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Neurotransmissão

A neurotransmissão pode ser descrita como um processo electroquímico que consiste na


passagem de informação entre neurónios. Os neurónios são as principais células do
sistema nervoso e dividem-se em três secções, a soma, dendrites e axónio. Os neurónios
têm como principais funções a recepção e envio de informação. Para desempenhar estas
funções, os neurónios apresentam funções internas activadas pela expressão genética
que visam a regulação interna do funcionamento celular.
Os neurónios precisam continuamente de colectar informação sobre o estado
interno do organismo e do seu ambiente externo, de avaliar essa informação e coordenar
as actividades adequadas. Os neurónios processam a informação através de impulsos
nervosos, que passam entre as células, criando assim uma cadeia de informação dentro
de uma rede de neurónios – a neurotransmissão. Este processo tem início com a
recepção de um input interno ou externo ao organismo (e.g., sensorial) que resulta numa
resposta neuronal à mensagem. A neurotransmissão ocorre entre um neurónio pré-
sináptico e um outro pós-sináptico e resume-se: (a) à produção de impulsos nervosos
(processo eléctrico); e (b) libertação de moléculas na fenda sináptica (processo
químico). O potencial de acção depende do mensageiro químico que é libertado do
neurónio pré-sináptico e recebido pelos receptores do neurónio pós-sináptico. Este
impulso eléctrico caracteriza-se por oscilações da corrente eléctrica medida entre o meio
intracelular e o meio extracelular. Numa célula em repouso, o interior é negativo em
termos de cargas eléctricas face ao exterior (-70 mV), o que resulta de mais cargas
negativas face ao exterior da célula, onde predominam iões positivos de sódio e potássio
(+ 40 mV). O interior do neurónio é permeável à carga exterior apenas através de canais
iónicos. Quando uma molécula envolvida na neurotransmissão (neurotransmissor)
alcança um receptor, a sua ligação ao receptor provoca a abertura de um canal iónico.
Os neurotransmissores ligam-se a receptores específicos que podem estar
acoplados a canais iónicos (receptores ionotrópicos), tal como descrito anteriormente,
ou à proteína G (receptores metabotrópicos). A principal distinção entre ambos é que a
acção num receptor metabotrópico pode resultar na abertura de um canal iónico
indirectamente, mas pode também ter como objectivo a comunicação intracelular,
promovendo uma alteração no funcionamento celular (p.ex., regulação do número de
receptores) resultante da expressão genética.
Na membrana plasmática da célula há a presença de canais de sódio ou potássio
que permitem a entrada cargas positivas e canais de cloro que permitem a entrada de
cargas negativas. Os neurotransmissores podem ser considerados como excitatórios ou
inibitórios em função do tipo de canal a que se ligam. Deste modo, caso o
neurotransmissor seja excitatório, a passagem irá provocar a abertura dos canais de
sódio ou potássio, levando a uma entrada de cargas positivas. O interior da membrana
torna-se positivo em relação ao exterior, ocorrendo a despolarização com o potencial de
acção. A partir deste momento o potencial de repouso é restabelecido pela célula e a
membrana volta ao estado inicial de polarização. Este estado é promovido pelas bombas
de sódio-potássio, que actuam para restabelecer as concentrações iniciais de sódio e
potássio. Por outro lado, caso o neurotransmissor seja inibitório, a sua acção será
exercida nos canais de cloro, com entrada de cargas negativas para o interior da célula,
não ocorrendo a despolarização da membrana. O potencial de acção atravessa toda a
membrana celular e causa a libertação dos neurotransmissores no espaço sináptico pela
sua acção nos canais de cálcio sensíveis à voltagem. Os neurotransmissores mais
conhecidos como alvo dos psicofármacos são aminas (dopamina, noradrenalina,
adrenalina e serotonina) e aminoácidos (glutamato e GABA).

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