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170 316 1 SM PDF
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Jigajoga. s. f.1. Antigo jogo de cartas. 2. Jogo de cabra-cega. 3. Coisa
transitória, passageira. 4. Ludíbrio, escárnio, jogo. (AURÉLIO, 1975, 801)
2
Cf. Derrida, 2004, p. 34
3
AURÉLIO, 1975, 719
4
AURÉLIO, 1975, 719
Carlos Cardozo Coelho 54
Ítaca 19- Edição Especial
O hiperestruturalismo de Jacques Derrida? Do combat amoureux entre Ricouer e
Derrida (ou: “passando, infelizmente, pela porta da morte”)
5
NANCY, 2000, p. 56
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“Não se deve deixar de comprimir a palavra, a língua e o discurso contra este
corpo de contacto incerto, intermitente, esquivo, e no entanto insistente. Aqui
ou ali, disso podemos estar certos, dar-se-á um corpo com a língua, um corpo
a corpo de sentido donde poderá nascer, aqui ou ali, a exposição de um corpo,
tocado, nomeado, excrito fora do sentido, hoc enim.” (NANCY, 2000, p. 60)
Carlos Cardozo Coelho 55
Ítaca 19- Edição Especial
O hiperestruturalismo de Jacques Derrida? Do combat amoureux entre Ricouer e
Derrida (ou: “passando, infelizmente, pela porta da morte”)
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Cf. DERRIDA, 1967, P.15-108
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Ítaca 19- Edição Especial
O hiperestruturalismo de Jacques Derrida? Do combat amoureux entre Ricouer e
Derrida (ou: “passando, infelizmente, pela porta da morte”)
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Cf. DERRIDA, 1967, p.24
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Ítaca 19- Edição Especial
O hiperestruturalismo de Jacques Derrida? Do combat amoureux entre Ricouer e
Derrida (ou: “passando, infelizmente, pela porta da morte”)
9
Cf. DERRIDA, 1993, p. 31
10
Cf. DERRIDA, 1972, p.247-324
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O hiperestruturalismo de Jacques Derrida? Do combat amoureux entre Ricouer e
Derrida (ou: “passando, infelizmente, pela porta da morte”)
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Vale ressaltar que, em nota, Jean-Luc Amalric indica algo semelhante
quando analisa a interpretação que Ricoeur faz de Derrida no artigo langage.
Segundo ele, Ricoeur veria Derrida como uma espécie de superestruturalista
de viés heideggeriano e nietzscheano. (Cf. AMALRIC, 2006, p.72)
12
Cf. BERNARDO, 2007, p. 117-126
13
Haddock-Lobo, no seu artigo supracitado (2009), tenta pensar uma possível
herança cética no pensamento da desconstrução, herança esta que passaria
pela relação que Derrida tem com a literatura. Neste caminho, Haddock-Lobo
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O hiperestruturalismo de Jacques Derrida? Do combat amoureux entre Ricouer e
Derrida (ou: “passando, infelizmente, pela porta da morte”)
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Retomando a discussão que teve com Ricoeur sobre o
perdão, Derrida se questiona:
A minha proposição de estilo aporética,
segundo a qual o perdão é, num sentido não-
negativo, o im-possível mesmo (nós só
perdoamos o imperdoável; perdoar o que já
está perdoado, não é perdoar; não custa dizer
que não há perdão, mas que ele, para parecer
possível, deveria, como dizemos, fazer o
impossível: perdoar o imperdoável), Ricoeur
opõe mais de uma vez uma outra fórmula: “o
perdão não é impossível, ele é difícil”.
(DERRIDA, 2004, p. 27)
E continua Derrida:
Qual diferença há, e onde estará ela, entre o
“impossível” (não negativo) e o “difícil”, o
muito-difícil, o mais difícil possível, a
dificuldade, o infaisable même? Qual diferença
entre isto que é radicalmente difícil e isto que
parece impossível? (DERRIDA, 2004, p. 27)
18
É interessante notar que quando esta citação aparece no texto (2004) que
Derrida dedicou a Ricoeur, ela aparece com uma única falha, porém uma falha
que enigmaticamente salta aos olhos. Um ato falho? Talvez seja apenas um
erro de edição, talvez um ato refletido de Derrida. Isso não importa agora.
Justamente na parte central para Derrida, justamente na frase que, segundo
ele, “Ricoeur viu justa e profundamente” nele e nos seus gestos filosóficos,
Derrida embaralha estas palavras. Metafórico aparece como sentido próprio de
metafísico. Metafísico como metáfora de metafórico. Este gesto, acredito, faz
referência ao famoso adágio heideggeriano: “o metafórico só existe no interior
da metafísica”. Seja qual for o motivo, este “ato falho” me parece crucial para
qualquer análise que pretenda ter como tema o contato entre a obra destes
filósofos.
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Derrida (ou: “passando, infelizmente, pela porta da morte”)
porta da morte”, os olhos fixados sobre ela, a
cada instante. (DERRIDA, 2004, p.38)
19
RICOEUR, 2000, p. 439
20
NIETZSCHE, 2005, p. 13
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Segundo Ricoeur, as palavras não-metafóricas da língua natural são
polissêmicas, e para que elas ganhem um significado determinado, devem ser
comprimidas pelo contexto. Contudo, há uma diferença crucial: as metáforas
não podem ser encontradas nos dicionários; eis a distinção defendida por
Ricoeur entre o sentido metafórico e o sentido literal. Entendamos por sentido
literal não um sentido que remeta aquela metafísica que Derrida chama de da
presença21, um sentido com fundo teológico, que remete a ideia de
“originário, primitivo e próprio”, pelo contrário, “o sentido literal é a
totalidade da área semântica, pois é o conjunto de utilizações contextuais
possíveis que constituem a polissemia de uma palavra” (RICOEUR, 2010,
p.99), e continua Ricoeur, “o sentido metafórico é algo mais que a atualização
de um dos sentidos potenciais de uma palavra polissêmica, é necessário que o
emprego metafórico seja apenas contextual; por isso, eu entendo um sentido
que surge como resultado único e fugitivo de uma certa ação contextual”.
(RICOEUR, 2010, p.99)
Referências bibliográficas
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DERRIDA, 2004, p.34
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