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MANUAL TÉCNICO
CURSO DE MERGULHO
AUTÔNOMO
2ª EDIÇÃO REVISTO E AMPLIADO
2012
MANUAL DE MERGULHO AUTÔNOMO CBMERJ
1ª EDIÇÃO - AUTORES
2ª EDIÇÃO - AUTOR
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MANUAL DE MERGULHO AUTÔNOMO CBMERJ
ÍNDICE
CAPÍTULO 1 - HISTÓRICO DO MERGULHO 09
1.1 - História do Mergulho Autônomo 09
1.2 - História do Mergulho no Brasil e no CBMERJ 15
1.3 - Registros de Operações de Mergulho do CBMERJ 17
CAPÍTULO 2 - FÍSICA DO MERGULHO 18
2.1 - Princípios Básicos da Física do Mergulho 18
2.1.1 - Física 18
2.2 - Unidades e Equivalência Padrão 18
2.2.1 - Sistemas de Medição 18
2.2.2 - Comprimento 20
2.2.3 - Área 20
2.2.4 - Volume 21
2.2.5 - Peso 23
2.2.6 - Temperatura 23
2.3 - Pressão e o Mergulho 24
2.3.1 - Pressão 24
2.3.2 - Tipos de Pressão 26
2.3.3 - Cálculo de Consumo de Ar do Cilindro 28
2.4 - Composição do Ar Atmosférico 29
2.5 - Energia e o Mergulho 30
2.5.1 - Energia Luminosa 30
2.5.2 - Energia Mecânica 32
2.5.3 - Energia Calorífica 33
2.6 - Lei dos Gases 34
2.6.1 - Lei de Boyle/Marriote 34
2.6.2 - Lei de Charles/Gay-Lussac 35
2.6.3 - Equação Geral dos Gases 37
2.6.4 - Lei de Dalton 38
2.6.5 - Lei de Henry 39
2.7 - Princípio de Arquimedes 40
2.7.1 - Empuxo 40
CAPÍTULO 3 - FISIOLOGIA APLICADA AO MERGULHO 42
3.1 - Introdução 42
3.2 - Fisiologia 42
3.2.1 - Sistema Nervoso 43
3.2.2 - Sistema Circulatório 43
3.2.3 - Sistema Respiratório 45
3.2.4 - Seios da Face 49
3.2.5 - Aparelho Auditivo 49
CAPÍTULO 4 - TIPOS DE MERGULHO 54
4.1 - Mergulho Livre 54
4.2 - Mergulho Autônomo 54
4.3 - Mergulho Dependente 54
CAPÍTULO 5 - MERGULHO LIVRE 55
5.1 - A Arte de Não Respirar 55
5.2 - Técnicas de Respiração 55
5.2.1 - Melhorando a Elasticidade da Caixa Torácica 55
5.2.2 - Respiração pelo Diafragma 58
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PREFÁCIO
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Desde a antiguidade o homem depende da água para alimentação, transporte e defesa contra
seus inimigos. O mergulho nasceu provavelmente a cerca de 30.000 anos, quando pela primeira vez
um homem nadando viu um objeto no fundo, prendeu a respiração e desceu para tentar vê-lo melhor,
sem utilizar nenhum tipo de equipamento. Embora se ache que o mergulho é uma atividade recente,
hoje já existem provas concretas de que o homem começou a criar acessórios que facilitassem suas
aventuras sob as águas 6.500 anos atrás. Alguns desenhos assírios do ano 900 a.C mostram homens
debaixo d´agua respirando através de um saco com ar, provavelmente para fins militares, enquanto
que cerâmicas gregas datadas de 600 a.C ilustram o trabalho de mergulhadores no cultivo de esponjas
no Mar Mediterrâneo.
Séc. X a.C - Assírios utilizavam sacos de couro para aumentar o tempo de fundo
A história antiga é recheada de narrações que mostram os feitos dos mergulhadores da época:
Heródoto narrou o trabalho de recuperação de tesouros de navios naufragado para o rei persa
Xerxes no século 5 a.C;
Alexandre “O Grande” mergulhava em uma câmara submersível para observar a vida marinha e
utilizava mergulhadores em suas ações militares;
Gregos mergulharam no porto de Siracusa para remover obstruções e cortar cabos de âncoras de
navios inimigos durante a conquista da cidade;
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Marco Polo descreveu como Kublai Khan presenteava seus seguidores no Oriente distante com
pérolas coletadas por mergulhadores e;
As primeiras referências às Amas do Japão, que até hoje trabalham no cultivo de pérolas, data do
século I a.C.
Como os compressores de ar ainda não haviam sido inventados, os mergulhos desta época
eram feitos em apnéia ou utilizando sistemas primitivos para o fornecimento de ar através de sacos,
baldes e mangueiras. Pedras amarradas em uma corda serviam de lastro e podiam ser abandonadas no
fundo para facilitar a subida. Os melhores mergulhadores podiam permanecer por mais de um minuto
debaixo d´água e atingiam profundidades de até 30 m. O mergulho profissional nasceu no mesmo
período, quando os mergulhadores começaram a receber para trabalhar debaixo d´água. Existia até
mesmo uma tabela de remuneração: até 1 m de profundidade, os mergulhadores ganhavam 10% do
valor dos objetos resgatados; a 4 m eles ganhavam um terço e a 8 m ou mais eles chegavam a receber
50% do total.
Por mais de 1000 anos o mergulho evoluiu muito pouco, até que na era das grandes
navegações, o valor dos tesouros naufragados colocou muita gente para pensar em formas de se
aumentar o tempo de duração do mergulho e a profundidade de trabalho. Mesmo assim, foi somente
no século XVI que começaram a surgir as primeiras idéias práticas neste sentido.
Começava então uma nova fase na exploração submarina. Foi desenvolvido na época, um
equipamento que recebeu o nome de sino de mergulho. Os sinos ganharam este nome devido ao
formato utilizado na época. Eles eram em geral, construídos de madeira e abertos na parte inferior. Os
mergulhadores podiam realizar breves excursões em apnéia para executar suas tarefas e voltar para o
interior do sino para respirar. O ar era renovado através de barris invertidos enviados da superfície e
guiados através de cordas. Embora primitivo, este sistema permitiu a realização de tarefas até então
consideradas impossíveis:
William Phips resgatou em 1687 praticamente toda a carga do naufrágio do Nuestra Señora de La
Concepcion;
Edmund Halley (o astrônomo que deu o nome ao mais famoso dos cometas) construiu em 1716 um
sino que permitia aos seus ocupantes permanecer por mais de 4 horas a 20 m de profundidade e
chegou a propor a instalação de capacetes ligados por mangueiras ao sino para facilitar o trabalho
dos mergulhadores, embora não existam provas de que ele tenha conseguido implementar esta idéia.
Em 1715 John Lethbridge deu mais um passo na evolução do mergulho ao construir a primeira
roupa de pressão atmosférica. Construída em madeira no formato de um barril e dotada de vigias de
vidro e saídas para os braços confeccionadas em couro, a roupa de Lethbridge permitiu que ele
trabalhasse por mais de 20 anos resgatando cargas de navios em profundidades de até 20 m. Como o
mergulhador permanecia suspenso por um cabo ligado a um navio na superfície, a mobilidade era
bastante restrita, mas pela primeira vez ele estava livre das limitações do mergulho em apnéia.
Nos próximos 100 anos muito pouco aconteceu. Havia surgido um problema aparentemente
intransponível: fornecer ar sob pressão para o mergulhador. Logo após a invenção do compressor de
ar, no início do século XIX, Charles Deane e seu irmão adaptaram um capacete utilizado em minas e
incêndio para o mergulho, criando o primeiro escafandro realmente funcional. Mas o capacete dos
irmãos Deane tinha uma grande limitação: como era simplesmente apoiado sobre os ombros do
mergulhador, ele não permitia que este se inclinasse – o ar escapava e o capacete era tomado pela
água, eventualmente afogando o mergulhador. Coube a Augustus Siebe dar o próximo passo ao
inventar em 1839 a primeira "roupa fechada". Para evitar o alagamento do capacete, Siebe criou uma
roupa impermeável na qual era fixada a parte inferior do capacete, o chamado corselete. Em poucos
meses seu equipamento era utilizado pela maioria dos mergulhadores e o desenho básico permaneceu
inalterado pelos próximos 100 anos. Durante este período, provavelmente dezenas de milhares de
conjuntos semelhantes foram fabricados e alguns continuam em uso até hoje.
Poucos anos depois surgia na França o primeiro equipamento de mergulho autônomo. Criado
por Rouquayrol e Denayrouze, este equipamento podia ser utilizado com ou sem uma máscara
metálica tipo "full-face". O ar podia ser fornecido através de uma mangueira vinda da superfície
(modo dependente) ou, em mergulhos mais curtos e rasos, transportado pelo próprio mergulhador em
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Foi na mesma época que surgiram os primeiros trabalhos científicos sobre a descompressão. O
fisiologista Paul Bert passou anos estudando os efeitos das altas e baixas pressões em animais e pode
ser considerado o pai da medicina hiperbárica. Seu livro A Pressão Barométrica – Pesquisas em
Fisiologia Experimental foi publicado em 1878 e é até hoje considerado um clássico, pois introduziu
as bases para criação da teoria da descompressão.
Séc. XIX – Primeiros estudos sobre descompressão feitos por Paul Bert
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O escafandro foi a principal ferramenta de trabalho subaquático do séc. XIX
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objetivo de aumentar a profundidade máxima de trabalho das equipes de resgate. Entre outros
projetos, o grupo começou a trabalhar na utilização de hélio nas misturas respiratórias para diminuir o
efeito da narcose. Praticamente ao mesmo tempo, o Dr. Edgar End investigava o mesmo assunto com
o auxílio de dois amigos, Max Gene Nohl e John D. Craig. Após diversos testes em câmara e o
cancelamento de uma expedição ao naufrágio do Lusitania (95 m) em 1937, eles se sentiam prontos
para tentar superar os recordes de profundidade da época. Utilizando um escafandro desenhado por ele
mesmo e que parecia mais um farol que um equipamento de mergulho, Nohl atingiu a marca de 128
m. O escafandro funcionava de modo autônomo com dois cilindros de mistura respiratória e só era
ligado à superfície por um cabo guia e pela linha de comunicação. Mas a prova final de que o hélio era
uma alternativa viável para o problema da narcose e só veio em 1939 com o afundamento de outro
submarino americano. O Squalus submergiu sem fechar uma válvula e, com a água invadindo o
submarino, os tripulantes não tiveram tempo de escapar e foram obrigados a refugiar-se nos
compartimentos não alagados. Dos 59 tripulantes, 33 sobreviveram e ficaram presos a 75 m de
profundidade.
O Squalus foi localizado rapidamente e em poucas horas um navio de resgate estava em
posição. A idéia era utilizar um novo sino de mergulho que podia se acoplar em uma das escotilhas do
submarino, funcionando como um elevador para trazer os tripulantes de volta à superfície. No entanto,
era preciso fixar um cabo guia ao submarino. Os mergulhadores tentaram fixar o cabo diversas vezes,
mas a narcose e o frio impediam que eles completassem a missão. Com o tempo se esgotando, a
equipe tomou uma decisão: enviar um homem ao fundo utilizando um equipamento experimental e
uma mistura à base de hélio. Em poucos minutos o mergulhador prendeu o cabo e após 12 viagens do
sino, os 33 sobreviventes foram resgatados. Nas semanas seguintes, a marinha realizou mais de 100
mergulhos utilizando hélio para trazer o Squalus de volta à tona na operação de salvatagem mais
profunda até então. A "embriaguez das profundezas" não era mais uma barreira para a exploração do
fundo do mar.
Durante a Segunda Guerra o escafandro clássico continuou a ser utilizado, mas a necessidade
de equipamentos mais simples e com mais mobilidade crescia a cada dia. Japoneses, italianos e
ingleses utilizavam rebreathers de oxigênio em missões de combate, mas os efeitos da toxidade pelo
oxigênio em profundidades maiores que 10 m limitava a aplicação deste tipo de equipamento.
Por mais de 60 anos diversos inventores tentaram descobrir uma forma simples e segura de
manter o homem debaixo d´água. Na maior parte dos casos os testes fracassavam ou o equipamento
era grande ou complexo demais para poder ser utilizado na prática.
Com as maravilhas do Mar Mediterrâneo por explorar praticamente no fundo de seus quintais,
os franceses não mediam esforços para achar uma solução para o problema do mergulho autônomo.
Em torno de 1925, a máscara, as nadadeiras e o snorkel já haviam sido inventados e o homem já podia
permanecer durante alguns segundos no fundo, mas ainda sem poder respirar. Neste ano, o
Comandante Yves Le Prieur combinou um cilindro de ar comprimido com uma válvula manual e,
utilizando também máscara e nadadeiras, o homem podia permanecer por diversos minutos submerso,
nadando como um peixe e não andando, como faziam os escafandristas. Confiante em seu invento, a
partir de 1934, Le Prieur começou a realizar diversas demonstrações ao redor da França, acabando por
fundar o primeiro clube de mergulho organizado. Algumas dezenas de conjuntos chegaram a ser
produzidos, mas a operação da válvula manual ainda era complexa demais para que o mergulho se
tornasse popular.
No Brasil, as primeiras atividades de mergulho registradas foram, sem dúvida, a dos nossos
índios. Diversos cronistas como Gabriel Soares, Hans Staden, José de Anchieta, Jean de Leri e outros,
relataram fatos descrevendo os silvícolas como exímios mergulhadores “que nadam sob o mar com os
olhos muito abertos”. Sua destreza no combate aquático fica evidenciada em diversas narrativas como
a do assalto a naus francesas em Cabo Frio, onde o Governador Salvador Corrêa de Sá, foi salvo por 3
vezes pelos tupiminós, que “na água são como peixes” ou no episódio em que combatem a nado
“como baleias” com tal fúria que pasmam a multidão na praia, conforme descreve Anchieta. Conta a
lenda ainda que Araribóia, tendo atravessado a nado o braço de mar que separava a Ilha de
Villegagnon do continente, ateou fogo aos paióis franceses, em manobra típica dos atuais
mergulhadores de combate, assegurando a vitória e retomada da Baía de Guanabara em favor dos
portugueses, em 1556.
No final do século XIX e início do XX, começam a aparecer os mergulhadores de salvamento,
geralmente de nacionalidade grega, que exploram, com seus escafandros e bombas manuais, inúmeros
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naufrágios em nossas costas. A visão, hoje em dia, de alguns desses restos de navios, causa forte
impressão, tanto mais se considerarmos as limitações dos equipamentos usados, levando a crer que
tais mergulhadores chegaram a desenvolver habilidades surpreendentes.
Na Marinha, o mergulho desenvolveu-se e ramificou-se em várias especialidades, tais como,
mergulho autônomo, de combate ofensivo, de salvamento e escafandria na guerra ou na paz e o
mergulho profundo com misturas especiais, desenvolvido e aprimorado nas instalações do Centro
Hiperbárico localizado no CIAMA. Dentre essas atribuições, competia a Marinha a realização de
operações subaquáticas de busca e resgate de bens e vítimas em todo o território nacional.
A transição da atividade de mergulho de resgate da Marinha para o CBMERJ teve início em
1966, baseado em um caso específico. Neste ano houve uma forte chuva, culminando com enchentes e
deslizamentos de encostas. O túnel Rebouças, na capital fluminense, fora inundado, não sendo
possível determinar o que havia sido atingido em seu interior. O governador da época, Paulo
Francisco Torres, solicitou então, auxílio à Marinha de Guerra, que enviou um Sargento munido de
uma câmera sub, a fim de vistoriar o local. Durante a operação, o militar recebeu uma descarga
elétrica, vindo a falecer. Por conta disso, o Governo Federal determinou ao Estado da Guanabara que
tomasse providências de modo a transferir para o Corpo de Bombeiros a responsabilidade em realizar
operações de busca e resgate subaquáticos dentro de seu território. Então, em 1969, a Marinha do
Brasil disponibilizou para o então CBEG (Corpo de Bombeiros do Estado da Guanabara), 10 vagas
para que militares da Corporação realizassem o curso por ela ministrado. Em 25 de Junho de 1969,
dos 10 que iniciaram o curso, 7 o concluíram.
A partir de então, a atividade vinha sendo realizada por bombeiros detentores do curso da
Marinha, mas devido ao grande número de solicitações envolvendo essa atividade, em 1985 foi criado
o primeiro CMAut (Curso de Mergulho Autônomo) ministrado pelo Corpo de Bombeiros e a partir
dessa data, várias turmas foram formadas.
A atividade desenvolveu-se rapidamente, métodos e procedimentos foram elaborados para a
peculiaridade do serviço. A utilização de ferramentas hidráulicas para afastamento e corte, uso de
tirfor para tracionamento, reflutuação de cargas e, principalmente, mergulho em rios, fizeram com que
o CMAut/CBMERJ fosse reconhecido em todo o Brasil.
O mergulho no CBMERJ, como não poderia deixar de ser, é uma atividade de alto risco.
Nossos mergulhadores devem estar sempre em constante treinamento e principalmente, aptos
fisicamente para a atividade, com seus exames médicos em dia. A habilidade de ir a lugares onde
poucos conseguem, principalmente em se tratando de MERGULHOS EM RIOS, requer desses
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especialistas um completo controle sobre suas ações, devendo estar sempre preparados não apenas
física e tecnicamente, mas, principalmente, psicologicamente.
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2.1.1 - FÍSICA
É a ciência que estuda as propriedades dos corpos, os seus fenômenos e as leis que as regem,
sem lhes alterar a substância.
2.1.1.1- Matéria
É qualquer coisa que ocupa lugar no espaço e tem massa. A matéria existe em três estados:
sólidos, líquidos e gasosos. Qualquer matéria pode existir em mais de um destes estados, dependendo
das condições de temperatura e de pressão. No mergulho os mais importantes são os líquidos e os
gasosos:
LÍQUIDOS - Os líquidos têm peso e volume definidos, mas tomam a forma de seus
recipientes. Comparados com os gases, os líquidos são considerados incompressíveis.
Para simplicidade de nosso estudo, admitimos que o volume de um líquido não se altera
com mudanças de pressão e de temperatura. A água é o líquido fundamental para o
mergulhador. A água pura é incolor, insípida e inodora. Quimicamente ela é composta de
duas partes de hidrogênio e uma parte de oxigênio (H 2O). O gosto e a cor,
freqüentemente encontrados na água, são devido à presença de outras substâncias nela
dissolvidas ou em suspensão.
GASOSOS - Todos os gases têm peso e ocupam lugar no espaço. Comparados com os
líquidos, os gases são muito leves e compressíveis. Eles não possuem forma nem volume
definidos.
Para a melhor compreensão da medicina, como do mergulho propriamente dito, será necessário
o conhecimento de certas noções de física. Em primeiro lugar veremos as medidas, que variam de
unidade de país para país. Será, então, importante que o mergulhador saiba fazer as conversões entre
essas unidades.
O sistema tem sido quase universalmente adotado. As três principais exceções são a Myanmar,
a Libéria e os Estados Unidos, que utilizam o Sistema Inglês. O Reino Unido adotou oficialmente o
Sistema Internacional de Unidades, mas não com a intenção de substituir totalmente as medidas
habituais.
No mergulho, devido à grande variedade de equipamentos, principalmente americanos, cada
país utiliza seu sistema métrico de origem. Portanto, o bom mergulhador deve dominar essas variações
para que não venha a descobrir “surpresas” desagradáveis.
Como exemplos dessas variações, existem manômetros que possuem a escala em atmosfera
(atm), outros em Bar, libras por polegada quadrada (PSI), metros de água do mar, etc. Para fazermos a
conversão de um sistema para o outro, utilizamos a regra de três simples, sempre nos baseando em
uma equivalência padrão.
REGRA DE TRÊS SIMPLES
Equivalência A B
Padrão
Equivalência C X
a saber
AxX=CxB
X = CxB
Obs:
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2.2.2 - COMPRIMENTO
1m
X = 0,303 m x 60 pés = 18 m
1 pé
Obs.: Regra prática para converter pés em metros é multiplicar a medida em pés por 3 (três) e dividir
por 10 (dez). Para dar a cota exata, deveríamos multiplicar por 0,304. A diferença é insignificante
para fins práticos de mergulho.
2.2.3 - ÁREA
1m2
S = L2 = (2 m) 2 = 4 m2
S = comprimento x largura = 3 m x 2 m = 6 m2
4 4 4
2.2.4 - VOLUME
1000 l
V => volume
d => diâmetro
R => raio – Segmento de reta que une o centro do círculo a um ponto qualquer da
circunferência
CUBO V = (lado)3
PIRÂMIDE V = S face x h
CILINDRO V = d2 π h = π R2 h
ESFERA V = 4 π R3 = 1 π d3
3 6
1 m3
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Ex.2: Qual o volume de uma poita com 1m de comprimento, 1m de largura e 0,5m de altura?
1 m3
2.2.5 - PESO
5 Kg = X (equivalência a saber )
1 Kg
2.2.6 - TEMPERATURA
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C = F – 32 = K – 273
5 9 5
C / 5 = F – 32 / 9
C / 5 = 122 – 32 / 9
C / 5 = 90 / 9
C = 50º
Ao nível do mar, a camada gasosa que envolve a terra, exerce sobre o organismo do homem, a
pressão de uma atmosfera (aproximadamente 1 Kgf / cm²), mas por ser a densidade da água maior que
a do ar (quase 800 vezes), o mergulhador a cada 10 metros de profundidade, estará sofrendo um
acréscimo de mais uma pressão igual a atmosfera, sobre a pressão que suportava antes. Assim, a
10 (dez) metros, a pressão total será de 2 atmosferas, a 20 (vinte) metros, será de 3 (três)
atmosferas e assim por diante. Se compararmos essa situação com a de um aviador por exemplo,
veremos que para reduzir a pressão ambiente para meia atmosfera (0,5 Kgf / cm²), ele deverá subir a
uma altitude de 5.000 metros.
ÁREA, a superfície sobre a qual a força é exercida e pode ser medida em polegadas
quadradas.
Assim, a pressão pode ser medida em libras força por polegadas quadradas (PSI) quando no
sistema inglês.
Da mesma forma, se estivermos usando o sistema métrico, a pressão será expressa em gramas
ou quilogramas força por centímetro quadrado. Isto nada mais é do que outra expressão de força
sobre unidade de área.
1 atm = 14,7 PSI = 1,033 Kgf / cm2 = 1,01 Bar = 760 mmHg =
1 atm
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15 PSI
X = 30 m x 1 atm = 3 atm
10 m
Obs:. Neste último problema, estamos calculando equivalência de pressão e não a pressão absoluta a
30 m de profundidade, que será de 4 atm absolutas ou 4 ATAs.
* Os manômetros são construídos de modo que seu zero indique a pressão atmosférica. Exceto
quando especificada, a leitura de uma pressão refere-se à pressão manométrica.
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PRESSÃO PRESSÃO
PROFUNDIDADE
HIDROSTÁTICA ABSOLUTA
(m)
(atm) (ATA)
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* Uma forma prática de encontrar a pressão absoluta ao nível do mar, para determinada profundidade,
é utilizando a seguinte fórmula:
P atm P abs
P hid
Curiosidade: Densidade da água do mar 1,03 Kg / l; 1,03 T / m3; 64,38 lb/ft3; 10,3 lb / gal
Densidade da água doce 1,0 Kg / l; 1,0 T / m3; 62,50 lb / ft3; 10,0 lb / gal
* Logo, temos mais facilidade em “boiar” na água salgada do que na água doce.
Entretanto, quando calculamos para mergulhadores novatos ou ainda sem a suficiente calma, é
de bom alvitre considerar-se, como base para cálculos, 25 litros de ar / min.
Quanto à influência da temperatura da água, desde que não seja atípica, pouca interferência
produzirá nos valores que estamos considerando. No mergulho de lazer não é muito usual que uma
pessoa suporte água fria por tempo que se estenda até a duração normal de um mergulho. O frio,
considerado como um dos agentes responsáveis pelo aumento do consumo de ar é variável de maior
relevância quando dos mergulhos em que a água fria “tem que ser suportada”, como nas atividades de
serviço. Para nossas considerações, basta levar em conta a variação de profundidade e a constante dos
25 litros de ar / min.
Assim, reduzindo os fatores acima citados, podemos concluir com segurança que a autonomia
de um cilindro será sempre o quociente entre a quantidade de ar ali contido e o consumo do
mergulhador. Teremos então :
Ora, sabemos que a quantidade de gás que pode caber em um recipiente será sempre função do
volume deste recipiente e da pressão com a qual o gás é ali conservado. Para nós, enquanto
interessados na quantidade de ar contida num cilindro, é o que basta. Portanto :
Exemplo :
Para um cilindro de 13 litros de ar (volume do casco), carregada a 200 Atm de pressão,
que será utilizada a 20 metros prof....
Não se pode realizar esses cálculos efetuando litros com libras ou atm com pés cúbicos. Efetuar
sempre litros por atm.
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MANUAL DE MERGULHO AUTÔNOMO CBMERJ
21%
O2
79%
N2
2.5 - ENERGIA
Energia é a capacidade de exercer trabalho. Os seis tipos básicos de energia são: mecânica,
térmica, luminosa, química e eletromagnética, podendo aparecer em variedades de formas. A análise
de todas essas variações foge do escopo deste manual. Logo, serão estudados somente os aspectos da
energia luminosa, térmica e mecânica e seus efeitos incomuns sob a água, bem como seus impactos no
mergulho.
2.5.1 - ENERGIA LUMINOSA NO MERGULHO
Refração, turbidez da água, salinidade e poluição contribuem para a distância, tamanho, forma
e percepção de cores de objetos sob a água. Mergulhadores necessitam entender os fatores que afetam
a percepção visual subaquática, compreendendo assim que a percepção de distância provavelmente
será imprecisa.
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Refração é o fenômeno onde a luz passa de um meio para o outro, bem como passa pelo rosto
do mergulhador e o ar em sua máscara. Ela ocorre porque a luz viaja mais rápido no ar do que na
água.
A água possui um índice de refração similar aos das córneas dos olhos e maior que o ar. A luz
entra na córnea desde a água e é fortemente refratada, deixando somente as lentes cristalinas dos olhos
para focalizar a luz. Isto cria uma hipermetropia muito forte. Pessoas com miopia severa, entretanto,
podem ver melhor dentro de água sem a máscara que pessoas com visão normal.
Máscaras de mergulho, capacetes de mergulho e máscara de rosto, todos resolvem este
problema criando um espaço aéreo na frente dos olhos do mergulhador. O erro de refração criado pela
água é quase todo corrigido quando a luz atravessa da água para o ar através das lentes planas, exceto
que os objetos aparecem 34% maiores e 25% mais próximos na água salgada, do que eles
realmente são. A distâncias muito grandes, os efeitos da refração podem se inverter, fazendo parecer
os objetos mais distantes do que realmente são. Entretanto o campo de visão total é significativamente
reduzido e a coordenação olhos-mãos deve ser ajustada. Contraste e brilho reduzidos combinam-se
com a refração resultando na distorção de distância visual.
Ar
Água
Refração
Posição
Aparente
Posição Real
2.5.1.2 - Difusão
O espalhamento da luz é intensificado sob a água. Raios luminosos são difusos e espalhados
pelas moléculas de água e partículas de matéria. Por vezes, a difusão é benéfica, uma vez que há este
espalhamento da luz em ambientes que poderiam estar em áreas de sombra ou sem iluminação. A
perda de contraste é a causa maior da restrição de visibilidade sob a água, se comparado ao ar.
Tamanho e distância dos objetos não são as únicas características distorcidas sob a água. Uma
variedade de fatores combina-se, alterando a percepção de cores pelo mergulhador.
As cores são filtradas pela luz conforme entram na água e viajam para profundidades maiores.
O vermelho é a primeira cor a ser filtrada, logo em pequenas profundidades. A seguir vem o laranja,
31
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depois o amarelo, verde e por último o azul. A profundidade não é o único fator que afeta a filtragem
de cores. Salinidade, turbidez, tamanho de partículas de suspensão na água e poluição afetam as
propriedades de filtragem.
Profundidade em Metros
4,5
18
36
Abaixo desta zona superficial, que usualmente é chamada de zona ou camada mista, a
temperatura cai muito rapidamente. O mergulhador consegue sentir claramente quando encontra esta
transição, pois a água apresenta uma queda de temperatura em apenas alguns centímetros e essa queda
de temperatura é contínua ao longo de vários metros, geralmente mais de 20ºC ao longo de toda a
zona da termoclina (duas ou mais camadas contíguas distintas de água em diferentes temperaturas).
Abaixo desta zona, é o que se chama de águas profundas, a temperatura continua caindo, porém
lentamente. As águas profundas correspondem a 90% da água dos oceanos, e a temperatura varia entre
3ºC e 0ºC, sendo caracterizada pela densidade da água e pouca mistura de águas.
A termoclina varia com a latitude e estação do ano, sendo permanente nos trópicos. Em regiões
temperadas durante o inverno é pouco comum, já no verão é uma presença constante. Nas regiões
polares é inexistente, a água ali é tão fria como no fundo do oceano.
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Quanto mais fria a camada de água, maior será sua densidade. Opostamente a este aumento de
densidade, a energia sonora transmitida entre as camadas, diminui. Isto explica, por exemplo, o
motivo pelo qual o mergulhador pode ouvir um som vindo de 50 metros de distância estando em uma
camada, tornando-se inaudível caso este mesmo som estivesse a poucos metros de distância, em uma
camada diferente.
Camada Mista
Pressão
Termoclina
Profundidade
Velocidade do Som
Temperatura
Pressão
Velocidade do Som
Em águas rasas, a reflexão do ar para a água produz anomalias no campo sonoro, como ecos,
pontos mortos, etc. O fato de o som viajar rapidamente sob a água (1500 m/s) ou 4 vezes mais rápido
que no ar, faz com que o ouvido humano não consiga detectar a diferença do tempo de chegada em
cada ouvido. Consequentemente, o mergulhador, por vezes, não consegue localizar a origem de um
som. Esta desvantagem pode trazer sérias consequências, caso o mergulhador esteja tentando localizar
um objeto ou a origem de um ponto de perigo, como uma lancha.
Calor é uma forma de energia associada com e proporcional ao movimento molecular de uma
substância. Está diretamente relacionada à temperatura, mas necessita ser distinguida desta, pois
diferentes substâncias não necessariamente contem a mesma energia calorífica, mesmo sendo suas
temperaturas iguais. O calor é transmitido de um ponto ao outro por condução, convecção ou reflexão.
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“O volume ocupado por um gás, é inversamente proporcional a pressão absoluta a que está
sujeito.”
Os líquidos são praticamente incompressíveis, enquanto que os gases não. Por isso, uma bolha
de ar, em determinada profundidade, será comprimida pelo peso do líquido (pressão). À medida que a
bolha retorna para a superfície, a pressão do líquido irá diminuindo. Seu volume irá aumentando até
chegar a superfície, quando a pressão será de 1 atm (1 ATA).
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P1 = P2 = P3 = V constante V1 = V2 = V3 = P constante
T1 T2 T3 T1 T2 T3
Temperatura
Temperatura
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Solução
Primeiramente, deve-se encontrar o volume do sino na profundidade citada, levando-se em
conta a relação pressão/volume. Para tanto, utiliza-se a Lei de Boyle.
P1 = 1 ATA
P1V1 = P2V2 V2 = 1 ATA x 12 L
P2 = 30 metros = 4 ATAs 4 ATAs
V1 = 12 L V2 = P1V1
V2 = ? P2 V2 = 3 litros
Ex. 2: Após carregar um cilindro com 200 Bar, a sua temperatura é de 35ºC. Após
resfriado, a temperatura caiu para 28ºC. Qual a sua nova pressão?
Solução
P1 = 200 Bar = 201 ATAs P1 = P 2 P2 = 201 ATAs x 301 K
T1 = 35ºC T1 T2 308 K
T1 = 35ºC + 273 = 308 K
P2 = 196,43 ATAs
T2 = 5ºC P2 = P1T2
T2 = 28ºC + 273 = 301 K T1 P2 = 196,43 ATAs – 1 ATA
P2 = ?
P2 = 195,43 Bar
Ex. 3: Um mergulhador deixa a superfície com um cilindro com 200 Bar, a uma
temperatura de 30ºC. Ao atingir a profundidade de 35 metros, a temperatura caiu para 16ºC.
Qual a nova pressão do cilindro?
Solução
Neste caso, não há necessidade de se calcular o volume em função da pressão, pois ele é
inalterado por estar inserido dentro de um recipiente rígido. Logo, aplica-se direto a Lei de Charles.
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As leis de Boyle e Charles demonstram que para qualquer gás, os fatores temperatura, volume
e pressão, estão intimamente relacionados e que uma mudança em um deles, será compensada pela
alteração em um ou nos dois outros fatores.
A Equação Geral dos Gases é uma combinação dessas duas leis e prevê o comportamento de
determinada quantidade de gás, quando alterações são operadas em um ou em todas as variáveis
( P,V,T )
Matematicamente:
P1 x V1 = P2 x V2 = P3 x V3 = constante
T1 T2 T3
P Pressão Absoluta
V Volume
T Temperatura
Ex.: Um cilindro de aço com 10 litros de volume foi carregado com uma pressão de
149 atm e a temperatura subiu para 127ºC. Que volume de ar será liberado para a atmosfera,
quando a temperatura for de 27ºC?
P1 x V1 = P 2 x V2 = P3 x V3 = constante
T1 T2 T3
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P1 x V1 = P 2 x V2
T1 T2
150 x 10 = 1 x V2
400 300
V2 = 1125 litros ( serão liberados 1125 litros de ar )
“A pressão total exercida por uma mistura de gases é igual a soma das pressões parciais de
cada um dos diferentes gases componentes”
Chamamos de pressão parcial (PP), a pressão exercida pelo gás na mistura, que é proporcional
ao número de suas moléculas presentes no volume total. A pressão parcial de cada gás é igual a sua
porcentagem na mistura , multiplicada pela pressão absoluta no local.
Matematicamente,
Ex. 1: No ar que respiramos ao nível do mar - 1 ATA - a composição é 21% de oxigênio e 79%
de nitrogênio. Qual a PPO2 e PPN2 ao nível do mar?
PPgás = PT x % do gás
Composição do ar:
N2 = 79%
O2 = 21%
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Composição do ar:
N2 = 79%
O2 = 21%
PT à 20 metros = 2 atm = 3 ATAs
PPgás = PT x % do gás
Aumento de pressão
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Ao nível do mar, a pressão parcial do nitrogênio dissolvido nos tecidos humanos está em
equilíbrio com a pressão parcial do nitrogênio nos pulmões. À medida que ocorre o aumento de
altitude ou profundidade em um mergulho, a pressão parcial do nitrogênio nos pulmões se altera e os
tecidos passam a ganhar ou perder nitrogênio para alcançarem um novo equilíbrio com a pressão de
nitrogênio nos pulmões. A mistura de nitrogênio aos tecidos é chamada de Absorção. A liberação é
chamada de Eliminação.
A absorção consiste em uma série de fases, que inclui a transferência de um gás inerte dos
pulmões para o sangue e depois do sangue para os vários tecidos que fluem pelo corpo. O gradiente da
transferência de um gás é a diferença na pressão parcial do gás entre os pulmões e o sangue e entre o
sangue e os tecidos.
2.7.1 - EMPUXO
Empuxo é a força que o líquido exerce em um determinado corpo para fazê-lo boiar. Ele é igual
ao peso do volume do líquido que ocupa. O empuxo pode ser calculado, multiplicando-se o volume do
líquido deslocado pela densidade do líquido.
Na figura acima, duas forças estarão atuando sobre o corpo: o seu peso e o empuxo provocado
pelo volume de água por ele deslocado. Se o peso for igual ao empuxo, o corpo não se moverá para
cima ou para baixo, estando portanto, neste caso, com flutuabilidade neutra.
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Se o peso for maior que o empuxo, o corpo estará com flutuabilidade negativa e irá
afundar. O corpo permanecerá no fundo com flutuabilidade negativa, até que tenha afundado o
suficiente, para que o volume de água por ele deslocado dê origem a um empuxo igual a seu peso,
atingindo assim a flutuabilidade neutra. Caso a flutuabilidade neutra não possa ser atingida, o corpo
descerá até ao fundo.
Se o peso for menor do que o empuxo, o corpo estará com flutuabilidade positiva, e
começará a subir, até que o volume de água deslocado por ele se reduza, suficiente, para atingir a
flutuabilidade neutra.
Matematicamente:
Ex.: Um objeto com 15m de comprimento, 4m de largura e 2m de altura, está flutuando com
1,5m de calado na água do mar. Qual o valor do seu empuxo?
E = V x D
V = 15m x 4m x 1,5m = 90 m3
D = 1,03 T / m³ ( densidade da água do mar )
E = 90m³ x 1,03 T/m³
E = 92,7 T
O empuxo do objeto é de 92,7 T
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3.1 - INTRODUÇÃO
Este capítulo contém informações básicas acerca das mudanças anatômicas e fisiológicas no
corpo humano, que ocorrem quando se está em um ambiente subaquático. Retrata ainda o resultado
dessas mudanças quando o corpo humano excede os limites de adaptação.
Quando o corpo humano está trabalhando, este requer que todos os órgãos e sistemas
funcionem coordenadamente. O coração bombeia sangue para todas as partes do corpo, os fluidos dos
tecidos trocam materiais dissolvidos com o sangue e os pulmões mantêm o sangue fornecido com
oxigênio e limpos do excesso de dióxido de carbono. A maior parte desse processo é controlada
diretamente pelo cérebro, sistema nervoso e várias glândulas. O acontecimento dessas funções,
geralmente, é inconsciente ao ser humano.
Mesmo o corpo humano sendo eficiente da maneira como é, ele não tem maneiras efetivas de
compensar os muitos efeitos que o aumento de pressão em profundidades pode lhe proporcionar e
muito pouco pode fazer para impedir seu organismo de ser afetado. O conjunto desses efeitos externos
limita o que um mergulhador pode fazer e, se não entendido, pode dar origem a sérios problemas.
3.2 - FISIOLOGIA
Neste item teremos uma breve recordação de alguns conceitos de anatomia e de fisiologia do
organismo humano.
Definições:
no cérebro e na espinha e viajam às partes periféricas do corpo pelo Sistema Nervoso Periférico
(SNP).
O sistema circulatório é composto pelo coração, artérias, veias e capilares. Carrega oxigênio,
nutrientes e hormônios para todas as células do corpo e traz de volta dióxido de carbono, resíduos
químicos e calor. O sangue circula por um sistema fechado de tubos que incluem os pulmões e tecidos
capilares, coração, artérias e veias.
3.2.2.1 - O Coração
O coração, órgão central desse sistema, é uma verdadeira bomba aspirante e premente, que
impulsiona o sangue arterial para os tecidos, recebe-o de volta e manda-o aos pulmões para ser
reoxigenado e livrar-se do gás carbônico de que está carregado.
O sistema circulatório consiste em dois circuitos com a mesma corrente sanguínea fluindo pelo
corpo. O circuito pulmonar serve aos capilares pulmonares; o circuito sistêmico serve aos tecidos
capilares. Cada circuito tem suas próprias aterias e veias e sua própria metade do coração como
bomba. Na circulação completa, o sangue primeiro passa por um circuito e depois pelo outro,
passando pelo coração duas vezes em cada circuito completo.
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A circulação sanguínea ocorre da seguinte maneira: uma gota de sangue, localizada no alvéolo
pulmonar, livra-se do gás carbônico, carrega-se de oxigênio e dirige-se pela veia pulmonar para o
coração esquerdo. Daí é lançada pela artéria aorta para todos os tecidos do corpo onde, através dos
capilares tissulares, cede o seu oxigênio às células e recebe o gás carbônico proveniente das queimas
energéticas que se processam nessas células. É conduzida então pelas veias cavas para o coração
direito que a envia aos pulmões pelas artérias pulmonares, recomeçando o ciclo.
Toda célula do corpo precisa obter energia para manter-se viva, crescendo e funcionando.
Estas células obtêm sua energia pela oxidação, que requer combustível e oxigênio para ocorrer. A
respiração é o processo de troca de oxigênio e gás carbônico durante a oxidação, liberando energia e
água.
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3.2.3.1 - Componentes
Fossas nasais: são duas cavidades paralelas que começam nas narinas e terminam na faringe.
Elas são separadas uma da outra por uma parede cartilaginosa denominada septo nasal. No teto das
fossas nasais existem células sensoriais, responsáveis pelo sentido do olfato. Têm as funções de filtrar,
umedecer e aquecer o ar.
Faringe: é um canal comum aos sistemas digestório e respiratório e comunica-se com a boca e
com as fossas nasais. O ar inspirado pelas narinas ou pela boca passa necessariamente pela faringe,
antes de atingir a laringe.
Laringe: é um tubo sustentado por peças de cartilagem articuladas, situado na parte superior
do pescoço, em continuação à faringe. O pomo-de-adão, saliência que aparece no pescoço, faz parte
de uma das peças cartilaginosas da laringe.
A entrada da laringe chama-se glote. Acima dela existe uma espécie de “lingüeta” de
cartilagem denominada epiglote, que funciona como válvula. Quando nos alimentamos, a laringe sobe
e sua entrada é fechada pela epiglote. Isso impede que o alimento ingerido penetre nas vias
respiratórias.
O epitélio que reveste a laringe apresenta pregas, as cordas vocais, capazes de produzir sons
durante a passagem de ar.
Traquéia: é um tubo de aproximadamente 1,5 cm de diâmetro por 10-12 centímetros de
comprimento, cujas paredes são reforçadas por anéis cartilaginosos. Bifurca-se na sua região inferior,
originando os brônquios, que penetram nos pulmões. Seu epitélio de revestimento muco-ciliar adere
partículas de poeira e bactérias presentes em suspensão no ar inalado, que são posteriormente varridas
para fora (graças ao movimento dos cílios) e engolidas ou expelidas.
Pulmões: Os pulmões humanos são órgãos esponjosos, com aproximadamente 25 cm de
comprimento, sendo envolvidos por uma membrana serosa denominada pleura. Nos pulmões, os
brônquios ramificam-se profusamente, dando origem a tubos cada vez mais finos, os bronquíolos. O
conjunto altamente ramificado de bronquíolos é a árvore brônquica ou árvore respiratória.
Cada bronquíolo termina em pequenas bolsas formadas por células epiteliais achatadas (tecido
epitelial pavimentoso) recobertas por capilares sangüíneos, denominadas alvéolos pulmonares.
Diafragma: A base de cada pulmão apóia-se no diafragma, órgão músculo-membranoso que
separa o tórax do abdômen, presente apenas em mamíferos, promovendo, juntamente com os
músculos intercostais, os movimentos respiratórios. Localizado logo acima do estômago, o nervo
frênico controla os movimentos do diafragma.
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Nos tecidos ocorre um processo inverso: o gás oxigênio dissocia-se da hemoglobina e difunde-
se pelo líquido tissular, atingindo as células. A maior parte do gás carbônico (cerca de 70%) liberado
pelas células no líquido tissular penetra nas hemácias e reage com a água, formando o ácido
carbônico, que logo se dissocia e dá origem a íons H+ e bicarbonato (HCO3-), difundindo-se para o
plasma sanguíneo, onde ajudam a manter o grau de acidez do sangue. Cerca de 23% do gás carbônico
liberado pelos tecidos associam-se à própria hemoglobina, formando a carboxihemoglobina. O
restante dissolve-se no plasma.
3.2.3.4 - Controle Respiratório
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O aumento da concentração de CO2 desloca a reação para a direita, enquanto sua redução
desloca para a esquerda.
Dessa forma, o aumento da concentração de CO2 no sangue provoca aumento de íons H+ e o
plasma tende ao pH ácido. Se a concentração de CO2 diminui, o pH do plasma sanguíneo tende a se
tornar mais básico (ou alcalino).
Se o pH está abaixo do normal (acidose), o centro respiratório é excitado, aumentando a
frequência e a amplitude dos movimentos respiratórios. O aumento da ventilação pulmonar determina
eliminação de maior quantidade de CO2, o que eleva o pH do plasma ao seu valor normal.
Caso o pH do plasma esteja acima do normal (alcalose), o centro respiratório é deprimido,
diminuindo a frequência e a amplitude dos movimentos respiratórios. Com a diminuição na ventilação
pulmonar, há retenção de CO2 e maior produção de íons H+, o que determina queda no pH plasmático
até seus valores normais.
A ansiedade e os estados ansiosos promovem liberação de adrenalina que, frequentemente
levam também à hiperventilação, algumas vezes de tal intensidade que o indivíduo torna seus líquidos
orgânicos alcalóticos (básicos), eliminando grande quantidade de dióxido de carbono, precipitando,
assim, contrações dos músculos de todo o corpo.
Se a concentração de gás carbônico cair a valores muito baixos, outras consequências
extremamente danosas podem ocorrer, como o desenvolvimento de um quadro de alcalose que pode
levar a uma irritabilidade do sistema nervoso, resultando, algumas vezes, em tetania (contrações
musculares involuntárias por todo o corpo) ou mesmo convulsões epilépticas.
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1) Volume residual (VR) - é aquele que fica nos pulmões após uma expiração máxima.
(1 a 1,5 litros);
2) Capacidade vital (CV) - é o volume máximo de ar que pode ser expelido dos pulmões.
após uma inspiração máxima (4 a 5 litros);
5) Capacidade total (CT) - maior volume de ar que pode ser contido nos pulmões após
uma inspiração máxima (5 a 6 litros).
São espaços com ar que existem dentro de alguns ossos da face. Todos eles possuem
comunicação com as fossas nasais e são revestidos por uma camada de células muito delicadas. Entre
esta camada de células e o tecido ósseo estão os vasos sangüíneos.
É constituído pelo ouvido externo, médio e interno. No mergulho, as partes mais importantes a
serem estudadas são o ouvido externo e médio.
Ouvido externo é a porção exterior do ouvido, que capta o som e o transmite por um canal ao
ouvido médio. É composto de duas partes: O pavilhão auditivo, também conhecido como orelha e o
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conduto auditivo externo. A função principal do pavilhão auditivo é coletar sons, agindo como um
funil e direcionando o som para o conduto auditivo. Outra função é a filtragem do som, processo este
que ajuda a localizar a origem dos sons que chegam ao indivíduo. Além disso, no caso dos humanos, o
processo de filtragem seleciona sons na faixa de frequência da voz humana facilitando o
entendimento. Já o conduto auditivo externo tem a função de transmitir os sons captados pela orelha
para o tímpano além de servir de câmara de ressonância ampliando algumas freqüências de sons.
Ouvido médio é composto pelos ossículos, martelo, bigorna e estribo, denominados dessa
forma por sua semelhança com esses objetos e pela tuba auditiva ou trompa de Eustáquio. Os
mamíferos são os únicos animais que possuem três ossos no ouvido, ligando o tímpano à orelha
interna. Individualmente, os ossos são menores que um grão de arroz. Os ossículos estão localizados
na cavidade em forma de ervilha do ouvido médio, conectados formando uma ponte entre a membrana
timpânica e a janela oval. Através de um sistema de membranas, eles conduzem as vibrações sonoras
a orelha interna. Os ossículos são os menores ossos do corpo humano e já estão em seu tamanho
completo ao nosso nascimento. Enquanto as ondas sonoras movem a membrana timpânica, esta move
os ossículos. Os três ossos na verdade formam um sistema de alavancas que transferem a energia das
ondas sonoras vindas da orelha externa, através da orelha média para a orelha interna. Outra parte do
ouvido médio é a Trompa de Eustáquio que conecta a cavidade do ouvido médio com a nasofaringe.
A extremidade superior é normalmente aberta, pois é rodeada de ossos, enquanto que a inferior é
normalmente fechada, pois é cercada por um tecido fino. A trompa de Eustáquio ajuda a manter o
equilíbrio da pressão do ar entre os dois lados da membrana timpânica. A trompa abre e fecha a
medida em que engolimos ou bocejamos, permitindo uma equalização entre a pressão do ouvido
externo e do ouvido médio.
Durante um mergulho, a variação da pressão por conta da profundidade, seja ela durante a
descida ou subida, afeta diretamente o tímpano do mergulhador. Por tratar-se de uma membrana, ela é
flexionada para dentro quando a pressão externa é maior que a interna e para fora quando a pressão
interna é maior que a externa.
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dor. Torna-se necessário a introdução de ar para trazer de volta o volume do ouvido médio para sua
dimensão original e o tímpano para sua posição natural.
Na subida, onde a pressão interna torna-se maior que a externa, o simples fato de expirar o ar,
já faz com que o mergulhador equilibre novamente as pressões. Importante observar que, para ambos
os casos, considera-se a trompa de Eustáquio do mergulhador em boas condições.
Existem 9 diferentes técnicas de equalização, assim como várias dicas de como alcançar a
efetiva pressurização do ouvido médio. A tuba auditiva, até a pouco tempo chamada de Trompa de
Eustáquio, foi identificada, pela primeira vez, por Bartolomeo Eustachio, médico italiano, por volta de
1500. Com aproximadamente 3,8 centímetros de comprimento, ela se situa atrás da nasofaringe (a
parte superior da faringe, ou garganta, próxima das passagens nasais), ao nível das narinas. A trompa
normalmente é fechada, mas desobstruída. Fatores como seu ângulo e forma influenciam as
obstruções e a tolerância a mudanças de pressão. Alergias, traumas, infecções e outros fatores também
podem causar obstruções.
Parte da tuba está sob direta influência das alterações de pressão do sistema respiratório.
Quando se engole, os músculos do palato puxam e abrem-na, enquanto fecham a nasofaringe. Engolir
causa a abertura dos tecidos úmidos da tuba, causando um "click" ou estalo. Se um mergulhador ouve
um pequeno estalo ao engolir, significa que a tuba se abriu.Variações individuais explicam porque
alguns nunca têm problemas em equalizar adequadamente o ouvido médio ao mergulhar, enquanto
outros (com tubas auditivas mais finas ou parcialmente obstruídas) podem sentir maior ou menor
dificuldade. Estes últimos podem mergulhar com segurança, mas devem prestar maior atenção e ter
maior cuidado com sua equalização. Para aqueles com dificuldades de equalização, o posicionamento
na coluna d’água é extremamente importante. Uma posição de cabeça para baixo durante a descida
compromete uma tuba medianamente obstruída e dificulta a equalização. Assim, mergulhadores com
histórico de problemas de ouvido, mergulhadores "tímidos" e aqueles sem muita certeza se seus
ouvidos médios equalizarão devem iniciar seus mergulhos vagarosamente, com os pés para baixo.
Alguns mergulhadores ficam apreensivos com a equalização. Aos não familiarizados, pressão no
ouvido médio e estalidos podem ser desconcertantes, resultando em tentativas e cautelosas manobras
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Vigorosa mas não forçada, a equalização deve começar na superfície, onde não há pressão
atuando sobre o tímpano. Dessa forma, uma leve pré-pressurização do ouvido médio, inflando-se a
tuba auditiva previamente à descida, é alcançada. Essa pré-pressurização permite que o ar entre na
tuba e passe para dentro do ouvido. Se não for feita e a tuba for espremida por pressão durante a
descida, será necessário aplicar muita pressão para inflá-la novamente, o que não ocorre com a pré-
pressurização. Assim, recomenda-se que esta seja feita sempre, antes da descida.
Antes de aplicar técnicas de equalização, deve-se verificar a adequação da pressurização. Para
tanto, usa-se a técnica de pinçar as narinas bem baixo no nariz. Um bom, forte esforço de
pressurização, faz com que os tecidos acima da ponta dos dedos que estão pinçando a narina inflem,
formando um "balãozinho", indicando o esforço aplicado na tuba auditiva. Se o mergulhador não
acusa o estalo nos ouvidos ao tentar equalizar, não deve mergulhar. A seguir, as nove técnicas de
equalização existentes:
Técnicas simples - As mais simples técnicas são aquelas de bocejar, engolir em seco, mover a
mandíbula e balançar a cabeça. Embora muito eficientes para um mergulhador com tubas auditivas
livres, desimpedidas e sem problemas de equalização, são ineficazes para aquele que tenha mesmo
uma obstrução leve. Assim, devem ser utilizadas em combinação com alguma das outras técnicas.
Manobra de Frenzel - Fechar as cordas vocais por meio do pinçamento das narinas e manter a
epiglote fechada para comprimir ar no fundo da garganta. Pode ser feita em qualquer ponto do ciclo
respiratório, não inibe o retorno do sangue venoso ao coração, é rápida e pode ser repetida várias
vezes em intervalos curtos.
Manobra de Valsalva - É a manobra mais fácil de ser executada e a que tem maior eficiência.
Com as narinas pinçadas, aumente a pressão soprando contra as narinas e mantendo os músculos da
bochecha contraídos, sem inflá-las. Algum cuidado é requerido, pois esforço demasiado e prolongado
pode fazer com que os tecidos à volta das trompas inchem, dificultando a equalização, bem como
pode causar diminuição no retorno do sangue venoso ao coração, baixando a pressão sangüínea.
Manobra de Toynbee - Com as narinas pinçadas, engula em seco, fazendo com que as
trompas se abram. Não recomendada para descidas rápidas.
Manobra BTV (Beance Tubaire Voluntaire) - Consiste em contrair os músculos do palato
ao mesmo tempo em que os músculos superiores da garganta abrem a tuba auditiva.
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O mergulho dependente não é praticado por mergulhadores amadores ou esportistas, uma vez
que, como não há limitação de ar para a permanência do homem sob a água, facilmente os limites não
descompressivos do mergulho acabam sendo ultrapassados, exigindo assim diversas paradas
programadas para descompressão. Ademais, uma interrupção no fornecimento de ar para o
mergulhador pode ser fatal, dependendo da profundidade e do tempo que se encontra mergulhando.
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Respiração não se trata somente de encher os pulmões com ar. Movimentos incorretos podem
nos levar a acreditar que estamos respirando, quando de fato, estamos fazendo incorretamente. Em
outros casos, somos incapazes de usar todo o ar presente em nossos pulmões. Estas duas limitações
podem influenciar negativamente a performance em uma apnéia. É preciso lembrar que profundidade
ou distância atingida e o tempo de apnéia dependem de vários fatores como treinamento, técnica,
equipamento, etc. No entanto, na maioria dos casos, depende de como se relaxa ou se respira após
começar a apnéia.
O controle proporcionado por um bom nível de relaxamento e técnicas corretas de respiração
durante a preparação para a apnéia, não somente garante um uso mínimo de oxigênio através da
redução do metabolismo, como também aumento da consciência sobre seus limites, paz interior e
segurança no mergulho.
Através do desenvolvimento das técnicas de respiração, estaremos cuidando de todo o corpo e
mente. A partir da prática dos movimentos respiratórios, acharemos harmonia com a respiração e esta
não será mais forçada e sim uma oportunidade de ouvir e sentir a respiração. A consciência de que se
está respirando nos dará regularidade e fluidez.
Muitas técnicas de meditação fazem referência a dinâmica da respiração e a respiração pelo
diafragma é a que permite a maior concentração.
A respiração normal é automática, não requerendo nenhuma participação particular, ou seja,
ela segue seu próprio ritmo. Somente por algumas vezes e por variadas razões, nós intervimos na ação
respiratória. No entanto, mesmo nesses casos, nós não dedicamos uma atenção genuína a nossa
respiração. É preciso estar habituado a escutar e visualizar o ato de respirar, sentindo a passagem do ar
pelos pulmões.
5.2.1 - MELHORANDO A ELASTICIDADE DA CAIXA TORÁCICA
Para respirar corretamente, é preciso ter um diafragma e uma caixa torácica flexíveis e
elásticas. É essencial possuir uma boa mobilidade torácica que permita um amplo movimento durante
a inspiração e expiração do diafragma. Uma mobilidade elevada da caixa torácica reduz o volume
residual dos pulmões (ar remanescente nos pulmões após uma exalação completa).
Trabalhar a mobilidade da caixa torácica aumenta a importante relação entre a capacidade total
e o volume residual, que determina o conforto e habilidade de compensar em maiores profundidades.
Na sequência, serão propostos alguns exercícios visando melhorar a elasticidade da caixa torácica.
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Exercício 1:
- Sente em uma cadeira sem encosto, com os braços soltos ao lado do corpo: durante uma longa inspiração,
rotacione os braços e ombros para fora; segure esta posição para uma apnéia inspiratória de 3-5 segundos; (fig. 1)
- Durante a expiração, rotacione os braços e ombros para dentro; segure esta posição para uma apnéia expiratória
de 3-5 segundos; (fig. 2)
- Repita 10-12 ciclos completos.
Nota: Não mova o peito, nem para dentro nem para fora, neste exercício.
Exercício 2:
- Sente em uma cadeira sem encosto e posicione as mãos opostas umas as outras, com as pontas dos dedos
repousando no ponto onde as duas clavículas se encontram;
- Durante uma longa e lenta inspiração, levante os cotovelos, sem tirar as pontas dos dedos das clavículas; segure
esta posição para uma apnéia de 3-5 segundos; (fig. 1)
- Durante a expiração, traga os cotovelos para baixo até os ante-braços tocarem as costelas, mantendo uma leve
pressão durante uma apnéia expiratória de 3-5 segundos; (fig. 2)
- Repita de 8-10 ciclos completos.
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Exercício 3:
- Sente em uma cadeira sem encosto e durante uma longa e lenta expiração, estenda os braços para frente,
segurando uma mão com a outra e traga a cabeça para frente para o espaço criado entre os braços.
- Gentilmente estique os braços para frente; segure para uma apnéia expiratória de 3-5 segundos; (fig.1)
- A partir desta posição, com uma longa e lenta inspiração, traga os braços para atrás das costas, aperte as mãos
juntas e gentilmente estique os braços para baixo, trazendo a cabeça em seguida (olhando para cima) e os ombros para trás
e para baixo. Segure para uma apnéia inspiratória de 3-5 segundos; (fig.2)
- Repita de 6-8 ciclos completos.
Exercício 4:
- Deite em decúbito dorsal, com as pernas dobradas e ligeiramente afastadas para que as solas dos pés estejam em
contato com o solo, as pontas dos dedos opostas entre si no centro da caixa torácica e no fundo do esterno e as palmas das
mãos em contato com as costelas;
- Durante uma longa, lenta e profunda expiração, gentilmente siga com as mãos, o movimento de descida e
contração das costelas e do tórax, sem exercer pressão no fim; segure para uma apnéia expiratória de 3-5 segundos; (fig.1)
- Usando as mãos, segure as costelas na posição que elas alcançaram no fim da expiração e comece uma longa e
lenta inspiração através da boca; (fig. 2)
- Ao fim da inspiração, tire as mãos subitamente do tórax: esta ação produz uma rápida entrada de ar pela boca
aberta e uma abrupta expansão do tórax. Após 2-3 respirações normais, repita a sequência. Repita de 4-5 ciclos completos.
Nota: Não pressione com força as costelas; a inspiração deve sempre ser executada com a boca totalmente aberta;
a remoção das mãos deve acontecer da forma mais rápida possível; sempre intercale os ciclos com respirações normais.
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Exercício 5:
- Deite sobre um lado do corpo, com as pernas levemente e a cabeça repousando no braço de baixo;
- Posicione a mão do braço de cima no lado correspondente da caixa torácica;
- Durante a expiração, siga a descida deste lado da caixa torácica com a mão. Sem pressionar, gentilmente segure
a posição alcançada ao fim da expiração e assim permaneça por uma apnéia expiratória de 3-5 segundos; (fig. 1)
- Durante a inspiração sucessiva pela boca, segure a costela na mesma posição e somente ao fim da inspiração
permita que ela se mova, retirando a mão rapidamente; (fig. 2)
- Repita de 3-4 ciclos de cada lado.
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- Abdominal;
- Torácica;
- Clavicular.
A base de exercícios para o treinamento da respiração diafragmática é executada começando pela posição em
decúbito dorsal, com as pernas dobradas. Se fizermos a primeira sessão nesta posição, então poderemos passar para a
posição sentada ou em pé, movendo a atenção para diferentes aspectos.
- Deite em decúbito dorsal, com as pernas dobradas e as solas dos pés no chão. Posicione uma mão no tórax e a
outra na parte superior do abdômen;
- Execute uma longa e lenta inspiração, usando o tórax o mínimo possível (a mão no tórax não deve se mover) e
usando o diafragma o máximo possível para o abdômen (a mão sobre o abdômen sente o movimento); (fig. 1)
- Segure para uma apnéia inspiratória de 4-6 segundos;
- Execute uma lenta e profunda expiração, “esvaziando” o abdômen, que flexionar-se-á para dentro ao fim da
expiração (a mão sobre o abdômen sente o movimento). (fig. 2)
- Segure para uma apnéia expiratória de 4-6 segundos.
Nota: O relaxamento deve ser o maior possível e a respiração deve ser executada com o envolvimento do menor
número possível de músculos.
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Exercício 2:
- Faça exatamente como no exercício anterior, mas em uma posição sentada (a gravidade torna mais difícil
levantar o diafragma e contrair o abdômen, durante a expiração).
Exercício 3:
- Faça exatamente como no exercício 1, mas durante a apnéia expiratória, execute longas contrações no diafragma
e no abdômen, elevando o último para cima e depois para baixo pelo maior tempo possível. Evite desenvolver tensão
muscular no tórax ou outras partes do corpo.
Exercício 4:
- Posicione as mãos na cintura, logo acima do osso púbico, sendo capaz assim de sentir o movimento abdominal
durante o exercício. O movimento da pélvis que está unida a este osso deve aumentar a profundidade da respiração e a
amplitude do movimento abdominal;
- Levante a pélvis o máximo possível durante a inspiração e abaixe-a durante a expiração;
- A inspiração e expiração serão sempre diafragmáticas e portanto, o movimento da pélvis para cima e para baixo
será sempre acompanhado das flexões do diafragma para fora e para dentro.
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Exercício 5:
Exercício 6:
- Ajoelhado com as mãos no chão, execute uma longa e lenta inspiração (com consequente abaixamento do
diafragma), hiperextendendo a coluna vertebral e a cabeça; (fig. 1)
- Breve apnéia de 5-6 segundos;
- Execute uma lenta expiração, recordando o diafragma. Exerça pressão nas mãos para arquear a parte de cima das
costas e trazer a cabeça para baixo até o queixo fazer contato com o esterno. (fig. 2)
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Exercício 7:
- Feche a narina direita com o dedão da mão direita e execute uma longa e contínua inspiração diafragmática pela
narina esquerda; (fig. 1)
- Quando a inspiração estiver completa, mova a mesma mão para fechar a narina esquerda com o dedo anelar;
(fig. 2)
- Execute uma longa e contínua expiração pela narina direita;
- Ao fim da expiração, execute uma inspiração diafragmática pela mesma narina, sem mover os dedos. Quando
esta inspiração estiver completa, mova a mão para fechar a narina direita com o dedão e complete a expiração pela narina
esquerda;
- Comece novamente pelo primeiro passo.
A variação para estes exercícios é para inserir uma apnéia após cada fase da respiração. Primeiro adicione uma
pausa após a inspiração, depois outra após a expiração. A expiração precisa sempre ter o dobro de tempo da inspiração,
que por sua vez, terá o dobro do tempo da apnéia. Ex: 8” inspiração - 4” apnéia - 16” expiração.
Para atingir um relaxamento efetivo, é preciso aprender a admitir qualquer hábito mental ruim,
qualquer sentimento improdutivo, agindo ou reagindo. O ato de relaxar significa a adoção de precisas
estratégias psicológicas para combater hábitos mentais pessoais.
A técnica de relaxamento total pode ser aprendida de várias maneiras e através de diferentes
métodos de acordo com a inclinação de cada apneísta.
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Apnéia estática é, definitivamente, a disciplina mais difícil do ponto de vista psicológico. Esta
será uma batalha contra o tempo, ou mais precisamente, uma batalha contra a percepção de tempo.
Um exemplo bem simples: suponha que estamos respirando normalmente e ao mesmo tempo
fixamos nossa atenção aos passar dos segundos de um relógio. Nesta condição, cinco minutos irão
tornar-se um interminável passar do tempo. Imagine a mesma coisa sem respirar! Se ao invés,
estivermos lendo um livro, ouvindo uma boa música ou tendo uma conversa interessante com um
amigo, cinco minutos passarão rapidamente.
Esta é a condição mental que precisa ser reproduzida embaixo da água durante a apnéia.
Quando seguramos a respiração, precisamos tentar livrar a mente de quaisquer distúrbios relacionados
a questão do tempo. A mente precisa estar ocupada de alguma forma, de modo a “enganar” o tempo.
O importante é assumir uma posição relaxada que explore a flutuação forçada pela água e da
estrutura da piscina. Por exemplo, se a borda da piscina estiver no nível da água, isto permite o apoio
dos ombros, que irá pegar o peso da coluna espinhal, permitindo a expansão do tórax, que favorecerá a
respiração. Em resumo, adote a estratégia que, dentro do contexto, permita uma melhor prisão da
respiração.
Respire usando as técnicas descritas acima, concentrando-se no ar fluindo interna e
externamente, que farão com que a mente relaxe. Verifique todo seu corpo, assegurando-se que toda a
tensão acumulada durante o dia-a-dia está sendo aliviada. Quando sentir-se pronto, comece a apnéia.
Esta começa com a respiração final, que ao contrário do que se pensa, não necessita encher os
pulmões completamente. Em geral, os pulmões captam 80% de sua capacidade máxima e nada mais.
Isto evita adquirir tensão muscular no tórax. O movimento final antes de começar a apnéia é tomar
posição na água, que não requer necessariamente fazer o mergulho. A ação correta, nada mais é do
que relaxar na água, permitindo que esta suporte o corpo.
1 - Pontos de contato
Das diferentes técnicas de concentração e relaxamento subaquático, a mais fácil de ser aplicada
é esta de “pontos de contato”.
Execução:
- Ajoelhar no fundo de uma piscina, com a cabeça encostada na parede, identifique os pontos
de contato (testa, joelhos, dedos dos pés e se necessário, os dedos das mãos);
- Isolar um único ponto, perdendo a sensibilidade dos demais;
- Quando o objetivo acima for alcançado, isole outro ponto;
- Repetir o exercício para todos os pontos de contato.
Com a prática, você deverá alcançar a sensação única na qual o corpo tem sensibilidade em um
único lugar; o corpo sente o mundo externo através daquele único ponto, fazendo assim, todos os
demais pontos desaparecerem. Isto fará parecer como se o corpo descansasse somente em um ponto.
Se usarmos 30 segundos para encontrar a sensação desejada em um ponto de contato, então, o
exercício completo levará em torno de 3 minutos. A mente do apneísta estará completamente ocupada
na busca pela concentração total e consequentemente, o tempo irá passar rapidamente.
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6 - Números
Pode ser estimulante o ato de “repetir números”, em um ritmo particular. Isto não precisa
corresponder aos segundos passados dentro da água, mas pode ocasionalmente seguir uma sequência
na qual a mente estiver concentrada.
7 - Paisagens
Imagine achando a si em um mundo de paz total e tranquilidade: uma cena na montanha, no
campo, um gramado verde, a neve, as dunas de um deserto, as ondas do mar, etc.
Todos estes exercícios de relaxamento na água são aplicáveis nas fases iniciais e medianas da
apnéia. Próximo do fim, quando a necessidade de respirar é mais forte, é praticamente impossível a
utilização destas técnicas. Nesta fase, torna-se mais vantajoso o ato de “jogar”.
Os exercícios a seguir auxiliam na fase dos segundos finais da apnéia:
- Esfregue as mãos vagarosamente;
- Toque as pontas dos dedos, um a um;
- Observe um ponto fixo na piscina;
- Mova os dedos das mãos e dos pés simultaneamente;
- Siga com os olhos o movimento de uma partícula em suspensão na água.
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Para a preparação de uma apnéia dinâmica, não subestime o período anterior a imersão:
relaxamento e respiração são de fundamental importância, mesmo que, sob a água, haja necessidade
de esforço físico. Apnéia dinâmica é uma tentativa menos difícil do que a apnéia estática, do ponto de
vista mental, uma vez que esta possui um ponto de chegada. Estática é uma batalha contra o tempo,
enquanto na dinâmica os metros passam enquanto o atleta está engajado com o movimento na água.
Através da otimização do estilo de natação, posição do corpo e flutuabilidade, será mais fácil
dedicar a mente a planejar a apnéia dinâmica. A fase mais delicada é, obviamente, o momento final da
apnéia dinâmica, onde a ânsia por respirar e o início das contrações, instintivamente levam a um
súbito aumento na velocidade de subida, com o objetivo de atingir o mais rápido possível, a
superfície.
Esta situação deve ser categoricamente evitada, uma vez que é contraprodutiva e perigosa, pois
aumenta o risco de um blackout. No estágio final de uma apnéia dinâmica, o aumento da velocidade
leva a perda de controle da situação: o atleta não está mais no comando do ritmo, posição ou técnica.
O impulso mais urgente é atingir o fim da performance e respirar o mais rápido possível; há somente
um pensamento no cérebro do apneísta: chegar. Neste caso, é fácil perder a sensação dos sinais
corporais que indicam os limites de segurança da apnéia. Lembre-se que a chave-mestra para todos os
diferentes tipos de apnéia é o autocontrole.
Na parte final da apnéia dinâmica, devemos buscar estar com o controle total da situação: no
instante em que o mecanismo que causa a necessidade de aceleração é ativado, é necessária uma
intervenção mental, impondo uma redução no ritmo das pernadas, um relaxamento generalizado e
uma lucidez psicológica que permita o controle de toda a ação. Uma velocidade constante deve ser
mais estritamente levada em consideração, do que nas fases anteriores ao fim. Somente através da
imposição desta redução de ritmo, poderemos controlar todos os movimentos do corpo.
Um exercício bastante útil, que nos permite distinguir quando o estágio final foi “tranquilo”,
consiste em executar uma simples ação na saída de cada repetição ou tentativa. Trazer a mão à cabeça
ou checar o tempo da apnéia, são exemplos simples, mas efetivas ações que permitem a verificação da
lucidez na saída.
O organismo humano é complexo, equipado com sofisticados mecanismos que oferecem sinais
úteis, que indicam que algo no funcionamento do corpo não está em ordem. Quando se prende a
respiração por certo período, no início há uma sensação de bem-estar, sem nenhuma necessidade de
reabastecer o pulmão de ar. Isto ocorre pelo fato das trocas gasosas entre as células continuar normal
com os dois principais gases: O2 tomado do alvéolo pulmonar é direcionado para as células, enquanto
o CO2 é lentamente acumulado como um produto consumido.
A sensação de bem-estar continua até que os receptores ultrassensitivos do corpo sinalizam
que os parâmetros de controle já não estão dentro dos limites estabelecidos. O corpo chega a uma fase
crítica e é colocado em guarda por conta da continuidade da prisão do ar.
O oxigênio declina, a partir de uma taxa de 100-105 mmHg, mensurado no alvéolo pulmonar
na primeira fase da inspiração, para uma taxa de 80 mmHg. Células de vários órgãos continuam a
expelir CO2, que fluem pelo sangue na forma de anidridos carbônicos e ácidos carbônicos: de uma
pressão parcial de 40 mmHg é aumentado para um valor aproximado de 55-60 mmHg.
O alarme é armado a partir do momento que essas concentrações começam a atingir seus
limites: núcleos especiais das células nervosas - carótida, aorta e quimiorreceptores do bulbo -
especialmente receptivos a pressão de CO2 no fluxo sanguíneo arterial, a infinitas variações de pH e a
falta de O2, ordenam o sistema respiratório a imediatamente reiniciar a respiração.
O que acontece com um atleta que conscientemente segura a respiração? Primeiramente haverá
um aumento no desejo por ar, que rapidamente transforma-se numa irresistível necessidade por
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oxigênio, chamado de “faminto por ar”. Forçando a apnéia, o atleta irá sentir um desconforto
espalhado pelo estômago até a garganta, até receber um espasmo súbito dos músculos respiratórios, as
contrações no diafragma.
Na realidade, nem todos registraram os mesmos sintomas; isto significa que em uma apnéia
forçada, o apneísta pode não sentir nenhuma contração no diafragma, devido a falta de sensibilidade
ou devido a ausência das contrações. Subsequentemente, o sujeito atinge o ponto de ruptura da apnéia,
sendo obrigado a reiniciar a respiração, não correndo assim o risco de “apagar”.
5.6.1 - HIPERVENTILAÇÃO
5.6.2 - APAGAMENTO
Os fatores que contribuem para o apagamento são simples, se for levado em consideração que
o principal critério que governa qualquer atividade fisiológica é a conservação da vida, mesmo com o
custo de danos permanentes.
Segurar a respiração voluntariamente para permanecer em apnéia implica um consumo gradual
de oxigênio nos pulmões e depois no sangue, assim como um aumento correspondente de dióxido de
carbono nas duas áreas. Os receptores responsáveis pela medição da concentração de gases no
sangue, irá, constantemente, analisar essas variações e comunicar a situação ao cérebro. Tão logo o
dióxido de carbono exceda determinado nível, o reflexo respiratório é desencadeado em forma de
contrações do diafragma. O apneísta ignora este estímulo e, consequentemente, os níveis de CO 2 e O2
irão continuar a aumentar e diminuir respectivamente.
No entanto, o cérebro é “teimoso” e fortalece estes sinais de necessidade por ar, transmitidos
cada vez mais através de diferentes estímulos. Se o apneísta continua a ignorar estes sinais, então
chegará ao ponto que o cérebro tomará controle da situação, iniciando funções voluntariamente. Este é
o apagamento: uma reação visando reduzir as atividades metabólicas em favorecimento da oxigenação
(mesmo que mínima) do cérebro e do coração.
Baseado no exposto, é preciso pensar que o apagamento é a última tentativa do corpo de
salvar-se e não o começo do fim.
O apneísta não passa direto do estado de consciência para ao apagamento. Este será
intermediado por uma condição que recebe o nome de pré-apagamento, em que há uma perda de
controle, ou o sujeito não saber mais o que está fazendo, mesmo não tendo apagado ainda. Ainda
haverá movimento, no entanto, de maneira descontrolada e convulsiva, comumente referenciada como
“samba”.
É importante entender que existem apagamentos em que o sujeito recupera-se rapidamente,
enquanto em outros casos, faz-se necessário uso de equipamentos de ressucitação. Em alguns casos, a
mandíbula pode ser violentamente contraída devido a delonga da condição hipóxica. Neste caso, será
requerido um instrumento para forçar a abertura da mandíbula, respiração artificial e finalmente,
administração de oxigênio.
Em certas ocasiões, as contrações durante a fase do pré-apagamento são de tamanha força, que
duas pessoas são requeridas para segurar a vítima para permitir que a mesma receba uma correta
oxigenação.
Para evitar o risco de apagamento ou pré-apagamento, é essencial entender o próprio limite e a
capacidade de apnéia, evitando ultrapassar estes limites e, acima de tudo, respirar corretamente antes
do mergulho, prevenindo assim, a hiperventilação.
Todavia, a fase mais crítica e delicada após uma apnéia difícil, será sempre a saída. O modo
como se toma a primeira respiração após o mergulho, determina o sucesso do fim e a eliminação da
probabilidade de apagamento. A primeira ação deve sempre ser a expiração, a fim de abrir espaço nos
pulmões para o ar renovado e assim, o oxigênio. O erro mais comum é exalar forçada e
profundamente pela boca, imediatamente após sair da água, ou pior, iniciar a expiração a caminho da
superfície. Isto irá provocar uma queda súbita da pressão parcial de oxigênio no sangue e
consequentemente, o apagamento ou pré-apagamento.
EVITE EXALAR FORÇADAMENTE APÓS A APNÉIA
O correto é exalar calmamente pela boca, sem esvaziar completamente os pulmões e após,
inalar pela boca para enchê-los novamente de oxigênio. Consequentemente, poderemos descarregar
completamente o ar, retornando a uma respiração normal. Esta técnica irá prevenir a queda da pressão
parcial de oxigênio para valores que irão predispor ao pré-apagamento ou apagamento.
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São aqueles que devem ser utilizados em todos os tipos de mergulho, independente da
profundidade, do objetivo e do local do mergulho. São eles:
MÁSCARA FACIAL - Varia de acordo com os fabricantes. São feitas de borracha sintética
ou de silicone. A melhor máscara é aquela que tem menor volume interno, tirantes ajustáveis e
resistentes, maior campo visual e que se adapta bem a face do mergulhador. Algumas possuem
uma lente, duas ou até mais (visores laterais para aumentar a visão periférica). Outras possuem
inclusive uma válvula de drenagem, para facilitar a saída da água de seu interior.
- Manutenção:
c) Mantenha-o afastado da luz solar (raios solares atuam diretamente no material, podendo
danificá-lo);
d) Não deixe as lentes voltadas para o chão. Pedras ou outro tipo de material podem arranhar
o visor.
SNORKEL - É um tubo com bocal utilizado para a respiração na superfície, evitando que o
mergulhador retire o rosto da água. É usado nos mergulhos em apnéia e no autônomo para
respirar na superfície, economizando o ar do cilindro. Alguns também possuem válvulas de
drenagem e defletores de marola.
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- Manutenção:
c) Mantenha-o afastado da luz solar (raios solares atuam diretamente no material, podem
danificá-lo).
- Manutenção:
c) Mantenha-a afastada da luz solar (raios solares atuam diretamente no material, podem
danificá-lo);
Tipo Jumbo
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É constituído de:
a) Cilindro(s)
b) Registro(s)
c) Primeiro estágio do regulador
d) Segundo estágio do regulador
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Segue abaixo tabela com os dados do tipo de cilindro mais utilizado no mergulho, de acordo
com os dois principais fabricantes:
Uso correto
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1º Estágio do Regulador
2º Estágio do Regulador
- Manutenção do 1º e 2º estágios:
Deixe a água correr pelo equipamento, fazendo com que ela passe pelo bigode do 2º
estágio e pequenos orifícios do 1º estágio;
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Resumo de funcionamento:
Captação de Ar => Filtro => 1º est. (7 bar) => Resfriamento => 2º est. (40 bar) => Resfriamento =>
Desumidificador => 3º est. (até 300 bar) => Desumidificador => Filtro Químico => Cilindro
Modelos de Compressores
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6.3 - ACESSÓRIOS
Apesar de terem sido denominados acessórios, eles são fundamentais, principalmente, para a
segurança do mergulho. A cada pesquisa surgem novos aparelhos para essa atividade. Os mais
importantes são:
Profundímetro
Profundímetro de pulso
para também executar a ação de descarga através de tração e inflador oral. Em alguns modelos,
encontramos uma válvula de descarga rápida (segurança), para evitar com que o aumento de
volume venha a romper o colete. Possui back-pack integrado e existem diversos modelos com
bolsos laterais e frontais para transporte de materiais e colocação de lastro, “D-rings” (anel em
aço inox com o formato da letra D), tiras desengatáveis e reguláveis nos ombros e cintura, etc.
Encontrado como tipo jaqueta (inflagem frontal e dorsal), semi-asa (acabamento jaqueta e
inflagem dorsal) ou asa (inflagem dorsal acompanhado de um back plate) .
- Manutenção:
d) Lave a parte interna do CE (colete equilibrador) com água doce, jogando cerca de
500ml em seu interior, balançando-o bem antes de retirá-la;
Backpack
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ROUPAS DE MERGULHO - Podem ser úmida, seca, semi-seca ou com circulação de água
quente:
a) Roupa úmida - permite a entrada de água, que ao entrar em contato com a pele, cria uma
camada isolante que protege o mergulhador da perda de calor para o meio. São geralmente feitas
com neoprene e variam de 2,5mm a 7mm de espessura. É a mais utilizada pelos mergulhadores,
podendo ser encontrada no mercado apresentando diversas variações como cores, proteção
(reforço) nos joelhos e cotovelos, zíper, bolso, capuz geminado, inteiras ou divididas (calça e
jaqueta).
b) Roupa seca - é utilizada para mergulhos em água muito fria. Encontramos em tecido
trilaminado, com revestimento para trabalho pesado, com suspensório e fecho estanque anterior
ou posterior, reforço nos joelhos, válvula de carga e descarga, botas de neoprene geralmente de
6 mm com revestimento de borracha, com solado de borracha moldada reforçada, capuz com
selo facial e de pescoço e sub roupa (undergarment) para águas de até 13 graus. Além de não
haver a penetração de água, ainda pode ocorrer a injeção de gás (argônio) como forma de
isolamento, o que altera o equilíbrio hidrostático, uma vez este gás ser mais quente que o ar.
c) Roupa semi-seca - possui geralmente fecho posterior de ombro a ombro, capuz separado com
vedação de anel toroidal no pescoço, anel toroidal no interior das vedações dos pulsos, luva de
cano longo de 3 a 5 mm em neoprene e bota com solado de borracha termoplástica, anti-
escorregamento.
d) Roupa com circulação de água quente – assemelha-se a roupa seca, porém possui
serpentinas que permitem a circulação de água quente.
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- Manutenção:
a) Lave sempre a roupa após o mergulho, com água doce, deixando-a de molho por 24h;
FACA - Equipamento utilizado para proteção individual. O mais importante em uma faca é
que ela possua uma boa lâmina e que pegue um bom fio. A faca, quando em operações, deve
ser colocada na perna, de preferência na “parte interna”, com a ponta voltada para o calcanhar.
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comunicação direta com o cilindro de ar, permitindo ao mergulhador saber em tempo real a
quantidade de ar restante, calculando-se a autonomia do mergulho para aquela profundidade.
LANTERNAS - Suas qualidades são as mesmas de uma lanterna comum, em relação a foco e
a luminosidade. Existem ainda lanternas sinalizadoras especiais para cavernas (presas na
máscara ou cabeça), lanternas “strobe” para sinalização em mergulhos noturnos ou lanternas
com super-foco e de longa duração (cânister). Devem ser guardadas sempre sem as pilhas e
utilizar graxa de silicone nos o-rings de vedação.
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DECO MARKER - Também conhecido como salsichão, são bóias utilizadas para sinalizar a
presença de mergulhador no local e também para realização de paradas para descompressão.
Deve estar conectada a uma spool. Alguns modelos possuem um sistema para inflagem oral.
Sacos elevatórios
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MOSQUETÕES - Feitos em latão ou aço inox (mais eficientes), são utilizados para “clipar”
diversos tipos de acessórios ao colete equilibrador, como carretilha, lanterna, deco marker, lift
bag, etc. Possuem tamanhos e tipos variados.
BÓIAS DE SINALIZAÇÃO - Servem para sinalizar a área e o raio do mergulho. Podem ser
fixas em poitas (pesos que ficam no fundo) ou presas ao mergulhador. Se o mergulho for
noturno, estas bóias devem ter iluminação. As cores mais encontradas são vermelha e branca.
PRANCHETA E WET NOTE - Servem como meio de comunicação escrita embaixo d’água.
Podem ser conectados ou levados no bolso do colete ou preso junto ao antebraço do
mergulhador.
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- O mergulhador só deve executar uma ação após o dupla ter respondido o sinal recebido.
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Nove Zero
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Existem várias técnicas de entrada na água. Alguns fatores devem ser levados em consideração
ao se fazer a escolha da melhor técnica, como altura do barco, força do mar, profundidade do local,
tipo de equipamento que se utiliza, etc.
ENTRADA DE COSTAS
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9.1.1 - HIPÓXIA
Causas de Hipóxia: As causas de hipóxia variam, mas todas interferem no suprimento normal
de oxigênio para o corpo. Para mergulhadores, a interferência na demanda de oxigênio pode ser
causada por:
- Acúmulo de fluido nos tecidos do pulmão (edema pulmonar), devido ao mergulho em água
fria, inalação de água em casos de afogamento ou acúmulo excessivo de bolhas de gás venosas nos
pulmões durante a descompressão. A última condição é conhecida como “estado de choque”.
- Envenenamento por monóxido de carbono. Este gás interfere no transporte de oxigênio pela
hemoglobina nas células vermelhas do sangue e bloqueia a utilização de oxigênio neste nível celular.
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- Falta de concentração;
- Sonolência
- Fraqueza;
- Agitação;
- Euforia;
- Perda de Consciência.
Quando a hipóxia ocorre, a pulsação e pressão arterial aumentam na medida em que o corpo
tenta compensar os efeitos através de uma maior circulação sanguínea. Uma pequena redução na taxa
respiratória pode ocorrer. Pode haver cianose nos lábios, pontas dos dedos e na pele. Este caso pode
não ser um indicador de hipóxia, pois os mesmos sinais podem ocorrer por uma longa exposição a
águas frias.
9.1.2 - HIPERCAPNIA
- Ventilação inadequada dos pulmões em relação a atividade realizada, que pode ser causada
por um aumento na quantidade de espaços mortos no equipamento, resistência respiratória ou aumento
na pressão parcial de oxigênio.
- Inabilidade de concentração;
- Sonolência;
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- Dor de cabeça;
- Perda de consciência;
- Convulsão.
O excesso de CO2 também dilata as artérias do cérebro. Isso explica, em parte, as dores de
cabeça associadas à intoxicação pelo dióxido de carbono, sendo que essas dores são mais prováveis de
ocorrer depois da exposição excessiva. O aumento no fluxo sanguíneo pelo cérebro, que resulta na
dilatação das artérias, explica porque o excesso de dióxido de carbono acelera o início da toxicidade
do SNC pelo oxigênio.
Tratamento de Hipercapnia:
- Mudar a fonte respiratória ou abortar o mergulho caso o problema seja por falha no
equipamento;
9.1.3 - ASFIXIA
É uma condição onde a respiração para e, tanto hipóxia quanto hipercapnia, ocorrem
simultaneamente. Acontecerá quando não houver gás para respirar, quando as vias aéreas estiverem
obstruídas, quando os músculos respiratórios paralisarem ou quando o centro respiratório deixar de
enviar impulsos para a respiração. Ficar sem ar no mergulho é a principal causa de asfixia.
Mergulhadores inconscientes no fundo, como resultado de hipóxia, hipercapnia ou intoxicação pelo
oxigênio, podem perder o bocal do 2º estágio do regulador e sofrerem asfixia. Obstrução nas vias
aéreas pode ser causada por um ferimento na traquéia, queda para trás da língua ou inalação de água,
saliva, vômito ou objeto estranho. Pode ocorrer paralisia nos músculos respiratórios por um ferimento
na espinha medular devido a um trauma ou doença descompressiva. O centro respiratório no cérebro
pode tornar-se não-funcional durante um episódio prolongado de hipóxia.
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9.1.4 - AFOGAMENTO
Classificações mais comuns: Afogado branco - a função do coração para antes que a
função do pulmão;
Sintomas de Afogamento:
- Inconsciência;
- Edema Pulmonar;
Estes procedimentos deverão ser feitos até a chegada de um médico que confirme a morte da
vítima, se for o caso. Já ocorreram casos de melhora depois de uma hora de ventilações. Deve-se
observar ainda:
- Se o tempo de fundo do mergulhador exigir parada para descompressão, a insuflação
artificial e a massagem cardíaca devem ser feitas numa câmara. O tratamento hiperbárico também não
pode ser esquecido;
- O resgate de um mergulhador afogado e inconsciente no fundo deve ser feito comprimindo
seu tórax e elevando seu queixo para a saída do ar. Esse procedimento evita a SHP;
- Se o coração da vítima estiver funcionando não será necessária a massagem cardíaca, apenas
a insuflação artificial;
- Caso a vítima esteja com os pulmões muito cheios de água, a cabeça deve ser inclinada para
um dos lados, para que o líquido seja expelido pela boca
- É mais importante colocar ar dentro dos pulmões do afogado do que retirar o resto de água
que ainda está retida nos pulmões;
- A administração de oxigênio a 100% ajuda na melhora da vítima;
- O tratamento das consequências do afogamento deverá ser feito por pessoas capacitadas
(médicos e enfermeiros) em locais adequados;
- A vítima deve ser constantemente mantida aquecida.
9.1.5 - ENVENENAMENTO POR MONÓXIDO DE CARBONO
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monóxido de carbono não somente bloqueia a habilidade da hemoglobina de entregar oxigênio para as
células, causando hipóxia celular, como também envenena o metabolismo celular diretamente.
- Dor de cabeça;
- Tontura;
- Confusão;
- Náusea;
- Vômito;
Quando concentrações de monóxido de carbono são grandes o suficiente para dar início ao
envenenamento, a inconsciência pode apresentar-se como primeiro sintoma.
O envenenamento é particularmente traiçoeiro pelo fato dos sintomas não ocorrerem até o
momento em que o mergulhador iniciar a subida do mergulho. Quando em profundidade, a grande
pressão parcial de oxigênio no suprimento de gás força mais oxigênio na solução no plasma
sanguíneo. Parte deste oxigênio adicional penetra nas células e ajuda a compensar a hipóxia. Além
disso, o aumento na pressão parcial de oxigênio forçadamente dissipa uma parte do monóxido de
carbono da hemoglobina. Durante a subida, no entanto, como a PPO2 diminui, o efeito completo do
envenenamento por CO é sentido.
9.2 - BAROTRAUMAS
Resultam quando o diferencial de pressão entre as cavidades corporais e a pressão hidrostática
circundante, ou entre o corpo humano e o equipamento de mergulho, não são equalizados
adequadamente. Barotraumas mais frequentes ocorrem durante a descida, mas também podem ocorrer
durante a subida.
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BAROTRAUMAS NA DESCIDA
É o tipo mais comum de barotrauma. De acordo com a anatomia do ouvido, o tímpano veda
completamente o ouvido externo do espaço existente no canal do ouvido médio. Quando o
mergulhador desce, a pressão hidrostática aumenta na superfície externa do ouvido. Para compensar
este aumento, a pressão interna precisa atingir a superfície interna do tímpano. Isto é realizado pela
passagem de ar pela Trompa de Eustáquio que leva esta pressão das vias aéreas até o espaço do
ouvido médio. Quando a Trompa de Eustáquio está bloqueada por mucos (geralmente causada por
resfriados), associada ao aumento da pressão, o tímpano é alongado para dentro e inicialmente ocorre
a equalização da pressão pela compressão do gás no ouvido médio. Há um limite para esta capacidade
de alongamento do tímpano e logo a pressão interna torna-se menor do que a pressão externa da água,
criando um vácuo no espaço do ouvido médio. Esta pressão negativa faz com que os vasos sanguíneos
do tímpano e o revestimento do ouvido médio expandam primeiramente, depois vazem e finalmente
rompam. Caso a descida continue, há o rompimento do tímpano, permitindo que ar ou água entrem no
ouvido médio, ou ainda o rompimento dos vasos sanguíneos fazem com que ocorra uma hemorragia,
que equalizarão a pressão interna.
A principal marca do barotrauma de ouvido médio é uma dor aguda causada pelo alongamento
do tímpano. A dor produzida antes da ruptura geralmente torna-se intensa o suficiente para prevenir
que o mergulhador continue descendo. O simples fato de interromper a descida e subir alguns metros
é o suficiente para amenizar a dor.
Se a descida continuar, a despeito da dor, o tímpano pode romper. Quando isto ocorre, a dor irá
diminuir rapidamente. Caso o mergulhador não esteja utilizando um capuz que forneça boa proteção, a
cavidade do ouvido médio estará exposta a entrada de água. Esta exposição possivelmente causará
uma infecção no ouvido médio, impedindo o mergulhador de mergulhar novamente até que o dano
esteja curado. A ruptura faz com que o mergulhador experimente um rápido e violento episódio de
vertigem, desorientando-o e causando náusea e vômito.
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AVISO: Nunca faça uma manobra de compensação forçada durante a descida. Uma
manobra forçada pode resultar em uma vertigem alternobárica, que é causada por oscilações de
pressão no ouvido médio, associado a dificuldades de compensação.
O mergulhador que utiliza protetores auriculares possui infecção no ouvido externo ou utiliza
um capuz muito apertado, pode desenvolver barotrauma de ouvido externo. Ocorre quando o gás
preso no canal do ouvido externo permanece sob pressão atmosférica enquanto a pressão hidrostática
aumenta durante a descida. Neste caso, o tímpano é empurrado para fora, em uma tentativa de
equalizar a diferença de pressão, podendo romper-se. A pele do canal incha e entra em hemorragia,
causando dor considerável.
Protetores de ouvido não devem ser usados para mergulhar, pois podem ser forçados para o
interior do canal do ouvido. Quando se utilizar um capuz, o mesmo deve permitir a entrada de ar para
que a pressão seja equalizada adequadamente.
Quando a pressão de ar nos seios da face é menor do que a pressão aplicada aos tecidos ao
redor desses espaços incompressíveis, o mesmo efeito relativo é produzido como se um vácuo tivesse
sido criado dentro dos seios. Este processo representa o esforço natural de equilibrar a pressão
negativa através do preenchimento do espaço com tecido inchado, fluidos e sangue. A dor produzida
pode ser intensa o suficiente para impedir o mergulhador de continuar descendo. A não ser que os
sintomas já estejam ocorrendo, o retorno a uma pressão normal trará alívio imediato Se dificuldades
forem encontradas durante o mergulho, o mergulhador pode apresentar uma pequena quantidade de
sangramento nasal ao atingir a superfície.
Prevenção de Barotrauma dos Seios da Face: Mergulhadores não devem mergulhar caso
sinais de congestão nasal ou resfriado sejam evidentes. Os efeitos do barotrauma podem ser limitados
durante o mergulho se, descer controladamente e subir alguns metros para restaurar o equilíbrio das
pressões. Caso o mergulhador não consiga compensar durante o mergulho, este deve ser abortado.
9.2.4 - BAROTRAUMA DENTAL
Ocorre quando o mergulhador apresenta cavidades nos dentes, geralmente causados por cáries
ou tratamentos de canal mal realizados. A pressão de ar penetra nessas cavidades, gerando dor.
Acontece tanto na subida quanto na descida e não permite equalização. A prevenção se dá a partir de
visitas periódicas ao dentista.
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Quando se faz um mergulho em apnéia, é possível atingir uma profundidade em que o ar preso
nos pulmões é comprimido a um volume menor do que seu volume residual. Neste volume, a parede
torácica torna-se rígida e incompressível. Caso o mergulhador continue descendo, a pressão adicional
é incapaz de comprimir esta parede, forçando sangue adicional aos vasos sanguíneos no tórax ou
elevando mais o diafragma. A pressão nos pulmões torna-se negativa em relação a pressão
hidrostática. A lesão toma forma de barotrauma.
Em um mergulho dependente, o mergulhador que sofre perda de pressão do gás respirável ou
rompimento da mangueira com falha na válvula de não-retorno, pode sofrer barotrauma torácico, caso
sua profundidade seja grande o suficiente para que a pressão da água comprima seu tórax.
Máscaras de mergulho e certos tipos de roupas de exposição podem causar barotrauma sob
certas condições. Exalar pelo nariz pode equalizar a pressão dentro da máscara, não sendo possível a
manobra em óculos de natação. Caso essa pressão não seja equalizada, ocorre o barotrauma facial. O
desequilíbrio de pressão causa um efeito de ventosa sobre a face e olhos. Os olhos e os tecidos da
cavidade ocular são as áreas mais afetadas. No caso de roupas de exposição, o ar pode ficar preso na
dobra da roupa e pode conduzir a um desconforto e provavelmente um caso menor de hemorragia na
pele. Sintomas envolvem esmagamento do corpo ou equimoses localizadas em regiões de dobras
corporais (cotovelos, joelhos, etc.).
BAROTRAUMAS NA SUBIDA
Durante a subida, os gases expandem de acordo com a Lei de Boyle. Caso o excesso do gás
não seja ventilado desses espaços fechados, danos a estes espaços podem ocorrer.
O gás que se expande dentro do ouvido médio durante a subida, normalmente é ventilado para
fora pela Trompa de Eustáquio. Caso haja alguma obstrução na Trompa, a pressão no ouvido médio
em relação a pressão hidrostática torna-se maior. Para aliviar essa pressão, o tímpano é forçado para
fora, causando dor. Se o excesso de pressão for significante, pode haver a ruptura do tímpano que,
caso ocorra, irá equalizar as pressões, fazendo com a dor desapareça. No entanto, pode haver um
episódio intenso de vertigem quando a água penetrar no ouvido médio.
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- Paralisia nos músculos faciais: O excesso de pressão pode cortar o suprimento de sangue
para os nervos faciais, causando interrupção na transmissão de impulsos neurológicos no lado afetado
dos músculos faciais. Geralmente, 10 a 30 minutos de excesso de pressão são necessários para os
sintomas ocorrerem. As funções normais desses músculos retornam ao normal, cerca de 5 a 10
minutos após o excesso de pressão ser ventilado.
O excesso de pressão é causado quando o gás está preso no interior dos seios. Uma dobra na
membrana que reveste os seios, um cisto ou um excremento na membrana dos seios, pode atuar como
uma válvula de retenção, impedindo o gás de deixar os seios durante a subida. Forte dor na área
afetada dos seios é o resultado desse aumento de pressão, que é suficiente para que o mergulhador
interrompa a subida. Esta é imediatamente aliviada caso o mergulhador desça alguns metros, devendo
o mesmo subir de forma mais vagarosa, assim como no caso do barotrauma reverso de ouvido médio.
Quando o excesso de pressão ocorre nos seios maxilares, o suprimento de sangue para o nervo
infra-orbital pode ser reduzido, levando a dormência da pálpebra inferior, lábio superior ou um lado
do nariz e da bochecha.
Hiperexpansão pulmonar causada quando o gás não consegue escapar dos pulmões durante a
subida, pode ocorrer quando o mergulhador, voluntária ou involuntariamente, prende a respiração
durante a subida. Obstruções pulmonares que causem retenção de ar, como asma ou secreções
oriundas de pneumonia ou forte resfriado, são outras causas. As condições que levam a estes
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incidentes são diferentes das que produzem barotrauma torácico e frequentemente ocorrem durante
uma subida livre ou boiada ou em subidas de emergência.
RUPTURA ALVEOLAR
ENFISEMA SUBCUTÂNEO
A embolia arterial gasosa, por vezes chamada somente de embolia, consiste na obstrução do
fluxo sanguíneo causada por bolhas gasosas que penetram na circulação arterial. Obstrução das
artérias do cérebro e do coração pode levar à morte caso não sejam prontamente tratadas.
Causas de Embolia Arterial Gasosa: É causada pela expansão do gás nos pulmões enquanto
se respira sob pressão e a mesma é retida durante a subida. Essa retenção pode ser causada por uma
apnéia voluntária (situação de pânico) ou pelo bloqueio das passagens de ar (lesão pulmonar). Caso
haja certa quantidade de gás que se expanda o suficiente, a pressão forçará o gás pela parede alveolar
para dentro dos tecidos circundantes e para dentro da circulação sanguínea. Caso o gás entre na
circulação arterial, irá dispersar-se para todos os órgãos do corpo. Os órgãos mais suscetíveis à
embolia arterial gasosa são o sistema nervoso central e o coração. Em todos os casos de embolia, pode
haver associadamente, pneumotórax.
Artéria carótida
Capilares
Aorta
Coração
Veia
pulmonar
- Inconsciência;
- Paralisia;
- Fraqueza;
- Fadiga extrema;
- Dificuldade de raciocínio;
- Vertigem;
- Convulsões;
- Anormalidade na visão;
- Perda de coordenação;
- Náusea e vômito;
- Anormalidade auditiva;
- Tontura;
- Mudanças de personalidade;
- Tremores.
- Recompressão imediata;
Prevenção de Embolia Arterial Gasosa: O risco de embolia arterial gasosa pode ser
substancialmente reduzido ou eliminado, prestando-se atenção ao que segue:
101
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- O mergulhador nunca deve parar de respirar durante a subida de um mergulho em que houve
a respiração de gás pressurizado;
Pneumomediastino ocorre quando o gás é forçado através do tecido do pulmão rasgado para
dentro dos tecidos mediastinais, na parte mediana do tórax circundante do coração, traquéia e veias
sanguíneas majoritárias.
Capilares Capilares
Coração Coração
Em certas instâncias, o dano no pulmão pode permitir que o ar entre mas não consiga sair do
espaço pleural. A respiração sucessiva, gradualmente aumenta a bolsa de ar. Há um aumento
progressivo na tensão ou pressão exercida no pulmão ou coração por conta da expansão do gás. Se
algo errado ocorrer nesse processo, esta pressão pressiona o pulmão envolvido, causando o colapso
completo. O pulmão e depois o coração, são empurrados na direção oposta do tórax, que prejudica a
respiração e a circulação.
Coração
Pneumotórax
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Um pneumotórax suave (menos de 15%), normalmente irá melhorar com o tempo quando o ar
no espaço pleural for absorvido espontaneamente. Um mediano pode ser tratado a partir de
administração de oxigênio a 100%. Casos de pneumotórax que demonstrem comprometimento
cardiorrespiratório podem requerer um dreno de tórax, cateter intravenoso ou outro aparelho para
remover o gás intratorácico. Mergulhadores recomprimidos para tratamento de embolia arterial gasosa
ou doença descompressiva, que também apresentem pneumotórax, sentirão alívio nos sintomas logo
após a recompressão. Um tubo torácico ou outro aparelho com uma válvula de não-retorno pode ser
necessário ser inserido em profundidades, para prevenir a expansão do gás preso durante a subida
subsequente. Deve-se suspeitar de pneumotórax grave se a condição de saúde do mergulhador piorar
rapidamente durante a subida, especialmente se os sintomas forem respiratórios. Caso esse tipo de
pneumotórax seja descoberto, uma recompressão na água pode aliviar os sintomas até que a cavidade
torácica possa ser devidamente ventilada. Pneumotórax combinado com embolia arterial gasosa ou
doença descompressiva não deve ser tratado imediatamente com terapia de recompressão.
Conhecido no meio do mergulho somente pelo termo “Narcose”, é o estado de euforia e alegria
quando o mergulhador respira uma mistura gasosa com uma pressão parcial de nitrogênio maior que
4 ATAs.
Causas de Narcose: Respirar nitrogênio sob alta pressão parcial, tem um efeito narcótico no
sistema nervoso central que causa euforia e prejudica a habilidade de raciocínio do mergulhador. O
efeito narcótico começa quando a pressão parcial do nitrogênio atinge, aproximadamente, 4 ATAs e
aumentando progressivamente conforme aumenta a profundidade. Sob uma pressão parcial de 8 ATAs
o prejuízo é considerável. Acima de 10 ATAs pode haver alucinação e inconsciência. Em um
mergulho em que se utiliza ar como fonte gasosa, a narcose aparece a uma profundidade de,
aproximadamente, 40 metros, sendo proeminente a 60 metros, tornando-se incapacitante em
profundidades maiores.
- Estupidez aparente;
- Risadas inadequadas;
Por conta dos sintomas elencados, a narcose é também conhecida como “Embriaguês das
Profundezas”.
O descuido com a segurança pessoal é o grande perigo da narcose. Mergulhadores podem
exibir um comportamento anormal, como retirarem o regulador da boca, ou descerem a profundidades
inseguras, sem a preocupação com doença descompressiva ou suprimento de ar.
O efeito Lorraine Smith descreve os efeitos tóxicos do oxigênio sobre o tecido pulmonar. Os
alvéolos são revestidos por um surfactante, que os impede de colabar e permite que eles mantenham
sua função de efetuar a troca gasosa. Exposições muito prolongadas de oxigênio em pressões parciais
intermediárias causam redução da produção do surfactante e lesões nos alvéolos, fazendo com que
estes colabem, prejudicando a troca gasosa. Os sintomas são dores no peito, dificuldade de respirar,
diminuição da capacidade vital e tosse. Estes sintomas são muito parecidos com casos de gripe,
raramente causando danos permanentes.
A pressão parcial de oxigênio limítrofe para o surgimento dos sintomas é de 0,5 ATA. No
entanto, o efeito Lorraine Smith não é a preocupação principal para os mergulhadores. A exceção se
faz no caso de vários mergulhos de longa duração em dias consecutivos ou seguidos de tratamento em
câmara hiperbárica. Em quase todos os mergulhos, o limite de intoxicação do SNC será o fator
limitante para o planejamento.
Paul Bert, em 1878, foi o primeiro a observar os efeitos das altas pressões parciais de oxigênio
no sistema nervoso central. Essas pressões modificam o metabolismo das células nervosas,
promovendo várias alterações neurológicas. A intoxicação do SNC, ao contrário da pulmonar,
demanda maior atenção dos mergulhadores. Em mergulhos sem descompressão, com ar ou nitrox até
40%, só é necessário estabelecer a profundidade máxima de operação da mistura a ser utilizada com
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base na PPO2 máxima desejada e manter-se em exposições com durações mais seguras.
Mergulhadores que planejam descompressão e troca de gás, necessitam realizar cálculos de exposição
ao oxigênio para todos os diferentes níveis do perfil de mergulho.
Suscetibilidade a Intoxicação do SNC pelo Oxigênio: Uma série de fatores influencia o risco
de intoxicação:
- Suscetibilidade Individual: Varia de indivíduo para indivíduo. Pode variar também entre
mergulhos com o mesmo perfil, no qual mergulhadores experimentam a intoxicação em condições de
exposição de tempo anteriormente tolerado.
A advertência quanto aos sintomas pode, por vezes, não aparecer e a maioria não é
exclusivamente de sintomas de intoxicação pelo O2. Espasmo muscular é talvez, o aviso mais claro,
mas que pode ocorrer tardiamente. Caso nenhum desses sintomas apareça ao se exceder a pressão
parcial limite, o mergulhador deve tomar imediata ação a fim de reduzir a PPO 2.
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A convulsão pode ocorrer subitamente, sem preceder nenhum dos outros sintomas. Durante a
convulsão, o indivíduo perde a consciência e o cérebro passa a enviar impulsos nervosos
incontroláveis aos músculos. A esta altura, todos os músculos são estimulados de uma vez só, levando
o corpo a um estado de rigidez. Esta é referida como a fase tônica da convulsão. O cérebro logo
fadiga, diminuindo os impulsos. Esta é a fase crônica.
- Diminuir a profundidade;
O possível risco de hipóxia durante a apnéia na fase tônica é reduzido por conta da alta pressão
parcial de oxigênio nos tecidos e no cérebro. Caso o mergulhador convulsione, o organismo deve ser
ventilado imediatamente com um gás com menor taxa de oxigênio. Caso seja possível permanecer na
mesma profundidade (mergulho dependente) e o suprimento de gás seja seguro, o mergulhador deve
permanecer nesta profundidade e aguardar até que a convulsão de lugar a uma respiração normal.
Caso uma subida seja necessária, ela deve ser feita o mais lenta possível, para reduzir o risco de
embolia arterial gasosa. O mergulhador inconsciente na superfície por causa de intoxicação pelo
oxigênio deve ser tratado como se tivesse sofrido embolia arterial gasosa.
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- Evitar a combinação de elevadas taxas de PPO2 com esforço físico, hipertermia ou altas taxas
de dióxido de carbono e nunca usar medicamentos que tenham como efeitos colaterais, dificuldades
respiratórias e estimulem o sistema nervoso central. Exemplo típico é o uso de descongestionantes
nasais.
Quando o uso de altas pressões parciais de oxigênio for necessário, os mergulhadores devem
ser precavidos, tendo certeza que o gás respirável está em boas condições, observando os limites de
tempo de acordo com a tabela de mergulho, evitar esforço excessivo e observando sintomas anormais
que podem aparecer.
O sangue e tecidos do mergulhador absorvem nitrogênio adicional (ou hélio) dos pulmões
quando em profundidades. Durante a subida, o excesso de gás pode separar-se da solução, formando
bolhas. Estas bolhas produzem efeitos mecânicos e bioquímicos que levam a uma condição conhecida
como Doença Descompressiva.
A pressão parcial dos gases da mistura gasosa nos pulmões do mergulhador direciona a
absorção dos gases teciduais. À medida que o mergulhador submerge, há um aumento da pressão
ambiente. A mistura de gás respirado durante o mergulho tem a mesma pressão. No entanto, demora
um tempo para que ocorra aumento da tensão tecidual e ela alcance o valor de pressão dos gases
respirados.
Maiores tempos de fundo aumentam a tensão tecidual de gases inertes. Maiores intervalos de
superfície diminuem esses valores.
Os Compartimentos: Todo o corpo absorve Nitrogênio, sob pressão. Algumas áreas
absorvem o gás mais rápido do que outras, por exemplo, os compartimentos de 5 e 10 minutos,
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Apesar do fluxo sanguíneo poder variar com a atividade ou outros eventos no corpo e com isso
mudar a velocidade do tecido anatômico, os modelos de descompressão levam em conta muitos
compartimentos, para ter a certeza de levar considerar a maioria das possibilidades, tais como frio e o
exercício.
Meios-tempos: Cada tecido ou parte do corpo humano é peculiar e os órgãos são constituídos
de vários tecidos, que, por sua vez, são formados de diferentes substâncias e apresentam diferentes
suprimentos sanguíneos (perfusão). As tensões teciduais de gás inerte variam em função da taxa de
absorção e eliminação de cada tecido.
Quando falamos de meio-tempo tecidual de gás inerte, estamos referindo-nos ao tempo, em
minutos, que é levado para saturar metade do tecido com esse gás. Seguindo o processo de saturação
de gás pelo tecido, há a necessidade da mesma quantidade de tempo para que seja absorvida a
quantidade de gás para a outra metade ficar saturada pela metade.
Nem todo o gás, durante o seu processo de eliminação, sai do tecido para a corrente sanguínea
do mesmo modo que entrou. Tecidos adjacentes que apresentam meios-tempos diferentes, influenciam
a eliminação de gás inerte em função da criação de diferenças de tensões entre eles. Maiores tensões
de gás num determinado tecido que em outro produzem um gradiente de pressão entre tecidos. O gás
acaba passando de um tecido para outro e daí para a circulação para ser eliminado. Isso complica os
cálculos de difusão no sentido da eliminação dos gases.
Compartimentos Rápidos e Compartimentos Lentos: Um compartimento rápido absorve e
elimina gases de forma rápida e apresenta meios-tempos curtos. Em comparação com os
compartimentos lentos, eles apresentam tensões de gases mais altas após um mergulho. Como os
compartimentos rápidos geralmente também apresentam rápida eliminação de gás inerte acumulado,
ocorre que eles se beneficiam com as paradas de segurança. As paradas de segurança diminuem de
modo significativo as tensões desses gases. Além disso, maiores intervalos de superfície facilitam a
eliminação de gases inertes desses tecidos.
Os compartimentos de meios-tempos mais curtos são importantes na ocorrência de doença
descompressiva, principalmente porque eles são o modelo de comportamento da cinética dos gases
inertes no sistema nervoso central.
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Já os compartimentos ditos lentos são aqueles que absorvem e eliminam gases em meios-
tempos longos. Esses tecidos não têm tempo suficiente de eliminar gás inerte antes do mergulho
seguinte, ou seja, o mergulho seguinte de uma sequência de mergulhos sucessivos já ocorre a partir de
uma tensão tecidual de gás inerte naquele compartimento que ficou do mergulho anterior.
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Saturação: Um tecido é considerado saturado quando absorve todo o gás inerte que ele pode a
uma determinada pressão ambiente. Para um tecido ficar 99% saturado a uma determinada pressão
ambiente são necessários 6 meios- tempos.
Se, num determinado algoritmo, considerarmos o compartimento mais lento como sendo de
120 minutos, então serão necessárias 12 horas para haver 99% da saturação do tecido, tendo estado o
mergulhador numa determinada profundidade. Em termos práticos, a partir desse período não há mais
o que absorver de gás pelo tecido. Se o mergulhador aumentar a profundidade do mergulho, haverá
mais gradiente de pressão entre a mistura respirada e os tecidos e consequentemente mais gás poderá
ser absorvido. Um novo período de tempo deverá passar até que ocorra nova saturação.
Supersaturação: Exceto pela narcose, a pressão elevada de nitrogênio nos tecidos não
apresenta um efeito fisiológico significativo, contanto que se permaneça embaixo d´água, ou mais
precisamente, sob pressão. Entretanto, quando há a subida do mergulho, a pressão diminui. Já que o
corpo esteve absorvendo nitrogênio ao longo do mergulho, eventualmente haverá a subida para uma
profundidade na qual a pressão nos tecidos excederá a pressão circundante. Neste momento os tecidos
tornam-se Supersaturados, ou seja, contêm mais nitrogênio dissolvido do que podem reter na pressão
ambiente. Nesse momento, o N2 começa a sair da solução nos tecidos e o corpo começa a eliminá-lo.
Nesse ponto é onde surge o potencial para a doença descompressiva.
Descompressão segura ocorre quando se pode diminuir a pressão ambiente e manter a
supersaturação suficientemente alta que não produza estado de fase gasosa e, ao mesmo tempo, o gás
possa ser eliminado.
As mudanças de estado dos gases ocorrem num espectro que passa pelo estado de fase gasosa.
Sempre que existe supersaturação, a fase gasosa pode evoluir em micronúcleos e bolhas.
No mergulho seguro, o mergulhador deve poder subir de determinada profundidade até a
superfície sem que seja necessário cálculo de descompressão. Um mergulho também é considerado
seguro quando a taxa de supersaturação na superfície fica abaixo dos limites aceitáveis que não
provoquem a formação de uma quantidade de bolhas que venham a ter expressão clínica na forma de
doença descompressiva.
Hoje, sabe-se que os tecidos rápidos toleram níveis de supersaturação maiores que os lentos
apesar de terem meios-tempos menores. Os tecidos rápidos podem continuamente sobrecarregar os
lentos durante a eliminação de gases. Os tecidos rápidos, por sua vez, são os responsáveis pelos
sintomas mais graves da doença descompressiva. Atualmente constatou-se que isso é um dos
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problemas de descompressão mesmo quando o mergulhador se encontra nos limites de tempo por
profundidade das tabelas. Isso também pode servir de base para se acentuar a necessidade de controle
da velocidade de subida.
Bolhas: Bolhas podem formar-se diretamente em tecidos supersaturados quando ocorre
descompressão. Elas também podem formar-se a partir de micronúcleos pré-formados que são
excitáveis por compressão e descompressão. As bolhas que deixam seus locais de formação, podem
mover-se para qualquer outro local. Elas também podem dissolver-se localmente por difusão gasosa
para tecidos contíguos ou mesmo para o sangue. Bolhas podem passar pelo filtro pulmonar, podem
fragmentar-se em núcleos menores agregados e podem até ser eliminadas completamente. O colapso
de uma bolha ou micronúcleo somente ocorre com enormes pressões, alguma coisa semelhante a
10 ATAs.
Bolhas existem em certo grau dentro do corpo após todos os mergulhos. Se as bolhas são
poucas e pequenas elas não produzem efeitos, mas se existem em quantidade, seu volume pode ser
grande o suficiente para causar doença descompressiva. Geralmente as bolhas devem estar dentro de
tecidos com baixa perfusão ou no lado arterial do sistema circulatório para que causem DD Bolhas no
lado venoso são geralmente inofensivas. Sendo assim, a fase gasosa deve se desenvolver no lado
arterial ou se mover do lado venoso para o lado arterial através de algum mecanismo, ou mesmo as
duas possibilidades.
Sintomas de Doença Descompressiva: Uma vez que as bolhas podem se desenvolver em uma
parte do corpo ou serem carregadas para qualquer parte do corpo, a doença descompressiva pode ser
caracterizada por dezenas de sintomas aparentemente sem relação e com severidade variada. Isto
significa que diversos fatores podem, teoricamente, predispor o mergulhador à DD e que outros
fatores podem protegê-lo.
Médicos hiperbáricos facilmente reconhecem alguns sinais e sintomas como sendo de DD, mas
outros, que se apresentam após um mergulho podem ou não ser de doença descompressiva. Em muitos
tipos, o mecanismo exato de lesão, além da formação de bolhas, é um mistério.
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- Dores nas Articulações e Membros: Ocorre em aproximadamente 75% dos casos. Podem
ser encontrados em mais de um local no mesmo membro, tal como no ombro e cotovelo. Pode
progredir para formas mais graves;
- Fadiga: Sintoma mais comum de DD. Fisiologistas consideram-na quando em contexto com
outros sintomas de DD, embora não se deva ignorar a fadiga excessiva sem uma explicação plausível;
- Ouvido Interno: A DD ocorrendo dentro do ouvido pode causar perda de audição, tontura,
zumbido nos ouvidos ou vertigem. Estes sintomas assemelham-se aos de um barotrauma, sendo difícil
diagnosticar a origem.
DOENÇA DESCOMPRESSIVA TIPO II: É caracterizada por sintomas que podem ser
debilitantes ou representar risco imediato de morte. Estes sintomas estão particularmente relacionados
com os efeitos no sistema nervoso. Apresentam-se nas seguintes formas:
- Pulmonar: Ocorre raramente. O acúmulo de gás nos capilares pulmonares pode interferir na
troca de gases dentro dos pulmões. Isto reduz simultaneamente o oxigênio para os tecidos e a
eliminação do nitrogênio, causando dor ao respirar, geralmente acompanhada de tosse curta e irritada.
Muitas vezes a vítima sente uma forte falta de ar. Os sintomas tendem a progredir rapidamente,
podendo levar a vítima ao estado de choque.
- Gordura Corporal: Se dá pelo fato do colesterol elevado, uma vez que a gordura absorve
mais nitrogênio do que a água;
- Atividade Física: A prática de exercício poucas horas antes do mergulho pode elevar o
número de micronúcleos de gás nos quais as bolhas se formam;
- Idade: Uma pessoa com idade avançada tende a ter seu sistema respiratório e circulatório
trabalhando com menos eficiência;
- Álcool: Consumido antes do mergulho, o álcool tende a acelerar a circulação, o que pode
carregar os tecidos com gases inertes além da quantidade assumida pelos modelos descompressivos.
Consumido após o mergulho, causa a dilatação em capilares, possivelmente elevando a taxa de
liberação de nitrogênio e contribuindo para a formação de bolhas;
- Dióxido de Carbono: Altas taxas de CO2 interferem com o transporte de gases pelo sistema
circulatório, ao dilatar capilares e aumentar a absorção de gases inertes durante o mergulho;
- Perfis Inversos: Uma vez que a grande maioria dos dados empíricos tem como base perfis
normais de mergulho (mais profundo para o mais raso), é encorajado que se evite perfis inversos;
A válvula de descarga é uma válvula de demanda que trabalha de maneira inversa. Ela abre
quando o mergulhador exala, permitindo que o ar flua para fora da câmara. É necessário manter uma
perfeita vigilância na taxa de oxigênio da atmosfera da câmara. A taxa de oxigênio não deverá exceder
a 23%. Quando estiver realizando operação com oxigênio, a câmara deverá ser ventilada por 2
minutos a cada 5 minutos. Se a operação for com ar, a ventilação será feita por 1 minuto a cada 5
minutos, a fim de evitar o crescimento da taxa de gás carbônico. Para ventilar, basta abrir
simultaneamente as válvulas de admissão e descarga, permitindo que o ar circule no interior da
câmara sem alterar a pressão interna. A pressão do oxigênio para o interior da câmara varia entre 75 a
125 psi. Toda câmara deverá possuir um programa regular de manutenção, ser inspecionada e testada
para verificação de vazamentos a cada dois anos ou após a realização de reparo. Teste hidrostático
deverá ser realizado a cada cinco anos (1,5 vezes a pressão de trabalho). A lista de verificação pré-
mergulho deverá ser preenchida toda vez que a câmara for usada. Mergulhos que exijam
descompressão não deverão ser programados, independentemente do equipamento usado, se não
houver câmara de recompressão em condições de operar e à disposição, a menos de uma hora de
distância do local do mergulho, usando o meio de transporte mais rápido existente no local.
Câmara de Recompressão
9.5.1 - HIPOTERMIA
É a queda da temperatura corporal abaixo do normal. A água remove o calor corporal,
aproximadamente 20 vezes mais rápido que o ar. Isto mostra, por exemplo, porque uma
temperatura ambiente no ar de 23º C parece confortável, enquanto que na água é considerada fria. A
hipotermia durante a imersão é um perigo em potencial sempre que operações de mergulho acontecem
em águas frias. A resposta do mergulhador à imersão em águas frias depende do grau térmico de
proteção usado e da temperatura da água. A água, a uma temperatura de 33ºC, é a requerida para
manter o mergulhador que esteja desprotegido e descansando, em uma temperatura estável. O
mergulhador desprotegido será afetado pela excessiva perda de calor e irá tornar-se mais frio dentro
de um curto período de tempo quando a temperatura da água estiver abaixo de 23ºC.
116
MANUAL DE MERGULHO AUTÔNOMO CBMERJ
Para o tratamento de hipotermia grave deve-se evitar qualquer exercício, manter a vítima
deitada, iniciar os procedimentos de reaquecimento e providenciar o transporte imediato da vítima
para um centro de tratamento médico.
O tímpano não precisa romper para ocorrer uma vertigem calórica. Ela pode ocorrer
simplesmente pelo resultado da entrada de água no canal externo de somente um lado do ouvido. Pode
ocorrer também quando um canal externo está obstruído por cera. Pode manifestar-se subitamente
pela entrada de água fria ou quando se atravessa uma termoclina. O efeito geralmente é rápido, mas
quando presente causa significante desorientação e náusea.
9.5.3 - HIPERTERMIA
Consiste no aumento da temperatura interna do corpo. Pode ser considerada um risco potencial
quando a temperatura do ar excede 32,2ºC ou a temperatura da água excede 27,8ºC. Um indivíduo
está sujeito à hipertermia quando a temperatura corporal aumenta 1ºC acima do normal (37ºC). Esta
temperatura não deve exceder 39ºC.
- Fadiga;
117
MANUAL DE MERGULHO AUTÔNOMO CBMERJ
- Desorientação, confusão;
- Náusea
- Exaustão;
Desidratação é uma preocupação para mergulhadores, particularmente nas zonas tropicais. Ela
é definida como uma excessiva perda de água pelos tecidos do corpo e é acompanhada por um
distúrbio no balanço de essenciais eletrólitos, particularmente sódio, potássio e cloreto.
A imersão na água cria uma situação especial que pode conduzir o mergulhador à desidratação.
A água contrabalança o gradiente de pressão hidrostática no sistema circulatório, dos pés à cabeça.
Como resultado, o sangue que é normalmente agrupado nas veias das pernas, é translocado para o
pulmão, causando um aumento no volume sanguíneo central. O corpo, erradamente interpreta esse
aumento como um excesso de fluido. O reflexo se dá no aumento do fluxo de urina, que conduz ao
aumento de perda de água pelo corpo e concomitantemente, reduz o volume sanguíneo durante o
mergulho. Os reflexos são sentidos quando o mergulhador sai da água. A porção sanguínea novamente
volta para as veias das pernas. Pelo fato do volume total de sangue ter sido reduzido, o volume central
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MANUAL DE MERGULHO AUTÔNOMO CBMERJ
cai dramaticamente. O coração pode ter dificuldade em captar sangue suficiente para bombeá-lo. O
mergulhador pode experimentar fraqueza nas pernas, sentindo dificuldades em permanecer em pé ou
subir uma escada. Este é o resultado da queda da pressão sanguínea quando o volume sanguíneo se
desloca para as pernas. Comumente o mergulhador sentirá fadiga, menos alerta e menor capacidade de
pensar claramente. Sua tolerância a exercícios será reduzida.
Trata-se de uma infecção no canal do ouvido causada por mergulhos repetitivos. O primeiro
sintoma de otite é um prurido e/ou sensação de água no ouvido afetado. Esta sensação irá progredir
para dor local quando o canal do ouvido externo tornar-se inchado e inflamado. Nódulos linfáticos
podem crescer, causando dor no movimento maxilar. Febre pode ocorrer em muitos casos. Quando a
otite se desenvolve, o mergulhador deve terminar o mergulho e procurar uma assistência médica para
ser examinado.
A não ser que medidas preventivas sejam tomadas, é mais normal ocorrer otite durante
operações de mergulho, causando desconforto e restrições ao trabalho. A profilaxia para otite deve ser
tomada toda manhã, após cada mergulho e toda noite em que se realiza operações durante o dia.
Consiste na aplicação de 2% de ácido acético + acetato de alumínio em cada ouvido, que deve estar
virado para cima, durante 5 minutos.
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MANUAL DE MERGULHO AUTÔNOMO CBMERJ
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MANUAL DE MERGULHO AUTÔNOMO CBMERJ
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MANUAL DE MERGULHO AUTÔNOMO CBMERJ
40 min 17 1,4
Valor M = M0 + (∆M x P)
Valor M = 42,5
Ou seja, a tensão máxima permitida nessa profundidade é equivalente a 42,5 metros de água salgada.
Retornando ao exemplo do mergulho a 40 metros, caso o mergulhador continue mergulhando
por mais de 10 minutos, tem-se a seguinte progressão na tensão de gás no compartimento: 15 minutos
de tempo de fundo há uma tensão de 35 metros e após 20 minutos, uma tensão de 37,5 metros. Nesse
caso, não é mais permitido subir direto à superfície, pois a tensão de gás no compartimento é maior
que M0, ou seja, esse mergulho necessita de paradas para descompressão.
Mas até que profundidade é seguro subir? Para responder essa questão, Workman ajustou sua
fórmula para:
Calculando o exemplo, tem-se que Pdeco = (37,5 - 31,7) ÷ 1,8 = 3,22, ou seja, é possível subir
até uma profundidade de 3,22 metros sem exceder os limites de supersaturação do compartimento de 5
minutos. Contudo, os outros compartimentos também participam do processo. Veja o que acontece
com o compartimento de meia-vida de 10 minutos no mesmo mergulho a 40 metros por 20 minutos.
Após os primeiros 10 minutos, há uma tensão no compartimento equivalente a 20 metros, depois de
20 minutos (duas meias-vidas), essa tensão passa a ser de 30 metros. Nesse caso, qual é a
profundidade segura para descomprimir o compartimento de 10 minutos, já que ele também excedeu o
seu M0 (26,8)? Fazendo os cálculos, temos que P deco = (30 - 26,8) ÷ 1,6 = 2 metros. Se os cálculos
fossem feitos para outros compartimentos, se chegaria a conclusão que nenhum outro excedeu o seu
M0, ou seja, quem controlou o mergulho (compartimento controlador), foram os compartimentos
rápidos, que controlam os mergulhos fundos e rápidos, enquanto os compartimentos lentos controlam
os mergulhos rasos e longos, o intervalo de superfície e o vôo após o mergulho.
123
MANUAL DE MERGULHO AUTÔNOMO CBMERJ
O modelo haldeneano não estipula qualquer velocidade específica de subida e não existem
dados dando respaldo para que uma velocidade mais lenta que 18 metros/minuto seja necessária para a
prevenção de DD. No entanto, é sempre prudente ser conservador, devendo ser considerado 18
metros/minuto como sendo a máxima velocidade a ser adotada.
10.4 - MERGULHO DESCOMPRESSIVO
É o tipo de mergulho realizado quando se ultrapassa, acidentalmente ou propositalmente, os
limites máximos de tempo estabelecidos na Tabela Limite Sem Descompressão. O mergulho
descompressivo deve ser realizado somente quando não for possível ou for ineficaz a realização de um
mergulho não-descompressivo.
- Uma câmara hiperbárica localizada a menos de uma hora do local onde for realizado o
mergulho, para o caso de algum problema na descompressão. Deve ser verificado também o meio de
transporte até a câmara;
- Determinar os gases ideais para a descompressão, lembrando que, quanto mais rica em O2 for
a mistura gasosa, mais eficiente torna-se a descompressão. No entanto, deve-se atentar para que os
equipamentos sejam compatíveis com a mistura e que a PPO2 nunca ultrapasse 1,6 ATA (a
profundidade máxima para utilização de O2 a 100% é de 6m). A prática do uso de nitrox (EAN 40 ou
50) e O2 puro reduz substancialmente o tempo de descompressão porque a pressão circundante
determina o grau de formação de bolhas, mas é o gradiente de pressão dentro dos pulmões que
determina o quão rápido os compartimentos eliminam o gás;
- Checar se dentro do perfil de mergulho planejado, haverá gás suficiente para realizar a
descompressão;
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MANUAL DE MERGULHO AUTÔNOMO CBMERJ
NOTAÇÕES
Profundidade - profundidade máxima alcançada durante o mergulho.
Deixada de Superfície ( DS ) - hora que o mergulhador começou a mergulhar ( imergiu ).
Deixada de Fundo ( DF ) - hora que o mergulhador deu início a sua subida.
Chegada a Superfície ( CS ) - hora que o mergulhador chega à superfície ( emerge ).
Tempo Total de Fundo ( TTF ) - é o tempo percorrido de DS a DF.
Tempo Total de Descompressão ( TTD ) - é o tempo gasto de DF até CS.
Tempo Total de Subida ( TTS ) - é o tempo gasto de DF até CS.
Tempo Total de Mergulho ( TTM ) - é o tempo gasto desde DS até CS ou a soma de TTF
com TTD.
Parada para Descompressão - é o tempo que o mergulhador deve ficar a uma determinada
profundidade com a finalidade de eliminar gases inertes dissolvidos no seu organismo.
Esquema de Mergulho - é o agrupamento da profundidade ( em metros ou pés ) com o tempo
total de fundo TTF ( em minutos ) para um determinado mergulho.
Ex.: 21/70 - profundidade = 21 m
TTF = 70 min.
Esquema de Descompressão - é o plano que relaciona as paradas durante o retorno a
superfície com as profundidades e os tempos necessários para que o organismo do
mergulhador possa liberar o excesso de gases inertes nele dissolvidos.
Mergulho Simples - é qualquer mergulho realizado em um intervalo maior que doze ( 12 )
horas após outro.
Mergulho Sucessivo ou Repetitivo - é qualquer mergulho realizado em um intervalo de
tempo menor que doze ( 12 ) horas após outro.
Intervalo de Superfície ( IS ) - é o tempo que o mergulhador passa na superfície entre dois
mergulhos ( menor que doze horas ).
Nitrogênio Residual - é a quantidade de nitrogênio acima do normal dissolvidos nos tecidos
do mergulhador após a chegada à superfície. Leva no mínimo doze horas para ser eliminado,
estando o mergulhador em repouso.
Letra do Grupo Repetitivo - é uma letra que indica a quantidade de nitrogênio residual no
organismo do mergulhador após um mergulho.
Tempo de Nitrogênio Residual ( TNR ) - é a quantidade de Nitrogênio Residual, convertida
em minutos, que deve ser adicionada ao tempo real de fundo de um mergulho de repetição
Velocidade de Descida - deve ser em torno de 21m/min.
Velocidade de Subida - deve ser de 18m/min. Não devemos desrespeitar esta velocidade
porque ela faz parte do tempo total de descompressão.
125
MANUAL DE MERGULHO AUTÔNOMO CBMERJ
Utilizadas para mergulhos onde não há necessidade de paradas para descompressão. A função
principal de sua utilização é de fornecer a letra designativa do grupo de repetição para um mergulho
sucessivo.
IMPORTANTE: Tanto essa como as outras tabelas são uma adaptação à tabela utilizada pela
Marinha e seus valores foram encontrados através da observação de indivíduos de características
diferentes.
TABELA DE LI MI TES SEM DESCOMPRESSÃO
I LIMITESSEMDESCOM- II - GRUPOSPARAMERGULHOSSUCESSIVOS
PROFUNDIDADE PRESSÃO(EMMINUTOS) A B C D E F G H I J K L M N O
10 - 60 120 210 300
P 15 - 35 70 110 160 225 350
É 20 - 25 50 75 100 135 180 240 325
S 25 - 20 35 55 75 100 125 160 195 245 315
30 - 15 30 45 60 75 95 120 145 170 205 250 310
35 310 5 15 25 40 50 60 80 100 120 140 160 190 220 270 310
Usada para nos fornecer o TNR para um mergulho sucessivo com intervalo de superfície (IS),
entre 10 minutos e 12 horas. Antes de apresentarmos essa tabela, veremos como se deve calcular um
mergulho sucessivo.
ENTRADA NA TABELA
- utilizar TNR
- novo mergulho
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MANUAL DE MERGULHO AUTÔNOMO CBMERJ
PROF. DO
MERGULHO
SUCESSIVO
Metros pés Z O N M L K J I H G F E D C B A
12 40 257 241 213 187 161 138 116 101 87 73 61 49 37 25 17 7
15 50 169 160 142 124 111 99 87 76 66 56 47 38 29 21 13 6
18 60 122 117 107 97 88 79 70 61 52 44 36 30 24 17 11 5
21 70 100 96 87 80 72 64 57 50 43 37 31 26 20 15 9 4
24 80 84 80 73 68 61 54 48 43 38 32 28 23 18 13 8 4
27 90 73 70 64 58 53 47 43 38 33 29 24 20 16 11 7 3
30 100 64 62 57 52 48 43 38 34 30 26 22 18 14 10 7 2
33 110 57 55 51 47 42 38 34 31 27 24 20 16 13 10 6 3
36 120 52 50 46 43 39 35 32 28 25 21 18 15 12 9 6 3
39 130 46 44 40 38 35 31 28 25 22 19 16 13 11 8 6 3
42 140 42 40 38 35 32 29 26 23 20 18 15 12 10 7 5 2
45 150 40 38 35 32 30 27 24 22 19 17 14 12 9 7 5 2
48 160 37 36 33 31 28 26 23 20 18 16 13 11 9 6 4 2
51 170 35 34 31 29 26 24 22 19 17 15 13 10 8 6 4 2
54 180 32 31 29 27 25 22 20 18 16 14 12 10 8 6 4 2
57 190 31 30 28 26 24 21 19 17 15 13 11 10 8 6 4 2
TEMPO DE NITROGÊNIO RESIDUAL (Minutos)
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MANUAL DE MERGULHO AUTÔNOMO CBMERJ
IMPORTANTE: Essas condições servem para qualquer mergulho, seja para o simples, para o sem
descompressão, ou ainda para o mergulho repetitivo. Estamos abordando-as antes de fornecer a
Tabela Padrão de Descompressão para frisar a importância na observação desses aspectos.
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MANUAL DE MERGULHO AUTÔNOMO CBMERJ
100 0 0:50 *
110 0:40 3 3:50 L
120 0:40 5 5:50 M
15 140 0:40 10 10:50 M
160 0:40 21 21:50 N
50 180 0:40 29 29:50 O
200 0:40 35 35:50 O
220 0:40 40 40:50 Z
240 0:40 47 47:50 Z
60 0 1:00 *
70 0:50 2 3:00 K
80 0:50 7 8:00 L
100 0:50 14 15:00 M
120 0:50 26 27:00 N
18 140 0:50 39 40:00 O
160 0:50 48 49:00 Z
60 180 0:50 56 57:00 Z
200 0:40 1 69 71:00 Z
240 0:40 2 79 82:00 **
360 0:40 20 119 140:00 **
480 0:40 44 148 193:00 **
720 0:40 78 187 266:00 **
50 0 1:10 *
60 1:00 8 9:10 K
70 1:00 14 15:10 L
80 1:00 18 19:10 M
90 1:00 23 24:10 N
21 100 1:00 33 34:10 N
110 0:50 41 44:10 O
70 120 0:50 47 52:10 O
130 0:50 1 52 52:10 O
140 0:50 2 56 59:10 Z
150 0:50 20 61 65:10 Z
160 0:50 44 72 86:10 Z
170 0:50 78 79 99:10 Z
* Veja a TLSD
** Mergulhos sucessivos não podem seguir Mergulhos de exposição excepcional.
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MANUAL DE MERGULHO AUTÔNOMO CBMERJ
30 0 1:30 *
40 1:20 7 8:30 J
50 1:20 18 19:30 L
60 1:20 25 26:30 M
27 70 1:10 7 30 38:30 N
80 1:10 13 40 54:30 N
90 90 1:10 18 48 57:30 O
100 1:10 21 54 76:30 Z
110 1:10 24 61 86:30 Z
120 1:10 32 68 101:30 Z
130 1:00 5 36 74 116:30 Z
25 0 1:40 *
30 1:30 3 4:40 I
40 1:30 15 16:40 K
50 1:20 2 24 27:40 L
60 1:20 9 28 38:40 N
70 1:20 17 39 57:40 O
80 1:20 23 48 72:40 O
30
90 1:10 3 23 57 84:40 Z
100 100 1:10 7 23 65 97:40 Z
110 1:10 10 34 72 117:40 Z
120 1:10 12 41 78 132:40 Z
180 1:00 1 29 53 118 202:40 **
240 1:00 14 42 84 142 283:40 **
360 0:50 2 42 73 111 187 416:40 **
480 0:50 21 61 91 142 187 503:40 **
720 0:50 55 106 122 142 187 613:40 **
* Veja a TLSD
** Mergulhos sucessivos não podem seguir Mergulhos de exposição excepcional.
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MANUAL DE MERGULHO AUTÔNOMO CBMERJ
15 0 2:00 *
20 1:50 2 4:00 H
25 1:50 9 8:00 I
30 1:50 14 16:00 J
40 1:40 5 25 32:00 L
50 1:40 15 31 48:00 N
60 1:30 2 22 45 71:00 O
36 70 1:30 9 23 55 89:00 O
80 1:30 15 27 63 107:00 Z
120 90 1:30 19 37 74 132:00 Z
100 1:30 23 45 80 150:00 Z
120 1:20 10 19 47 98 176:00 **
180 1:10 5 27 37 76 137 284:00 **
240 1:10 23 35 60 97 179 396:00 **
360 1:00 18 45 64 93 142 187 551:00 **
480 0:50 3 41 64 93 122 142 187 654:00 **
720 0:50 32 74 100 114 122 142 187 773:00 **
10 0 2:10 *
15 2:00 1 3:10 F
20 2:00 4 6:10 H
25 2:00 10 12:10 J
39 30 1:50 3 18 23:10 M
40 1:50 10 25 37:10 N
130 50 1:40 3 21 37 63:10 O
60 1:40 9 23 52 86:10 Z
70 1:40 16 24 61 103:10 Z
80 1:30 3 19 35 72 131:10 Z
90 1:30 8 19 45 80 154:10 Z
* Veja a TLSD
** Mergulhos sucessivos não podem seguir Mergulhos de exposição excepcional.
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MANUAL DE MERGULHO AUTÔNOMO CBMERJ
5 0 2:30 C
10 2:20 1 3:30 E
15 2:20 3 5:30 G
20 2:10 2 7 11:30 H
45 25 2:10 4 17 23:30 K
30 2:10 8 24 34:30 L
150 40 2:00 5 19 33 59:30 N
50 2:00 12 23 51 88:30 O
60 1:50 3 19 26 62 112:30 Z
70 1:50 11 19 39 75 146:30 Z
80 1:40 1 17 19 50 84 173:30 **
5 2:40 D
10 2:30 3:40 F
15 2:20 1 7:40 H
20 2:20 3 16:40 J
48
25 2:20 7 29:40 F
30 2:10 2 11 40:40 M
160
40 2:10 7 23 71:40 N
50 2:00 2 16 23 98:40 Z
60 2:00 9 19 33 132:40 Z
70 1:50 1 17 22 44 166:40 **
* Veja a TLSD
** Mergulhos sucessivos não podem seguir Mergulhos de exposição excepcional.
133
MANUAL DE MERGULHO AUTÔNOMO CBMERJ
5 0 3:00 D
10 2:50 3 6:00 F
15 2:40 3 6 12:00 I
54 20 2:30 1 5 17 26:00 K
25 2:30 3 10 24 40:00 L
180 30 2:30 6 17 27 53:00 N
40 2:20 3 14 23 50 93:00 O
50 2:10 2 9 19 30 65 128:00 Z
60 2:10 5 16 19 44 81 168:00 Z
5 0 3:10 D
10 2:50 1 3 7:10 G
15 2:50 4 7 14:10 I
57 20 2:40 2 6 20 31:10 K
25 2:40 5 11 25 44:10 M
190 30 2:30 1 8 19 32 63:10 N
40 2:30 8 14 23 55 103:10 O
50 2:20 4 13 22 33 72 147:10 **
60 2:20 10 17 19 50 84 183:10 **
134
MANUAL DE MERGULHO AUTÔNOMO CBMERJ
EXERCÍCIO DE TABELA
Com o objetivo de simplificar nossas contas, utilizaremos ( ’ ) para expressar minutos e ( ” ) para
expressar segundos
1- TLSD
36 / 15
GR= F t ( min:seg)
36m ----------------------------X
2’
X = 36 x 60 = 2 minutos ( 2’ )
18
36
TTF= 15’
Prof (m)
2- TPDAr
36 / 20
GR = H t (min : Seg)
10 ”
2’
1’50”
36
Mergulho Repetitivo – IS < 10 min e IS maior ou igual a 10 min e menor ou igual a 12h
135
MANUAL DE MERGULHO AUTÔNOMO CBMERJ
GR = F IS = 8 ’ GR = J t ( min : Seg )
10”
3 14’
2’ 1’10”
24
36
GR = F IS = 5 h GR = K
t (min:seg)
10’ 10”
2’ 1’ 10”
24
36
ED = 24 / 46
136
MANUAL DE MERGULHO AUTÔNOMO CBMERJ
A 0:00 0:00 0:00 0:00 0:00 0:00 0:00 0:00 0:00 0:00
B 0:00 0:00 0:00 0:00 0:00 0:00 0:00 0:00 0:00 1:42
C 0:00 0:00 0:00 0:00 0:00 0:00 0:00 0:00 1:48 6:23
D 0:00 0:00 0:00 0:00 0:00 0:00 0:00 1:45 5:24 9:59
E 0:00 0:00 0:00 0:00 0:00 0:00 1:37 4:39 8:18 12:54
F 0:00 0:00 0:00 0:00 0:00 1:32 4:04 7:06 10:45 15:20
G 0:00 0:00 0:00 0:00 1:19 3:38 6:10 9:13 12:52 17:27
H 0:00 0:00 0:00 1:06 3:10 5:29 8:02 11:04 14:43 19:18
I 0:00 0:00 0:56 2:45 4:50 7:09 9:41 12:44 16:22 20:58
J 0:00 0:41 2:25 4:15 6:19 8:39 11:11 14:13 17:52 22:27
K 0:30 2:03 3:47 5:37 7:41 10:00 12:33 15:35 19:14 23:49
L 1:45 3:18 5:02 6:52 8:56 11:15 13:48 16:50 20:29 25:04
M 2:54 4:28 6:12 8:01 10:06 12:25 14:57 18:00 21:38 26:14
N 3:59 5:32 7:16 9:06 11:10 13:29 16:02 19:04 22:43 27:18
O 4:59 6:33 8:17 10:06 12:11 14:30 17:02 20:05 23:43 28:19
Z 5:56 7:29 9:13 11:03 13:07 15:26 17:59 21:01 24:40 29:15
Mergulho em altitude:
Todas as tabelas de descompressão deste Manual foram calculadas para mergulho ao nível do
mar, onde a pressão atmosférica é igual a 1 ATA. Contudo, se os mergulhos forem realizados em
altitudes acima de 100 metros (ex: lagos em montanhas), torna-se necessário descompressões mais
longas, tendo em vista que o mergulhador, ao sair da água, encontra uma pressão sub-atmosférica,
(menor que 1 ATA) que aumenta o gradiente entre a pressão ambiente e a tensão do gás inerte
dissolvido nos tecidos, favorecendo o aparecimento da Doença Descompressiva.
137
MANUAL DE MERGULHO AUTÔNOMO CBMERJ
A tabela abaixo serve para corrigir este problema e constitui uma regra prática para os
mergulhos realizados em altitudes acima de 100 metros.
ALTITUDE PROCEDIMENTO
Até 100m (330 pés) Cumprir a Tabela Padrão de Descompressão (TPD)
De 100 a 300m (330 a 1.000 pés) Some ¼ da profundidade original e use o esquema
de descompressão da TPD para o resultado obtido.
De 300 a 2.000m (1.000 a 6.500 pés) Some 1/3 da profundidade original e use o
esquema de descompressão da TPD para o
resultado obtido.
De 2.000 a 3.000m (6.500 a 10.000 pés) Some ½ da profundidade original e use o esquema
de descompressão da TPD para o resultado obtido.
Solução:
138
MANUAL DE MERGULHO AUTÔNOMO CBMERJ
Tendo aparecido no mergulho por volta de 1982, o Nitrox, ou ar enriquecido com oxigênio, é
qualquer mistura de oxigênio e nitrogênio que contenha mais de 22% de O 2. As vantagens do Nitrox
estão relacionadas à menor concentração de nitrogênio na mistura, aumentando os tempos de fundo
dentro dos limites não-descompressivos e reduzindo o tempo de descompressão. No entanto, o acesso
a essas vantagens não é tão simples, pois faz-se necessário a implementação de uma complexa
logística para manusear e produzir misturas nitrox com segurança, além do risco de toxicidade pelo
oxigênio.
A referência ao nitrox é feita a partir da sigla EAN (Enriched Air Nitrox). Por exemplo, se uma
mistura gasosa contém 32% de O2 e, consequentemente, 68% de N2, a terminologia utilizada é EAN
32, ou seja, é feita referência somente à porcentagem de oxigênio na mistura.
11.1.2 - VANTAGENS DO NITROX
Os benefícios e vantagens da utilização do nitrox são muitas, contudo, todos esses benefícios
estão relacionados com a respiração de uma menor fração de nitrogênio na mistura. O nitrogênio é um
gás inerte que, por não ser metabolizado no corpo, permanece dissolvido no sangue e tecidos, sendo
responsável pelo risco de doença descompressiva quando se utiliza ar ou nitrox. O uso de nitrox
diminui a absorção de nitrogênio durante o mergulho, pois as misturas contém menos N2 quando
comparadas com o ar, permitindo assim, um aumento do tempo de fundo antes de atingir os limites
não-descompressivos. Uma outra estratégia é usar o nitrox para diminuir a necessidade de intervalo de
superfície, conservando os tempos de fundo dos mergulhos. Também pode ser usado em situações nas
quais se queira aumentar a margem de segurança toda vez que o contexto do mergulho, seja do local
(correnteza, água fria) ou do mergulhador (mau condicionamento físico, obesidade), indicarem um
risco maior de doença descompressiva. Mergulhadores que usam nitrox em expedições de vários dias
de mergulho, com vários mergulhos por dia, relatam menos cansaço físico no final dos dias de
trabalho e maior segurança nos procedimentos de vôo após o mergulho. Essa diminuição do cansaço é
explicada pela pouca formação de microbolhas, em função do uso de uma mistura com menos gás
inerte.
Os efeitos fisiológicos dos gases estão diretamente ligados a pressão parcial, que é igual a
fração do gás (%), multiplicado pela pressão ambiente absoluta. A pressão parcial do gás também é
um indicativo do número de moléculas por determinado volume, ou seja, da concentração molecular.
Segundo a Lei de Dalton, com o aumento da profundidade ocorre um aumento correspondente na
139
MANUAL DE MERGULHO AUTÔNOMO CBMERJ
pressão parcial dos gases. Esse aumento deve ser considerado por qualquer mergulhador que deseja
realizar mergulhos com misturas gasosas.
É importante ressaltar que a referência à porcentagem de um gás em qualquer mistura é dada
através da fração do gás. Sendo assim, a fração de oxigênio (FO 2) em uma mistura EAN 36 pode ser
expressa como 0,36. Como a pressão parcial de um gás é expressa pela multiplicação da fração do gás
pela pressão ambiente, tem-se que, nesse caso, a PPO2 a 20 metros de profundidade, cuja pressão
absoluta é de 3 ATAs, é de 1,08 (0,36 x 3). Nota-se que a FO2 permanece constante, mas a PPO2 varia
conforme a profundidade. No caso, por exemplo, de uma mistura EAN 50 ser usada a 10 metros de
profundidade, a PPO2 será de 1 ATA, ou seja, respirar esta mistura a 10 metros, equivale a respirar
oxigênio puro na superfície.
O oxigênio é o principal componente do sistema mais básico de suporte de vida empregado
pelo corpo humano e apesar disso, é potencialmente perigoso em condições hiperbáricas. A falta ou
excesso de oxigênio são danosos ao organismo. Quando respirado a pressão parcial menor que 0,16
ATA pode haver hipóxia e quando respirado a PPO2 maior que 0,5 ATA pode causar hiperóxia.
Com relação à máxima PPO2 que pode ser respirada pelo mergulhador, ela depende de vários
fatores, principalmente perfil e da duração dos diversos segmentos do mergulho, bem como das
diversas misturas respiratórias utilizadas durante o mergulho. Como regra básica, pode-se dizer que
para fins de planejamento e tempo de fundo de mergulho, a PPO2 máxima deve ser de 1,4 ATA e sob
circunstâncias de contingência e descompressão, 1,6 ATA. Ou seja, o limite deve ser evitado se o
mergulhador e o mergulho não estiverem em condições ideais, pois situações como o frio e esforço
físico podem aumentar a probabilidade de intoxicação.
Para fazer uso de misturas respiratórias de forma segura, os seguintes parâmetros devem ser
determinados:
- A pressão parcial de determinado componente da mistura (também chamada dosagem);
- A profundidade máxima de operação de uma dada mistura;
- A fração do gás a ser usada para determinado mergulho.
O modo de responder a essas perguntas é fazendo uso da equação de Dalton, na qual a pressão
parcial de cada gás é igual à fração do gás multiplicado pela pressão ambiente absoluta.
Ex. 1: Qual é a profundidade máxima de operação do EAN 40 para ser usado como mistura de
fundo?
R: 1,4 (PPO2 máxima para mistura de fundo) ÷ 0,4 (Fração do Gás) = 3,5 ATAs = 25 metros
Ex. 2: Qual é a profundidade máxima de operação do EAN 40 para ser usado como mistura de
descompressão?
140
MANUAL DE MERGULHO AUTÔNOMO CBMERJ
Caso se queira descobrir a fração de oxigênio (Fg) a ser usada em determinado mergulho, basta
dividir a pressão parcial máxima determinada para ser usada com a mistura, pela em ATA do
mergulho.
Ex. 1: Qual é a fração de oxigênio a ser usada em uma mistura de fundo em um mergulho a
profundidade de 40 metros?
R: 1,4 (PPO2 máxima para mistura de fundo) ÷ 5 (Pressão Ambiente) = 0,28 = 28%
Ex. 2: Qual é a fração de oxigênio a ser usada em uma mistura de descompressão em uma
parada de 12 metros?
R: 1,6 (PPO2 máxima para mistura de descompressão) ÷ 2,2 (Pressão Ambiente) = 0,72 = 72%
Misturas nitrox contem mais oxigênio que o ar e, consequentemente, menos nitrogênio. Sendo
assim, para uma mesma profundidade e tempo de fundo, a absorção de nitrogênio será menor quando
forem usadas misturas nitrox. Em última análise, a quantidade de nitrogênio dissolvido no corpo
depende da pressão parcial de nitrogênio e do tempo de exposição (Lei de Henry). Mergulhos em que
a PPN2 e o tempo de fundo forem equivalentes, terão a mesma absorção de gás inerte, independente
da profundidade e do gás usado em cada mergulho.
As tabelas de descompressão e os limites não-descompressivos para nitrox são derivados de
tabelas a ar que usam esse conceito há mais de 30 anos. O conceito de profundidade equivalente a ar
(PEA) permite que qualquer tabela de descompressão a ar seja usada para nitrox. Na realidade,
quando se mergulha com nitrox, o corpo físico encontra-se em uma determinada profundidade e o
corpo fisiológico, em função da menor pressão parcial de nitrogênio, situa-se em uma profundidade
menor. Seguem alguns exemplos:
Ex. 1: Qual a PEA quando se faz um mergulho com EAN 32 a 33 metros?
R: Para encontrar a resposta, basta dividir a pressão parcial de nitrogênio procurada pela fração
de nitrogênio no ar, que é a mistura na qual se procura a equivalência. Logo,
PEA = 2,9 ATA (PPN2 a 33 metros usando EAN 32) ÷ 0,79 ATA (PPN2 do ar) = 3,7 ATA = 27
metros
141
MANUAL DE MERGULHO AUTÔNOMO CBMERJ
normalmente consiste em adicionar oxigênio puro até a pressão necessária e completar com o ar até a
pressão final desejada.
Ex.: Quanto de oxigênio puro deve ser adicionado para produzir EAN 35 a uma pressão final de
3000 PSI?
- Se a pressão final é de 3000 PSI, tem-se ao final da mistura uma pressão de oxigênio de
1050 PSI (0,35 x 3000) e uma pressão final de nitrogênio de 1950 PSI (0,65 x 3000), sendo que o
oxigênio será composto por duas fontes: o oxigênio puro a ser colocado e o oxigênio do ar.
Obviamente, o nitrogênio virá do ar;
- Se o nitrogênio veio do ar, basta calcular qual será a pressão necessária de ar a ser colocada
para que se possa ter uma pressão de nitrogênio de 1950 PSI. Se o ar tem 79% de nitrogênio, basta
dividir 1950 PSI (N2) por 0,79. Então, a pressão do ar necessária será de 2468 PSI para que no final da
mistura tenha 1950 PSI de nitrogênio;
- Se forem colocados 2468 PSI de ar, a quantidade de oxigênio puro será de 532 PSI
(3000 PSI - 2468 PSI);
- Tem-se então que se deve colocar oxigênio puro até a pressão de 532 PSI e completar com ar.
Com base no raciocínio acima, pode-se derivar a seguinte fórmula:
Este é um dos pontos mais importantes para a segurança do mergulhador que utiliza nitrox.
Devido ao perigo de exceder a PMO, as cargas de EAN devem ser analisadas pessoalmente antes de
iniciar o mergulho com a mistura.
NUNCA MERGULHE SEM ESTAR ABSOLUTAMENTE SEGURO DE QUAL É A
MISTURA PRESENTE NO SEU CILINDRO.
Com relação à análise dos cilindros, devem ser observados os seguintes aspectos:
- Calibragem dos analisadores de oxigênio: Os equipamentos, principalmente os portáteis,
devem ser calibrados antes do uso. A calibragem pode ser feita expondo o sensor ao ar atmosférico e
ajustando a leitura para valores entre 20,9% e 21%;
- Isoladores: Antes de analisar qualquer gás em cilindros duplos, deve ser checado se o
isolador está completamente aberto, a fim de garantir que não há misturas diferentes nos dois
cilindros.
143
MANUAL DE MERGULHO AUTÔNOMO CBMERJ
11.2 - TRIMIX
11.2.1 - DEFINIÇÃO
É o mais leve dos gases nobres e foi o primeiro a ser descoberto. Só perde em densidade para o
hidrogênio que, por ser explosivo na presença do oxigênio, não é utilizado no mergulho.
- Por ser excelente condutor térmico, o hélio rouba calor do corpo mais rapidamente que o ar.
Na prática isso só faz diferença no caso da utilização de roupa seca, quando o mergulhador terá de
lançar mão de um sistema de inflagem, com o ar ou argônio, para evitar a perda de calor;
- Apesar do hélio ser eliminado mais rapidamente, por ter uma molécula menor e ser menos
solúvel em lipídios, o controle da variação de pressão e das paradas profundas deve ser mais preciso,
pois por ser menos solúvel em plasma, o hélio passa da fase dissolvida para a gasosa com variações
menores de pressão, quando comparado com o nitrogênio;
- Custo elevado de produção;
- Misturas trimix com menos de 16% de O2 são hipóxicas e podem levar ao afogamento se
respiradas por engano.
vários receptores e neurotransmissores que regulam a função normal. O aumento da pressão parece
reverter esse efeito, agindo na membrana da célula nervosa e diminuindo o aumento de volume. Como
o hélio é pouco solúvel em lipídios, ele não tem ação sobre a membrana da célula nervosa, permitindo
que as altas pressões diminuam o volume da membrana, causando os efeitos da HPNS. Sendo assim, o
hélio não é o responsável pela síndrome e sua baixa solubilidade em lipídios não atua para
contrabalançar os efeitos das altas pressões. Por esse motivo, em mergulhos a mais de 180 metros,
substitui-se o Heliox por Trimix com pelo menos 10% de nitrogênio para contrabalançar os efeitos das
altas pressões.
A HPNS é um problema relacionado a mergulhos com Heliox a mais de 150 metros e seus
efeitos são reduzidos quando se usa misturas Trimix.
O cálculo matemático para determinar a mistura Trimix a ser usada em determinado mergulho
é bem simples. O importante é entender os parâmetros corretos. Uma mistura Trimix usada como gás
de fundo não pode ter fração de oxigênio maior que 1,4 ATA. Sendo assim, essa pressão parcial será o
parâmetro a ser usado para estabelecer a fração de O2.
O segundo aspecto a ser determinado é a fração de hélio, para que se possa controlar a
profundidade narcótica equivalente (PNE), que deve ser calculada para os 30 metros de profundidade
ou menor (nos casos em que o risco do mergulho e sua complexibilidade demandarem atenção
absoluta).
Como visto acima, a mistura trimix ideal é normalmente determinada usando como parâmetro
a pressão parcial de 1,4 ATA e a profundidade narcótica equivalente (PNE) de 30 metros. Usar uma
fração de hélio maior que a considerada ideal não é um problema e em muitos casos é extremamente
aconselhável. Na maioria das vezes, a mistura ideal traz limitações, no caso de haver variações no
145
MANUAL DE MERGULHO AUTÔNOMO CBMERJ
planejamento do mergulho. Usar misturas “padrão” para determinadas faixas de profundidade é uma
boa opção, com vários benefícios operacionais. O mergulhador adquire facilmente maior experiência e
conhecimento sobre os perfis de mergulho e a descompressão planejada, podendo também, acomodar
variações de profundidade que possam surgir durante o mergulho.
As misturas “padrão” são:
- Trimix 28/20: mergulhos entre 30 e 40 metros;
- Trimix 21/35: mergulhos entre 40 e 50 metros;
- Trimix 20/40: mergulhos entre 50 e 60 metros;
- Trimix 16/50: mergulhos entre 63 e 75 metros.
Como já visto, o oxigênio usado em misturas Nitrox deve ser o medicinal, acondicionado em
cilindros de cor verde e com padrão de pureza de 99,5%. A preocupação com esses padrões de pureza
está relacionada a mergulhos profundos em que o potencial de intoxicação causado por qualquer gás é
muito maior devido ao aumento da pressão parcial. A maioria dos padrões de pureza de hélio
disponíveis no mercado contém menos contaminantes que o oxigênio medicinal. Por esse motivo, com
exceção do hélio usado em balões, todos podem ser usados para mergulho. Os contaminantes
geralmente encontrados em maior grau no hélio com padrão de pureza menor são os hidrocarbonetos
(óleos), mesmo assim, em quantidades bem menores que as encontradas no ar do compressor a ser
misturado com o hélio e com o oxigênio.
11.2.10 - CÁLCULOS PARA MISTURA POR PRESSÃO PARCIAL
O método consiste em adicionar primeiro os gases mais caros (hélio), depois o oxigênio puro
até a pressão necessária e completar com ar até a pressão final desejada.
Ex.: Quais são as pressões parciais de cada gás para realizar uma mistura TX 28/20 a pressão
final de 3000 PSI?
- Começando com o hélio, pois o cálculo é simples e direto, já que esse gás vem de uma única
fonte, que é o cilindro de hélio. Sendo assim, a pressão de hélio será de 20% da pressão total, ou seja,
600 PSI de hélio (0,2 x 3000);
- Neste momento, assim como para o Nitrox, deve ser calculada a pressão de nitrogênio, que
será de 1560 PSI (0,52 x 3000). Sendo assim, para que haja essa pressão de nitrogênio no final da
mistura, é necessário adicionar 1975 PSI de ar (1560 ÷ 0,79), já que o nitrogênio vem do ar;
- Agora que tem-se o valor da pressão de hélio (600 PSI) a ser colocada e a pressão de ar (1975
PSI), basta reduzir esses valores da pressão total para obter-se a pressão de oxigênio puro. Nesse caso,
deve-se adicionar 425 PSI de oxigênio;
146
MANUAL DE MERGULHO AUTÔNOMO CBMERJ
- Colocando os gases na ordem, deve ser feito o ajuste para a taxa de compressibilidade do
hélio, ou seja, acrescer 10% na pressão calculada para correção: 660 PSI de hélio;
- Depois se coloca o oxigênio puro, até 1085 PSI (660 PSI + 425 PSI);
- Nesse ponto recomenda-se fazer uma análise da mistura, pois caso tenha havido algum erro,
ainda será possível acertar. Caso tudo esteja correto, tem-se uma análise de 39% de oxigênio;
- Depois basta completar com ar até 3000 PSI e proceder a análise do da mistura.
11.2.11 - ANÁLISE DA MISTURA
A análise da mistura de Trimix é idêntica a de Nitrox, uma vez que a partir da quantidade de
oxigênio na mistura é possível definir a quantidade de hélio. Logo, seguem as mesmas orientações.
Assim como o Nitrox, este é um dos pontos mais importantes para a segurança do mergulhador
que utiliza Trimix. Devido ao perigo de exceder a PMO, as cargas de Trimix devem ser analisadas
pessoalmente antes de iniciar o mergulho com a mistura.
NUNCA MERGULHE SEM ESTAR ABSOLUTAMENTE SEGURO DE QUAL É A
MISTURA PRESENTE NO SEU CILINDRO.
Com relação à análise dos cilindros, devem ser observados os seguintes aspectos:
- Calibragem dos analisadores de oxigênio: Os equipamentos, principalmente os portáteis,
devem ser calibrados antes do uso. A calibragem pode ser feita expondo o sensor ao ar atmosférico e
ajustando a leitura para valores entre 20,9% e 21%;
- Isoladores: Antes de analisar qualquer gás em cilindros duplos, deve ser checado se o
isolador está completamente aberto, a fim de garantir que não há misturas diferentes nos dois cilindros
Qualquer combinação de hélio e oxigênio, muito comum no mergulho comercial e nas Forças
Armadas. É usada para diminuir narcose e a densidade da mistura, reduzindo ao máximo o esforço
respiratório do mergulhador, o que é de extrema importância para as atividades que exigem maior
esforço físico e para as grandes profundidades. Não é muito utilizada no mergulho recreacional por
conta do elevado custo.
11.3.2 - TRIOX
Qualquer mistura Trimix com mais de 21% de oxigênio. É a evolução do Nitrox, pois traz a
vantagem de maior tempo de fundo sem descompressão e com menos narcose. Sua melhor aplicação é
dos 24 metros aos 40 metros, proporcionando ao mergulhador, além dos benefícios do Nitrox, a
diminuição da narcose e do esforço respiratório. O Triox é extremamente útil quando há necessidade
de se executar tarefas como busca, catalogação, observação detalhada de uma determinada área ou
qualquer situação que exija 100% da capacidade cognitiva do mergulhador. Exemplos de Triox: TX
28/20 (28% de O2 e 20% de He) Tx 30/30 (30% de O2 e 30% de He).
147
MANUAL DE MERGULHO AUTÔNOMO CBMERJ
- Penetrações sob teto físico que ultrapassem o limite da luz natural e/ou o limite de distância
linear da superfície maior do que 40 metros;
A redundância advinda de um sistema de duplas eficiente faz parte do cenário e deve sempre
ser levada em consideração. Sendo assim, o sistema de configuração tem que ser pensado para a
necessidade da equipe e não apenas para um dos mergulhadores.
O uso de configurações diferentes implica em diversas limitações, como:
- Dificuldade nas avaliações e na verificação de segurança pelos diferentes
comportamentos e procedimentos requeridos para cada configuração;
- Como a familiaridade com diferentes equipamentos é menor, a probabilidade de se
detectar possíveis problemas no equipamento do dupla, antes, durante e após o mergulho,
diminui consideravelmente;
- Diminuição da eficiência da equipe no caso de emergência, pois configurações
diferentes na mesma equipe alteram procedimentos e os níveis de eficiência, com
consequente aumento do tempo-resposta;
- Necessidade de portar ferramentas e peças de reposição em maior número, quando
comparados com equipes que usam configurações de equipamentos idênticas.
Na configuração de equipamentos, vários são os aspectos a serem levados em consideração.
Contudo, as palavras-chaves são: segurança e eficiência.
Alguns princípios básicos devem ser usados e analisados em conjunto na montagem e
avaliação de uma configuração segura e eficiente:
- Integração: uma configuração efetiva é, antes de tudo, um sistema em que as
diferentes peças dos equipamentos são montadas com uma visão do todo e na qual tudo tem motivo;
- Simplicidade: o sistema deve funcionar de maneira simples e intuitiva. Essa
característica é ainda mais relevante durante situações de emergência, nas quais ela se presta com
eficiência na redução do tempo-resposta e do stress.
148
MANUAL DE MERGULHO AUTÔNOMO CBMERJ
- Minimalismo: o sistema deve ser composto apenas dos elementos necessários para
um mergulho seguro em determinado ambiente, com o objetivo de se reduzir as áreas falhas. Um erro
comum é a violação dessa regra para acomodar redundâncias desnecessárias e/ou exageradas.
- Confiabilidade: as peças do sistema devem funcionar com desempenho adequado no
ambiente para o qual foram projetadas. Vários equipamentos encontrados no mercado, não foram
concebidos para funcionar de forma segura em ambientes de mergulho técnico, que exige a
necessidade de maior resistência à pressão, grande capacidade de fluxo, durabilidade e
compatibilidade com o oxigênio.
- Ergonomia: todas as peças do sistema devem permitir uma boa interação anatômica e
funcional entre o mergulhador e o equipamento, evitando dificuldades motoras e stress muscular
desnecessário.
- Hidrodinâmica: O sistema deve ser compacto e apresentar pequena resistência aos
movimentos e nenhuma possibilidade de enroscos e aprisionamentos. Os equipamentos devem ser
configurados de maneira a aproveitar os espaços e evitar arrasto adicional, sem prejudicar seu
desempenho.
- Compatibilidade: o sistema deve ser aplicável em diferentes ambientes e com a
menor variação. Essas ficam por conta da adição ou eliminação de equipamentos para cada ambiente,
mas a mecânica de funcionamento é a mesma. Isso ajuda na redução do tempo de resposta do
mergulhador, pois os procedimentos de emergência são sempre iguais, independente do ambiente.
12.1.1 - EQUIPAMENTOS
149
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ASA - Também denominada célula, tem a mesma função do colete equilibrador. Disponível
em vários tamanhos, deve ser escolhida de acordo com a flutuabilidade que pode proporcionar.
Para escolher a Asa adequada, o mergulhador precisa levar em conta o seu peso total, contando
todo o equipamento. A flutuabilidade mínima requerida para uma Asa a ser usada em um
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mergulho técnico é de 18 quilos (40 libras), mas o mais comum entre mergulhadores, é o uso
de Asas de 25 quilos (55 libras).
Modelo de Asa
Modelo de stage
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O mergulho técnico demanda logística e planejamento mais complexos que o mergulho raso.
Neste mergulho, o mergulhador deverá participar, ativamente, de todas as fases de elaboração do
mergulho.
12.2.1 - FASE PRÉ-PLANEJAMENTO
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a) Para determinar a fração de oxigênio, basta dividir a PPO 2 desejada pela pressão ambiente,
que a 45 metros é de 5,5 ATAs. Lembrando que nem sempre usar a maior PPO2 é a melhor escolha.
Utilizar uma PPO2 menor quase não altera o tempo de descompressão e diminui o risco de exposição
ao oxigênio.
- 1,4 / 5,5 = 25% de oxigênio;
- 1,15 / 5,5 = 21% de oxigênio.
c) Para mistura de descompressão, deve-se levar em consideração que, quanto maior a fração
de O2 utilizada, mais acelerada será a descompressão. A mistura EAN50 e O2 100% são bastante
efetivos nesta etapa.
Neste exemplo, o mergulho também pode ser realizado utilizando como mistura de fundo o ar
comprimido, uma vez que a PPO2 máxima (0,21 x 5,5 = 1,15 ATAs) está dentro do tolerável. No
entanto, os cuidados devem ser redobrados, uma vez que deve-se levar em consideração o fator
narcose.
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Para o mesmo perfil, utilizando ar comprimido como mistura de fundo, teremos o seguinte:
Repare que, no perfil com Trimix, o tempo total de mergulho foi de 80 minutos, enquanto que
com ar foi de 75 minutos. Logo, o principal fator a ser levado em conta ao definir a mistura de fundo,
não é a eficiência no tempo de descompressão e sim o fator narcose.
No caso de haver esforço físico, frio ou qualquer outra situação que aumente a probabilidade
de doença descompressiva, deve-se aumentar o tempo de parada aos 6 metros. Deve-se atentar para a
subida dos 6 metros para a superfície, que deve levar, no mínimo, 3 minutos.
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Lembrando que o consumo médio é determinado para situações normais de mergulho. Caso,
antecipadamente, seja verificado a necessidade de esforço físico ou que outras condições sejam
adversas, a média de consumo deve ser aumentada.
Ex: Em um cilindro com 200 bar de pressão, arredonda-se para a pressão imediatamente
inferior (180 bar) e divide-se a mesma por 3 (60 bar). Então, subtrai-se esse valor da pressão real (200
bar), chegando ao valor do terço (140 bar).
Em uma situação de mergulho técnico, deve-se checar a quantidade de gás a ser utilizada
durante o mergulho, verificando se a mesma estaria dentro da margem de 2/3.
No exemplo em questão, foi verificado que, tanto para o mergulho com Trimix, quanto o
mergulho com ar, o consumo do cilindro duplo de 15 litros cada, seria de 4606,1 litros. Considerando
o cilindro carregado a 200 bar, o que totalizaria 6000 litros de gás disponível, 2/3 desse valor daria um
total de 4000 litros, logo, em ambos os casos, o mergulho é exequível, mas desrespeita a regra dos
terços. Nesse caso, o tempo de fundo deverá ser reduzido, por exemplo, para 35 minutos, a fim de que
a regra seja respeitada.
Partindo do princípio que a PPO2 em um mergulho técnico estará sob controle, o mergulhador
deve atentar para % de exposição ao oxigênio no SNC e também para os efeitos de intoxicação
pulmonar. Tabelas, programas e aplicativos virtuais fazem os cálculos destas exposições, trazendo o
valor %SNC e o número de OTUs produzidas depois de cada mergulho. Para efeito de entendimento,
a OTU (oxigen tolerance unit) mede a exposição ao oxigênio para efeito de intoxicação pulmonar. A
preocupação com esta ocorre muito em mergulhos saturados, nos quais o mergulhador não tem a
oportunidade de regressar a superfície e respirar misturas normóxidas. A exceção no mergulho técnico
se faz no caso de vários mergulhos de longa duração, em dias consecutivos ou seguidos de tratamento
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em câmara hiperbárica. Para que se tenha idéia de como funciona, em um mergulho a 75 metros por
40 minutos, o número de OTUs acumuladas durante o tempo de fundo e a descompressão será de 204
OTUs, abaixo do limite diário a partir do décimo primeiro dia, que é de 300 OTUs. Para o primeiro
dia de mergulho, por exemplo, o limite de exposição é de 850 OTUs.
Os breaks
Para mergulhos nos quais os valores de %SNC são maiores que 80%, deve-se fazer “breaks”
de 5 minutos a cada 20 minutos usando o gás de fundo ou o gás de descompressão com menor fração
de oxigênio. O mesmo se aplica aos perfis de descompressão, em que se respira oxigênio puro por
mais de 20 minutos, sendo ou não o valor %SNC maior que 80%. Esse procedimento aumenta a
margem de segurança de exposição ao oxigênio. Esses “breaks” serão aplicados somente na parada
dos 6 metros, tanto para exposições %SNC maiores que 80%, quanto para respirar oxigênio puro por
mais de 20 minutos. Em um mergulho, por exemplo, de 50 metros por 21 minutos, usando Tx 20/40 e
EAN50 e oxigênio na descompressão, haveria necessidade de uma parada de 30 min aos 6 metros com
oxigênio puro e um acumulativo de %SNC de 70%. Nesse caso, o %SNC não ultrapassa 80%, mas o
tempo de uso de oxigênio ultrapassa 20 minutos, logo, o gás deverá ser respirado por 20 minutos,
fazendo um “break” de 5 minutos e voltando a respirar o oxigênio por mais 1 minuto.
Os “breaks” podem ser realizados com o gás de fundo ou com o gás de descompressão com
menor fração de oxigênio. Usar o gás de fundo é operacionalmente mais fácil, pois os reguladores
estão facilmente disponíveis, quando comparado ao regulador do stage. A menor fração de oxigênio
da mistura de fundo torna o “break” mais efetivo. Deve-se atentar porém, para misturas hipóxicas, que
não permitam a respiração aos 6 metros.
Os “breaks” aumentam em muito, a resistência ao aparecimento de sintomas pulmonares de
intoxicação pelo oxigênio. Os limites de OTUs são praticamente impossíveis de serem atingidos,
principalmente com a utilização dos “breaks”. Contudo, o número de OTUs deve ser registrado para o
caso de tratamento hiperbárico e múltiplas exposições por vários dias consecutivos. Os “breaks”
devem ser usados nas paradas rasas sempre que as condições como excesso de dióxido de carbono,
exercício físico e frio estiverem presentes, mesmo que não se atinja os 80%SNC ou os 20 minutos de
oxigênio puro.
Vários estudos específicos foram realizados para calcular o tempo de recuperação necessário
para os sintomas da intoxicação pulmonar. No entanto, para a exposição do SNC, o único
procedimento existente foi sugerido pelo Dr. Bill Hamilton, que trabalha com um meio-tempo de 90
minutos para a redução da %SNC durante o intervalo de superfície. Por exemplo, no mergulho de 60
metros por 25 minutos com Tx 20/40, EAN50 e oxigênio puro, teríamos, ao final do mergulho,
81%SNC; após 90 minutos, segundo o proposto por Hamilton, esse valor seria cerca de 40% SNC; e
após 180 minutos de intervalo de superfície, seria em torno de 20%SNC. Se um segundo mergulho for
realizado antes da eliminação do oxigênio residual, este deverá ser levado em consideração no
planejamento do mergulho seguinte.
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Procedimentos de descompressão
Quanto mais fundo e longo for o mergulho, maior será a descompressão e a duração total do
período da operação. Principalmente no mar, quanto maior for a duração da operação, maior será a
probabilidade de mudança de tempo, alteração da correnteza e visibilidade. A fase de descompressão,
muitas vezes, tem duração maior que o tempo de fundo; sendo assim o procedimento de
descompressão deverá ser escolhido cuidadosamente, de acordo com as características do ambiente e
do mergulho.
O risco da operação de mergulho técnico deve ser calculado levando-se em conta os diversos
fatores envolvidos e a relação entre eles, pois um acidente de mergulho geralmente é causado por uma
cadeia de erros. Todos os mergulhos envolvem riscos, mas alguns tem complexidade e nível de risco
maior e por isso exigem avaliação e planejamento mais cuidadosos. Para avaliar o risco de
determinado mergulho, deve-se levar em consideração a periculosidade de cada evento e a
possibilidade dele acontecer. Esses fatores podem variar de situação para situação. O risco de ficar
sem gás é alto, embora seja menos provável de acontecer em alguns mergulhos do que em outros. O
mesmo acontece com a possibilidade de ficar à deriva no mar, que varia muito com as condições do
mergulho. Um bom procedimento é montar uma tabela de risco para cada situação de mergulho. A
gravidade e a probabilidade de determinado evento está relacionada ao risco de vida que ele oferece.
Definir a probabilidade de determinado evento acontecer é de extrema importância para se calcular o
risco geral e evitar preocupação exagerada com algo que tenha uma probabilidade mínima de
influenciar no planejamento. Esta pode variar muito para um evento, dependendo das condições do
mergulho.
Alguns procedimentos básicos de emergência variam muito pouco em função das condições de
mergulho. Eles podem ser discutidos e aprimorados durante o planejamento, mas normalmente são de
resposta padronizada, principalmente as emergências durante a descompressão. Os procedimentos a
seguir levam em conta um cenário, em que a câmara hiperbárica está acessível em até 4 horas.
2 - Caso haja aparecimento de sintomas ou intervalo de superfície maior que 10 minutos, deve-
se subir a bordo e executar os procedimentos de emergência para doença descompressiva.
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3 - Hidratação por via oral em vítimas conscientes. Se possível, aplicar hidratação por via
intravenosa, que deve ser feita por pessoal médico treinado;
4 - Avaliação secundária;
5 - Evacuação para câmara hiperbárica.
12.3 - CONSIDERAÇÕES
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CAPÍTULO 13 - HIDROGRAFIA
A hidrografia é o ramo da geografia física que estuda as águas do planeta, abrangendo portanto
rios, mares, oceanos, lagos, geleiras, água do subsolo e da atmosfera. A grande parte da reserva
hídrica mundial (mais de 97%) concentra-se em oceanos e mares, com um volume de 1.380.000.000
km³. Já as águas continentais representam pouco mais de 2% da água do planeta, ficando com um
volume em torno de 38.000.000 km³.
O Brasil tem um dos maiores complexos hidrográficos do mundo, apresentando rios com
grandes extensões, larguras e profundidades. A maioria dos rios brasileiros nasce em regiões pouco
elevadas, com exceção do rio Amazonas e de alguns afluentes que nascem na cordilheira dos Andes.
O Brasil possui 8% de toda a água doce que está na superfície da Terra. Além disso, a maior bacia
fluvial do mundo, a Amazônica, também fica no Brasil. Somente o rio Amazonas deságua no mar, um
quinto de toda a água doce que é despejada nos oceanos.
Definições:
- Rio: é um curso natural de água, usualmente de água doce, que flui no sentido de um oceano,
um lago, um mar, ou outro rio. Em alguns casos, um rio simplesmente flui para o solo ou seca
completamente antes de chegar a outro corpo d'água. Pequenos rios também podem ser chamados por
outros nomes, incluindo córrego, riacho, riachuelo, canal e ribeira. Não existe uma regra geral que
define o que pode ser chamado de rio, embora em alguns países ou comunidades, um fluxo pode ser
definido pelo seu tamanho. O rio faz parte do ciclo hidrológico. A água de um rio é geralmente
coletada através de escoamento superficial, recarga das águas subterrâneas, nascentes, e a liberação da
água armazenada em gelo natural (por exemplo, das geleiras);
- Lago: é uma depressão natural na superfície da Terra que contém, permanentemente, uma
quantidade variável de água. Essa água pode ser proveniente da chuva, de uma nascente local, ou de
curso de água, como rios e glaciares geleiras que desaguem nessa depressão. A quantidade de água
que um lago contém depende do clima regional. As dimensões dos lagos são muito variáveis, desde
alguns metros até várias centenas de quilômetros, como são os Grandes Lagos da América do Norte
ou os Grandes Lagos Africanos. A sua profundidade também varia desde alguns centímetros até várias
centenas de metros - o Lago Baikal, na Sibéria, é o mais profundo do mundo, com 1680 metros;
- Lagoa: é um corpo de água com pouco fluxo, mas geralmente sem água estagnada, podendo
ser natural ou feita pelo Homem (artificial), e é usualmente menor que um lago. Uma larga variedade
de corpos d'água feitos pelo homem é classificada como lagoas, incluindo jardins d'água desenhados
para ornamentação, tanques para a produção comercial de peixes e tanques solares para o
armazenamento de energia termal. Lagoas e lagos são diferenciadas de córregos, rios e outros cursos
d'água, via velocidade da corrente. Enquanto as correntezas são facilmente observadas, lagoas e lagos
possuem microcorrentezas conduzidas termicamente e correntes provocadas pelo vento. Essas
características distinguem uma lagoa de muitos outros acidentes geográficos com características de
terreno aquático, como as piscinas naturais formadas pelas marés;
- Barragem, Açude ou Represa: é uma barreira artificial, feita em cursos de água para a
retenção de grandes quantidades de água. A sua utilização é, sobretudo, para abastecer de água,
zonas residenciais, agrícolas, industriais, produção de energia elétrica (energia hidráulica), ou
regularização de um caudal.
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Em menor quantidade, temos no Brasil os rios que correm nas planícies, sendo usados
basicamente para a navegação fluvial, por não apresentarem cachoeiras e saltos em seu percurso.
Como exemplo, podem ser citados alguns rios da bacia Amazônica (região Norte) e da bacia
Paraguaia (região Centro-Oeste, ocupando áreas do Pantanal Mato-Grossense). Entre os grandes rios
nacionais, apenas o Amazonas e o Paraguai são predominantemente de planície e largamente
utilizados para a navegação.
Apesar da maioria dos rios brasileiros nunca secar, alguns apresentam características curiosas,
como por exemplo o Jagauribe (Ceará), que desaparece nas secas, e o Paraguaçu (Bahia), que se torna
subterrâneo e depois volta a ficar visível.
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Chamamos de "ler" a corredeira ou o rio, o ato de, visualmente, detectar obstáculos, remansos,
refluxos, a linha d'água entre outros componentes presentes no rio. Segue abaixo as explicações e os
desenhos ilustrativos de tais obstáculos:
- REMANSO: lugar onde a água fica parada e, às vezes, até pega um sentido contrário ao da
corrente, geralmente atrás de um obstáculo dentro da correnteza (pedra, poste, carro, etc), podendo
acontecer próximo às margens, após uma curva do rio, córrego ou curso d'água.
- REFLUXO: é uma turbulência causada pela passagem da água por cima de algum obstáculo,
causando um efeito parecido com o de um liquidificador, podendo até puxar para o fundo algum
objeto que esteja flutuando entre a linha d'água e o obstáculo que o criou.
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- REFLUXO ABERTO: é um refluxo que, devido ao seu formato, tende a jogar o objeto
aprisionado para fora pelas laterais do refluxo.
- REFLUXO FECHADO: é um refluxo que, devido ao seu formato, tende a manter o objeto
dentro dele. Representa um risco para bombeiros e vítimas, pois uma vez nele a única saída é rio
abaixo.
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14.1.2 - EQUIPAMENTOS
A logística a ser utilizada em uma operação ficará a cargo do supervisor do mergulho, que
determinará os equipamentos a serem preparados, de acordo com o tipo de ocorrência.
- Back-Pack;
- Cabo náutico confeccionado por material resistente, com diâmetro entre 8 e 11mm;
- Bóia sinalizadora;
Cuidados com bote inflável: Esses procedimentos visam aumentar a vida útil do bote,
garantindo a eficiência do mesmo quando necessário:
- Guarde sempre o bote sob uma cobertura que impeça a ação do sol sobre o mesmo. A
exposição ao sol resseca o material e desassocia a colagem por conta da ação dos raios ultravioletas;
- Em caso de uso de lona para cobrir o bote, use somente alpargatas ou amazonas. Evite lonas
de algodão ou plástico, pois estas podem fazer com que a temperatura interna fique maior que a
externa, aumentando o ressecamento do tecido ou danificação da colagem;
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- Quando estiver exposto ao sol ou calor intenso, deve-se controlar a pressão dos
compartimentos, que não pode ultrapassar: 4 lb Zefir, 6,5 lb Flexboat, 2,5 lb Nautika, 7 lb Poddium;
- Quando o inflável estiver na água, jogue água periodicamente sobre os tubulões, para evitar o
rompimento das emendas;
Procedimentos para casos de furos: Estes procedimentos visam solucionar furos superficiais
que ocorram no inflável. Em caso de furos profundos, o bote deve ser levado a uma assistência técnica
específica.
- Ter em mãos um kit para reparo de furos superficiais. Para botes infláveis, deve conter, no
mínimo, um tubo de 100 ml de cola específica para tecido emborrachado, 100 ml de toluol, 10 ml de
catalisador, dois pedaços de lixa fina (de cerca de 5 x 5 cm), quatro pedaços de tecido (de 10 X 20
cm), e um pincel de pelos grossos. Além disso, faz-se necessário tesoura e sabão;
- Pegue um balde com água e sabão. Com o barco fora d´água, limpo, seco e ainda cheio de ar,
passe uma esponja com esta mistura por toda a superfície onde existe a suspeita de furo, para localizá-
lo;
- Retire todo o ar do barco. Depois, pegue uma das tiras de tecido que acompanham o kit de
reparo do bote e com uma tesoura, recorte-o no formato de um quadrado. O tamanho do recorte vai
depender, obviamente, do tamanho do furo. Mas, pela regra geral, ele deve ter, pelo menos, três
centímetros a mais em todos os lados;
- Pegue o tecido recortado e coloque-o sobre a área afetada para demarcar seu contorno na
borracha. Os cantos do quadrado são arredondados, para evitar que as pontas se descolem;
- Com a área já demarcada, use um dos pedaços da lixa que acompanha o kit e esfregue-a
sobre a área danificada, a fim de torná-la bem áspera. Porém, tomando a precaução de afastar todo o
pó de borracha que se formar. Repita o mesmo processo o tecido recortado;
- Com um pequeno pano, de preferência branco, para não manchar a borracha, e umedecido
com o solvente que acompanha o kit (também chamado de "toluol"), limpe bem a área que foi lixada;
- Agite bem o frasco de cola e adicione a ele um pouco do catalisador que também acompanha
o kit. A proporção deve ser de cerca de 10%. Depois, com o próprio pincel, misture bem. Outra opção
é usar uma tigela, de preferência de vidro, para misturar a cola e o catalisador;
- Pincele a parte afetada e o remende com uma camada fina da solução cola- catalisador.
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Espere 15 minutos e pincele novamente outra camada fina, deixando secar por mais 10 minutos. Caso
seque totalmente, use um pequeno pano umedecido com o solvente para reativar a cola;
- Em seguida, aplique uma camada fina do solvente no remendo com outro pedaço de pano
branco. Depois, com o mesmo pedaço de pano, umedecido com solvente, aplique no próprio barco,
para "ativar" a cola;
- Grude o remendo e com uma espátula (ou qualquer pedaço de madeira), pressione bem, para
espalhar a cola e fixar o pedaço de tecido. Depois, com o mesmo pano branco umedecido com
solvente, limpe toda a área ao redor da colagem;
- Depois de colado, guarde-o em local arejado, protegido da chuva e não use nem infle o bote
por um dia, para certificar-se de que todo o processo foi bem feito. Depois, é só encher novamente e
voltar a usá-lo. Com o bote cheio, aproveite e passe uma esponja com esta água e sabão por toda a
superfície da colagem para certificar-se de que o furo foi, definitivamente, tapado.
Procedimentos para casos de bote emborcado: Caso o bote utilizado pela guarnição venha a
emborcar (virar de cabeça para baixo) durante a operação, devem ser adotados os seguintes
procedimentos, que podem ser realizados por um ou mais mergulhadores:
- Certificar-se que o bote esteja em um local seguro, preferencialmente sem correnteza. Caso
haja correnteza, providenciar uma amarração para evitar que o mesmo se desloque;
- Guarnecer um cabo com diâmetro mínimo de 8mm, dividindo-o ao meio. Seu comprimento
total deverá ser, no mínimo, o mesmo da distância entre um flutuante submerso e o oposto não
submerso;
- O mergulhador deverá posicionar-se sobre o flutuante oposto ao que o cabo está amarrado,
segurar o cabo unindo as duas partes e tracioná-lo (jogar o peso do corpo para trás) até que o bote
esteja na posição de queda;
- Assim que o bote estiver em posição de queda, o mergulhador deverá lançar-se a água,
afastando-se do bote, a fim de evitar que o mesmo o atinja.
Por definição, motor de popa é um motor com um ou mais hélices, destinado a possibilitar o
deslocamento de canoa ou bote, ou também em alguns navios e lanchas, em determinado meio
aquático, seja em lago, rio, mar, oceano, etc.
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- Para motores "2 tempos", use sempre óleo TCW3. Lembre-se de ter óleo de reserva;
- Motores usados no litoral devem trabalhar com a proporção de 40/1. Em água doce, a
proporção deve ser de 50/1 (válido para motores sem autolub);
- Quando ficar vários dias sem usar o motor, funcione-o até esgotar a gasolina do carburador.
Se o motor tiver válvula no conector, aperte-o para entrar ar na tubulação e secar a bomba de gasolina;
- Se o motor estiver com o rotor de bomba d'água original, esse tem validade de 3 anos ou 60
horas de uso em média, dependendo do tipo de água;
- Se o rotor do motor for paralelo, sua troca deverá ser feita a cada ano ou 30 horas de uso em
média;
- O óleo da rabeta deverá ser trocado a cada 60 horas. Verificar o nível a cada 30 horas.
Observar se não tem água misturada;
- Ter de reserva junto ao barco algumas peças: hélice, velas e um rotor de bomba d'água;
- Vantagens do motor 2 tempos: Mais leve, maior potência e manutenção mais barata;
- Desvantagens do motor 2 tempos: Mais barulhento, consome mais gasolina e mais óleo. É
muito poluente para o ar e para a água;
- Vantagens do motor 4 tempos: É muito silencioso, consome pouco combustível e pouco óleo.
Não usa óleo junto com o combustível. O óleo fica no carter (dentro do motor). Sabendo usa-lo é mais
durável;
- Desvantagem do motor 4 tempos: É mais caro que o motor 2 tempos, tem manutenção mais
cara, é mais pesado e tem menos potência.
- Durante a navegação, verifique sempre se o sistema de resfriamento do motor está ativo, nos
motores de popa há um esguicho bem visível. Se ele (o esguicho) parar, verifique o rotor da bomba de
água e a tomada de água, que pode estar entupida. Desobstruir a tomada de água pode ser simples.
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9 - Será notado, que após alguns minutos a água começará sair por outras saídas. Estas saídas
estão ligadas ao termostato, isto significa que os termostatos estão se abrindo;
10 - Deixar, a partir deste ponto, o motor funcionar por 10 minutos, sempre verificando a
pressão dá água e a temperatura do motor, COMO? Pela água que sai na descarga, se ela estiver
fervendo, significa que a pressão da água esta pouca, mas se a água ficar somente quente, isto é
normal;
11 - Desligar o motor e levantar a rabeta para se lavar embaixo, aproveitando para verificar os
anodos, nesta área é comum juntar as “cracas”, não deixar acumular, lavar bem, com água;
12 - Abaixar a rabeta e lavar o motor. Aguardar um pouco para que não haja choque de
temperatura, provocando uma rachadura no bloco. Lavar o motor com mangueira com pressão baixa
de cima para baixo, somente nos cabeçotes e na descarga, nos motores de popa, da metade do volante
para trás sem molhar o motor de arranque.
14 - Aplicar spray do fabricante no motor todo, ou vaselina, mas sem excesso;
15 - Colocar o capô no motor, dando polimento com cera de carro uma vez por mês. Nos
motores escuros é comum encontrar manchas de sal na coluna, neste caso, esfregar uma esponja com
vinagre, várias vezes e depois aplicar a cera, a mancha vai sair.
Mitos e Fatos sobre motor de popa
Este ponto visa esclarecer algumas dúvidas e procedimentos ora tidos como corretos sobre os
motores. A partir daí, auxiliar para uma melhor utilização e manutenção dos mesmos. Seguem
algumas afirmações e seus devidos esclarecimentos.
“Pode-se ligar o motor, mesmo que por poucos segundos, sem ligar a água”.
Explicação: O rotor da bomba d’água e de borracha é instalado dentro de uma caixa de aço,
sem água. O atrito da borracha irá danificar o rotor, quebrando as pontas das aletas do rotor, que irão
comprometer a refrigeração do motor ou até entupir o sistema de refrigeração. Se um motor funciona
a 1.300RPM, em 1 segundo girará 21 vezes.
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MANUAL DE MERGULHO AUTÔNOMO CBMERJ
“O motor está falhando, deve ser um cisco, então se acelerar o motor em ponto morto, o
cisco sai pela descarga”.
“Não se deve lavar o motor por dentro, pois a água pode entrar no cilindro”.
Explicação: O motor precisa de ar para fazer a mistura. Este ar é “respirado” pelo motor do
ambiente em que estiver sendo usado. Quando usado em água salgada, o ar absorvido contém
partículas de água e sal e a água, quando entrar em contato com o bloco quente do motor irá evaporar,
mas o sal não. Quando o sal estiver em ambiente úmido e quente e em contato com o bloco, velas e
parafusos do motor irão provocar uma oxidação. Para evitar que isso ocorra, é recomendável lavar o
motor nos cabeçotes, nas velas e na base do motor com água doce e principalmente com baixa
pressão. Não lave o motor logo após desligá-lo, evitando assim um choque térmico no motor. Após
lavá-lo, aplique um spray à base óleo orgânico fino ou silicone, para proteger o motor e seus
componentes.
“Deve-se sempre adicionar óleo dois tempos na gasolina, independente do tanque de óleo
do motor”.
A busca subaquática, também chamada de varredura, é o meio empregado pelo MG, para
recuperar e trazer à superfície, bens e vítimas que, por algum motivo, encontram-se perdidos(as) no
fundo do meio líquido. Dependendo do relevo, material disponível, dimensão do objeto a ser
procurado e visibilidade, o mergulhador irá optar pelo melhor tipo de varredura a ser empregado
durante o serviço, devendo, portanto, “mapear” o fundo, centímetro por centímetro.
No serviço do Corpo de Bombeiros existe ainda uma peculiaridade. As varreduras não são
realizadas apenas em lagoas, lagos ou locais de “água parada”, mas principalmente em rios, com
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correntezas que realmente “testam’ a habilidade, técnica e coragem do mergulhador de resgate. Por
isso, é imprescindível que o mergulhador esteja bem física, técnica e, sobretudo, psicologicamente,
pois enfrentará situações de alto risco que exigirão um perfeito entrelaçamento e sincronismo dessas 3
(três) características, principalmente quando a visibilidade no mergulho for reduzida e quando o
mergulhador tiver que fazer uso de cabos e equipamentos específicos do CBMERJ (desencarcerador,
tirfor, etc).
Uma vez que a área a ser pesquisada tenha sido estabelecida, é hora do supervisor de mergulho
determinar qual tipo de padrão será utilizado. A decisão é baseada em:
• Tamanho da área;
• Recursos disponíveis;
• Correnteza;
• Profundidade;
• Objeto da busca;
• Provável contorno ou formato do fundo;
• Obstáculos conhecidos ou presumidos; e
• Outras possíveis variáveis.
O fato da maioria das ocorrências serem em rios, faz com que alguns padrões de busca sejam
adaptados a esta realidade. Devido à visibilidade restrita e forte correnteza nos rios, é imprescindível
que o mergulhador mantenha-se o mais próximo do fundo, evitando que a água, em velocidade, passe
por baixo do seu corpo com velocidade e o “leve” para a superfície, o que contraria o padrão de evitar
tocar o fundo do meio líquido a fim de não causar levantamento de detritos e sedimentos. Para evitar
esse fato, geralmente dobra-se a quantidade de lastros que se usa em águas calmas, para deixar o
mergulhador rente ao fundo, conseguindo dessa maneira, executar o serviço. (Ex: Se no mar, o MG
utiliza 10 kg de peso (lastro), no mergulho em rio, ele deverá utilizar de 18 a 20 Kg). Mas também se
deve ter cuidado com objetos diversos no fundo, como as latarias de autos envolvidos em um evento e
estar alerta quanto a choques de qualquer objeto que se movimente com velocidade no fundo.
Forma de busca na qual é realizado um círculo em torno de uma área demarcada. Inicialmente
deve-se conhecer o ponto mais provável onde possa estar o objeto (ou vítima) a ser procurado.
Achado o local, um ponto é fixado no fundo (pode ser uma poita, lastros, outro mergulhador ou âncora
da embarcação, os quais serão o centro de um círculo imaginário) e a partir dessa referência, vários
círculos são feitos. A busca pode ser iniciada do ponto de referência para fora (círculo crescente), ou
de fora para o ponto de referência (círculo decrescente). O tamanho do raio que será aumentado ou
reduzido serão de acordo com o julgamento do mergulhador, podendo ser de metro em metro, de dois
em dois metros, etc. O ponto inicial (de partida) pode ser marcado com um objeto pesado ou estaca,
para ter uma perfeita varredura. Caso não seja possível, o mergulhador deverá confiar em sua intuição
ou então procurar trabalhar com a natureza (verificar a direção da corrente para marcar início). O peito
deverá estar próximo ao chão (caso a visibilidade seja restrita) e o trabalho deve ser realizado em
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dupla. O mergulhador deverá manter o cabo sempre retesado. No círculo crescente, deverá atentar
(caso não haja um mergulhador no ponto fixo) na liberação do cabo para que o mesmo não enrole,
devendo levá-lo para o fundo enrolado em “coroa japonesa”. No círculo decrescente deverá atentar no
recolhimento do cabo (caso não haja um mergulhador no ponto fixo), enrolando-o de forma que o
mesmo não prejudique a busca.
- Leque de Centro (crescente ou decrescente): Neste caso, fixa-se um ponto (que pode ser
um peso (âncora) ou uma embarcação), no centro do rio e a partir deste ponto, o mergulhador inicia
sua busca, de margem a margem, distanciando-se até chegar o fim do cabo ou aproximando-se do
ponto de origem. A distância entre o leque de ida e de volta deve ser dimensionada de modo que toda
a área seja “varrida”. Utiliza-se a correnteza a favor, facilitando o deslocamento e diminuindo o
esforço, economizando desta forma, o ar.
Margem
Margem
174
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- Leque de Margem (crescente ou decrescente): Ocorre da mesma maneira que o método de leque
de centro. A diferença está que, nesse caso, o controlador estará baseado na margem, não havendo
necessidade da fixação de peso no fundo.
Controlador
Para uma busca mais rápida em áreas largas, a busca em leque pode ser combinada para criar
um padrão conhecido como limpador de pára-brisas. Dois mergulhadores fazem a busca parcialmente
em áreas semicirculares, movendo-se de um lado ao outro em sincronia.
Quando escolhido este tipo de busca, os controladores geralmente devem permanecer tão
distantes quanto seja necessário para que os mergulhadores se desloquem sem causar choques. Desta
forma, se os mergulhadores são inicialmente mandados a 12m, os controladores devem permanecer
afastados 12m um do outro. Um fundo com valas ou outras restrições pode estreitar as buscas em
leque e fazer com que os controladores fiquem mais próximos. Manter os mergulhadores se movendo
no mesmo passo é tarefa dos controladores. Se o controlador vê que o seu mergulhador está se
afastando demais, um simples sinal na linha de vida deve ser enviado para dizer ao mergulhador que
pare.
Controlador Controlador
- Cabo no fundo: Agora, o cabo que servia de “guia” (que estava sendo utilizado pelos
controladores), irá para o fundo e será o “caminho” percorrido pela equipe de MGs. São colocados
pesos (lastros) em toda sua extensão, espaçados de 10 em 10 metros, evitando seu movimento no
fundo. Para assegurar um “pente-fino” perfeito, poderá ser utilizado outro cabo ou objeto de madeira
176
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(leve), que ficará perpendicular ao cabo (“caminho”) que está no fundo. Se a área a ser batida for
grande, podem ser feitas “estradas” paralelas, utilizando vários cabos, antes de iniciar as buscas.
Já em ambientes com baixa visibilidade, onde não for possível o contato visual, a comunicação
entre os mergulhadores é feita através do contato físico ou da utilização de um cabo náutico (8 a
11mm de espessura), também conhecido como “cabo da vida”.
177
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Assim como na utilização dos sinais normais de mergulho, sempre que um sinal for dado, seja
do controlador para o mergulhador ou vice-versa, deve ser dada resposta com a mesma quantidade de
toques recebidos através do cabo. Caso não haja resposta, a operação deve ser interrompida
imediatamente, devendo o mergulhador retornar à superfície ou ser retirado da água pelo controlador.
Na comunicação entre os mergulhadores no fundo, esta é feita da mesma maneira acima citada,
ou seja, o mergulhador em contato com a superfície recebe o toque de cabo, repassa ao mergulhador
que estiver ao seu lado, que o responde com a mesma quantidade de toques recebidos, que
consequentemente, responde ao controlador. Somente e tão somente após os sinais terem sido feitos e
respondidos, se executará a ação. Esta comunicação pode ser feita ainda através do contato físico,
procedendo os toques como se fosse a comunicação via “cabo da vida”, ou através da execução dos
sinais normais de ambientes com visibilidade. Nesse caso, porém, como o ambiente possui
visibilidade restrita, não sendo possível o contato visual, o sinal deverá ser feito no corpo do outro
mergulhador. Ex: se um mergulhador estiver com pouco ar, ao invés dele bater no próprio peito, ele
deverá bater no peito do seu canga.
Trata-se de um goniômetro, no qual a origem de suas medidas é determinada por uma agulha
imantada que indica, por princípio da física terrestre, uma direção aproximadamente constante, que é
o Norte Magnético.
Compõe-se comumente de uma caixa de madeira ou metal, em cujo interior existe um limbo
graduado. No fundo e no centro da caixa, existe um pino de aço, denominado QUÍCIO, sobre o qual
gira a agulha imantada.
A agulha é de aço imantado e apresenta suas extremidades em ponta, sendo uma delas, a que
se dirige para o Norte, assinalada, geralmente em azul.
Obs.: Os itens acima são definições clássicas de bússolas utilizadas no terreno, ou seja, a
seco, em terra. No mergulho, esses equipamentos sofreram alterações para que fossem utilizados no
meio subaquático.
As bússolas para mergulho são encontradas tanto para utilização em pulso, pranchetas e
também em consoles. Possui leitura dupla, funcionamento com sistema a banho de óleo, com
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mostrador fluorescente, com escala de anel rotante de graduação, caixa em tecnopolímero de alta
resistência, policarbonato contra choques. Quando acopladas em consoles, vem em um estojo em
elastômero contra choques. Diferentemente das bússolas de terra, não possuem agulha e sim um limbo
móvel, cujo movimento se dá de acordo com a direção Norte. São compostas pelas partes conforme
figura abaixo:
Bezel Giratório
Limbo Móvel
Linha de Fé
Existem 03 direções base, a saber: Norte Verdadeiro ou Geográfico (NG), Norte Magnético
(NM) e Norte da Quadrícula (NQ). No mergulho, o mais importante, a saber, é o NM, pois essa
direção (NM) é indicada pela ponta N da bússola.
OBJETIVO
INÍCIO
FIM
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14.3.2.2 - Quadrado
Consiste em realizar uma busca, fazendo “quadrados”, que podem ser crescentes ou
decrescentes. Inicialmente, traça-se uma reta e calcula-se uma distância, que pode ser medida em
“número de pernadas” (movimentos com a nadadeira). Percorrida esta distância, traça-se um ângulo
de 90º e faz um deslocamento, em linha reta, com o mesmo número de pernadas do deslocamento
anterior. Repete-se o mesmo procedimento até completar um quadrado.
Caso o objeto não tenha sido encontrado, na segunda busca, deverá ser aumentado o lado do
quadrado, ou seja, será feita uma busca crescente. Se diminuir o lado do quadrado, será feita então,
uma busca decrescente. Cabe ao mergulhador escolher o melhor método.
Objeto a ser
procurado
90 º
INÍCIO
FIM
14.3.2.3 - Triângulo
1 2
120º
INÍCIO
FIM 3
14.3.3 - RECOMENDAÇÕES
- Nade relaxado, com ritmo;
- Evite buscas (percursos) longas. Para uma busca perfeita, começar por percursos pequenos e,
se for o caso, fazê-la de modo crescente;
- Visualize o local antes de ir para o fundo. Veja se possui pedras, pilares de pontes, barcos
com âncora no fundo, correnteza, etc. Estes dados podem servir de referencial para uma busca;
- Mudança de direção para a direita, deve ser somado o ângulo desejado a partir de 0º.
Movimento para a esquerda subtrai-se o ângulo a partir de 360º;
- Antes de executar uma mudança de direção, confira se a bússola está devidamente orientada;
- Nunca ajuste o bezel da bússola após uma mudança de direção. Mova sempre o próprio corpo
até alcançar o objetivo;
14.4.1 - REFLUTUAÇÃO
Para o processo de reflutuação de uma carga, são necessários tanto procedimentos de logística
quanto de cálculos físicos. Quanto à logística, é preciso determinar o tipo de material a ser utilizado,
bem como as técnicas e táticas ideais. Os equipamentos mais comuns para essas operações são
bombonas, geralmente com volume de 200 litros ou Lift Bags. No caso das bombonas, faz-se ainda
necessário realizar um cálculo físico conhecido como Força de Flutuação, para determinar a
quantidade desses equipamentos a ser utilizada, adotando assim, a maneira mais eficiente de colocar a
logística em prática.
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Fórmula: FF = E - P onde,
FF = Força de Flutuação
E = Empuxo
P = Peso
E=Vxd onde,
V = volume
d = densidade da água
1ª bombona manobrada
2ª bombona manobrada
Fieira
2ª bombona manobrada
1ª bombona manobrada
Exemplo de Reflutuação
Ex. 1: Quantos quilogramas podem ser içados do fundo do mar, com um tambor de volume de
210 litros e peso de 10 Kg?
R: O empuxo será igual ao peso do líquido deslocado. O volume deslocado pelo tambor
quando totalmente mergulhado, será de 210 litros.
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E = V x d
V = 210 litros
D = 1,03 Kg / l
E = 210 x 1,03 = 216,3 Kg
A força de flutuação, que é a capacidade de içamento do tambor, será a diferença entre o
empuxo e o seu peso, isto é:
FF = E - P
FF = 216,3 - 10 = 206,3 Kg
Podemos içar um objeto do fundo do mar de até 206,3 Kg.
Ex. 2: Quantas bombonas de 200 litros e peso de 10kg são necessárias para içar um objeto de
1800kg do fundo do mar?
E = V x d
V = 200 litros
d = 1,03 Kg / l
E = 200 x 1,03 = 206 Kg
A força de flutuação, que é a capacidade de içamento do tambor, será a diferença entre o
empuxo e o seu peso, isto é:
FF = E - P
FF = 206 - 10 = 196 Kg
Com uma bombona, podemos içar um objeto do fundo do mar de até 196 Kg. Como se
deseja içar um objeto de 1800kg, basta dividir este peso pelo valor encontrado para uma bombona,
logo:
1800 ÷ 196 = 9,18. Serão necessárias 10 bombonas para içar o objeto.
14.4.2 - TRACIONAMENTO
Podem ser adotados dois métodos para esta técnica: através da utilização de um caminhão do
tipo reboque ou através da utilização do aparelho Tirfor.
Este método é o mais prático, pois demanda pouco esforço físico para ser executado.
mesmo, por ser pesado, pode tornar-se difícil ser levado sob a água. Estando pronto o sistema, deverá
ser autorizado pelo mergulhador, o início do tracionamento.
Este método é utilizado quando não for possível estabelecer um caminhão do tipo reboque para
tracionar o objeto submerso. O princípio de trabalho é o mesmo da utilização do caminhão reboque.
Aparelho Tirfor: Opera com a ação de dois pares de mordentes lisos, de ajuste automático,
que no momento do tracionamento ou da descida da carga, esses dois pares de mordentes,
alternadamente, apertam e soltam o cabo, para puxá-lo no sentido da subida ou retê-lo no sentido da
descida, sendo que os dois conjuntos de mordentes apertam o cabo conforme a tração do cabo, então
quanto mais pesada a carga, mais forte será o aperto.
Para o deslocamento dos mordentes, são manipuladas duas alavancas que constituem o avanço
ou a marcha ré. O tirfor opera com o empenho de acessórios como correntes, clips, grampos-manilha,
moitões, cadernais, lingas e o indispensável cabo, que varia de diâmetro conforme o modelo do tirfor.
Alavanca Telescópica
Aparelho Tirfor
Operação do Tirfor: O militar deve manter atenção especial ao EPI, principalmente com
relação às mãos, que são um alvo frequente de lesões. Após este cuidado, o militar deve desenrolar o
cabo, pressionar o punho de debreagem em direção à alavanca telescópica até travá-lo, introduzir a
ponta do cabo até sair do lado oposto, ancorar o aparelho pelo eixo de ancoragem num ponto fixo e
resistente, puxar o cabo, a mão, até ficar bem esticado e colocar o punho de debreagem à posição
inicial. Antes de iniciar o tracionamento, é conveniente a verificação da ancoragem do aparelho e o
ângulo de trabalho, para que o cabo trabalhe em linha reta, então deve-se introduzir e travar a alavanca
telescópica no seu braço e para içar ou tracionar, movimenta-se em vai e vem a alavanca, já para o
recuo ou descida deve-se introduzir a alavanca telescópica no braço que fica no meio do aparelho e
movimentando-se em vai e vem, obter o deslocamento desejado da carga. Para finalizar a operação,
deve-se movimentar a alavanca em marcha a ré, até afrouxar o cabo e, após isto, elevar o punho de
debreagem a frente, liberando o cabo.
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Em casos de queda de veículo em meio líquido, dependendo da força do impacto pré ou pós
chegada ao meio, o auto pode sofrer avarias que impossibilitem a retirada de vítimas de seu interior.
Para tanto, faz-se necessário a utilização de aparelhos desencarceradores para viabilizar a operação.
14.5.1 - APARELHO DESENCARCERADOR
O conjunto de salvamento (desencarcerador hidráulico) destina-se a serviço de salvamento em
acidentes automobilísticos, desabamentos e trabalhos submersos, dentro do limite de 40m de
profundidade.
O sistema consiste de um motor elétrico ou à gasolina, que move uma bomba hidráulica, sendo
esta comum a todos os modelos. Ela se caracteriza por um aro ôco que contém em seu interior 4
pistões radiais permanentemente comprimidos por molas. No centro deste conjunto, há um excêntrico
movido pelo eixo do motor, que devido a seu movimento irregular, ao passar por cada um dos pistões,
provoca um movimento nos mesmos, impulsionando o fluído para dentro do aro. Neste há apenas uma
saída, por onde escoa todo o fluído em direção à válvula.
Todo este conjunto permanece imerso no reservatório de fluído, tendo sob o aro, quatro tubos
pescadores que alimentam cada um dos pistões. No bloco da válvula, há ainda um pequeno tubo
encarregado de despejar o fluído que retorna das ferramentas hidráulicas.
Cortadores: A série de cortadores possui lâminas, em formato de meia-lua, que deslizam uma
sobre a outra, proporcionando o corte. Estas podem ser trocadas por outras de diferentes desenhos
para os mais diversos tipos de cortes e de materiais (Ex: Seccionamento de portas e colunas de
veículos onde haja vítimas presas), realizando o trabalho com rapidez e segurança.
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Expansores: São ferramentas equipadas com braços que tem, em suas extremidades, ponteiras
substituíveis e podem ser utilizados para abertura ou separação de chapas (Ex: retirando a porta de um
veículo acidentado), ou ainda, no tracionamento de partes (Ex. elevando-se a coluna de direção para
liberar a vítima do volante do veículo), com o concurso do jogo de correntes.
Ferramenta combinada: Como o próprio nome diz, combina as funções das outras
ferramentas, sendo equipada com braços multifuncionais, que permitem a realização de cortes,
afastamento e tracionamento, este último com auxílio de jogo de correntes.
- Segure a manopla de acionamento e puxe suavemente até sentir resistência , a fim de retirar a
folga entre as partes . A seguir, puxe rapidamente o cordão, para evitar retrocesso e dar partida no
motor, deixando a manopla retornar à sua sede gradualmente;
- Segure a pinça hidráulica pela alça e pelo punho, atuando com o dedo polegar no disco
anatômico proporcionando o movimento desejado, respeitando as indicações de abertura e fechamento
encontradas no corpo da pinça hidráulica;
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No decorrer das operações de busca e resgate, por conta das adversidades encontradas no
fundo do meio líquido ou no deslocamento de ida ou volta do ponto de busca, além dos fatores
fisiológicos anteriormente citados, há o risco de acidentes com os mergulhadores ou até mesmo com
as vítimas. Para tanto, faz-se necessário a noção de primeiros socorros aplicados a essas
possibilidades, baseado nos principais acidentes.
A interrupção súbita das funções cardiopulmonares se constitui num tipo de problema que
sempre foi um desafio para as equipes médicas. Esta é uma emergência médica extrema, cujos
resultados serão a lesão cerebral irreversível e a morte, se as medidas adequadas para restabelecer o
fluxo sanguíneo e a ventilação não forem tomadas em curto período de tempo.
Até que o diagnóstico correto da causa da parada cardiopulmonar seja determinado, a equipe
de reanimação deverá se preocupar basicamente em manter o bombeamento sanguíneo e a função
respiratória.
- Embolia pulmonar;
- Asfixia;
- Hipóxia.
O suporte básico de vida (SBV) consiste em uma série de ações para avaliar e tratar situações
que levam a vítima rapidamente à morte. A identificação da PCR é a primeira delas.
De acordo com o protocolo de 2010 da American Heart Association, após a avaliação da cena,
reconhecimento da parada cardiorrespiratória e ativação do serviço de emergência, o socorrista dá
início ao CAB da vida ao invés do ABC. A reanimação deve ser iniciada pelas compressões cardíacas.
Lembrando que se a vítima apresentar “gasps”, ou seja, respiração agônica, durante o reconhecimento
da PCR, o socorrista deve proceder como se a mesma estivesse em parada cardiorrespiratória, já que o
“gasp” não pode ser considerado ventilação efetiva.
“CAB da vida”
C - Circulação: Deve-se tentar palpar um pulso arterial profundo por um período máximo de
10 segundos. Após este período, com a confirmação ou suspeição de PCR, dão-se início as
187
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compressões cardíacas. Deve-se atingir a frequência mínima de 100 por minuto, comprimir o tórax no
mínimo 5 cm permitindo o seu retorno completo após cada compressão, minimizar interrupções
durante a RCP e evitar a hiperventilação.
Lembrando que sempre que possível a vítima deve se encontrar sobre superfície rígida.
Para uma compressão torácica efetiva, a vítima deve ser colocada em decúbito dorsal sobre
estrutura rígida; o socorrista deve colocar os joelhos ao lado e próximos ao tronco da vítima. A
compressão deve ser realizada no esterno, entre os mamilos da vítima, com a região tenar e hipotênar
das mãos, as mesmas devem ser entrelaçadas e os braços devem ficar estendidos, ficando
perpendicular ao corpo da vítima em um ângulo de 90ª com o solo. A força exercida deve ser
realizada pelo peso do tronco do socorrista. A compressão deve ser forte e rápida.
Língua mal posicionada, obstruindo as vias aéreas Posicionamento correto da língua, evitando a obstrução
Em vítima que não esteja respirando, mas que esteja com pulso presente, deverá ser aplicada a
ventilação de resgate sem as compressões torácicas. O socorrista deverá aplicar 10 a 12 ventilações de
resgate por minuto. Para tal, deverá realizar uma média de 1 ventilação a cada 5 a 6 segundos. Deverá
re-checar o pulso após 2 minutos de ventilação.
Enfatizando: as compressões devem ser rápidas, no mínimo 100 compressões por minuto.
Caso a vítima não esteja com uma via aérea avançada devem ser realizados 5 ciclos (cerca de 2
minutos) de RCP na relação 30:2. Entretanto, se a vítima estiver com uma via aérea avançada, as
compressões devem ser contínuas, sem pausas para ventilação, respeitando-se a frequência mínima de
100 compressões por minuto. Paralelamente, o outro socorrista estará realizando as ventilações em
uma frequência aproximada de 8 a 10 ventilações por minuto (cerca de 1 ventilação a cada 6
segundos).
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Para que não ocorra perda da eficácia das compressões devido ao esgotamento físico do socorrista,
deverá haver um revezamento entre a equipe a cada 2 minutos.
14.6.2 - FRATURAS
É a solução de continuidade total ou parcial de uma estrutura óssea, produzida por trauma
direto ou indireto, podendo apresentar lesões associadas a outros tecidos.
- Aberta (exposta): o osso se quebra, atravessando a pele, ou existe uma ferida associada que se
estende desde o osso fraturado até a pele.
- Dor: geralmente o local da fratura está muito sensível, a vítima mal-estar intenso;
- Deformidade: a fratura produz uma posição anormal ou angulação num local que não possui
articulação;
- Crepitação: sensação audível e palpável causada pelo atrito entre os fragmentos ósseos. Não
deve ser reproduzida intencionalmente, por provocar dor e agravar a lesão;
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14.6.2.1 - Luxação
Sinais e sintomas:
- Edema;
- Deformidade;
- Impotência funcional.
14.6.2.2 - Entorse
É a torção ou distensão brusca de uma articulação, além de seu grau normal de amplitude.
Sinais e sintomas: São similares aos das luxações. Sendo que nas entorses os ligamentos
geralmente sofrem ruptura ou estiramento, provocados pelo trauma na articulação.
- Alívio da dor;
14.6.2.4 - Tratamento
3. Controle hemorragias e cubra feridas. Não empurre fragmentos ósseos, nem tente removê-
los. Use curativos estéreis.
6. Mantenha a tração e o alinhamento até que a tala esteja posicionada e fixa, imobilizando
uma articulação acima e uma abaixo da lesão. As talas devem ser ajustadas de maneira a não
interromper a circulação local. Em alguns casos, a extremidade deverá ser imobilizada na posição
encontrada.
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Observação: na maioria das vezes, é impossível saber sem o uso de raio-X se o paciente é
verdadeiramente portador de uma fratura, entorse ou luxação. No entanto, até ser provado o contrário,
devemos sempre tratá-lo como portador de tais lesões.
14.6.3 - HEMORRAGIAS
É o extravasamento de sangue dos vasos sanguíneos ou das cavidades do coração, podendo
provocar estado de choque e óbito. A hemorragia pode ser externa ou interna.
Hemorragia externa: ocorre devido a ferimentos abertos, onde o sangue é eliminado para o
exterior do organismo.
- agitação;
- palidez;
- sudorese;
- pele fria;
- hipotensão;
- sede;
- fraqueza;
- estado de choque.
- contusões;
- dor abdominal;
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- eliminação de sangue através dos órgãos que se comunicam com o exterior, como: nariz e/ou
pavilhão auditivo, vias urinárias, vômito ou tosse com presença de sangue.
- Arterial: quando o vaso atingido é uma artéria, caracteriza-se por hemorragia que faz jorrar
sangue pulsátil e de cor vermelho vivo; a perda de sangue é rápida e abundante.
- Venosa: quando o vaso atingido é uma veia, caracteriza-se por hemorragia na qual o sangue
sai de forma contínua, na cor vermelho escuro, podendo ser abundante.
- Capilar: quando o vaso atingido é um capilar, o sangue escoa lentamente, normalmente numa
cor menos viva que o sangue arterial.
2. Elevação de membro.
Pressão direta sobre o ferimento: Coloque sua mão enluvada diretamente sobre o ferimento
e aplique pressão apertando o ponto de hemorragia; a pressão da mão poderá ser substituída por um
curativo (atadura e gaze), que manterá a pressão na área do ferimento. A interrupção precoce da
pressão direta ou retirada do curativo, removerá o coágulo semi-formado, reiniciando a hemorragia.
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MANUAL DE MERGULHO AUTÔNOMO CBMERJ
Elevação de membro: Eleve o membro de modo que o ferimento fique acima do nível do
coração. Essa técnica pode ser usada em conjunto com a pressão direta nas hemorragias de membro
superior ou inferior. Os efeitos da gravidade vão ajudar a diminuir a pressão do sangue, auxiliando no
controle da hemorragia. Essa técnica não deve ser empregada quando houver suspeita de fratura,
entorse ou luxação.
Compressão dos pontos arteriais: Comprima a artéria que passe rente a uma superfície do
corpo próximo a uma estrutura óssea. O fluxo de sangue será diminuído, facilitando a contenção da
hemorragia (hemostasia). Essa técnica deverá ser utilizada após a pressão direta ou quando a pressão
direta com elevação do membro tenha falhado. No membro superior, o ponto de compressão é a
artéria braquial (próxima ao bíceps) e no membro inferior é a artéria femural (próxima à virilha).
14.6.3.4 - Tratamento
- efetue hemostasia;
- afrouxe roupas;
Observação: a primeira técnica a ser empregada em hemorragias visíveis é pressão direta sobre o
ferimento.
* Transporte de apoio
* Transporte de braços
* Transporte nas costas
* Transporte de arrasto ou lençol
* Transporte em cadeirinha
* Transporte pelas extremidades
* Transporte por cadeira
* Transporte em rede
TRANSPORTE DE APOIO
TRANSPORTE EM BRAÇOS
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TRANSPORTE DE
ARRASTO OU
LENÇOL
TRANSPORTE EM CADEIRINHA
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TRANSPORTE EM CADEIRA
TRANSPORTE EM REDE
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15.1 - GENERALIDADES
Uma das modalidades de mergulho para trabalhos subaquáticos que requeira ao mergulhador
permanecer submerso por períodos extensos de tempo é o mergulho dependente. Este capítulo
descreve algumas das técnicas e procedimentos usados por mergulhadores neste tipo de mergulho.
A fonte de suprimento de gás respirável para o mergulho dependente pode ser, tanto um
compressor de baixa pressão, quanto um conjunto de cilindros de alta pressão (reduzidos para baixa
pressão), ou a combinação dos dois. Existem várias combinações de fonte de gás que podem ser
utilizadas. Se o ar for o único gás requerido, todo o mergulho pode ser feito utilizando uma única
fonte, porém, é mais seguro se houver múltiplas fontes disponíveis. A melhor logística é um
compressor de baixa pressão como fonte primária e um conjunto de cilindros de alta pressão como
back-up. Caso um compressor de baixa seja utilizado, é preciso que este esteja equipado com um
tanque de volume (que irá atuar como fonte reserva e um removedor de umidade) e filtragem
adequada. Se for utilizada uma mistura gasosa, o sistema pode incluir múltiplos cilindros com
diferentes misturas. Caso fontes de alta pressão de oxigênio sejam utilizadas, todo o sistema precisa
estar limpo e compatível para oxigênio.
Tanque de volume
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MANUAL DE MERGULHO AUTÔNOMO CBMERJ
mergulhador, para falar, não há necessidade de pressionar qualquer botão. No sistema “round robin”,
dois fios carregam o sinal para baixo (para o mergulhador) e dois carregam para cima (para a
superfície), permitindo que ambos falem ao mesmo tempo. Este sistema é mais parecido com o
telefone, mas ainda sim, requer que somente uma pessoa fale por vez, a fim de haver clareza na
comunicação.
15.2.4 - UMBILICAIS
O umbilical é um conjunto de mangueiras e cabos unidos uns aos outros. No mínimo, o
umbilical normalmente consiste da mangueira de suprimento de ar do mergulhador, fios de
comunicação, mangueira do pneumofatômetro e um cabo resistente. Outros componentes podem
incluir uma mangueira de água quente e um cabo de vídeo. O umbilical pode boiar ou afundar,
dependendo do tipo de mangueira. A mangueira de respiração não deve dobrar e precisa ser aprovada
para fornecimento de gás respirável. Mangueiras que não sejam específicas para mergulho podem
soltar vapores tóxicos, que são perigosos para o mergulhador.
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MANUAL DE MERGULHO AUTÔNOMO CBMERJ
D-rings, feitos de aço inox, são usados para conexão com o umbilical e fixação do harness no
peito do mergulhador. A ligação entre o umbilical e o harness também pode ser feita por um
mosquetão, acoplado ao próprio umbilical ou clipado no harness.
Harness de segurança
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bail-out
Outra vantagem deste tipo de mergulho é a possibilidade de ser executado a partir de diferentes
meios, como píers, pequenas embarcações, navios ou pela praia.
As desvantagens do mergulho dependente, se comparado com o mergulho autônomo, são:
201
MANUAL DE MERGULHO AUTÔNOMO CBMERJ
- Profundidade;
- Tempo de fundo;
- Visibilidade da água;
- Marés e correnteza;
- Vida marinha;
- Staff;
- Custo do equipamento;
- Gases requeridos;
- Assistência para emergência e tratamento.
Tão logo o mergulhador esteja na água, o controlador passará a tomar conta do umbilical, a fim
de garantir que não haja excesso e nem tensão no cabo. Além disso, deverá manter contato com o
mergulhador e manter o supervisor informado sobre o progresso do mergulho.
Em mergulhos complexos e longos, um controlador reserva pode ser necessário. Este precisa
estar tão qualificado quanto o titular e participar de todo o briefing da operação. É responsável por
prestar assistência ou substituir o controlador primário quando necessário.
Um marcador de tempo pode ser designado para controlar o tempo de fundo do mergulhador
durante a tarefa. A responsabilidade inclui o registro de tempos de mergulho, profundidades e
qualquer informação importante sobre o mergulho. Em situações em que o número de membros da
equipe seja limitado, o controlador do mergulho poderá exercer a função de marcador de tempo. Em
outras situações, o supervisor do mergulho poderá exercer esta função.
Tão logo o mergulhador esteja pronto, ele deve parar logo sob a água, e:
Contato entre o controlador e o mergulhador de fundo deve ser mantido durante toda a
operação. O controlador deve manter as mãos no mergulhador, completamente vestido com a máscara
ou capacete, quando este mover-se para ou do ponto de entrada na água. Manterá também, contato
físico com o mergulhador quando o mesmo entrar ou sair da água. No caso da descida, o controlador
irá liberar o umbilical, de acordo com a velocidade da mesma, mas nunca mais rápido do que o
necessário para o mergulhador. O controlador deve sempre ser capaz de sentir o mergulhador. Tão
logo no fundo, o mergulhador e o controlador devem trabalhar como equipe. O controlador somente
deverá oferecer a quantidade suficiente de cabo do umbilical para o mergulhador, de modo a não
atrapalhá-lo. Normalmente dá-se 1 metro extra de cabo. Se houver perda na comunicação oral, esta
deverá ser feita através de toques no umbilical. Toda a comunicação deve ser transmitida ao
supervisor do mergulho. Caso haja perda nos dois tipos de comunicação, o supervisor deve ser
imediatamente informado. Caso a comunicação oral não seja utilizada, o controlador deverá,
periodicamente, usar os sinais de toque no cabo, a fim de obter informações sobre as condições do
mergulho. Caso o mergulhador não responda aos toques, após algumas tentativas, a situação deve ser
tratada como uma emergência e o supervisor deverá ser notificado imediatamente.
1 - Sinais de Emergência:
- 1 toque => “Está tudo bem”? Quando o mergulhador estiver descendo, significa “Pare”;
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- 2 toques => “Descendo”. Durante a subida, significa “Você subiu muito rápido, desça até eu
parar você”;
- 3 toques => “Prepare-se para deixar o fundo e iniciar a subida”;
- 4 toques => “Iniciando a subida”;
- 2/1 toques => “Ok, entendi”.
Outras combinações de toques podem ser utilizadas, de acordo com a necessidade. Para tanto,
o supervisor, controlador, mergulhador e mergulhador de emergência devem estar cientes das novas
combinações.
15.3.5 - O MERGULHO
Quando o mergulhador estiver vestido e pronto para o mergulho, o controlador irá auxiliá-lo a
se preparar para a entrada na água. A técnica de entrada irá depender do local onde for realizado o
mergulho, que pode ser sentado ou em pé. Para entrada em pé, o controlador deverá fornecer cabo
suficiente e o mergulhador deverá proteger sua máscara ou capacete com a mão. Quando o
mergulhador estiver pronto para a descida, as ações a seguir, se apropriadas, deverão ser tomadas
pelos vários membros da equipe:
- Se estiver se movendo contra a corrente, pode ser necessário para o mergulhador, assumir
uma posição de rastejo;
- Se o mergulhador tiver que penetrar em naufrágios, túneis, etc., um segundo mergulhador
precisa estar no fundo para controlar a mangueira do umbilical na entrada do espaço confinado;
- O mergulhador deve ser avisado da proximidade do fim do mergulho, podendo assim,
completar a tarefa e preparar-se para a subida.
15.3.6 - VENTILAÇÃO
15.3.7.1 - Enroscamento
Caso os esforços para soltar-se por conta própria não tenham sucesso, o mergulhador deve
chamar pelo mergulhador de emergência e esperar, calmamente, pela sua chegada. Excesso de força
ou outras ações de pânico podem piorar a situação, dificultando a ação de soltura.
causado por uma correnteza pode trazer o mergulhador para a superfície. Durante a subida
descontrolada, o mergulhador tipicamente excede a taxa de velocidade de 9m/min que precisa ser
mantida para uma subida segura. Uma inversão acidental realizada pelo mergulhador, que pode jogar
ar para a parte de baixo da roupa seca (pernas), também pode resultar em uma subida descontrolada.
Uma subida descontrolada pode causar:
Mesmo a perda do suprimento primário de ar não ser frequente com a maioria dos sistemas de
mergulho dependente, pode ocorrer ocasionalmente. Em um improvável evento de perda do controle
do suprimento primário de ar, o operador do controle de gás deve, imediatamente, mudar para o
suprimento secundário, notificar o supervisor e aguardar instruções. O supervisor ordenará a
investigação da causa da perda de fornecimento e imediatamente iniciar os preparativos para o
encerramento do mergulho. Irá orientar ao controlador para remover a folga do umbilical e em
seguida, ordenar a checagem para verificação se está livre e pronto para deixar o fundo. Caso não seja
possível restaurar o suprimento primário de ar tão logo o mergulhador esteja pronto para subir, o
mergulho deverá ser abortado. Em muitos casos, o suprimento será restaurado e o mergulho poderá
prosseguir. Por vezes, o mergulhador poderá reportar que o fluxo de gás está baixo ou que a
respiração está pesada. Uma checagem do console de controle do suprimento de ar deve ser realizada.
Caso não haja nenhum problema, é possível que a mangueira do umbilical do mergulhador esteja
sendo esmagada por um objeto pesado. Neste caso, o mergulhador deverá alternar a fonte de ar para o
bail-out e verificar se o fluxo retorna ao normal. Em caso positivo, ele deverá imediatamente verificar
se o umbilical está livre. O supervisor deverá orientar o controlador para retirar a folga da mangueira.
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Geralmente, a adoção destes dois procedimentos será suficiente para encontrar a origem da restrição.
Caso o umbilical não consiga ser liberado, o mergulhador de emergência deverá ser empenhado com
um umbilical de reposição e ferramentas necessárias para substituir a mangueira com problema e o
mergulho deverá ser abortado. Nunca continue o mergulho com somente uma fonte de suprimento de
ar.
Uma descida descontrolada é um sério perigo para mergulhadores que usam máscara ou
capacete, com ou sem roupa seca. O principal risco é súbito aumento da pressão ambiente, que pode
resultar em um barotrauma, caso o mergulhador não consiga compensar a máscara ou capacete e a
roupa. Com um capacete de acoplagem, a válvula irá, automaticamente, adicionar com o aumento da
pressão. No entanto, se o mergulhador estiver usando uma roupa seca sem acoplagem, o barotrauma
torna-se possível. Barotraumas podem ser muito sérios. O mergulhador e o controlador devem estar
sempre atentos a possibilidade de uma descida descontrolada. Se o mergulhador começar a descer
descontroladamente, o controlador deverá tensionar o umbilical, a fim de parar a descida.
15.3.8 - SUBIDA
garantindo que o mesmo esteja livre e que o mergulhador esteja pronto para a subida. Os
procedimentos a seguir devem ser usados:
Apesar da maioria dos mergulhos dependentes serem feitos a partir de grandes embarcações ou
plataformas fixas, o sistema do umbilical pode ser adaptado a pequenas embarcações que estiverem
ancoradas e seguras. É recomendado nesse caso, que a embarcação esteja ancorada em pelo menos
dois pontos, a fim de prevenir qualquer tipo de colisão que venha a colocar o mergulhador em risco.
Quando essa situação tiver que ser colocada em prática, um conjunto de cilindros de alta pressão, com
um console de controle de ar, pode ser usado como suprimento de ar respirável. Quando a
profundidade for maior que 30 metros ou além dos limites não-descompressivos, a configuração do
conjunto de cilindros e do console de ar deve ser realizada de modo a assegurar um suprimento de gás
reserva. Isto permite a equipe, realizar a operação sem um compressor de ar. O número e tamanho dos
cilindros dependerão do tamanho da embarcação e equipamentos operacionais. Para embarcações
pequenas, dois ou mais conjuntos de cilindros duplos para mergulho autônomo podem ser conectados
a um manifold especial, que por sua vez, estará conectado a um redutor de alta pressão ou a um painel
de controle de gases. O umbilical é conectado em seguida, a outra extremidade do redutor de pressão.
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Para embarcações grandes, o ar pode carregado por uma série de cilindros de alta pressão, com
volume de 240 ou 300 pés3. Independentemente da configuração a ser utilizada, todos os cilindros
devem estar seguros e as válvulas, manifold e reguladores devem estar protegidos a fim de prevenir
ferimentos na equipe ou danos aos demais equipamentos. O umbilical deve ser enrolado no topo dos
cilindros ou no fundo da embarcação. Para conveniência do controlador, a caixa de comunicação é
geralmente colocada em um assento. Estes equipamentos de comunicação devem estar protegidos do
tempo e do spray de água, especialmente quando for água salgada. Pelo fato de pequenas embarcações
serem utilizadas somente para mergulhos rasos, o tamanho do umbilical é normalmente de 30 a 45
metros. A equipe de mergulho para este tipo de mergulho consiste no mergulhador, supervisor,
controlador e mergulhador de emergência. Caso todos os membros sejam qualificados, poderá haver
um revezamento entre os membros, a fim de dinamizar a operação. O mergulhador de emergência
pode estar equipado com uma máscara e umbilical reserva ou pode equipar-se com equipamento
autônomo. Ele deve ser capaz de entrar na água, quando necessário, em menos de 1 minuto. Além
disso, deverá usar um cabo de ligação, de fácil soltura, entre ele e o controlador, para fins de
comunicação. Todo mergulhador deve carregar consigo, um cilindro de emergência (bail-out) para
casos de perda do suprimento primário de ar.
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“O mar pode se tornar uma armadilha para aqueles que desconhecem ou desrespeitam os seres
que o habitam”.
A permanente busca por novos recursos, matérias-primas e alimentos, a crescente ocupação
das zonas costeiras por loteamentos e o grande incremento das atividades esportivas e de lazer ligadas
ao mar, sua fauna e flora, tem levado o homem, cada vez mais intensamente nos últimos anos, a
conviver e expor-se a riscos de acidentes com os seres marinhos. Como "intruso" desse complexo e
maravilhoso ecossistema, o homem deve respeito a seus habitantes. Não seria exagero dizer, que a
maioria dos acidentes são provocados pela falta de conhecimento e atenção, excesso de curiosidade ou
até mesmo prepotência, abuso e irresponsabilidade. Além da adaptação a novas condições num meio
que lhe é estranho, o homem enfrenta a natural reação do meio ambiente contra essa "invasão",
representada pela ação de alguns animais marinhos, muitas vezes em uma atitude natural de
comportamento ou defesa, que pode provocar sérios acidentes. Desde os conhecidos e temidos
tubarões a formas menores e menos temidas, mas não menos perigosas, como as águas-vivas. Nesse
capítulo sobre os seres marinhos perigosos, procuraremos descrever os principais animais, com
ocorrência no litoral brasileiro, que oferecem perigo para o homem, abordando, de forma resumida e
objetiva, suas principais características, hábitos, formas de agressão, tipos de acidentes que provocam,
em caso de mordida, picada com ou sem inoculação de peçonha, contato ou intoxicação, as formas de
evitá-los e o tratamento das lesões e desconfortos físicos ocasionados.
Veremos aqui agora, como os animais podem ser divididos, quanto a lesões:
Para efeito prático de estudo, os animais marinhos perigosos estão divididos em dois grupos:
- ÁGUAS VIVAS
- POLVO
- OURIÇOS DO MAR
- ARRAIAS
- CARAMUJOS
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Tratamento:
1) lavar a região atingida com solução de bicarbonato de sódio ou solução fraca de
amônia;
2) pomadas de corticosteróide ou anti-histamínicos no local;
3) logo que a dor começar a diminuir, lavar cuidadosamente a lesão com água e sabão para
remover todo o material estranho. Aplicar um curativo anti-séptico e cobrir com gaze esterilizada.
Prevenção: usar luvas, roupas de borracha e outros meios de proteção adequados.
Coral de Fogo
São encontrados em grandes quantidades. As lesões são ocasionadas por espinhos, que
rodeiam todo o seu corpo. Os espinhos possuem pequenas rebarbas e se fragmentam muito facilmente
quando se tenta removê-los do local. Alguns ouriços dispõem de sistemas injetores de veneno nas
bases dos seus espinhos. A penetração dos espinhos ocasiona, imediatamente, a sensação de
queimadura, provocando, em casos graves, fraqueza nas pernas, anestesia, pulso irregular, paralisia,
dispnéia, etc.
Tratamento: remova os espinhos com uma pinça. Lave a região e cubra com gaze esterilizada.
Tratar a infecção se for o caso.
Prevenção: usar luvas, sapatos e outros meios protetores, evitando sempre tocar nos ouriços
do mar.
Ouriço do mar
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Há cerca de 20 espécies de barracuda, sendo a gigante a mais temida. Ela pode alcançar dois
metros de comprimento. Atacam ao homem muito raramente, mas as consequências são graves.
Acredita-se que sejam atraídas por cores claras e, em geral, os ataques são rápidos e ferozes.
Barracuda
16.1.5 - MORÉIAS
De hábitos costeiros, em águas relativamente rasas com fundo coralino e/ou rochoso,
permanece entocada durante o dia vigiando os arredores. Muito nervosa, é capaz de atacar e morder
qualquer coisa que a perturbe. À noite, quando é mais ativa, sai de sua toca para procurar alimento. A
moréia não sai de sua toca para atacar o homem. No entanto, quando um mergulhador se aproxima da
entrada de sua toca, ela põe a cabeça para fora, com a boca aberta ameaçadoramente. Se o "intruso"
não notá-la a tempo, poderá levar uma potente mordida. Os ferimentos causados pelas moréias são do
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tipo lacerante e denteado. A hemorragia pode ser grande e a infecção secundária é frequentemente
encontrada. Além das dilacerações provocadas, a ferida normalmente infecciona devido à enorme
quantidade de bactérias existentes no material não digerido que permanece entre seus dentes fortes e
cortantes.
Moréia
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Tratamento: O tratamento para os casos de acidente com estes seres seria praticamente o mesmo para
quem sofre um choque na tomada elétrica de sua residência, não fosse o ambiente onde ele ocorre (a
água). Nesse sentido, existe o agravante da possibilidade de afogamento em caso de pânico ou mesmo
inconsciência ocasionados por um choque mais violento. Assim, nos acidentes com estes seres, a
vítima deverá ser retirada imediatamente da água a fim de evitar afogamentos. O seguimento do
tratamento deverá ocorrer de acordo com os danos e sintomas apresentados.
Prevenção: Os banhistas que costumam andar dentro da água nas áreas costeiras e rasas e aqueles que
desembarcam de suas lanchas nas praias devem ter muito cuidado, pois visualizar uma raia elétrica
deitada no fundo e coberta de areia ou lama é uma tarefa difícil. O uso de botas de borracha garante
uma proteção efetiva contra a descarga elétrica quando há o contato com o corpo do animal. O mesmo
acontece com as roupas de neoprene e as nadadeiras usadas pelos mergulhadores e pescadores
subaquáticos. Vale lembrar que apenas no ambiente terrestre, onde o ar atua como um ótimo isolante,
o choque elétrico só ocorre quando se está em contato direto com o solo ("aterrado"), permitindo que a
corrente passe pelo corpo. No ambiente marinho, sendo a água salgada um excelente condutor de
eletricidade, o contato com o corpo da raia, mesmo estando-se flutuando na massa de água, provocará
com certeza um choque no mergulhador ou banhista desprotegido.
Como todo choque elétrico, a descarga produzida pelas raias elétricas também pode provocar,
em função da espécie e consequentemente, de sua voltagem e dependendo do local e do tamanho da
pessoa atingida, desde bons sustos seguidos de muita adrenalina até sérias queimaduras. Dependendo
da espécie e de seu tamanho, o contato físico com uma raia elétrica descansada, com plena carga,
como as do gênero Torpedo, pode produzir um sério choque elétrico. A descarga é capaz de nocautear
um homem adulto e torná-lo incapacitado temporariamente.
Vivem nos mares tropicais e subtropicais, nas águas pelágicas e costeiras e nas praias. Podem
ocorrer isoladamente ou em grandes grupos __ principalmente nos ciclos sazonais de procriação, em
áreas que são, em geral, conhecidas pelos habitantes locais e evitadas por motivos óbvios. Flutuam
calmamente e apesar de poderem se deslocar por contrações rítmicas estão, em grande parte, à mercê
das correntes e ondas. Durante as tempestades um grande número delas costuma ser lançado nas
praias. Seu alimento, peixes e pequenos invertebrados, são capturados e paralisados pelos
nematocistos dos tentáculos orais e conduzido para a boca. São exatamente esses tentáculos orais que
provocam acidentes com o homem. Todas as águas-vivas são capazes de infligir algum dano, porém
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apenas algumas espécies são realmente perigosas e podem provocar lesões muito dolorosas e sérias.
Em nosso litoral são muito comuns as espécies capazes de provocar pequenas lesões e dermatites
dolorosas. As mais perigosas, pouco comuns, podem infligir desde as lesões moderadas (dor pulsátil
ou latejante, porém raramente causando inconsciência) às lesões severas (dor intensa que pode levar à
perda da consciência e ao afogamento). Os acidentes com as espécies muito perigosas, denominadas
vulgarmente de vespas-do-mar e que podem provocar, além de erupções lacerantes e dor lancinante,
falência circulatória e paralisia respiratória, são mais raros em nossa costa.
São comuns em águas frias, possuem em seus tentáculos, células urticantes que em contato
com o corpo disparam um filamento urticante que gruda na pele. Outro parente da água-viva bastante
perigoso é a Caravela, comum em águas quentes do Nordeste, e que possui tentáculos que podem
atingir 1m de comprimento. Sintomas: Dor, irritação e vermelhidão na pele, em alguns casos até
parada respiratória, caso a pessoa seja muito sensível à substância, e tenha uma grande área do tórax
atingida.
Tratamento:
2) procurar remover bem rápido a substância tóxica, protegendo as mãos e evitando espalhar
mais o material. Aplique amônia ou bicarbonato de sódio;
Prevenção:
1) esteja sempre alerta para evitar possíveis contatos;
2) use roupa de neoprene nas áreas suspeitas ou em mergulhos noturnos;
3) os tentáculos podem estar afastados do corpo da água viva por mais de um metro. Eles
podem ser perigosos mesmo depois de mortos. A manipulação deve ser feita com cuidado.
Medusa
Caravela
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Existem vários tipos de arraias, sendo que muitas delas apresentam veneno. As venenosas,
como a raia manteiga, tem uma espécie de ferrão coberto por uma bainha membranosa, geralmente, na
parte superior da cauda. A arraia permanece quase o tempo todo deitada, com o ventre pousado no
fundo, parcialmente coberta por areia. Só ataca quando perturbada, para isso sacode-se fortemente,
atingindo o mergulhador com o ferrão, que forma um ferimento relativamente profundo. O local
afetado fica dolorido. A dor pode espalhar-se por todo o membro. Ainda podem aparecer sintomas
como choques, náuseas, vômito, espasmos musculares.
Tratamento: 1) remover a vítima da água imediatamente;
2) lavar o ferimento com soro fisiológico ou água doce;
3) tentar remover os fragmentos do ferrão ou da bainha membranosa;
4) manter o ferimento em água tão quente quanto suportável por meia hora
aproximadamente;
5) injetar novocaína local, se necessário;
6) logo que a dor melhorar, cubra o ferimento e eleve o membro afetado;
7) em caso de sutura, nunca deixar de drenar o ferimento;
8) usar soro antitetânico e antibióticos para prevenir uma possível infecção
(nesta fase o paciente já deverá estar sob cuidados médicos);
9) esteja atento para os sintomas de choque, intervindo prontamente.
Arraia Jamanta
Arraia Manteiga
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Seu aspecto é semelhante aos das serpentes de terra. O corpo é geralmente terminado por uma
cauda achatada, em forma de almofada. O maxilar superior é guarnecido na sua parte dianteira por
dois dentes ocos, capazes de injetar veneno. A serpente marinha só ataca o homem quando atingida
por ele, o que normalmente se dá por casualidade. Seu veneno é, em geral, bastante potente. A
característica principal é que a vítima só começa a sentir os sintomas da picada quase trinta minutos
após o ataque. As picadas são sistêmicas, com pouca reação local. Às vezes, pode passar
despercebida.
Sintomas:
1) sensação de mal estar e ansiedade;
2) sensação de língua grossa. Cansaço muscular com dor ao fazer movimentos;
3) astenia, evoluindo para dificuldades na movimentação. Instalação de paralisia
flácida, começando pelos membros inferiores de propagação ascendente;
4) dificuldade de falar e deglutir, com sensação de ardência na garganta;
5) espasmos musculares e convulsões;
6) dispnéia;
7) perda de consciência;
8) choque.
Serpente Marinha
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Tratamento:
1) Manter a parte comprometida quieta, evitando exercício;
2) Se a picada for em um membro, aplicar um torniquete acima da picada, afrouxando-o
de meia em meia hora por 5 minutos;
3) Transportar a vítima com um mínimo de exercício para o Hospital mais próximo.
4) Procurar capturar a serpente para a identificação;
5) É recomendável que se faça uma preparação do paciente com corticosteróides para
prevenir uma reação anafilática pela aplicação do soro;
6) O soro aplicado deve ser o antiofídico polivalente, por via endovenosa (20cc ou mais,
se necessário);
7) É importante que o paciente fique em observação para o caso de instalação de um
estado de choque;
8) deve-se estar alerta para:
a) Controle do balanço hidroeletrolítico
b) Distúrbios respiratórios.
9) Recomenda-se nestes casos a sedação com entorpecentes, com exceção da morfina.
16.2.5 - CARAMUJOS
Os caramujos mais temíveis são os do gênero Planorbis, por serem hospedeiros de uma fase
intermediária da evolução do esquistossomo (verme que produz no homem a grave doença chamada
esquistossomose).
Caramujo
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BIBLIOGRAFIA
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Pesca e Desportos Subaquáticos. 1. ed. Rio de Janeiro, 1996.
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