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UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ

CENTRO DE HUMANIDADES - CH
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS SOCIAIS

BRUNO BRASIL DE ALMEIDA

1 CONSTRUÇÃO DE TIPOS IDEÁIS DE DOMINAÇAO PURA SOBRE A OBRA


DE WEBER
2 ESTABELEÇER UMA COMPARAÇÃO COM OS AUTORES MARX E
DURKHEIM SOBRE O TEMA.

FORTALEZA
2017
SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ................................................................................................. 01
Dominação Legal................................................................................................ 02
Dominação Tradicional...................................................................................... 03
Dominação Carismática..................................................................................... 04
Reflexão sobre as obras de Marx Durkheim....................................................... 05
Bibliografia......................................................................................................... 06
INTRODUÇÃO

Este trabalho consiste em caracterizar os três tipos puros de dominação


legitima de acordo com a obra Economia e sociedade de Max Weber, e designar
exemplos desses tipos de dominação na sociedade atual para melhor
esclarecimento do contexto da obra, e traçar comparações referente ao tema
com as obras de Karl Marx (O caráter fetichista da mercadoria e seu segredo) e
Durkheim (A divisão do trabalho social e solidariedade orgânica e mecânica).
Colocando essa perspectiva de sociedade entre os três autores.
1

Dominação legal

Weber na sua obra Economia e Sociedade consiste em falar da relação


social e constrói uma análise importante sobre a dominância de mandatos, de
como ela se dá, de onde vem, como se transforma e o que acontece quando
chega aos que obedecem essa dominação. Primeiro temos que definir o que é
dominação para depois explicar suas especificidades; a dominação para Weber
consiste no poder de mandar junto à obediência do sujeito, uma submissão.
Então ele chega a conclusão deque existe três tipos puros de dominação legitima
na sociedade (dominação legal, dominação pura, dominação carismática), de
acordo com Weber esses três tipos são legítimos porque tem bases jurídicas.

O primeiro tipo de dominação pura que Weber fala é a dominação legal,


ele explica que o tipo mais puro dessa dominação é a burocracia. Ele define que
essa dominação consiste em poder alterar e criar qualquer direito de acordo com
um pacto entre todos dentro de uma organização formal, um acordo comum, e
desta forma, ele se torna legitimado. Podemos citar como exemplo, os cargos
públicos de governantes, como presidente, prefeitos, vereadores que estão
assegurados por leis e estatutos que lhe são convenientes, e como são fruto de
uma democracia eles podem convocar assembleias para a criação de novas leis
e modifica-las. As participações de cargos podem-se dar por nomeações dos
seus superiores, mas obedecendo critérios de seleção, de acordo com o
currículo profissional do nomeado é que lhe assegura a hierarquia do cargo que
ele pertencerá. Vemos muito isso acontecer nesses setores públicos, como a
nomeação do presidente da república para seus ministros, alguns usam de
outros critérios, mas o nomeado precisa ter relação em sua vida profissional com
aquele cargo. Então o próprio Estado seria um grande e ideal exemplo de
dominação legal, já que usa da burocracia como forma de se estruturar e regras
que lhe dão estabilidade de poder soberano sobre o povo.
Dominação Tradicional

Weber classifica a dominação tradicional, como já se diz, é aquela na qual


acredita-se na tradição. Os costumes que legitimam o poder da dominação e o
seu tipo mais puro é a dominação patriarcal, na qual a sociedade está
culturalmente erradicada. Nesse caso existe um senhor e um súdito, o senhor
tem sua dominação baseada na fidelidade dos costumes, por mérito próprio,
podemos ver que as instituições religiosas são o maior exemplo de dominação
tradicional.

. Na religião cristã, Deus é o grande senhor e escreveu a bíblia para servir


de entendimento sobre sua vida, no Brasil temos uma forte presença crista, que
por representações de padres e pastores comandam as assembleias religiosas
nas igrejas e nos cultos, são devotamente acreditados pelos seus seguidores
que seguem suas condutas através de interpretações individuais de suas
respectivas orientações religiosas. Temos o papa como grande
representatividade do cristianismo católico no mundo e suas declarações são
leis para toda a igreja e seus súditos que seguem suas opiniões e trazem para
sua vida como regras de condutas pessoais, refletindo sobre essas crenças
podemos acrescentar que essa conduta religiosa pode ser prejudicial quando ela
afeta a vida de outras pessoas, principalmente aquelas que não seguem esse
tipo de religião, e certos posicionamentos podem fazer com que os súditos
imponham suas verdades fazendo que todos sigam as regras ditadas pela sua
religião. Como o tipo mais puro da dominação tradicional é o patriarcado, que
não deixa de englobar a religião que é voltada para a exaltação do homem e o
conservadorismo, temos o exemplo da relação familiar, no qual rediz a
representação do pai para a família e de como ele detêm a ordem e
superioridade perante o restante principalmente aos filhos. O pai por uma
questão cultural sempre é o que manda, porque possui deveres e direitos
específicos que só ele pode realizar, como trabalhar para sustentar a família, a
forca para defender a família e impor suas vontades, entre outras atribuições, e
mesmo que os filhos cresçam e tenham suas próprias vidas, eles continuam
obedecendo os pais, e principalmente as vontades e orientações do pai.

Dominação Carismática

Weber diz no seu texto que a dominação carismática, que já não é por
leis nem pela tradição, mas consiste na dominação pela afetividade. Então
precisa de um sujeito para que esse tipo de dominação aconteça, ela exige que
o sujeito tenha características peculiares, como de heroísmo, carisma,
genialidade, nessa dominação temos o líder e o apóstolo. O líder faz seu papel
exemplar perante a sociedade e o apostolo, por admiração, segue seus passos
obedecendo-o.

No Brasil temos um exemplo famoso de dominação carismática, chamado


de Luiz Inácio Lula da Silva, não é à toa que é classificado por uma liderança
populista, Lula, o ex-presidente da república teve a ascensão de milhares de
brasileiros mesmo após grandes escândalos envolvendo seu partido e até
mesmo seu nome. Lula teve um governo voltado muito para o social, então teve
que usar além de projetos voltados para a população, mas também seu carisma
pessoal para a aceitação brasileira. “O líder dotado de carisma forma uma
corrente magnética com seus seguidores, disparando sobre eles um foguetório
de emoções, como devoção, fidelidade, paixão e, sobretudo, fé, pela qual os
crentes abrem as portas do futuro, enxergando nesse "herói" um ser
providencial, responsável e único capaz de propiciar o seu bem-estar. ”
(http://opiniao.estadao.com.br/noticias/geral,o-estoque-de-carisma-de-lula-imp-
,1095126). Lula uniu sua história de vida, com seus discursos ferozes e
simplicidade de comunicação com as massas e se tornou uma figura heroica
para todos, fazendo sua administração acessível tanto para os ricos quanto para
os pobres. Dilma assume depois de lula, compre seu primeiro mandato e no meio
do seu segundo mandado sofre um impeachment, com um grande apoio popular,
mesmo sendo das mesmas bases partidárias, e Lula sendo seu “tutor”, de acordo
com o site da Istoé Lula lidera a indicação para as eleições de 2018.. “A 132ª
Pesquisa CNT/MDA, divulgada nesta quarta-feira, 19, pela Confederação
Nacional do Transporte (CNT), mostra a liderança do ex-presidente da República
Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na intenção de voto para eleição presidencial de
2018, tanto na intenção espontânea quanto na intenção de voto estimulada nos
cenários para o primeiro turno. ” (http://istoe.com.br/lula-lidera-em-todos-os-
cenrios-de-1-turno-para-2018-diz-pesquisa-cntmda/). Então podemos perceber
o poder do carisma do ex-presidente e de como isso afeta a sociedade e
exemplifica os conceitos weberianos.

Durkheim na sua obra Divisão do Trabalho Social mostra a busca do


entendimento da correlação dos indivíduos perante a sociedade, sua unidade,
estabilidade, permanência ou continuidade. Durkheim então explica que a
sociedade é uma colaboração dos indivíduos, que ela só pode ser possível
quando se todos estão de acordo com as ordens postas, ou seja, quando se há
consenso, no qual ele chama de solidariedade, e que essa solidariedade pode
ser dividida em duas ramificações; a mecânica e a orgânica, essas duas
ramificações classificam as formas na qual essa solidariedade se dá no meio
social a qual se vive, levando em consideração o tempo, cultura e entre outros
aspectos.

A solidariedade mecânica é definida nas sociedades primitivas, na qual


seu trabalho em grupo é algo natural, esses indivíduos estão no mesmo patamar
cultural, de valores, religião entre outros. Durkheim diz que essa estrutura
mecânica garante a coesão social desse grupo. A solidariedade orgânica são as
sociedades modernas, atuais, são sociedades consideradas complexas, tem
uma coesão complexa como um corpo humano, por exemplo, que são
complicados, mas que funciona perfeitamente com todos os órgãos trabalhando,
fazendo a sua parte. O autor fala que essa sociedade só é aplicada para aquelas
que tem capitalismo como sistema econômico porque ele proporciona o
diferenciamento social, determinando consequentemente o diferenciamento de
valores e também o atenuamento de questões individuais.

Em ‘O caráter fetichista da mercadoria e seu segredo’ Marx discorre sobre


o fenômeno de mascaramento das relações sociais e a exploração do trabalho
utilizando como ponto de partida o conceito da alienação. Em sua perspectiva,
Marx percebe que, no contexto da produção baseada na propriedade privada
dos meios de produção na qual o trabalhador se desidentifica com o produto do
seu trabalho por não dominar os meios e etapas de produção (alienação) surge
a ideologia que atribui às mercadorias propriedades autônomas e inatas,
dotadas de vida própria (fetiche), deixando de ser o resultado do trabalho e
passando a ser influenciadora do homem e suas relações e não o contrário. Isto
é, o fetiche da mercadoria é o fenômeno psicológico e social em que o produto
do trabalho assume vontade própria e independente de quem a produziu, se
sujeitando apenas à lei da oferta e da procura. Com isso as relações são
objetificadas, ocorrendo no nível de produto para produto, descaracterizando a
relação entre classes.
Desta forma, vemos que os autores tratam a coesão social de forma
peculiar, observando aspectos tanto econômicos como culturais. Durkheim
classifica a correlação entre os indivíduos na sociedade pelo tempo e sua relação
de acordo entre as partes, Marx fala da relação social entre o povo alienado e o
poder capitalista como controlador dessa sociedade pelo trabalho,
caracterizando o fetiche como parte de um fator social meio que determinante
para coesão social e Weber classifica como duas posições; quem manda e quem
obedece, definindo em três tipos; dominação legal, tradicional e carismática.
Assim, os autores tentam explicar essa relação social existente durante os
tempos, tanto Marx de forma economia, quando Durkheim de forma temporal e
analítica e Weber como natural e antropológico.
BIBLIOGRAFIA

Textos da apostila

http://opiniao.estadao.com.br/noticias/geral,o-estoque-de-carisma-de-lula-imp-
,1095126

http://istoe.com.br/lula-lidera-em-todos-os-cenrios-de-1-turno-para-2018-
diz-pesquisa-cntmda/

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