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Prática de Campo

TRABALHOS EXECUTADOS NO CAMPO


 MATERIAL DE CAMPO
 Para a realização de trabalho de mapeamento geológico é
necessário:
 Facão, para o caso de ter que entrar em mata fechada, e
lima para amolar o facão;
 Marreta de 5 kg, martelo de geólogo e talhadeira para a
retirada de amostras.
 Canivete e ímã, para testar dureza e tentar identificar
alguns minerais, como micas, anfibólio, piroxênio e
magnetita.
 Bússola com clinômetro, para obtenção de medidas
estruturais e fazer caminhamentos, plotar drenagens etc.
 GPS
 Lupa
 Câmera fotográfica.
 Caderneta de campo, caneta;
 Escalímetro, régua, transferidor, trena, lápis de
cor, borracha, papel vegetal, píncél atômico, fita
creep, calculadora;
 Mapas base de drenagens, folhas topográficas,
fotolineamentos, de acesso etc.
 TNT com cores diferentes para cada equipe
para indicação de amostras, local onde a equipe
se encontra (vicinal, picadas etc.) e
demarcações das áreas.
 CLASSIFICAÇÃO DAS ESCALAS DE CARTOGRAFIA
GEOLÓGICA

 a. Escalas de síntese ou de integração de dados em nível


continental ou nacional: 1:10.000.000; 1:5.000.000; 1:2.500.000.
 b. Escalas de síntese ou de integração ou de compilação de
dados em nível regional: 1:1.000.000; 1:500.000.
 c. Escalas de mapeamento geológico em nível de
reconhecimento regional: 1:500.000 (Amazônia) e 1:250.000.
 d. Escalas de mapeamento geológico sistemático do País:
1:100.000; 1:50.000.
 e. Escala de mapeamento geológico de semi-detalhe: 1:25.000.
 f. Escala de mapeamento geológico de detalhe: 1:10.000;
1:5.000; 1:2.000.
 g. Escala de mapeamento geológico de ultra-detalhe: 1:1.000 e
maiores.
Anotações de campo
 Anote o roteiro de cada percurso e valores de quilometragem se o
mesmo for realizado com carro + coordenada UTM (GPS)

 Fazer seções (perfis longitudinais) e colunas (empilhamento de


camadas) geológicas esquemáticas correspondentes a cada
percurso ou local.

 Linguagem clara, direta, sem palavras desnecessárias. Frases


curtas. Evitar usar termos rebuscados que dificultem o
entendimento. Pode ser utilizado abreviaturas , mas manter
padronização para os colegas que trabalham na equipe, ou para
quem vai transcrever as informações para banco de dados em
computador, possam entendê-las.

 Lista de abreviaturas, a declinação magnética usada na bússola de


geólogo e outros dados de interesse geral.
Aspectos do relevo, geomorfologia,
vegetação e solos
 Anotar as variações características de relevo, de vegetação, os
solos que são próprios de cada tipo de rocha ou de associação de
rochas.
 Lembrar, entretanto, que aplainamento com lateritas, cascalheiros e
areia residuais (capeamentos finos), podem mascarar
completamente o padrão das rochas subjacentes.
Blocos rolados x afloramento in situ
 Grandes blocos, principalmente, os das rochas mais resistentes ao
intemperismo, podem rolar encosta abaixo e ficarem enterrados em
solo transportado iludindo o geólogo quanto à rocha que ocorre
neste ponto.

 Procurar Identificar uma continuidade maior do afloramento que


garanta ser a rocha autóctone (do próprio local onde se encontra).

 Podem ocorrer blocos em maior ou menor grau deslocados ou


tombados.

 Nos caso em que os blocos são rolados, medidas de atitudes de


acamadamento, xistosidades, planos de fraturas, etc..., são
completamente falseadas.
Representatividade das rochas aflorantes
 Observe se o tipo de rocha que aflora com mais frequência
corresponde a um fácies mais resistente ao intemperismo e
sobressai em todos afloramentos enquanto que fácies
associados, que podem ser até mais comuns, pouco ou não
afloram e ficam "escondidos" sob o solo mais espesso.

 Estudar as alterações (solos) características dos diversos tipos de


rochas da área de estudo. Anote para cada tipo de rocha o
intemperismo (rocha alterada ou regolito) e o solo resultantes. Isto
servirá também para inferir qual é a rocha que ocorre
provavelmente nas regiões sem afloramento.

 Inicie o estudo de um afloramento com um reconhecimento do


mesmo quebrando e reunindo amostras das diversas fácies
(variações das rochas) ao longo da área aflorante. Somente
depois desta prévia inicie a descrição da(s) rocha(s) do local,
evitando estudar somente o primeiro fragmento quebrado.
Descrição de fácies
 Descreva as diversas fácies (aspectos mineralógicos, texturais e
estruturais) de rochas do afloramento, desde a aparentemente
mais importante a menos importante mostrando as relações
espacias e, se possível, genéticas entre elas.

 São itens comuns na descrição:

 cor e aspecto da rocha fresca e alterada;


 textura, granulometria, homogeneidade, heterogeneidade, friabilidade,
compacidade, dureza..
 estruturas como camadas, veios, xistosidade distinguindo estruturas primárias
e estruturas secundárias (desenhos esquemáticos são muito importantes- não
esquecer de mostrar uma escala no desenho);
 minerais identificados macroscopicamente (lupa).
 Realize as diversas medidas com a bússola como estratificação, xistosidade,
clivagem..., e as lineações, eixos de dobras e de microdobras, orientação de
minerais, descrevendo-as cuidadosamente.
Amostragem e identificação de rochas

Amostre as fácies de rochas selecionadas utilizando critérios como:

a) problemas na identificação macroscópica;

b) fácies ainda não coletadas;

c) alguma estrutura especial;

d) locais muito importantes (contatos, zonas mineralizadas..).

Obs. A amostra deve ter tamanho razoável ( 5x10x15 cm) e ser da rocha
fresca. A etiquetagem deve ser feita cuidadosamente no campo logo
após a seleção das amostras.
 No afloramento, o que deve ser registrado na Caderneta de Campo:
 1 LOCALIZAÇÃO
 Posição em coordenadas (Geográfica e/ou em UTM). Data, localidade
(município), estado etc.
 2 COLOCAR TODAS AS INFORMAÇÕES DO AFLORAMENTO
 Dimensões do afloramento em metros (pode ser aproximadas).
 Tipo do afloramento (blocos in situ, lajedos, frentes de lavras, pedreiras,
corte de estrada, em leitos de rios etc.
 3 SEMPRE FAZER UM CROQUÍ (DESENHO ESQUEMÁTICO) DO
AFLORAMENTO, COM A POSIÇÃO DO NORTE (OBTIDO COM A
BÚSSOLA).
 A medida que for detalhando o afloramento, faça desenhos esquemáticos,
localizando esses locais no Croquí do afloramento.

 Sempre que tirar fotografias, nunca se esqueça de colocar uma escala,


orientada com o norte (para orientar a escala, use a bússola). OBS: sempre
faça um desenho esquemáticos do que foi fotografado e o número da foto.
Contatos geológicos
 Localize com precisão o contato;

 Descreva cuidadosamente as feições associadas ao contato identificando a


relação entre as rochas ou as formações, verificando:

 se existe metamorfismo de contato (minerais e rochas de contato térmico)


quando uma das rochas é ígnea;
 se existem apófise ou veios em contato com rochas ígneas;
 se existem feições erosionais, ângulo de estratificação, possíveis paleo-solos..,
que indiquem discordância entre as duas rochas.
 se existem feições indicativas de contato falhado como brecha tectônica,
cataclase ou milonitização (moagem) de rochas, muitos veios de quartzo, ou
muitas fraturas....

 Ao tempo do mapeamento (no campo) delineie com precisão o contato na


foto aérea ou no mapa de serviço. Não deixe para fazer isto no laboratório,
porque pode se tornar muito dificil lembrar a posição correta do contato.
Seção Geológica

A secção geológica em um mapa é a representação


das informações através de um plano vertical;

A secção deve:
1 – estar localizada o mais perpendicular
possível a direção das camadas;
2 – deve cortar o maior número de camadas
ou estruturas geológicas existentes;
Secção Geológica

Na escala vertical são colocadas as


diferentes alturas possíveis (cotas cheias);

Uma seção deve ter a identificação das escalas


vertical e horizontal adotadas;

As litologias presentes em uma seção devem estar


representadas pelas suas respectivas simbologias;
Secção Geológica
Na escala vertical são colocadas as
diferentes alturas possíveis (cotas cheias);
Uma seção deve ter a identificação das escalas
vertical e horizontal adotadas;
As litologias presentes em uma seção devem estar
representadas pelas suas respectivas simbologias;

Escala vertical: 1:10.000 Escala horizontal: 1:10.000


Escala vertical = horizontal: 1:10.000

Observar que na construção da secção a representação


dos dados geológicos não foi até a base (opcional).
Secção Geológica
Na escala vertical são colocadas as
diferentes alturas possíveis (cotas
cheias);
Uma seção deve ter a identificação das
escalas
vertical e horizontal adotadas;
As litologias presentes em uma seção devem estar
representadas pelas suas respectivas simbologias;

Escala vertical: 1:10.000 Escala horizontal: 1:10.000


Escala vertical = horizontal: 1:10.000
Observar que na construção da secção a representação
dos dados geológicos não foi até a base (opcional).
Secção Geológica

A simbologia deve acompanhar a estrutura geológica


nterpretada;

As interpretações geológicas também devem ser feitas,


sempre que possível, acima da linha do perfil topográfico;
Secção Geológica
A simbologia deve acompanhar a estrutura geológica interpretada
As interpretações geológicas também devem ser feitas,
sempre que possível, acima da linha do perfil topográfico;

............

Escala vertical:1:10.000 Escala horizontal: 1:10.000


Novamente: a simbologia deve acompanhar a estrutura geológica
interpretada;

Plano axial da dobra


O traço representando o plano
axial
da dobra muitas vezes é feito para
auxiliar
no desenho da simbologia, porém
não
deve aparecer na representação
final;
Observar que o plano axial da
dobra
está desenhado pela simbologia.
Os diversos tipos de contatos geológicos, falhamentos,
entre outros, devem ser representados na secção tal como
estão definidos no mapa;
Os diversos tipos de contatos geológicos, falhamentos,
entre outros, devem ser representados na secção tal como
estão definidos no mapa;
Os diversos tipos de contatos geológicos, falhamentos,
entre outros, devem ser representados na secção tal como
estão colocados no mapa;
O que for inferido no mapa será inferido na secção;
Secção geológica

Representação de secção no mapa;

Representação da secção no
mapa com variação na direção.
Representação de falhas geológicas na secção

Falha normal; Falha inversa;

Falha transcorrente Falha de cavalgamento


A apresentação faz parte do
trabalho.
Eventuais erros de
representação
da informação no mapa serão
descontados;

Quem não tiver o conhecimento necessário


para fazer a arte final do trabalho
deve contratar o serviço de terceiros.
Mergulhos
Verdadeiro e Aparente
Mergulho Verdadeiro

O mergulho de uma camada é o ângulo


de máxima declividade da mesma,
medido em um plano vertical
perpendicular à sua direção;
Obtido no campo
Quando inserimos essa informação em um mapa geológico,
devemos lembrar que este ângulo de mergulho é denominado de
Verdadeiro (mergulho obtido com a bússola de geólogo);

Se a secção geológica apresentada for


perpendicularmente à
direção das camadas, os mergulhos podem ser
utilizados
nesta secção tal como aparecem no mapa.
Mergulho Aparente

Quando a secção não for perpendicular à direção das


camadas,
o ângulo de mergulho a ser usado nessa secção será
sempre menor
que o verdadeiro e é denominado de mergulho aparente;
Na parte superior do mapa geológico, a secção é perpendicular à
direção
das camadas, conseqüentemente, o mergulho a ser representado
na secção será igual a 50°, ou seja, não necessita correção;
Na parte inferior do mapa geológico, a secção não é
perpendicular à direção das camadas, portanto, o mergulho
a ser utilizado na secção será menor (mergulho aparente).
Para facilitar a correção do valor do
ângulo de mergulho verdadeiro em
mergulho aparente (a ser usado na
secção), podemos utilizar o
transferidor para cálculo de
mergulhos aparentes;
Mergulho verdadeiro = 50°
Mergulho verdadeiro = 50°
Mergulho verdadeiro = 50°
Ângulo entre direção da
camada e secção = 45
Exagero na escala vertical de uma secção geológica;

Para realçar as estruturas internas de uma seção ou


camadas pouco espessas, é comum modificar a escala
vertical em relação
a escala horizontal (exagero na escala);
Exagero de duas ou três vezes (mais comum);

Exagero de cinco ou dez vezes (menos comum,


mais utilizadas para secções colunares).

Escala horizontal = vertical 1:10.000;

1 cm = 100 m

Sem exagero na escala vertical.


Escala vertical = 1:5.000; Escala horizontal = 1:10.000;

2 cm = 100 m 1 cm = 50 m

Exagero na escala vertical de 2 vezes.


Sem exagero na escala vertical

Exagero na escala vertical de 2 vezes


Necessidade de correção do valor
do ângulo de mergulho da camada

Escala vertical = 1:5.000; Escala horizontal = 1:10.000;

Quanto maior o exagero na escala vertical


maior será o valor do ângulo de mergulho
Exagero na escala vertical de uma secção geológica;
Necessidade de correção dos
mergulhos
aPara
serem representados
facilitar a correçãonapodemos
secção;
utilizar
o transferidor de mergulhos
proporcionais;
A leitura do mergulho
aparente, independente do
exagero na escala vertical
da secção, sempre é feita
no
transferidor normal (TN).
TN = mergulho aparente;
Exagero na escala vertical = 3x;

Mergulho verdadeiro = 50°;

Valor final = 75º.

2x 3x 5x 10x
Exagero na escala vertical = 2X;

Mergulho verdadeiro = 40°

Valor final = 58º

2x 3x 5x 10x

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