países
desenvolvidos da Europa” com elevados “padrões de vida e de bem-estar” e significaria a “abertura de Portugal à modernidade“ para as “novas gerações de portugueses que
despontam para a vida.”; Álvaro Cunhal (Doc. 3) considera que a adesão poria em causa “o desenvolvimento económico do país a médio e a longo prazo e a própria
independência nacional” e que não era “a solução dos problemas da economia portuguesa”, nem para “o lançamento do desenvolvimento económico”, pois traria
consequências negativas para a economia portuguesa devido aos “cruéis golpes de carácter conjuntural na economia portuguesa”, pondo em causa o desenvolvimento e os
interesses nacionais e do Povo.
[Quanto à adoção de medidas de aproximação à economia europeia] Mário Soares (Doc. 2) defende que a adesão traria vantagens para “a maioria” dos produtos
portugueses que “passou a beneficiar de isenção de direitos aduaneiros nas Comunidades”, e que, em contrapartida, Portugal teria de reduzir as taxas alfandegárias e adotar
as orientações da CEE sobre a “isenção de direitos, em Portugal, a partir de 1985” para os produtos industriais comunitários, adotando progressivamente a “totalidade das
obrigações decorrentes dos Tratados de Paris e Roma.”; Álvaro Cunhal (Doc. 3) defende que o PCP não aceita a submissão de Portugal às leis emanadas do Mercado
Comum, pois defende que “em Portugal mandem apenas os portugueses” e recusa que “as decisões acerca dos problemas nacionais caibam ao imperialismo, caibam ao
estrangeiro”.

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A classificação final da resposta resulta da soma das pontuações atribuídas em cada um dos parâmetros seguintes:
Compreensão histórica:
A – Conteúdos .......................................................................................................................................................................................................... 12 pontos
B – Documentos ......................................................................................................................................................................................................... 4 pontos
C – Comunicação ........................................................................................................................................................................................................ 2 pontos

PARÂMETROS NÍVEIS DESCRITORES DE DESEMPENHO PONTUAÇÃO

• Compara, de forma completa, as duas perspetivas sobre a adesão de Portugal à Comunidade Europeia expressas nos
4 12
documentos 1 e 2, quanto a dois aspetos em que se opõem.

• Compara, de forma completa, as duas perspetivas quanto a um aspeto em que se opõem e, de forma incompleta,
3 9
quanto a um outro aspeto.
A – Conteúdos

• Compara, de forma completa, as duas perspetivas quanto a um aspeto em que se opõem.


2 ou 6
• Compara, de forma incompleta, as duas perspetivas quanto a dois aspetos em que se opõem.

Compara, de forma incompleta, as duas perspetivas quanto a um aspeto em que se opõem.


1 ou 3
• Identifica apenas aspetos em que as duas perspetivas se opõem.

• Integra excertos relevantes dos dois documentos para fundamentar os dois aspetos em que as duas perspetivas se
2 4
opõem, podendo apresentar falhas pontuais.
B – Documentos

• Integra excertos relevantes dos dois documentos para fundamentar um dos aspetos em que as duas perspetivas se
opõem, podendo apresentar falhas pontuais.
1 ou 2
• Integra, com falhas, excertos relevantes dos dois documentos para fundamentar os dois aspetos em que as duas
perspetivas se opõem.

• Utiliza, de forma globalmente adequada, a terminologia específica da disciplina.


2 2
C – Comunicação

• Apresenta um discurso globalmente articulado, podendo apresentar falhas que não comprometem a sua clareza.

• Utiliza a terminologia específica da disciplina com imprecisões.


1 e/ou 1
• Apresenta um discurso com eventuais falhas que comprometem parcialmente a sua clareza.

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