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EPIDEMIOLOGIA
CO-MORBIDADE
Os indivíduos com TOC costumam ser afetados por outros transtornos mentais. A
prevalência durante a vida de transtorno depressivo maior em pessoas com TOC é de
cerca de 67%, e para a fobia social, de 25%. Outros diagnósticos psiquiátricos co-
mórbidos comuns incluem transtorno por uso de álcool, transtorno de ansiedade
generalizada, fobia específica, transtorno de pânico, transtorno da alimentação e
transtornos da personalidade. A incidência de transtorno de Tourette em pacientes
com TOC é de 5 a 7%, e 20 a 30% daqueles com TOC têm história de tiques.
ETIOLOGIA
Fatores Biológicos
Neurotransmissores
SISTEMA SEROTONÉRGICO. Os vários ensaios clínicos com medicamentos apóiam a
hipótese de que a desregulação da serotonina esteja envolvida na origem das
obsessões e compulsões. Os dados mostram que os medicamentos serotonérgicos são
mais eficazes do que aqueles que afetam outros sistemas de neurotransmissores, mas
não está claro se a serotonina está envolvida na causa do TOC. Estudos clínicos
dosaram as concentrações dos metabólitos da serotonina no líquido cerebrospinal
(LCS) (p. ex., o ácido 5-hidroxiindolacético [5-HIAA]) e a afinidade e o número de locais
de ligação nas plaquetas da imipramina (Tofranil) tritiada. (que se liga a locais de
recaptação da serotonina) e relataram achados variáveis nas medidas em pacientes
com TOC. Em um estudo, a concentração do 5-HIAA no LCS reduziu após o tratamento
com clomipramina (Anafranil), focalizando a atenção no sistema serotonérgico.
Fatores Comportamentais
Fatores Psicossociais
Como parte dos critérios diagnósticos de TOC, o DSM-IV-TR possibilita aos clínicos
especificar o tipo com insight pobre, se os pacientes não reconhecem o excesso de
suas obsessões e compulsões (Tab. 13.4-1).
CARACTERÍSTICAS CRÔNICAS
Padrões de Sintomas
DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL
Condições Médicas
Transtorno de Tourette
Seus sintomas característicos são os tiques motores e vocais que ocorrem com
frequência e quase todos os dias. O transtorno de Tourette e o TOC têm idade de início
e sintomas semelhantes. Cerca de 90% das pessoas com o primeiro manifestam
sintomas compulsivos, e até dois terços delas satisfazem os critérios diagnósticos para
TOC.
Outras condições psiquiátricas que podem estar ligadas ao TOC são a hipocondria, o
transtorno dismórfico corporal e possivelmente outros transtornos do controle dos
impulsos como a cleptomania e o jogo compulsivo. Em todas essas condições, os
pacientes têm tanto um pensamento repetitivo (p. ex., preocupação com o corpo)
como um comportamento repetitivo (p. ex., roubar). Diversos grupos de pesquisa
estão investigando esses e outros transtornos, como comportamento sexual
compulsivo, suas relações com o TOC e suas respostas a vários tratamentos.
CURSO E PROGNÓSTICO
Mais da metade dos pacientes com TOC apresentam início súbito dos sintomas. Em
cerca de 50 a 70% dos pacientes, ocorre após um acontecimento estressante, como
gravidez, problema sexual ou morte de um parente. Em vista de muitas pessoas
tratarem de manter seus sintomas em segredo, por vezes há uma demora de 5 a 10
anos antes que busquem ajuda psiquiátrica, ainda que essa defasagem esteja
diminuindo com o aumento do conhecimento sobre o transtorno. O curso costuma ser
longo, mas variável; alguns pacientes experimentam um curso flutuante, outros,
constante.
De 20 a 30% dos pacientes têm melhora significativa de seus sintomas, e 40 a
50% têm melhora moderada. Os 20 a 40% restantes ou permanecem doentes ou têm
piora de seus sintomas.
Cerca de um terço tem transtorno depressivo maior, e suicídio 6 um risco para
todos os pacientes com TOC. Um mau prognóstico 6 indicado por ceder (em vez de
resistir) às compulsões, início da infância, compulsões bizarras, necessidade de
hospitalização, transtorno depressivo maior coexistente, crenças delirantes, idéias
supervalorizadas (i.e., certa aceitação das obsessões e compulsões) e presença de um
transtorno da personalidade (especialmente transtorno da personalidade
esquizotípica). Um bom prognóstico é indicado por bom ajustamento social e
ocupacional, presença de um aconteci mento precipitante e natureza episódica dos
sintomas. O conteúdo obsessivo não parece se relacionar ao prognóstico.
TRATAMENTO
Com a crescente evidência de que o TOC é, em grande parte, determinado por fatores
biológicos, a teoria psicanalítica clássica tem sido desfavorecida. Além disso, em vista
de os sintomas parecerem refratários à psicoterapia psicodinâmica e à psicanálise, os
tratamentos farmacológicos e comportamentais se tornaram comuns. No entanto, os
fatores psicodinâmicos podem ser de benefício considerável na compreensão do que
precipita as exacerbações do transtorno e no tratamento de várias formas te
resistência ao mesmo, como a não-adesão aos medicamentos.
Muitos pacientes com TOC resistem de forma veemente aos esforços de
tratamento. Podem se recusar a tomar medicamentos e a realizar as tarefas de casa
indicadas pelo terapeuta e outras atividades prescritas pelos terapeutas
comportamentais. Os sintomas obsessivo-compulsivos por si só, não importa o quão
baseados em dados biológicos, podem ter significados psicológicos importantes que
tornem os pacientes relutantes em abandoná-los. A exploração psicodinâmica da
resistência ao tratamento pote melhorar a adesão.
Estudos bem-controlados verificaram que a farmacoterapia, a terapia
comportamental ou a combinação de ambas é eficaz para reduzir os sintomas de
forma significativa. A decisão sobre que tratamento utilizar se baseia no julgamento e
na experiência to clínico e na aceitação, pelo paciente, das várias modalidades.
Farmacoterapia
Psicoterapia
Outros Tratamentos
A terapia familiar costuma ser útil para apoiar a família, auxiliando reduzir a discórdia
conjugal resultante do transtorno e construindo uma aliança terapêutica para o bem
do paciente. A terapia de grupo é benéfica como sistema de apoio para alguns
pacientes.
Para casos extremos, resistentes ao tratamento e cronicamente incapacitados,
a eletroconvulsoterapia (ECT) e a psicocirurgia podem ser consideradas. A ECT não é
tão eficiente como a psicocirurgia, mas deve ser tentada antes da cirurgia. O
procedimento psicocirúrgico mais comum para o TOC é a cingulotomia, que tem êxito
no tratamento de 25 a 30% dos pacientes de outra maneira sem resposta a
intervenções. A complicação mais comum da psicocirurgia é o desenvolvimento de
convulsões, que são quase sempre controladas com fenitoína. Alguns indivíduos que
não respondem à psicocirurgia isolada, à farmacoterapia ou terapia comportamental
antes da operação, passam a fazê-lo após a psicocirurgia.
Inclui:neurose:
anancástica
obsessivo-compulsiva
Exclui: personalidade (transtorno da) obsessivo-compulsiva (F60.5)
Pode-se tratar de pensamentos, imagens mentais ou impulsos para agir, quase sempre
angustiantes para o sujeito. Às vezes trata-se de hesitações intermináveis entre várias opções,
que se acompanham freqüentemente de uma incapacidade de tomar decisões banais mas
necessárias à vida cotidiana. Existe uma relação particularmente estreita entre as ruminações
obsessivas e a depressão, e deve-se somente preferir um diagnóstico de transtorno obsessivo-
compulsivo quando as ruminações surgem ou persistem na ausência de uma síndrome
depressiva.
A maioria dos atos compulsivos está ligada à limpeza (particularmente lavar as mãos),
verificações repetidas para evitar a ocorrência de uma situação que poderia se tornar perigosa,
ou um desejo excessivo de ordem. Sob este comportamento manifesto, existe o medo,
usualmente de perigo ao ou causado pelo sujeito e a atividade ritual constitui um meio ineficaz
ou simbólico de evitar este perigo.