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Definição Mercadoria:

mercadoria pode ser considerada como valor-de-uso e valor-de-troca, ou


respectivamente, objeto útil e veículo de valor, visto que pode existir tanto para
o consumo como para a troca. Segundo Marx, enquanto o valor-de-uso é
determinado pelas propriedades físicas ou geométricas das mercadorias, o
valor-de-troca é determinado pelo tempo de trabalho socialmente necessário.

O tempo de trabalho social necessário:

o trabalho deixa de ser concreto e privado e passa a ser trabalho geral, abstrato
e homogêneo, permitindo, assim a troca de mercadorias com a mesma
magnitude de valor. todas as mercadorias sejam não-valores-de-uso para os
proprietários e valores-de-uso para não-proprietários.

A relação de equivalência:

as mercadorias utiliza-se um equivalente geral que é o dinheiro. Logo, as


mercadorias medem os seus valores por intermédio da mesma mercadoria
específica. O dinheiro. é a forma necessária de manifestar-se a medida do
valor das mercadorias, ou seja, o tempo de trabalho.

Forma simples de circulação de mercadorias (M – D – M)

M – D: a mercadoria converte-se em dinheiro; e M – D: o dinheiro reconverte-


se em mercadoria. A transformação de mercadoria em dinheiro é ao mesmo
tempo, transformação de dinheiro em mercadoria.

1. Definição da mercadoria
A mercadoria é a forma elementar de riqueza das sociedades onde funciona

o sistema capitalista. Sendo ela um objeto externo que diretamente ou

indiretamente satisfaz a necessidade humana. Podendo ser considerada sobre duplo

aspecto, segundo qualidade e quantidade. Ou seja, a mercadoria pode ser considerada

como valor-de-uso e valor-de-troca, ou respectivamente, objeto útil e veículo de

valor, visto que pode existir tanto para o consumo como para a troca. Segundo Marx,

enquanto o valor-de-uso é determinado pelas propriedades físicas ou geométricas

das mercadorias, o valor-de-troca é determinado pelo tempo de trabalho

socialmente necessário.

2. Definição de tempo de trabalho socialmente necessário

O tempo de trabalho socialmente necessário é o paradigma da troca de

mercadorias, já que permite o estabelecimento de equivalência entre as mesmas.

Para tal o trabalho deixa de ser concreto e privado e passa a ser trabalho geral,

abstrato e homogêneo, permitindo, assim a troca de mercadorias com a mesma

magnitude de valor. A partir do estabelecimento de equivalência, a relação de valor

entre duas mercadorias torna-se a expressão de valor mais simples de uma

mercadoria. Para a existência dessa relação é necessário que todas as mercadorias

sejam não-valores-de-uso para os proprietários e valores-de-uso para não-

proprietários.

3. Definição da relação de equivalência entre mercadoria;


A relação de equivalência pode se dar entre diferentes mercadorias (ex.: 15

metros de algodão = 1 casaco = 50 quilos de trigo = 1 bíblia = 10 quilos de chá...). Mas

para facilitar a permutabilidade entre as mercadorias utiliza-se um equivalente geral

que é o dinheiro. Logo, as mercadorias medem os seus valores por intermédio da

mesma mercadoria específica. O dinheiro, como medida de valor, é a forma

necessária de manifestar-se a medida do valor das mercadorias, ou seja, o tempo

de trabalho.

4. Definição da forma simples de circulação de mercadorias


(M – D – M)

Como isto se coloca que a troca de mercadorias se realiza através de duas

metamorfoses opostas e reciprocamente complementares – a mercadoria converte-

se em dinheiro e o dinheiro reconverte-se em mercadoria. A transformação de

mercadoria em dinheiro é ao mesmo tempo, transformação de dinheiro em

mercadoria. Colocando-se, portanto, o circuito M – D – M. O dinheiro,

diferentemente da mercadoria que sai do circuito para ser consumida, permanece na

esfera da circulação exercendo o seu papel de equivalente geral e interligando os

circuitos. Vale ressaltar que esse processo acaba criando a ideia de que o dinheiro é

precursor e a circulação é o resultado dele. Mas não é isso que ocorre; não é o dinheiro

que determina a circulação, mas o contrário.

5. Definição da circulação de transformação de dinheiro em capital


(D – M – D’)
A forma simples da circulação das mercadorias é M – D – M. Mas ao lado dela

encontra-se uma segunda especificamente diversa, D – M – D’, conversão de dinheiro

em mercadoria e reconversão de mercadoria em capital, ou seja, comprar para

vender. Segundo Marx, o dinheiro que se movimenta de acordo com esta última

circulação transforma-se em capital, vira capital e, por sua destinação, é capital.

6. Necessidade de produção de mais-valia para o funcionamento de D – M – D’;

No circuito D – M – D, o dinheiro está no ponto de partida e no ponto final

desempenhando, portanto valor de troca. Mas para o funcionamento dos circuitos é

necessário que D – D sejam qualitativamente iguais e quantitativamente diferentes.

Coloca-se, portanto, o D – D’ sendo a forma completa desse processo D – M – D’ em

que D’= D+ ∆D, ou seja, igual à soma de dinheiro originalmente adiantada mais um

acréscimo. Sendo este acréscimo ou excedente a produção de mais-valia. O valor de

uso não é o objetivo do capitalista, e sim o interminável processo de obter lucro. Mas

para tal é necessário descobrir como se dá a produção de mais-valia.

7. Tentativa do capitalista de produzir mais-valia na produção da mercadoria

O capitalista ao investir na produção de uma mercadoria precisa

necessariamente consumir matéria-prima, máquina e força de trabalho. Assim o

valor da mercadoria é determinado pelo somatório dos valores dos meios empregados

na produção (valor dos meios de produção + valor da força de trabalho). Ao final


do processo, percebe-se que o valor empregado pelo capitalista na produção é

equivalente ao valor da mercadoria. Não há, portanto, produção de mais-valia.

8. Tentativa do capitalista de produzir mais-valia pela troca de não equivalentes

O capitalista pode tentar produzir mais-valia pela troca de não equivalentes.

Pode o capitalista tentar trocar um mercadoria cujo valor é 40 por uma cujo valor é

50. Mas segundo Marx, o somatório dos valores das mercadorias continua sendo 90,

logo não há produção de mais-valia e sim transferência de riqueza de um indivíduo

para o outro.

9. Tentativa do capitalista de produzir mais-valia pela troca de equivalentes

O capitalista também pode tentar produzir mais-valia pelo acréscimo nominal

no preço da mercadoria no momento da revenda, ou seja, vender uma mercadoria de

200 por 220. Mas o acréscimo de 10% não produz mais valor, já que o depois de ser

vendedor o indivíduo torna-se comprador e ao adquirir outra mercadoria perde os

10% do que adquiriu já que outros vendedores realizaram o mesmo acréscimo no

valor das mercadorias. Esse método de acréscimo, portanto, causaria um

congelamento na circulação, considerando que todos racionalmente iriam querer

fazer o mesmo e só haveria vendedores e sem compradores no mercado. Logo, nem

a troca de equivalentes como a troca de não equivalentes pode gerar mais valor.

10. Capacidade de trabalho como única mercadoria capaz de produzir mais-


valia
A única mercadoria capaz de gerar mais valor é a capacidade de trabalho ou

a força de trabalho. Para transformar dinheiro em capital, tem o possuidor do

dinheiro de encontrar o trabalhador livre no mercado de mercadorias, oferendo sua

força de trabalho por um período determinado.

11. Definição do valor da força de trabalho

O valor da força de trabalho é determinado pelo tempo de trabalho

socialmente necessário para produzir o equivalente aos itens necessários a sua

subsistência, para que o trabalhador possa produzir a sua força de trabalho. A

fórmula genérica seria 365 A + XB + YC + ZC / 365, na qual o valor da força de

trabalho é definido por dia. O processo de consumo da força de trabalho é ao mesmo

tempo, o processo de produção de mercadoria e de valor excedente (mais-valia).

12. Prolongamento da jornada de trabalho para produção de mais-valia

Suponhamos que o valor da força de trabalho custe 3 por dia e para produzir o

equivalente ele gasta 5 horas. Logo a relação será: jornada de trabalho de 5 horas

pelo valor de 3. Mas o capitalista para produzir mais-valia prolonga a jornada de

trabalho diário mantendo o salário anterior. Com isto a jornada de trabalho que antes

era 5 horas passa para 10 horas, produzirá o valor de 6, mas o trabalhador continuará

recebendo 3. O valor excedente vai para o capitalista, logo o dinheiro transformou

em capital, ou mais especificamente em mais-valia absoluta.


13. Limitação da jornada de trabalho pelo embate entre trabalhador e
capitalista

Com luta pela limitação da jornada de trabalho através do embate que se trava

entre a classe capitalista e a classe trabalhadora coloca-se a regulamentação da

jornada de trabalho a um tempo fixo. Mas mesmo com a institucionalização da

jornada de trabalho, o capitalista encontra uma forma de continuar produzindo mais-

valia, não mais pelo prolongamento da jornada de trabalho, e sim pela a contração

do tempo necessário e da correspondente alteração na relação quantitativa entre

ambas as partes componentes da jornada de trabalho. A produção de mais-valia

relativa, portanto, pode se dar através do encurtamento do tempo de trabalho

necessário e prolongamento do tempo de trabalho excedente.

14. Produção de mais-valia relativa pelo do aumento da produtividade

A produção de mais-valia relativa se dá através do aumento da produtividade

dos meios de subsistência e do barateamento dos produtos nas indústrias que

fornecem os elementos materiais do capital constante, produzindo, assim, mais em

menos tempo. Se antes havia uma jornada de trabalho definida por A – B – C, na qual

A – B é o tempo de trabalho necessário e B – C é o tempo de trabalho excedente, com

o aumento de produtividade, pode-se produzir em A – B o equivalente ao que era

produzido em A ------ C. Este método de produção de mais-valia relativa se dá tanto

na produção como na venda, já que o capitalista não altera o valor social da

mercadoria. Pode-se concluir que a transformação do dinheiro em capital se realiza

dentro e fora da esfera de circulação.


15. Definição de fetichismo da mercadoria

A mercadoria passa ter um caráter misterioso na esfera da circulação de

mercadorias principalmente por causa do ocultamento das relações sociais que são

essenciais para a circulação de mercadorias. Colocando-se, portanto, o fetichismo da

mercadoria já que trabalho passa a ser visto como algo material, inerente à mercadoria

e esta última passa a ser definida por ela mesma.

Obs.: Enquanto que para o funcionamento da troca simples de mercadorias; M – D – M;

e transformação de mercadoria em dinheiro e transformação de dinheiro em mercadoria

é necessário que M – M sejam qualitativamente diferentes e quantitativamente iguais

(estabelecido pelo tempo de trabalho socialmente necessário), ou seja, M – M’; no

circuito D – M – D; transformação de dinheiro em mercadoria e transformação da

mercadoria em capital, o funcionamento da mesma se dá porque D – D são

qualitativamente iguais e quantitativamente diferentes, ou seja, D – D’. Vale ressaltar

que enquanto a mudança circunstancial da relação quantitativa entre as mercadorias não

compromete a normalidade da circulação, a mudança mesmo circunstancial orientada

para o estabelecimento de igualdade quantitativa entre D – D interrompe

necessariamente o funcionamento dos circuitos.

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