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ATENÇÃO
Sara Monteiro
Departamento de Educação e Psicologia
Universidade de Aveiro
Aspetos Gerais da PHDA
Diagnóstico Formal
Avaliação e Intervenção
Estratégias em Contexto Escolar
A PHDA é uma das formas de psicopatologia mais
diagnosticada durante a infância
3 a 7% das crianças em idade escolar preenchem os
critérios de diagnóstico para a PHDA
prevalência superior no sexo masculino, que pode
oscilar entre 2:1 em estudos da comunidade e 9:1 em
estudos clínicos.
Ao longo do desenvolvimento a sua prevalência tem
tendência para diminuir, embora os dados referentes
à adolescência e idade adulta sejam ainda imprecisos
(American Psychiatry Association [APA], 2002)
A PHDA caracteriza-se por elevados níveis de atividade física e
comportamento impulsivo, e/ou falta de atenção
(APA, 2002).
Trata-se de uma perturbação de desenvolvimento (Sonuga-
Barke & Halperin, 2010) neurocomportamental persistente (de
curso crónico), que pode ser severa, causando problemas
significativos em diferentes contextos de funcionamento do
sujeito, como a escola ou a família
(American Academy of Pediatrics, 2011)
Consequências adversas a curto e a longo prazo incluem
rendimento escolar fraco, depressão, comportamento antissocial,
exclusão social, delinquência e consumo de substância
(Taylor et al., 2004).
Três aspetos fundamentais caracterizam o PHDA:
Desatenção
Hiperatividade
Impulsividade
➢ Para a existência de um diagnóstico de PHDA a criança terá que
apresentar 6 ou mais comportamentos de falta de atenção e/ou 6
ou mais comportamentos de hiperatividade/impulsividade, pelo
menos durante os últimos 6 meses
➢ Estes comportamentos disruptivos devem-se manifestar em pelo
menos 2 contextos (ex: escola, casa, etc.)
➢ Alguns destes comportamentos têm que já estar presentes antes
dos 7 anos de idade
1. Seis (ou mais) dos seguintes sintomas de FALTA DE ATENÇÃO devem
persistir pelo menos durante 6 meses com uma intensidade que é
desadaptativa e inconsistente em relação com o nível de
desenvolvimento e que tem um impacto negativo direto nas atividades
sociais e académicas/ocupacionais:
a) com frequência não presta atenção suficiente aos pormenores ou
comete erros por descuido nas tarefas escolares, no trabalho ou noutras
atividades;
b) com frequência tem dificuldades em manter a atenção em tarefas ou
atividades;
c) com frequência parece não ouvir quando se lhe fala directamente;
d) com frequência não segue as instruções e não termina os trabalhos
escolares, encargos ou deveres no local de trabalho (sem ser por
comportamentos de oposição ou por incompreensão das instruções);
e) com frequência tem dificuldades em organizar tarefas e atividades;
f) com frequência evita, sente repugnância ou está relutante em envolver-
se em tarefas que requeiram um esforço mental mantido (tais como
trabalhos escolares ou de índole administrativa);
g) com frequência perde objetos necessários a tarefas ou atividades (por
exemplo, brinquedos, exercícios escolares, lápis, livros ou ferramentas);
h) com frequência distrai-se facilmente com estímulos irrelevantes;
i) esquece-se com frequência das atividades quotidianas.
2. Seis (ou mais) dos seguintes sintomas de HIPERACTIVIDADE -
IMPULSIVIDADE persistiram pelo menos durante 6 meses com uma
intensidade que é desadaptativa e inconsistente em relação com o nível de
desenvolvimento e que tem um impacto negativo direto nas atividades
sociais e académicas/ocupacionais:
Hiperatividade:
Subtipos
“As crianças com PHDA têm défices em funções executivas, ou seja, nos
processos neurocognitivos que permitem a capacidade de resolução de
problemas, para atingir um determinado objectivo, o que é confirmado por
estudos neuropsicológicos. Diversas funções cognitivas superiores podem
revelar alterações. Podem referir-se os processos de motivação, o défice
entre o processamento da informação recebida e a resposta produzida, ou
a incapacidade de inibir a resposta adequadamente, até que seja
processada toda a informação; também podem estar afectadas, a
capacidade de vigília e de planeamento de tarefas, assim como a memória
de trabalho.” (Cordinhã & Boavida, 2008, p. 579)
Fatores ambientais e familiares
(Banerjee, Middleton, & Faraone, 2007; Biederman et al., 1990)
Tratamento medicamentoso
Intervenções psicossociais
Intervenção em diversos contextos - casa e na escola
A PHDA tem um carácter aversivo sobre os pais, professores
e amigos – o que pode dificultar a adesão destes à
intervenção
(Silva, 2003)
1. Reconhecer a PHDA como uma doença crónica
➢ Fornecer informações adequadas sobre a PHDA
➢ Avaliar e monitorizar periodicamente o nível de conhecimentos da família
sobre a perturbação
➢ Orientar a família em relação ao problema, atualizando constantemente as
orientações, de acordo com o nível de desenvolvimento do paciente
➢ Disponibilidade para responder a perguntas e esclarecer dúvidas
➢ Auxiliar a família a estabelecer objetivos adequados e realistas
➢ Proporcionar contato com outras famílias com PHDA
2. Estabelecer objetivos terapêuticos em colaboração com a escola, pais e
criança
➢ Melhorar a qualidade do relacionamento interpessoal com familiares, colegas
e professores;
➢ Melhorar o desempenho escolar, sua independência (ex. tarefas escolares) e
auto-estima;
➢ Aumentar a segurança da criança na comunidade (ex. atravessar ruas).
3. Recomendar medicação estimulante e/ou terapia
comportamental
➢ Medicação: identificar a melhor medicação para cada criança;
➢ Terapia comportamental: reforço positivo, time-out, custo de
resposta e economia de fichas.
4. Reavaliar o tratamento quando os objetivos não são atingidos
Objetivos irrealistas, falta de informação, presença de
comorbilidade, falta de adesão ao tratamento?
5. Realizar monitorização e acompanhamento constantes,
incluindo dados obtidos dos pais, professores e da própria criança
ESTUDO DE CASO
Um rapaz hiperativo com maus
resultados escolares
Para lidar com estas crianças é essencial que o
o professor conheça a perturbação e saiba
diferenciá‐la de “má‐educação”, “indolência”
ou “preguiça.” (Mattos, 2013)
1. Adaptar a quantidade de tarefas em sala à capacidade de
atenção da criança
2. Modificar o estilo de ensino e currículo (ex. incluir atividades que
envolvem participação)
3. Utilizar regras externas (ex. posteres, auto-verbalizações)
4. Fornecer reforço frequente e utilizar a estratégia de custo
resposta
5. Utilizar consequências imediatas para o comportamento
6. Utilizar reforços de maior magnitude (ex. sistema de fichas)
7. Estabelecer limite de tempo para conclusão de tarefas
8. Eventual reunião com pais e encaminhamento da criança
9. Coordenar as estratégias utilizadas na escola com os pais
10. Controlar o próprio stress e frustração ao lidar com a criança
➢ Fomentar a organização
➢ Estabelecer metas adequadas e realistas
➢ Colocar o aluno próximo do educador/professor
➢ Supervisão adequada das tarefas
➢ Antes de ensinar, certificar-se de que o aluno está a tomar
atenção
➢ Dar tempo extra para a realização das tarefas
➢ Estabelecer rotinas muito concretas, poucas e premiar a sua
realização
➢ Dar instruções claras e concisas, uma a uma, olhando a criança
nos olhos
➢ Evitar as situações que podem favorecer a distração
➢ Reforço positivo
➢ Ignorar comentários desfavoráveis
Disponibilidade de tempo que o professor
necessita para a intervenção comportamental
com crianças com PHDA
Conhecimento do professor sobre a PHDA e o
seu tratamento/gestão
Atitude do professor em relação às estratégias
para modificação do comportamento
Necessidade de maior aposta na formação de
professores