por suas empresas sejam vendidos em todos os lugares.
Japão e Tigres asiáticos Para isso é necessário estabelecer áreas de influência.
A modernização japonesa
→ Durante o período da expansão marítima europeia
(entre os séculos XV-XVII) o Japão permaneceu como
uma nação fechada evitando estabelecer trocas
comerciais e culturais com os europeus. Sua estratégia
era evitar tornar-se uma área de influência colonial.
→ Sua estratégia foi bem sucedida até que por pressão
dos Estados Unidos o país tenha aberto seus portos
estabelecendo relações econômicas, políticas e
diplomáticas em 1853.
∟ A abertura ao Ocidente ocorreu em uma
conjuntura de transformação interna o que evitou a
colonização do território japonês pelo Ocidente.
→ O Imperador Meiji Mutsuhito (1852-1912) liderou
um processo de modernização que transformaria o
Japão em uma potência imperialista.
∟ O Japão viria a participar da “divisão do
mundo” em áreas de influência do século XIX e
primeira metade do século XX colonizando seus
vizinhos da Bacia do Pacífico.
→ Desejando ampliar cada vez mais sua influência na
parte asiática da Bacia do Pacífico (formado por países
banhados pelo oceano Pacífico) o Japão aliou-se aos
britânicos durante a Primeira Guerra Mundial. Seu
objetivo era apoderar-se das possessões alemãs na
costa chinesa. Saiu vitorioso.
→ A intensificação do militarismo japonês nas
décadas seguintes fez com que o Japão apoiasse na
Segunda Guerra a Alemanha nazista, anterior inimiga,
e a Itália fascista. Foi derrotado sendo tragicamente
atingido por duas bombas nucleares norte-americanas
no fim da guerra, apenas como exercício de
demonstração de poder dos EUA.
O surgimento dos Tigres Asiáticos
→ A reconstrução japonesa era parte da estratégia
norte-americana para impedir que outros países se
tornassem socialistas na região como a China.
→ Era o período da Guerra Fria. O Plano Colombo
financiou a reconstrução japonesa com dinheiro norte-
americano. Nas décadas seguintes o Japão voltou a
figurar como uma das grandes potências capitalistas do
mundo.
→ Potências como o Japão são potências justamente
porque conseguem fazer com que os produtos criados
→ Com a independência dos países da África e da
Ásia na segunda metade do século XX a estratégia das
potências para se manter como tais foi transferir
unidades produtivas e financiar a construção de
infraestrutura nessas localidades para mantê-las
dependentes dos seus recursos financeiros e de suas
tecnologias.
∟ Exportação de capitais: Quando empresas
investem em locais fora de seus países procurando
aproveitar vantagens estratégicas e visando novos
mercados consumidores.
→ Países da Bacia do Pacífico que receberam esses
investimentos, sobretudo do Japão, ficaram conhecidos
como “Tigres Asiáticos”.
Obs.: O nome se atribui a um animal típico da região,
ágil e com vigor, fazendo referência ao crescente
dinamismo e desenvolvimento dessas economias.
Modelo de “sucesso”
→ É inegável que esse processo de desenvolvimento
trouxe melhorias de alguns indicativos
socioeconômicos. Mas identificá-lo como modelo de
“sucesso” requer alguns cuidados.
→ Não podemos desconsiderar que a exportação de
capitais japoneses assim como de outras potências é
uma estratégia de continuação, mais sofisticada e
menos aparente, da dominação imperialista. Toda a
tecnologia continua a ser importada por esses países
além poder de decisão que essas empresas detêm sobre
as políticas e investimentos públicos locais.
→ Os trabalhadores desses países também são
recrutados com salários médios bem mais baixos do
que aqueles oferecidos nos países de origem.
∟ Nos novos tigres a situação é ainda pior,
com uma concentração de renda e uma forte
desigualdade social originárias de um mercado de
trabalho precarizado sem leis trabalhistas e direitos
fundamentais, como um sistema de educação e saúde
públicos e de qualidade.
→ É certo que um segmento da população desses
países tenha uma condição de vida satisfatória, com
um pequeno grupo de milionários e bilionários, mas a
maioria dos trabalhadores colabora com esse
“desenvolvimento” sendo altamente expropriados e
vivendo em condições precárias.
→ O imperialismo do século XIX ganha nova
roupagem e contornos no fim do século XX,
permanecendo o essencial: a dependência econômica e
tecnológica às potências capitalistas. Situação
semelhante do Brasil.
Obs.: Devemos tomar cuidado quando políticos,
economistas, meios de comunicação, ou outras
instituições apontem modelos estrangeiros de sucesso
como fórmula mágica para resolvermos nossos
problemas socioeconômicos. Devemos trilhar nosso
próprio caminho!

A Coreia do Sul e suas contradições

→ A Coreia do Sul é um tigre que conseguiu
relativizar sua dependência de recursos estrangeiros
investindo fortemente em tecnologia e educação.
→ País com maior carga de trabalho dos países com
grande desenvolvimento, com 52 horas de trabalho
semanais – no Brasil são 40 horas semanais.
∟ Demonstra a pressão que os trabalhadores
sofrem para atingir as metas de suas companhias.
→ Notamos que mesmo na Coreia do Sul, um país que
é tido como “exemplo de sucesso”, existe muitos
problemas sociais e contradições a serem analisadas.
Obs.: O aumento da desigualdade não é uma
exclusividade dos Tigres, vem atingindo os países
ricos também.