Você está na página 1de 28

A MOBILIDADE

DA
POPULAÇÃO
Movimentos migratórios
desde meados do séc. XX

1
SALDO MIGRATÓRIO
A evolução da população, isto é, o seu
crescimento efetivo, não se explica
unicamente pelo crescimento natural, mas
também pelo saldo migratório (SM), isto é,
pela diferença entre o número de imigrantes
e o número de emigrantes registados num
dado período de tempo.

2
Para podermos
comparar os
SALDO MIGRATÓRIO impactos dos SALDO NATURAL
movimentos
TCM= Imigração – Emigração x 1000 migratórios na TCN = Nados-Vivos – Óbitos x 1000
População Absoluta evolução da População Absoluta
população,
podemos calcular a
taxa de
crescimento
migratório (TCN) e
a taxa de
crescimento
natural (TCN)

3
DE QUE FORMA OS
MOVIMENTOS MIGRATÓRIOS
INFLUENCIARAM A
DEMOGRAFIA DE PORTUGAL?
Os movimentos migratórios têm influenciado a
evolução da população do nosso país ao longo
dos tempos.

País de emigração por tradição, é desde as


últimas décadas do séc. XX, considerado um país
de migrações, dado que, apesar do incremento
da imigração, os portugueses continuam a
emigrar, ainda que em menor número e com um
perfil diferente do que caracterizou o séc. XX.
4
Fig. Evolução da emigração portuguesa (1900 a 2011)
EVOLUÇÃO DO SALDO MIGRATÓRIO (1.ªFASE)

6
EVOLUÇÃO DO SALDO MIGRATÓRIO

Década de 60 até 1973 –


Período de forte
emigração
• Saída de portugueses
para os países da Europa
Ocidental, provocou uma
taxa de crescimento
migratório negativa e um
decréscimo da
população residente,
principalmente no
interior do país.
Adicione um rodapé 7
DÉCADA DE 60 ATÉ 1973 - PRINCIPAIS DESTINOS

ENTRE 1960-1973

Maior período de emigração da


população portuguesa;
• Emigração sobretudo
intracontinental;
• A Venezuela é destino dos
madeirenses e os EUA e
Canadá são destinos de
açorianos.
DÉCADA DE 60 ATÉ 1973
É um período marcado pelo
aumento da emigração ilegal,
devido:
• Degradação das condições de
vida em Portugal;
• Guerra colonial em África;
• Intensificação das
perseguições políticas em
Portugal;
• Morosidade na organização
dos processos;
• Restrições impostas pelos
países recetores.
CAUSAS DO FLUXO MIGRATÓRIO (1960 A 1973)
Em Portugal, as causas dos intensos fluxos migratórios eram:
Falta de recursos e de emprego;

Baixo nível de vida e baixos salários

Falta de estruturas de apoio às famílias e às atividades socioculturais;

Regime político (ditadura de Salazar);

Guerra colonial nas ex-províncias africanas;

O desenvolvimento dos transportes e comunicações internacionais.


CAUSAS DO FLUXO MIGRATÓRIO (1960 A 1973)

Nos países de destino, as causas prendiam-se com:

• O grande desenvolvimento económico da Europa Ocidental após a II


Guerra Mundial;

• Necessidade de reconstrução das estruturas produtivas – necessidade de


mão-de-obra barata para a indústria, construção civil e serviços pouco
qualificados.
CONSEQUÊNCIAS DO FLUXO MIGRATÓRIO PARA
PORTUGAL
• Diminuição da população ativa, que levou, nas áreas rurais, ao
abandono dos campos e ao esforço de mecanização dos campos
agrícolas;

• Aumento da taxa de analfabetismo (que era inferior na população


que emigrou, cerca de 17%, contra 30% na população do país);

• Subida dos salários e o investimento em nova tecnologia na


indústria, sobretudo a de capital estrangeiro;
CONSEQUÊNCIAS DO FLUXO MIGRATÓRIO PARA
PORTUGAL

• Envelhecimento demográfico;

• Entrada de divisas estrangeiras


(dinheiro enviado pelos
emigrantes)
EVOLUÇÃO DO SALDO MIGRATÓRIO (2.ªFASE)

De 1974 a 1981 – Período


de acentuada imigração
• Regresso de portugueses
das ex-colónias, após
processo de
descolonização,
provocaram uma taxa de
crescimento migratório
positivo

Adicione um rodapé 14
SALDO MIGRATÓRIO APÓS 1973
Após 1973, a população portuguesa aumentou, o saldo migratório passou a ser
positivo, devido:
• 1973 – Crise Petrolífera (Subida vertiginosa dos preços do petróleo que levou
a graves consequências económicas).
• Grande aumento do desemprego nos países da Europa Ocidental.
• Os países da Europa ocidental impuseram restrições à imigração, com o
objetivo de diminuir o desemprego da sua população.
• Incentivaram o regresso de alguns imigrantes aos seus países de origem,
dando indemnizações.
• Da descolonização e do retorno dos portugueses das ex-colónias;
• Do regresso dos emigrantes, sobretudo os que se encontravam numa
situação de impedimento, antes do 25 de Abril, de voltarem a Portugal.
SALDO MIGRATÓRIO APÓS 1973
Crise económica internacional de 1973

25 de Abril de 1974
Melhoria da situação económica
- Decréscimo da
portuguesa:
emigração portuguesa
• Fim da Guerra Colonial;
- Regresso de muitos
• Democratização da sociedade
portuguesa;
emigrantes a Portugal
• Entrada de Portugal na CEE em 1986;
• Melhoria do nível de vida da população;
• Melhoria da qualidade de vida.
EVOLUÇÃO DO SALDO MIGRATÓRIO (2.ªFASE)

Década de 80 – aumento da
emigração, um incremento e
predomínio da emigração
temporária, em consequência,
por exemplo:
• Do fim dos condicionalismos
administrativos que restringiam
a saída do país;
• Da assinatura dos acordos de
Schengen
• Do desenvolvimento dos
transportes;
• Da globalização da economia.
Adicione um rodapé 17
EVOLUÇÃO DO SALDO MIGRATÓRIO (2.ªFASE)

Década de 90 – aumento da
imigração, cujos imigrantes são
oriundos de:
• países de expressão
portuguesa (com destaque
para Brasil e Cabo Verde);
• da Europa de Leste (Ucrânia,
Roménia, entre outros);
• da Europa Ocidental (como o
Reino Unido);
• da Ásia (como a China).

Adicione um rodapé 18
ORIGEM DA POPULAÇÃO ESTRANGEIRA RESIDENTE
EM PORTUGAL (2001 E 2011)
Este contingente demográfico é caracterizado
por apresentar um índice de envelhecimento
relativamente baixo e com masculinidades
11%
relativamente acentuadas, embora muito
24%

variáveis entre as diferentes comunidades.


19%
Estes fluxos de saídas e entradas de população
em território nacional têm grande influência na
evolução demográfica do nosso país,
contribuindo para o aumento da 29%
17%

disponibilidade de mão de obra jovem e barata


e rejuvenescendo a nossa estrutura
demográfica.
20
A PARTIR DA DÉCADA DE 1990...

21
A PARTIR DA DÉCADA DE 1990...

• Apesar de desde esta altura, também sermos um país de imigrantes,


Portugal continua a ser um país de emigrantes mas com destinos e um
perfil diferenciados dos encontrados na década de sessenta:
• A par da emigração intracontinental, os destinos intercontinentais regressam,
como Angola, Moçambique e Brasil;
• A emigração temporária predomina;
• Surge o aumento da emigração de jovens qualificados;
• A emigração de caráter individual substitui a familiar;
• A emigração feminina aumenta, apesar de predominar a masculina;

22
A PARTIR DA DÉCADA DE 2010...

23
2011 A 2016
Período de forte emigração

• A crise económica que se fez sentir em Portugal levou à


saída de muitos portugueses, a maioria para países da UE,
à procura de oportunidades de trabalho.

• Esta nova vaga de emigrantes distingue-se da anterior


(anos 60) por ser particularmente instruída, com formação
académica e representar uma perda de capital humano
qualificado para Portugal.

• Registou-se taxa de crescimento migratório negativa e um


decréscimo da população residente

24
APÓS 2017
• Retoma da imigração
• Portugal voltou a ser atrativo para a imigração,
principalmente oriunda do Brasil, embora continue a
registar uma elevada emigração.
• Portugal é um país de assimetrias regionais:
• Regiões do interior : marcado pelo êxodo rural e forte
emigração (sobretudo década de 60) que conduziu ao
envelhecimento da população e à falta de recursos
humanos e de perspetivas de futuro.
• Regiões do litoral: os impactos da saída da população
foram menores e é nestas áreas que o aumento da
imigração mais se tem feito sentir, contribuindo para um
maior crescimento populacional.

25
• Portugal registou uma taxa de crescimento
2019 efetivo positiva (0,19%), o que não acontecia
desde 2009
• O acréscimo populacional em 2019 resultou do
aumento do saldo migratório (de 11 570 em
2018 para 44 506 em 2019), já que o saldo
natural se manteve negativo (-25 214 em 2019).
• Em 2019 registou-se, assim, uma taxa de
crescimento migratório positiva de 0,43% e
uma taxa de crescimento natural negativa de
0,25%, neste último caso pelo décimo primeiro
ano consecutivo.
• O saldo migratório foi positivo em todas as
regiões NUTS II, com maior expressão na
Figura 1 –A variação da população em Portugal.
Área Metropolitana de Lisboa, no Centro e
no Norte. Estas três regiões, conjuntamente
com a Região Autónoma da Madeira, foram
as únicas a contribuir para o aumento da
população em 2019. 26
O aumento da população Com a taxa de fecundidade
em 2% entre 2001 e dos portugueses a diminuir,
2011 foi consequência da a substituição das gerações
imigração compensando em Portugal teve o
o decréscimo da contributo dos imigrantes.
natalidade.

AS MIGRAÇÕES E A EVOLUÇÃO DA POPULAÇÃO PORTUGUESA

Num futuro próximo,


perspetiva-se uma baixa A nova vaga emigratória de
mais acentuada da Taxa de portugueses recupera
Crescimento Efetivo, já que antigos destinos dentro da
o saldo migratório será Europa e países de
negativo expressão portuguesa.
FIM
P r o f. A n d r e i a S o u s a

Adicione um rodapé 28

Você também pode gostar