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UNIVERSIDADE DO VALE DO RIO DOS SINOS - UNISINOS

UNIDADE ACADÊMICA DE GRADUAÇÃO


CURSO DE ENGENHARIA DE MATERIAIS

GABRIEL FRANCISCO DE OLIVEIRA


LETÍCIA NORONHA DA SILVA
SILVIA INÊS MOMBACH
TAUANA BATISTELLA

ALTERNATIVA PARA SUBSTITUIÇÃO DE UM TRANSDUTOR PARA MEDIÇÃO


DE DEFORMAÇÃO DOS MATERIAIS

SÃO LEOPOLDO
2018
GABRIEL FRANCISCO DE OLIVEIRA
LETÍCIA NORONHA DA SILVA
SILVIA INÊS MOMBACH
TAUANA BATISTELLA

ALTERNATIVA PARA SUBSTITUIÇÃO DE UM TRANSDUTOR PARA MEDIÇÃO


DE DEFORMAÇÃO DOS MATERIAIS

Artigo Científico apresentado para a


Disciplina de Instrumentação, pelo Curso
de Engenharia de Materiais da
Universidade do Vale do Rio dos Sinos -
UNISINOS

Prof. Dr. João Olegário de Oliveira de


Souza

SÃO LEOPOLDO
2018
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ALTERNATIVA PARA SUBSTITUIÇÃO DE UM TRANSDUTOR PARA MEDIÇÃO DE


DEFORMAÇÃO DOS MATERIAIS

DA SILVA, Letícia Noronha; Engenharia de materiais; Universidade do Vale do Rio dos Sinos
MOMBACH, Sílvia Inês; Engenharia de materiais; Universidade do Vale do Rio dos Sinos
OLIVEIRA, Gabriel Francisco; Engenharia de materiais; Universidade do Vale do Rio dos Sinos
BATISTELLA, Tauana; Engenharia de materiais; Universidade do Vale do Rio dos Sinos

Orientador: Prof. Dr. João Olegário de Oliveira de Souza

Resumo: No presente trabalho são demonstrados os aspectos teóricos da utilização


de extensômetros elétricos na análise experimental de tensões, descrevendo
aplicações práticas, e o uso e aplicação de um vídeo extensômetro. Discorre-se sobre
os tipos de extensômetros, suas aplicações, critérios de seleção, e a desmistificação
da sua utilização. Na análise de tensões por extensometria, o sistema de medição é
formado basicamente de sensores de deformação, o extensômetro de resistência
variável, que converte deformação mecânica em variação da resistência elétrica. Estes
extensômetros são montados em um circuito elétrico, a ponte de Wheatstone, que é
capaz de realizar a medição de variação de resistências elétricas em seus braços do
circuito. O vídeo extensômetro é um equipamento que possibilita calcular o
alongamento de um corpo de prova durante um ensaio de tração através de
Processamento Digital de Imagens particularmente adequado para testes em
amostras de elevado alongamento para determinação do alongamento na carga
máxima e / ou ruptura. Essa ferramenta se torna muito útil em situações em que se
quer gerar gráficos computadorizados.

Palavras-chave: Extensômetro. Vídeo Extensômetro. Deformação. Medição.

1 INTRODUÇÃO

Hoje em dia existe uma gama de transdutores e condicionadores de sinal, capazes


de fazer medições variadas. Na área de Engenharia de Materiais esses dispositivos são
muito importantes para sabermos as respostas dos materiais frente a diferentes esforços,
por exemplo.
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A partir desses dados de deformação e resistência é que os engenheiros de


materiais podem avançar em pesquisas e desenvolvimentos de novos materiais, novas
aplicações e novas tecnologias, exigindo materiais que suportem altas resistências e
sejam confiáveis.
Existem vários tipos de extensômetros, como os extensômetros mecânicos, que
medem deformação pelo deslocamento de suas garras, os extensômetros elétricos ou
eletrônicos, que medem deformação do material pela variação da tensão elétrica gerada
e extensômetros a laser e vídeo extensômetros, que daí são extensômetros sem contato
no material.
Um dos mais utilizados para essas medições são os extensômetros eletrônicos,
Strain Gauge, muito usados nas células de carga, por exemplo.
A proposta deste trabalho é estudar os conceitos aprendidos em sala de aula no
que diz respeito a esse extensômetro, seu princípio de funcionamento, características,
entre outros, além de avaliar e propor outro transdutor capaz de fazer as mesmas
medições de deformação do Strain Gauge. O escolhido foi o Vídeo extensômetro.

2 REFERENCIAL TEÓRICO

Extensômetros resistivos são transdutores de ampla utilização em Engenharia.


Tais sensores são empregados para a medição de movimentações de estruturas
mecânicas, prestando-se também para o desenvolvimento de ferramentas específicas
de medição como células de carga. Os extensômetros baseiam-se na variação da
resistência de um condutor elétrico quando submetido a uma deformação mecânica
(Oliveira, 2002).
A extensometria é uma técnica utilizada para a análise experimental de tensões e
deformações em estruturas mecânicas e de alvenaria. Essas estruturas apresentam
deformações sob carregamento ou sob efeito da temperatura. É importante conhecer a
extensão destas deformações que muitas vezes precisam ser monitoradas
constantemente, o que pode ser feito de diversas formas. Algumas são o relógio
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comparador, o detector eletrônico de deslocamento, por camada frágil, por


fotoelasticidade e por strain-gauge. (SOUZA, 1998).

2.1 Extensômetro - STRAIN GAUGE

Os extensômetros ou strain gauges são sensores que são colocados na superfície


de uma peça e medem a deformação diante da aplicação de um carregamento.
As deformações que ocorrem na peça são medidas pelo extensômetro, essas
deformações medidas são normalmente pequenas, produzindo variações no sinal
elétrico nas mesmas proporções. Na análise de tensões por extensometria, o sistema de
medição é formado por sensores de deformação, o extensômetro de resistência variável,
que converte deformação mecânica em variação da resistência elétrica. Estes
extensômetros são montados em um circuito elétrico, a ponte de Wheatstone.
A ponte de Wheatstone é um circuito clássico usado para determinar resistências
desconhecidas. O circuito clássico está representado na Figura 1.
Figura 1: Ilustração da ponte de Wheatstone

Fonte: PONTE WHEATSTONE,2018.


A ponte de Wheatstone pode ser montada de diversas formas (¼ de ponte, ½
ponte, ponte completa e ½ ponte diagonal) dependendo do número de extensômetro
utilizados. O circuito é alimentado por uma corrente elétrica, através de uma fonte de
energia. A variação da resistência elétrica do extensômetro, em função da deformação,
provoca um desequilíbrio na ponte. Ocorre uma variação de tensão de saída da ponte,
devido ao re-equilíbrio da ponte, que passa por um amplificador de voltagem, e é lido em
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uma placa de aquisição de dados. As informações coletadas pela placa, normalmente


são tensão elétrica, e possuem a unidade de mV. Esses dados podem ser processados
e transformados em uma grandeza de acordo com a necessidade dos usuários, como
micro deformação, tensão, força, dependendo do caso. Outros equipamentos podem ser
acoplados no sistema com intuito de reduzir os erros e agilizar o processo de medição.
O diagrama apresentado na figura 2 mostra um esquema básico de um sistema de
medição de extensômetros de resistência variável.
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Figura 2: Diagrama do sistema de medição para medição de deformação


através de extensômetros.

Fonte: GRANTE,2004

Os extensômetros fornecem um método excelente de converter deformações em


quantidade elétrica. As características das medidas com extensômetros são resumidas
abaixo:
- Alta precisão de medição;
- Pequeno tamanho e pouco peso;
- Excelentes respostas aos fenômenos dinâmicos;
- Fácil utilização desde que conhecida a boa técnica;
- Excelente linearidade;
- Medições possíveis dentro de uma ampla faixa de temperatura;
- Aplicáveis submersos em água ou em atmosfera de gás corrosivo desde que
utilizado tratamento apropriado;
- Usados como elementos transdutores para medidas de várias quantidades
físicas (força, pressão, torque, aceleração, deslocamento);
- Possibilita a medida em locais remotos; (ANDOLFATO, 2004)
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2.2 Vídeo Extensômetro

Esse equipamento é capaz de medir deformações sem contato no material e


apesar de ser um extensômetro, ele atua de forma diferente do Strain Gauge, pois, com
uma ou mais câmeras, mede através de imagens capturadas e auxílio de um software,
a deformação dos materiais. (GOUVEIA, 2013)
Como dito acima, ele faz um vídeo durante o teste no material, pois possui uma
câmera de alta resolução, que vai gravando durante o ensaio. Para funcionar se faz duas
marcas no material e se inicia o teste. Por meio de algoritmos as imagens são
processadas e localizadas os centros das marcas. A tensão é calculada pela separação
das marcas referentes às distâncias do inicio do teste.
Ou seja, o software associado garante que a distância entre
os alvos estão sendo medidos continuamente durante o teste; e o vídeo extensômetro
acaba atuando automaticamente como um "medidor de tensão" calculando diretamente
a extensão medida como uma porcentagem do comprimento original e só requer a
calibragem se for necessário obter valores de extensão reais.
Esses softwares também permitem fácil configuração, calibração e definição da
área de interesse. Além de que o reconhecimento das marcas e a medição da
deformação ocorrem automaticamente quando o teste é iniciado.
Rastrear o centro da marca já elimina elguns erros de alongamento das marcas
em grandes estricções. O comprimento também é medido para se ter a deformação.
Ele é mais preciso que outros extensômetros, além de poder ser utilizado em
várias condições adversas, como por exemplo, diferentes temperaturas e atmosferas,
embaixo de liquidos, etc, já que não vai em contato direto com o material.
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Figura 3: Esquema de funcionamento do vídeo-extensômetro

Fonte: GOUVEIA, 2013.

É importante salientar que o sistema de medição leva em conta o contraste de


cores também, portanto as marcas devem ser bem perceptíveis para serem capturadas
pelas imagens. Em ensaios de tração e compressão, o programa mede as distâncias das
marcas em pixeis, essa distância medida em tempo real é convertida e registrada a partir
dos parâmetros pré-definidos no programa do vídeo extensômetro, capaz de medir
tempo, comprimento, alongamento e deformação axial e transversal, coeficiente de
Poisson, etc. Importante salientar que para medir axial ou transversalmente seriam
necessárias duas câmaras, uma para cada sentido.
A câmera gera uma imagem de pixel digital no monitor e a placa de interface de
vídeo é capaz de resolver cada pixel em 256 tons de cinza, resultando em uma resolução
mínima melhor que 1: 196.608 (ou seja, 17 bits) do campo de visão da câmera. E esse
campo de visão depende da distância focal da lente ajustada e da distância da câmera
até a amostra.
A câmera também é equipada com um chip CCD (Charge Coupled Device) de alta
precisão, com muitos elementos fotossensíveis organizados como uma grade linear
precisa, capaz de confinar erros da medição aos defeitos da lente e a consistência da
distância entre a amostra e a câmera durante o teste. A precisão e a resolução
resultantes tornam o sistema adequado para a medição de deformação da maioria dos
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materiais durante os testes mecânicos, bem como muitas outras aplicações.


(MESSPHYSIC)

Figura 4: Software

Fonte: MESSPHYSIC

Os pontos na borda anterior ou posterior a marcação da peça selecionados pelo


vídeo extensômetro são mostrados no monitor e o operador confirma ou seleciona
manualmente os corretos, caso ter erros devido a uma iluminação incorreta,
configurações de lentes, etc..
Figura 5: Software

Fonte: MESSPHYSIC
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Outro recurso do vídeo extensômetro é a capacidade de processar sinais de vídeo


de várias câmeras ao mesmo tempo, o que permite uma ampla variedade de novas
aplicações interessantes que exigem medições em mais direções.

Vantagens:
- Preciso
- Não Contato
- Multidimensional
- Fácil de Usar
- Digital
- Comprimento do Calibre Compensado
Medindo a deformação diretamente, através da compensação do comprimento do
medidor, sem necessidade de calibragem.
- Medição de amostras com tamanhos e formas de difícil medição com outros
extensômetros, como folhas finas, compósitos, fios.

2.3 Software

3 CONCLUSÃO

Esta pesquisa fez uma análise sobre a utilização de extensômetros elétricos. Foram
analisados aspectos teóricos e aplicações práticas, assim como apontamentos da
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viabilidade de aplicações práticas e avanços nos sensores e nos equipamentos de


aquisição de dados. O conhecimento da variação da resistência elétrica de um condutor
já é conhecido desde o século XIX, desde então foram feitos estudos e avanços
tecnológicos muito significativos, principalmente no desenvolvimento de sensores
conhecidos como strain gages e equipamentos capazes de medir com precisão a
variação de sua resistência durante os esforços a que são submetidos. Desta maneira a
pesquisa visa esclarecer e demonstrar que a extensômetria elétrica na atualidade não
apresenta maiores dificuldades para ser implementada. A aplicação do sistema de
medição por vídeo extensômetro em relação ao extensômetro tradicional, é intrusivo ao
material, facilita leituras de deslocamentos em ensaios de ruptura de materiais, desde o
início dos ensaios até à ruptura do material, sem haver paragem para retirar o
extensômetro.

4 REFERÊNCIAS

ANDOLFATO, R. P.; CAMACHO, J. S.; BRITO, G. A. 2004. Extensometria básica.


Disponível em <http://www.feis.unesp.br/Home/departamentos/engenhariacivil/
nepae/extensometria-basica.pdf> Acesso em: 15 de novembro de 2018.

GOUVEIA, C.N.F.; Medição do Módulo de Elasticidade com Recurso à Videogrametria-


Comparação com a Técnica Tradicional. Universidade da Madeira, Setembro de 2013.
Disponível em: <https://digituma.uma.pt/bitstream/10400.13/1191/1/Mestrado
CarlosGouveia.pdf>. Acesso em: 02 de novembro de 2018.

GRANTE. Apostila de extensometria. 2004. Disponível em <


http://grante.ufsc.br/download/Extensometria/SG-Apostila.pdf> Acesso em: 15 de
novembro de 2018.
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MESSPHYSIC. Video extensometer me 46 visual strain with digital image processing.


Disponível em: <http://www.messphysik.com/fileadmin/messphysikdaten/Download/
Video_extensometer_en.pdf>. Acesso em: 02 de novembro de 2018.

PONTE WHEATSTONE. 2018. Disponível em:


<http://www.labs.eletrica.unir.br/uploads/41414141 /arquivos/ARQUIVOS%20ELETR
ONICA%20II/LAB_ELETRON_II_LAB1_Ponte_Wheatstone.pdf>. Acesso em:
15/11/2018.

SOUZA, Sérgio Augusto. Ensaios mecânicos de materiais metálicos fundamentos


teóricos e práticos, 5 edição.

ZWICK. The Video Extensometer – How they work. Sensorland.com. Disponível em:
<http://www.sensorland.com/HowPage050.html>. Acesso em: 02 de novembro de 2018.

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