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RODOVIAS&VIAS
editorial Ano 11 - Edição 47 - Novembro/10
Distribuição dirigida e a assinantes
Uma publicação da Rodovias Editora e Publicações Ltda.
CNPJ/MF.: 03.228.569/0001-05
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JORNALISTA RESPONSÁVEL
Davi Etelvino ( SC 02288 JP)
davi@rodoviasevias.com.br
revisão
Karina Dias Occaso
Impressão
Posigraf
A tiragem desta edição de 25.000 exemplares
é comprovada pela BDO Auditores Independentes.
Diretor Geral
Dagoberto Rupp
dagoberto@rodoviasevias.com.br
financeiro ADMINISTRATIVo
Jaqueline Karatchuk Paula Santos
jaqueline@rodoviasevias.com.br paula@rodoviasevias.com.br
comercial (DEC)

Boa sorte aos eleitos! Paulo Roberto Luz


paulo@rodoviasevias.com.br
João Augusto Marassi
joao@rodoviasevias.com.br
João Claudio Rupp Fábio Eduardo C. de Abreu
joaoclaudio@rodoviasevias.com.br fabio@rodoviasevias.com.br

I
João Rodrigo Bilhan Paulo Negreiros
niciamos nesta edição uma nova fase na história deste periódico. rodrigo@rodoviasevias.com.br negreiros@rodoviasevias.com.br

Passamos, a partir deste novembro, para periodicidade mensal, ATENDIMENTO


Mônica Cardoso Mari Iaciuk Daiane Kelly de Oliveira
o que dará mais dinâmica às notícias do setor. Reestruturamos nossos monica@rodoviasevias.com.br mari@rodoviasevias.com.br daiane@rodoviasevias.com.br
planos de investimentos e ações para garantir a qualidade que nos trou- Central de Jornalismo
Rafael de Azevedo Chueire Leonardo Pepi Santos
xe até aqui. Manteremos a política de construir matérias a partir das rafael@rodoviasevias.com.br leo@rodoviasevias.com.br
viagens que nossos jornalistas e fotógrafos fazem por todos os cantos Carlos Marassi Leonilson Carvalho Gomes
marassi@rodoviasevias.com.br leonilson@rodoviasevias.com.br
do Brasil. É a nossa maneira de respeitar nossos leitores, fugindo do Fernando Beker Ronque Estanis Neto
transporte fácil em ideias alheias, tão comum em tempos de internet. fernando@rodoviasevias.com.br estanis@rodoviasevias.com.br
Edemar Gregorio Marcelo Ferrari
Para nós, da Rodovias&Vias, cabe reafirmar o compromisso que edemar@rodoviasevias.com.br ferrari@rodoviasevias.com.br
há mais de uma década nos norteia: manter permanente o debate sobre Leandro Dvorak
leandro@rodoviasevias.com.br
Uirá Fernandes
uira@rodoviasevias.com.br
os investimentos, ou a falta deles, no setor de infraestrutura e sobre os Paulo Negreiros Aélcio Luiz de Oliveira Filho
negreiros@rodoviasevias.com.br aelcio.filho@rodoviasevias.com.br
desdobramentos para a vida socioeconômica do país.
ilustrações Webdesign
Definidos os chefes do Poder Executivo para os próximos quatro Fernando Beker Ronque
fernando@rodoviasevias.com.br
anos, em âmbito nacional e nos estados, fomos conferir quem são e o
conselho editorial
que pretendem para a infraestrutura de transportes em suas regiões. No Dagoberto Rupp João Augusto Marassi
mais alto cargo da República, uma mulher, “pela primeira vez na história dagoberto@rodoviasevias.com.br joao@rodoviasevias.com.br
João Rodrigo Bilhan Fábio Eduardo C. de Abreu
desse país”, vai pilotar o trator chamado Brasil. Focados nela estarão os rodrigo@rodoviasevias.com.br fabio@rodoviasevias.com.br
olhos da nossa Revista, os da oposição, os do mercado e, esperamos, os Carlos Marassi Paulo Negreiros
marassi@rodoviasevias.com.br negreiros@rodoviasevias.com.br
olhos da massa, que é quem decide se Dilma sai ou fica daqui a quatro Paulo Roberto Luz Marilene Velasco
anos. paulo@rodoviasevias.com.br mara@rodoviasevias.com.br
João Claudio Rupp Edemar Gregorio
Em São Paulo, estado referência, mais um mandato dos tucanos. joaoclaudio@rodoviasevias.com.br edemar@rodoviasevias.com.br
Rodovias&Vias produções
Para falar sobre isso, nada melhor que o próprio eleito, Geraldo Alckmin, Juvino Grosco Lucyo Eduardo P. A. de Oliveira
em uma entrevista exclusiva para esta edição. jgrosco@rodoviasevias.com.br lucyo@rodoviasevias.com.br
Juliano Grosco Ricardo Adriano da Silva
No mês em que comemoramos a proclamação da República e um juliano@rodoviasevias.com.br ricardo@rodoviasevias.com.br
Marcelo Almeida Tiago Casagrande Ramos
dos símbolos da nossa nação, a bandeira nacional, não poderíamos dei- marcelo@rodoviasevias.com.br tiago@rodoviasevias.com.br
xar de apontar os problemas e discutir soluções para rodovias, portos, Alexsandro Hekavei Leandro Dvorak
alex@rodoviasevias.com.br leandro@rodoviasevias.com.br
aeroportos e hidrovias brasileiras. Estanis Neto Oberti Pimentel
estanis@rodoviasevias.com.br oberti@rodoviasevias.com.br
Oferecemos ao leitor uma atualização a respeito de novas tecnolo-
Bem estar
gias e oportunidades de negócios em todas as regiões do país. Textos, Clau Chastalo Maria Telma da C. Lima
clau@rodoviasevias.com.br telma@rodoviasevias.com.br
fotos, gráficos e ilustrações com curiosidades do segmento e, acima de
Ana Cristina Karpovicz Paulo Fausto Rupp
tudo, compromissados com a qualidade na informação. cris@rodoviasevias.com.br paulofausto@rodoviasevias.com.br
Maria C. K. de Oliveira Dagoberto Rupp Filho
Boa leitura e até dezembro! maria@rodoviasevias.com.br dagoberto.filho@rodoviasevias.com
Colaboradores
Carlos Guimarães Filho
Caroline Dobignies

Central de Jornalismo

FSC
Artigos assinados não refletem necessariamente a opinião da Revista, sendo de total responsabilidade do autor.
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ÍNDICE ainda nesta edição:

EM TEMPO 16

ferrovias 18

capa 22
O brasil pós-eleições

RODOvias 50

20 brasil road expo 2011 53

hidrovia 62

concurso desenho 64

MOBILIDADE URBANA66

portos 64
68
09 50
TReinamento 74
78
Prevenção de acidentes

Vicinais 76

ESTUDO 80
Exclusiva Geraldo alckmin

56 TRANSPOQUIP 82

tecnologia 84
86

PONTES MÓVEIS 86
congonhas especial sp-Brasília
SANTOS OFFSHORE 88

na medida 91

RODOVIAS&VIAS
Fotos: Rodovias&Vias/Estanis Neto
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exclusiva

Geraldo
Alckmin
Avanços em São Paulo
Na primeira entrevista exclusiva a uma revista após sua vitória nas urnas, Geraldo Alckmin con-
tou à Rodovias&Vias as principais metas e os desafios de sua próxima gestão. Ele, que na eleição
de 2006 enfrentou nada menos que o maior fenômeno político já visto “na história deste país”,
desta vez venceu no primeiro turno o PT de Aloísio Mercadante no estado que é o maior colégio
eleitoral e tem a maior economia do Brasil. O feito o credencia para ser um dos principais focos da
oposição ao Governo Federal nos próximos quatro anos. Mais que atacar as mazelas do governo
Dilma, terá de manter os avanços econômicos em seu estado se quiser compará-los aos do país,
perante os eleitores brasileiros. A experiência de um segundo mandato como governador facilita-
rá ao inquilino do Palácio dos Bandeirantes fazer avançar todos os setores da administração paulis-
ta, tocando grandes obras e oferecendo novos e melhores serviços públicos à população.

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exclusiva 10

lo] e instalaremos mais Fatecs [Faculdades de


Rodovias&Vias – Mais de 11,5 milhões de Tecnologia de São Paulo]. Além disso, vamos
votos o reconduziram ao Palácio dos Bandei- implantar o programa Via Rápida, com cursos
rantes, dando continuidade ao ciclo de ges- de curta duração (de 80 a 100 horas de aulas)
tões do PSDB em São Paulo. Conhecendo o focados nas demandas do mercado de tra-
estado como o senhor conhece, quais serão balho, que atualmente não encontra pessoal
os principais desafios da sua gestão? com qualificação profissional para preencher
Alckmin – Nossos principais desafios po- as vagas que tem gerado. Vamos também for-
dem ser resumidos em um só: temos de avan- talecer a saúde e a segurança pública.
çar, e avançar muito, em todas as áreas. Não
podemos fazer um setor andar e deixar outro A Rodovias&Vias, ao longo dos últimos
parado. Temos de ter um desenvolvimento anos, acompanhou inúmeros programas
que visavam manter e aprimorar a infraes-
trutura de transportes no estado, entre eles
o Pró-Vicinais, o de recuperação e duplicação
Foto: Rodovias & Vias/Estanis Neto

de rodovias SPs. Quais o senhor pretende


manter ou ampliar?
Vamos ampliar toda a infraestrutura para o
desenvolvimento. Para fortalecer o programa
de vicinais, teremos recursos próprios e finan-
ciamento do Banco Mundial. Temos em São

“Não podemos fazer um setor andar e deixar ou-


tro parado. Temos de ter um desenvolvimento
geral, harmônico, equilibrado. E esse desenvol-
vimento precisa ser grande, para que São Paulo não
perca sua posição de liderança no Brasil e na
América do Sul.”

Paulo 21.700 km de estradas estaduais, as SPs.


geral, harmônico, equilibrado. E esse desenvol- Delas, 6 mil km estão sob regime de conces-
vimento precisa ser grande, para que São Pau- são, com conservação muito boa e permanen-
lo não perca sua posição de liderança no Brasil te. São as melhores estradas do país. Em todas
e na América do Sul. Na Educação, vamos esta- elas há o conceito de “rodovia viva”, que presta
belecer parcerias com prefeituras, para dar um completa e imediata assistência aos usuários
salto na Educação Infantil. Vamos fortalecer o em qualquer emergência. Os outros 15.700
Ensino Fundamental, com a expansão das es- km sem concessão vão ser recuperados e mo-
colas em tempo integral. Vamos integrar o En- dernizados segundo ordem de prioridade es-
sino Médio e o Ensino Técnico, ampliando as tabelecida conforme o volume de movimento
Etecs [Escolas Técnicas Estaduais de São Pau- (VDM) de cada trecho.

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Foto: Rodovias & Vias/Estanis Neto

Como o senhor avalia a capacidade do O trecho Norte tem um traçado mais delicado,
corpo de profissionais que por meio do DER porque passa pela Serra da Cantareira. Preci-
deram vazão a estes programas? samos acelerar o seu estudo de impacto am-
O DER tem experiência de longa data e um biental e o projeto de obras que serão feitas
corpo de funcionários de excelente qualidade. pelo próprio estado. Para esse trecho, haverá
Vamos valorizá-los e incentivá-los para manter financiamento do Banco Mundial, e o Governo
e ampliar a malha rodoviária paulista. Tenho Federal deverá participar com o custeio de um
uma ligação afetiva muito especial com o DER, terço da obra.
pois o pai da Lú, minha mulher, o Dr. Ademar
César Ribeiro, era o Engenheiro-Chefe do Dis- A pesquisa CNT sobre a qualidade de
trito do DER em Taubaté. nossas rodovias, mais uma vez, destacou o
estado de São Paulo como detentor das me-
Uma obra emblemática que tivemos a lhores estradas do país. Entretanto, a grande
oportunidade de registrar desde o início foi maioria delas é concedida à iniciativa pri-
o trecho Sul do Rodoanel. O senhor acredita vada. A privatização é a melhor opção para
ser possível concluir os dois trechos restan- manter as rodovias?
tes? O modelo de concessões rodoviárias no
Vamos fazer todo esforço possível para estado de São Paulo foi muito bem-sucedido.
concluir essa obra gigantesca e importantíssi- São 18 contratos e um total de 6 mil km sob
ma para todo o estado de São Paulo e também concessão, onde foram feitos enormes inves-
para o Brasil. O trecho Leste está em licitação timentos. Entre eles, a segunda pista da Imi-
e deverá ser construído através de concessão. grantes, uma obra esperada há mais de

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30 anos e que pouca gente acreditava que pelo transporte metroferroviário de qualida-
pudesse ser feita sem causar um desastre am- de. Qual é o volume de investimento que o
biental na Serra do Mar, como aconteceu nos senhor pretende fazer neste modal?
anos 70 durante a construção da primeira pis- Nossa maior prioridade é investir na am-
ta, que causou enorme devastação da Mata pliação do Metrô e nas linhas da CPTM [Com-
Atlântica. Na construção da segunda pista, panhia Paulista de Trens Metropolitanos].
nada disso aconteceu. Ela é quase totalmente Além da Linha 4 (Luz-Vila Sônia), que já está
feita de túneis e viadutos e são poucos e pe- em fase de conclusão, vamos prolongar a Li-
quenos os pontos onde houve corte de árvo- nha 5, de Santo Amaro a Chácara Klabin, e
res para abrir a boca de um túnel ou construirvamos construir a Linha 6, São Joaquim-Fre-
um pilar de viaduto. guesia do Ó. Na CPTM, vamos modernizar os
trens, aumentar a capacidade deles e reduzir
A Companhia de Desenvolvimento Ha- os intervalos entre eles. Vamos construir a Li-
bitacional e Urbano (CDHU) teve papel fun- nha 17 (Jabaquara-Aeroporto de Congonhas-
damental na gestão de um programa habi-
tacional que serve de referência para o país.
Qual é a sua meta para construção de casas
populares, tendo em vista o alcance social
destas ações?
Temos consciência da importância do pro-
grama de casas populares para promoção so-
cial da população. São Paulo é o único estado
que destina 1% do seu ICMS para a habitação
social. E agora vamos contar também com fi-

“Temos consciência da importância do pro-


grama de casas populares para promoção so-
cial da população. São Paulo é o único estado
que destina 1% do seu ICMS para a habitação
social.”

nanciamentos e recursos do FGTS. Por esta


política, que já está acordada com o Governo
Federal, gestor do FGTS, São Paulo constituirá
dois fundos com seus próprios recursos: um
para equalizar a taxa de juros do financiamen-
Foto: Rodovias & Vias/Estanis Neto
to e outro para garantir o retorno dos recursos
ao Fundo, que pertence aos trabalhadores.
Com essa engenharia financeira, com R$ 1 bi-
-Morumbi). Vamos ampliar a Linha 9, do Grajaú
lhão de recursos próprios do estado será pos-
até Varginha, e construir o Expresso Guarulhos.
sível alavancar R$ 2 bilhões ou R$ 3 bilhões do
Vamos fazer um forte investimento na segu-
FGTS. rança e modernização do sistema, de forma a
transformar a rede da CPTM em metrô de su-
Já é consenso entre especialistas em ur- perfície.
banismo que o futuro das metrópoles passa

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exclusiva

E quanto ao transporte de cargas sobre alto para se pagar por qualquer obra, por mais
trilhos? importante que ela seja. Justamente por ter
Neste setor, vamos concentrar nossos es- esta preocupação há muito tempo, São Paulo
forços na construção do Ferroanel, que vai de- já desenvolveu técnicas de controle que per-
satar o nó ferroviário que há em São Paulo e re- mitem a preservação ambiental em grandes
tarda o acesso de cargas vindas ou destinadas obras, como foi o caso da construção da se-
ao porto de Santos e outras regiões paulistas. gunda pista da Rodovia dos Imigrantes, que
Esta obra terá de contar com a ajuda do Gover- recebeu a ISO 14.001, certificação internacio-
no Federal e da iniciativa privada. nal por cuidados ambientais.

Para o setor aeroviário, quais são as prio-


ridades paulistas?
Nossas prioridades são os aeroportos de

Foto: Rodovias & Vias/Estanis Neto


Cumbica e de Viracopos, em Campinas. O pri-
meiro precisa da terceira pista e do terceiro ter-
minal, e Viracopos precisa da segunda pista e
do segundo terminal. Estas são obras federais,
mas São Paulo vai ajudar o máximo possível.

Qual é a situação dos aeroportos estadu-


ais? Existe demanda?
São Paulo tem 31 aeroportos estaduais si-
tuados em importantes cidades do interior.
Eles atendem satisfatoriamente a demanda
atual de linhas regionais e da aviação execu-
tiva, mas terão de ser ampliados, em vista do
acelerado desenvolvimento da aviação.

O rio Tietê tem grande potencial para o


transporte hidroviário. Por que ele é pouco
utilizado?
Não é só o caso do Tietê. É uma questão na-
cional. A participação do modo hidroviário na
matriz brasileira de transportes ainda é muito
pequena, mas tende a crescer muito, tendo
em vista suas vantagens logísticas e ambien-
tais. Isso já vem acontecendo. Na última dé-
cada, a hidrovia cresceu entre 11% e 12% ao
ano e foi o modal que mais se desenvolveu. No
estado de São Paulo, temos vários projetos em
andamento que devem acelerar esse cresci-
mento. Os principais são: o programa de elimi-
nação de gargalos; a extensão Anhembi-Salto
pelo rio Tietê; a extensão Santa Maria da Serra-
-Artemis, pelo rio Piracicaba; e o Hidroanel, na
Região Metropolitana de São Paulo.

É possível manter um ritmo de desenvol-


vimento aliando equilíbrio ambiental?
Sim. Nossa preocupação é justamente essa,
pois ambiente degradado é um preço muito

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ANUNCIO

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ANUNCIO

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em tempo
Brasil no G20
Lula desembarcou em Seul, na Coreia do Sul, acompanhado da futura Presiden-
te, Dilma Rousseff, para o encontro do G20 (grupo das potências e dos principais pa-
íses emergentes do mundo). O encontro marcou a estreia de Dilma na cena interna-
cional. A eleita mostrou disposição para brigar por uma reconfiguração do comércio
exterior, que pode ser o foco de sua diplomacia. O atual governante foi claro: “Vou
para o G20 para brigar. Se eles já tinham problema para enfrentar o Lula, agora vão
enfrentar o Lula e a Dilma. O Presidente referia-se à guerra cambial travada pelas
maiores economias do planeta, em que cada país tenta manter sua moeda barata
para facilitar as exportações.

Fesp tem curso de Tecnologia em


Estruturas Metálicas
A Faculdade de Engenharia São Paulo possui o
Expresso Aeroporto em único curso do país de Tecnologia em Estruturas Me-
São Paulo vai para a gaveta tálicas. Com duração de três anos e características pró-
prias, forma tecnólogos com formação superior capa-
zes de executar projetos e supervisionar a fabricação e
O governo de São Paulo colocou na gaveta o projeto montagem de estruturas para a construção civil.
de uma ligação sobre trilhos entre o Centro da capital pau-
lista e o Aeroporto de Guarulhos. O Governador, Alberto
Goldman, informou que não foi aberta licitação para a obra
porque o projeto não despertou o interesse do setor pri-
vado. Goldman afirma que não há uma definição clara do Primeiro trem do Metrô
Governo Federal sobre a construção do terceiro terminal de
passageiros em Guarulhos e, por isso, os empresários ques-
de Fortaleza já está no
tionam se haverá demanda suficiente para operar o serviço centro de manutenção
de trens.
Após ser pré-montado no porto do Pecém,
o primeiro dos dois trens unidades elétricas
Foto: Rodovias & Vias

(TUEs) comprados na Itália para operar no Me-


trô de Fortaleza já está no centro de manuten-
ção. Os equipamentos fazem parte de um con-
junto de 20 composições que formarão 10 car-
ros de 80 m. O valor do investimento na compra
dos trens foi de R$ 240 milhões. No centro de
manutenção, os dois TUEs terão sua monta-
gem finalizada e passarão por testes estáticos,
onde será aferido o funcionamento de todos
os sistemas, como os de comunicação com os
passageiros, de ar-condicionado e de eletrici-
dade. Após a implantação da Linha Sul, o Metrô
de Fortaleza, com a integração plena entre os
modais de transporte, terá capacidade de trans-
Terminal de Guarulhos. portar cerca de 350 mil pessoas por dia.

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17 em TEMPO

Navios-plataforma da Petrobrás vão operar em 2017


Contratados pela Petrobras, os navios-

Foto: Rodovias & Vias/Leonilson Gomes


-plataforma, cuja construção dos cascos foi
contratada este mês pela Petrobras e pelas
parceiras BG, Galp e Repsol com a Engevix
Engenharia, devem entrar em operação
em 2017. Os contratos somam US$ 3,46
bilhões e estão sendo considerados estra-
tégicos para que a estatal alcance as metas
de produção previstas para o pré-sal da
Bacia de Santos. A Petrobras informou que
as plataformas devem acrescentar cerca
de 900 mil barris de óleo por dia à produ-
ção nacional, quando estiverem operando
com capacidade máxima.
Navio-plataforma.

Indústria de infraestrutura defende


concessão de aeroportos a empresas
A Associação Brasileira da Infraestrutura e de Indústrias de Base (Abdib) acredita que é a questão mais
“premente”na área de infraestrutura a ser enfrentada pela Presidente eleita, Dilma Rousseff, é a situação
dos aeroportos, já saturados. Como solução, o Presidente da Associação, Paulo Godoy, defende a
concessão da operação dos terminais à iniciativa privada numa concorrência nas mesmas condições
com a Infraero.

Ônibus elétrico é testado no Brasil


A novidade que anda perambulan-
do nas ruas de algumas das principais
cidades do mundo, o ônibus elétrico,
chegou ao Brasil. Depois de Inglaterra,
Canadá e Suíça, a tecnologia atravessou
o oceano e chegou a Curitiba, pioneira
no Brasil, depois São Paulo e Rio de Ja-
neiro. Agora menos“barulhento”, o ôni-
bus possui dois motores. Quando está
em movimento, funciona a diesel. Já o
outro motor é elétrico e, além de não
soltar fumaça, é acionado nas arranca-
das e quando o motorista freia.
Curitiba.

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Um marco
para o futuro
O novo marco regulatório ferroviário é aguardado com grande expectativa
pelo setor privado e pode representar uma guinada para melhor no modal.
Enquanto o poder público debate os detalhes para a elaboração e finalização
de um decreto que renove a regulação ferroviária nacional, os trens seguem à
espera de uma arrancada definitiva rumo ao desenvolvimento.

R ússia, Canadá e Estados Unidos, que


têm em comum a extensão conti-
nental de seus territórios, assim como o
empresários e representantes do setor fer-
roviário. Ele já foi encaminhado para a Casa
Civil, restando sua aprovação pelo Execu-
Brasil, possuem a matriz de transportes tivo Nacional. O Ministro dos Transportes,
baseada no modal ferroviário. Não é ne- Paulo Sérgio Passos, declarou durante
cessário ser especialista no assunto para evento voltado para empresários e profis-
imaginar os motivos da prioridade dada ao sionais do setor que as mudanças não se-
transporte sobre trilhos em países de vas- rão impostas: “As reformulações acontece-
tas dimensões . rão com absoluta transparência.”
No caso do Brasil, apesar de o modal
rodoviário ainda ser predominante, a ten-
dência para os próximos anos é de uma
guinada para os trilhos. As vantagens são
muitas, mas o setor aguarda mais seguran-
ça jurídica para crescer. E é para garantir
esta segurança que o Governo Federal, por
meio do Ministério dos Transportes e das
agências ligadas ao setor, trabalha sobre
um novo marco regulatório.
Desde setembro, o Ministério dos
Transportes afirma que um decreto já está
pronto, elaborado com a colaboração de

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Dúvidas

Foto: Rodovias & Vias


Apesar da importância de reformular
as regras para dar novo fôlego a um setor
fundamental para a infraestrutura nacio-
nal, capaz de baratear o custo da logística
e tornar o escoamento da produção mais
inteligente, algumas dúvidas preocupam
segmentos ligados ao modal.
A principal crítica está no fato de que
existiria a possibilidade de um aumento
do poder da estatal Valec, passando-se à
empresa a administração da infraestrutura
ferroviária e, por outro lado, acabando-se
com o chamado “monopólio” das conces-
sionárias, que atualmente cuidam dos tri-
lhos e têm exclusividade nas operações de
serviços e transporte.
Mas para o Diretor Executivo da Asso-
ciação Nacional dos Transportes Ferroviá-
rios (ANTF), Rodrigo Vilaça, em seu estudo
“A Importância das Ferrovias para o Futuro
do País”, é preciso ir além das críticas e en-
xergar a questão globalmente.

Ferrovia Norte-Sul. Araguaína, TO.

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21 um marco para o futuro

Foto: Rodovias & Vias/Leonardo Pepi Santos


Trem atravessa rua no centro de Curitiba.

“O marco regulatório precisa ser apri- Considerando as perspectivas de ex-


morado em função das atuais demandas e pansão da atual malha ferroviária, segun-
novas condições tecnológicas e econômi- do dados da própria ANTF e do Plano Na-
cas do transporte de carga”, lembra Vilaça, cional de Logística de Transportes (PNLT),
que também alerta para a importância de seria possível chegar a 2023 com mais de
se pensar a integração modal e a logística 48 mil km de ferrovias no Brasil. Com ou
com fundamentação em políticas públicas. sem críticas, o novo marco regulatório é
“Desequilíbrios na regulamentação e no bem-vindo, desde que considere as vari-
controle de diferentes modais garantem áveis de um universo complexo como é a
vantagens competitivas indevidas a certos matriz de transportes brasileira. Os núme-
setores, aumentando as distorções da ma- ros dos trens mostram suas vantagens por
triz nacional de transportes”, ressalta. conta própria.

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O Brasil
pós-eleições
“Tome conselhos com o vinho, mas tome decisões com a água.” A frase de Benjamin
Franklin, se transportada para o momento nacional, poderia ser adaptada como
conselho aos atuais e aos futuros governantes.

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23

G anhe a eleição a partir da disputa renhida


dos palanques e comícios, mas governe
com a paz dos amantes da democracia. Esta é,
sem dúvida, a maneira mais eficiente de pres-
tar aos eleitores os serviços que eles esperavam
quando da visita que fizeram às urnas.
Passado o processo eleitoral, o povo tende a
deixar a política de lado e dedicar-se ao seu coti-
diano, quase sem perceber a influência que ela
exerce no seu dia a dia. Mas a máquina pública
estará girando e gerindo nossos impostos, ele-
vando ou não o padrão de vida dos brasileiros.
Ainda que o Governo Federal tenha tido no PAC
uma vitrine permanente, usada largamente nos
programas eleitorais que elegeram sua gerente
Dilma Rousseff, ficou faltando consistência pro-
gramática à candidata e aos seus adversários.

Foto: Divulgação

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CAPA 24

Foto: Rodovias & Vias


José Serra, canditado derrotado no segundo turno, fez 43.711.388 votos.

Talvez porque falar de infraestrutura Importante dizer que só obterá suces-


no Brasil seja algo que não gere paixões e so nas ações se o seu governo conseguir
votos, como outros temas mais próximos reconstruir pontes que a batalha eleitoral
da população. Mas a expectativa é de que, derrubou com os governadores eleitos. A
depois de ter vivido tão próximo do setor, população mostrou, mais claramente do
a Presidente eleita tenha plenas condições que nunca, que vota em pessoas, não em
de dotar o país de um sistema moderno e partidos. E a Presidente eleita terá que, em
eficiente de rodovias, portos e aeroportos, nome da unidade essencial ao sucesso de
de impulsionar definitivamente os investi- qualquer programa na área de infraestru-
mentos na malha ferroviária e avançar na tura, construir parcerias com os estados
integração destes modais. e municípios, sob pena de perder tempo

Foto: Rodovias & Vias

Vertedouro Usina de Itaipu, PR.

RODOVIAS&VIAS
25 O BRASIL pós-ELEIÇoES

Foto: Rodovias & Vias


precioso com debates ideológicos
sem conexão com o tempo em
que vivemos.
Pelos quatro cantos do país,
obras emblemáticas encontram-
-se à mercê de decisões e recur-
sos, que por vezes até existem,
mas demoram a romper os cami-
nhos da burocracia político-admi-
nistrativa da capital federal.
Os avanços – e são importan-
tes – do PAC devem ser mantidos
e agora, sem tanta necessidade
de marketing, restará mais espa-
ço para a ação. Os investimentos
em infraestrutura de transportes
transformarão o Brasil em um can-
teiro de obras, gerando emprego,
renda e desenvolvimento, além
de assegurar que não passaremos
vergonha quando dos eventos es-
portivos que sediaremos nos pró-
ximos anos.
Algumas avaliações devem ser
feitas e não apenas pelo Governo
Federal, mas por todos os novos
e reeleitos governadores. Talvez a
mais relevante deva ser a de seus
quadros, pois, assim como nas
empresas, não basta uma estra-
tégia brilhante sem alguém com-
petente que a execute. Não será
suficiente um programa vigoroso
de investimento se os responsá-
veis por sua execução estiverem
despidos de qualificação técnica.
A experiência adquirida pelos
quadros dos órgãos ligados ao se-
tor de construção pesada nos últi-
mos anos é importante e deve ser,
quando bem avaliada, mantida.
Porém, um sem número de vezes
percebemos o homem público
deixando-se levar pela vaidade
que o poder, maior ou menor, re-
presenta. Isto engessa o processo,
já complexo quando o assunto é
gerir o orçamento público.
É impossível que uma socieda-
de carente por investimentos ba-
silares para seu crescimento tenha
em seus departamentos decisó-
rios pessoas que em nada se iden-
Porto de Vitória, ES.

RODOVIAS&VIAS
CAPA 26

Foto: Rodovias & Vias/Leonilson Gomes


O Brasil parado nas filas de caminhões da Régis Bittecourt.

tificam com o setor. Não é razoável que em tempo. Governo e iniciativa privada devem
cada antessala dos órgãos responsáveis arregaçar as mangas e trabalhar duro para
pelo andamento dos projetos e obras exis- aumentar a eficiência do Brasil. Isto impli-
tam inúmeros empresários e diretores de cará rapidamente em benefícios duradou-
empresas passando horas em interminá- ros ao país. Se deixarmos de transportar
veis esperas, por causa de burocratas que, buracos e desperdício de tempo, quando
não de vidas, nossos produ-
tos chegarão em melhores
condições aos portos. Se
nossos portos forem mais
Não é razoável que em cada antessala dos eficientes, deixaremos de
órgãos responsáveis pelo andamento dos projetos exportar nossa histórica fal-
e obras existam inúmeros empresários e diretores de ta de investimentos neste e
empresas passando horas em intermináveis espe- em outros modais.
Tudo já foi dito, tudo já
ras, por causa de burocratas que, por excesso de foi escrito. Mas a questão
trabalho ou mero desleixo com o tempo alheio, da infraestrutura brasileira
não podem cumprir agendas previamente acor- ainda se encontra longe de
dadas. solução. Precisamos de uma
safra de homens e mulhe-
res com real noção do mo-
por excesso de trabalho ou mero desleixo mento histórico pelo qual passamos. Um
com o tempo alheio, não podem cumprir momento em que os dirigentes superarão
agendas previamente acordadas. os interesses imediatos da política parti-
Cabe aos governos rever esta e outras dária e darão, finalmente, mais do que um
relações com seus fornecedores. Se o pro- rumo ao país; darão um caminho seguro e
jeto foi feito de maneira absolutamente eficiente, capaz de colocar o Brasil em con-
criteriosa, se a licitação ocorreu dentro da dições de igualdade com as nações mais
lei (a lei brasileira em nada deve aos paí- potentes.
ses desenvolvidos), não há por que perder

RODOVIAS&VIAS
27

t comunica
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RODOVIAS&VIAS
CAPA 28

Rodovias&Vias apresenta a seguir os vitoriosos


nas urnas em 2010 que, desde já, se tornam os prin-
cipais responsáveis pelo sucesso ou fracasso do Brasil
nos próximos anos.

BRASIL

Presidente:
Dilma Rousseff
REGIÃO VOTOS
nORTE: 4.038.170
nORDESTE: 18.318.389
CENTRO-OESTE: 3.439.882
sUDESTE: 22.540.695
sUL: 7.267.073

TOTAL
55.604.209 votos
56,05%

RODOVIAS&VIAS
29 O BRASIL pós-ELEIÇoES

Dilma Rousseff (PT)


Depois de Alemanha, Chile e Argenti- dente no Rio Grande do Sul, trabalhou para
na, chegou a vez de o Brasil ter uma mu- Leonel Brizola (PDT) no primeiro turno e
lher, pela primeira vez, no cargo mais im- para Lula no segundo. Em 1993, entrou
portante da República. Braço direito do para a administração pública como Secre-
Presidente Lula, Dilma Vana Rousseff terá tária Estadual de Minas, Energia e Comuni-
que compensar com ações concretas a fal- cação, no governo gaúcho, após a eleição
ta de traquejo popular quando comparada do Governador Alceu Collares. Anos de-
com seu padrinho político e principal cabo pois, voltou a ocupar o mesmo posto du-
eleitoral. Apesar de não ter o mesmo caris- rante o governo de Olívio Dutra. Com o fim
ma de Lula, a mineira de Belo Horizonte, da aliança PDT-PT, dois anos depois, Dilma
nascida em 14 de dezembro de 1947, pro- filiou-se ao Partido dos Trabalhadores. Esta
vou ter “estrela” ao vencer a primeira dis- experiência favoreceu para que Lula, em
puta eleitoral de sua carreira, justamente seu primeiro mandato, a convidasse para
para Presidente do Brasil. assumir o Ministério de Minas e Energia.
Em 2005, tornou-se Ministra Chefe
da Casa Civil e sua visibilidade aumentou
Histórico consideravelmente. Resistiu a pressões in-
ternas e da oposição e tornou-se a pessoa
Na primeira eleição direta para Presi- de referência do governo Lula após o lan-
dente após a ditadura, Dilma, então resi- çamento do PAC.

RODOVIAS&VIAS
CAPA 30

REGIÃO
SUL Paraná
Beto Richa
3.039.774 votos
vitória no primeiro turno

santa catarina
Raimundo colombo
1.815.304 votos
vitória no primeiro turno

Rio grande do sul


tarso genro
3.416.460 votos
vitória no primeiro turno

RODOVIAS&VIAS
31
O BRASIL pós-ELEIÇoES

RIO GRANDE DO SUL


Tarso Genro (PT)
Tarso Fernando Herz Genro tem larga experiência
política e forte vocação social. Em seu governo, deve
dar ênfase às questões ligadas ao atendimento das po-
pulações mais pobres. Gaúcho de São Borja, advogado,
63 anos, formado em Direito pela Universidade Federal
de Santa Maria, começou a carreira política em 1968,
como Vereador em Santa Maria pelo MDB. No início da
década de 1980, foi porta-voz do Partido Revolucioná-
rio Comunista (PRC). Foi Deputado Federal, Vice-Prefei-
to e Prefeito de Porto Alegre por duas vezes. No Gover-
no Federal, presidiu o Conselho de Desenvolvimento
Econômico e Social, foi Ministro da Educação (substi-
tuindo Cristovam Buarque), Ministro das Relações Ins-
titucionais e Ministro da Justiça (substituindo Márcio
Thomaz Bastos).

Metas:
-Promover a duplicação, qualificação e implantação de rodovias estaduais, como a RS-389 e a RS-344.
-Melhorar as travessias urbanas, revitalizar portos e hidrovias, conservar e expandir a malha
ferroviária do estado.
-dar Apoio técnico aos municípios, por meio de financiamento do Banco Mundial (BIRD), para oferecer
informações técnicas de restauração e manutenção de rodovias.

santa catarina
Raimundo Colombo (dem)

João Raimundo Colombo, homem público experien-


te, deve fazer um governo voltado ao desenvolvimento
econômico e social de Santa Catarina. Natural de Lages,
região serrana, tem 55 anos e é empresário rural. Foi Di-
retor Administrativo das Telecomunicações de Santa Ca-
tarina, Diretor-Presidente das Centrais Elétricas de Santa
Catarina (Celesc), Presidente da Companhia Catarinense
de Águas e Saneamento (Casan) e Secretário de Estado
para o Desenvolvimento da Região Serrana no gover-
no Jorge Bornhausen. Foi eleito Deputado Estadual em
1987, Deputado Federal em 1998, Prefeito de Lages três
vezes e Senador em 2006.

Metas:
- Ampliar a Via Expressa que chega à capital.
- Viabilizar o novo Aeroporto Internacional de Florianópolis.
- Estabelecer, numa parceria com a gestão municipal, um anel viário em torno da região central da capi
tal, permitindo um fluxo mais rápido.

RODOVIAS&VIAS
CAPA 32

paraná
Beto Richa (psdb)

Carlos Alberto Richa, paranaense de Londri-


na, é engenheiro civil. Tem 45 anos e é filho do
ex-Governador José Richa. Deve fazer uma ad-
ministração voltada à recuperação econômica
do estado, que perdeu posição depois de qua-
se oito anos no comando de Roberto Requião.
Foi Vereador em Curitiba, Deputado Estadual,
Vice-Prefeito da capital e Prefeito por duas vezes
(apontado em oito ocasiões como o melhor pre-
feito do Brasil).

Metas:
- criar um sistema de transporte e logística com alta eficiência.
- Fazer com que o transporte de passageiros e de cargas seja seguro e ágil.
- Ampliar a capacidade aeroportuária paranaense, adequar os portos às demandas do comércio exterior
e ligar por duto o Norte/Noroeste do Paraná ao Porto de Paranaguá.

RODOVIAS&VIAS
33 O BRASIL pós-ELEIÇoES

REGIÃO
Sudeste
minas gerais
Antonio anastasia
6.275.520 votos
vitória no primeiro turno

espírito santo
Renato
Casagrande
1.502.070 votos
vitória no primeiro turno

rio de janeiro
são paulo Sérgio cabral
5.217.972 votos
geraldo alckmin vitória no primeiro turno
11.519.314 votos
vitória no primeiro turno

RODOVIAS&VIAS
CAPA 34

são paulo
Geraldo Alckmin (psdb)
Geraldo José Rodrigues Alckmin Filho é administra-
dor experiente e deve repetir o estilo tucano de adminis-
trar, com grande aprovação dos paulistas desde Franco
Montoro, passando por Mário Covas, o próprio Alckmin
e José Serra. Governos de resultados, com grande im-
pulso ao desenvolvimento e grande espaço para a ini-
ciativa privada. É médico, tem 58 anos, paulista de Pin-
damonhangaba, foi Vereador e Prefeito de sua cidade
pelo MDB. Foi um dos fundadores do PSDB. Deputado
Estadual em 1982, Deputado Federal por dois mandatos
e Vice-Governador de Mário Covas em 1994 e 1998. Com
o agravamento da doença de Covas, em 2001, assumiu
o governo, sendo eleito Governador em 2002. Em 2006,
foi candidato à Presidência da República, derrotado por
Lula.

Metas:
- Ampliar a rede de metrô, trens metropolitanos e corredores de ônibus, dando sequência
ao plano Expansão São Paulo.
- Fortalecer e melhorar os aeroportos sob administração do estado.
- Ampliar e avançar a modernização na malha rodoviária.

rio de janeiro
Sérgio Cabral (PMDB)

Sérgio de Oliveira Cabral Santos Filho fez um primeiro


mandato marcado pelo combate à marginalidade, com
resultados expressivos. Aliado político do Partido dos
Trabalhadores, tem a difícil missão de organizar a princi-
pal sede da Copa do Mundo de 2014 e dos Jogos Olím-
picos de 2016. A cidade do Rio de Janeiro vive clima de
“guerra civil”, com assaltos em massa, arrastões e duelos
entre traficantes. Jornalista, 47 anos, nasceu no Rio de Ja-
neiro. Deputado Estadual com três mandatos, Presidente
da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro, eleito Sena-
dor em 2002 e Governador em 2006.

Metas:
- Asfaltar, até 2014, pelo menos 8.500 ruas na Baixada Fluminense, em São Gonçalo e Itaboraí.
- Melhorar o sistema rodoviário do estado.
- Concluir as obras do Arco Metropolitano do Rio de Janeiro.

RODOVIAS&VIAS
35 O BRASIL pós-ELEIÇoES

Minas gerais
Antonio Anastasia (PSDB)
Antonio Augusto Junho Anastasia é considerado um
técnico competente. Na prática, governou com Aécio no
segundo mandato. Deve manter a eficiência na adminis-
tração do estado e os principais programas do governo
estadual. Advogado e professor universitário, 49 anos,
nasceu em Belo Horizonte. Foi Secretário Estadual de
Cultura, Secretário Estadual de Recursos Humanos e Ad-
ministração, e Presidente da Fundação João Pinheiro. No
Governo Federal, foi Secretário Executivo do Ministério
do Trabalho e do Ministério da Justiça. No primeiro man-
dato de Aécio Neves, acumulou o cargo de Secretário de
Estado de Planejamento e Gestão com o de Secretário de
Estado de Defesa Social de Minas Gerais. Foi eleito Vice-
-Governador em 2006.

Metas:
- Dar continuidade ao Programa Caminhos de Minas, que pavimentará e aumentará a capacidade
de tráfego de rodovias que exercem papel integrador de regiões socioeconômicas interdependentes.
- Viabilizar prioridades logísticas regionais.
- Recuperar e desenvolver melhorias nas hidrovias e ferrovias, com criação de portos fluviais e construção
de ramal ferroviário.

espírito santo
Renato Casagrande (PSB)

José Renato Casagrande foi eleito prometendo erra-


dicar a pobreza no estado. Alinhado com Lula e Dilma,
deve cumprir um mandato voltado ao atendimento aos
mais carentes. Engenheiro florestal, 50 anos, nasceu em
Castelo, região sul do Espírito Santo. Foi Deputado Esta-
dual, Vice-Governador, Secretário Estadual de Agricultu-
ra, Deputado Federal, e Senador em 2006.

Metas:
- Articular com o Governo Federal e a iniciativa privada para duplicação de rodovias que cortam o estado.
- Construir novo aeroporto com maior capacidade de embarque de passageiros e de carga.
- Construir novos portos e uma ligação ferroviária nova, saindo pelo Sul do estado, que o integre à
malha nacional.

RODOVIAS&VIAS
CAPA 36

REGIÃO
CENTRO-OESTE
Mato Grosso
Silval Barbosa
759.805 votos
vitória no primeiro turno

goiás
Marconi Perillo
1.551.132 votos
vitória no segundo turno

mato grosso do sul


André Puccinelli
704.407 votos
vitória no primeiro turno

distrito federal
agnelo queiroz
875.612 votos
vitória no segundo turno

RODOVIAS&VIAS
37 O BRASIL pós-ELEIÇoES

mato grosso do sul


André Puccinelli (PMDB)
Mesmo eleito pelo PMDB, lidera a oposição ao PT no
Mato Grosso do Sul. Polêmico e corajoso, colocou em
dia as contas estaduais e deve fazer um segundo man-
dato voltado a obras de infraestrutura. Médico, nascido
em Viareggio, na Itália, tem 62 anos. Veio para o Brasil
com menos de um ano de idade. Sua família fixou-se
inicialmente em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, e
posteriormente em Curitiba, no Paraná, onde ele reali-
zou seus estudos. Foi Secretário Estadual da Saúde, De-
putado Estadual por dois mandatos, Deputado Federal
e duas vezes Prefeito de Campo Grande. Em 2006, foi
eleito Governador.

Metas:
- Construir novos aeroportos regionais.
- Construir duas novas ferrovias e ativar dois portos hidroviários.
- Dar continuidade à pavimentação de rodovias.

mato grosso
Silval Barbosa (PMDB)

Silval da Cunha Barbosa é bacharel em Direito e em-


presário. Tem 49 anos e nasceu em Borrazópolis, no Pa-
raná. Foi Prefeito de Matupá, no Mato Grosso, Deputado
Estadual em dois mandatos e Presidente da Assembleia
Legislativa do estado. Em 2006, foi eleito Vice-Governa-
dor de Blairo Maggi.

Metas:
- Manter e consolidar os programas “Estradeiro” e “Obras Públicas”.
- Ampliar a malha viária asfaltada e restaurar as estradas já pavimentadas, interligando
todos os municípios.
- Instrumentalizar a exploração de hidrovias e ferrovias.

RODOVIAS&VIAS
CAPA 38

goiás
Marconi Perillo (PSDB)

Marconi Ferreira Perillo Júnior vai governar o esta-


do pela terceira vez. Terá oposição articulada e muita
dificuldade no relacionamento com o Governo Federal.
Goiano de Palmeiras de Goiás, tem 47 anos. Foi Depu-
tado Estadual, Deputado Federal, Governador pela pri-
meira vez aos 35 anos, reeleito em 2002. Foi eleito Sena-
dor em 2006.

Metas:
- Revitalizar o sistema rodoviário do estado, recuperando as rodovias e implantando um
programa de manutenção permanente.
- Duplicar as rodovias estaduais que dão acesso aos destinos turísticos do estado, além de todas as rodovias
que saem de Goiânia.
- Concluir obras rodoviárias paralisadas ou inconclusas do estado.

Distrito Federal
Agnelo Queiroz (PT)

Nascido em Itapetininga, o médico, hoje com


52 anos, foi eleito Deputado Distrital na primeira
eleição para a Câmara Legislativa do Distrito Fe-
deral, em 1990, pelo PCdoB. Foi Deputado Fede-
ral por três mandatos e Ministro dos Esportes do
governo Lula entre 2003 e 2006, quando deixou
o governo para disputar uma vaga ao Senado e
ser derrotado por Joaquim Roriz. Em 2008, dei-
xou o PCdoB para filiar-se ao PT.

Metas:
- Fazer uma mudança estrutural no transporte público para diminuir o uso de transporte privado.
- Promover a criação de corredor exclusivo para ônibus, o bilhete único e a integração dos sistemas.
- Expandir o metrô e implantar o VLT (Veículo Leve sobre Trilhos) e o VLP (Veículo Leve sobre Pneus).

RODOVIAS&VIAS
39 O BRASIL pós-ELEIÇoES

REGIÃO
nordeste
ceará
Cid Gomes
2.436.940 votos rio grande do norte
vitória no primeiro turno
Rosalba Ciarlini
813.813 votos
vitória no primeiro turno

paraíba
Ricardo Coutinho
1.079.164 votos
vitória no segundo turno

pernaMbuco
Maranhão Eduardo Campos
Roseana Sarney 3.450.874 votos
1.459.792 votos vitória no primeiro turno
vitória no primeiro turno

alagoas
piauí Teotônio Vilela filho
Wilson Martins 712.789 votos
vitória no segundo turno
921.313 votos
vitória no segundo turno

sergipe
bahia
Marcelo Déda
537.223 votos
Jaques Wagner vitória no primeiro turno
4.101.270 votos
vitória no primeiro turno

RODOVIAS&VIAS
CAPA 40

bahia
Jaques Wagner (PT)

Amigo pessoal do Presidente Lula, recebeu grande


ajuda do Governo Federal no primeiro mandato, reali-
zando um extenso programa de obras de infraestrutu-
ra. Sua reeleição deve manter a Bahia na vanguarda dos
investimentos no Nordeste. Natural do Rio de Janeiro,
tem 59 anos. Técnico em manutenção (petroquímico)
e dirigente sindical na Bahia, foi Deputado Federal por
três mandatos, Ministro do Trabalho, Ministro das Rela-
ções Institucionais e coordenador político do governo
Lula. Em 2006, foi eleito Governador da Bahia.

Metas:
- Modernizar os equipamentos de infraestrutura e logística do estado como elemento
de integração territorial e de desenvolvimento econômico.
- Continuar a recuperação da malha rodoviária.
- Assegurar investimentos nos portos, aeroportos e na hidrovia do São Francisco, em parceria com o
Governo Federal e o setor privado.

sergipe
Marcelo Déda (PT)

Marcelo Déda Chagas é natural de Simão Dias e tem


50 anos de idade. Advogado, foi eleito Deputado Es-
tadual em 1986, Deputado Federal em 1994 e também
em 1998, tendo renunciado para assumir a Prefeitura da
capital sergipana. Prefeito de Aracaju de 2001 até 2006,
deixou o cargo para concorrer ao governo de Sergipe. Em
2004, foi reeleito prefeito de Aracaju. Renunciou ao man-
dato para disputar o governo do estado.

Metas:
- Dar continuidade à SE-100, sentido pelo litoral norte, e construir ponte sobre o rio São Francisco.
- Construir uma rodovia estadual que ligará os municípios de Itabaiana e Itaporanga D’Ájuda.
- Construir o sexto lote da duplicação da BR-101 em Sergipe.

RODOVIAS&VIAS
41 O BRASIL pós-ELEIÇoES

alagoas
Teotônio Vilela Filho (PSDB)

Teotônio Brandão Vilela Filho derrotou a coligação


Lessa-Collor, que tinha o apoio do Governo Federal, na
eleição mais acirrada da história de Alagoas. Filho do
Senador Teotônio Vilela, conhecido como “o Menestrel
de Alagoas”, Teotônio Vilela Filho, alagoano de Viçosa, é
economista e tem 59 anos. Com três mandatos de Sena-
dor, foi eleito pela primeira vez Governador de Alagoas
em 2006.

Metas:
- Duplicar as rodovias AL-101 e AL-220 e buscar a viabilização da duplicação da BR-101,
trecho que passa por Alagoas.
- Construir mais 150 km do Canal do Sertão.
- Implantar o Veículo Leve sobre Trilhos (VLT).

PERNAMBUCO
Eduardo Campos (PSB)

Eduardo Henrique Accioly Campos é considerado um


fenômeno eleitoral e seu governo tem altos índices de
aprovação. Aliado do PT, vai continuar realizando obras
de infraestrutura e um grande programa social no esta-
do. Economista, natural do Recife, tem 45 anos e é neto
do ex-Governador Miguel Arraes. Foi Secretário Estadual
da Fazenda, Deputado Estadual e Deputado Federal. Foi
também Ministro da Ciência e Tecnologia do governo
Lula. Em 2006, venceu as eleições para o governo de Per-
nambuco.

Metas:
- Concluir três unidades da Petroquímica Suape.
- Construir mais nove navios no estaleiro Atlântico Sul, consolidando a retomada da indústria
naval brasileira.
- Implantar mais um estaleiro.

RODOVIAS&VIAS
CAPA 42

PARAÍBA
Ricardo Coutinho (PSB)

Em seu governo, Ricardo Vieira Coutinho vai prio-


rizar a educação e deve conquistar espaço perante o
Governo Federal. Paraibano de João Pessoa, 50 anos,
farmacêutico, funcionário público e sindicalista, foi
Vereador, Deputado Estadual e Prefeito de João Pes-
soa duas vezes. Renunciou ao segundo mandato em
março deste ano para disputar o governo do estado.

Metas:
- Pavimentar 650 km de rodovias e recuperar 360 km.
- Reformar e modernizar o aeroporto Castro Pinto, além de viabilizar a aviação regional nos
aeroportos de Patos e Sousa.
- Construir o novo terminal rodoviário em João Pessoa e modernizar o terminal de Campina Grande.

CEARÁ
Cid Gomes (PSB)

Cid Ferreira Gomes, alinhado com o Governo Fede-


ral, deve repetir o bom desempenho, com grande aju-
da federal. Engenheiro civil, é natural de Sobral, irmão
do ex-Governador Ciro Gomes e tem 47 anos. Deputa-
do Estadual, foi Presidente da Assembleia Legislativa e
Prefeito de Sobral em dois mandatos. Em 2006 foi eleito
Governador do Ceará pela primeira vez.

Metas:
- Criar o Conselho Estadual de Logística e Transporte de Cargas e Passageiros.
- Elaborar um plano para aproveitamento dos portos de Fortaleza, Camocim, Acaraú,
Icapuí e Aracati, com fins de estímulo à indústria pesqueira.
- Implantar e restaurar rodovias, planejar a viabilização para contornos rodoviários, retirando
o tráfego pesado das cidades localizadas nos corredores produtivos.

RODOVIAS&VIAS
43 O BRASIL pós-ELEIÇoES

PIAUÍ
Wilson Martins (PSB)

Promete manter o ritmo de obras de infra-


estrutura iniciado por seu antecessor, de quem
era Vice-Governador. Terá grande ajuda do Go-
verno Federal. Wilson Nunes Martins é médico,
foi Deputado Estadual, Secretário de Desenvol-
vimento Rural, Vice-Governador e Governador
desde abril deste ano.

Metas:
- Construir e renovar a malha rodoviária do estado.
- Concluir a ferrovia Transnordestina, realização do Governo Federal com apoio do governo
do estado.
- Construir e modernizar as linhas de metrô.

Rio grande do norte


Rosalba Ciarlini (DEM)

Rosalba Ciarlini Rosado vai governar o es-


tado fazendo oposição ao Governo Federal, na
contramão dos estados nordestinos. Médica
pediatra, natural de Mossoró, tem 58 anos. Foi
por três vezes Prefeita de Mossoró e também
foi Senadora.

Metas:
- Promover gestões em parceria com o Governo Federal e a iniciativa privada com a finalidade
de implantar, reativar, ampliar e modernizar a malha ferroviária do estado.
- Definir e implantar uma política efetiva de melhoria da rede de aeroportos regionais, estruturando
um setor responsável por sua gestão.
- Estabelecer um plano executivo de implantação e manutenção de rodovias estaduais.

RODOVIAS&VIAS
CAPA 44

maranhão
Roseana Sarney (PMDB)

Roseana Sarney Murad conseguiu manter a oligar-


quia que comanda o Maranhão há quase meio século.
Socióloga natural de São Luís, tem 47 anos e é filha do
ex-Presidente José Sarney. Foi Deputada Federal e Se-
nadora. Eleita Governadora em 1994, reeleita em 1998
e derrotada em 2006, assumiu o governo em 2009 com
a cassação de Jackson Lago.

Metas:
- Ampliar a malha rodoviária estadual pavimentada.
- Construir e melhorar eixos estruturais de transporte de passageiros e escoamento
da produção agrícola.
- Implantar programa de melhoria dos serviços de transporte intermunicipal de passageiros.

RODOVIAS&VIAS
45 O BRASIL pós-ELEIÇoES

REGIÃO
norte
roraima
José de Anchieta
107.466 votos
vitória no segundo turno amapá
Camilo Capiberibe
170.277 votos
vitória no segundo turno

Amazonas
Omar Aziz
943.955 votos
vitória no primeiro turno

acre
Tião Viana
170.202 votos
vitória no PRIMEIRO turno pará
Simão Jatene
1.860.799 votos
rondônia vitória no segundo turno
Confúcio Moura
422.707 votos tocantins
vitória no segundo turno
Siqueira Campos
349.592 votos
vitória no primeiro turno

RODOVIAS&VIAS
CAPA 46

TOCANTINS
Siqueira Campos (PSDB)

Um visionário que ajudou a criar o estado e construir


sua capital, Palmas, José Wilson Siqueira Campos agora
se prepara para governar o estado pela quarta vez. Ad-
minstrador competente e eficaz, é o Governador mais
velho do país, com 82 anos. Agricultor, natural de Crato,
no Ceará. Foi Vereador, Deputado Federal por Goiás em
cinco mandatos. Liderou a criação do estado de Tocan-
tins e foi eleito seu primeiro Governador.

Metas:
- Restaurar e construir rodovias e pontes.
- Construir eclusas na hidrovia Tocantins-Araguaia para aumentar seu potencial de transporte.
- Viabilizar a implantação da ferrovia Leste-Oeste.

PARÁ
Simão Jatene (PMDB)

Simão Robison Oliveira Jatene pertence ao grupo


político de Jáder Barbalho e derrotou a candidata do
PT. Deve promover uma reaproximação com o Gover-
no Federal. Economista e professor universitário, tem
61 anos. Foi Secretário do Planejamento do estado,
Secretário-Geral do Ministério da Previdência e do Mi-
nistério da Reforma Agrária. Foi Governador do Pará
entre 2002 e 2006.

Metas:
- Recuperar e ampliar a malha viária.
- Expandir programas de asfaltamento das vias urbanas em todas as regiões do Pará.
- Construir e melhorar os aeródromos, portos e terminais hidroviários municipais.

RODOVIAS&VIAS
47
O BRASIL pós-ELEIÇoES

AMAPÁ
Camilo Capiberibe (PSB)

Considerado azarão, Carlos Camilo Góes


Capiberibe venceu na esteira das denúncias
envolvendo seu adversário, o Governador atu-
al. Deve buscar aproximação com o Governo
Federal. Bacharel em Direito, 38 anos, nasceu
no Chile, durante exílio dos pais. Filho do ex-
-Governador João Capiberibe e da deputada
Janete Capiberibe, é Deputado Estadual e foi
candidato a Prefeito de Macapá.

Metas:
- Pavimentar o trecho sul da BR-156 até Laranjal do Jari.
- Pavimentar o trecho norte da BR-156 até Oiapoque.
- Aumentar a capacidade no porto de Santana.

AMAZONAS
Omar Aziz (PMN)

De ex-aliado a adversário de Alfredo Nas-


cimento, Omar José Abdel Aziz deve gover-
nar o estado com pouca ajuda federal. Natu-
ral de São Paulo, tem 52 anos. Foi Vereador,
Vice-Prefeito de Manaus duas vezes e Vice-
-Governador. Assumiu o governo em março
de 2010.

Metas:
- Construir novos portos e proceder à melhoria das hidrovias dos rios Madeira, Solimões e Amazonas.
- Fazer a manutenção, modernização, legalização e homologação de aeroportos no interior.
- Duplicar a AM-070, a partir da ponte sobre o rio Negro, e da AM-010, entre Manaus e Itacoatiara, além de
asfaltar 700 km de estradas vicinais no interior.

RODOVIAS&VIAS
CAPA 48

RORAIMA
José de Anchieta (PSDB)

A vitória de José de Anchieta Júnior só se confir-


mou quando foram abertas as três últimas seções
eleitorais, no segundo turno. Cearense de Jaguaribe,
engenheiro civil, tem 45 anos. Foi Presidente do Con-
selho Rodoviário Estadual, membro do Comitê Ges-
tor para Assuntos Fronteiriços, Secretário Estadual de
Infraestrutura e Vice-Governador. Assumiu o governo
com a morte do Governador Otomar Pinto, em 2007.

Metas:
- Concluir as restaurações das rodovias BR-174, no trecho entre a divisa com o Amazonas e
Caracarai, e BR-210, trecho São João da Baliza-Novo Paraíso.
- Iniciar a restauração da BR-174 entre Boa Vista e a fronteira com a Venezuela.
- Construir a BR-432 entre Vila Central e Vila Felix Pinto.

acre
Tião Viana (PT)

Sebastião Afonso Viana Macedo Neves é ex-


periente e deve fazer um bom mandato, com
grande ajuda federal. Médico, natural de Rio
Branco, tem 49 anos. Senador com dois manda-
tos.

Metas:
- Pavimentar todas as vias urbanas do Acre.
- Melhorar os ramais agrícolas.
- Concluir a BR-364 entre Rio Branco e Cruzeiro do Sul.

RODOVIAS&VIAS
49 O BRASIL DEPOIS DAS ELEIÇOES

RONDÔNIA
Confúcio Moura (PMDB)

Experiente, do mesmo grupo político


do ex-Governador e Senador Valdir Raupp.
Recebeu o apoio do PT no segundo tur-
no e vai governar com forte apoio federal.
Médico, 62 anos, foi três vezes Deputado
Federal e Prefeito de Ariquemes por dois
mandatos.

Metas:
- ESTABELECER Parceria com prefeituras para gestão e estrutura dos espaços urbanos e
elaboração de plano diretor.
- garantir acessibilidade em estruturas públicas novas e adaptação de espaços existentes.

(Não disponível)

RODOVIAS&VIAS
50

São Paulo-Brasília
Conheça em detalhes a ligação rodoviária entre duas das mais
importantes cidades brasileiras. Uma viagem de contrastes até o coração
do Brasil.
Fotos: Rodovias & Vias

Brasília
a capital federal

São Paulo
a maior metrópole do país

N esta edição, Rodovias&Vias leva


você a uma viagem entre a maior
metrópole do país, São Paulo, e a capital
e a rodovia oferece pista simples.
Do ponto de vista da geopolítica, não é
diferente. A viagem começa por São Paulo,
federal, Brasília. Fazer este percurso é, an- a cidade mais rica do país, que concentra
tes de tudo, didático, do ponto de vista ro- boa parte do PIB brasileiro, com seus exu-
doviário, porque é absurdamente notório berantes edifícios, sua vasta malha urbana
o contraste entre os três principais cená- e seu trânsito caótico. O trecho entre São
rios: o estado rico (São Paulo), que não tem Paulo e Campinas, os dois maiores polos
medo da concessão e do pedágio, onde as econômicos do Brasil, onde está um diver-
rodovias são absolutamente fantásticas; o sificado parque industrial, pode ser feito
triângulo mineiro, a pujante região agro- por duas rodovias que impressionam pela
pecuária de Minas Gerais, onde a rodovia é quantidade de viadutos, acessos, ponti-
duplicada, porém modesta; e o interior de lhões, câmeras de segurança e tráfego in-
Goiás, onde o desenvolvimento é precário tenso.

RODOVIAS&VIAS
51

No início, duas opções

A ligação rodoviária entre São Paulo e


Brasília tem um total de 1.018 km, sendo
585 km em pista dupla e até tripla (Rodovia
dos Bandeirantes) e 433 km em pista sim-
ples (BR-050 entre Uberlândia e Brasília).
No estado de São Paulo, entre a capital Em Limeira (km 148), a Anhanguera
e o município de Limeira, é possível utilizar passa a ser a única opção, mas a rodovia
o sistema Anhanguera-Bandeirantes, duas segue pedagiada, com pista dupla e ex-
rodovias com traçados paralelos. Pode-se celentes condições, até próximo da divisa
viajar ora por uma rodovia, ora por outra, com o estado mineiro, no km 449,8. A BR-
já que há inúmeras ligações entre as duas. 050, mantida pelo Governo Federal, tem
Ambas são pedagiadas e estão no topo da início na divisa São Paulo-Minas Gerais (km
lista das melhores rodovias brasileiras, com 450,1) e segue pelo triângulo mineiro mais
múltiplas pistas de pavimento perfeito, ex- 135 km em pista dupla, passando por Ube-
celente sinalização, iluminação, viadutos raba e chegando a Uberlândia (km 585).
para transposição, estações de controle Os 300 km da BR-050 entre Uberlândia
de tráfego e câmeras de monitoramento, (MG) e a cidade de Cristalina, em Goiás,
comunicação com cabos de fibra ótica, tem pista simples, bem como os 133 km
telefones de emergência e tudo o que se entre Cristalina e Brasília, onde a BR-050,
pode esperar de uma rodovia de primeiro que liga Brasília a São Paulo, tem trecho
mundo. Há equipes disponíveis para pres- coincidente com a BR-040, que liga Brasília
tar socorro mecânico, incluindo guinchos e ao Rio de Janeiro. Nesses trechos, a rodovia
serviços de primeiros socorros com ambu- apresenta boas condições de pavimento,
lâncias. com sinalização um pouco deficiente.

RODOVIAS&VIAS
Foto: Rodovias & Vias RODOVIAS 52

Rodovia dos Bandeirantes


A SP-348 (Rodovia dos Bandeirantes) é consi-
derada uma das rodovias mais bem conservadas
do país, classificando-se há vários anos na primeira
posição do ranking da pesquisa rodoviária, realizada
anualmente pela Confederação Nacional do Trans-
porte (CNT).
Ela foi inaugurada em 28 de outubro de 1978
pelo então Presidente Ernesto Geisel e pelo Gover-
nador Paulo Egídio Martins. Seu nome é uma ho-
menagem aos bandeirantes que desbravaram o
interior do Brasil a partir do litoral do estado de São
Paulo.
Construída com base em um projeto moderno
(ela é uma das primeiras rodovias com seis faixas no
Brasil), a rodovia liga a capital de São Paulo à rodovia
Washington Luis. Desde 1998, sua administração
está concedida à Autoban, que construiu mais 78
km com acesso à rodovia Washington Luis (no km
168) e à rodovia Anhanguera (no km 173), para Ara-
ras e Ribeirão Preto.

Foto: Rodovias & Vias


Rodovia Anhanguera

Começa no km 11, ainda no bairro da Lapa, na


capital paulista, e vai até o km 453, em Igarapava,
próximo à divisa com Minas Gerais. É denominada
SP-330 e liga São Paulo, Campinas, Ribeirão Preto e a
divisa com o estado mineiro.
É administrada pelas concessionárias Autoban
(do km 11 ao km 158,5), Intervias (do km 158,5 ao
km 240,5), Autovias (do km 250,5 ao km 318,5) e Via-
norte (do km 318,5 ao km 450,1).
As concessionárias executam serviços de obras
e melhoramentos em vias marginais, faixas adicio-
nais, passarelas, sinalizações, recapeamentos, ilumi-
nação.

RODOVIAS&VIAS
53 mercado

Brazil Road Expo trará novidades


Feira promete aquecer o setor da construção pesada.

A primeira edição da Brazil Road Expo


terá 150 expositores nacionais e in-
ternacionais entre os dias 4 e 6 de abril de
temas desde a concepção (projeto) até a
conservação e manutenção de vias e rodo-
vias. “O segmento de pavimentação estava
2011, no Expo Center Norte, em São Pau- carente de um evento desse porte. A Bra-
lo. Serão apresentadas novas soluções em zil Road Expo reunirá toda a comunidade
sistemas e métodos para construção e in- técnica e as mais avançadas tecnologias
fraestrutura de vias e rodovias. A feira ser- disponíveis no mundo”, ressalta o executi-
virá também como um grande ponto de vo, que já comemora os resultados iniciais
encontro de especialistas, empresários e e credita tal sucesso à carência que existia
autoridades. no mercado: “Identificamos essa lacuna e
lançamos um evento único, com objetivo
de fomentar o mercado de infraestrutura
Perspectivas do mercado e possibilitar a melhoria de todo o sistema
viário e rodoviário nacional. A estratégia foi
Parte considerável das ligações inte- correta e já estamos colhendo os resulta-
rurbanas no país, mesmo em regiões de dos.”
grande demanda, ainda se dá por estradas
de terra ou estradas com pavimentação
quase inexistente. A maioria das rodovias Brazil Road Expo 2011
do país que se encontram em boas condi-
ções fazem parte de concessões à iniciativa
privada; assim, embora apresentem óti-

Foto: Divulgação
ma qualidade, estão sujeitas a pedágios.
Alguns especialistas até dizem que o Bra-
sil vive um “novo milagre” econômico. As
perspectivas para os próximos anos confir-
mam todo esse otimismo. O aquecimento
da construção civil, da indústria automo-
bilística, além dos anúncios da Copa do
Mundo de 2014 e das Olimpíadas de 2016,
faz com que diversos projetos e programas
sejam prioritários .
De acordo com o Diretor da Brazil
Road Expo, o engenheiro Guilherme Ra-
mos, a feira será um evento que abordará

O Superintendente da Quartier Feiras,


organizadora do evento, Aldair Colom-
bo, explica que a Brazil Road surge como
um evento inédito no país e vai fomentar
a indústria de infraestrutura viária e rodo-
viária, além de promover o acesso às mais
modernas tecnologias em equipamentos,
produtos e serviços. “A iniciativa desta feira
é apresentar novas soluções em sistemas e
métodos para construção e infraestrutura
Foto: Divulgação

de vias e rodovias, além de trazer inova-


ções e tendências mundiais em equipa-
mentos, produtos e serviços e promover
a transferência de tecnologia entre expo-
sitores, visitantes e congressistas”, explica.

RODOVIAS&VIAS
54

Anuncio

RODOVIAS&VIAS
55

CNI

RODOVIAS&VIAS
56
Foto: Rodovias & Vias

As vergonhas de
Congonhas
Um texto escrito em 1976 sobre o aeroporto de Congonhas
(“Aeroporto de Congonhas, uma, duas, várias vergonhas”), por
Carlos Eduardo Novaes, inspirou o título desta reportagem.
Desde o início de sua história, em 1935, o aeroporto só fez
aumentar os problemas para os moradores dos bairros próximos.
Barulho, poluição e falta de segurança, que já causou estragos
e ceifou vidas. Passados 75 anos, as perspectivas de uma
solução real e efetiva parecem sumir sob o som ensurdecedor
das turbinas.

RODOVIAS&VIAS
57

Avenida dos Bandeirantes, SP.


RODOVIAS&VIAS
AEROPORTOS 58

S ão mais de 500 movimentos de ae-


ronaves, em média, todos os dias,
subindo ou descendo sobre as cabeças de
resultando na morte de 99 pessoas.
Em 17 de julho de 2007, morreram 199
pessoas no acidente com o voo 3054, tam-
milhares de pessoas que vivem nos bairros bém da TAM. O avião não conseguiu frear
que circundam o aeroporto de Congo- na pista, atravessou a Avenida Washington
nhas, localizado na zona sul de São Paulo. Luis e chocou-se com o prédio da própria
Segundo dados da Empresa Brasileira companhia aérea e com um posto de ga-
de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero), solina, explodindo em seguida. O acidente
somente em 2009 foram mais de 193 mil é considerado um dos maiores da aviação
movimentos de aeronaves no aeroporto, aérea brasileira.
o que dá uma média diária de 529 aviões. Após diversos incidentes ocorridos
Se dividirmos este número pelas horas de entre 2006 e 2007, que culminaram com
funcionamento do aeroporto – das 6h às a tragédia do voo 3054, o Ministério Públi-
23h –, são 31 aviões por hora decolando co Federal chegou a publicar uma nota de
ou aterrissando, o que nos leva a outro nú- esclarecimento, assinada pelo Procurador
mero: um avião a cada dois minutos. Regional da República na 3º Região (São
Imagine conviver com um barulho Paulo), Sérgio Monteiro Medeiros, na qual
de turbina a cada dois minutos, que pode fazia um alerta sobre o perigo de acidentes
atingir até 140 decibéis, um som muito aci- no aeroporto, sobretudo em dias chuvo-
ma do que o ouvido humano é capaz de sos, devido a problemas de drenagem da
suportar sem sofrer danos – o limite con- pista de aterrissagem.
siderado seguro pela
Organização Mun-
dial da Saúde (OMS)
é de 55 decibéis.
Mas o problema
do barulho que tan-
to incomoda os mo-
radores dos bairros
próximos é apenas
um. Existem outros,
como as filas, a de-
mora no atendimen-
to, atrasos ou cance-
lamentos de voos, e
o pior deles: a segu-
rança questionável.
Basta lembrar dois
acidentes que resul-
taram em centenas
de mortes e muita
dor para os familia-
res que perderam
seus entes queridos.
Em um deles, ocorri-
do no dia 31 de ou-
tubro de 1996, um
avião Fokker 100 da
companhia aérea
TAM caiu minutos
depois da decola-
gem, atingiu dois
prédios e sete casas,

RODOVIAS&VIAS
59 As vergonhas de congonhas

Foto: Divulgação
O pior acidente da história de Congonhas
2.

1.
3.

Sonhando acordados
Após o acidente com o voo 3054, fo- cil solução, que seria o de realocar os voos
ram feitos trabalhos para melhoria da pista dos horários que deixariam de ter operação
principal e, desde 2007, a segurança dos – atualmente, o aeroporto funciona das 6h
pousos parece ter melhorado. Ainda assim, às 23h e, com a redução, o funcionamento
o problema do barulho segue sem solução seria das 7h às 22h.
para os moradores do entorno. O pedido de redução do horário de
Para tentar encontrar alguma solução, funcionamento do aeroporto, segundo a
o Ministério Público Federal criou um gru- Assessoria de Imprensa da Agência, é por
po de trabalho para fazer um acompanha- causa do barulho das aeronaves.
mento de 15 dias na região (iniciado na Em parte, a administração da cidade
segunda quinzena de outubro) a fim de de São Paulo também é responsável pelo
avaliar os níveis da poluição sonora. problema de longa data. Com o passar dos
Enquanto a Associação dos Moradores anos, a urbanização desenfreada ao redor
do Entorno do Aeroporto pede a instala- da área permitiu a ocupação de um local
ção de janelas antirruído e abafadores de onde o barulho já existia. Fica difícil acre-
ruídos em casas e apartamentos vizinhos ditar que um Plano Diretor Municipal per-
ao Congonhas, a Prefeitura Municipal de mitisse a construção de edifícios na rota
São Paulo e a Agência Nacional de Aviação das aeronaves, a menos que tenha sido
Civil (Anac) seguem no impasse sobre o desrespeitado, ou ignorado, tanto pela ad-
horário de funcionamento do aeroporto. ministração municipal quanto pelo setor
Segundo a assessoria de imprensa da imobiliário. Ou seja, a agência reguladora
Anac a Prefeitura de São Paulo pede uma não pode alterar os horários, pois não tem
mudança no horário de funcionamento como reprogramá-los; ao mesmo tempo,
do aeroporto, por uma demanda dos mo- a Prefeitura Municipal não tem poder para
radores. Entretanto, para a Anac, reduzir tal mudança, e os moradores terão de conti-
o número de horas de funcionamento do nuar acordados até as 23h todos os dias, so-
aeroporto traria outro problema de difí- nhando com uma solução para o impasse.

RODOVIAS&VIAS
AEROPORTOS 60

“O tamanho original da pista principal


Estrutura é de 1.890 m; no entanto, o tecnicamente
utilizado é de 1.790 m para decolagem e
Apesar de tantos problemas aparen- 1.660 m para pouso. Desta forma, a Anac
tes, o aeroporto de Congonhas não é o colocou teoricamente a pista em padrões
único instalado dentro de cidade. No Rio melhores, definindo áreas de clearway e
de Janeiro, por exemplo, o aeroporto San- stopway (áreas de escape), melhorando
tos Dumont fica próximo ao Centro, mas os parâmetros de distâncias de acelera-
a posição de suas pistas (menores que as ção e parada, que são definições para cál-
de Congonhas) paralelas à área habitada culos de rejeição de decolagem, e isto é
evita colisões das aeronaves em prédios seguido pelas empresas sem problemas.
ou casas em caso de acidentes em pousos A teoria ficou boa, mas, na prática, é coi-
ou decolagens. As cabeceiras das pistas do sa para ‘inglês ver’. Isso foi uma forma de
aeroporto carioca terminam nas águas da diminuir o peso das aeronaves. Uma pista
Baía de Guanabara. teoricamente menor impõe um limite de
Uma das equipes da Rodovias&Vias peso menor às aeronaves, o que gera mais
conversou com um piloto de uma impor- segurança para as manobras”, comentou o
tante companhia aérea brasileira. O profis- piloto.
sional da aviação, que preferiu não se iden- As mudanças ocorreram após a tragé-
tificar, alertou para questões relacionadas dia de julho de 2007. O reforço no asfalto
às pistas de Congonhas. “Em nenhum lu- da pista, considerada extremamente es-
gar do mundo vemos um aeroporto com corregadia em dias de chuva, “praticamen-
um posto de gasolina em cada lado das te um sabão”, nas palavras do piloto, além
pistas, apenas esperando um acidente de ter demorado muito para acontecer,
acontecer. No final das cabeceiras de Con- não resolveu. “Foi uma obra feita por uma
gonhas, houve por muitos anos outro pos- empresa sem histórico de obras para avia-
to (além do que colaborou com a tragédia ção, e o resultando final está entre ruim e
do voo 3054), que fechou apenas por ter satisfatório”, conclui.
ido à falência”, recorda o piloto.

RODOVIAS&VIAS
61 As vergonhas de congonhas

Um pouco de história

O nome do bairro, emprestado ao ae-


roporto de São Paulo, é uma homenagem
ao Visconde de Congonhas do Campo, Lu-
cas Antônio Monteiro de Barros, primeiro
governante da Província de São Paulo após
a proclamação da independência do Brasil.
O primeiro estudo de viabilidade do
aeroporto foi feito em 1935, e a área foi
escolhida por suas características naturais
de visibilidade e drenagem. Em 1936, o Go-
verno de São Paulo adquiriu o terreno. Já
em 1957, o aeroporto de Congonhas tor-
nava-se o terceiro do mundo em volume
de carga aérea, perdendo apenas para os
aeroportos de Londres e Paris.
No entanto, ao lado de seu sucesso, as
críticas também chegaram há tempos.
ANUNCIO
Visconde de Congonhas do Campo,
Na crônica inspiradora do título desta Lucas Antônio Monteiro de Barros.
reportagem, de Carlos Eduardo Novaes,
já era apontada a preocupação com a se-
gurança: “O aeroporto de Congonhas é
um digno exemplo do milagre brasileiro.
É realmente um milagre que no local ain-
da não tenha havido um acidente de pro-
porções supersônicas. O aeroporto está
condenado desde o Congresso Brasileiro
Aeronáutico, realizado em 1958”, dizia o
escritor logo no início de seu texto discre-
tamente irônico. Quantos anos mais serão
necessários para que as vergonhas de Con-
gonhas sejam apagadas é a pergunta que
fica no ar.

RODOVIAS&VIAS
62

Período de seca prejudica


navegabilidade nas hidrovias
Bacia Amazônica sofre com o período de estiagem, registrando o menor
índice em 108 anos.
Foto: Rodovias & Vias/ Oberti Pimentel

Porto da Manaus Moderna.

RODOVIAS&VIAS
63

O baixo nível nos rios do Amazonas


tem prejudicado o transporte pelas
hidrovias e preocupa indústrias que utili-
O terminal de Santarém apresenta van-
tagens logísticas, realizando embarques
de aproximadamente um milhão de to-
zam a região para escoar a produção. No neladas de grãos ao ano. O custo de trans-
último dia 25, o rio Negro atingiu o menor porte pela hidrovia é consideravelmente
nível já registrado na capital amazonense, menor, e a região Norte encontra-se mais
com apenas 13,63 m no porto de Manaus. próxima de destinos europeus. Dessa for-
A Agência Nacional de Águas (ANA) ma, a medida tomada encarece o custo de
havia alertado para o fato de que a região exportação.
enfrentaria a maior seca dos últimos anos. Segundo a assessoria de imprensa da
O nível do Solimões alcançou a marca de Cargill, a quantidade transportada atual-
-88 cm (88 cm abaixo do número zero da mente pelo rio Madeira representa apenas
régua instalada no leito do rio) no dia 11 de 20% do total transportado no mesmo pe-
outubro, registrando vazantes históricas ríodo do ano passado. Em tempos chuvo-
durante todo o ano. Esse fator influencia sos, cerca de 95% da exportação chega ao
diretamente no volume de água dos de- terminal pela hidrovia.
mais rios da região, como o rio Madeira, Para o Superintendente de Usos Múl-
também no Amazonas, que atingiu o me- tiplos da ANA, Joaquim Gondim, um dos
nor índice dos últimos 40 anos. fatores que causou a situação atual foi o
volume de chuva abaixo da média em ou-
tros países amazônicos, como Bolívia, Co-
lômbia, Equador, Peru e Venezuela, onde
se encontram as cabeceiras de afluentes
do rio Amazonas.

“ Os rios da região têm papel fundamen-


tal para o transporte de cargas e passa-
geiros, além do abastecimento de alimen-
tos, medicamentos e combustíveis. “
Joaquim Gondim
Superintendente de Usos Múltiplos da ANA
Foto: Rodovias & Vias

Beber, nem pensar


A população local também sofre
com os efeitos da seca, sendo necessá-
Muitas empresas, como, por exemplo, ria ajuda humanitária de outros estados
a Cargill (produtora e comercializadora in- com doações de suplementos. “Os rios
ternacional de produtos e serviços alimen- da região têm papel fundamental para
tícios, agrícolas, financeiros e industriais), o transporte de cargas e passageiros,
dependem do transporte hidrográfico além do abastecimento de alimentos,
para escoamento da produção. A soja pro- medicamentos e combustíveis. Essa
duzida no Centro-Oeste iria até o terminal população também percorre grandes
de exportação em Santarém, no Pará; po- distâncias para obter água de boa qua-
rém, com os baixos índices registrados no lidade, porque, com a estiagem, a água
de grande parte dos rios fica imprópria
nível dos rios, as empresas foram obriga-
para consumo humano”, afirma Gon-
das a remanejar parte da carga para os por-
dim.
tos da região Sul.

RODOVIAS&VIAS
educação 64

Pintando o
caminho
Programa de Educação Ambiental que envolve as obras na rodovia
Cuiabá-Santarém contou com a participação de crianças por meio de
concurso de desenho.

..

A o longo de 800 km de obras na BR-


163, no Pará, estudam milhares de
crianças. Mais de 8 mil destas, estudantes
do 1.º ao 5.º ano do Ensino Fundamental,
participaram do concurso de desenho que
teve como tema a própria rodovia.
A área de influência da rodovia englo-
ba 73 escolas, e todas tiveram desenhos pesquisadora do Programa de Educação
concorrendo. Cada escola elegeu dez tra- Ambiental (que promoveu o concurso),
balhos para participar da fase final. Renata Eckhardt. “Os desenhos foram sele-
A escolha dos cinco desenhos ven- cionados e avaliados por sua criatividade,
cedores foi feita por comissão composta harmonia e coerência com o tema propos-
de um artista plástico, uma professora de to”, afirmou Renata.
Educação Artística e uma professora de Bicicleta, câmera digital, aparelho de
séries iniciais com especialização em Psico- DVD, karaokê e alguns brinquedos foram
pedagogia. Todos foram convidados pela os prêmios dos vencedores.

RODOVIAS&VIAS
65 pintando o caminho

..

..

..

..

RODOVIAS&VIAS
66

Uma avenida com vida própria


Avenida Cristiano Machado, em Belo Horizonte, passa por mudanças.

C onstruída no início da década de


70, a Avenida Cristiano Machado
é uma das principais vias de Belo Hori-
zonte, capital de Minas Gerais, e a mais
importante no acesso à região norte da
cidade e ao Aeroporto Internacional Tan-
credo Neves. Integra a chamada Linha
Verde, via expressa que liga o Centro ao
terminal aeroviário. Sua extensão é de
aproximadamente 12 km, conta com
cinco estações de metrô e fluxo diário de
80 mil veículos. Devido ao grande tráfe-
go, a avenida é a campeã em colisões na
cidade. Segundo o Batalhão de Trânsito
da Polícia Militar, em 2009 ocorreram
mais de 2 mil acidentes, com aproxima-
damente 800 vítimas entre mortos e fe-
ridos.

Obras para o Mundial


Como resultado de um convênio
entre a Prefeitura de Belo Horizonte e
o Governo do estado de Minas Gerais,
com vista a receber as partidas da Copa
do Mundo de 2014, a Cristiano Macha-
do receberá obras de infraestrutura. Em
outubro, foram instalados mais quatro
radares fixos na via, que agora tem um
total de nove equipamentos. Para se ter
uma ideia, em toda a capital mineira exis-
tem 50 radares. Entre outras ações, tam-
bém está prevista a retirada de 14 dos
29 semáforos. Até o final do ano, deve-
rão restar apenas dez. A desativação de
Foto: Lúcia Sebe / SecomMG

14 faixas de pedestres tem o intuito de


melhorar a fluidez do trânsito no local e
a segurança dos que andam a pé. Serão
investidos R$ 3 milhões em sinalização,
novas paradas de ônibus e regularização
de calçadas. O tempo de execução das
obras está estimado em um ano.
Avenida Cristiano Machado em BH.

RODOVIAS&VIAS
67

Trabalho voluntário
No final da década de 80, surge um
Segurança para pedestres orientador de trânsito na Avenida Cris-
tiano Machado. Trata-se de Alexei Rolim
Gomes, hoje com 42 anos. Na época, qual-
Novas travessias auxiliam nas melho- quer chuva ou acidente era motivo para
rias do trânsito na região, sobretudo na ele se dirigir ao local a fim de ajudar nos
questão de prevenção a acidentes. Segun- desvios e primeiros socorros. Tudo seria
do a Secretaria de Estado de Transportes e normal, se Alexei não fosse voluntário. Isso
Obras Públicas (Setop), serão construídas mesmo. Ele fazia (e ainda hoje faz) esse tra-
quatro novas passarelas, além de outras balho gratuitamente, com o único intuito
quatro serem reformadas com novas esca- de ajudar as pessoas. Ao longo dessa inte-
das e rampas para o acesso, com um custo ressante carreira, participou do curso de
de aproximadamente R$ 20 milhões. A ins- primeiros socorros da Cruz Vermelha Bra-
talação das novas plataformas para pedes- sileira e foi homenageado pela Prefeitura
tres e o modo como fazer a travessia com de Belo Horizonte e Câmara Municipal. Já
segurança serão tema de campanha da salvou muitas vidas e é reconhecido pelos
BHTrans – Empresa de Transportes e Trân- motoristas da região e pela Polícia Militar,
sito de Belo Horizonte S/A. devido a sua disposição.
Foto: Lúcia Sebe / Secom MG

Avenida Cristiano Machado.

RODOVIAS&VIAS
68

Terminais
do Sul
Portos de Santa Catarina e Rio Grande do Sul navegam
Foto: Rodovias & Vias/ Leonardo Papi

no mar do investimento.

RODOVIAS&VIAS
69

E m 2008, Rodovias&Vias foi a Santa


Catarina ver quais eram e como es-
tavam os principais portos. Na ocasião, seis
terminais foram apresentados: Itapoá (que
estava em construção), São Francisco, Na-
vegantes, Itajaí, Imbituba e Laguna. Agora,
dois anos depois, avançamos um pouco
mais ao Sul até o principal porto gaúcho, o
da Cidade de Rio Grande.
Santa Catarina voltou ao centro das
discussões sobre a infraestrutura portuá-
ria brasileira ao longo dos últimos meses.
A inauguração do berço 2 do porto de Ita-
jaí, no fim de outubro, marcou a conclusão
das obras de reconstrução do terminal,
danificado pelas enchentes de 2008 no
estado. Poucos dias depois, o porto de Ita-
poá recebeu seu primeiro navio, que tra-
zia equipamentos de carga e descarga de
contêineres. O terminal privado, com inau-
guração prevista para 22 de dezembro,
consolida o complexo portuário do estado
como um dos mais importantes do país.

Surge Itapoá
Construído quase na divisa de Santa
Catarina com o Paraná, o porto de Itapoá
deve acirrar a concorrência para os demais
terminais da região Sul, uma vez que atrai-
rá cargas das mesmas áreas de influência
dos portos de Paranaguá, São Francisco
do Sul, Navegantes e do próprio porto de
Itajaí. A previsão inicial é de que ele tenha
capacidade para movimentar mais de 300
mil contêineres por ano – chegando a mais
de 1 milhão quando toda a obra estiver
concluída.
O porto de Paranaguá, um de seus
grandes “concorrentes”, movimentou
334,7 mil TEUs (contêineres de 20 pés) no
primeiro semestre deste ano. De acordo
com uma projeção feita pela Aliança Na-
vegação, que faz parte do grupo alemão
Hamburg Süd, Santa Catarina e Paraná
movimentam pouco menos de 1 milhão
de contêineres por ano. Esse total deve
dobrar até 2015 e chegar a 3 milhões de
contêineres em 2020 – a meta para Itapoá
é deter 20% desse total.
O Tecon Santa Catarina, como foi ba-
tizado, é um porto privado – tem como
acionistas a Portinvest Participações (Gru-
po Battistella e Logística Brasil – Fundo
de Investimento e Participações gerido
pela BRZ Investimentos) e a Aliança Nave-
Complexo Portuário de Itajaí e Navegantes.

RODOVIAS&VIAS
PORTOS 70

Foto: Divulgação

Porto de Itapoá, SC.

gação e Logística – e será exclusivo para Itajaí e Navegantes


movimentação de contêineres. As obras
Não muito longe de Itapoá, o Comple-
de construção do terminal já duram cerca
xo Portuário de Itajaí voltou a operar nor-
de cinco anos e somam mais de R$ 475 mi-
malmente. Com a recuperação dos dois
lhões.
berços atingidos pelas enchentes de 2008
Os primeiros navios a atracarem no
e do canal de acesso ao porto, o comple-
porto saíram da China trazendo os equi-
xo opera hoje com quatro berços de atra-
pamentos para a operação do terminal
cação e a perspectiva de fechar o ano com
– quatro portêineres Post Panamax (para
movimentação superior a 900 mil TEUs –
carga e descarga de contêineres) e onze
100 mil, portanto, acima da estimativa ini-
transtêineres (para movimentação e arma-
cial da autoridade portuária.
zenamento dos contêineres no pátio), que
As obras no porto de Itajaí exigiram in-
somam cerca de R$ 45 milhões e mais de
vestimentos de cerca de R$ 348,3 milhões,
1,5 mil toneladas. O aporte total em ma- dos quais R$ 252 milhões já foram aplica-
quinário, segundo a assessoria de impren- dos nas obras de reconstrução e o restante
sa do Tecon, deve chegar a R$ 90 milhões. em serviços de dragagem e melhoria da
O porto está sendo construído em uma infraestrutura aquaviária do complexo. A
área de localização estratégica, já que as obra possibilitou a entrada de navios de
condições naturais da Baía da Babitonga, até 105 mil toneladas, com uma capacida-
com grande profundidade e águas calmas, de de movimentação superior a 84 contêi-
permitem que o terminal receba navios de neres por hora, segundo anunciou o pró-
grande porte, com até 9 mil TEUs, que hoje prio Ministro dos Portos, Pedro Brito, em
não fazem escala no Sul. O local tem um seu discurso de inauguração do berço 2.
calado (profundidade navegável) natural A revitalização também modernizou
de 16 m, o que representa uma importante as instalações do terminal, e a expectati-
vantagem, pois o porto não dependerá de va da Secretaria dos Portos (SEP) é de que,
obras de dragagem para operar. Elas de- com as reconstruções, sua movimentação
vem ficar restritas ao canal de acesso à Baía seja triplicada. Até julho de 2010, foi mo-
da Babitonga (onde também está localiza- vimentado pelo complexo 1,85 milhão de
do o porto de São Francisco do Sul). toneladas – em 2009 foi 1,73 milhão de to-
Nesta primeira fase, o porto de Itapoá neladas. O Complexo Portuário de Itajaí é
deve operar com 250 funcionários. Mas o formado pelo terminal público municipal
número vai dobrar já em 2011 e a expec- de Itajaí e pela Portonave, administração
tativa é de que o terminal gere mais de 2,5 privada do Porto de Navegantes, que fica
mil empregos indiretos. na outra margem do rio Itajaí-Açu.

RODOVIAS&VIAS
71

RODOVIAS&VIAS
72

ANUNCIO

RODOVIAS&VIAS
73 terminais do sul
Foto: Divulgação

Porto de Navegantes, SC.

A obra de modernização do cais do


Porto do Rio Grande porto novo (um de seus três terminais) está
dobrará movimentação prevista no primeiro Plano de Aceleração
em cinco anos do Crescimento (PAC) e deve representar
um aporte de R$ 114 milhões. “Precisamos
modernizar os 1.125 m de cais para depois
O porto do Rio Grande, principal ter- aumentar o calado do terminal”, explica o
minal do Rio Grande do Sul, deve bater o Diretor. A dragagem da entrada do porto,
recorde de movimentação neste ano, ul- que vai aumentar de 30 para 40 pés a al-
trapassando os 27 milhões de toneladas, tura navegável, está listada no PAC 2 e vai
contra 25 milhões em 2009. A expectativa, custar cerca de R$ 120 milhões.
segundo o Diretor Técnico do porto, Carlos A China é o principal destino dos na-
Renato da Cruz Rodrigues, é que o mon- vios que partem do porto do Rio Grande.
tante chegue a 50 milhões de toneladas Seus terminais movimentam principal-
até 2015, resultado dos investimentos pre- mente soja (em grãos, farelo e óleo), mas
vistos para os próximos anos. também fumo e celulose.
Fotos: Rodovias & Vias

Navio entrando no porto do Rio Grande.

RODOVIAS&VIAS
PREVENÇÃO 74

Quando a ficção
pode virar realidade
Parte do incessante trabalho do grupo OHL de proporcionar segurança
aos usuários de uma rodovia, a simulação de acidentes está prevista nos
contratos de concessão e visa complementar o longo treinamento de toda
a força operacional com uma experiência muito próxima de uma situação
de perigo real.
Foto: Rodovias & Vias

Simulação de acidente na BR -116.

R odovias&Vias esteve presente na


primeira operação do tipo, realizada
na última praça de pedágio do trecho Pa-
caminhão-tanque cheio de álcool combus-
tível e um automóvel de passeio com dois
ocupantes. O dramático roteiro dava conta
raná-São Paulo da BR 116, pela concessio- que, após perder os freios, o caminhão foi
nária Autopista Régis Bittencourt, e regis- obrigado a manobrar de forma a diminuir
trou a tensão e a agilidade – nada fictícias – sua velocidade, ficando atravessado na
de uma verdadeira corrida contra o tempo. pista. Segundos depois, um carro que não
O nevoeiro se dissipa à medida que a teve tempo de frear colidiu contra as válvu-
manhã avança dia adentro. Em pouco tem- las de transbordo do caminhão, iniciando
po de estrada, chegamos no CCO, Centro um diluviano e perigosíssimo vazamento
de Controle Operacional, da Autopista de líquido inflamável. Cenário montado,
Régis Bittencourt, onde tomamos conhe- cronômetros a postos, o narrador passa
cimento de um script que dará o tom de a descrever, passo a passo, todas as ações
uma apresentação que ninguém gostaria para controle da “crise”. Em um primeiro
de ver “ao vivo”, mas que compõe o peri- momento, uma viatura da concessionária
goso cotidiano dos trabalhadores que fa- chega ao local após ser notificada pelo mo-
zem do caminho dos outros o seu modo torista do caminhão envolvido no aciden-
de vida. Previsto com todos os pormeno- te, via telefone celular, pelo 0800 709 0116,
res, está descrito um acidente entre um número de atendimento da Autopista.

RODOVIAS&VIAS
75 QUANDO A FICÇÃO PODE VIRAR REALIDADE

Uma vez sinalizada e iso-

Foto: Rodovias & Vias


lada a área, esta primeira
equipe repassou o status
da situação para o líder de
tráfego, Júpiter 10, que co-
ordenou todo o restante
da ação. Nesta simulação,
estiveram envolvidos di-
retamente – inclusive com
viaturas e efetivo – Corpo
de Bombeiros, Defesa Ci-
vil, Polícia Rodoviária Fe-
deral, além de uma equipe
da Cetesb (Companhia de
Tecnologia de Saneamen-
to Ambiental), expediente Simulação de acidente na BR -116.
que visou, além da integração interdiscipli-
nar no desempenho das equipes, que de-
viam controlar simultaneamente cenários
distintos no mesmo teatro de operações,
fomentar o grau de cooperação entre as
forças envolvidas em um atendimento “O controle de procedimentos e in-
desta natureza, como explica o Coorde-
nador de Tráfego da Autopista, Osmar tercorrências possibilitado por uma
Simões: “Visamos sempre o melhor resul- simulação deste tipo é fundamental
tado em conjunto. Na verdade, este é um para a eficiência do nosso trabalho em
trabalho iniciado há dois anos. Um traba- uma situação real.”
lho em que buscamos a integração como
resposta a uma demanda por prontidão, Érico torquato
agilidade e sincronismo, que incide sobre Supervisor e monitor
todos nós.” OHL

Controle ambiental
Paralelamente ao esforço de salvar vi-
das e dissipar rapidamente uma situação Entre mortos e feridos,
que ofereça riscos ao tráfego normal da salvam-se todos
rodovia, está o trabalho de gerenciamento
de ameaças e controle de danos ambien-
tais. Como o acidente fictício em questão Tudo bem quando termina bem, cer-
envolveu um vazamento de combustí- to? Errado. Aí começa, na verdade, uma
vel, a Autopista também previu a ação de crucial parte do trabalho que ocorre longe
uma equipe totalmente focada em mitigar dos olhos do “público”, que é a análise cri-
os possíveis impactos ambientais, proce- teriosa das imagens e dos procedimentos
dendo ao controle do fluxo de material, efetuados, além de um review com todo o
absorção, coleta e posterior descarte ade- efetivo envolvido, bem como a leitura dos
quado dos resíduos. “Realmente nós fri- relatórios de cada equipe participante. Ma-
samos muito este aspecto de um possível terial compilado, é hora de consolidar os
acidente. O controle de procedimentos e acertos e corrigir as possíveis falhas. Um
intercorrências possibilitado por uma si- ciclo constante de pessoas que, como eu
mulação deste tipo é fundamental para a e você, têm que aprender com os erros. O
eficiência do nosso trabalho em uma situ- único detalhe é que eles não se permitem
ação real”, declara Érico Torquatto, respon- errar.
sável pela supervisão e o monitoramento
do meio ambiente na concessionária.

RODOVIAS&VIAS
são Paulo 76

Foto: Rodovias & Vias


municípios
paulistas
Quarta etapa do Pró-Vicinal em São Paulo terá apoio do Bird.

Estrada vicinal entre Pereira Barreto e Suzanápolis.


RODOVIAS&VIAS
77 pavimentação

Fotos: Rodovias & Vias


O programa de recuperação e pavi-
mentação de estradas vicinais do
governo do estado de São Paulo, o Pró-
-Vicinais, teve sua quarta etapa iniciada.
Os “vasos capilares” do estado mais produ-
tivo do Brasil vão receber mais um pacote
de obras que cobrirá 1.720 km de estradas
municipais. O Governador, Alberto Gold-
man, e o Secretário de Transportes, Mauro
Arce, assinaram as autorizações para emis-
são de notas de serviço para o início das
obras em 144 cidades do interior.

Financiamento
do Banco Mundial
O Pró-Vicinais IV terá um financiamen-
to de R$ 360 milhões do Banco Mundial
(Bird) e beneficiará cidades das regiões de
Bauru, Araraquara, São José do Rio Preto,
Ribeirão Preto, Barretos, Araçatuba e Presi-
dente Prudente.
Em 1.º de julho, o Governo do estado já
havia autorizado o início das obras em ou-
tras regiões, como Grande São Paulo, Cam- Alberto Goldman, Governador de São Paulo.
pinas, Baixada Santista, Vale do Paraíba,
Rio Claro, Itapetininga e Assis.

O programa
O Pró-Vicinais, que teve início em 2007,
é uma parceria entre o Governo do estado
e prefeituras para a recuperação de impor-
tantes vias sob responsabilidade dos mu-
nicípios. Ao final, o estado pretende atingir
12 mil km de vicinais recuperadas, benefi-
ciando, assim, 288 municípios e mais de 13
milhões de habitantes.

“O Programa Pró-Vicinais beneficiará


milhões de pessoas que circulam pelo
estado, melhorando a acessibilidade e se-
gurança dos núcleos rurais aos serviços
de saúde, educação e lazer.”

mAURO ARCE
Secretário de Transportes

RODOVIAS&VIAS
são Paulo 78

Além de melhorar o escoamento agrí-


cola, o programa vai atingir diretamente

Foto: Rodovias & Vias


o dia a dia das pessoas que moram nas
regiões atendidas por essas estradas. “O
programa Pró-Vicinais beneficiará milhões
de pessoas que circulam pelo estado, me-
lhorando a acessibilidade e segurança dos
núcleos rurais aos serviços de saúde, edu-
cação e lazer”, afirma o Secretário Mauro
Arce .

Meta de governo

A malha rodoviária do estado de São


Paulo totaliza 197,7 mil km, dos quais
175,8 mil km são de estradas municipais.
Recuperar 12 mil km de vicinais no es-
tado de São Paulo era uma das metas do
governo de José Serra. E quando Serra dei-
xou o cargo para concorrer à Presidência
da República, seu Vice-Governador, Alber-
to Goldman, deu continuidade ao progra-
ma.

Confira a vídeo-matéria sobre vicinais em


José Serra iniciou o programa quando Governador de SP.
rodoviasevias.com.br

As quatro fases do programa

Campinas 17 11 132,9
Sorocaba/Itapetininga 17 12 212,8
Bauru 16 14 167,2
Araraquara/São Carlos 16 14 1 56,4
Taubaté 07 07 71,8
Assis/Marília 17 10 219
Ribeirão Preto 14 09 155,2
São José do Rio Preto 27 21 289,1
Grande São Paulo 10 06 77,6
Araçatuba 19 23 218,2
Presidente Prudente 15 10 147,3
Rio Claro/Piracicaba 14 10 150
Barretos 10 05 119,9
TOTAL: 100 152 2.117,4

RODOVIAS&VIAS
79 pavimentação

Campinas 14 13 97,6
Sorocaba/Itapetininga 23 18 282,4
Bauru 19 16 163,6
Araraquara/São Carlos 13 17 161
Cubatão 05 04 44,9
Taubaté 13 10 85
Assis/Marília 17 10 219
Ribeirão Preto 16 15 240,9
São José do Rio Preto 37 22 331
Grande São Paulo 11 10 77
Araçatuba 21 23 163,7
Presidente Prudente 21 18 245,6
Rio Claro/Piracicaba 12 13 147,9
Barretos 09 09 154,9
TOTAL: 235 201 2.398,8

Campinas 14 20 97,6
Sorocaba/Itapetininga 25 27 419,2
Bauru 19 22 186
Araraquara/São Carlos 14 23 214
Cubatão 04 04 48,4
Taubaté 10 10 108
Assis/Marília 21 13 203,5
Ribeirão Preto 18 06 256,1
São José do Rio Preto 43 56 471,7
Grande São Paulo 12 20 108
Araçatuba 21 34 261
Presidente Prudente 24 19 334,7
Rio Claro/Piracicaba 13 09 175,8
Barretos 14 17 138,8
TOTAL: 254 295 3.118,3

Campinas 28 39 156,5
Sorocaba/Itapetininga 28 39 654,2
Bauru 19 16 163,6
Araraquara/São Carlos 22 39 262,6
Cubatão 04 06 42,9
Taubaté 16 25 136,7
Assis/Marília 34 72 471,5
Ribeirão Preto 26 37 448,1
São José do Rio Preto 30 67 587,2
Grande São Paulo 23 25 207,5
Araçatuba 28 57 466,9
Presidente Prudente 26 39 432,1
Rio Claro/Piracicaba 16 11 199,8
Barretos 15 24 134
TOTAL: 302 490 4.227,11
Fonte: Secretaria dos Transportes do Governo de São Paulo.
RODOVIAS&VIAS
estudo 80

Curva perigosa
em Minas
Alunos da Faculdade de Engenharia de Minas Gerais realizam
estudo técnico sobre ponto crítico da BR-265.

Foto: Divulgação Feamig


Curva do Serrão, BR-265, MG.

A cadêmicos da Faculdade de Enge-


nharia de Minas Gerais (Feamig)
realizaram estudo de caso em um ponto
equipamentos de topografia e outros que
têm suporte de satélite, como o GPS.

crítico da BR-265. O segmento conhecido


como Curva do Serrão, no município de Diagnóstico e posologia
Barbacena, despertou a atenção dos estu-
dantes por registrar um alto índice de aci- O estudo comparou os dados coleta-
dentes – nos últimos quatro anos e meio, dos com o Manual de Projeto Geométrico
foram 24 casos. A rodovia foi inaugurada para Rodovias Rurais, publicado em 1999
na década de 60 e nesse ponto atravessa pelo Departamento Nacional de Estradas
um trecho de sinuosidade extrema. e Rodagem (DNER), hoje DNIT. Por apre-
Ao contrário da época da construção sentar desacordos com a norma, os futuros
da rodovia, em que picareta era ferramen- engenheiros sugeriram um traçado mais
ta comum em grandes obras rodoviárias, suave para a curva. O projeto foi feito sem
a metodologia do trabalho dos estudan- levar em consideração viabilidade econô-
tes contou com a utilização de modernos mica e outras complicações.

RODOVIAS&VIAS
81 Curva perigosa em minas

Foto: Divulgação Feamig


Acadêmicos da Feamig responsáveis pelo estudo.

SINALIZAÇÃO
PROPOSTA

Confira este estudo na íntegra em


rodoviasevias.com.br

Efeitos imediatos
Foto: Divulgação Feamig

Uma correção técnica de


todos os elementos enfrenta-
ria dificuldades como condição
topológica irregular (alternân-
cia entre abismos, montanhas
e rochas), necessidade de al-
ternativa de acesso durante o
período da obra, indisponibi-
lidade orçamentária, impac-
tos ambientais, paisagísticos e
ecológicos.
Para resultados imediatos
na redução de acidentes, o es-
tudo aponta uma opção que
seria intensificar a sinalização
e instalar dispositivos de segu-
rança como redutores de velo-
cidade e defensas. Curva do Serrão, BR-265, MG.

RODOVIAS&VIAS
eventos 82

TranspoQuip
em São Paulo
A maior metrópole do país recebe a mais importante feira da indústria
de transporte da América Latina.

D urante três dias, no início de no-


vembro, o Expo Center Norte, em
São Paulo, recebeu o que há de mais mo-
Amobos os Ministros conversaram com
Rodovias&Vias e falaram sobre suas pas-
tas. “Manter a grande atenção à malha ro-
derno no setor de movimentação de car- doviária do país. Reforçar as condições de
gas e passageiros. Transporte seguro, efi- infraestrutura de transportes nas regiões
ciente e confortável por terra, água e ar é mais desenvolvidas, mais densas econo-
o ideal buscado por todas as nações que micamente. E expansão da malha rodovi-
almejam qualidade de vida e economia ária para dar condições de escoamento às
forte. Esses mesmos princípios nortearam
a terceira edição da TranspoQuip Latin
America 2010.

Foto: Marcelo Almeida


“Manter a grande atenção à malha
rodoviária do país. Reforçar as condi-
ções de infraestrutura de transportes
nas regiões mais desenvolvidas, mais
densas economicamente.”

pAULO sÉRGIO PASSOS


Ministro dos Transportes

Presença ministerial
áreas mal atendidas”, prevê Passos para os
No primeiro dia, dois Ministros, Paulo próximos quatro anos. Por último, ele vai
Sérgio Passos (Transportes) e Pedro Brito além do Brasil: “Integração rodoviária do
(Portos), deram conferência. Passos apre- Brasil com os países vizinhos.”
sentou as “Prioridades da infraestrutura No campo ferroviário, Passos projeta
para o novo governo”, e Brito, “A importân- mais capacidade para os trilhos já existen-
cia dos portos para o crescimento do país tes e implantação de 5 mil km de novas fer-
nos próximos anos”. rovias.

RODOVIAS&VIAS
83 TRANSPOQUIP EM SÃO PAULO

Nos portos

“Não há país desenvolvido no mun-


do que não tenha um competente sis-
90%
tema de logística e de portos. Pequenos
territorialmente, Holanda e Bélgica são
de US$ 400 bilhões
grandes potências econômicas, basea- da corrente de comercio do
das num investimento de Estado na lo-
gística e no sistema portuário”, defende
Brasil passam pelos portos.
Pedro Brito. Segundo ele, 90% de US$
400 bilhões da corrente de comércio do
Brasil passam pelos portos.

Foto: Marcelo Almeida


“Não há país desenvolvido no mundo
que não tenha um competente sistema
de logística e de portos.”

PEDRO BRITO
Ministro dos Portos

Espaço privilegiado

A feira reuniu 200 expositores de 22


países. Dois assuntos em especial tive-
ram espaço diferenciado nesta Trans- de monitoramento de frota avançado;
poQuip: um deles, Sistemas Inteligentes no outro, Seminário Portos & Modais,
de Transporte, organizado pela Asso- painéis apresentaram temas como co-
ciação ITS Brasil, que apresentou temas mércio internacional, redução do custo
relacionados ao emprego da telemáti- Brasil, cabotagem, portos secos, privati-
ca, enfatizando a interoperabilidade e a zação, mercado de trabalho e situação
padronização de sistemas, uma espécie atual dos modais no país.

RODOVIAS&VIAS
84

Pontes e passarelas
mais eficientes
Empresa brasileira traz para o mercado nacional pontes e passarelas
com tecnologia da Dinamarca.
Fotos: Divulgação

PRFV
U ma tendência na construção de
passarelas e pontes, já bastante di-
fundida na Europa e nos Estados Unidos,
pLÁSTICO REFORÇADO COM fIBRA DE VIDRO
PERFIS ESTRUTURAIS PRODUZIDOS COM:

chega ao Brasil. Trata-se do Compósito


PRFV (plástico reforçado com fibra de vi- 20%
RESINA
dro), perfis estruturais produzidos com fi-
bra de vidro 80% e resina 20%.
Apesar de inicialmente mais caro, a
vantagem do material está na leveza e re-
sistência, que, por consequência, permi- 80%
tem uma montagem mais rápida e ganho VIDRO
com manutenção a longo prazo.

RODOVIAS&VIAS
85

Tecnologia
dinamarquesa
A empresa Fiberline, da Dinamarca, é
que detém a tecnologia. No Brasil, a Refor-
ce – Projetos e Montagens em Pultrudados
desenvolve os projetos e montagens das
estruturas. “Estamos pleiteando junto a universi-
O engenheiro Antonio Carvalho, da dades um projeto de pesquisa para que
Reforce, conta que são empresas distintas, seja possível começarmos a construir
mas existe um termo de confidencialida- estas estruturas no Brasil. A Prefeitu-
de entre elas. A Fiberline garante que, em ra de Porto Alegre tem projetos que podem
qualquer negócio prospectado no Brasil, a aproveitar essa tecnologia em ciclovias.”
empresa nacional seja sua representante.
“Estamos pleiteando junto a universidades antonio carvalho
um projeto de pesquisa para que seja pos- Engenheiro
sível começarmos a construir estas estru-
turas no Brasil. A Prefeitura de Porto Alegre
tem projetos que podem aproveitar essa
tecnologia em ciclovias”, explica o enge-
nheiro.

Fotos: Divulgação

RODOVIAS&VIAS
PONTES móveis 86

Passagem provisória
DNIT compra pontes móveis para auxiliar comunidades isoladas por catástrofes naturais.
Fotos: Pulgás/DNIT

maquinário necessário para a montagem


(guindaste, trator e carregadeira), os gal-
pões para guardá-las e o treinamento do
pessoal para a montagem. É necessário
um pelotão completo, formado por cerca
de 40 homens, para a montagem de uma
ponte.
A mais moderna delas foi montada e

U m convênio entre o Departamen-


to Nacional de Infraestrutura de
Transportes (DNIT) e o Exército brasileiro
exposta no gramado da Esplanada dos
Ministérios durante o desfile Cívico-Mili-
tar de 7 de setembro. O equipamento, de-
serviu para a compra de oito pontes mó- nominado Logistic Support Bridge (LSB),
veis, importadas da Inglaterra. As pontes é do tipo painel.
serão usadas em casos de emergência,
quando catástrofes naturais isolam comu-
nidades ao destruir seus acessos viários.
Por já ter experiência com o manuseio
de outras pontes móveis, o Exército brasi-
leiro vai treinar servidores que ficarão res-
ponsáveis pelo equipamento.
O investimento do DNIT foi de mais de
R$ 60 milhões, incluindo as oito pontes, os

RODOVIAS&VIAS
87 Passagem provisória

Os caminhões que auxiliam no trans-


porte das pontes e os tratores que execu-
tam os trabalhos prévios de engenharia Reequipamento do
que precedem a instalação também fize- Exército brasileiro
ram parte do desfile, com a 23.ª Compa-
nhia de Engenharia de Combate.
“Esse tipo de ponte é de última gera- A aquisição faz parte do esforço nacio-
ção, a mais moderna, já foi utilizada pelo nal para o reequipamento e a moderniza-
Exército dos Estados Unidos, no Iraque e ção do Exército brasileiro. Com um com-
pelas Forças da Otan. É uma ponte de li- primento de 60 metros e capacidade para
nha”, explicou o Coronel Arruda, do Depar- suportar 80 toneladas, cada ponte pesa

$
170 toneladas e é montada em dois ou três
dias. O transporte é feito em cerca de qua-
investimento de tro carretas tipo bitrem. Hoje, o Exército

60 milhõesem tem estrutura para montar as oito pontes


simultaneamente. Anteriormente a essa, as
8 pontes e equipamentos Forças Armadas utilizavam a ponte Com-
pact 200, adquirida em 1997.
As pontes serão estrategicamente po-
tamento de Engenharia e Construção do sicionadas no território nacional nas cida-
Exército brasileiro. “Por incrível que pareça, des de: Cachoeira do Sul (RS), Porto União
essa ponte é como um brinquedo de ar- (SC), Rio de Janeiro (RJ), Ipameri (GO), Porto
mar. Ela vai sendo montada e empurrada. Velho (RO), Natal (RN), Teresina (PI) e Aqui-
Imagine agora um rio, você monta e vai dauana (MS).
empurrando até ela chegar à outra mar-
gem”, explica.

Foto: Pulgás/DNIT

Pntes Moveis

RODOVIAS&VIAS
negócios 88

Além da arrebentação
Tanto faz ser expositor ou visitante. Participar da Santos Offshore – Feira de
Petróleo e Gás do Estado de São Paulo significa estar conectado a uma importante
rede de contatos, um fundamental ambiente de negócios (notadamente este é um dos
diferenciais do evento) e, em última análise, às novidades do mercado de exploração,
comércio, distribuição e soluções de toda a cadeia produtiva de petróleo e gás.

Foto: Rodovias & Vias

S ob o teto do Mendes Convention


Center, culturas distintas e pessoas
de todos os lugares do mundo se reuni-
outubro. A Rodovias&Vias esteve lá para
acompanhar o maior evento do setor nas
regiões Sul e Sudeste.
ram em torno de um objetivo comum: ti- As novas oportunidades que estão sen-
rar proveito das imensas oportunidades de do geradas no estado de São Paulo se de-
negócios geradas pela cadeia produtiva do vem às recentes descobertas do pré-sal na
petróleo e gás. A aproximação entre com- bacia de Santos. “Consequentemente, fei-
pradores e fornecedores do segmento foi ras como essa assumem um papel de gran-
um dos pontos-chave do evento, que se de importância”, comenta Iberê Sirna, Dire-
realizou entre os dias 19 e 22 do mês de tor Executivo da Agência Metropolitana da

RODOVIAS&VIAS
89 além da arrebentação

Foto: Rodovias & Vias


Baixada Santista (Agem), que complemen-
ta: “A previsão é de 300 milhões em roda-
da de negócios, então imagine que isto é
de fundamental importância não só para
os municípios da nossa região, como para
todo o país.”
Foto: Rodovias & Vias

Iberê Sirna, Diretor Executivo da Agem.

Percorrendo os diversos corredores,


a equipe da Rodovias&Vias encontrou
Carlos Gaspar, Diretor da AGS, promotora
do evento, que, com exclusividade, con-
firmou a vocação da feira: “Nossa inten-
ção é fomentar o ambiente de negócios
no segmento. Durante dois dias, mais de
220 empresas cadastradas encontraram
as melhores condições para estabelecer
parcerias, encontrar fornecedores e con-
tratar soluções que foram mostradas aqui,
durante as rodadas de negócio que foram
promovidas.” Além dos oceanos
Eventos como este não congelam no
Foto: Rodovias & Vias

tempo e, no caso, trazem ainda um valor


agregado de possibilidades extremamen-
te atraentes, mesmo para quem não é do
ramo, mas tem a chance de conhecer um
pouco mais sobre os players que fazem
deste um dos maiores mercados do mun-
do. Se a função da Santos Offshore é ex-
pandir horizontes, pode-se afirmar sem
medo que ela contribui – e muito – para
que o potencial brasileiro tenha sua visi-
bilidade garantida para todas as nações
“d’além-mar”.

Carlos Gaspar, Diretor da AGS.

RODOVIAS&VIAS
90

RODOVIAS&VIAS
NA MEDIDA
91

Táxis livres da cadeirinha


A obrigatoriedade do uso de cadeirinha para
crianças pequenas não se aplica aos táxis, vans
escolares e ônibus. A determinação do Denatran
obriga o uso da cadeirinha em veículos parti-
culares para crianças com idade até sete anos e
meio. Os argumentos são que nos táxis seria ina-
plicável; já nas vans escolares, responsáveis pelo
transporte dessas crianças, o Contram estuda a
possibilidade de estabelecer o uso do equipa-
mento; no caso dos ônibus, como muitos passa-
geiros permanecem em pé, sem o privilégio do
cinto de segurança, seria mais complicado o uso
da cadeirinha. Foto: Rodovias e Vias

Meu nome é Shot, SmartShot

Os brasileiros não estão totalmente fa-


miliarizados com o “termo”, mas graças à
Britanite isso está prestes a mudar. Bus-
cando aumentar a produtividade e segu-
rança em suas operações de detonação, a
empresa traz para o país o SmartShot, um
detonador eletrônico via wireless . Tradu-
zido do inglês, o “tiro esperto” é um avan-
ço importante para esse tipo de trabalho.

Foto: Rodovias e Vias

RODOVIAS&VIAS
NA MEDIDA 92

Ônibus com GPS em Jundiaí


Asfalto verde substitui
petróleo por óleo vegetal A Secretaria de Transportes de Jundiaí/SP
e empresas concessionárias do transporte co-
Ao estudar os efeitos da adição de letivo local instalaram equipamentos GPS em
óleo vegetal ao asfalto comum, um 20 ônibus que servem o Sistema Integrado de
engenheiro norte-americano pode Transporte Urbano (Situ). Com o objetivo de
ter descobrido um possível substitu- monitorar a frota, que tem 285 ônibus, todos
to para o asfalto à base de petróleo. receberão o equipamento até o fim do ano. O
O professor Christopher Williams, da Situ atende 120 mil passageiros por dia.
Universidade do Estado de Iowa, testa-
va composições capazes de aguentar
melhor as intensas variações de tem-
peratura a que os asfaltos estão sujei-
tos, sobretudo no hemisfério Norte,
com nevascas severas onde não neva-
va há anos e verões que batem recor-
des de temperatura ano após ano. O
resultado foi melhor do que o espera-
do: o asfalto não apenas assimila uma
parcela maior de bio-óleo do que o
previsto, como também melhora a ro-
dagem e dura mais.

Schindler no prédio mais


alto da América do Sul
A empresa de elevadores Atlas Schindler, que tem uma fábrica em Londrina e
outra em São Paulo, destinada à produção de pequenos componentes, acaba de as-
sinar contrato para uma megaobra no Chile. Serão 109 elevadores e 88 escadas e
esteiras rolantes para o Costanera Center, um empreendimento de grandes propor-
ções localizado em Santiago. Será o maior prédio da América do Sul.

Resultados da maior empresa de


concessões rodoviárias do Brasil
A Companhia de Concessões Rodoviárias (CCR) divulgou seus resultados referentes ao
3.º trimestre de 2010. Segundo o Presidente da Companhia, Renato Alves, os dividendos
intermediários distribuídos entre os acionistas, ocorridos no último mês de setembro,
somaram R$ 750,4 milhões. O destaque fica por conta do forte crescimento de tráfego
consolidado, que, em bases comparáveis a igual período do ano anterior, apresentou um
crescimento de 15% no terceiro trimestre de 2010. Alves se diz confiante nas perspecti-
vas futuras, diante do cenário econômico positivo para o desenvolvimento de projetos
de infraestrutura e da expectativa de novas oportunidades de crescimento em função da
Copa do Mundo de 2014 e das Olimpíadas de 2016.

RODOVIAS&VIAS
93 NA MEDIDA

Estádio paranaense tem cronograma de


obras confirmado
O estádio do Clube Atlético Paranaense será fechado em definitivo em junho
de 2011. O Presidente Marcos Malucelli explica que o clube terá que procurar al-
ternativa para mandar os jogos. Sede da Copa do Mundo em Curitiba, a Arena da
Baixada já tem pronto o cronograma de obras para adequar-se às normas da Fifa.
A nova arena terá capacidade para 42 mil torcedores, e o orçamento está na casa
dos R$ 140 milhões. Os valores serão rateados entre o clube, o governo do estado
e a prefeitura. Porém, de acordo com Malucelli, R$ 45 milhões já foram aplicados
nas reformas do estádio quando da candidatura para receber a Copa do Mundo de
2014. Ele espera que esses números sejam abatidos do terço a ser desembolsado
para concluir as obras.
Foto: Rodovias&Vias /Oberti Pimentel

Florianópolis recebe seminário de rodovias


O 6.º Seminário Nacional Foto: Rodovias&Vias /Leandro Devorak
Modernas Técnicas Rodoviá-
rias chega a Florianópolis no
dia 21 de novembro. Organi-
zado pela Associação Catari-
nense de Engenheiros (ACE),
terá quatro dias de debates
e apresentação de novas téc-
nicas e produtos para o setor.
Será uma oportunidade para
que os profissionais da cons-
trução pesada, das iniciativas
pública e privada se atualizem
e divulguem suas ideias.

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RODOVIAS&VIAS
ARTIGO 96

“ Henrique da Silveira
Luiz A lógica da
logística
Eleito para o Senado Federal pelo PMDB
catarinense, foi Governador do estado
por dois mandatos consecutivos.

E m termos de administração, a
logística é a última barreira a
ser transposta”, vaticinava o guru da
Em nível global, as perdas no
processo logístico giram em torno
de US$ 150 bilhões anuais. Nos
administração Peter Drucker, já nos países mais desenvolvidos, chega-
idos de 1963. Mas, no Brasil do capi- se a reduzir os custos de uma oper-
talismo tardio, a logística só chegou ação em mais de 15% por meio dos
em 1980, com o surgimento do sistemas logísticos. Em boa parte
primeiro grupo de estudos. do Brasil, no entanto, ainda temos
A origem da palavra vem do como desafio superar velhos e arca-
grego logistikos, do qual o latim lo- icos problemas, como a conhecida
gisticus é derivado, ambos signifi- dúzia de bananas que, depois de
cando cálculo e raciocínio no sen-
tido matemático. Mas, na prática, o
desenvolvimento da logística está
intimamente ligado às atividades
militares. “As perdas no processo
Uma lenda da logística militar logístico giram em torno
que inspirou outros líderes, como de US$ 150 bilhões anuais.
Júlio César e Napoleão, foi Alex-
andre, o Grande. Seu exército con-
sumia diariamente cerca de 100
toneladas de alimentos e 300 mil
litros de água! Percorreu 6,4 mil km colhida, transforma-se em meras
na marcha do Egito à Pérsia e Índia, três unidades que conseguem che-
a marcha mais longa da história. gar ao consumidor.
Aplicando conceitos logísticos, cri- Uma empresa que adota a visão
ou o mais móvel e rápido exército logística aproxima os elos da ca-
da época, permitindo-lhe superar deia, obtendo aquilo que os estu-
os exércitos inimigos e expandir diosos chamam de pipeline, que
seu reinado. pode ser esquematizado como um
O Brasil representa menos de 1% fluido correndo num tubo reto, sem
do comércio mundial e, para sair curvas e sem entupimentos (garga-
dessa situação vexatória, precisa los), enquanto a empresa tradicion-
não apenas deslanchar a sua in- al tem tantos desvios e tantos res-
fraestrutura, mas apostar cada vez ervatórios pelo caminho que acaba
mais no crescimento dos serviços criando restrições para a vazão con-
logísticos. tínua dos produtos.

RODOVIAS&VIAS
97
ARTIGO

O custo do
Acir Gurgacz
Senador da República (PDT-RO) e empre-
sário do setor de transportes.
gargalo
por exemplo, tem um grande po-
tencial hidroviário, pouco aproveit-
ado e que resulta em um dos trans-
portes mais econômicos que existe.
Segundo estudos realizados
este ano, o setor de infraestrutura
D iariamente, milhões de bra-
sileiros transitam em rodo-
vias, avenidas e ruas subdimensio-
de transportes necessitaria de um
aporte de investimentos na ordem
de R$ 40 bilhões a mais do que foi
nadas. Vias públicas para trânsito possível destinar dentro dos proje-
de veículos automotores que foram tos do Programa de Aceleração do
abertas ao fluxo de populações Crescimento, o PAC. A esse valor que
muito menores do que as que cir- falta, podemos somar os custos anu-
culam hoje. Medidas corretivas, na ais com saúde, que são resultantes de
maioria das vezes, assim que são despesas com as legiões de acidenta-
implementadas já são anacrôni- dos. Pessoas que não são somente
cas, antigas, insuficientes. Em re- vítimas da imprudência no trânsito,
sumo, gastamos pouco e mal com mas também de rodovias ruins e
a infraestrutura de transportes no mal sinalizadas. Outra pesquisa re-
Brasil. cente aponta que quase 70% de
Estabelecer um patamar mínimo nossas estradas encontram-se nes-
de investimento em infraestrutura sas condições.
de transportes deve ser um camin- Sem essa definição de um pata-
ho natural para começar a corrigir mar mínimo para o setor de 0,5%
essas distorções. A nossa Constitu- do Produto Interno Bruto (PIB) do
ição já estabelece índices de inves- país, que estabeleço na Proposta de
timentos para educação e saúde, Emenda à Constituição número 3
setores estratégicos de qualquer de 2010, de minha autoria, continu-
nação, portanto nada mais lógico aremos com uma economia avan-
do que estender essa política aos çando com freio de mão puxado
transportes. pela estrada do desenvolvimento.
A importância da infraestrutura Ficaremos apenas olhando como
de transportes para um país do ta- um belo sonho, por exemplo, o nos-
manho do Brasil equivale aos dois so acesso ao Pacífico, assim como a
setores citados acima. A capacidade modernização de nossos portos.
de deslocar nossas produções, se- O preço que o país paga ao per-
jam elas quais forem, como soja, manecer com uma política de ficar
petróleo, madeira, eletrônicos ou sempre devendo em termos de in-
carne, influi diretamente na com- fraestrutura de transportes é alto. É
posição de nossos preços, de nosso o custo de ter um gargalo que afeta
custo. Por isso a necessidade de o toda a nossa produção, afeta nos-
Estado investir em meios de trans- sos custos, afeta nossos gastos com
porte baratos, como a ferrovia, que saúde e nossa qualidade de vida.
já vem recebendo a atenção do Cabe a nós avaliarmos até quando
Governo Federal, assim como a hi- vamos querer continuar pagando
drovia. A minha região, a Amazônia, esse preço.

RODOVIAS&VIAS
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da redação

Bandeira branca,
ordem e progresso
D o sufrágio universal, saímos em-
briagados de democracia. Há quem
diga que saímos mais embriagados que
Os avanços ocorridos nesta área nos
últimos anos, apesar de apontar caminhos
corretos, não foram e, se mantido este rit-
democratas. A campanha, em especial a mo, não serão suficientes para acompanhar
presidencial, consumiu muito mais do que o crescimento econômico que se projeta,
centenas de milhões de reais. De alguma nem tampouco dotarão rapidamente o país
maneira, consumiu um pouco da paciên- dos instrumentos para as disputas cada vez
cia do brasileiro, que viu o debate atingir mais virulentas pelos grandes mercados,
níveis negativos poucas vezes alcançados. em especial nestes períodos pós-crises dos
Tudo é novo na insipiente vida democrática países ricos.
brasileira. Isto às vezes arrasta para o centro Os governos estaduais, mais do que
da arena de discussões políticas temas que nunca, terão de trabalhar em sintonia fina
estão longe de ser os mais relevantes para com o Governo Federal, pois as demandas
o cotidiano dos próximos e carências na área não co-
quatro anos. Valores morais nhecem as imaginárias fron-
podem – e talvez até de- teiras territoriais da federa-
vam – ser discutidos, mas ção.
quando tomam o centro O PAC teve o grande
do debate ganham enver- mérito de agrupar projetos
gadura e atenção despro- dando condições de eleger
porcional, apequenam a prioridades. Mapeou a in-
discussão sobre os grandes fraestrutura brasileira com
e urgentes problemas na- tanta propriedade que facili-
cionais. tará as ações do novo gover-
Entre os temas subva- no. Este, por ter a sua frente
lorizados está a área da in- a gerente de tal programa,
fraestrutura. Os desdobra- poderá colocar em anda-
mentos dos investimentos neste setor são mento uma pequena revolução, a constru-
gigantescos, e seus reflexos, imediatos na ção das bases sustentáveis de um ciclo vir-
vida de todos. O porto está com o calado tuoso.
abaixo do ideal? A exportação está com- A cada edição, Rodovias & Vias levará
prometida e, junto, o equilíbrio cambial, a até você, que aposta na engenharia nacio-
competitividade das nossas commodities, a nal como vetor para um país socialmente
arrecadação de impostos que financiariam justo, economicamente grande e politica-
a escola, a segurança e a saúde do brasilei- mente importante, as informações do se-
ro médio. O raciocínio vale para estradas tor. E registrará o esforço dos que, despidos
esburacadas ou com capacidade aquém da das armaduras da guerra eleitoral, deverão
demanda. Vale para a reestruturação dos sentar-se à mesa e redesenhar os rumos do
aeroportos e ferrovias, sempre relegados ao país.
amanhã que nunca chega.

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