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2000
Cap. 2 - A Investida do Ocidente na
Ásia Oriental: Primeira Fase (até as
proximidades de 1890)
(CHESNEAUX, CAP 2)
“A história da penetração dos países industriais na Ásia oriental no
século XIX (...)” LINHA DO TEMPO

“Tão impossível quanto não destacar o papel decisivo das



ambições do capitalismo ocidental, em seu estágio
pré-monopolista, na “exploração” das colônias ou na “abertura dos
grande impérios do Extremo Oriente, é não acompanhar de perto a
evolução militar e diplomática por meio da qual os governos PRÊMIOS
europeus conseguem o controle dos mercados asiáticos.”
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As Intervenções Políticas e Militares do Digite seu texto aqui
Oeste Digite seu texto aqui

“Enquanto se completa a constituição territorial dos grandes impérios Digite seu texto aqui
coloniais da época precedente, a Indochina está integralmente Digite seu texto aqui
dividida entre a França e a Inglaterra. A China e, em seguida, o Japão Digite seu texto aqui.
são abertos pela força.”
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● De entrepostos costeiros a impérios coloniais Digite seu texto aqui
a transição de entrepostos costeiras para grandes complexos Digite seu texto aqui
territoriais, uma característica fundamental desses três antigos
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impérios coloniais, foi muito lenta. Ela não foi concluída até o final do
século XIX. Digite seu texto aqui
○ Conquista inglesa da Índia Digite seu texto aqui.
A conquista inglesa da Índia (mapa n.o 1) conclui-se com a
ocupação do Sindh e do Beluchistão,
■ Guerras contra os Sikhs (1845 e 1848)
○ Espanhóis conquistam o sul das Filipinas
○ Holandeses subjugam sultanatos independentes da
Indonésia
Os holandeses estavam reduzindo os últimos sultanatos
independentes da Indonésia, especialmente o poderoso estado de
Atjeh, ao norte de Sumatra
a administração holandesa gradualmente se espalhou pelo
interior de Bornéu, exceto pelos territórios britânicos no noroeste.

Grã Bretanha disputando com a França os domínios na


Indochina. Objetivos estratégicos:
A constituição de novos domínios coloniais na península da Indochina
no decorrer do século XIX ocorreu simultaneamente a partir do oeste,
do leste e do sul (Mapa 2). A Grã-Bretanha buscava ocupar a porta de
entrada nordeste para a Índia e garantir uma saída de Cingapura. A
França buscava um novo acesso ao mercado chinês

Além desses interesses estratégicos, ambição por


riquezas (metais, carvão, seda, agricultura etc)
Além dessas preocupações iniciais, as ambições das potências
coloniais pelas riquezas naturais das colônias - estanho e outros
minerais, carvão, florestas de teca, seda, a possibilidade de
desenvolver plantações tropicais e o controle do cultivo de arroz para
exportação.

● Conquista da Indochina por França e Inglaterra por


etapas

Em todos os três casos, foi uma conquista em etapas (como mostra o


mapa)

No início do século XX, toda a península da Indochina foi dividida


entre a França e a Inglaterra; apenas o Sião (hoje Tailândia), graças à
sua boa vontade, escapou da divisão, mas em 1855 foi forçado a
aceitar grandes restrições à sua soberania (extraterritorialidade
judicial para estrangeiros, limitação de taxas alfandegárias etc.).

● China: Guerra do Ópio


○ Contrabando
(...) foi para a China que as ambições ocidentais foram direcionadas
principalmente, atraídas pelo mito, tão vivo na Europa desde a época
de Marco Polo, da riqueza inesgotável da China. O governo chinês se
opunha à abertura de seu território ao comércio exterior. Os
comerciantes britânicos e americanos, portanto, recorreram ao
contrabando, que começou a se desenvolver por volta de 1820-1830.
Eles compravam chá chinês e recebiam em troca ópio cultivado em
Bengala pela Companhia das Índias.
○ Primeira Guerra do Ópio: Tratado de Nanquim (1842),
abertura de portos e Hong-Kong
O confisco do ópio inglês pelo vice- rei de Cantão é o pretexto de que
se serve a Inglaterra para atacar a China (Primeira Guerra do Ópio) e
impor, pelo tratado de Nanquim (1842), a abertura de cinco portos no
sudeste e a cessão de Hong- Kong.
○ Segunda e Terceira Guerras do Ópio (1856 e 1858):
abertura de portos, relações diplomáticas entre Pequim
e o Ocidente
Outros pretextos são utilizados pelos ingleses e franceses, para mais
tarde, em 1856 e 1858, lançar novas operações (Segunda e Terceira
Guerras do Ópio), que levam à abertura de onze outros portos e ao
estabelecimento de relações diplomáticas entre Pequim e os
governos do Ocidente.

A ideia de superioridade chinesa


Até então, a tradição confuciana só permitia que se confiasse aos
funcionários locais a gestão dos negócios "bárbaros"; nenhum
soberano estava em pé de igualdade com o "Filho do Céu".

A mediocridade da resistência militar oposta pelo governo manchu e a


rapidez com que cede, contrastam com a fraqueza relativa dos meios
postos em prática pelos ocidentais: é que as autoridades chinesas,
longe de se apoiar no povo, chocavam-se contra vigorosa pressão
popular
diferenciação entre as atitudes dos governos chinês e japonês diante
da pressão ocidental

● Japão: Revolução Meiji


○ Esquadra americana de Perry (1853)
a esquadra americana de Perry aborda o Japão em 1853;
"impôs a abertura dos portos nipônicos ao mercado mundial"
Inglaterra e a França juntam-se aos Estados Unidos para
forçar o governo do shogun a aceitar a abertura do país ao comércio
estrangeiro,
a crise latente da sociedade japonesa precipita-se
cedem, num primeiro momento à abertura, adquirem
conhecimento ocidental para modernização econômica
reação nacionalista "Manifestações de cunho nacionalista
passaram a se opor ao domínio absoluto do xogunato."
queda do shogun, acusado de muita complacência com o
Oeste.
Assim se efetua a restauração de um poder imperial ao
mesmo tempo autoritário e modernizador, que concorda
provisoriamente com o Ocidente, para melhor se engajar no caminho
das reformas de que é modelo o próprio Ocidente. É a Revolução
Meiji, a era das luzes.
"se transformou em um belo exemplo de modernização nos
campos político e industrial para toda a Ásia

● Rivalidade entre potências europeias em segundo


plano

Durante essa primeira fase, e ao contrário do que se passou depois


de 1885-1890,(pensar que é se aproximando da 1º Guerra, choque
dos imperialismos) as rivalidades entre as potências ocidentais
tiveram papel secundário em sua política de expansão. O campo
parece livre para todos, especialmente para a França e a Inglaterra.

Os primeiros casos típicos de atritos (...) só aparecem no último terço


do século XIX

(...) essas "divisões do mundo" já pertencem ao período seguinte: do


imperialismo propriamente dito.
a fase do imperialismo propriamente dito, segundo o autor, é a partir
da década de 1890

● Ásia interdependente

É preciso (...) sublinhar que a história dos países da Ásia


caracteriza-se por certa unidade, certa interdependência. O ópio
cultivado pela Companhia Britânica das Índias Orientais entre 1820-
1830 (em detrimento do equilíbrio agrícola das cidades interioranas
da Índia), para ser vendido na China como contrabando, é exemplo
espetacular dessa interdependência.

Com frequência, são os mesmos agentes que executam, em


diferentes países, a política de seus governos: Montigny e Sir John
Bowring intervêm ao mesmo tempo na China e no Sião.

As forças de intervenção habitualmente são as mesmas: é a esquadra


francesa do Extremo Oriente que ataca o Vietnã em 1858, entre duas
campanhas navais contra a China.

Inversamente, a Revolta dos Cipaios, que imobilizou na Índia


importantes forças inglesas, contribuiu, provavelmente, para a política
de espera da Inglaterra em relação aos Tai-ping, no início desse
movimento.

A Dependência Econômica
Livre comércio X dirigismo (monopólio)

● Princípio do laissez-faire e do livre comércio


O princípio do laissez-faire e do livre comércio até o fim do século XIX
inspira, no essencial, as iniciativas por meio das quais os países
industriais adiantados colocam a Ásia oriental sob sua dependência
econômica. Esse liberalismo se impõe progressivamente.

○ Companhia Britânica das Índias Orientais


A Companhia Britânica das Índias Orientais, sobrevivência do
dirigismo da época mercantilista, só em 1833 perde seu monopólio de
comércio com a China. Nesse ano e em 1853, ainda vê renovar-se
seu privilégio de comércio, e de gestão administrativa e financeira da
Índia.
o que seria esse dirigismo

○ Sistema Van den Bosh (Holanda)


Esse sistema clássico de exploração colonial, em proveito apenas da
Metrópole, prevê a expropriação de um quinto das terras rurais,
doravante cultivadas pelo governo graças a corvéias indígenas. Essas
terras são tomadas à cultura do café, da cana-de-açúcar, do anil, da
quina

Esse regime, que proporciona ao Estado holandês apreciáveis lucros


e enriquece os "regentes" javaneses e os administradores holandeses
(...) pesa em excesso sobre o campesinato. Seu caráter monopolista
suscita oposição crescente nos meios capitalistas da Metrópole.

Ao abandonar a kultuurstelsel, a Holanda se ligava à tendência geral:


a do laisser-faire e do livre comércio.

porto (...) considerado aberto (...) (um porto "aberto a navios e barcos
de qualquer nação, isento de tarifas, e, do mesmo modo igualdade
para todos"); Manila recebeu o mesmo estatuto em 1837, Hong Kong
em 1842'.
Os portos "abertos" da China, em seguida às guerras do ópio, não
podiam determinar taxas aduaneiras superiores a 5% (3% no Sião e
5% no Japão, depois da abertura desses países).

É preciso salientar, todavia, que esse regime de livre comércio só


funciona num sentido e é muito severo, por exemplo, em relação aos
produtos industriais indianos. Na época da Companhia, os algodões e
lãs britânicos pagavam 3,5% e 2% para entrar na Índia, enquanto os
indianos pagavam 10% e 30% para entrar na Inglaterra."

● Volume de trocas

A preocupação das potências ocidentais, tanto em suas colônias


propriamente ditas como nos outros países da Ásia, era alargar ao
máximo a zona de coleta dos produtos locais e a zona de difusão dos
produtos industriais trazidos em troca.

Na China, no século XIX, essa coleta e essa difusão foram garantidas


por transporte marítimo, conforme revela a partilha dos portos
sucessivamente "abertos" (os do sul).

● Novas unidade monetárias


A dependência dos países da Ásia aparece também no caso da
moeda. Os ocidentais introduziram novas unidades monetárias: o
dólar mexicano é o carolus na China e Japão, e a piastra na
Indochina.

● Domínio das terras

● Não se fala em indústria

Em indústria não se fala, salvo nos setores diretamente ligados ao


comércio: reparação de barcos, acondicionamento de produtos de
exportação como o Chá... Os capitais privados metropolitanos
preferem o comércio, as plantações, as minas por exemplo as minas
de estanho da Malásia, cuja extensão, a partir de 1870 atraiu para si a
bandeira britânica.

Esses capitais, na Índia Britânica, Indonésia e Malásia, adaptam-se à


fórmula de origem das managing agencies, constituídas de poderes
para administrar as empresas pertencentes a grupos da Metrópole.
Essas agências conhecem bastante as condições locais. Ocupam-se,
indiferente e simultaneamente, da cultura e comércio de diversos
produtos. Procuram lucros imediatos, desinteressam-se por prazos
longos.

O único exemplo de desenvolvimento industrial, por limitado que seja,


é o da indústria algodoeira nas Índias

Em suma, os países industriais tiram lucros apreciáveis dessas


atividades.

As Formas de Dominação
O regime colonial propriamente dito, o sistema chinês dos "tratados
desiguais", os protetorados, são variantes da mesma forma
fundamental de dependência em relação ao Oeste. Apenas Japão é
exceção. por que o japão é exceção?

● Índia
○ Inglês, Ensino ministrado é inglês
justiça, Lei colonial inglesa
artesanato,
O livre comércio, aplicado da maneira mais dogmática, resulta no
financiamento das despesas públicas da Companhia e das despesas
administrativas da Coroa depois de 1858 através de um único imposto
direto, pago principalmente pelos camponeses.
Estes se endividam e vêem morrer o artesanato tradicional, privado
de mercados externos e enfrentando a concorrência dos artigos
ingleses.

fome
As epidemias de fome têm conseqüências trágicas na segunda
metade do século: em 1860, em 1866-67 (quando 25% da população
do Orissa desaparece), em 1873-1874 e em 1877 (ano marcado pelos
fatos do durbar, que proclama Vitória imperatriz das Índias).

● Índias holandesas, Malásia, Indochina


○ Sistema administrativo, judiciário e educativo.

(...) zonas de administração direta se entremeiam com zonas de


protetorado. zonas de administração direta seriam os regimes
coloniais formais

Esses regimes coloniais, da mesma forma que a Índia Inglesa,


caracterizam-se pelo conservadorismo social, pelo autoritarismo, pela
prioridade das preocupações fiscais, pela imposição de uma língua
estrangeira e de um sistema administrativo, judiciário e educativo que
separa bruscamente esses países do seu passado nacional.

● China e Japão
○ Tratados desiguais, que promovem série de
privilégios aos ingleses

CHINA
Na China, ao contrário, o aparelho de Estado chinês se mantém
intacto em relação às questões essenciais. O sistema dos "tratados
desiguais", em sua primeira fase, não provoca a substituição desse
aparelho de Estado pelas Potências, a não ser quando as
necessidades do comércio ocidental tornam essa substituição
necessária: as alfândegas imperiais, impedidas desde 1842 de
determinar taxas acima de 5% sobre as mercadorias estrangeiras,
são geridas desde 1861 por um corpo de funcionários ocidental. O
privilégio de extraterritorialidade permite aos estrangeiros escapar da
jurisdição chinesa comum e depender apenas dos cônsules; as
"concessões" são anexações disfarçadas, não previstas pelos
tratados, que colocam bairros comerciais de certos portos sob a
autoridade de uma ou diversas Potências (em Xangai, por exemplo,
há uma concessão francesa e uma anglo- americana). A esses
direitos e privilégios, acrescenta-se a liberdade de circulação das
flotilhas de guerra estrangeiras em águas territoriais chinesas, o que
permite, quando oportuno, pressão sobre um mandarim recalcitrante
da província (gunboat policy).
JAPÃO
Em 1858, o Japão teve que aceitar "tratados desiguais" análogos:
limitação dos direitos aduaneiros, extraterritorialidade...
Permaneceram em vigor até o fim do século XIX.

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