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Resfriado comum

Resfriado comum

É a doença infecciosa de vias aéreas superiores mais


comum, também denominada rinofaringite aguda.

Agentes:
rinovírus, coronavírus, vírus respiratório sincicial (VRS),
parainfluenza, influenza, coxsackie e adenovírus.

Transmissão:
gotículas produzidas pela tosse ou espirros, ou pelo
contato de mãos contaminadas. O período de incubação é
de dois a cinco dias.
Sinais e sintomas:
dor de garganta, coriza, obstrução nasal, espirros, tosse
seca e febre. Alguns tipos de vírus podem causar diarreia.
Os lactentes podem evoluir com inquietação, choro fácil,
recusa alimentar, vômitos, alteração do sono e
dificuldade respiratória por obstrução nasal. Em crianças
maiores pode ocorrer cefaleia, mialgia e calafrios

Exame Físico:
congestão da mucosa nasal e faríngea, hiperemia das
membranas timpânicas.
Prognóstico:
Geralmente autolimitada, com duração de 5 a 7 dias.

Podem ocorrer complicações bacterianas, sendo as mais


frequentes a sinusite e otite por obstrução dos óstios dos
seios paranasais e tubária, devido ao processo inflamatório
da mucosa nasal.

*Persistência da febre além de 72 horas – complicações.

Diagnóstico:
é essencialmente clínico, a identificação dos vírus só é
solicitada em situações de epidemias
Tratamento:
repouso, hidratação, higiene e desobstrução nasal
com solução isotônica nas narinas, antitérmicos e
analgésicos.

Analgésicos/antitérmicos:

Dipirona, Paracetamol.

Descongestionantes nasais:
Sorine®
Decongex ® (maleato de bronfeniramina + cloridrato
de fenilefrina)
Faringite
Laringite
Tonsilite
Faringite: é o acometimento infectoinflamatório da
parede posterior da orofaringe.

Etiologia: adenovírus o mais frequente.

Sintomas: estão associadas a dores de garganta,


odinofagia (dor à deglutição), desconforto local,
sensação de dificuldade respiratória, coriza e tosse; além
de manifestações extrafaríngeas, como mal estar,
adinamia, inapetência, sialorreia, febre, manifestações
nasais e otalgia. Ao exame clínico observa-se hiperemia
difusa da mucosa da orofaringe, edema, granulações
linfóides e adenopatia inflamatória cervical. Em raros
casos, pode ocorrer diarreia, desidratação e exantema.
Laringite viral:

inflamação da porção subglótica da laringe, que ocorre


durante uma infecção por vírus respiratórios.

Etiologia: os vírus mais frequentes são o parainfluenza I e II


e o VRS. Período de incubação: 2 a 6 dias
Laringite viral:
corticosteróide:

Habitual:

Prednisolona xarope - 3mg/ml


(0,14 a 2 mg/kg de peso por dia)

Adulto:

Prednisolona 20mg comp.


1 comp. 3 a 4 x/dia.
Epinefrina (ampola 1mg/ml)

Posologia via inalatória: 3 a 5 ml.


Sinusite
Rinite
Tosse improdutiva
Sinusite ou Rinossinusite

todo o processo inflamatório que acomete a mucosa nasal e


dos seios paranasais seja de etiologia viral, bacteriana.

Etiologia:
A grande maioria dos casos bacterianos são causados por S.
pneumoniae , H. influenzae e M catarrhalis. Uma minoria
significante de infecções agudas, aproximadamente 7% (6% a
10%), são causadas por bactérias anaeróbias. Dentre elas
estão os Peptostreptococcus, Bacterióides e Fusobacterium, e
são geralmente associadas com infecções dentárias.
Sinusite viral X sinusite bacteriana

Coriza clara e aquosa acontece em processos virais ou


alérgicos

Coriza vai se tornando mucopurulenta ou purulenta


(amarelo esverdeada) pensa-se em processo bacteriano.
TRATAMENTO:

- Hidratação adequada, umidificação do ambiente e evitar


exposição a agentes que causem alergia.

- Lavagem nasal com solução salina


- Sprays nasais com corticosteróides:

Mometasona, beclometasona, budesonida triancinolona e


fluticasona.
- ANTIBIOTICOTERAPIA

rinossinusite bacteriana aguda.

Amoxicilina
se não houver melhora do quadro clínico em 4 a 5 dias,
substituir Amoxicilina + Clavulanato ou Cefprozil.

Alérgicos a penicilina e/ou cefalosporinas, pode-se utilizar


Claritromicina, Clindamicina, Gatifloxacina ou
Moxifloxacina
RINITES

Inflamação e ou disfunção da mucosa de revestimento


nasal, e é caracterizada por alguns dos sintomas nasais:
obstrução nasal, rinorréia anterior e posterior, espirros,
prurido nasal e hiposmia.
Tratamento rinite

1. anti-histamínico: (hidroxizina, dexclorfeniramina,


fenotiazina) atravessam a barreira hematoliquorica,
causam sedação.
2. anti-histamínico: (loratadina, cetirizina, levocabastina,
azelastina, epinastina, ebastina, fexofenadina, e outros)
tem efeito mais prolongado, menor penetração no
sistema nervoso central e mínimo efeito anticolinérgico.

Podem causar nervosismo, insônia, irritabilidade e


palpitação.
Tratamento rinite

Maleato de dexclorfeniramina (anti-H1)


Solução Oral 2 mg/5 ml

Posologia

- Adultos e crianças maiores de 12 anos: 5mL 3 a 4 vezes


por dia. Não ultrapassar a dose máxima de 12mg/dia (ou
seja, 30mL/dia).
- Crianças de 6 a 12 anos: 2,5mL três vezes por dia. Um
máximo de 6mg diários (ou seja, 15mL/dia).
- Crianças de 2 a 6 anos: 1,25mL três vezes por dia. Um
máximo de 3mg diários (ou seja, 7,5mL/dia).
Tratamento rinite

Maleato de dexclorfeniramina (anti-H1)


Comp. 2mg

Posologia:
- e crianças maiores de 12 anos: 1 comprimido 3 a
4 vezes por dia. Não ultrapassar a dose máxima
de 12mg/dia (ou seja, 6 comprimidos/dia).
- Crianças de 6 a 12 anos: 1/2 comprimido três
vezes por dia. Um máximo de 6mg diários (ou
seja, 3 comprimidos/dia).
3. Cromoglicato dissódico: uso nasal tem ação
antiinflamatória. Mínimo 4 aplicações ao dia, inicio lento do
efeito ( 2 a 4 semanas).

Solução Nasal 40mg/mL.

- Crianças maiores de 2 anos de idade: uma aplicação em


cada narina de 2 vezes ao dia, ou a critério médico.
- Adultos e crianças acima de 12 anos de idade: uma
aplicação em cada narina de 2 a 4 vezes ao dia, ou a
critério médico.
3. Cromoglicato dissódico intranasal :

Mecanismo de ação:
Inibição da degranulação de mastócitos sensibilizados,
consequentemente prevenindo a liberação dos
mediadores da resposta alérgica imediata e da
inflamação alérgica. Esta droga tem mecanismo de
ação único, e sabe-se que não tem efeito
broncodilatador, anti-histamínico ou ações anti-
inflamatórias diretas.
4. Corticóides tópicos nasais são eficazes para o alivio
de todos os sintomas da rinite alérgica.
Corticóides tópicos:
Tosse

A tosse é resultado de um estímulo ou reflexo de proteção


causada quando a via aérea está irritada ou obstruída, com
objetivo de remover secreções ou corpos estranhos, para
que a respiração ocorra normalmente (BLENKINSOPP,
PAXTON, BLENKINSOPP, 2005; BRASIL, 2010).
Classificação tosse:

Aguda: é a presença do sintoma por um período de até três


semanas.
Subaguda: tosse persistente por período entre três e oito
semanas.
Crônica: tosse com duração maior que oito semanas.
Critérios de encaminhamento médico

Paciente gestante e lactente, paciente com menos de 2 anos


de idade, tosse que persiste por mais de uma semana ou é
recorrente, sintomas que indicam irritação brônquica ou
irritação de garganta menor associada a resfriado comum ou
inalação de irritantes, presença de febre, alergia ou dor de
cabeça, paciente com doença pulmonar obstrutiva crônica
(DPOC), asma ou enfisema ou acompanhada de catarro
excessivo, se a tosse está relacionada ao cigarro ou se existe a
suspeita de que algum medicamento possa ser responsável,
se faz uso de antidepressivos IMAO (inibidores da
monoaminooxidase) e se o paciente apresenta tosse
produtiva que causa dificuldade para dormir (FINKEL, PRAY,
2007).
Ações terapêuticas:

- Supressor ou antitussígeno são usados para tratar


tosse não produtiva ou seca, atuando ao nível central
deprimindo o centro bulbar que controla o reflexo da
tosse.
- expectorantes estimulam movimentos ciliares
impulsionando a secreção até a faringe e eliminando
o muco, por ação irritante da mucosa brônquica.
- mucolíticos liquefazem o muco, deixando-o mais
fluído e mais facilmente eliminado (Truven Health
Analitycs, 2017a).
- β2 adrenérgicos além de sua ação broncodilatadora,
também auxiliam na expectoração por aumentar os
batimentos ciliares.
(sedativos de tosse narcóticos)

Antitussígeno de ação central

- Belacodid Xarope

fosfato de codeína 0,004 g; citrato defenetilamina


0,005 g; timolsulfonato de trietanolamina 0,150 g;
pentetrazol 0,008 g, nitr. de metil-homatropina
0,0002 g.

Fármacos narcóticos possuem a propriedade de


bloqueio da via aferente da tosse.
Interações
Fitoterápicos na tosse

- Thymus vulgaris, Malva sylvestris (malva) e Sesamum


indicum (Natural Medicines®)

- Ulmus rubra e a cânfora são apresentadas na base de


dados AltMedDex, com indicação para tosse.

- Tussilago farfara (Wu et al., 2016; Truven Health


Analitycs, 2017b).

- Mikania glomerata (guaco), Glycyrrhiza glabra


(alcaçus), Justicia pectoralis (chambá), Mentha
pulegium (poejo), Sambucus nigra (sabugueiro)
Tratamento não farmacológico da tosse

• hidratação, pois a água hidrata os pulmões a ajuda na


formação de muco e sua expulsão.
• ingestão de bebida quente – calmante
• mel - reveste a mucosa aliviando a irritação (ODUWOLE
et al., 2014).
• Pastilhas não medicamentosas (Zemp et al., 1999)?
• Cessação tabágica (Sitkauskiene et al., 2007;
Sitkauskiene e Dicpinigaitis, 2010).

MEL: contraindicado em menores de 1 ano de idade, pelo


risco da ocorrência de botulismo intestinal (ANVISA, 2008)
Fonte: (Truven Health Analitycs, 2017b).
Referências

EJZENBERG, Bernardo. Há segurança com a nebulização de adrenalina?. J. Pediatr. (Rio


J.), Porto Alegre , v. 81, n. 4, p. 353-354, Aug. 2005 . Available from
<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S002175572005000500016&lng=e
n&nrm=iso>.accesson 24 July 2019. http://dx.doi.org/10.1590/S0021-
75572005000500016.
Pearlman NA, Conley D. Review of current guidelines related to the diagnosis and treatment
of rhinosinusitis. Current Opinion in Otolaryngology & Head and Neck Surgery. 2008. 16:226-
39.

ANVISA – Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Menores de um ano devem evitar o


consumo de mel. 2008. Disponível em:
http://www.anvisa.gov.br/divulga/noticias/2008/190808.htm. Acesso em: 09/06/2016.

CFF. Conselho Federal de Farmácia. Resolução Nº 586 DE 29 DE AGOSTO DE 2013. Regula a


prescrição farmacêutica e dá outras providências. 2013. Disponível em:
http://www.cff.org.br/userfiles/file/noticias/Resolu%C3%A7%C3%A3o586_13.pdf Acesso
em: 07/06/2016.

LUIZA, V. L.; GONÇALVES, B. C. A Prescrição Medicamentosa. In: FUCHS, F. D.;


WANNMACHER, L.; FERREIRA, M. B. C. Farmacologia Clínica: fundamentos da terapêutica
racional. 3ª.ed. Rio de Janeiro. Guanabara Koogan. 2006.

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