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Conteúdo produzido com base em aulas – Sofia Cabral de Siqueira Morais

 Peso

Etapas da avaliação O peso pode influenciar no surgimento de


certas patologias (obesidade, perda de peso
 Identificação
progressivo).
Consiste em identificar o animal pelo nome ou
 Utilização do animal
até mesmo pela pelagem. Sendo de suma
importância que se saiba a propriedade ou Algumas modalidades esportivas
região de origem desse. Visto que algumas desencadeiam uma maior quantidade de
patologias são mais comuns em certas regiões. estresse, o que pode também levar ao
surgimento de patologias.
 Espécie
Exame Clínico Geral
Algumas patologias são transmitidas entre
espécies diferente, porém algumas são  Anamnese (Queixa principal)
específicas dos equinos. Como por exemplo a
A observação do animal ao longo da anamnese
Mieloencefalite protozoária equina,
ajuda muitas vezes na identificação do
popularmente conhecida como BAMBEIRA.
problema e na sua solução. O equino sempre é
 Raça bastante alerta a tudo a sua volta, o que
provoca certos comportamentos. Porém
Determinadas patologias só vão afetar raças
alguns cavalos podem vim a apresentar
específicas, como é o caso da hipoplasia
alterações de consciência.
cerebelar. Que ocasiona uma diminuição das
células da região cerebelar e vem a ocasionar  Avaliação do nível de consciência
ataxia nesses animais. Vindo a acometer
Quando o nível de consciência está alterado
cavalos da raça Árabe.
percebemos alguns sinais, como:
 Sexo
 Cabeça baixa (animal bem apático).
Pode se ter ainda lesões neurológicas que  Posicionamento lateral das orelhas.
estejam relacionadas ao sexo, como por  Maior distanciamento entre as patas
exemplo a paralisia obstétrica materna. (membros), na tentativa de se obter
um maior equilíbrio.
 Idade
 Compressão da cabeça sobre a parede
Algumas patologias tendem a desenvolver-se ou objetos.
em animais jovens (doenças hereditárias e  Desvio lateral de cabeça.
inflamatórias/infecciosas. Devido à baixa  Posição tripedal (com um dos
imunidade), outras ocorrem mais nos adultos membros flexionados).
(doença degenerativa, neoplasias).
OBS: Em caso de alterações no nível de
consciência, tem que se colocar as luvas
imediatamente para se examinar o animal.

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 Alteração de locomoção  Lesão de neurônio motor inferior,


provoca paresia flácida.
Hipermetria: aumento das passadas,
relacionado a enfermidades cerebelar. Propriocepção

Hipometria: diminuição das passadas, Consiste no reconhecimento do animal em


relacionado a lesão de neurônio motor relação a suas passadas e seus membros. Um
superior. dos testes que podem ser feito para avaliação
do cavalo, é colocar um dos seus membros em
OBS: É importante se avaliar o cavalo andando
cima de uma lona e puxa-la no intuito que o
em linha reta (tanto indo, como vindo),
animal consiga remover o seu membro.
observando regiões de garupa.
Posteriormente se faz outro teste cruzando os
Os equinos quando apresentam problemas membros do animal, com a intenção que ele
motores nos membros pélvicos, eles tendem a ajuste os membros.
elevar a cabeça e virar para o lado oposto ao do
Paresia
problema.
É entendida como uma paralisia momentânea,
A primeira avaliação do locomotor deve ser
sendo ocasionada por lesão mesocefálica.
feita com o animal andando em linha reta (indo
Levando o cavalo a desenvolver:
e vindo), posteriormente se faz o mesmo,
porém em trote (movimento mais acelerado).  Sonolência (comatoso ou
Caso o animal não venha a desenvolver nada, é semicomatoso)
indicado que o mesmo galope e  Pupilas dilatadas ou semi dilatadas,
posteriormente que se realize movimentos em com baixa resposta a luz.
círculos. Vale ressaltar que muitas das
Pares de nervos cranianos
alterações são percebidas apenas quando o
animal já começa a desencadear um certo nível É importante os conhecer, visto que são
de estresse. necessários em certos exames
As alterações de locomoção podem estar  Olfatório (I)
relacionadas e ser entendidas como:  Óptico (II)
 Oculomotor (III)
 Fraqueza ou paresia
 Troclear (IV)
 Desgaste de pinças
 Trigêmeo (V)
 Tropeço
 Abducente (VI)
 Movimentações em círculo
 Facial (VII)
IMPORTANTE  Vestibular (VIII)
 Glossofaríngeo (IX)
 Lesão de neurônio motor superior,
 Vago (X)
provoca paresia espástica.
 Acessório (XI)
 Hipoglosso (XII)

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É uma doença tóxico infecciosa altamente fatal, aumentam a pressão arterial e frequência cardíaca
que geralmente “excita” o animal. Gerando alguns do animal.
sinais clínicos, como:
O tétano apresenta um período de incubação que
 Hiperestesia/ hiperreflexia pode variar de semanas a meses. A bactéria
 Rigidez muscular apresenta uma espécie de capsula que a reveste,
 Espasmos tônicos conferindo a mesma essa possibilidade de
permanecer tanto tempo no solo.
Etiopatogenia
Identificar o ponto de entrada da bactéria é de
Ocasionado pelo Clostridium tetani (muito
suma importância, visto que enquanto essa
encontrado nas fezes dos cavalos e de outros
permanecer no ambiente anaeróbico dentro do
animais). Essa bactéria necessita de um ambiente
corpo do animal, mais toxinas serão liberadas.
anaeróbico (sem oxigênio) para liberar as suas
toxinas. Transmissão

Quando ocorre um corte no cavalo, ao ter contato A bactéria Clostridium tetani geralmente entra no
com o solo infectado pelas suas fezes, o organismo animal através de lesões ou ferimento
clostridium acaba infectando o corpo. Na encontrados na pele. Por ser uma bactéria
cicatrização e consequentemente formação do encontrada em solos e fezes dos animais, a
tecido de granulação, o ambiente se torna contaminação é facilitada.
anaeróbico.
Sinais clínicos
Ocorrendo assim a liberação das toxinas
 Ansiedade/inquietação
(tetanolisina/ tetanoespasmina/toxina não
 Aumento do tônus muscular, tremores
espanogênica). Essas por sua vez ganham a
(mioclonia).
corrente sanguínea, vão para medula, encéfalo e
 Hiperestresia/hiperreflexia
afetam as junções neuromusculares. Onde vão
 Febre alta (em decorrência da infecção
atuar sobre o inibidor da acetilcolina
instalada)
(acetilcolinesterase e lisina), atuam no limiar de
 Protrusão da terceira pálpebra
excitação do animal. Provocando contrações
 Rigidez muscular focal (trismo- o animal
tônicas/ espasticidade muscular, aumento da
não consegue abrir a boca) ou difusa.
salivação, “cauda de bandeira”.
 Orelhas e base da cauda eretas
 Sendo de suma importância o uso  Narina dilatadas (na tentativa de capitar
miorrelaxantes, como: Acepromazina, mais oxigênio).
Xilazina e Detomidina.  Postura de cavalete (o animal se coloca
nessa posição afim de abrir a cavidade
A acepromazina tem ação de miorrelaxamento,
torácica e assim ter mais espaço para
atuando como vasodilatadora periférica. O que é
captação de oxigênio)
excelente para o tétano, visto que aumenta a
 Sudorese profunda (perca de eletrólitos e
oxigenação periférica. Resultando na morte do
água, levando a um quadro de
clostridium tetani.
desidratação e consequentemente a
OBS: Deve-se tomar cuidado com o coração do perda de energia, em decorrência da
animal, visto que a maioria dos miorrelaxantes rigidez da musculatura).
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 Convulsão e/ou coma A glicose deve ser administrada por último visto
 Morte por asfixia que essa aumenta a diurese, vale ressaltar que a
mesma não deve ser ministrada de forma rápida.
Diagnóstico
Pois provoca hemólise, o que piora ainda mais a
É dado com base na anamnese e nos sinais clínicos troca de oxigênio do animal.
(protrusão da 3° pálpebra, andar rígido). Por se
Na terapia reparadora (fluidoterapia), em alguns
tratar de uma infecção, depois de um tempo e de
casos pode se usar cateter (14/16) em uma
acordo com a proliferação bacteriana, os níveis de
velocidade rápida. Quando o animal estiver com
leucócitos tendem a subir (leucocitose).
problemas para defecar pode se realizar enema.
Tratamento Que consiste na sondagem retal com água morna,
com a função de lubrificar as fezes ressecadas.
Relaxamento muscular: é a primeira medida a ser
promovida, através dos miorrelaxantes. A fluidoterapia deve ser administrada a favor da
corrente sanguínea, afim de não causar hemólise
 Acepromazina: é um vasodilatador e de se evitar a formação de trombos.
periférico, o que auxilia na morte da
bactéria, visto que aumenta o oxigênio. Antitoxina: neutraliza a toxina -> Soro
Pode administrado pelas vias: EV, IM e SC, antitetânico.
dependendo do tempo de ação desejado.
 Sistêmico: administrado por via
 Xilazina
endovenosa (200 000 UI)
 Detomidina
 Raquidiana (100 000 UI)
Água oxigenada: deve ser administrada no local  Local: infiltração em torno da lesão. Nesse
da lesão onde foi a porta de entrada para a caso pode se utilizar somente o pó do
bactéria. Por se tratar de uma bactéria anaeróbica, soluto no local.
ao se colocar água oxigenada no local acaba
OBS: Cada frasco de soro contém 5 000 UI
matando a mesma.
Combate a infecção: realiza-se a administração de
Uso de algodão na orelha: com o intuito de se
Penicilina G. Procaína (40.000 UI/Kg), pela via
diminuir os ruídos e consequentemente deixar o
intramuscular.
animal mais calmo.
Toxinas liberadas pelo C. Tetani
Anticonvulsivantes: pode ser administrado nos
casos mais graves (Diazepan). Tetanolisina: ocasiona a disseminação da infecção
a medida que se aumenta a necrose tissular local.
Fluidoterapia reparadora: Na busca de reidratar o
animal. Iniciando a hidratação com solução de Tetanospasmina: desencadeia os sinais do tétano.
NaCl 0,9 %. Posteriormente se usa o Ringer com
lactato para repor a perda dos eletrólitos e por fim
se usa o soro glicosado para repor a energia do
animal.

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Consiste em um processo degenerativo do sistema  Cegueira


nervoso, sendo caracterizado pelo  Disfagia/paralisia faríngea (não consegue
amolecimento/liquefação da substância branca do deglutir)
encéfalo.  Bioquímica hepática alterada (AST, GGT,
LDH, ALT, FA).
Quando ocorre lesão que destrói apenas a camada
 Paresia pélvica
de mielina, com o uso da vitamina B1 (tiamina) o
 Decúbito lateral (movimentos de
animal apresenta melhora. Diferentemente de
pedalagem, coma e morte).
quando se ocorre a destruição da comunicação do
 Formação de calha na língua/sialorréia
axônio por completo.
espumosa.
Etiologia
Diagnóstico
A leucoencéfalomalácia se dar pela ingestão de
Inclui o histórico clínico do animal (alimentação
micotoxina, produzida pelo FUSARIUM
com milho), exame toxicológico do alimento,
MONILIFORME presente em milho mofado.
bioquímica sérica (hepática). Devendo ser
realizado o diagnóstico diferencial entre tétano e
raiva.

Tratamento

O tratamento é sintomático, ou seja, consiste em


tratar os sintomas e observar se existe melhoras.
Caso ocorra, a camada de mielina danificada está
sendo reconstruída.

 Repouso e condições adequadas


Patogenia (alimentação, cama)
 Administração de Tiamina (Vit B1): atua
Ocasiona edema perivascular hepático,
na reconstituição da mielina. DOSE: 3 a 5
resultando em uma hepatopatia fatal e
ml ao dia, durante 5 a 10 dias (caso o
consequentemente em uma falta de
animal tenha melhora)
metabolização dos compostos. Levando ao
 Dexametasona: excelente principalmente
acúmulo de substâncias tóxicas no organismo
quando se tem edemas. OBS: não deve ser
como NH3 (amônia), que migra para o encéfalo,
administrada durante muito tempo, pois
assim como a micotoxina em si e provoca essa
causa imunodepressão.
necrose liquefativa progressiva da substância
DOSE= 0,25 a 0,5 mg/kg (de preferência
branca.
pela via intravenosa). Lembrando de
Os sinais neurológicos apresentam surgimento realizar o desmame!
variável, aparecendo semanas ou meses após a  Eliminação do conteúdo entérico
ingestão da toxina. (purgante oleosos/ laxantes): esses vão
estimular a eliminação do fungo.
Sinais clínicos  Terapia reparadora: FLUIDOTERAPIA
 Fraqueza/depressão

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Prognóstico Prevenção

Varia de reservado a ruim É dada por meio do armazenamento criterioso de


grãos/concentrados.

É uma neuropatia infecciosa de caráter letal, que nível de estresse auxilia no aparecimento dos
afeta tanto potros como também animais adultos sinais clínicos.
e que possui uma evolução de semana a meses.
Sinais clínicos
Essa por sua vez é conhecida popularmente como
“bambeira”.  Incoordenação
 Monoparesia
As raças mais acometidas são PSI e quarto de
 Paresia – Paraplegia de homólogos
milha, em decorrência do crescimento rápido.
 Ataxia simétrica, fraqueza, atrofia dos
Associada também com a baixa da imunidade
membros pélvico (afetando: quadríceps,
(Imunossupressão).
glúteos, m.
OBS: essa baixa pode ser decorrente do uso de infraespinhoso/supraespinhoso).
corticoides.  Sinais cerebelares/tronco
encefálico/núcleos de nervos cranianos
Etiologia
(depressão, disfagia, cegueira, ataxia,
A mieloencefalite protozoária equina é provocada paralisia facial).
pelo protozoário Sarcocystis neurona, um oocisto  Protrusão, paralisia flácida/atrofia da
esporulado que ganha o epitélio intestinal do língua
roedor (reservatório). Posteriormente esses são  Atrofia do m. masseter e temporal (em
eliminados, contaminando assim os alimentos, a decorrência de lesões no nervos
águas, os pássaros e consequentemente os cranianos), geralmente assimétricas.
equinos.  Diminuição das respostas sensoriais
contralaterais a lesão.
A partir da ingestão dos esporocistos infectantes,
esses vão penetrar no epitélio intestinal e no Forma crônica: forma mista (atinge a região
endotélio vascular de vários órgãos. Onde migram cefálica e muscular)
para alguns órgãos, a forma de merozoítos tem
 Ataxia simétrica
predisposição pela musculatura esquelética e
 Hipometria
cardíaca.
 Inclinação corporal
Manifestações clínicas  Ambulação em círculo (geralmente ocorre
para o lado contrário da lesão)
São bastante variadas em decorrência do
Sarcocystis pegar a corrente sanguínea, podendo Obs: atrofia quadríceps femoral.
levar a quadros de lesões focais ou multifocais
Diagnóstico
(manifestações clínicas mais severas).
Geralmente o diagnóstico é presuntivo, sendo
Os sinais podem ser abruptos ou insidiosos (se
baseado nos sinais clínicos e nas respostas
manifestam lentamente). Vale ressaltar que o
terapêuticas. Caso se obtenha essas respostas,

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pode se chegar ao diagnóstico de mieloencefalite  AINES: tem a função de diminuir a reação


protozoária equina. inflamatória, geralmente se faz a
associação dos anti-inflamatórios:
O diagnóstico definitivo se dar pela avaliação do
FLUNEXIN: 1,1 mg/kg pelas vias IM, SC ou
líquor (detecção de anticorpos) e de algumas
IV, BID)
alterações presentes nesse. Além de achados
FENILBUTAZONA (2 – 4 mg/kg, IV/SID)
histológicos compatíveis.
DIMETILSULFÓXIDO / DMSO (1g/kg,
Tratamento diluído em 10% da solução total (soro),
aplicado de forma lenta. Para cada 100 ml
Quando precoce tem eficácia de em torno 70%. de DMSO, usa-se 1L de soro
 PIRIMETAMINA: 1mg/kg, VO/ SID A fluidoterapia reparadora e de suporte é
 SULFONAMIDA: 15 a 20 mg/kg, VO ou importante de ser realizada. Vale ressaltar que a
VI/TID Dexametasona não pode ser utilizada, pois auxilia
 Vitamina E: 8000 UI/dia (excelente em no processo de multiplicação dos protozoários.
problemas musculares em cavalos),
podendo ser associado ao selênio.

É uma manifestação clínica de muitas entidade Essa estenose pode ser de forma funcional (se ver
patológicas que afetam a medula espinhal dos uma debilidade no movimento do cavalo) ou
cavalos, podendo receber o nome de: estática (alteração de falta de locomoção
absoluta).
 Mal formação vertebral cervical
 Incoordenação equina/potro Evolução
 Síndrome de Wobbler
 É de caráter progressivo, ao longo das
 Ataxia dos potros
semanas.
É uma patologia decorrente de uma compressão,  Geralmente os animais se apresentam
por estenose do canal vertebral ou ocasionada por mais parados, quietos.
uma mudança na articulação cervical.
ESTABILIDADE VETEBRAL DINÂMICA OU
Epidemiologia FUNCIONAL

 Mais comum em jovens potros (raça: PSI e Acomete potros de até 18 meses, ocasionada por
QM). uma subluxação (estreitamento do canal vertebral
 E em raças de crescimento rápido/bem durante uma flexão) ou por uma protrusão para o
nutridos interior do canal (levando a uma compressão da
 Podendo ser decorrentes de distúrbios de medula). Também pode ocorrer uma extrusão (se
cálcio e fósforo por exemplo. (Ideal: 2 Ca: tem a ruptura do anel fibroso e o núcleo pulposo
1 Fósforo). sai. Nesse caso não se dar para fazer correção
 Provocados também por exercícios cirúrgica). Podendo ser afetado as vértebras de C3
precoce e traumáticos a C5.

Podendo ser congênita/Genética ou adquiridas ESTENOSE VERTEBRAL OU ESTÁTICA


(desequilíbrio nutricional ou desenvolvimento
A estenose vertebral por neoformação, se dar
rápido), que provoca estenose ou desarticulação.
entre C5 a C7. Podendo encontrar animais de 1 a
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4 anos com essa patologia, na qual comprime o flexão e extensão anormais, abdução excessiva.
canal vertebral. Para confirmar todas essas manifestações clínicas,
se abre os membros do animal.
Manifestações clínicas
Tratamento
Dependendo do local e de como se encontra a
alteração cervical, essas manifestações podem ser Por se tratar de uma lesão cervical, na sua maioria
rápidas ou mais lenta. Onde o animal pode o tratamento é apenas cirúrgico.
apresentar:
Diagnóstico
 Restrição dos movimentos cervicais
É dado por meio da anamnese, sinais clínicos e
 Passos forçados
principalmente por exames complementares,
 Déficits proprioceptivos (manobras
como raio x e mielografia contrastada (utiliza-se
dificultadas)
meios de contraste dentro da medula, para avaliar
 Hipermetria (aumento das passadas)
se existe compressão ou não).
 Espasticidade (em decorrência disso, o
animal muitas vezes não consegue andar). OBS: Vale lembrar que ao colocar meio de
 Flexão de boleto contraste na medula, o bisel da agulha deve estar
 Postura anormais dos membros voltada para a parte caudal da medula. Além disso,
 Arrastamento das pinças dos cascos ao é importante que a cabeça do animal esteja
giro voltada um pouco para cima, afim de estimular o
meio de contraste a descer.
OBS: os membros pélvicos muitas vezes apresenta
uma incoordenação e ataxia simétrica, fraqueza,

Quando as afecções atingem esses sistema, uma Avaliação clínica


das principais queixas trazidas, é de que o animal
Na avaliação clínica do cavalo, alguns pontos
apresenta perda de performance. O aparelho
devem ser avaliados em relação ao aparelho
respiratório possui uma função muito importante,
respiratório.
esse capta o ar do ambiente para realizar a
hematose e consequentemente oxigenação do 1- Avaliação das narinas: se tem ou não presença
corpo. Para todas as reações químicas do de secreção, assim como o tipo de secreção
organismo, a oxigenação tem que estar adequada. presente.
Caso contrário, resultará em falhas dessas reações
e consequentemente perda de performance.  Serosa: secreção liquefeita, com o
objetivo de limpar a região interna da
Distribuição do sistema respiratório narina. Animais que consomem ração
farelada, tendem a apresentar essa
 Via aérea alta: Narinas, seios nasais,
secreção.
laringe, bolsa gutural e traqueia (via
 Mucosa: inicio de processo inflamatório.
cranial)
 Purulenta: normalmente esse tipo de
 Via aérea baixa: traqueia (via caudal),
secreção se relaciona com algum processo
brônquios, bronquíolos e alvéolos.
infeccioso (morte de leucócitos)
 Sanguinolenta: relacionada com traumas,
podendo ser resultante das vias craniais

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alta ou baixa (morte de alvéolos hemiplegia laríngea. Assim como também um


pulmonares) prolongamento do palato. Levando esses animais
 Muco purulenta: quando se tem a desenvolver a síndrome do cavalo roncador, que
associação tanto de processos é mais nítida quando o animal faz algum esforço
inflamatórios, como infecciosos. (diagnóstico confirmado através de endoscopia).
 Muco sanguinolenta: presente quando se
6- Traqueia: pode apresentar atrofia da
tem um processo inflamatório associado a
musculatura, deixando –a mais sensível a traumas.
alguma lesão.
Podendo ter também desvio de traqueia, sendo
 Sangue puro: presente em animais com
visível pelo não ingurgitamento da jugular.
morte de alvéolos, em decorrência do
aumento de esforço (sangue vivo). 8 – Edema ventral do tórax: em decorrência de
uma hipoproteinemia.
Vale ressaltar que é importante se observar se a
secreção é uni ou bilateral, assim também como o Os cavalos apresenta uma característica quando
odor. possuem problemas respiratórios de vias aéreas
craniais, que é o surgimento de uma linha quando
2- Avaliação da boca: algumas lesões dentárias
o mesmo apresenta depressão respiratória.
pode levar a quadros de sinusites.
Sinais de problemas na via aérea superior
3- Avaliação dos linfonodos: processos
inflamatórios causam o aumento, principalmente  Força do ar (maior em uma das narinas)
o submandibular e retrofaríngeo.  Odor (geralmente fétido)
 Secreção nasal (unilateral)
4- Avaliação ocular: consiste na avaliação quanto
 Barulhos (roncos)
a presença ou não de alguma secreção. Que
 Obstrução
muitas vezes pode levar a obstrução do ducto
 Tosse
nasolacrimal, sendo necessário se realizar a
limpeza desse. Quando é decorrente de problema Vias aéreas baixas
nasal pode ser feita a limpeza apenas com NaCl
0,9%, enquanto que em problemas oculares se  Letargia
associa o NaCl 0,9% com a gentamicina (10% da  Perda de peso
solução). Podendo se utilizar de cateter (18 ou 16  Febre
– apenas a parte flexível) ou sonda uretral.  Perda de apetite
 Secreção nasal bilateral
5- Avaliação da laringe: em algumas situações se  Força na respiração (formação da linha)
tem a atrofia das cartilagens da laringe, levando a  Taquipneia (respiração acelerada).
uma paresia ou paralisia conhecida como  Dor visceral

É um processo inflamatório da mucosa dos seios craniais, comum no seio maxilar em decorrência de
problemas dentários.

Etiologia  Secundária a periodontites de pré-


molares/molares.
 Ação traumática
 Sequela de doenças respiratórias craniais
e caudais (pneumonias)

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Patogenia Tratamento

Inicialmente se tem uma inflamação, que pode O ideal é que o tratamento seja o mais precoce
levar a uma proliferação bacteriana e acúmulo de possível (anti-infeccioso de amplo espectro e
exsudativo fétido. Quando não tratadas pode bactericida). Para combater a febre, usa-se
provocar: osteólise (destruição do osso), antipirético (dipirona) e anti-inflamatório
fistulação (comunicação da cavidade com o meio (flunixin, meloxicam) afim de reduzir a inflamação.
externo e osteomielite facial (infecção instalada
no osso).

Sinais clínicos

 Secreção nasal: purulenta, fétida,


uni/bilateral. Que tende a aumenta ao
abaixar a cabeça do animal.
 Sons maciço à percussão (na região
afetada). OBS: Em um animal saudável é
normal que esse som seja timpânico. É importante que se realize também a lavagem do
 Hipertrofia dos linfonodos regionais. ducto nasolacrimal, afim de prevenir que a
 Febre e alteração de apetite. inflamação se espalhe para essa região. Nos casos
mais crônicos é necessário que se faça a drenagem
Diagnóstico das secreções (trepanação – consiste na abertura
 Clínico: secreção nasal purulenta fétida, de um ou mais furos na região do seio nasal). E
sendo indicado a coleta do material para lavagem com NaCl para limpeza do seio nasal.
cultura. Figura 1 Procedimento de trepanação em equino, para
 Radiográfico: buscando lesão dentária, realização da limpeza do seio nasal
osteoporose do seio/osteólise.
 Laboratorial: cultura e antibiograma.

A faringite consiste em um processo inflamatório Sinais clínicos


que pode ser de origem primária, ou seja,
 Disfagia (dificuldade na deglutição) na
ocasionada pela agressão direta a faringe ou de
qual pode evoluir para um quadro de
origem secundária (decorrente de outras
anorexia.
patologias, como a sinusite)
 Sensibilidade na palpação da região
Etiologia  Tosse constante e improdutiva (sem
secreção)
O agente etiológico geralmente vai está associado
 Linfonodos retrofaringeos aumentados
com doenças respiratórias ou digestórias, assim
 Em casos que haja sinusite ou pneumonia
como traumas (passagem da sonda nasogástrica)
o animal pode apresentar tosse produtiva
e substância químicas irritantes (comum
secundaria a tais doenças
principalmente em potros).
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 Aumento de volume na região mandibular alimentação “farelada” algumas vezes


e/ou retrofaringea. ajuda.
 Secreção nasal  Diminuir a quantidade de milho fornecida
 Em casos graves/crônicos se tem (visto que esse é percursor da inflamação
regurgitação nasal, linfoadenomegalia nos e a aumenta a liberação de histamina)
retrofaringeos e mandibulares, além de  Inibir a inflamação usando AINES
febre. (meloxicam, fenilbutazona (SID, por no
máximo 5 dias, flunixin (SID/BID, por no
Diagnóstico
máximo 5 dias)
Consiste na anamnese (histórico de disfagia),  Reidratar e fazer tratamento de suporte
achados clínicos (tosse não produtiva e aumento  Fazer antibiograma e cultura para prever
dos linfonodos) e radiografia (espessamento de e tratar possíveis infecções
mucosas e aumento de densidade devido a lesão)  Fazer revulsão/agudização: consiste na
transformação um processo crônico em
Quando a secreção for unilateral, suspeita de agudo, aumentando a temperatura do
problema nas vias superiores, se for bilateral, local. Pode ser feito com compressa
suspeita de problema nas vias inferiores. morna e com substancias.
Para diferenciar uma sinusite de uma laringite,  Anti-sepsia local
podemos realizar uma percussão nos seios Dentre essas substâncias agudizantes, pode ser
paranasais e frontais. No casos de faringite, os utilizado:
sons não estarão alterados e ao baixar a cabeça do
animal, nos casos de sinusite é drenado mais  Iodo (2%, 10% ou 40% - quanto maior a
secreção. concentração do iodo, menos tempo deve
ficar no animal)
É importante se realizar os diagnósticos  Associação de Iodo 40% + Glicerina
diferencias para: obstrução faríngea ou esofágica,  Rivulsin e/ou Workalin (internacional)
paralisia faríngea e sinusite.
OBS: Quando feito a tricotomia da região, se tem
Tratamento: uma maior ação.
 Em casos agudo deve-se suspender a
alimentação por um período de 24 a 72 h
ou utilizar alimentação parenteral
(fluidoterapia). A troca por uma

É tida como uma incapacidade funcional por Sinais clínicos


comprometimento de neurônio motor, pode ser  Incapacidade de deglutição (disfagia)
lesão periférica ou central.  Ausência de dor e de contração (ao palpar
a região)
Etiologia
 Tosse e/ou regurgitação imediata
Essa paralisia pode ocorrer em decorrência de  Desidratação
uma encefalopatia traumática ou infecciosa, uma  Pneumonia por aspiração
lesão ou compressão do N. glossofaríngeo, assim
como por um traumatismo na base do crânio
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Diagnostico Consiste em um tratamento assintomático, deve


ser feita a reidratação do animal e se fazer uso de
Se dar pela anamnese, juntamente com os
fármacos com ação neurológica (tiamina – VIT. B1)
achados clínicos (exames laboratoriais podem
e anti-inflamatórios (meloxicam). Caso haja
indicar leucocitose e hipoproteinemia) e a
enfermidade primaria, tratar a mesma. O manejo
exclusão de outras causas.
ambiental é extremamente importante
Tratamento (higienização do paciente e do ambiente em que o
mesmo vive).

É uma enfermidade infectocontagiosa, na qual  Hipertrofia exagerada ou formação de


acomete o sistema respiratório e linfático abcessos nos L. retrofaringeos (uni ou
(cranioencefalico). Geralmente acomete potros e bilateral)
animais com baixa imunidade, onde o agente
Em casos graves o animal também pode
etiológico é a bactéria Streptococcus Equi.
apresentar dispneia, disfagia, cabeça estendida
Fatores predisponentes (na intenção de buscar oxigênio) e fistulação dos
linfonodos. Podendo se ter sequelas como:
Inclui estresse seja pelo clima, pela desmama, por
sinusite, empiema (congestão purulenta) da bolsa
transporte prolongado, superlotação de
gutural, paralisia do N. laríngeo recorrente (por
estalações ou exercício intenso.
compressão) e purpura hemorrágica (cavidade
O estresse é um fator que causa uma baixa da oral). Na sua maioria, as sequelas ocorrem nas vias
imunidade, assim como as viroses e parasitoses. aéreas craniais, mas a medida que se cronifica
migra para as vias aéreas caudais.
Transmissão
Diagnóstico
Pode ser direta ou indireta
Se baseia no histórico e nos sinais clínicos, assim
 O contato direto de animais sadios e como da realização de cultura, antibiograma e
doentes com secreções nasais e/ou orais. sorologia. A coleta desse material pode ser feita
 Contato indireto por vias iatrogênicas por punção de linfonodos e/ou secreção nasal.
(fômites infectados que são reutilizados
por tratadores) Tratamento
 Podendo ser transmitido também pela
Antibioticoterapia: Penicilina B 20.000 a 40.000
água (caso o potro esteja mamando ele
UI/IM. Se realiza a primeira dosagem e aguarda 72
pode levar essa contaminação para as
horas, visto que normalmente o volume do
tetas da égua, causando mastite) e por via
medicamento é alto, além disso ao esperar esse
trasnplacentaria
período se evita o surgimento de abcesso.
Sinais clínicos
EXEMPLO
 Anorexia
Supondo que o cavalo tenha 500 kg
 Febre (40 - 41°C)
 Descarga nasal e ocular 30.000 UI - 1 Kg
 Tosse
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X - 500 Kg Pode se utilizar o agudizante (iodo + glicerina,


água morna) – para promover fistulação ou
X = 15.000.000 UI será aplicado essa dosagem
facilitar a drenagem.
pela via IM, com intervalo de tempo de 72 horas.
Traqueostomia: Muitas vezes em decorrência de
1 frasco de penicilina possui 5.000.000 UI, com
uma hipertrofia dos linfonodos, se tem a
isso serão utilizados 3 frascos por dia
compressão da laringe e traqueia do animal,
Inalações úmidas (nebulização): Mucolítico, onde ocasionando asfixia. Com isso esse procedimento
ajudam a diminui a secreção mucosa. Facilitando se torna essencial para salvar o animal.
assim a respiração do cavalo.
Profilaxia
Uso de pomadas a base de Salicilato de Metila,
 Evitar aglomeração
essas vão ajudar na fistulação da região afetada.
 Estresse
 Cirúrgico: exérese (abertura de região  Contato direto ou indireto
para drenar o conteúdo)  Vacinação (a parti de 4 meses de vida)
 Drenagem de linfonodos retrofaríngeos,
A primeira vacinação é realizada a partir de 4
após o procedimento se coloca solução de
meses, com reforço após 30 dias da primeira
iodo – agulha 40 x 12 ou 40 x 16
dosagem. Posteriormente essa vacinação vai ser
repetida anualmente (pela via intramuscular ou
subcutânea).

Quando o fornecimento de oxigênio ao organismo Roncado: som principalmente expiratório de baixa


é prejudicada de alguma forma, o próprio frequência, associado a afecções do palato
organismo vai lançar meios de se ajustar a esse mole/ligamento ariteno-epiglótico.
processo.
Com a apresentação dos ruídos, o animal vai
Dentre esses ajustes, podemos citar: a dilatação apresentar perda de performance. Isso pode estar
da narinas, faringe e laringe, assim como a relacionado com a inspiração ou expiração do
extensão e alinhamento da cabeça e pescoço animal.
(buscando uma maior ventilação).
Com relação a ambos os sons, o mais prejudicial
Ruídos respiratórios para o animal será o roncado. Onde leva a um
acumulo de C02, por problemas na saída do ar, o
 Vão estar relacionados a patologias
que é tóxico para o organismo.
Chiado: som principalmente inspiratório de alta
frequência, associado a hemiplegia ou outras
afecções das aritenóides.

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(PM)
Nesse caso se tem margem livre do palato mole Diagnóstico
sobre a epiglote. Com isso o ar entra
É realizado com auxílio do endoscópio
normalmente, mas tem problemas na sua saída
(ocasionando acumulo de CO2). Nesse caso, o Correção
cavalo vai demostrar como sinal clínico o ronco.
Pode ser feita sem o uso de endoscópio, onde se
As principais causas dessa patologia são: seda o animal, usa o abre boca e com o auxílio de
uma áster cortante se faz a incisão do palato mole,
 Lesão do ramo faríngeo do N. Vago
expondo a epiglote. (A cabeça do cavalo deve ficar
 Atonia de epiglote
baixa, devido poder ocorrer sangramento nesse
 Cisto faríngeos.
processo).
Podendo ter correlação com causas inflamatórias,
tumoral, nervosa e genética (podendo ser
transmitido geneticamente).

Consiste no deslocamento desse ligamento e Correção


consequentemente prende a epiglote. Nesse caso
Se segura o ligamento próximo as junções das
tanto vai dificultar a entrada, como a saída do ar
cartilagens aritenóideas e posteriormente todo
(visto que causa uma diminuição do diâmetro).
ele é removido. Se torna um procedimento um
Esse aprisionamento do ligamento pode ocorrer pouco mais difícil, visto que se é necessário o uso
em decorrência de uma hipoplasia da epiglote do endoscópio.
(diminuição da epiglote) ou de uma inflamação
OBS: Pode ser realizado também apenas a ruptura
(geralmente associado a alimentação) que pode
desse ligamento
hipertrofiar esse ligamento.
Em casos de cavalo atleta é recomendado o
repouso de 30 dias, após o procedimento.

É uma paresia ou paralisia da musculatura da  Deficiência enzimática hereditária afeta


laringe, ocasionada por uma neuropatia do nervo vias neurais (n. laríngeo recorrente)
laríngeo. Com isso se tem o impedimento da  Flebite (inflamação de uma veia – Ex:
adução e a abdução das cartilagens aritenóides. jugular)
 Doença da bolsa gutural (em decorrência
Possíveis causas
de sua localização)
 Axoniopatia degenerativa progressiva
(deficiência de B1)
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 Encefalopatia hepática (pode promover Grau 4 – A cartilagem se encontra totalmente


alterações a nível do nervo laríngeo atrofiada (paralisia completa).
recorrente)
Correção
10-15% dos cavalos dos cavalos com hemiplegia
A partir do grau 3 pode-se indicar a cirurgia
laríngea apresentam algum grau de paralisia.
Onde cerca de 88-98% afetam a cartilagem Em casos de grau 4 se faz a remoção da cartilagem
aritenóide esquerda. atrofiada.
Classificação  Ventriculectomia: remoção total da
cartilagem
Essa classificação é realizada com base na
 Cordectomia parcial: remoção
movimentação da cartilagem. É utilizada a
parcialmente da cartilagem.
endoscopia para esse procedimento
Enquanto que nos casos mais simples, só se
Grau 1 – hemiplegia leve, quase imperceptível.
realização da fixação (aritenoideopexia).
Grau 2 – Se tem um problema na abertura da
cartilagem de forma mais inconsistente

Grau 3- Atrofia maior e consequentemente


abertura incompleta da cartilagem (movimento
menor da cartilagem)

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Avaliação da hidratação intoxicação por plantas cianogênicas,


intoxicação por nitratos e nitritos).
É realizada através da avaliação das mucosas, do
turgor cutâneo e da temperatura das Avaliação de secreções
extremidades. Com relação as mucosas, a
 Fluida (secreção aquosa e não patológica)
principal é a coloração. Na qual podemos
 Serosa um pouco mais consistente que a
classificar:
fluida, apresentando “fios”. Podendo
 Rósea pálida (normal) estar relacionada a quadros alérgicos ou
 Congesta (pode se refletir também na início de processos virais.
conjuntiva esclerótica, os vasos ficam bem  Mucosa Possui traços na coloração
calibrosos). esbranquiçado e/ou amarelados,
 Perlácea (não é totalmente branca) podendo ser decorrente de uma infecção
 Pálida (decorrente muitas vezes de bacteriana secundária/inflamação.
anemia, babesia, anaplasma, verminoses  Catarral (mais consistente e
– caprinos-infestação por haemonchus). esbranquiçadas que as anteriores. Muitas
das vezes está relacionada com o acúmulo
OBS: Qualquer processo sistêmico vai se refletir
de debris celulares ou material amorfos.
em todas as mucosas.
 Purulenta (relacionado aos quadros de
A mucosa oral pode ser avaliada também infecções bacterianas gerais, apresenta
utilizando o TPC (tempo de preenchimento secreção amarelada e muitas vezes o odor
capilar), avaliando a irrigação dos tecidos. A é fétido)
dificuldade em ruminantes se dar pela mucosa  Serosanguinolenta (muitas vezes está
superior, onde se localiza o coxim, ser associada a processos crônicos ou
pigmentada. obstrutivos).

Observando a mucosa oral, também é possível OBS: As secreções podem se enquadrar em mais
identificar a presença ou não de lesões, vesículas, de um tipo.
úlceras. Podendo ter se desenvolvido em
Avaliação dos linfonodos
decorrência da alimentação ou de processos
patológicos (febre aftosa, estomatite vesicular). Os linfonodos estão envolvidos tanto com o
Nos touros a mucosa prepucial pode ser avaliada. sistema imune, como com a drenagem do
organismos. Devendo ser avaliados em pares e em
As mucosas também podem ser classificadas em:
relação ao seu:
 Ictéricas: amareladas, podendo ser
 Tamanho: o aumento no tamanho pode
decorrente de crise hemolítica, doença
decorrer de alguma infecção.
hepática ou colestases (obstruções dos
 Consistência
ductos biliares).
 Mobilidade
 Cianóticas: Azuladas/arroxeadas, em
 Sensibilidade
resposta a um déficit na oxigenação.
 Temperatura
Podendo ser causada por diversos fatores
(em bovinos é bem comum em casos de

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Percussão auscultatória no flanco

Realizado em ambos os lados (direito e esquerdo),


além da palpação retal caso apresente alguma
alteração.

Avaliação da urina

Como aspecto, coloração, odor, fitas para


avaliação indireta (pH, presença de proteínas,
glicose, bilirrubina).

Semiologia do sistema nervoso


Embora não seja possível ver, palpar, ou auscultar
o cérebro. Podemos avalia-lo conforme a presença
de sinais e respostas a alguns estímulos.
Avaliação dos parâmetros vitais Geralmente afecções virais e aquelas que
Frequência cardíaca acometem o sistema nervoso, apresentam a
evolução dos sinais clínicos de forma rápida.
 Bovinos: 60 a 80 bpm
 Caprinos: 95 a 120 bpm Divisão do sistema nervoso
 Ovinos: 90 a 115 bpm Sistema nervoso central (SNC): composto por
Frequência respiratória cérebro, cerebelo, tronco encefálico e medula
espinhal.
 Bovinos: 10 a 30 mpm
 Caprinos: 20 a 30 mpm Sistema nervoso periférico (SNP): formado pelos
 Ovinos: 20 a 30 mpm neurônios motores superior e inferior, além dos
nervos periféricos.
Temperatura
OBS: O córtex occipital é extremamente
 Bovinos: Jovens 38.5 a 39.5° C e Adultos importante na clínica de grandes, estando
37.8° C a 39.5° C envolvido com a visão do animal.
 Caprino: Jovens 38.8° C a 40.2° C e Adultos
38.6 ° C a 40°C Distúrbios ligados ao cérebro
 Ovinos: Jovens de 39 ° C a 40 ° C e Adultos  Alterações no comportamento e no nível
de 38.5° C a 40° C de consciência característicos da espécie.
Movimentos ruminais  Pode possuir diversas origens (doenças
infecciosas, tóxicas)
O normal é de 2 a 3 movimentos a cada 2 minutos  Os sinais podem ser isolados ou em
(é comum de se observar o flanco distendendo, na associação com outros ligados as demais
lateral esquerda). Podendo se ter movimentos regiões do SN
completos ou incompletos, geralmente composto  Convulsões (atividades involuntárias,
por duas ondas e movimento de rolamento. podendo ser discretas ou não).

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Alterações no nível de consciência Intoxicação por Ipomoea asarifolia (salsa)

 Animal obnubilado (apresenta um nível de


consciência abaixo do normal)
 Depressivo
 Sonolência
 Estupor (quadro de intensa depressão,
muitas vezes o animal se apresenta em
decúbito)

Distúrbios ligados ao cérebro e cerebelo

 Posicionamento da cabeça e pescoço


 Diferentes níveis de opistótono (Alteração
Acomete a área do cerebelo atingindo os
na postura, com um certo grau de rigidez.
neurônios e células de purkinje. Provoca tremores
Na qual pode variar entre um quadro leve
de intenção, alterando totalmente ao posição da
a grave)
cabeça do animal. Levando a uma lesão de
 Comuns em quadros de intoxicação,
cerebelo irreversível, quando consumida pelo
tétano, meningites e entre outros.
animal de forma contínua por um período de 100
Distúrbios ligados ao cerebelo dias.

O cerebelo é responsável pelo equilíbrio e postura. Distúrbio do tronco encefálico


Com isso o animal pode vim a apresentar:
 Alteração motora de paresia (diminuição
 Alterações na marcha da contração muscular) e paralisia (perda
 Ataxia (falta de coordenação) total da contração muscular).
 Posicionamento da cabeça alterado  Alterações no nível de consciência.
 Tremores de intenção: intensifica quando  Síndrome vestibular (essa está
o animal é estimulado. (Comum em casos relacionada ao sistema vestibular,
de intoxicação por plantas) também interligada com o equilíbrio. Na
 Espasticidade (rigidez dos membros) qual tem componentes do ouvido interno,
 Dismetria (a pata se apresenta menor que tronco e cerebelo).
a outra)  Leva a alterações na função dos nervos
 Hipermetria (aumento das passadas) cranianos (10 dos 12 pares, exceto
 Postura em base ampla (em busca de um olfatório e óptico).
equilíbrio)
Avaliação dos nervos cranianos
Head tilt (inclinação da cabeça de forma discreta,
Nervo I (Olfatório): para avaliação se faz o
onde é possível observar ao se traçar linhas
fornecimento de alimentação ou de substâncias
imaginárias)
que exale cheiro (o animal não pode visualizar,
Head test (teste realizado por clínicos para saber para não comprometer).
se o animal tem acometimento do sistema
Nervos II, III, V, VI e VII (Óptico, Oculomotor,
nervoso e doença cerebelar. Onde se eleva a
Trigêmeo, Abducente e Facial): Se avalia a ameaça
cabeça do animal por cerca de 30 s a 1 min).
visual, reflexo pupilar, reflexo palpebral e reflexo
corneal.

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 Teste de visão: teste de obstáculos (em situação o oculomotor está acometido. (Problema
ambiente estranho), é tido como padrão de oculomotor)
ouro.
Nervos cranianos III, IV e VI (oculomotor, troclear
 Teste de ameaça: se avalia o N. Óptico
e abducente): ao avaliar o posicionamento do
(sensitivo) e N. Facial (motor).
globo ocular, é importante ter cuidado com o
Aproximando a mão do olho do animal,
posicionamento da cabeça do animal, na qual
sem encostar e sem provocar “vento”.
deve estar reta. Sendo interessante que o animal
 Reflexo pupilar: avalia se a pupila faz
fique malhado.
midríase e miose, N. Óptico (leva a
informação) e N. Oculomotor (recebe a  Estrabismo lateral
informação). O nervo oculomotor  Estrabismo dorsal
controla a pupila, é motor para a pálpebra  Estrabismo medial
superior e responsável pelo
posicionamento do globo. Nervos cranianos V e VII (trigêmeo e facial): o
 Reflexo palpebral: está envolvido nesse nervo trigêmeo possui a função sensitiva na face e
processo o nervo trigêmeo que é sensitivo motora para os músculos da mastigação).
para essa função e o nervo facial motor. Intoxicação por Prosopis Juliflora (Algaroba)
 Reflexo corneal: se toca na ponta do
globo ocular e esse tende a retrair. Quem
coordena essa função é o nervo
abducente.

A cegueira é um dos sinais clínicos mais


importantes vistos nas síndromes neurológicas,
podendo ser de diferentes tipos.

Cegueira central (com reflexo): o oculomotor está


ok, nesse caso se tem o acometimento do cérebro.
Como por exemplo nos casos de
poliencéfalomalácia (PEM). Essa patologia tem Quando consumida em grande quantidade (30%
várias origens e uma delas pode ser a deficiência da alimentação por mais de 5 meses), ocasiona
de vitamina B12. Ocasiona um edema no cérebro degeneração do ramo mandibular do nervo
que comprime o córtex occipital e esse para de trigêmeo, na parte motora. Resultando em
funcionar. (Problema de condução) paralisia flácida e atrofia muscular, popularmente
conhecido como síndrome da cara torta. Para
Cegueira de origem periférica (sem reflexo): lesão confirmação se realiza o teste do deslocamento da
no nervo óptico, quiasma ou retina. Nesse caso o mandíbula, que fica solta e relaxada.
oculomotor está ok, mas por falta de estimulo não
se tem reflexo. Pode ser ocasionado por Nervo VII (Facial): lesões nesse nervo vão
intoxicação por Closantel (vermífugo), quando ocasionar ptose de orelha, pálpebras, lábio. (Esses
administrado em alta dosagem. Ocasiona midríase ficam com aspecto de caídos).
permanente (cegueira bilateral irreversível) e
Nervo VIII (Vestibulococlear): é um nervo que sai
degeneração da retina. (Problema no
do ouvido interno e leva a informação do
processamento)
posicionamento da cabeça e equilíbrio do animal.
Sem cegueira e sem reflexo: o animal enxerga,
Problemas envolvendo esse nervo provoca a
mas não apresenta contração pupilar. Nessa
presença de nistagmo (alteração de
20
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posicionamento ocular), heat tilt, déficit auditivo e ecopatias. Em decorrência disso devemos sempre
ataxia. Outros pares de nervos que estão em avaliar o contexto que o animal está inserido.
comunicação com o sistema vestibular incluem: o
 Alimentação
III, IV e VI. Sendo comum o acometimento junto
 Higiene das instalações
com o VII (por proximidade).
 Tipos de bezerreiro (os bezerros são os
Nervo IX, X e XII (Glossofaríngeo, Vago e principais ruminantes que desenvolvem
Hipoglosso) doença respiratória, por esse motivo é
importante se saber os tipos de
 Glossofaríngeo: motor para os músculos
bezerreiros)
da faringe e laringe, sendo sensitivo para
 Tipos de comedouros (quando muito altos
a língua.
podem lesionar a região da traquéia)
 Vago: Sensitivo e motor para os órgão
 Temperatura
internos (sistema digestório).
 Umidade
 Hipoglosso: motor para a língua, quando
 Ventilação
lesionado a língua fica flácida.
 Superlotação (vai predispor ao
Para avaliação desses, se observa a presença de surgimento de patologias respiratórias).
disfagia, o reflexo de deglutição e funcionamento
Alterações na mecânica da respiração
dos órgãos.
Pode ocorrer em decorrência de dificuldade de
Nervo XI (Acessório): não tem importância clínica
expansão pulmonar ou na entrada de ar. Assim
para os ruminantes. Esse por sua vez, inerva a
como uma dificuldade de retração pulmonar
região do pescoço e músculos cervicais, quando
(elasticidade) ou na saída de ar (por acumulo de
lesionado o pescoço do animal fica rígido.
secreções).
Distúrbios proprioceptivos
Inspeção do tórax
O animal deve apresentar consciência dos seus
É realizada a observação, em um posicionamento
membros em relação ao ambiente que o rodeia.
na parte de trás do animal e em ângulo oblíquo.
Distúrbios proprioceptivos vão ocasionar
Para se analisar o início do movimento (expansão
anormalidades de postura, podendo ser
do tórax e contração do abdômen).
decorrentes de problemas de medula, tronco
encefálico, cerebelo e cérebro. Vale ressaltar que OBS: Isso deve ser realizado sem a estimulação do
problemas de postura pode ser decorrente animal. Visto que ao agitar o animal, pode-se
também de fraqueza e dor, além de problemas de ocorrer alteração nos parâmetros.
proprioceptivo.
A frequência respiratória pode alterar tanto por
Para avaliação de déficit proprioceptivo pode ser questões patológicas, como de forma fisiológica
realizado o teste com obstáculo (vendando o (em decorrência de exercício, gestação).
animal), deslocação do membro (cruzando esses,
Alterações respiratórias
na tentativa do animal se ajustar sozinho).
Frequência:
Semiologia do sistema respiratório  Taquipnéia (aumento da FR)
 Bradipnéia (diminuição da FR)
As patologias relacionadas ao sistema respiratória
muitas das vezes está relacionada com o manejo e Tipo:
o ambiente, ou seja, são doenças chamadas de  Costoabdominal (normal)
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 Abdominal (alteração torácica – pleurite, Inspeção das narinas


fratura de costela)
O comum é se encontrar secreções serosas
 Costal (alterações abdominais –
(transparentes). Porém podemos encontrar
timpanismo, peritonite,
algumas alterações, como: secreção
reticulopericardite traumática)
sanguinolenta, que pode ser uni (a alteração pode
Intensidade (profundidade/amplitude): estar em uma narina) ou bilaterais (a alteração
pode estar nas duas narinas ou ser reflexo de uma
 Polipnéia/Hiperpnéia (aumento na
doença pulmonar).
amplitude)
 Alteração na pressão intrapleural (pode Secreções mucosas –presentes quando se tem
gerar dificuldade na expansão pulmonar) infecção respiratória, principalmente causada por
 Oligopnéia (respiração curta, baixa vírus.
amplitude)
Dilatação das narinas – pode ser decorrente de
Ritmo (inspiração- leve pausa- expiração-pausa uma tentativa de captar mais gás.
maior)
Inspeção e percussão dos seios paranasais
 Inspiração em dois tempos (com pausas)
Os seios paranasais são estruturas que resfriam o
 Expiração em dois tempos
ar que entra pelas narinas. Os bovinos apresentam
Caso se tenha alterações em pelo menos dois os seios: frontal, lacrimal e maxilar.
fatores citados acima, se tem uma dispneia. Essa
Em casos de sinusites muito grave é possível
dispneia pode ser inspiratória, expiratória e mista.
observar na própria inspeção o aumento de
Inspeção - Dispneia inspiratória volume. Na percussão pode se realizar com os
dedos ou até mesmo com o uso da parte metálica
Ocorre principalmente quando existe
ou cabo de martelo.
acometimento do trato respiratório superior ou
nas doenças exclusivas do parênquima pulmonar Em um quadro fisiológico, o som advindo da
que dificulte a expansão. percussão é definido como claro. Já em casos
patológicos se escuta um som maciço.
Resultante de lesões que preenchem espaço:
rinites, neoplasias, granulomas, sinusites. Inspeção da laringe, traqueia e tórax

Inspeção – Dispneia expiratória  Aumento de volume


 Simetria (devendo ser analisado os dois
 Doenças que interferem na elasticidade
lados)
pulmonar (enfisema pulmonar - gás fora
 Depressões (fratura de costela)
do pulmão, pneumonia intersticial).
 Feridas
 Dificuldade de transporte do ar expirado,
ou seja, de eliminação do gás (muitas Inspeção do tórax
vezes a quantidade de líquido é tão
A frequência respiratória pode aumentar, em
grande na via condutora que dificulta a
decorrência de fatores patológicos ou fisiológicos.
eliminação dos gases também)
 Dispneia mista: broncopneumonias (se Frequência respiratória em ruminantes
tem alterações nos brônquios, assim
como também no parênquima pulmonar), Espécie Jovens Adultos
o animal apresenta tanto dificuldade de Bovinos 24 a 36 10 a 30
Caprinos 36 a 48 20 a 30
captar o gás, assim como de elimina-lo.
Ovinos 36 a 48 20 a 30
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Inspeção (postura ortopneica) Percussão do tórax

Essa postura é comum de se encontrar em Lesões que ocupem mais ou menos o tamanho de
bezerros com quadros de broncopneumonia, um punho, pode transformar o som da área
pneumonia, pleuropneumonia. percutida de claro para maciço.

Geralmente o animal apresenta: O acumulo de gás no tórax, como em casos de


pneumotórax também altera o som, o tornando
 Pelos ásperos
timpânico.
 Orelhas tencionadas
 Cabeça baixa ou extendida Os sons patológicos do tórax, pode ser: maciço,
 Descarga nasal purulenta submaciço ou timpânico.
 Língua protusa
Ausculta e percussão pulmonar
 Boca aberta
 Sialorréia Deve ser realizada no centro dos limites.
 Cotovelos abduzidos, com o objetivo de
aumentar a amplitude respiratória. LIMITE CRANIAL: borda caudal da escápula.
 Linha de respiração abdominal (linha de LIMITE DORSAL: abaixo dos processos
esforço) transversos.
Palpação da laringe e traqueia (reflexo de tosse) LIMITE CAUDAL: do 12° a 11° espaço intercostal,
OBS: Logo após o ângulo da mandíbula se tem a se traça uma linha em direção ao cotovelo.
laringe LIMITE VENTRAL: articulação do cotovelo.
Pode ser encontrado na palpação fratura em
alguns anéis traqueais (se sente uma certa
crepitação). Vale ressaltar também que ao se
palpar essa região, é estimulado no animal um
reflexo de tosse (afim de se eliminar alguma
secreção ou corpo estranho nas vias aéreas)

Nos bezerros e pequenos ruminantes, se estimula


o reflexo da tosse palpando as primeiras
cartilagens traqueais. Enquanto que nos animais
maiores, se tapa as narinas do animal.

O reflexo da tosse permite a classificação dela


(seca ou produtiva). Auscultação
Palpação do tórax  O local onde é realizada a produção do
Permite a identificação de aumento de volume, som, apresenta maior intensidade.
em casos de fraturas geralmente o edema está  Bronofonese: sons traqueais que se
associado com a crepitação. Assim como também dissipam para a região pulmonar.
a identificação de dor do animal.  Os sons normais são produzidos pela
passagem do fluxo de ar + as vibrações das
Para realização dessa palpação se deixa a mão paredes.
aberta e em cada espaço intercostal se coloca um
dedo, fazendo uma certa pressão e identificando
também a presença de sensações dolorosas.
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A auscultação vai ser dependente da quantidade aos sons patológicos se escuta uma crepitação fina
de ar + a quantidade de tecido acima da área de (som semelhante a fricção dos dedos sobre o
interesse da ausculta. cabelo) que muitas vezes ocorre no final da
inspiração. Podendo ocorrer em quadros de
Sons normais X sons patológicos
pneumonias, pleuropneumonias e em casos de
LARINGOTRAQUEAL som fisiológico presente na edema pulmonar.
região da laringe a traqueia. Se tiver a presença de
secreção vai se ter um som patológico (estridor
traqueal – lembra um ronco). Som comum de se Demais ruídos patológicos
encontrar na rinotraqueite infecciosa ou em
Ronco: produzido em grandes brônquios através
doenças que promovam uma laringotraqueite.
de secreções aderidas.
No limite entre a traqueia e brônquio, se encontra
Sibilos: deformação drástica de origem
o som traqueobrônquico (normal). Quando se
extraluminal ou por secreções fortemente
tem alterações, vai ocorrer a formação dos sons
aderidas ou no broncoespasmo (som semelhante
patológicos: crepitação grossa (semelhante ao
ao piado de ave)
estouro do plástico bolha). A formação desse som
se dar pela presença de líquido e pela passagem Roce pleural: em decorrência de uma inflamação
das bolhas de ar que se rompem. Se por acaso o na pleura, a mesma acaba não deslizando mais e
líquido estiver muito viscoso, o som produzido acaba provocando um atrito (som semelhante ao
será semelhante a um ronco (pneumonias, atrito de folhas de papel).
bronquites e edema pulmonar)
Área de silencio pulmonar
Na região mais dorsal do pulmão (bronquíolo
terminal e parênquima), o som fisiológico As principais patologias que levam a esse quadro
encontrado é o broncobronquíolo. Já em relação são: abcessos pulmonares e tuberculose miliar.

É causado pelas toxinas produzidas pela bactéria  Água estagnada (com grande quantidade
Clostridium botulinum, essa por sua vez é de matéria orgânica, mais comum no
encontrada principalmente no ambiente e nas período de seca).
fezes dos animais. Onde se desenvolvem em locais
Muitos animais em decorrência de uma
anaeróbicos, com calor e umidade. Sendo
deficiência de FÓSFORO, acabam desenvolvendo
considerada uma toxinfecção de caráter alimentar
osteofagia (hábito de roer ou se alimentar de
e hídrico.
ossos). O que acaba predispondo o animal a
O poder de letalidade dessa patologia vai ser desenvolver o botulismo.
variável, dependendo da quantidade de toxina
Para que se tenha contração muscular, é
absorvida.
necessária a liberação e ligação de
Fontes de infecção neurotransmissores (acetilcolina). As toxinas
produzidas pelo Clostridium botulinum, vão se
 Carcaça
ligar aos receptores de acetilcolina e assim acaba
 Alimentos mal conservados
 Cama de frango
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bloqueando a mesma de se ligar. Levando o  Bexiga distendida e atônica


animal a desenvolver paralisia flácida.
Tratamento
Evolução clínica
Não há drogas que neutralizem o efeito
 Muitos dos casos são superagudos, ou neuroparalítico da toxina. Porém é feito o
seja, o nível da toxina foi muito alto (o tratamento de suporte (hidratação e nutrição),
animal vai a óbito muito rápido) assim como o manejo do decúbito, tentando
 Nos casos agudos/sub-agudos, existe uma deixar o animal em estação. É importante também
variação de 2 a 17 dias, mas na maioria que se fique mudando o animal de posição a cada
dos casos são 7 dias de evolução. 2 horas ou pelo menos 3 x ao dia.
 Dificilmente será encontrado casos
Profilaxia e controle
crônicos, mas pode ocorrer e o animal
pode vim a se recuperar a medida que se  Vacinação
tenha intervenção veterinária.  Retirada dos animais do pasto
 Eliminação de carcaça (queima)
Sinais clínicos
 Mineralização (visando evitar a deficiência
 Incoordenação e paralisia flácida (inicia de fósforo).
pelos membros posteriores)
Diagnóstico
 Decúbito esternal que progride para
lateral. Com base no quadro clínico e epidemiológico. Na
 Paralisia da cauda necropsia não se pode visualizar alterações macro,
 Diminuição do tônus da língua a identificação da toxina é feita por meio da coleta
 Salivação e disfagia de conteúdos gastrointestinais, afim de se realizar
 Nível de consciência normal (em alguns técnicas de imunoensaios. Podendo ser feito
casos pode causar depressão) também teste de fixação de complemento e ELISA.
 Sensibilidade cutânea normal
 Envolvimento gastrointestinal Alguns órgãos podem ser coletados para se fazer
(timpanismo) diagnóstico diferencial (fígado/encefalopatias
hepáticas; cérebro/raiva).

É uma encefalomielite difusa, provocada pelo Modo de transmissão


vírus Lyssavírus (existindo mais de mil serpas
O principal transmissor para herbívoros, é o
encontradas). Sendo uma doença de caráter
morcego Desmodus rotundus, na qual é
agudo e progressivo.
hematófago. Morcegos insetívoros e frutíferos
Variante brasileiras podem também possuir o vírus da raiva, se
tornando importantes também na cadeia
 Silvestre (afeta bovinos e morcegos)
epidemiológica.
 Urbano (cães e gatos)
O principal meio de transmissão é através da
Acomete todos os animais domésticos, sendo
mordida. Mas pode ocorrer também por meio da
raros em aves.
saliva contamina e aerossóis (cavernas).

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Sinais clínicos

 Mugidos
 Bruxismo (ranger dos dentes)
 Nistagmo (movimento involuntário do
globo ocular)
 Trismo mandibular (dificuldade de
abertura da boca)
 Diminuição do reflexo anal
 Aumento da salivação
 Depressão ou agressividade
Patogenia  Incoordenação motora
Quando o vírus entra no organismo animal, esse  Bexiga repleta
pode iniciar sua replicação viral no próprio local de  Cegueira
entrada. Com isso, o vírus começa a competir e se  Tremores
ligar aos receptores de acetilcolina (impedindo  Lesões de tronco encefálico (afeta os
assim que ocorra a contração muscular). Onde por nervos cranianos)
via axonal retrógrada (forma centrípeta) vão  Paralisia de cauda
“subir” pelos nervos periféricos e afetar o sistema  Paralisia progressiva (flácida ou espástica)
nervoso central (medula e posteriormente  Movimentos de pedalagem
encéfalo). A evolução da doença até o óbito geralmente
Após atingir o sistema nervoso central, o vírus vai ocorre em um período de 2 a 8 dias, podendo até
se dissipar para outras regiões do corpo, no chegar a 10. Enquanto que a evolução para
sentido do fluxo nervoso (forma centrífuga). Onde decúbito permanente é de 2 a 3 dias.
geralmente afetam locais de maior inervação Diagnóstico
(principalmente glândulas).
É dado por meio da anamnese, juntamente com os
OBS: É importante ressaltar que no período de 2 a sinais clínicos e achados de necropsia.
15 dias (após se infectar) o animal pode estar Macroscopicamente (no exame
contaminado sem demonstrar sinais clínicos. anatomopatológico) é possível identificar a
Progressão congestão das leptomeninges. Na histopatologia
se observa uma meningoencefalite
A progressão entre a exposição e a presença do linfoplasmocitária (acúmulo de células de defesa
vírus no sistema nervoso, vai ser dependente de perivascular).
alguns fatores, como:
Além disso, quando ocorre a replicação viral se
 Carga viral inoculada tem também a formação do corpúsculo de Negri
 Área afetada (se é um local de maior (inclusão viral intracitoplasmático) dentro do
inervação, o tempo de progressão tende a neurônio.
ser mais curto).
 Imunidade do hospedeiro Controle e profilaxia
 Característica da ferida (porta de entrada)  Combate do morcego (uso de pomada
Epidemiologia vampiricida, ocasiona hemorragia e
consequentemente morte do morcego).
Geralmente bovinos jovens (2 a 3 anos)  Vacinação: realizada a partir de 3 meses,
desenvolvem mais raiva do que os adultos. E isso com reforço em 30 dias. Em animais acima
pode ser ocasionado em decorrência dos mais de 3 meses, se realiza o reforço após
jovens apresentarem uma menor quantidade de 60/90 dias. (Dose de 2 ml, intramuscular).
anticorpos contra o vírus.

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(FCM)
É uma doença infecciosa, viral que tanto está  Fezes
associada ao sistema respiratório, como ao
Patogenia
sistema nervoso, na qual apresenta alta
letalidade. A sua etiopatologia envolve: A AHV1 e a OvHV-2 afetam os animais susceptíveis
por meio do contato íntimo com secreções de
 Alcelaphine herpesvírus 1 (AHV-1) –
reservatórios, através de animais que apresentem
Variação africana
sintomas e também por meio de aerossóis de
 Herpesvírus ovino-2 (OvHV-2) – Forma
reservatórios.
ovino, podendo afetar bovinos.
 Herpesvírus caprino-2 (CpHV-2) – O período de incubação dura em torno de 14 a 90
Endêmico restrito para caprinos. dias, variando de acordo com o status imunológico
 FCM clássica de veado cauda branca e carga viral. E podem afetar os seguintes
sistemas:
OBS: Herpesvírus sempre está associado ao status
Digestório: ocasiona ulcerações (orais, ruminais,
de imunidade do portador. Onde os animais
omasais) assim como também no abomaso,
podem ser portadores e ao apresentarem um
aumento dos linfonodos mesentéricos e secreções
certo nível de estresse ou algum outro fator que
fibrinóides (mais consistentes)
desencadeie uma imunossupressão esse vírus
consegue ser eliminado. Respiratório: pleurite fibrinosa, exsudato catarral
a fibrinopurulento podendo está presente na luz
É um vírus envelopado, diferente do vírus da raiva,
da traqueia, brônquios e bronquíolos. Petéquias
onde possui uma facilidade de degradação
(mucosa da traqueia e brônquios)
(sensíveis em pH ácido)
Urogenital: nefrite intersticiais, focos pálidos na
Aspectos epidemiológicos
superfície renal, equimoses e petéquias.
 Criações consorciadas entre bovinos e
Nervoso: o animal vai apresentar a córnea com
ovinos (os bovinos são sensíveis ao OvHV-
opacidade (esbranquiçada) e inflamação. Se tem
2)
também hemorragia de leptomeninges e
 Ovinos jovens, quando desenvolve a
hiperemia difusa.
doença essa é subclínica (assintomática)
 Em relação aos bovinos, normalmente Sinais clínicos
afetam animais de 2 a 4 anos
 Alta letalidade e baixa morbidade (baixa Os animais começam a apresentar uma
capacidade de infectar outros indivíduos) conjuntivite, que evolui para uma ceratite e ocorre
 Épocas de parição de ovinos (secreções o surgimento da opacidade. Levando esse a
pós parto), dentem a se ter uma maior apresentar perda da acuidade visual.
carga viral, o que leva a uma maior As secreções começam bem aquosas, porém sua
contaminação do ambiente. Através das consistência vai aumentando. O curso da doença é
secreções vaginais, leite, colostro. considerado agudo 3 a 7 dias, mas na maioria dos
 Tanques contaminados com secreções casos os animais morrem em 15 dias.

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Na forma neurorespiratória, o animal desenvolve: Os principais órgão coletados para ajudar no


diagnóstico vão ser: cérebro, olho, fígado,
 Febre (40,5 a 42,2°C)
linfonodos, rins, adrenais e entre outros. Pode ser
 Emagrecimento (em decorrência de
realizado o PCR para detecção do OvHV-2 e testes
anorexia, diarreia)
sorológicos como ELISA e IFI (imunofluorescência
 Opacidade de córnea
indireta)
 Ceratoconjuntivite
 Ulcerações orais e nasais Diagnóstico diferencial:
 Salivação
 Diarreia viral bovina -Doença das
 Incoordenação
mucosas (nesse caso também se tem o
 Depressão
infiltrado de linfócito nas mucosas, pode
 Nistagmo
ocorrer de se ter vasculite porém não vai
 Tremores musculares
ser de forma difusa)
 Movimentos de pedalagem
 Febre Aftosa (alta morbidade, escamação
 Convulsões
de epitélio, lesões interdigitais, não
 Linfadenomegalia (aumento dos
apresenta lesão ocular)
linfonodos).
 Estomatite vesicular
Os achados macroscópicos não são  Rinotraqueíte infecciosa (IBR) (Causa
patognomônicos, porém nos casos de febre lesões ulcerativas na mucosa oral e nasal,
catarral maligna se tem uma hiperemia e sendo também um herpesvírus)
hemorragia do cérebro. Assim como a presença de  Língua azul (também é uma doença que
áreas esbranquiçadas na superfície renal e no causa ulcerações no trato respiratório)
córtex. Sendo uma doença sistêmica, associada a  Peste bovina (não diagnosticada no Brasil)
vasculite difusa. Em relação aos achados  Intoxicação por Amaranthus spp.
histopatológicos, se tem a presença de infiltrado (ocasionam lesões renais)
mononuclear (principalmente linfócitos) na
Profilaxia, controle e tratamento
adventícia e túnica média das artérias.
Não se existe vacina, o tratamento é de suporte.
Diagnóstico
Devendo se isolar os animais, realizar a
Se dar com base nos achados clínicos (ulcerações, desinfecção de ambiente. Assim como também se
opacidade de córnea, secreções serosas, fazer a separação de bovinos e ovinos, servindo
emagrecimento, diarreia e entre outros) como medida profilática. Ainda como tratamento
associados com epidemiológicos (contato entre pode ser feito uma imunossupressão utilizando
bovinos e ovinos), necropsia (achados de dexametasona, com a intenção de diminuir a
hiperemia) e histopatologia (presença de vasculite severidade das lesões.
difusa e arterite fibrinóide).

(IBR)
Nos bovinos as herpeviroses importantes,  BHV-1.2= leva ao surgimento de doenças
incluem: BHV-1 (se subdivide), BHV-2 e BHV-5. reprodutivas (vulvovaginite,
balanopostite (inflamação do prepúcio e
 BHV-1.1= ocasiona a IBR (normalmente
pênis, nos machos. Podendo ocasionar
afetar o sistema respiratório, porém pode
também abortos). Sendo limitada ao
ocasionar aborto – em decorrência da
sistema reprodutor, podendo ocasionar
disseminação do vírus pela via
septicemia também nos bezerros.
hematógena).
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 BHV-2= ocasiona mamilite herpética Se por acaso o animal estiver gestante, quando
(tetos e úbere), além de septicemia infectado, vai se ter uma infecção fetal, uterina e
(principalmente nos bezerros – doença degeneração placentária.
multissistêmica neonato)
IBR (BHV-1)
 BHV-5= Meningoencefalite (inflamação
das meninges e do encéfalo) É endêmico no Brasil, com prevalência nos
rebanhos de 8-82%. Sua importância
Causa intenso prejuízo no rebanho, vindo a
epidemiológica de dar pela latência, onde os
acometer bezerros e vacas adultas.
proprietários não irão saber quem é portador do
Etiologia BH1-1 vírus ou não. Os bovinos são mais susceptíveis,
porém também podem infectar suínos silvestres,
É ocasionado por um vírus envelopado,
ovinos e caprinos. O transito frequente de animais
imunossupressor e de DNA fita dupla, que possui
nos rebanhos pode ser um fator predisponente.
na sua superfície entorno de 10 a 12 glicoproteínas
(gB, gC e gD). Onde gB e gD é responsável pela A transmissão ocorre por meio do contato direto
penetração da partícula viral no citoplasma ou indireto, onde os animais podem ser
(permitindo que ocorra a síntese proteica do portadores assintomáticos, imunossuprimidos
vírus), enquanto que a gC é uma proteína de (uso crônico de corticoides) e condições de
imunogenicidade (induz o sistema imune a estresse (febre de transporte, bezerreiros
produzir imunidade). superlotados, transporte de bezerros com animais
adultos). Assim como deficiência na oferta de
O vírus é imunossupressor, age reduzindo o
colostro (falha de passagem de imunidade
MHC1(sendo assim não tem o sequestro das
passiva) e o desmame precoce. Em casos de
células de defesa), reduz fagocitose e induz a
infecções em bezerros com menos de 30 dias, se
apoptose na célula de defesa (morte celular
tem o aparecimento de sintomas graves.
programada).
Doença genital BHV-1.2
Forma de disseminação viral:
Pode ser transmitido principalmente pelo coito,
 Célula-célula
onde o sêmen pode servir como veículo de
 Hematógena (sistêmica)
contaminação. Podendo o macho contaminar a
 Nervosa
fêmea ou o oposto também.
Após a replicação viral se inicia a infecção ativa,
BHV-1.1
onde se tem a lise celular do epitélio respiratório.
Após ocorrer a infecção, o vírus faz o transporte Essa patologia pode se apresentar como casos
via axonal retrógrada nos ramos do nervo subclínicos, surtos (no rebanho) e conjuntivites.
trigêmeo, onde vai permanecer nos gânglios desse
Podendo levar a mortalidade embrionária e fetal,
nervo no período de latência. Quando a infecção
casos de abortamento (principalmente no terço
atinge o sistema reprodutivo, se tem a via axonal
final, por volta dos 7 meses), mumificação fetal e
retrograda para a região dos gânglios sacrais.
infecções multissistêmicas do recém-nascido
Na fase de latência, se tem uma menor quantidade (septicemia).
de vírus, não se tendo a lise celular. Podendo esse
OBS: Mas os animais não apresentam mal
vírus ficar armazenado nos linfonodos, gânglios
formação.
nervosos e baço, sem que seja agredido pelo
corpo. Vale salientar que ao se ter estresse, esse Sinais clínicos
vírus volta para a forma ativa. Onde nessa o vírus
sai dos gânglios e segue o fluxo normal, no sentido  Febre (40,5 a 42°C)
da sinapse.  Depressão
 ANOREXIA

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 Corrimento nasal e ocular (seroso –> esbranquiçada e ulceradas na traqueia com


mucoso -> mucopurulento) exsudato fibrinopurulento.
 Conjuntivite secundária
Na histopatologia é possível identificar corpúsculo
É importante se fazer o diagnóstico diferencial de inclusão intranucleares, com infiltrado
com a febre catarral maligna, visto que ambos mononuclear (presença de linfócitos).
causam corrimento nasal e conjuntivite. Porém na
OBS: Não sendo obrigatório se ter a presença
febre catarral essa se evolui para opacidade de
desse corpúsculo.
córnea.
Profilaxia e controle
IBR e doenças genital
Em casos de perdas econômicas e prevalência alta,
Os sinais clínicos incluem lesões crostosas das
é recomendada a vacinação dos animais. Para
ulcerações (red nose), além de uma congestão
rebanhos de baixo risco, sem sorologia e sem
bem característica. Essas ulceras podem provocar
histórico, é importante que se tome medidas de
o sangramento no prepúcio. OBS: na febre catarral
biosseguranças (como quarentena, isolar os
não se tem essa intensa vermelhidão.
animais suspeitos, manejo adequado, evitar
É um quadro limitante, de 10 a 15 dias os animais aglomerações de animais). E nos rebanhos com
se recuperam. Porém o vírus permanece no incidência alta e sem clínica, deve-se realizar o
organismo do animal. monitoramento (exame clínico e avaliação
produtiva, vacas quando apresentam IBR tendem
O cílios presentes no sistema respiratório, são
a reduzir a produção de leite).
degradados pelo vírus e também vão lesionar as
células caliciformes. Isso estimula a Mannheimia Vale ressaltar que não se tem um tratamento para
hemolítica a migrar para os pulmões. a IBR

A Mannheimia hemolítica é uma bactéria presente Vacinação (Inativada)


na mucosa normal dos bovinos no trato superior.
 No caso das vacinas para IBR, essas são
E o problema é quando essa chega aos pulmões
polivalentes, ou seja, previnem contra
nos casos de IBR, ocasionando a
inúmeras patologias.
broncopneumonia (apresentando um som de
crepitação). Bezerros: se faz a primeira dose ao desmame ou
aos 6 meses. A segunda dose (20-30 dias) e
Estridor traqueal: é um som característico de
terceira dose aos 60 dias. Devendo ser feito o
traqueite, essa pode ser resultado da IBR.
reforço anualmente.
O animal pode apresentar dispneia podendo essa
Matrizes: 18 meses (quando essas atingem a
ser mista (quando essa se estende da faringe ao
idade reprodutiva) ou 60 dias antes da IA, com o
pulmão), inspiratória (focalizada na traqueia e
reforço no terço final da gestação.
faringe) ou expiratória.
IMPORTANTE
Diagnóstico
Aproximadamente 50% das perdas no primeiro
Se dar através dos sinais clínicos (nariz, faringe e
ano de vida acontecem no período neonatal.
traqueia, associado a abortos), normalmente
Estima-se que 75% das perdas até um ano de
afeta animais jovens. Juntamente com a sorologia
idade ocorrem durante o período neonatal (0-28
(ELISA, PCR – sêmen, swab vaginal/nasal) e
dias)
identificação viral (imunofluorescência).
Aumento da imunidade de bezerros: pode se dar
Em relação aos achados macroscópicos se
com o fornecimento do colostro. A placenta dos
incluem: atelectasia e necrose pulmonar,
bezerros não permite a troca de imunoglobulinas
ulcerações e erosões na laringe, área
entre a mãe e feto, tonando o colostro essencial.
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O colostro deve ser mamado em até 12 horas, A quantidade de colostro a ser fornecido varia de
onde os enterócidos possui uma maior capacidade 10 a 15% do peso vivo do animal.
de absorção. Posteriormente esses vão se
modificar e assim diminuir a absorção de
imunoglobulinas (por pinocitose).

Características específicas do pulmão dos Mannheimia granulomatis em bovinos provoca a


ruminantes paniculite fibrogranulomatosa e mastite.

Anatomicamente o pulmão dos ruminantes é Pasteurella e Mannheimia são bactérias gram


formado por vários lobos e apresenta como negativas, onde apresentam algumas
particularidade o brônquio traqueal, esse permite características como:
que os patógenos cheguem mais facilmente nos
 A Mannheimia é produtora de hemólise
lobos craniais, o que predispõe as
(formação de alo branco)
broncopneumonias.
 A Pasteurella tem odor adocicado nas
Esses animais possuem as vias aéreas estreitas, o suas colônias
que leva esses a terem uma dificuldade em  Só quem cresce em Ágar McConkey é a
expectorar. A atividade fagocitária é lenta, quando Mannheimia.
comparada as outras espécies, em decorrência da
Epidemiologia
divisão de lobos. O que torna esses animais mais
susceptíveis a quadros de pneumonias, visto que Geralmente é associado a transportes de longa
se tem uma facilidade na entrada e dificuldade na distâncias, lotes desuniformes (diferentes idades),
saída de patógenos. superlotação, procedimentos cirúrgicos
(castração, mocheamento), condições de
Pneumonias
estresse. Podendo ter influência ambiental
As pneumonias causadas por Pasteurella e (variação brusca de temperatura, excesso de
Mannheimia são as mais comuns: umidade).

Pasteurella multocida está presente no trato Animais que apresentam essas bactérias, no
respiratório do animal (nasofaringe e orofaringe) próprio hábito de mamar pode levar a instalação
e normalmente não causa problemas. Porém em da bactéria na teta da vaca, ocasionando mastite
casos onde se tem lesão da mucosa do trato
Patogenia
respiratório e o rompimento da barreira muco
ciliar, essa migra para os pulmões. Essas apresentam vários mecanismos para driblar
o sistema imunológico, como:
Apresentanda 6 tipos (A, B, C, D, E e F), variando
de acordo com a imunoglobulina que ela vai  Fímbrias: que ajudam na fixação e
estimular. A do tipo A causa pneumonia e mastite colonização da bactéria (sensibiliza o
em bovinos e ovinos. Enquanto que a do tipo B e E sistema imune)
causa septicemia hemorrágica.  Cápsula: dificulta a atividade fagocitária
(antifagocitária).
A Mannheimia é também conhecida como febre
 Endotoxinas: causam lesões vasculares
dos transportes. A M. haemolytica nos bovinos
 Leucotoxinas: impedem a ação dos
ocasiona pneumonia, nos ovinos gera pneumonia,
neutrófilos e plaquetas, levando a uma
septicemia em cordeiros menores de 3 meses e
perda de sangue (hemorragia) e
mastite grangrenosa. E em caprinos, septicemia.
surgimento de petéquias.
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 Hemolisina: são endotoxinas que  Alterações discretas na auscultas


provocam a lise dos eritrócitos.  Tosse não é marcante na pasteurelose

Em decorrência de um desequilíbrio (estresse), Os bezerro vão apresentar também:


essas bactérias vão sair do trato respiratório e
 Emagrecimento
consequentemente vão causar pneumonia.
 Apatia
Podendo também ocorrer em decorrência de uma  Tremores
influência viral (BHV-1) que vai lesionar o epitélio  Bruxismo
respiratório, levando a imunossupressão e  Respiração ruidosa (muitas vezes audível
redução da atividade mucociliar. Gerando uma mesmo sem estetoscópio)
redução da resistência pulmonar, invasão,  Descarga nasal serosa a mucopurulenta
colonização e aumento da população dessas  Decúbito
bactérias.  Muitas vezes o bezerro não consegue se
deitar (visto que diminui a capacidade
Sinais clínicos
respiratória do animal).
Os primeiros sinais surgem de 2 a 3 semanas
Escore de doenças pulmonares em bezerros
(inicialmente acometendo de 2 a 3 animais) após
a condição de estresse, a prevalência entre os É utilizado como uma das medidas de diagnóstico.
lotes chega a ser de 50 a 75 % e a Onde é feito a soma, de acordo com a tabela, das
morbimortalidade de 50 a 100% (dependendo da alterações encontradas.
condição imunológica do hospedeiro)
A soma dos escores maior ou igual a 5, indica
 Febre alta (41 a 42°C) doença pulmonar. Enquanto que os igual ou
 Apatia e isolamento do rebanho inferior a 4, descartam a doença.
 Descarga nasal mucopurulenta (variável)
 Epífora discreta

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Figura 2: tabela do escore de saúde de bezerros (retirada do artigo Principais afecções respiratórias de bovino leiteiro)

Tratamento imunidade. Devem ser administrados


preferencialmente pela via inalatória.
 AINEs: flunixin meglumine: eleição, no
 Antibióticos: amplos espectro ou
máximo por 4 dias para não causar ulceras
associações de 2 antibióticos (Ex:
de abomaso ou problemas renais. A dose
penicilina + gentamicina)
varia de acordo com a gravidade do caso.
 Expectorantes
 Corticoides: podem ser utilizados desde
 Mucolíticos: Bromexina (Aliv V).
que o animal esteja com cobertura de
antibiótico por pelo menos 3 dias. Visto OBS: Cuidado com a dosagem da sulfa, visto que é
que esses causam uma queda na extremamente nefrotóxica.

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Nebulização que o animal não consegue expectorar e


consequentemente pode levar a morte.
Pode ser realizada e tem como vantagem reduzir
as sequelas sistêmicas de alguns fármacos, visto Diagnóstico diferenciais
que a medicação vai ser direcionada diretamente
Todo quadro de acometimento pulmonar deve ser
para o pulmão. Essa deve ser realizada no mínimo
inserido as principais causas bacterianas e virais
2 x ao dia, com adição de solução fisiológica (NaCl
que afetam os pulmões dos ruminantes, como:
0,9%) ou água como veículo.
 Abscessos pulmonares
CUIDADO: Não pode se utilizar de soluções
 Pleuropneumonia contagiosa
hipertônicas – NaCl a 7,5 %, glicose a 50%,
 IBR
bicarbonato de sódio a 8,4 % (aumentam as
 Pneumonia verminótica
secreções brônquicas). E nem solução hipotônicas
 Diarreia viral bovina (BVD)
– água destilada (causam espasmos bronquial).
 Febre Catarral Maligna (FCM)
Protocolos de nebulização
O raio X e ultrassom auxiliam no diagnóstico das
 1 ml de soro + 1 ml de cloridrato de pneumonias. Na ultrassonografia é visto
bromexina + 1 ml de óleo canforado alterações sub pleurais, como: abscessos,
(durante 10 min) irregularidades de pleura, aderências e líquido na
 2 ml de antibiótico (gentamicina, cavidade torácica.
florfenicol, enrofloxacina) + 2 ml de NaCl
Pleuropneumonia
(durante 15 min)
As vezes a produção de secreção é tão grande, que
Pode se acrescentar o corticoide na dose de 0,1
essa promove fibrina. E essa fibrina com o passar
mg/kg.
do tempo forma uma aderência.
A nebulização faz com que ocorra a fluidificação
da secreção, isso pode ocorrer de forma tão rápida

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Toracocentese Informações importantes

Para realização dessa técnica e drenagem do  A superfície cortante da agulha deve estar
líquido, pode ser utilizado cateter (18 ou 14). Onde voltada para baixo, para evitar que ocorra
o local para realização da drenagem é escolhido o corte da sonda.
por meio do ultrassom (pela região com maior  O pescoço do animal não deve ficar muito
quantidade de líquido). Geralmente quando os esticado, caso contrário irá diminuir o
dois lados estão afetados, a drenagem não pode lúmen da traqueia.
ser feita de ambos os lados no mesmo dia.  A agulha deve ser introduzida um pouco
lateralizada
Em decorrência da consistência da fibrina, as vezes
 Não se pode pressionar o cateter/agulha,
é necessário se utilizar um trocarte ou uma cânula
caso contrário irá perfurar o outro lado da
de Grymer-Sterner. Afim de que todo o líquido
traqueia.
seja drenado.
 A seringa deve se acoplar na sonda, afim
Esse líquido pode ser coletado em tubo seco de não pressionar o cateter.
(exame bacteriológico) ou em tubo com EDTA  O bico da seringa deve ficar voltado para a
(para citologia) e assim ser analisado. parte mais alta, para que não ocorra
retorno da amostra obtida
Lavado traqueobrônquico  A agulha e a sonda devem ser removidos
É realizada a tricotomia, antissepsia e bloqueio da juntos.
região. Se palpa a região entre os anéis traqueais  A solução fisiológica deve ser aquecida,
e se entra com o mandril do cateter 14. Para antes de ser introduzida no animal.
coletar o conteúdo, se usa uma sonda por dentro A análise do lavado só consegue identificar
do mandril. É injetado pela sonda, cerca de 20 a 40 alterações do brônquio principal.
ml de solução fisiológica e logo em seguida se
aspira. Geralmente o conteúdo aspirado é turvo. Também pode ser realizado o lavado
brônquioalveolar, por meio de uma endoscopia ou
Com isso, se tem a coleta totalmente asséptica de uma sonda apropriada.
para realização do exame microbiológico e analise
da celularidade.

No homem a tuberculose é ocasionada dos quadros de tuberculose é pulmonar, porém


principalmente pelo Mycobacterium tuberculosis. outros órgãos podem ser afetados.
Podendo esse também ser afetado pelo:
No Brasil, o único patógeno que causa tuberculose
 M. bovis: é considerado uma doença em ruminantes é o M. bovis.
ocupacional, sendo extremamente grave
IMPORTANTE
em humanos.
 M. africanum (comum na África) O M. tuberculosis em bovinos é uma doença
 M. caprie. autolimitante e de baixa patogenicidade. Porém
positiva temporariamente o animal no teste de
Os ovinos e equinos são mais resistentes a
tuberculinização.
tuberculose, sendo as demais espécies (bovinos,
bubalinos, caprinos, suínos) mais susceptíveis. É uma bactéria em forma de bacilos e aeróbica, na
Normalmente esses são mais acometidos pelo qual não apresenta cápsula e é álcool-ácido
Mycobacterium bovis. Em bovinos, cerca de 70% resistente. Pelo fato do organismo não conseguir
eliminar o bacilo, toda reação inflamatória
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provocada por essa bactéria ocasiona a formação complexo primário (o do pulmão – linfonodo
do granuloma. mediastino, intestino – linfonodo mesentérico.

Curiosidade: O M. bovis é utilizado como matéria A lesão pode estabilizar (onde o animal tem a
prima para vacina BCG. doença, porém é assintomático) ou progredir e
ocasionar uma generalização da infecção (o
Epidemiologia
granuloma vai romper vasos próximos e liberar
Se dar principalmente pela introdução de animais êmbolos sépticos para todo o organismo)
infectados e assintomáticos (principalmente pela
Sinais clínicos
via respiratória e digestiva).
 Emagrecimento progressivo crônico e
Transmissão
intolerância ao exercício
 Aerossóis  Linfonodo retrofaringeo e e
 Secreções (podem contaminar as supraescapulares aumentados
instalações, bebedouros, pastagens, água  Tosse
(contaminação via indireta), alimentos),  Estertores pulmonares
se espalhando por todo ambiente  Roce pleural
manejado pelos animais.  Extensa área de silêncio pulmonar (devido
 Colostro (em caso de vacas infectadas, a junção de vários granulomas)
essas acabam contaminando os bezerros)  Dispneia
 Fezes (em casos de tuberculose digestiva)
Pode ocorre o retardo do surgimento de sinais
 Sêmen e urina (mais difícil)
clínicos, os quais podem aparecer somente após 5
 Gotículas
anos da infecção. Visto que costuma ser uma
 Leite cru, queijo, carne
doença progressiva crônica, o que dificulta o seu
A principal via de transmissão é a via respiratória controle.
e a segunda é a digestiva. Mas pode acontecer de
Na forma precoce (biliar – é considerada
no momento que o animal expectorar, engolir a
subaguda) os sinais podem surgir mais
secreção. O que acaba infectando o trato
rapidamente, acompanhados de febre, apatia,
digestório, levando a eliminação do bacilo pelas
emagrecimento rápido, inapetência, levando a
fezes.
caquexia e morte.
Nos bovinos, a principal fonte de infecção é a
A nível digestório não se tem o aparecimento de
aquisição de animais infectados.
sinais clínicos, sendo as lesões mais voltadas ao
Patogenia linfonodo, devido ao epitélio se renovar
constantemente.
Quando o bacilo adentra o corpo do animal, os
neutrófilos vão ataca-lo, porém não conseguem Diagnóstico
captura-lo. Com a infecção e persistência do
É realizado pela tuberculina (proteína purificada).
agente, esse será capturado pelos macrófagos. A
capacidade do organismo de eliminar essa Teste da prega caudal
bactéria, vai depender da virulência dela, da carga
É um teste de triagem, realizada mais em
infectante e da imunidade do hospedeiro.
rebanhos de corte. Onde é inoculado 0,1 ml de
O organismo tenta eliminar esse agente e em solução intradérmica na base da cauda, de 6 a 10
decorrência de uma reação de hipersensibilidade cm distante do anus. A leitura é realizada com 72
do tipo tardia, se tem a formação do granuloma. horas, onde se compara o lado oposto da inspeção
Quando não eliminado pelo organismo, o bacilo e palpação. Em animais positivos se tem a
vai se multiplicar dentro dos macrófagos e esse formação do granuloma (aumento de volume na
vão ser direcionado para o linfonodo satélite – região).
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O tamanho do granuloma não está relacionado Por fim se diminui a BF da AF e compara o


com a gravidade da doença, mas sim com a resultado com a tabela
resposta do sistema imune do animal.

OBS: Esse teste apresenta altas taxas de


resultados negativos, em casos de infecções
recentes de 6 a 8 semanas.

Teste cervical simples

É um teste de triagem, mais utilizado em animais


leiteiros. É feita a medição com o cutímetro antes
e após a introdução da tuberculina. Onde o
resultado é dado pela reação de B2 – B1. Caso o resultado seja inconclusivo, só pode
repetir o exame após 60 dias. Em casos de dois
resultados inconclusivos seguidos, tem que ser
feito o abate do animal.

Prevenção e controle

Se dar pelo abate do animal infectado, ou até do


Teste cervical comparativo
lote inteiro (dependendo da realização da
É feito a tricotomia de duas regiões, medição testagem), e posterior desinfecção do local.
(cutímetro) e posteriormente a inoculação cranial Por não se ter cura e nem vacina para os animais,
do PPD a (aviário) e caudal da PPD b (bovinos) do por isso é importante realizar a prevenção. Um
mesmo lado. A uma distância de 15 a 20 cm entre outro fato importante é a realização da
os locais de inoculação. Após 72 horas se faz a
quarentena dos animais recém chegado no
leitura para a inoculação. rebanho.
 A2- A1 = AF Após dois testes consecutivos negativos, deve se
 B2 – B1 = BF
realizar o teste de tuberculinização a cada 6 meses
nos animais.

A ruminação é uma atividade mecânica que visa é composto por uma microbiota ruminal, que
diminuir as partículas alimentares e aumentar a contém bactérias (gram – principalmente),
produção de saliva (o que aumenta a quantidade protozoários (infuzórios) e fungos (leveduras).
de bicarbonato, que apresenta ação tamponante). Essa microbiota vai variar de acordo com a
No rúmen se tem a formação dos ácidos graxos alimentação, podendo ser adquirida também pela
voláteis (acetato, propionato e butirato), onde o lambedura, hábito de mamar (através do contato
propionato é percurso na formação da glicose. com a teta), secreções, cocho comunitário.
Além do mais, esses animais vão ser produtores de
Por isso é importante a partir de 2 semanas ofertar
dióxido de carbono e metano, na qual são
gradativamente a alimentação aos bezerros
eliminados pela eructação.
(forragem e alimentação sólida), afim de diminuir
Um outra particularidade dos ruminantes a dependência do leite e enriquecer a flora
compreende a digestão microbiana que ocorre no ruminal.
rúmen (fermentação microbiana). Esse por sua vez

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OBS: A goteira esofágica é existente apenas em Exame da cavidade oral


bezerros e corresponde uma espécie de tubo ou
É realizada a inspeção dos lábios, papilas, palato
passagem, que desvia o leite diretamente para o
duro, língua, toro lingual, dentes e diastema
abomaso, impedindo assim a fermentação do
(região entre os dentes incisivos e pré molares)
mesmo nos compartimentos anteriores.
com auxílio do abre boca. Deve ser feita a
Função dos compartimentos gástricos palpação, examinar a mobilidade da língua e do
odor da cavidade oral.
 Rúmen: absorção de ácidos graxos,
fermentação e redução das partículas. Deve se observar a presença de úlceras, feridas,
 Retículo: também apresenta função deformidades, periodontites e presença de
mecânica. conteúdos entre dentes e bochechas.
 Omaso: principalmente absorção de água,
Exame do esôfago
ácidos graxos e sais minerais.
 Abomaso: pH ácido (2 a 4), digestão É feita a inspeção e palpação externa digital e
enzimática (estômago glandular). dorsal a traqueia (palpação direta), na região
cervical, o normal é sentir os dedos se tocando. Em
Exame clínico do sistema digestório de
casos de obstruções internas (alimentos, ex:
ruminantes
caroço de manga, maça, batata doce) ou externas
Na anamnese deve-se investigar o manejo (abcessos), essas comprimem o esôfago, impedem
alimentar na qual o animal é inserido (composição o animal de vim a se alimentar e
alimentar, quantidade fornecida, forma de consequentemente impedem a eructação
fornecimento e forma de estocar o alimento). (timpanismo secundário).

 A adaptação do concentrado deve No exame pode ser utilizado ainda para palpação
corresponder de 1 a 1,5 % do peso do indireta, através da sonda Thygessen ou sonda de
animal, visto que o consumo exacerbado Shambye. Em casos de corpo estranho como
pode levar ao desenvolvimento de caroço de manga, maracujá ou outro similar, não
acidose ruminal. Devendo esse ser se tem problema desse ser empurrado para o
aumentado de forma gradual. rúmen no momento da desobstrução. Com
 Cuidado com a forma de fornecimento, exceção de objetos pontiagudos e que possam
alimentos quando administrados em penetrar na mucosa ou órgãos, onde esses trazem
locais junto as fezes tendem a aumentar a risco a saúde do animal.
carga parasitária. Além de levar a uma
OBS: O local de mais fácil obstrução compreende
maior rejeição do alimento pelos animais.
a entrada do esôfago torácico, pelo fato dessa
Ter cuidado também para não favorecer a
região se ter uma certa angulação.
disputa pela comida.
 Se atentar a estocagem da alimentação, se Inspeção da silhueta abdominal
é feita em silo ou galpões.
Deve ser feita a inspeção da vista caudal e lateral
Observações importantes dos animais. Patologias tendem a levar ao
surgimento de alterações na silhueta.
 Apetite caprichoso (hiporexia – o animal
realiza uma seleção da alimentação) Timpanismo por gás livre: Região do flanco
 Apetite alterado (parorexia) esquerdo distendido, devido ao acumulo de gás do
 Apetite ausente (anorexia) rúmen.
 Atividade de ruminação (o animal chega a
ruminar de 7 a 8 horas por dia, sendo o Timpanismo espumoso: Pode ser causada por
fator mais importante em relação ao leguminosas de alto poder fermentável,
sistema digestório) normalmente ocasionada por pastagens
 Atividade de eructação (eliminação dos (forragem novas). Silhueta convexa, presença de
gases provenientes da fermentação).

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gás (não livre) com ingesta/líquido (aspecto de Ascite: acúmulo de líquido no abdômen, causa um
espuma). abaulamento ventral, geralmente está associado a
problemas hepático, diminuição da pressão
Acidose ruminal: atinge a região tanto dorsal
oncótica (baixa de proteína – albumina). EX:
como ventral, silhueta convexa do lado esquerdo.
intoxicação por Tephrosia cinerea (causa necrose
Aumento do conteúdo líquido.
hepática)
Indigestão vagal: Padrão maça-pera (lado direito),
Eventrações e demais aumentos de volumes:
podendo ser ocasionado pelo rúmen está se
Consiste no avanço dos órgãos por uma falha na
deslocando para a direita ou falha no
musculatura do abdômen. Semelhante a um tipo
esvaziamento pilórico.
de hérnia, podendo ocorre por traumas ou por
Hidropsia fetal: abaulamento ventral, em causa da decência de suturas recentes (cirurgias
decorrência de um acúmulo de líquido nos prévias).
envoltórios fetais (útero repleto de líquido), na
qual comprime o rúmen.

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