MUDANÇAS POLÍTICAS DO

SÉCULO XIX: NAÇÕES,

NACIONALIMOS,
IMPERIALISMO E
NEOCOLONIALISMO

P R O F E S S O R PA B L O M E N E Z E S
 NAÇÕES E NACIONALISMO
• Os ecos da Revolução Francesa vão se fazer perceber em uma forte
onda de nacionalismo, que se irradia da França para os vários países
do Ocidente.
• O nacionalismo supera o universalismo cristão, através da criação de
mitos, mártires e dias cívicos.
• O nacionalismo se estrutura a partir da unidade nacional: são
fundamentais neste processo a idealização do passado, as afinidades
étnicas, e a recuperação da cultura popular.
 AS NAÇÕES
• As chamadas “nações” se constroem a partir de ideia de valorização
de elementos comuns a uma comunidade, justificando a sua reunião.
• Uma comunidade política imaginada (pois seus participantes não
precisam se conhecer, mas parte-se do suposto de uma comunhão)
• Portanto, as nações não são naturais, mas construídas a partir da
percepção de características que justificam uma união.
 A FRANÇA E O SÉCULO XIX
• Expressão do nacionalismo, passa por diversas tensões ao longo do século.
• Após a deposição de Napoleão Bonaparte, a coroa retomou às mãos dos
Bourbon, com a instalação de uma monarquia constitucional;
• Com a morte do rei Luís XVIII, seu irmão Carlos assume o trono. Seu
governo, marcado pelo conservadorismo, amplia os poderes monárquicos. Em
1830 os liberais-nacionalistas vão às ruas contra o rei.
• A chamada Revolução de 1830 irá se sagrar vitoriosa, com a deposição de
Carlos X. A monarquia constitucional é restabelecida, ampliando as reformas
políticas, com a ampliação do poder legislativo.
1848: A PRIMAVERA DOS
POVOS
• Apesar dos avanços políticos obtidos com a Revolução
de 1830, a classe trabalhadora vivia em situação de
grande dificuldade.
• A fome, o desemprego assolavam grande parte da
população, agravada a partir da década de 1840, quando
uma forte crise assolou a França.
• Em fevereiro de 1848 a França seria novamente palco
das insatisfações populares, quando estudantes e
trabalhadores ocupam as ruas. Pedem o fim da
República.
• O rei abdica do trono, e é instalada uma república.
• Os ventos revolucionários sopram a Europa. A península
itálica e a Europa central a ideia de criação de estados
centralizados ganha força.
 A SEGUNDA REPÚBLICA E O SEGUNDO
IMPÉRIO
• Em 1848 é estabelecida a segunda República. Ampliam-se as
liberdades individuais, e medidas para a contenção de desemprego são
estabelecidas.
• Luís Napoleão Bonaparte assume o governo francês. Três anos após
assumir o governo dá um golpe de estado e proclama-se imperador.
• O chamado segundo império é marcado pelo autoritarismo e pelo
apogeu da burguesia.
• A França experimenta um forte desenvolvimento industrial, e grandes
obras públicas são realizadas.
 A COMUNA DE PARIS
• Derrota francesa na chamada Guerra Franco-Prussiana (1870-
1871), e risco do avanço dos prussianos sobre Paris.
• Em março de 1871 a população parisiense se subleva. É estabelecida a
Comuna de Paris.
• Durante dois meses, os trabalhadores assumem o poder, e promovem
alterações políticas, como a legalização dos sindicatos, a regulação de
jornada de trabalho e reestruturam o sistema educacional.
 • Os ecos do ciclo
Revolucionário de 1848
espalhou o ideal nacionalista
por vários cantos da Europa.
AS • Povos desmembrados de
grandes impérios irão
UNIFICAÇÕES constituir países como a
DA ITÁLIA E DA Bélgica, Bulgária, Croácia,
Grécia Hungria e Sérvia.
ALEMANHA • Este processo toca
especialmente a Península
Itálica e os reinos germânicos,
que vão se mobilizar em
torno da unificação.
A UNIFICAÇÃO
ITALIANA
• Em meados do século XIX, diversos reinos e
repúblicas dividiam a península itálica;
• Após o fracasso das jornadas de 1848, o Reino
de Piemonte assume o comando da luta pela
unificação italiana;
• Em 1860 Garibaldi avança sobre a Sicília.
• No ano seguinte o rei do Piemonte, Vítor
Emanuel II se proclama rei da Itália e avança
sobre Veneza e Roma.
• A Igreja resiste ao Rei, com o apoio das tropas
francesas. Com a perta de apoio francês, em
guerra com a Prússia, Roma e tomada e tornada
capital da Itália.
 A UNIFICAÇÃO ALEMÃ
• Vários reinos da Europa central se uniam em torno da chamada
Confederação Germânica;
• No reinado de Guilherme I (1797-1888) assume o trono da Prússia em 1858
e inicia uma jornada em favor do processo de unificação. Otto von Bismarck
torna-se seu primeiro ministro e inicia o projeto político de unificação alemã;
• Neste período, a Prússia desenvolve sua indústria, expande a economia
nacional, difunde o nacionalismo e reestrutura seu exército.
• A partir daí inicia um processo de guerras, que resultará na incorporação de
território dominados pela França e Áustria.
• Em janeiro de 1871 Guilherme é proclamado Kaiser alemão.
 IMPERIALISMO E NEOCOLONIALISMO
• Definição: domínio de vastas áreas do planeta por parte de nações
industrializadas (ING, FRA, HOL, BEL, ALE, ITA, JAP, EUA, RUS).
• Onde? África e Ásia (Neocolonialismo) e América (Imperialismo).
• Causas e justificativas:
– Busca de matéria-prima.
– Conquista de mercados-consumidores.
– Acomodação de excedentes populacionais (secundário).
– Estruturação de bases estratégicas (neutralizando a concorrência).
IMPERIALISMO E
NEOCOLONIALISMO
• “Missão civilizadora” (principal justificativa)

“Assumi o fardo do homem

branco,
Enviai os melhores dos
vossos filhos,
Condenai vossos filhos ao
exílio,
Para que sejam servidores de
seus cativos.”
(RUDYARD KIPLING)
 COLONIALISMO NEOCOLONIALISMO
Séc XV - XVIII Séc XIX
América África e Ásia
Mercantilismo estatal Monopólios capitalistas
apoiados pelo Estado.
Monopólio comercial Exportação de capitais
Expansão da fé cristã “Missão civilizadora”
Capitalismo comercial Capitalismo financeiro ou
monopolista

P R I N C I P A I S D I F E R E N Ç A S E N T R E P R O C E S S O S
C O L O N I A I S :
A PARTILHA DA ÁFRICA
 A PARTILHA DA ÁFRICA
• Visto como a proliferação de reivindicações europeias ao território africano durante o
período de 1880 e a Primeira Guerra Mundial em 1914.
• Envolveu principalmente a França e o Reino Unido, mas também a Itália, Bélgica,Alemanha e
Portugal.
• A segunda metade do século XIX, em torno do ano 1880, assistiu à transição
do "imperialismo informal", que exercia o controle através da influência militar e da
dominação econômica para um domínio mais direto.
• As pretensões de mediar a concorrência imperial, tal como a Conferência de
Berlim (1884 - 1885), entre o Reino Unido, França e Alemanha não pôde estabelecer
definitivamente as reivindicações de cada uma das potências envolvidas.
PARTILHA DA ÁSIA
 PRINCIPAIS IMPÉRIOS
COLONIAIS DO SÉCULO XIX:
Domínios ingleses

Domínios franceses
GUERRA DOS
CIPAIOS (1857 –
1859):
– ING* X IND
– Concorrência inglesa destrói
produção local de tecidos.
– Índia torna-se oficialmente
uma colônia britânica.
GUERRA DO ÓPIO
(1841-1842):
– ING* X CHI
– Causas:
• CHI tenta proibir o consumo de
ópio no país.
• Um carregamento inglês de 20
mil caixas de ópio é jogado ao
mar pelas autoridades chinesas.
GUERRA DO ÓPIO
(1841-1842):

– Conseqüências:
• TRATADO DE
NANQUIM
– Abertura de 5 portos ao
livre comércio.
– Eliminação do sistema
fiscalizador.
– Hong Kong é entregue à
ING por 155 anos.
GUERRA DOS
BOXERS (1900):
– Nacionalistas chineses X
potências estrangeiras (ING +
FRA + EUA + RUS + ALE +
JAP)*
– Consequência:
reconhecimento das
concessões feitas
anteriormente aos países
estrangeiros.
REVOLUÇÃO MEIJI (JAPÃO):
– Processo que deu início a industrialização japonesa.
– Até o século XIX – afastado dos europeus.
– Poder nas mãos de aristocracia rural (daimios), amparados por guerreiros
profissionais (samurais).
– Comando do país – xogunato (família Tokugawa).
– Imperador – poder meramente simbólico.
– 1854: americanos forçam abertura do mercado japonês.
– Nacionalistas iniciam oposição ao governo do xogunato e unem-se ao imperador
Mutsu Ito.
– Centralização política (imperador) impulsiona industrialização.
– Investimentos estatais em setores estratégicos.
– Incentivos aos projetos industriais.
– Bolsas estudantis na Europa (formação e capacitação).
– Emissão monetária.
– Venda de empresas estratégicas estatais (zaibatsu) ao setor
privado para controlar a inflação.
– Imperialismo sobre a China (Manchúria).
O IMPERIALISMO NORTE-AMERICANO
– Alvos básicos: América Central e Ásia.
– Corolário Roosevelt (Theodore Roosevelt).
– Política do “Big Stick” (grande porrete).
– Intervenções militares na América Latina.
– Exemplos:
• CUBA (1898)
– “auxílio” na guerra de independência contra a ESP.
– Anexação das Filipinas e Porto Rico (indenizações).
– Emenda Platt (constituição cubana) – direito de intervenção na ilha
A POLÍTICA DO
BIG STICK
• A América não é dos
americanos?
• Claro que é! Mas vocês são
sul-americanos...
CONSEQUÊNCIAS
DO
NEOCOLONIALISMO
– Desestruturação de sistemas
produtivos locais.
– Fome endêmica, miséria
crônica.
– Submissão econômica das
regiões dominadas.
– Agravamento de conflitos
regionais.
– Desenvolvimento de nações
industrializadas.
– Disputas imperialistas.
– I Guerra Mundial