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GOVERNO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO

PLANO DE RECUPERAÇÃO FISCAL


ESTADO DO RIO DE JANEIRO

(Período 2017-2020)

Rio de Janeiro, Setembro de 2017

1
Lista de Siglas

ADCT – Ato das Disposições Constitucionais Transitórias

ALERJ – Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro

ANP – Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis

ACT – Acordo de Cooperação Técnica

BNDES – Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social

CBMERJ – Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Rio de Janeiro

CGE/RJ – Contadoria Geral do Estado do Rio de Janeiro

CNPE – Conselho Nacional de Política Energética

CEDAE - Companhia Estadual de Águas e Esgotos do Rio de Janeiro

CORI – Comissão de Reestruturação da Administração Indireta

DCL – Dívida Consolidada Líquida

ERJ – Estado do Rio de Janeiro

FECP – Fundo Estadual de Combate à Pobreza e às Desigualdades Sociais

FEEF – Fundo Estadual de Equilíbrio Fiscal

ICMS – Imposto sobre Operações relativas à Circulação de Mercadorias e sobre


Prestações de Serviços de Transporte Interestadual, Intermunicipal e de Comunicação

INSS – Instituto Nacional do Seguro Social

ISAP- Inspetor de Segurança e Administração Penitenciária

ITD – Imposto sobre Transmissão Causa-Mortis e Doações de Quaisquer Bens e Direitos

LC – Lei Complementar

PCERJ – Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro

PDV – Programa de Demissão Voluntária

PIB – Produto Interno Bruto

PLC – Projeto de Lei Complementar

PMERJ – Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro

2
PPI – Programa de Parceria de Investimentos

PPSA – Pré-sal Petróleo S/A

PRF – Plano de Recuperação Fiscal

PROFIT – Programa Fazendário de Investimento Tecnológico

RCL – Receita Corrente Líquida

RGF – Relatório de Gestão Fiscal

RGPS – Regime Geral de Previdência Social

RPPS – Regime Próprio de Previdência Social

RREO – Relatório Resumido de Execução Orçamentária

RRF – Regime de Recuperação Fiscal dos Estados e do Distrito Federal

SEEDUC – Secretaria de Estado de Educação

SEFAZ/ RJ – Secretaria de Estado de Fazenda e Planejamento do Estado do Rio de


Janeiro

SES – Secretaria de Estado de Saúde

STF – Supremo Tribunal Federal

TACT - Termo de Ajuste de Conduta Tributária

TLC – Teste de Longa Duração

UFIR – Unidade Fiscal de Referência

3
Sumário

Lista de Siglas ................................................................................................... 2

1. Apresentação e Diagnóstico ............................................................................... 5

1.1 Objetivo ................................................................................................... 6

1.2 Diagnóstico da Situação Econômico-Financeira .................................... 7

2. Detalhamento das Medidas de Ajuste .............................................................. 29

2.1 Dívidas Existentes e Operações de Crédito Previstas ........................... 29

2.2 Medidas de Ajuste da LC nº 159/17...................................................... 32

2.3 Demais Medidas de Ajuste e Resultado Esperado ................................ 36

3. Apuração do Equilíbrio Fiscal ......................................................................... 42

4. Riscos Fiscais e Passivos Contingentes ........................................................... 47

4
1.1 Objetivo

O Plano de Recuperação Fiscal, instrumento integrante do RRF, objeto da LC


Federal nº 159/2017, visa ao reequilíbrio das contas públicas do ERJ que vive uma
conjuntura de significativa frustração de receitas, causado, entre outros, pela grave
recessão econômica vigente, em contraponto ao crescimento da despesa primária. Tal
fato faz com que o desequilíbrio entre receita e despesa venha tendo uma trajetória de
crescimento acelerada comprometendo as despesas tanto discricionárias quanto
obrigatórias e fazendo com que o Estado deixe de cumprir seus compromissos
tempestivamente.

As medidas de ajuste são parte integrante do Plano e seus impactos individuais


estimados contribuem para que haja uma trajetória de volta ao equilíbrio das contas
públicas. O cumprimento de cada medida apresentada faz parte do compromisso do
Estado do Rio de Janeiro com o ajuste fiscal. É importante frisar que caso haja
divergência entre os valores realizados e os valores estimados no presente Plano, esta
deverá ser compensada de modo a não comprometer o resultado final de equilíbrio das
contas públicas estaduais conforme planejado. Sendo assim, consta como parte
integrante do presente documento, na seção 4, o Anexo de Riscos Fiscais e Passivos
Contingentes que, ao se materializar, poderiam afetar a efetividade do Plano de
Recuperação Fiscal e ensejar alterações no Plano originalmente elaborado.

Como serão detalhadas adiante, as ações previstas abrangem diversos aspectos


fiscais com o objetivo de não sobrecarregar grupos impactados, como por exemplo,
servidores, fornecedores ou contribuintes. Mais importante do que o resultado alcançado
por cada medida é o somatório do conjunto das mesmas, que irá se traduzir na trajetória
de equilíbrio apresentada.

Sendo assim, o retorno ao equilíbrio fiscal, ou seja, a um resultado nominal1


capaz de estabilizar a dívida líquida, esperado durante o PRF, será demostrado na seção
3, que contém os impactos das medidas elencadas na seção 2 deste Plano. Vale destacar
que na seção 2.3 o ERJ está propondo medidas adicionais àquelas dispostas na LC nº
159/2017 uma vez que elas são necessárias, dado o atual desequilíbrio fiscal, e irão
contribuir para o alcance dos resultados esperados.

1
Decreto Federal nº 9.109/2017, art. 17, §1 “Para os fins da apuração de que trata o caput, considera-se resultado
nominal o resultado primário, acrescido das receitas de natureza financeira e subtraídos os montantes de juros nominais
das dívidas dos Estados, apurados por regime de competência”.

6
1.2 Diagnóstico da Situação Econômico-Financeira

O ERJ reconhece o desequilíbrio financeiro de suas contas públicas conforme


determina o art. 2º da LC Federal nº 159/2017 e solicita adesão ao RRF por meio do
presente Plano que irá permitir a recondução ao equilíbrio necessário para o cumprimento
de suas obrigações assumidas e a assumir, no sentido de preservar o oferecimento de bens
e serviços indispensáveis à população fluminense.

· Da Situação da Arrecadação Tributária

A forte desaceleração da economia brasileira no final de 2014 evoluindo para a


significativa recessão de 2015 afetou todos os estados da Federação, inclusive o Rio de
Janeiro. Porém, a economia fluminense que depende fortemente da indústria do petróleo,
pela sua vocação natural, tem sido ainda mais castigada pela grave crise do país, devido à
brusca e intensa queda nos preços do petróleo e aos impactos da redução de investimentos
nas atividades da Petrobras.

O desempenho da arrecadação tributária do ERJ apresentou crescimento auspicioso


até 2013. Entretanto, o Estado, assim como outros entes federados, não passou incólume
diante do agravamento do cenário econômico nacional e sua arrecadação tributária
registrou forte desaceleração nos três últimos anos.

Diante deste quadro de rápida deterioração das expectativas e da paralisação de


grandes obras, decorrente da crise instalada na maior empresa pública do país, o Tesouro
do ERJ sofreu efeitos imediatos sobre a geração de caixa.

Neste contexto, a partir de meados do ano de 2014, a arrecadação de ICMS, que


guarda forte correlação com o nível da atividade econômica do Estado, verificou reiteradas
frustações de receita. Para melhor ilustrar os reflexos da economia fluminense na
arrecadação do ERJ, reproduz-se a seguir os indicadores fiscais instituídos pela Lei de
Responsabilidade Fiscal (LC Federal nº 101/2000), que confere um ordenamento jurídico
aos limites e aos indicadores fiscais e dá transparência ao desempenho fiscal do Ente.

De 2010-2013 percebe-se equilíbrio nos saldos. A partir de 2014 os resultados


refletem a conjuntura nacional, o que se repete em 2016, em que pesem todas as medidas
de ajuste fiscal em andamento, ou seja, alteração de alíquotas, combate à inadimplência e
modernização de processos de arrecadação.

7
Indicadores Fiscais
R$ Milhões

Descrição 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016


1 - Resultado Orçamentário -188 901 -229 -471 87 -3.977 -10.147
2 - Resultado Primário 1.415 2.600 -909 -4.704 -7.339 -3.628 -6.325
3 - Resultado Nominal 6.627 2.748 9.531 6.125 9.149 19.310 7.001
4 - Receita Corrente Líquida - RCL 34.535 39.268 40.613 47.064 46.046 51.224 46.229
5 - Dívida Consolidada Líquida 53.953 57.378 67.094 72.375 82.055 101.175 108.103
6 - Demonstrativo de desp. com Pessoal** 36,22% 35,31% 39,02% 38,38% 43,30% 43,14% 72,31%
Fonte: Secretaria de Fazenda do ERJ
Excluída a IM PRENSA OFICIAL e a CEDAE por não mais se enquadrarem no conceito de empresa dependente
** Limite máximo de Pessoal (incisos I, II e III, art. 20 da LRF) 60%
Limite Prudencial (parágrafo único do art. 22 da LRF) 57%
Limite de Alerta (inciso II do §1º do art. 59 da LRF) 54%

O Resultado Primário, que indica se os níveis de gastos orçamentários do Estado


são compatíveis com sua arrecadação, não deixa dúvidas sobre a dimensão da crise que se
abateu sobre o Estado do Rio de Janeiro. A sequência de Resultados Primários negativos
desde 2012 reflete o volume grandioso de Investimentos custeados com operações de
crédito, principalmente para arcar com o principal compromisso olímpico, a Linha 4 do
Metrô, o que está referendado pelo crescimento do Resultado Nominal em 2015. A
redução em 2016 reflete queda de desembolsos em virtude da finalização de contratos.

Observa-se que em 2013 e 2015 houve um elevado desempenho da RCL, gerado


principalmente pelo saque dos Depósitos Judiciais autorizados pela LC Estadual nº
147/2013 e LC Federal nº 151/2015. O conceito da RCL se tornou obsoleto devido ao fato
de retratar algumas receitas que estão vinculadas à aplicação específica, como o caso das
Participações Governamentais e Depósitos Judicias, além de incluir na base de cálculo as
receitas extraordinárias.

Variação Nominal e Real¹ da RCL


19,2%
15,9%
13,7%
11,2%
3,4%
12,5%
9,4% -2,2%
6,8%
2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016
-2,3% 0,5%
-9,8%
-8,1%
-15,4%
¹ Deflacionado pelo IPCA ∆% Nominal ∆% Real
Fonte: Relatório Resumido de Execução Orçamentária – RREO

8
As receitas tributárias somadas às receitas de royalties e participações especiais –
PE do petróleo representaram em média 73% das receitas correntes do ERJ durante os
anos de 2010 a 2016. O gráfico a seguir ilustra a evolução das receitas tributárias e dos
royalties e PE para este período.

R$
Evolução de Receitas Estaduais
milhões
Tributos e Royalties e PE
50.000 44.948
42.480 43.415
45.000 40.612
40.000 35.142
35.000 32.556
29.087
30.000
25.000
20.000
15.000
6.952 8.236 8.226 8.711
10.000 6.409 5.298 3.499
5.000

2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016

Fonte: SIG e SiafeRio Receita Tributária Royalties e PE

O ICMS, principal tributo do ERJ representou, em média 82% das receitas


tributárias para os anos de 2010 a 2016. Pelo gráfico a seguir é possível verificar que em
2013 houve crescimento real2 da arrecadação deste tributo em relação ao ano anterior. Os
anos de 2014 a 2016 não acompanharam esta evolução e apresentaram variação real
negativa em relação ao ano anterior.

Variação Anual de Receitas de ICMS


18,8%
15,2%
12,2%
7,5%
12,1%
2,8%
8,8% 1,3%
5,3% -2,7%
1,6%
2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016
-3,4%
-8,5% -8,8%
∆ % Nominal ∆ % Real

Fonte: SIG e SiafeRio

2
Os valores nominais foram deflacionados pelo IPCA anual

9
Na busca pela melhoria da arrecadação, foram autorizadas pela Assembleia
Legislativa, em 2015, alterações de alíquotas com efeitos na arrecadação. As alterações de
alíquotas foram feitas no ICMS, no Fundo Estadual de Combate à Pobreza e no IPVA.
Elas entraram em vigor a partir de 28.03.2016 e seus efeitos podem ser observados nos
gráficos a seguir.

Variação Anual de Receitas do FECP


35,5%

27,0%
13,0% 11,5%
8,3%
5,9%
3,4%
1,3%
6,7%
4,7%
2010 2011 2012 2,3%
2013 2014 2015 2016
-0,5%
-4,3%
-6,6%
∆% Nominal ∆% Real

Fonte: SIG e SiafeRio

Variação Anual de Receitas de IPVA


21,9%

12,8% 13,3%
9,1% 8,5%
7,3% 14,3%

6,6%
2,4% 2,4% 0,8% 2,4%
2010
-6,2% 2011 2012 2013 2014 2015 2016

-11,5%
∆ % Nominal ∆ % Real

Fonte: SIG e SiafeRio

Por outro lado, as receitas de Royalties e Participações Especiais vêm apresentando


redução significativa nos últimos dois anos, apesar do crescimento da produção de óleo e
gás. Essa parcela da receita representou em média 13,1% das receitas correntes do ERJ

10
durante o período de 2010 – 2014. Durante os anos de 2015 e 2016 sua participação
diminuiu para 7,3% e 5,2% das receitas correntes estaduais respectivamente.

31,2%
Variação Anual de Receitas de Royalties
18,5%
23,8% 8,5% 5,9%
-0,1%
11,9%
1,8%
2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016
-5,7% -0,5%
-34,0%
-39,2%
-38,1%
-45,0%
∆ % Nominal ∆ % Real

Fonte: SIG e SiafeRio

A justificativa para tal desempenho está na redução abrupta do preço do barril do


petróleo tipo Brent, conforme tabela abaixo.

Parâmetros de Cálculo de Receitas de Royalties


2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 ∆% 2016/2010
Brent Médio
79,61 111,26 111,63 108,56 98,97 52,32 42,23 -47%
(US$)
Câmbio Médio
1,77 1,66 1,91 2,12 2,31 3,13 3,57 102%
(R$/US$)

Fonte: EIA e BACEN

· Da Folha de Pagamento de Pessoal


A seguir será mostrado o crescimento da despesa de pessoal ativo, inativo e
pensionista para os anos de 2010 a 2016 com seus respectivos valores.

Evolução da Despesa de Pessoal


R$ milhões Ativos, Inativos e Pensionistas
25.000 21.540 22.021
19.838
20.000 18.021
15.490 15.783
13.620 13.160 13.359
15.000 12.434 11.772
10.268
9.069
10.000 7.893

5.000
-
2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016

Pessoal Ativos Inativos e Pensionistas


Fonte: SIAFEM e SiafeRio

11
No que tange às despesas com pessoal, é importante analisar separadamente,
ativos e inativos e pensionistas. As despesas com servidores ativos para o período entre
2010 a 2016 apresentaram aumento de 77% enquanto que as despesas referentes a
inativos e pensionistas dobraram para o mesmo período.

A elevação das despesas com os servidores ativos demonstra o investimento


substancial por parte do Estado na reestruturação dos planos de carreira, política pautada
na valorização profissional dos servidores através, entre outras medidas, da
recomposição de seus vencimentos.

A seguir os reajustes e as devidas legislações publicadas ao longo de 2013 a 2016


para as categorias das áreas de segurança, saúde e educação:

S egurança
2013 PCERJ S ES S EEDUC
Exceto PMERJ CBMERJ IS AP
Delegados
Reajuste de aproximadamente 23% referente à antecipação disposta
Reajustes aplicados
(*1)
no Art. 2º da Lei nº 6.162/2012 (antecipa para fev/2013 a parcela - 8%
no ano prevista para dez/2014)

Número da Lei e ano


6.162/2012 6.162/2012 6.162/2012 6.162/2012 - 6.479/2013
de publicação

S egurança
2014 PCERJ S ES S EEDUC
Exceto PMERJ CBMERJ IS AP
Delegados

11,18% 11,18% 11,18% 11,18%


(Reajuste do VB (Reajuste do VB (Reajuste do VB (Reajuste do VB Incorporação do
Reajustes aplicados no valor no valor no valor no valor Encargos SES e
9%
no ano (*1) equivalente a equivalente a equivalente a equivalente a GEELED ao
duas vezes o duas vezes o duas vezes o duas vezes o vencimento base.
IPCA) IPCA) IPCA) IPCA)

Número da Lei e ano


6.814/2014 6.162/2012 6.162/2012 6.162/2012 6.842/2014 6.834/2014
de publicação

S egurança
2015
PCERJ S ES S EEDUC
PMERJ CBMERJ IS AP
Delegado Demais
Reajustes aplicados
3% 13% 9% 9% 3% 6% -
no ano (*1)
Número da Lei e ano
6.833/ 2014 6.833/ 2015 6.840/ 2014 6.840/ 2014 6.841/ 2014 6.842/2014 -
de publicação

12
S egurança
2016
PCERJ S ES S EEDUC
PMERJ CBMERJ IS AP
Delegado Demais
Reajustes aplicados
3% 11% 8% 8% 3% 6% -
no ano (*1)
Número da Lei e ano
6.833/ 2014 6.833/ 2014 6.840/ 2014 6.840/ 2014 6.841/ 2014 6.842/2014 -
de publicação

Os aumentos concedidos nos planos de carreira das categorias segurança, saúde e


educação impactam a despesa dos respectivos servidores inativos e consequentemente a
despesa do Rioprevidência como um todo, dada a sua representatividade na folha de
pagamentos total. Para efeito de ilustração foram comparadas as folhas de inativos do
Poder Executivo de janeiro de 2014 e de janeiro de 20163. É possível notar que a área de
Segurança aumentou sua participação na folha de Inativos entre os meses analisados
notadamente em valor conforme demonstrado no quadro abaixo:

Representatividade (%) # Vínculos Valor Folha


jan-14 jan-16 jan-14 jan-16
Educação 54,0% 53,9% 34,6% 30,3%
Segurança 24,2% 25,1% 41,6% 46,4%
Saúde 6,0% 5,7% 1,6% 1,7%

A evolução da despesa de pessoal, somada à queda na RCL no exercício de 2016


fez com que o Estado do Rio de Janeiro ultrapassasse o limite máximo da despesa
liquidada de pessoal em relação à RCL imposto no art. 20 da LRF. Segundo o
Demonstrativo Consolidado da Despesa com Pessoal - RGF do 3º quadrimestre de 2016,
a despesa consolidada de pessoal representou 72,3% da RCL neste exercício.

Conforme será detalhado na seção 2, que trata das medidas de ajuste, o controle
da despesa de pessoal ao longo do RRF não se limitará às regras impostas da LRF, mas
também às vedações previstas na LC Federal nº 159/2017, assim como às regras que
limitam o crescimento da despesa através da LC Federal no 156/2016 e da Lei Estadual
nº 176/2017.

· Do Endividamento

No início da década de noventa, o agravamento da situação financeira dos


governos estaduais provocou maior protagonismo e controle por parte do Governo Federal

3
Caderno de Recursos Humanos disponível em:
http://www.rj.gov.br/web/seplag/exibeconteudo?article-id=2095947

13
sobre o futuro das finanças regionais quando, por meio de assunção e renegociação, houve
o refinanciamento das dívidas dos entes subnacionais.

Ao auxiliar os entes federados, o Governo Federal interveio de forma direta


editando leis que possibilitaram a realização de pagamentos parcelados, assunção de
dívidas, rolagem e reescalonamento da dívida externa e refinanciamento de compromissos
financeiros com instituições bancárias. Isto permitiu a regularização e a quitação de
passivos considerados impagáveis.

A propósito, a reforma e a transformação do setor público estadual foram resultado


do elevado endividamento e da geração de déficits fiscais sucessivos, o que permitiu ao
Governo Federal amplas condições para exigir um ajuste fiscal.

Neste cenário de mudanças estruturais do final da década de noventa, decorre a


edição da Lei de Responsabilidade Fiscal (Lei Complementar nº 101, de 4 de maio de
2000), que estabeleceu normas de finanças públicas e passou a ser o código de conduta
para os gestores públicos brasileiros, objetivando aprimorar a responsabilidade na gestão
fiscal dos recursos públicos.

A título de ilustração, as principais características dos contratos de refinanciamento


assinados entre 1997 e 2000 com a União encontram-se destacadas no Quadro I abaixo:

Quadro I – Operações de Crédito Contratadas com a União (1997-2000)

Fonte: Secretaria de Estado de Fazenda e Planejamento do Rio de Janeiro

O Estado do Rio de Janeiro não obteve anuência da Secretaria do Tesouro


Nacional para endividamento entre os anos de 2000 a 2007. A partir de 2008, as
autorizações de espaço fiscal, no total de R$ 28,5 bilhões, em termos nominais, permitiram
a retomada de contratação de operações de crédito pelo Estado. A evolução do espaço
fiscal aprovado para os anos de 2008 a 2016 segue no gráfico abaixo:

14
Espaço Fiscal aprovado no Programa de Ajuste Fiscal –
PAF (R$ Milhões)
7.055

6.000
5.387

4.009

2.583
1.989
1.500

0 0

2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016

Fonte: Secretaria de Estado de Fazenda e Planejamento do Rio de Janeiro

Assim, para dar sustentação a ciclo de grandes investimentos, no período de 2008 a


2016, de acordo com o gráfico a seguir, o Estado do Rio de Janeiro contratou 41 operações
de crédito, no total de R$ 28,25 bilhões, em termos nominais, dos quais R$ 19,2 bilhões
equivalem a 21 operações internas e R$ 9,05 bilhões, a 20 operações externas,
considerando o dólar norte-americano da data da assinatura do contrato.

Contratação de Operações de Crédito


(R$ Milhões)

11
12

10
13
8
8
7
6
5 5 4
4
4
4
2 1 2 2
2 0
0 0 0 1
-
2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016

Valor Contratado Op. Contratadas

Fonte: Secretaria de Estado de Fazenda e Planejamento do Rio de Janeiro

15
Além da União, os credores do Estado do Rio de Janeiro são bancos públicos e
privados, no que se refere a operações de crédito internas (Banco do Brasil - BB, Caixa
Econômica Federal – CAIXA, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social
– BNDES, BTG Pactual e Crédit Suisse), e organismos multilaterais no que tange a
operações de crédito externas (Banco Mundial - BIRD, Banco Interamericano - BID,
Corporação Andina de Fomento - CAF e Agência Francesa de Desenvolvimento – AFD).

As operações de crédito celebradas pelo Estado do Rio de Janeiro entre 2008 e


2016 encontram-se destacadas no quadro a seguir.

Operações de Crédito Contratadas

2008
INSTITUIÇÃO DATA DA VALOR CONTRATADO VALOR
CONTRATO
FINANCEIRA ASSINATURA EM US$ CONTRATADO EM R$
PROG. ESTADUAL DE TRANSPORTES ADICIONAL - PET ADICIONAL BIRD 20/05/2008 44.000.000,00 72.908.000,00
PROG. MODERNIZAÇÃO DA ADM. ESTADUAL - PMAE BNDES 11/06/2008 15.027.315,87
TOTAL EM 2008 44.000.000,00 87.935.315,87

2009
INSTITUIÇÃO DATA DA VALOR CONTRATADO VALOR
CONTRATO
FINANCEIRA ASSINATURA EM US$ CONTRATADO EM R$
PROG. SANEAMENTO P/TODOS I CAIXA 07/07/2009 558.000.000,00
PROG. DELEGACIA LEGAL BNDES 10/08/2009 157.000.000,00
PROG. EMERGENCIAL DE FINANCIAMENTO -PEF / (FIN. BNDES) B.BRASIL 14/08/2009 61.108.000,00
PROG. ESTADUAL DE TRANSPORTES II - PET II BIRD 24/09/2009 211.700.000,00 379.302.890,00
PROJETO RIO RURAL I BIRD 14/12/2009 39.500.000,00 69.057.850,00
AQUISIÇÃO DE EQUIPAMENTOS - SEAPPA / (FIN. BNDES) B.BRASIL 23/12/2009 19.971.881,46
PROG. EMERGENCIAL DE FINANCIAMENTO II - PEF II / (FIN. BNDES) B.BRASIL 28/12/2009 91.662.000,00
TOTAL EM 2009 251.200.000,00 1.336.102.621,46

2010
INSTITUIÇÃO DATA DA VALOR CONTRATADO VALOR
CONTRATO
FINANCEIRA ASSINATURA EM US$ CONTRATADO EM R$
PROG. DE DESENVOLV. ECON, SOCIAL E DE SUSTENT. FISCAL -PRODESF/DPL I BIRD 22/03/2010 485.000.000,00 874.455.000,00
PROG. DE MODERNIZAÇÃO DA GESTÃO FAZENDÁRIA-PROFAZ BID 10/05/2010 19.759.050,00 35.236.313,87
PROG. MODERNIZAÇÃO DA ADM. ESTADUAL II - PMAE II BNDES 26/05/2010 9.982.000,00
CONTRAPARTIDA - PAC / (FIN. BNDES) CAIXA 24/06/2010 606.046.612,59
PROG RENOVAÇÃO E FORTALECIMENTO DA GESTÃO PÚBLICA - PRÓGESTÃO I BIRD 22/11/2010 18.673.000,00 32.182.915,50
TOTAL EM 2010 523.432.050,00 1.557.902.841,96

16
2011

INSTITUIÇÃO DATA DA VALOR CONTRATADO VALOR


CONTRATO
FINANCEIRA ASSINATURA EM US$ CONTRATADO EM R$

VIA LIGHT - PRÓ TRANSPORTES CAIXA 28/06/2011 259.138.332,31


MARACANÃ - PROCOPA I BNDES 29/07/2011 400.000.000,00
PROG. NACIONAL DE DESENVOLVIMENTO DO TURISMO - PRODETUR BID 08/08/2011 112.000.000,00 179.188.800,00
PROG. DE HAB. E DESENV. URBANO METROP. SUSTENTÁVEL - PROHDUMS/DPL II BIRD 09/08/2011 485.000.000,00 792.199.000,00
TOTAL EM 2011 597.000.000,00 1.630.526.132,31

2012

INSTITUIÇÃO DATA DA VALOR CONTRATADO VALOR


CONTRATO
FINANCEIRA ASSINATURA EM US$ CONTRATADO EM R$

PROG. DE SAN. AMB. DOS MUNICÍPIOS DO ENTORNO DA BAÍA DE GUANABARA -PSAM BID 20/03/2012 451.980.000,00 824.999.094,00
PROG. PRÓ CIDADES B.BRASIL 05/06/2012 3.645.563.000,00
METRÔ LINHA 4 (ESTUDOS E PROJETOS) BNDES 12/06/2012 157.954.512,78
PROG. SANEAMENTO P/TODOS II CAIXA 22/06/2012 415.372.248,98
PROG. ESTADUAL DE TRANSPORTES ADICIONAL II - PET II ADICIONAL BIRD 05/09/2012 600.000.000,00 1.222.800.000,00
PROGRAMA DE OBRAS EMERGENCIAIS - POE CAF 13/09/2012 100.000.000,00 202.490.000,00
PROG. MELHORIAS E IMPLANTAÇÃO DE INFRAESTRUTURA VIÁRIA - PROVIAS CAF 13/09/2012 319.675.000,00 647.309.907,50
PROG. DE INTEGRAÇÃO E MOB. URBANA - PMU AFD 09/10/2012 394.500.000,00 802.057.950,00
PROG. DE DESENVOLV. ECON., SOCIAL E DE SUSTENT. FISCAL -PRODESF II/DPL III BIRD 30/10/2012 300.000.000,00 609.540.000,00
PROJETO DE REFORMA DO MARACANÃ - PROCOPA II CAF 22/11/2012 120.666.000,00 252.276.406,20
PROG. OBRAS COMPL DO ARCO METROPOLITANO CAF 05/12/2012 200.000.000,00 420.800.000,00
PROG. PRÓ-INVESTE / (FIN. BNDES) B.BRASIL 12/12/2012 940.956.773,22
PROGRAMA COORDENADO DE INVESTIMENTOS - PROCOI CAIXA 20/12/2012 1.199.871.427,00
TOTAL EM 2012 2.486.821.000,00 11.341.991.319,68

2013

INSTITUIÇÃO DATA DA VALOR CONTRATADO VALOR


CONTRATO
FINANCEIRA ASSINATURA EM US$ CONTRATADO EM R$

PROG. DE INCLUSÃO SOCIAL E OPORTUNIDADES P/ JOVENS NO RJ BID 22/02/2013 60.000.000,00 118.194.000,00


METRÔ - PRÓ ML 4 BNDES 26/04/2013 3.031.405.000,00
PROG. PRO CIDADES II B.BRASIL 26/04/2013 3.135.800.000,00
PROJETO RIO RURAL ADICIONAL BIRD 19/08/2013 100.000.000,00 239.740.000,00
PROG. MELHORAMENTO DA QUALID. E INTEGRAÇÃO DOS TRANSP. URBANOS - PROMIT BIRD 03/12/2013 500.000.000,00 1.177.600.000,00
TOTAL EM 2013 660.000.000,00 7.702.739.000,00

2014
INSTITUIÇÃO DATA DA VALOR CONTRATADO VALOR
CONTRATO
FINANCEIRA ASSINATURA EM US$ CONTRATADO EM R$

PROGESTÃO II BIRD 30/04/2014 48.000.000,00 107.299.200,00


METRÔ - PRÓ - ML 4 ADICIONAL BNDES 03/07/2014 3.000.000.000,00
PROSUT BTG PACTUAL 29/08/2014 450.000.000,00
PRODES CREDIT SUISSE 29/08/2014 600.000.000,00
TOTAL EM 2014 48.000.000,00 4.157.299.200,00

2016

INSTITUIÇÃO DATA DA VALOR CONTRATADO VALOR


CONTRATO
FINANCEIRA ASSINATURA EM US$ CONTRATADO EM R$

METRÔ - PRÓ - ML 4 ADICIONAL II BNDES 26/02/2016 444.811.123,92


TOTAL EM 2016 0,00 444.811.123,92
Fonte: Secretaria de Estado de Fazenda e Planejamento do Rio de Janeiro

Estoque da Dívida

Em 2010, o estoque da dívida do Estado do Rio de Janeiro era composto, em sua


grande maioria, por operações de refinanciamento e assunção de dívidas, que
representavam aproximadamente 93% da composição total. Em 2016, em virtude da
contratação de novas operações de crédito, as dívidas refinanciadas sofreram redução para
68% da composição total.

Por sua vez, a participação da dívida externa na composição passou de 3,40% do


total, em 2010, para 11,35% do total, em 2016, movimento este justificado pela
contratação de operações de crédito firmadas com organismos multilaterais.

17
Composição da Dívida Pública
(% sobre a Dívida Total)

100,0%
95,0%
90,0%
85,0%
80,0%
75,0%
70,0%
65,0%
60,0%
55,0%
50,0%
2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016

Refinanciamento Parcelamento Operação de Crédito Interna Operação de Crédito Externa

Fonte: Secretaria de Estado de Fazenda e Planejamento do Rio de Janeiro

No ano de 2013, ainda que o endividamento do Estado do Rio de Janeiro tenha


aumentado, em termos de estoque, a trajetória da relação Dívida Consolidada
Líquida/Receita Corrente Líquida (DCL/RCL) foi decrescente motivada pela evolução
positiva da RCL.

A partir de 2014, a velocidade e os efeitos da retração econômica sobre a


arrecadação estadual, bem como a deterioração das variáveis macroeconômicas, fizeram
com que a relação DCL/RCL tivesse alterada sua trajetória de queda, culminando no
descumprimento do limite máximo de 200% entre DCL e RCL, em 2016, estabelecido no
artigo 3º da Resolução nº 40, do Senado Federal, de 20 de dezembro de 2001.

No gráfico a seguir, observa-se que, a partir de 2014, houve desaceleração no


crescimento da receita. No mesmo período, em contraponto, a evolução do estoque da
dívida foi impulsionada por liberações de recursos de operações contratadas em anos
pretéritos e não em função de novas contratações.

18
Evolução da Dívida
(R$ bilhões)
2,34
1,78 1,98
1,56 1,46 1,65 1,54 108,1
101,2
82,1
67,1 72,4
54,0 57,4
47,1 46,0 51,2 46,2
39,3 40,6
34,5

2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016

Dívida Consolidada Líquida (R$) Receita Corrente Líquida (R$)


DCL/RCL Limite DCL/RCL

Fonte: Relatório de Gestão Fiscal – RGF

Perfil da Dívida

A dívida total do Estado, apurada em dezembro de 2016, apresentou estoque de R$


107,06 bilhões, dos quais R$ 94,94 bilhões referem-se à dívida interna e R$ 12,11 bilhões,
à dívida externa.

0,11%
Composição por Credor
11,32%

União (Refinanciamentos e
Parcelamentos)

19,79% BNDES/CAIXA/B.B./PACEL
MUN.

BIRD/BID/JBIC/AFD/CAF
68,78%

Adm. Ind. Honrada Tesouro.

Fonte: Secretaria de Estado de Fazenda e Planejamento do Rio de Janeiro

O Governo Federal é o maior credor do Estado do Rio de Janeiro, com participação


de 68,8% da dívida total. Compõem esse grupo os contratos de refinanciamento assinados
entre 1997 e 2000, quais sejam: as dívidas renegociadas no âmbito da Lei nº 9.496/97
(54,4% da dívida total), a dívida assumida mediante a Lei nº 8.727/83, a Dívida de Médio
e Longo Prazo (DMLP) e os parcelamentos de dívidas previdenciárias e de tributos
federais.

19
Se acrescentarmos ao valor total da dívida com a União, os valores referentes à
dívida com os bancos federais (Banco do Brasil, Caixa e BNDES), a União se torna
credora de 88,6% do total.

A seguir gráfico com a composição do estoque da Dívida Pública Estadual, por


indexador, posição em dezembro de 2016.

Composição por Índices de Correção


CAM
54%

LIBRA
0,00%
TR
0,62%
IPCA IENE
2% 0,11%

Outra
3% SELIC
1,76%

S/ CORREÇÃO
IGP-DI 0,24%
14%
TJLP
7%

DÓLAR
20%

Fonte: Secretaria de Estado de Fazenda e Planejamento do Rio de Janeiro

As dívidas vinculadas ao Coeficiente de Atualização Monetária – CAM, definido


por meio da Lei Complementar Federal nº 148, de 25 de novembro de 2014,
representavam, em dezembro de 2016, 54,4% no montante total da Dívida Financeira,
reforçando a sensibilidade da dívida estadual à correção monetária deste indexador.

Na composição da dívida estadual, predominam os contratos firmados com taxas


de juros pré-fixadas, ou seja, determinadas na data da celebração do contrato, com
vigência por todo o prazo do empréstimo. Em contrapartida, a participação dos contratos
firmados com taxas pós-fixadas representaram 19,6% do total da dívida. Nestes contratos,
a taxa de juros é periodicamente recalculada em função das cotações no mercado
financeiro de empréstimo e das cotações determinadas pelo Banco Central e pelos
organismos de regulação ou de fomento oficiais nos mercados financeiros.

20
COMPOSIÇÃO DO ESTOQUE POR FAIXAS DE TX de JUROS
R$ mil
Prefixado
Estoque/
Tx de Juros (%) Estoque Estoque/ Total
Subtotal
0-2 841.920 0,98% 0,79%
2,1 - 4 155.825 0,18% 0,15%
4,1 - 6 75.266.164 87,44% 70,30%
acima de 6,1 9.815.547 11,40% 9,17%
Subtotal 86.079.456 100,00% 80,40%
Pósfixado
Estoque/
Tx de Juros (%) Estoque Estoque/ Total
Subtotal
0-2 9.538.338 45,46% 8,91%
2,1 - 4 1.949.644 9,29% 1,82%
4,1 - 6 9.491.864 45,24% 8,87%
Subtotal 20.979.846 100,00% 19,60%
Total 107.059.302 100,00%

· Dos restos a Pagar e Obrigações Inadimplidas

O saldo de restos a pagar até o exercício de 2015 apresentou um comportamento


homogêneo e em 2016 ele cresceu acima de 900%.

O saldo de Restos a Pagar que está em aberto em 2017 inclui parte do 13° salário
de servidores ativos e inativos relativos ao exercício de 2016.

Execução de Restos a pagar


R$ milhões
14.000
12.000
9.418
10.000
8.000
6.000
4.000 2.987
2.000 416 389 355 351 295
229

2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017*

Inscritos até o ano anterior Pagos Cancelados Saldo


*Até junho

Fonte: SIAFEM e SiafeRio

21
· Do Patrimônio Estadual

Para verificação do patrimônio estadual foram considerados os investimentos e o


imobilizado (bens móveis e imóveis), explicitados no Relatório de Contas de Gestão do
Estado do Rio de Janeiro referente ao exercício de 20164, publicado pela Contadoria Geral
do Estado (CGE-RJ). Os investimentos compreendem as participações permanentes em
outras sociedades, bem como os bens e direitos não classificáveis no Ativo Circulante,
nem no Ativo Realizável a Longo Prazo e que não se destinem à manutenção da atividade
da entidade. De acordo com a tabela abaixo, os investimentos do Estado, em 2016, foram
de aproximadamente R$ 10,5 bilhões, o que representou uma queda de 7,43% na
comparação com o ano anterior. Em 2016, os bens móveis totalizaram o valor de R$ 5,6
bilhões, um aumento de 20,70% em relação ao ano de 2015. Já os bens imóveis somaram
o valor de R$ 23,8 bilhões em 2016, o que representou uma elevação de 13,26%
comparativamente a 2015.

O acréscimo dos bens móveis se deu principalmente pela transferência de


valores, antes classificados em “Atividades em Andamento – Demais Investimentos
Permanentes”, pertencentes à Secretaria de Estado de Transportes, referentes a
embarcações, trens, bondes e barcas, para melhor classificação no Balanço. O aumento
dos bens imóveis foi decorrente principalmente da variação positiva dos “Bens Imóveis
em Andamento”.

R$ Mil
Patrimônio do Estado 2015 2016 Variação (%)
Investimentos 11.317.511 10.476.327 -7,43
Bens Móveis 4.613.872 5.569.153 20,70
Bens Imóveis 21.036.136 23.824.888 13,26

Fontes: SIAFEM/SIAFE-RIO

A lista completa das empresas estatais do Estado do Rio de Janeiro, seu ramo de
atuação e percentual de participação do ERJ em seu patrimônio encontra-se no ANEXO
04 deste Plano.

4
Relatório de Contas de Gestão 2016 disponível em:
http://www.fazenda.rj.gov.br/cge/content/conn/UCMServer/path/Contribution%20Folders/contadoria/relator
iosContabeis/relat_conta_gestao/2016/Volume%2002/Volume%202%20-
%20Contas%20de%20Gest%C3%A3o%20Dezembro%202016.pdf?lve

22
· Da Habilitação

O ERJ se encontra em condição de habilitação ao RRF de acordo com o que dispõe


o art. 3º da LC Federal nº 159/17 e o art., que elenca três requisitos cumulativos para que o
ente federativo se habilite a aderir ao RRF. São eles:

· receita corrente líquida anual menor que a dívida consolidada ao final do exercício
financeiro anterior ao do pedido de adesão ao Regime de Recuperação Fiscal, nos termos
da Lei Complementar nº 101, de 4 de maio de 2000;
· despesas liquidadas com pessoal, apuradas na forma do art. 18 da Lei
Complementar nº 101, de 4 de maio de 2000, com juros e amortizações, que somados
representem, no mínimo, 70% (setenta por cento) da receita corrente líquida aferida no
exercício financeiro anterior ao do pedido de adesão ao Regime de Recuperação Fiscal;
· valor total de obrigações contraídas maior que as disponibilidades de caixa e
equivalentes de caixa de recursos sem vinculação, a ser apurado na forma do art. 42 da Lei
Complementar nº 101, de 4 de maio de 2000.

Para verificação dos requisitos de habilitação foram utilizadas informações


disponibilizadas conforme os §§ 2° e 3° do art. 48 da LRF e observam o disposto no
Manual de Contabilidade Aplicada ao Setor Público (MCASP) e no Manual de
Demonstrativos Fiscais (MDF) vigentes, editados pela Secretaria do Tesouro Nacional.

Em relação ao primeiro item, segundo o Demonstrativo da Dívida Consolidada


Líquida do Relatório de Gestão Fiscal - RGF do 3º quadrimestre de 2016 (ANEXO 01),
a receita corrente líquida - RCL do ERJ, no exercício de 2016, acumulou um total de R$
46.228.984.469, enquanto que a dívida consolidada acumulou no mesmo exercício um
total de R$ 108.103.232.139. A RCL ficou, portanto, 42,8% menor do que a dívida
consolidada no referido período.

Quanto ao segundo item, a despesa liquidada de pessoal, segundo Demonstrativo


Consolidado da Despesa com Pessoal - RGF do 3º quadrimestre de 2016 (ANEXO 02),
totalizou R$ 33.426.453.815, somada à despesa com juros e amortizações5, de acordo
com o Demonstrativo da Execução da Despesa Consolidada do Estado6, de R$

5
Os montantes dos serviços da dívida estão de acordo com o disposto no § 6º do art. 1º do Decreto Federal
nº 9.109/2017.
6
Disponível em: https://goo.gl/M1QAzU

23
4.716.670.354, representaram 82,51% da RCL do mesmo período. Excedeu, portanto,
em 12,51% o limite mínimo previsto para habilitação ao RRF.

Na verificação do terceiro e último item, observou-se a determinação do art. 42


da LRF que dispõe que: “na determinação da disponibilidade de caixa serão
considerados os encargos e despesas compromissadas a pagar até o final do exercício”.
Desta forma, observa-se no Demonstrativo Consolidado da Disponibilidade de Caixa e
dos Restos a Pagar - RGF do 3º quadrimestre de 2016 (ANEXO 03), o valor de
disponibilidade de caixa bruta de recursos sem vinculação de R$ 862.772.448 sendo o
valor total das obrigações contraídas de R$ 11.093.821.793.

Isto posto, o ERJ se encontra habilitado a aderir ao Regime de Recuperação


Fiscal instituído pela LC Federal nº 159/2017 e regulamentado pelo Decreto nº
9.109/2017.

· Da Duração Esperada do Regime de Recuperação Fiscal

De acordo com a LC Federal nº 159/2017 em seu §2º, art. 2º: “o prazo de


vigência do Plano de Recuperação será fixado na lei que o instituir, conforme estimativa
recomendada pelo Conselho de Supervisão, e será limitado a 36 (trinta e seis) meses,
admitida 1 (uma) prorrogação, se necessário, por período não superior àquele
originalmente fixado.”

Ao mesmo tempo a Lei Estadual nº 7.629/2017 em seu art. 1º dispõe que: “fica o
Poder Executivo autorizado a aderir ao Regime de Recuperação Fiscal, consoante o
Plano de Recuperação do Estado do Rio de Janeiro, em cumprimento com a Lei
Complementar nº 159, de 19 de maio de 2017, que terá vigência de 36 (trinta e seis)
meses a contar do ato do Presidente da República que a homologar e der início à vigência
do Regime de Recuperação Fiscal, após a emissão de parecer prévio favorável ao Plano
de Recuperação pelo Ministério da Fazenda e a posse dos membros titulares do Conselho
de Supervisão admitida uma prorrogação, se necessário, por período não superior ao
originalmente fixado”.

Desta forma, o Plano de Recuperação Fiscal será firmado por três anos, embora o
fluxo de caixa apresentado considere as projeções por mais três anos, ou seja,
considerando uma possível prorrogação pelo prazo máximo permitido, de forma a atingir o
resultado esperado.

24
· Das Receitas, Despesas e Projeção do Fluxo de Caixa

Para a projeção do cenário base foram consideradas diferentes premissas e


utilizadas diferentes metodologias dadas as especificidades de cada item da receita e
despesa. De forma geral a projeção da receita partiu da reestimativa da receita para o
exercício de 2017 e da LDO para os exercícios de 2018 a 2020. A partir de 2021, foram
utilizados padrões de crescimento levando-se em conta parâmetros macroeconômicos. O
detalhamento das projeções do cenário base da receita encontra-se descritos no ANEXO
05 e ANEXO 33 deste Plano.

As projeções de despesa foram repartidas em 3 grupos, a saber: (i) despesa de


pessoal ativo (ANEXO 06); (ii) despesa de pessoal inativo (ANEXO 07) e; (iii) demais
despesas correntes (ANEXO 08). Para efeito do cálculo dos juros, encargos e
amortizações da dívida pública estadual foi considerado o fluxo atual detalhado no
ANEXO 09 deste Plano.

A análise do cenário base demonstra a incapacidade do Estado do Rio de Janeiro


de fazer frente às suas obrigações sejam elas referentes ao pagamento das dívidas
contraídas, do pagamento a fornecedores e inclusive de honrar a folha de pagamento dos
servidores ativos e inativos em sua totalidade.

25
26
27
28
2. Detalhamento das Medidas de Ajuste

As medidas de ajuste foram divididas em 3 grandes grupos. O primeiro grupo


refere-se à redução extraordinária de que trata o art. 9º da LC Federal nº 159/2017 e da
suspensão da execução de contragarantias prevista no art. 17 da mesma Lei
Complementar. Também estão incluídas neste grupo as operações de crédito previstas
no art. 11 da LC Federal nº 159/2017. No segundo grupo serão listadas as medidas
condicionantes para adesão ao RRF, conforme o § 1º do art. 2º da LC Federal nº
159/2017. Por fim, o terceiro grupo elenca as demais medidas implementadas
necessárias ao alcance do equilíbrio das contas públicas estaduais.

2.1 Dívidas Existentes e Operações de Crédito Previstas

· Lista de Dívidas com a União Administradas pela STN

O Estado do Rio de Janeiro possui quatro contratos que são administrados pela
STN e que se encaixam nas condições descritas no art. 9º da LC Federal nº 159/2017,
cujo saldo é de R$ 76,49 bilhões (posição de 30/06/2017).

Para o retorno de pagamento das prestações utilizou-se a hipótese de


renovação do PRF por mais 3 anos (até 2023), que autoriza o retorno do pagamento de
forma progressiva e linear. A metodologia prevista para o retorno de pagamento das
prestações encontra-se detalhada no ANEXO 10 deste Plano.

· Lista de Dívidas Garantidas pela União

O Estado do Rio de Janeiro possui 40 operações de crédito garantidas pela


União. Para previsão do fluxo do serviço da dívida considerou-se a hipótese de
suspensão do pagamento pelo prazo de 3 anos, conforme disposto no art. 17 da LC
Federal nº 159/2017. Para o retorno do pagamento, de forma progressiva e linear, das
prestações dos contratos com o sistema financeiro e instituições multilaterais, com
garantia da União, considerou-se pagamento de 1/36 (um trinta e seis avos) da
prestação, aumentando o valor pago, neste montante, em cada mês até chegar a 100%
(cem por cento) da prestação, igual ao apresentado para as dívidas controladas pela
Secretaria do Tesouro Nacional. A metodologia prevista para o retorno de pagamento
das prestações encontra-se detalhada no ANEXO 10 deste Plano.

29
· Lista de Empresas que serão Privatizadas

O Estado do Rio de Janeiro pretende alienar as ações da Companhia Estadual


de Águas e Esgotos – Cedae no prazo máximo de 3 anos. De acordo com a Lei
Estadual nº 7.529/2017, que autoriza o Poder Executivo a alienar as ações
representativas do Capital Social da referida empresa, os recursos resultantes da
alienação serão obrigatoriamente utilizados para pagamento da operação de crédito
autorizada, no valor de R$ 3,5 bilhões, explicitada no item a seguir.

Ainda segundo a mesma Lei, o saldo do resultado da alienação será destinado


ao abatimento de dívidas, na seguinte ordem, observado o disposto no artigo 44 da Lei
Complementar nº 101, de 4 de maio de 2000:

I - dívidas refinanciadas com bancos federais garantidas pela União;

II - dívidas do Estado com a União.

· Lista de Operações de Crédito que Serão Contratadas

O art. 11 da LC Federal nº 159/2017 lista possíveis operações de crédito a


serem contratadas durante o RRF. O ERJ pretende contratar as seguintes operações de
crédito durante o PRF:

a) Antecipação de Receita da Privatização da Companhia Estadual de Águas e


Esgotos – Cedae

Em cumprimento do inciso II do § 1o do art. 4º, da LC Federal nº 159/2017, o


ERJ editou a Lei Estadual nº 7.529/2017 que autoriza o Poder Executivo a alienar as
ações representativas do Capital Social da Companhia Estadual de Águas e Esgotos –
Cedae. Ao mesmo tempo, em seu art. 2º, a referida Lei dispõe que: “enquanto não
efetivada a alienação de que trata o artigo 1°, fica o Poder Executivo autorizado a
contratar operação de crédito no valor de até R$ 3,5 bilhões junto a instituições
financeiras nacionais ou internacionais, organismos multilaterais e bilaterais de
crédito, agências de fomento ou agência multilateral de garantia de financiamentos.”

Como garantia da operação de crédito, o art. 2º da mesma Lei autoriza o


oferecimento das ações de titularidade da Companhia à instituição credora e/ou em
contragarantia à União.

O detalhamento da referida operação a ser realizada no exercício de 2017


encontra-se no ANEXO 11 deste Plano.

30
b) Demais Operações de Crédito

O Governo estadual pretende contratar operações de crédito para financiar


desligamento de pessoal, para auditoria da folha de pagamento, para modernizar a
arrecadação estadual e para financiar o pagamento de Precatórios e “Restos a Pagar”.
Todas essas medidas encontram-se descritas no item 2.3 – Demais Medidas de Ajuste
e Resultado Esperado. A projeção de pagamentos de precatórios encontra-se detalhada
no ANEXO 34.

DOS FINANCIAMENTOS AUTORIZADOS (em R$


2017 2018 2020
milhões)
I - financiamento de programa de desligamento voluntário
de pessoal
II - financiamento de auditoria do sistema de
10 40
processamento da folha de pagamento de ativos e inativos
III - financiamento dos leilões de que trata o inciso VII do §
3.060
1o do art. 2º
IV - reestruturação de dívidas com o sistema financeiro
V - modernização da administração fazendária 50 200
VI - antecipação de receita da privatização de empresas de
3.500
que trata o inciso I do § 1º do art. 2º
VII - demais finalidades previstas no Plano de Recuperação
200 1.000
– Precatórios e Pagamento de Rescisão Empresas Estatais
Total 3.560 3.500 1.000

O detalhamento das operações de crédito a contratar encontra-se no ANEXO 35,


assim como a lista de dívidas que serão aditadas durante a vigência do RRF.

· Impacto no Fluxo de Caixa – 2017 – 2023

Efeito no Fluxo de caixa - Dívidas existentes e Operações de Crédito


Em R$ milhões
2017 2018 2019 2020 2021 2022 2023
Dívidas Existentes
Amortizações -1.693 -3.967 -4.355 -3.508 -1.611 816 4.849
Juros -3.248 -4.933 -5.081 -3.840 -323 1.543 1.915
Novas Operações 3.560 3.500 0 1.000 - - -
Amortizações 0 0 40 356 356 456 456
Juros 1 40 400 390 458 416 364
Total Impacto -1.380 -5.360 -8.997 -5.603 -1.119 3.230 7.584

31
2.2 Medidas de Ajuste da LC Federal nº 159/17
O § 1º do art. 2º da LC nº 159/2017 elenca sete medidas a serem implementadas
pelo Estado. São elas:

· autorização de privatização de empresas dos setores: financeiro, de energia, de


saneamento e outros, na forma do inciso II do § 1o do art. 4o, com vistas à
utilização dos recursos para quitação de passivos;

Em cumprimento do inciso I do § 1o do art. 2º, da LC Federal nº 159/2017, o


ERJ editou a Lei Estadual nº 7.529/2017 que autoriza o Poder Executivo a alienar as
ações representativas do Capital Social da Companhia Estadual de Águas e Esgotos –
Cedae. O art. 5º da referida lei dispõe que: “os recursos resultantes da operação de
alienação das ações representativas do capital social da Companhia Estadual de Águas
e Esgotos - Cedae serão obrigatoriamente utilizados para a quitação da operação de
crédito de que trata o artigo 2°, não se aplicando o disposto no artigo 2° da Lei
Estadual n° 2.470, de 28 de novembro de 1995”.

O saldo do resultado da alienação será destinado ao abatimento de dívidas, na


seguinte ordem, observado o disposto no artigo 44 da Lei Complementar n° 101, de 04
de maio de 2000:

I - dívidas refinanciadas com bancos federais garantidas pela União;

II - dívidas do Estado com a União.

Para tal, em 12/06/2017 o Estado do Rio de Janeiro assinou o Acordo de


Cooperação Técnica nº 16.2.0569.14 com o Banco Nacional de Desenvolvimento
Econômico e Social – BNDES tendo por objeto a cooperação técnica para o
planejamento e a estruturação de projetos de desestatização, compreendendo a alienação
de participação societária, no âmbito do Programa de Parceria de Investimentos – PPI,
utilizando a notória especialização do BNDES na estruturação de projetos de
desestatização, mediante planos de trabalho específicos.

O valor da alienação das ações encontra suporte no Relatório da Administração


e Demonstrações Financeiras da Companhia Estadual de Águas e Esgotos do Estado do

32
Rio de Janeiro – Cedae7, do exercício de 2016, nas págs. 42 e 43, que mostra que a
Companhia possui patrimônio líquido de R$ 5,81 bilhões (ANEXO 12).

· a adoção pelo Regime Próprio de Previdência Social mantido pelo Estado, no


que couber, das regras previdenciárias disciplinadas pela Lei nº 13.135, de 17 de
junho de 2015.

O Congresso Nacional aprovou a Lei nº 13.135/2015 que dispõe sobre os


benefícios do Regime Geral de Previdência Social - RGPS e os benefícios de pensão por
morte dos beneficiários dos segurados do Regime Próprio de Previdência Social - RPPS
da União. No sentido de alinhamento com o Governo Federal, a Lei Estadual nº
7.628/2017 visa buscar uma maior uniformidade entre as regras de concessão de pensão
por morte do RPPS dos servidores federais e do RGPS, com as regras do RPPS do ERJ,
com base na Constituição Federal, especialmente o § 7º do art. 40, que trata da
concessão do benefício de pensão por morte.

A principal mudança refere-se à nova tabela que concederá as pensões em


função da expectativa de vida dos pensionistas, de acordo com a idade dos cônjuges
beneficiários, nos casos da união estável. Por exemplo, com as mudanças previstas, para
cônjuge com menos de 44 anos ser beneficiário da pensão por morte, ele deverá ter pelo
menos dois anos de casamento ou de união estável antes do ano da morte do
companheiro contribuinte, que, por sua vez, terá que ter pelo menos 18 contribuições
para a previdência estadual. O direito ao recebimento da pensão será de acordo com a
expectativa de vida do beneficiário.

Outros pontos de mudança estão relacionados ao calendário unificado de


pagamentos de ativos, inativos e pensionistas após o término da vigência da calamidade
financeira do estado, previsto para 31 de dezembro de 2018, ou seja, a obrigação dos
aposentados por invalidez comprovarem suas situações uma vez por ano.

A metodologia contendo o impacto estimado com a aprovação da Lei


7.628/2017 consta do ANEXO 13 deste documento.

7
Disponível em:
http://www.cedae.com.br/portals/0/ri_cedae/financeiras/demonstracoes_financeiras/demonstracoes_finan
ceiras_padronizadas/demonstracoesfinanceiras_2016.pdf

33
· a redução dos incentivos ou benefícios de natureza tributária dos quais decorram
renúncias de receitas instituídos por lei estadual ou distrital, de, no mínimo, 10%
a.a. (dez por cento ao ano), ressalvados aqueles concedidos por prazo certo e em
função de determinadas condições e aqueles instituídos na forma estabelecida
pela alínea “g” do inciso XII do § 2º do art. 155 da Constituição Federal.

O Fundo Estadual de Equilíbrio Fiscal – FEEF foi instituído pela Lei Estadual nº
7.428/16 e tem como finalidade a manutenção do equilíbrio das finanças públicas e
previdenciárias do ERJ. Ele foi regulamentado pelos Decretos nº 45.810/16, nº
45.965/16 e nº 45.973/17 e pelas Resoluções SEFAZ nº 33/2017 e nº 45/17.
Posteriormente, a Lei que o instituiu foi alterada pela Lei Estadual nº 7.593/17 e pela
Lei 7.659/17 que alterou seu prazo de vigência para 31 de dezembro de 2020.
A Lei que o instituiu dispõe em seu art. 2º que “a fruição do benefício fiscal ou
incentivo fiscal, já concedido ou que vier a ser concedido, fica condicionada ao
depósito ao FEEF do montante equivalente ao percentual de 10% (dez por cento)
aplicado sobre a diferença entre o valor do imposto calculado com e sem a utilização
de benefício ou incentivo fiscal concedido à empresa contribuinte do ICMS, nos termos
do Convênio ICMS 42, de 3 de maio de 2016, já considerado no aludido percentual a
base de cálculo para o repasse constitucional para os Municípios (25%)”.
Desta forma, pretendeu-se reduzir os incentivos e benefícios fiscais por meio da
criação do FEEF que produz impacto estimado no ano de 2017 de R$ 280 milhões. A
metodologia contendo o impacto estimado consta do ANEXO 14 deste documento.

· a aprovação de lei de responsabilidade fiscal estadual que conterá regras para


disciplinar o crescimento das despesas obrigatórias.

A referida medida se traduz na LC Estadual nº 176/2017 que “estabelece


normas e diretrizes fiscais no âmbito do Regime de Recuperação Fiscal do Estado do
Rio de Janeiro” e tem como escopo o controle do crescimento anual das despesas
obrigatórias liquidadas de todos os Poderes.

Foram consideradas despesas obrigatórias do Estado aquelas executadas em


ações orçamentárias relativas a despesas de pessoal, outras atividades de caráter
obrigatório, atividades finalísticas e projetos. São também classificadas como
obrigatórias, as despesas em atividades de manutenção administrativa que concorrem
para cumprimento de índice constitucional ou ligadas a fundo mantido pelo Estado.

34
O limite máximo do Estado para as despesas obrigatórias no exercício de 2018
será de R$ 65 bilhões, contra R$ 56,4 bilhões no exercício de 2015, ou seja, um
crescimento de no máximo 15,27% conforme determina a referida Lei Complementar.

O ANEXO 36 simula o enquadramento das despesas ao longo do RRF às


determinações legais contidas na LC Estadual no 176/2017 e na LC Federal nº
156/2016.

· instituição, se cabível, do regime de previdência complementar a que se referem


os §§ 14, 15 e 16 do art. 40 da Constituição Federal.

O Estado reestruturou o seu sistema previdenciário no ano de 2013, com a


aprovação da Lei Estadual nº 6.243/2012. Nesse momento foi criada uma nova massa
de segurados do Rioprevidência, o Plano Previdenciário, que utiliza a capitalização
para o pagamento das futuras aposentadorias e pensões. Além disso, implantou a
previdência complementar para esses novos entrantes, criando assim um sistema
economicamente sustentável no curto, médio e longo prazo. Uma vez que este regime
já se encontra implementado, já faz parte do cenário base das projeções de fluxo de
caixa e, portanto, seu impacto não foi considerado.

· a proibição de realizar saques em contas de depósitos judiciais, ressalvados


aqueles permitidos pela Lei Complementar no 151, de 5 agosto de 2015,
enquanto não houver a recomposição do saldo mínimo do fundo de reserva, de
modo a assegurar o exato cumprimento do disposto na referida Lei
Complementar.
· a autorização para realizar leilões de pagamento, nos quais será adotado o
critério de julgamento por maior desconto, para fins de prioridade na quitação de
obrigações inscritas em restos a pagar ou inadimplidas.

Ambas as medidas são objeto da Lei Estadual n° 7.629/2017 que em seu art. 2º
veda a realização de saques em contas de depósitos judiciais, ressalvados aqueles
permitidos pela Lei Complementar nº 151, de 5 agosto de 2015, enquanto não houver
a recomposição do saldo mínimo do fundo de reserva.

O art. 3º da citada Lei autoriza a realização de leilões de pagamento, nos quais


será adotado o critério de julgamento por maior desconto, para fins de prioridade na
quitação de obrigações inscritas em restos a pagar ou inadimplidas. Ainda dispõe, em
seu §1º do art. 3º, que “o conjunto de dívidas a ser submetido aos leilões de

35
pagamento de que trata este artigo e a frequência dos leilões serão definidos no
Plano de Recuperação”.

O Estado pretende formalizar Programa de Pagamento que permita renegociar


com credores obrigações inscritas em “Restos a Pagar”. Com a utilização dos leilões de
oferta pública de recursos, credores podem antecipar seus recebimentos por meio de
leilão reverso, na modalidade de maior deságio. Espera-se, com isso, obter significativa
redução dos dispêndios do Estado para a quitação destas obrigações. O tratamento dado
ao pagamento de RP está detalhado no ANEXO 37 deste Plano.

2.3 Demais Medidas de Ajuste e Resultado Esperado

Tendo em vista o diagnóstico apresentado na seção 1.2, outras medidas serão


necessárias por parte do Governo do Estado do Rio de Janeiro para atingir o objetivo de
conter o desequilíbrio de suas contas públicas, no sentido de aumentar a arrecadação e
de reduzir as despesas.

A seguir estão listadas as principais iniciativas que, apesar de não constarem no


rol de medidas obrigatórias para adesão ao RRF, fazem parte do esforço na busca pelo
equilíbrio fiscal e sustentabilidade da dívida e contribuem para a melhoria dos
indicadores constantes do compromisso do PRF do Estado do Rio de Janeiro.

36
· Tributárias

I. Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços – ICMS e


adicional ICMS relativo ao Fundo Estadual de Combate à Pobreza e às
Desigualdades Sociais – FECP - Com a aprovação da Lei Estadual no 7.508 e a
publicação do Decreto no 45.882 ambos em 30/12/2016, houve incremento na carga
tributária dos itens energia elétrica, telecomunicações, gasolina, cerveja e chope que
irão impactar a arrecadação do ICMS a partir do mês de abril de 2017. O aumento para
o ano de 2017 está estimado em R$ 325,2 milhões. A metodologia contendo o impacto
estimado consta do ANEXO 15 deste documento.

II. Alteração da Faixa de Isenção e Alíquotas do Imposto sobre Transmissão


Causa-Mortis e Doações de Quaisquer Bens e Direitos – ITD - A faixa de isenção
atual do ITD no ERJ é uma das mais altas do Brasil, 100.000 UFIRs. A imensa maioria
das doações do Estado acaba por ser beneficiada por esta dilatada faixa de isenção. Esta
renúncia tributária, além de reduzir a arrecadação, não fomenta a economia estadual e
não estimula a geração de empregos. A proposta é graduar as alíquotas de modo a
equiparar o Estado do Rio de Janeiro aos demais Estados com o mesmo patamar de
renda per capita, sendo a faixa de isenção reduzida para 15.000 UFIRs. Com base na
média do montante arrecadado nos anos de 2015 e 2016 para os imóveis situados na
faixa de 15.000 até 100.000 UFIRs, espera-se alcançar um incremento na arrecadação
de cerca de R$ 100 milhões por ano a partir de 2018. A metodologia contendo o
impacto estimado consta do ANEXO 16 deste documento.

III. Modernização da Administração Fazendária - O Governo do ERJ


pretende melhorar sua gestão tributária e aumentar a arrecadação estadual através da
modernização da área de tecnologia da informação da SEFAZ/RJ, recuperando sua
capacidade operacional. No atual contexto em que a arrecadação tributária estadual tem
sido comprometida pela grave crise fiscal por que passa o Estado, torna-se imperativa
não só a necessidade de incrementar suas receitas, mas reduzir perdas, evasão e
desperdício fiscal.

Nesse sentido, pretende-se atender à necessidade de investimento da área de


tecnologia da informação priorizando, sobretudo, ações que respondam a gargalos
operacionais nos processos de negócio e que, portanto, impactam na arrecadação de
receitas e no processamento de sistemas de gestão. O investimento trará resultado a

37
partir de 2017 com a implantação dos primeiros módulos do Sistema de
Autorregularização, culminando com a implantação de uma solução integrada de gestão
tributária a partir do exercício de 2019, gerando uma receita adicional estimada em R$
112 milhões considerando-se apenas o ano de 2017. A metodologia contendo o impacto
estimado consta do ANEXO 17 deste documento.

IV. Revisão de Incentivos Fiscais – Para atender às exigências do RRF de


redução dos incentivos fiscais foram levantadas oportunidades de ajustes dos incentivos
vigentes. O ANEXO 18 detalha as medidas propostas cujo impacto estimado para ter
início em 2018 irá alcançar R$ 1,39 bilhão ao final do Plano de Recuperação Fiscal.

V. Revisão do Repetro – O impacto na arrecadação de ICMS Importação


considerando a revisão da legislação pertinente ao regime aduaneiro especial de
exportação e de importação de bens destinados às atividades de pesquisa e de lavra das
jazidas de petróleo e gás natural encontra-se detalhado no ANEXO 22 do presente Plano
cujo impacto está estimado para alcançar R$ 250 milhões em 2018.

· Petróleo e Gás

VI. Campo de Libra – O Conselho Nacional de Política Energética – CNPE


estabeleceu regras para a venda do óleo pertencente à União por parte da Pré-Sal
Petróleo S.A. – PPSA. A empresa é responsável, como representante da União, pela
gestão dos contratos de partilha da produção e, portanto, também administra o contrato
do Campo de Libra.

Para esse ano, ainda está previsto Teste de Longa Duração (TLD) com produção
estimada em 30 mil barris de petróleo por dia. Ainda segundo a PPSA, o Projeto Piloto
de Libra 1 tem previsão para entrar em produção em 2020, com uma capacidade de 180
mil barris de petróleo por dia/óleo e de 12 milhões de m3/d de gás.

De acordo com tais informações, a estimativa de royalties a receber em 2020


considerando o Brent e o Câmbio para 2020 (Brent US$ 55 e Câmbio US$/R$ 3,50) é
de aproximadamente R$ 444,3 milhões. A metodologia contendo o impacto estimado
consta do ANEXO 19 deste documento.

VII. Preço Mínimo – repasse de R&PE no preço mínimo do petróleo (PMP) e


Participações Especiais do Gás Natural – Entende-se necessária a correção do valor do
petróleo sobre o qual se calculam os royalties devidos aos estados, pois há uma
defasagem desse valor, que vem sendo pago sobre o preço mínimo do barril de petróleo

38
e não sobre o preço efetivamente praticado. A metodologia empregada pela Agência
Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis – ANP para cálculo de preços
mínimos de óleo nacional está baseada em perfis de produção obtidos de cortes na curva
de destilação que não têm identidade com os praticados em refinarias, implicando em
perdas significativas de receitas ao ERJ. A alteração do cálculo dos preços de referência
aplicáveis às atividades de exploração, desenvolvimento e produção de petróleo e gás
natural que está em discussão junto à ANP irá impactar a receita anual em cerca de R$
650 milhões considerando-se apenas o ano de 2018. A metodologia contendo o impacto
estimado considerando a nova metodologia de formulação do preço mínimo do petróleo
consta do ANEXO 20 deste documento.

Assim como para o petróleo, a revisão dos critérios da metodologia de cálculo


do preço de referência do gás natural foi incluída na Agenda Regulatória 2017-2018,
objeto da Resolução ANP nº 40/20098, conforme Ofício nº 21/2017/DG-ANP, de 14 de
março de 2017. Considerando a revisão, foi calculado o impacto sobre a receita de
Participações Especiais do gás natural objeto de nota metodológica (ANEXO 32). De
forma conservadora, estimou-se o impacto apenas a partir do exercício de 2019.

VIII. Nova Operação com Receita de Royalties e Participações Especiais – Para o


ano de 2017 está prevista uma nova operação de cessão de Royalties e Participações
Especiais – R&PE do petróleo com a finalidade de diminuir o déficit do Rioprevidência.
A estrutura da operação se dará nos moldes da captação no mercado de capitais
internacional através de securitização das receitas futuras de R&PE realizada nos anos
de 2013 e 2014. A metodologia contendo o impacto estimado consta do ANEXO 21
deste documento.

· Patrimônio

IX. Alienação de Imóveis - Com a transferência de alguns imóveis do Estado ao


Rioprevidência a estimativa do valor de alienação para o exercício de 2018 é de R$ 130
milhões. Para os anos subsequentes serão vendidos outros imóveis, do INSS dados em
pagamento e da carteira própria do Rioprevidência, totalizando R$ 230 milhões. A
metodologia contendo o impacto estimado consta do ANEXO 23 deste documento.
X. Securitização da Dívida - A autorização para o ERJ realizar a operação de
securitização da dívida ativa foi aprovada pela Assembleia Legislativa em 2015 (Lei

8
Disponível em:
http://nxt.anp.gov.br/NXT/gateway.dll?f=templates&fn=default.htm&vid=anp:10.1048/enu

39
Estadual no 7.040/2015). O ingresso estimado é de R$ 193,9 milhões em 2017 e R$ 881
milhões em 2018. A metodologia contendo o impacto estimado consta do ANEXO 24
deste documento.

XI. Alienação das Ações das ações representativas do Capital Social da


Companhia Estadual de Águas e Esgotos – Cedae – A alienação das ações da Cedae
pressupõe um saldo remanescente, abatido o valor da operação de crédito sobre as
mesmas ações, no valor de R$ 2 bilhões. Pretende-se que a venda seja concretizada no
exercício de 2020.

· Pessoal

XII. Aumento da Contribuição Previdenciária - O aumento da contribuição


previdenciária dos servidores públicos estaduais, retratada na Lei Estadual nº 7.606/17,
foi mais uma medida em direção à responsabilidade na gestão fiscal, uma vez que
proporcionará um aumento nas receitas públicas. O Regime Próprio de Previdência dos
Servidores Públicos (RPPS) é, atualmente, um ponto crítico para as finanças estaduais e
que precisa de ajustes corretivos para voltar a ter um melhor equilíbrio, garantindo a
sustentabilidade do Regime de Previdência Social no longo prazo.

A alíquota de contribuição previdenciária dos servidores ativos, inativos e


pensionistas, do Plano Financeiro e do Plano Previdenciário, passou de 11% para 14%.
Já a alíquota patronal, referente ao Plano Financeiro, passou de 22% para 28% com
impacto esperado a partir de outubro de 2017 conforme nota metodológica no ANEXO
25 deste documento.

Vale ressaltar que a iniciativa de aumentar a contribuição previdenciária do


funcionalismo público contribui para o esforço em cumprir os limites legais
determinados pela Lei de Responsabilidade Fiscal - LRF, notadamente nas despesas
com pessoal.

XIII. Auditoria da Folha de Pagamento - O Rioprevidência vem investindo em


Tecnologia da Informação e firmando Acordos de Cooperação Técnica de forma a
atingir um melhor nível de controle, celeridade processual e quantidade de benefícios
auditados, agindo em diversos pontos como: folha de pagamento, cruzamento de base
de dados, acumulação ilícita e limites constitucionais.

Já foram realizados, até junho de 2017, 30 Acordos de Cooperação Técnica com


Municípios do Estado do Rio de Janeiro e um com o Distrito Federal. Outros acordos

40
estão sendo finalizados com a Marinha e o INSS, este último deverá impactar de forma
significativa o impacto causado por esta medida.

A auditoria vem avançando, mas a necessidade de sua realização ainda não foi
totalmente suprida. Para tal, além dos Acordos de Cooperação Técnica que estão sendo
finalizados, a expectativa é que sejam realizados novos acordos com mais de 60 Entes
Federativos, somente este ano. A metodologia contendo o impacto estimado consta do
ANEXO 26 deste documento.

· Administrativas – Diversas

XIV. Venda da Folha – O Governo do Estado do Rio de Janeiro iniciará um processo


de contratação de instituição financeira para prestação de serviços bancários de
pagamento da folha salarial dos servidores ativos e inativos, no pagamento a
fornecedores, na arrecadação de tributos e taxas estaduais, e nas operações de câmbio,
entre diversos outros serviços. A escolha do agente financeiro será feita por meio de
licitação na modalidade Pregão, com o objetivo de dar mais celeridade, transparência e
se buscar a proposta mais vantajosa e de mais eficiente resultado, destinada à aquisição
de bens e serviços de uso comum. Com relação à precificação dos serviços de
processamento da folha de pagamentos, arrecadação de tributos e pagamento a
fornecedores, a Subsecretaria de Finanças da SEFAZ estimou um montante de
aproximadamente R$ 1,44 bilhão em 2017 e R$ 1,78 bilhão em 2022, levando-se em
conta metodologia e parâmetros específicos. Vale destacar que a venda desses serviços
é uma medida de atendimento operacional, além de ser importante fonte de receita para
o Estado. A metodologia contendo o impacto estimado consta do ANEXO 28 deste
documento.
XV. Reestruturação Administrativa - O ERJ possui 16 (dezesseis) empresas
públicas e sociedades de economia mista. As medidas de ajuste envolvem 6 (seis)
extinções, sendo uma delas combinada com municipalização de ativos operacionais, e
um processo de concessão à iniciativa privada. A metodologia contendo o impacto
estimado consta do ANEXO 27 deste documento.

XVI. Antecipação da Concessão da Companhia Distribuidora de Gás Natural do


Rio de Janeiro – CEG – O contrato de concessão de serviços públicos de distribuição
de gás canalizado foi firmado em 21/07/1997, pelo prazo de 30 anos. O Estado do Rio
de Janeiro pretende antecipar a renovação da concessão a fim de aumentar suas fontes

41
de financiamento e fazer frente às obrigações assumidas. A metodologia contendo o
impacto estimado consta do ANEXO 29 deste documento.

XVII. Concessão das Linhas de Ônibus Intermunicipais - O Estado do Rio de Janeiro


possui aproximadamente 100 linhas de ônibus intermunicipais que transportam em
torno de 2 milhões de passageiros, em média, por dia. A atualização da outorga dos
serviços públicos estaduais de transporte coletivo intermunicipal de passageiros por
ônibus, além de atender a demandas por melhorias no transporte público, impactará
positivamente nas contas públicas fluminenses. A previsão é que sejam investidos R$
7,1 bilhões nos 20 anos de concessão na modernização da frota. Já os valores mínimos
de outorga, ou seja, os lances mínimos que serão aceitos no processo licitatório, deverão
somar aos cofres públicos do Estado o montante de R$ 2.1 bilhões, sendo R$ 1,36
bilhões até 2023. A metodologia contendo o impacto estimado consta do ANEXO 30
deste documento.

· Impacto Esperado das Demais Medidas de Ajuste de Receita

Impacto + 3
Em R$ milhões Impacto 3 anos anos Total RRF
Tributárias 9.949 11.425 21.374
Petróleo e Gás 7.887 9.895 17.782
Operação Crédito 8.059 0 8.059
Administrativas 2.881 2.165 5.046
Pessoal 1.979 1.597 3.576
Patrimônio 2.905 -390 2.515
Total Geral 33.660 24.691 58.351

· Impacto Esperado das Demais Medidas de Ajuste de Despesa

Impacto 3 Impacto +
Em R$ milhões anos 3 anos Total RRF
Pessoal 2.685 19.689 22.374
Divida 29.400 -9.695 19.705
Petróleo e Gás -1.122 -1.587 -2.709
Tributárias -2.330 -3.024 -5.353
Administrativa 747 1.269 2.016
Total Geral 29.381 6.651 36.033

42
3. Apuração do Equilíbrio Fiscal

Segundo o Decreto nº 9.109/2017 de regulamentação da LC Federal nº


159/2017, em seu art. 17: “o equilíbrio das contas públicas de que trata os §§5º do
art. 2º e 3º do art. 4º da LC nº 159, de 2017, será considerado atingido se, durante a
vigência do Plano de Recuperação Fiscal, o Estado conseguir resultados nominais9
capazes de estabilizar sua dívida líquida”.

Além disso, o §2º do mesmo artigo dispõe que: “a análise de que trata o caput
deverá avaliar se o Plano de Recuperação Fiscal prevê fontes de financiamento
capazes de fazer frente às necessidades de financiamento do Estado que deseja aderir
ao Regime”.

Portanto, serão utilizados dois indicadores para verificar a consistência do


PRF:

· Resultado Nominal capaz de estabilizar a dívida líquida; e


· Fontes de financiamento capazes de fazer frente às necessidades de
financiamento.

Considerando o descrito anteriormente, é possível perceber a convergência ao


equilíbrio fiscal do Estado do Rio de Janeiro. Pode-se destacar, sobretudo, a trajetória
do Resultado Nominal constante do demonstrativo de Resultados Fiscais da Planilha
Gerencial, que evolui de um déficit de R$ -12,08 bilhões em 2017, R$ -4,99 bilhões
em 2020 para um superávit de R$ 10,8 bilhões em 2023.

Importante notar que a partir de 2020 inicia-se o retorno do pagamento de juros,


encargos e amortização da dívida.

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Decreto Federal nº 9.109/2017, art. 17, §1 “Para os fins da apuração de que trata o caput, considera-se
resultado nominal o resultado primário, acrescido das receitas de natureza financeira e subtraídos os montantes de
juros nominais das dívidas dos Estados, apurados por regime de competência”.

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4. Riscos Fiscais e Passivos Contingentes

Conforme apresentado ao longo das seções anteriores, o Plano de Recuperação


Fiscal pressupõe o impacto fiscal de uma série de medidas que constam como
compromisso do Estado do Rio de Janeiro para que a trajetória de volta ao equilíbrio,
apresentada na seção 3, seja possível ao final do período do Regime de Recuperação
Fiscal. Além disso, o Plano parte de um cenário base projetado considerando a
materialização de parâmetros macroeconômicos fixados nas diferentes estimativas.

A gestão fiscal responsável pressupõe uma ação planejada e transparente, com


a prevenção de riscos e correção dos desvios capazes de afetar o equilíbrio e a
sustentabilidade das contas públicas. Sendo assim, faz parte do presente Plano o
Anexo de Riscos Fiscais e Passivos Contingentes, detalhado no ANEXO 31. Foi
elaborado com base no anexo apresentado na LDO 2018 estadual, acrescido dos riscos
específicos associados às medidas de ajuste assim como lista de medidas contingentes
que poderiam ser adotadas no intuito de mitigar impactos fiscais negativos e o
consequente comprometimento de convergência ao equilíbrio das contas públicas do
Estado do Rio de Janeiro.

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Quadro de Anexos
ANEXO 01 RGF Anexo2 3º Quadrimestre 2016
ANEXO 02 RGF Anexo1 3º Quadrimestre 2016
ANEXO 03 RGF Anexo5 3º Quadrimestre 2016
ANEXO 04 Lista de Empresas Estatais
ANEXO 05 Metodologia Cenário Base Receitas
ANEXO 06 Metodologia Cenário Base Despesa de Pessoal Ativo
ANEXO 07 Metodologia Cenário Base Despesa de Pessoal Inativo
ANEXO 08 Metodologia Cenário Base Outras Despesas Correntes
ANEXO 09 Fluxo da Dívida Cenário Base
ANEXO 10 Metodologia e Fluxo da Dívida Administradas pela STN
ANEXO 11 Operação de Crédito Alienação Cedae
ANEXO 12 Balanço Patrimonial Cedae
ANEXO 13 Impacto Lei Estadual nº 7.628/2017 Pensões Previdenciárias
ANEXO 14 Impacto Lei Estadual nº 7.428/2016 Fundo Estadual de Equilíbrio Fiscal
ANEXO 15 Impacto Lei Estadual nº 7.508/2016 ICMS
ANEXO 16 Impacto Alteração Lei ITD
ANEXO 17 Impacto Modernização Fazendária
ANEXO 18 Impacto Redução de Incentivos Fiscais
ANEXO 19 Impacto Royalties e Participações Especiais do Campo de Libra
ANEXO 20 Impacto nova metodologia para cálculo do Preço Mínimo Petróleo
ANEXO 21 Impacto nova operação de cessão de ativos do Rioprevidência
ANEXO 22 Impacto alteração legislação REPETRO
ANEXO 23 Impacto Alienação Imóveis do Rioprevidência
ANEXO 24 Impacto Securitização da Dívida Ativa
ANEXO 25 Impacto Lei 7.606/2017 Alíquotas de Contribuição Previdenciária
ANEXO 26 Impacto Auditoria Previdenciária
ANEXO 27 Impacto Reestruturação Administrativa
ANEXO 28 Impacto Venda da Folha de Pessoal
ANEXO 29 Impacto Antecipação da Concessão de Gás - outorga
ANEXO 30 Impacto Concessão Linhas de Ônibus Intermunicipais - outorga
ANEXO 31 Anexo de Riscos Fiscais
ANEXO 32 Impacto nova metodologia preço de referência do Gás em Part.Especiais
ANEXO 33 Metodologia Cenário Base Participações Especiais Petróleo
ANEXO 34 Projeção de Pagamentos de Precatórios
Detalhamento das Operações de Crédito a Contratar e Dívidas a serem
ANEXO 35
aditadas.
ANEXO 36 Simulação Adequação aos Limites de Despesa
ANEXO 37 Tratamento de Restos a Pagar
ANEXO 38 Política de Pessoal
ANEXO 39 Medidas Reflexas

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