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HORTAS URBANAS

MORADIA URBANA COM TECNOLOGIA SOCIAL

1
1
PREFÁCIO
E ste Manual visa melhorar a alimen-
tação das pessoas envolvidas na
Tecnologia Social Hortas Urbanas,
beneficiando o ambiente como um todo
te possibilidades de desdobramentos,
como por exemplo a produção de ali-
mentos destinados à comercialização e
à geração de renda, inclusive formando
e favorecendo a relação da comunidade uma rede de atores em prol do fortaleci-
com o bairro e o seu entorno por meio mento da agricultura urbana e ecológica.
do cultivo ecológico de alimentos e er- Para além da saúde humana, a agri-
vas medicinais em hortas, jardins, can- cultura de base ecológica busca, a sus-
teiros suspensos e outras possibilidades tentabilidade do meio mediante, a ma-
a depender da realidade local. nutenção e a melhoria da fertilidade e
O plantio orgânico favorece a melho- da vida do solo, a partir da prática de um
ria nos hábitos alimentares, trazendo manejo adequado.
benefícios para o corpo físico e ameni- Entretanto, não se deve entender ma-
zando tensões do dia a dia. Possibilita nejo adequado como uma receita fixa,
maior convívio social, além de promo- como fazer um bolo, mas sim um conjun-
ver um ambiente saudável, ocupando to de técnicas adequadas a cada local,
e transformando espaços ociosos. O aos materiais disponíveis e principalmen-
espaço da horta constitui ainda um ins- te da própria maneira que cada um tem
trumento pedagógico, para atividades de cultivar. Desde que não se use produ-
de educação ambiental e de ações tera- tos químicos ou nocivos as pessoas e ao
pêuticas. ambiente, cada um pode desenvolver
A proposta é a de iniciar a produção sua própria técnica, desde que se consiga
de alimentos voltada para o consumo colher produtos com qualidade. O que se
direto das famílias envolvidas, descom- busca na agricultura ecológica é maximi-
primindo os gastos com esses produtos. zar o aproveitamento dos recursos dispo-
Contudo pode-se colocar no horizon- níveis, incluindo a força de trabalho.

2 3
SUMÁRIO
ORGANIZAR
07 O GRUPO

PLANEJANDO 08
OBSERVAR O ESPAÇO

A HORTA
E AS POTENCIALIDADES

06
PLANTAR
10 PARA COLHER

PLANEJANDO A ROTAÇÃO
12 E CONSORCIAÇÃO DE CULTURAS

O SOLO 15
PROPAGAÇÃO E PLANTIO 16
TRATOS CULTURAIS 18
CULTIVANDO

14
CULTIVO EM PEQUENOS
ESPAÇOS 19
CONTROLE DE PRAGAS
E DOENÇAS 22
COMPOSTAGEM 25
ÁGUA 30

APROVEITAMENTO
33 INTEGRAL DOS ALIMENTOS
COZINHANDO
COM SAÚDE

32 34 RECEITAS

4
PLANEJANDO Organizar
A HORTA 1 o grupo
PASSO A PASSO

1 2

ORGANIZAR OBSERVAR O ESPAÇO


O GRUPO E AS POTENCIALIDADES

3 4

A
PLANTAR Planejando a Rotação e organização do grupo interes- to e do solo, seja no preparo das mu-
PARA COLHER consorciação de culturas sado em trabalhar com a hor- das (sementeira), como também na
ta é de extrema importância disponibilidade de fazer a rega entre
para o sucesso na produção, sendo outros fatores.
necessário levar em consideração o O conhecimento que muitas pes-
Z
número de pessoas e a disponibilida- soas possuem, pelo saber popular,
de de tempo de cada um. sobre o ciclo da natureza (chuva,
É preciso criar um espirito de co- seca, época de plantio etc.) é um as-
laboração, definindo responsabilida- pecto importante que deve ser incor-
des, de acordo com as aptidões de porado no momento de planejar a
cada um, seja no preparo do compos- horta e na realização do plantio.

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A horta pode ser feita em plantio em recipientes, cai-
Observar diferentes formatos, des- Dica: xotes, canteiros suspen-

2
de o tradicional cantei- sos, (madeira, telha)

o espaço e as ro retangular no solo,


assim como em can-
Observar
a partir da horta
ou ainda hortas verti-
cais utilizando pare-
teiros redondos ou, des, muros cultiva-
potencialidades espiralados. Tam-
bém em pequenos
o movimento do sol,
para um melhor
dos em recipientes
como garrafas de

O início do planejamento de Estas áreas podem ser canteiros espaços tais como aproveitamento plástico etc.
uma horta, seja ela pequena de praças, áreas comuns em condo- de sua luz.
ou grande, dependerá de um mínios, terrenos baldios ou ociosos
olhar amplo sobre vários aspectos. (nestes casos é necessário verificar
Deve-se olhar primeiro para o es- o histórico de ocupação do terreno),
paço físico, para a disponibilidade de quintais coletivos, espaços cedidos
áreas abertas ou de pequenos espa- pelo poder público, entre outros. As
ços que possam servir para plantio opções variam com a realidade de
em recipientes ou vasos. cada lugar.

Para a escolha do local é importante


considerar alguns fatores:
• Área exposta ao sol • Local não tão próximo
(ao menos 4 a 6 horas diárias); de árvores para evitar
• Proximidade de água a competição por nutrientes
para irrigação; do solo e o sombreamento;
• Área não sujeita a alagamentos • Área com boa ventilação;
e encharcamentos;

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As condições ideais para cada
espécie variam bastante e é bom co-

Plantar
3
nhecer os períodos de produção de
cada uma. As plantas cultivadas fora

para colher
de sua época ideal e em regiões ina-
dequadas são mais sujeitas a pragas
e doenças.

Alguns exemplos:
Elementos para iniciar • Nutrientes: adubos orgânicos;
• Outros insumos: caldas e prepa-
uma horta: ros biofertilizantes (ver receita pág. 22); Temperatura amena e período
• Ferramentas: enxadas, pás (cur- mais seco/Inverno: hortaliças fo-
• Terra: solo, substrato local ou
ta e reta), rastelo, carrinho de mão, lhosas mais cultivadas, são as das
comprado;
enxadão, sacho, conjunto de ferra- famílias das brassicas, asteraceas,
• Sementes e mudas das espécies
mentas para jardinagem, etc.; apiaceas, aliaceas, tomate e batata
de interesse;
• Utensílios: mangueira, regador, (solanáceas do frio), principalmente
• Luz solar: 4 a 6 horas por dia;
pulverizador, vasos, caixotes, semen- no sudeste do país.
• Ventilação: as plantas precisam
teira, luvas,etc.;
respirar;
Climas quentes: milho, mandio-
ca, as abóboras e as solanáce-
as de clima quente (be- Dica:
Escolhendo as espécies rinjela, jiló, pimentão,
pimentas em geral)
Importante lembrar que

P
preferem o clima
ara a escolha das espécies mais quente, o conhecimento tradicional
(hortaliças, ervas medicinais) havendo que-
é fundamental observar quais é de muita valia.
da na produ-
são adaptadas às condições climá- ção durante o
ticas da região e a melhor época de frio. As pessoas acostumadas com a prática
plantio, que pode variar de uma re- de cultivo normalmente tem conhecimento
gião a outra. Há espécies que se de- sobre as melhores épocas e as condições
senvolvem melhor nas estações mais
climáticas para o plantio de determinadas
frias (outono e inverno) e outras nas
estações mais quentes (primavera
espécies.
e verão). Existe porém um esforço
do homem em obter variedade mais A pesquisa em meios convencionais
adaptadas ao ano todo (ex. alface de como internet, livros e outros
verão, alface de inverno), porém de também é bem vinda.
modo geral cada espécie tem seu cli-
ma ideal.

10 11
11
Corsorciação (plantas companheiras)
Planejando a Rotação
4
Algumas plantas quando cultiva- De modo geral, sempre que possí-

e consorciação das próximas criam associações fa-


voráveis e beneficiam uma as outras.
vel, sugere-se o plantio consorciado
de hortaliças, maximizando o apro-

de culturas Estas plantas são chamadas de plan-


tas companheiras.
veitamento do espaço e dos recursos
disponíveis como a água, adubação
Por outro lado existem plantas que e mesmo o sol. Isso se torna mais im-
ROTAÇÃO: quando plantadas próximas podem portante ainda em pequenos espaços.
As principais famílias de plantas causar malefícios uma as outras pois Um exemplo de consórcio é o do

O
anuais cultivadas pelo homem são: exalam substâncias pela raiz rabanete e do alface. O Ra-
plantio contínuo de uma
mesma espécie de planta,
ou da mesma família pode
• FABACEAS (LEGUMINOSAS): fei-
que selecionam a vida ao
redor, prejudicando o
Dica: banete tem porte ereto
e colhe primeiro ,a
jão, soja, amendoim, grão de bico,
fazer com que os nutrientes do solo desenvolvimento de Para se escolher quais partir de 25 dias, e
ervilha, vagem, guandu.
se esgotem, dificultando o desenvol- outra planta, além plantas consorciar obser- o alface tem por-
• POACEAS (GRAMÍNEAS): milho,
vimento das plantas, aumentando o arroz, trigo, cana de açúcar, cen- de disputarem luz, var o porte, uma deve ter te mais baixo e
risco de doenças e pragas. teio, aveia. água e nutrientes. crescimento mais ereto e colhe depois do
Recomenda-se revolver e afofar • SOLANÁCEAS: batata inglesa, to- Sendo assim rabanete, aos 45
outra mais rasteiro ou
o solo após a colheita, adubando mate, jiló, berinjela, pimentas em as plantas po- dias em média,
geral, pimentão.
baixo, o tempo para
e plantando uma nova espécie de dem se ajudar, de modo que, ao
• CUCURBITÁCEAS: abobora, me- colheita também
planta/hortaliça. De preferência, não complementando- colher o rabanete se
lão, melancia, chuchu, pepino, bu- se mutuamente ou se
é importante. libera espaço para o
plantar a mesma hortaliça ou espécie cha vegetal.
da mesma família no mesmo local. prejudicarem. alface crescer mais.
• EUFORBIACEAS: mandioca, ma-
É importante conhecer as famílias mona, mamão, seringueira.
das plantas que se deseja cultivar. • ARACEAS: inhame, cará, mangarito. outras sugestões de consórcio:
Para identificar as famílias de plantas • CONVULVULÁCEAS: batata doce.
observar-se as semelhanças do caule, • BRÁSSICAS: brócolis, couve, cou-
das folhas, flores e frutos, além dos ve flor, repolho, rabanete, nabo, rú-
hábitos de crescimento, local de ori- cula, agrião. Cebolinha Mandioca Milho e
• APIÁCEAS: cenoura, coentro, sal- Cenoura Espinafre Alface e
gem etc.. /salsa e e abóbora abóbora e/
sinha, mandioquinha, erva doce. e rúcula:
Repolho: e Couve: Brócolis:
e/ou feijão: ou feijão:
• ASTERÁCEAS: alface, chicória, esca-
rola, girassol, serralha, margaridão. Colhe com
colhe com Porte baixo, Porte alto colhe Porte baixo Porte baixo e
• ALIACEAE: cebola, alho, alho
35 dias colhe aos semanalmente 70 80
poró, cebolinha.
por 4 6 a
e colhe antes milho porte a
• QUENOPODIÁCEAS: beterraba,
espinafre, amaranto, quinua, ca- com 100.
100
e a cenoura
dias meses e espi- que a man-
dioca (porte
alto. dias e alface
colhe aos
e cebolinha nafre (rasteiro),
ruru.
• ZINGIBERÁCEAE: gengibre, cúr-
ou salsa pode dar até
alto). 45 55a
cuma, ornamentais. porte alto
3 cortes du-
dias.
• LAMIACEAE: hortelã, manjericão, 50 60a rando também
orégano, tomilho, alfavaca, chia. dias. 6
até meses.

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CULTIVANDO • O SOLO
(NUTRIÇÃO, ADUBAÇÃO ORGÂNICA)

O solo é considerado pela agri-


cultura ecológica uma estru-
tura viva e dinâmica, um or-
ganismo vivo.
gênio com o potássio e o cálcio, que
podem ser fornecidos por cinzas de
madeira, junto ao esterco.
Uma sugestão de adubação para
Importantes características de- uma terra muito fraca seria usar de
vem ser consideradas: um a cinco quilos de composto ou es-
• permitir uma boa penetração terco de boi bem curtido e 100 a 200
das raízes para que as plantas pos- gramas de cinzas por metro quadra-
sam de desenvolver melhor. do de horta. Pode-se usar também
• ser capaz de fornecer água, ar e de 100 até 300 gramas de farinha
nutrientes em quantidade equilibrada. de osso ou fosfato natural (ricos em
cálcio e fósforo) e 100 a 200 gramas
O solo e a nutrição mineral das de calcário agrícola (rico em cálcio e
plantas representam a principal for- magnésio) por metro quadrado (es-
ma de controle de doenças. Os prin- ses materiais são encontrados em ca-
cipais nutrientes que contribuem sas de ração, produtos agropecuários
para o desenvolvimento das plantas ou jardinagem).
são: Nitrogênio (N), Fosforo (P), Po-
tássio (K), Cálcio (Ca), Magnésio(Mg),
Enxofre(S) e Boro (B).
As principais fontes de nitrogênio
Preparo de solo:
são os estercos animais, compostos,
Caso o solo esteja compac-
biofertilizantes, torta de mamona, a
tado é necessário descompactar
adubação verde com plantas da famí-
com enxadão ou outras ferra-
lia das leguminosas que se associam
mentas disponíveis. Durante esse
com bactérias fornecedoras de nitro-
processo adiciona a adubação,
gênio (fixação biológica) e, em menor
em seguida irrigar se não tiver
quantidade, também por farinha de
chuva e aguardar de 1 a 15 dias
osso. O Nitrogenio é que faz as plan-
para realizar o plantio, depen-
tas crescerem, porém, em excesso
dendo do tipo de composto ou
e com falta dos outros nutrientes, o
esterco utilizado. Quanto mais
crescimento será muito acelerado,
curtido (estabilizado) o compos-
a planta vai ficar mole, com muita
to ou esterco, menos tempo é ne-
água, mais vulnerável a pragas e do-
cessário esperar para plantar.
enças. É preciso equilibrar o nitro-

14 15
• PROPAGAÇÃO E PLANTIO A profundidade para se plantar a
semente deverá ser de aproximada-
mente duas vezes o seu tamanho.
A rega para o desenvolvimento inicial
das sementes é muito importante, é

A propagação, ou seja, a ma-


neira como as hortaliças são
multiplicadas, na maioria das
vezes é feita por sementes; também
de uma matriz saudável. Quando a
planta estiver com flor não se deve re-
tirar a muda pois a força do ramo esta
concentrada na produção das flores e
preciso manter o solo sempre úmido,
sem excessos de água. A sementeira
deverá ficar em local protegido, em
meia sombra.
há propagação feita pelo plantio de frutos e não vai enraizar bem. Transplante – consiste na retira-
suas partes vegetativas (partes dos Algumas plantas / espécies re- da das mudas da sementeira para
ramos, tubérculos e bulbos). querem tipos específicos de plan- transplantar no local definitivo (can-
Para a propagação por partes ve- tio, as formas utilizadas são plantio teiros, vasos e outros). O momento Escolha as plantas mais viçosas e
getativas (mudas) procedentes da em sementeira e plantio definitivo ideal para este transplante é quando retire-as com terra junto à raiz.
planta matriz é importante a escolha (direto): as mudas estiverem com 4 a 6 folhas Exemplos de hortaliças para se
definitivas ou com 4 a 5 cm de altura plantar em sementeira: tomate, pi-
(tamanho). mentão, brócolis, couve, alface etc..

• Plantio em sementeira
Tanto para o plantio direto como
Algumas plantas (sementes) ne- • Plantio definitivo para o transplante das mudas deverá
cessitam de condições especificas (direto) se fazer os berços (covas/ sulcos) obser-
para germinar e crescer, a sementeira vando o espaçamento para cada planta.
é o local onde será feito o cultivo das Utilizada para espécies/culturas
sementes que se tornarão mudinhas que são semeadas diretamente no Exemplos de hortaliças para
para serem trasplantadas para o local local definitivo (canteiros, vasos, re- plantio definitivo: beterraba,
definitivo . cipientes) em sulcos maiores, sulcos batata, cenoura, espinafre, ervilha,
A sementeira pode ser a tradicio- superficiais e berços (covas). nabo, quiabo, rúcula, salsinha etc.
nal bandeja de isopor, ou em reci-
pientes reutilizados ou mesmo uma
parte do canteiro onde se deverá
plantar em sulcos (linhas afundadas
na terra) distanciados de aproxima-
damente 10 cm, cobrindo com terra
peneirada.
Para as bandejas de isopor ou
outros recipientes como caixotes
pequenos, utilizar como substrato
(terra) uma mistura contendo partes
iguais de areia, terra de jardim e terra
vegetal de preferência peneirada.

16 17
• Tratos culturais • Cultivo em pequenos
(MANEJO)
espaços

P ara se pensar na produção de


alimentos e plantas medicinais
em locais que não possuem es-
paços físicos amplos, pode-se utilizar
tos, garagem, lajes, praças, terrenos e
etc, sempre observando as condições
físicas como a luz solar e a ventilação.
Uma opção interessante são os
a criatividade. canteiros suspensos, onde se reutili-
zam telhas ou algum outro material
As possibilidades de locais para o como madeira. O suporte para estes
cultivo são vários, tais como corredo- canteiros pode ser cavalete ou até
res, varandas, sacadas de apartamen- mesmo construir pilares de alvenaria.

C onsiste na execução de pro-


cedimentos e cuidados para
proporcionar melhores condi-
ções de produção e desenvolvimento
cas para colher folhas e raízes maio-
res e com mais qualidade e aumentar
a aeração e o sol. (comum em cenou-
ra e outras raízes)
às plantas :
- cobertura morta: cobrir com - afofamento do solo: po-
capim ou folhas verdes ou secas os de-se usar um rastelo. Manter uma
canteiros ou recipientes de sementes boa quantidade de matéria orgânica
ou mudas,cuidando para não abafar como composto e cobertura morta
a semente. Isto evita exposição direta reduz a necessidade de afofar.
do sol no solo, mantém a umidade, - desbrota: em algumas varie-
diminui a germinação de plantas es- dades de couve, por exemplo, há ne-
pontâneas e a erosão causada pelas cessidade de retirar as mudas que se
chuvas fortes. formam na base para não retirar a
- controle do mato (capina): força de crescimento das folhas.
arrancando com a mão, cortando - amontoa: juntar um pouco de
com enxada ou foice , principalmente terra no pé das plantas. Importante
no estágio inicial do plantio, manten- para o milho, por exemplo.
do o material cortado no local, para - estaqueamento: plantas tre-
servir de cobertura morta. Após este padoras como vagens, pepino, mara-
período o mato controlado não atra- cujá precisam de estacas, geralmente
palha, ajudando a proteger o solo. de bambu, ou de fios esticados para
- raleio ou desbaste: quan- se apoiarem.
do necessário selecionar as plantas - rega: Nas horas mais frescas do
mais vigorosas e retirar as mais fra- dia, preferencialmente pela manhã.

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Também é possível produzir mu- Para não acumular água é ne- evitando o acúmulo de água no fun-
das, hortaliças, temperos e ervas em cessário que os recipientes sejam do do recipiente.
diversos recipientes como vasos, tu- furados ao fundo e estejam cobertos O solo utilizado nestes recipientes
bos de plástico pvc cortados e adap- com uma primeira camada de cas- poderá ser de terra de jardim, mistu-
tados, baldes, bacias, jardineiras, calho, cacos de cerâmica, britas ou rada com a terra vegetal em volumes
pneus cortados e adaptados, caixotes material semelhante e uma outra ca- iguais. No caso da terra de jardim ser
entre outros. mada pequena de areia. Acima des- muito argilosa, acrescentar um pouco
ta camada inicial é colocada a terra, de areia para uma melhor drenagem.

20 21
• Controle de pragas Sugestões de caldas
e doenças e biofertilizantes

O
1 Sabão e cinzas em água para não entupir. A cinza
surgimento de pragas e doen- Plantas são seres vivo, não gos-
(rica em potássio e cálcio): de boa qualidade, bem clara e fina
ças, geralmente está relacio- tam de vento muito forte, excesso de
nem sempre é fácil de conseguir.
nado ao desequilíbrio nutri- sol, calor, frio, chuvas muito fortes.
Controla principalmente pul- Procure nas pizzarias e padarias
cional das plantas, ambiente e clima Uma vantagem dos espaços pe-
gões, cochonilhas e insetos suga- com forno a lenha. Cinza de chur-
inadequados. Se as plantas estiverem quenos é que geralmente é mais fá-
dores que “moram” aderidos as rascaria não é boa porque pode
confortáveis em seu ambiente e bem cil cobrir a área de cultivo com telas
plantas: 5 a 10 gramas de sabão conter muito sal que é prejudicial
nutridas é mais provável que não fi- redutoras de luz conhecida como
neutro e 10 a 15 gramas de cinzas as plantas. Ir avaliando a necessi-
quem doentes e o ataque de pragas sombrite e plástico transparente e
por litro de água. Diluir as cinzas dade de mais pulverizações. A calda
não ocorrerá ou será mínimo. Se for controlar a temperatura e a umidade
em água e coar bem num pano de de cinza muito concentrada pode
um local pequeno é possível contro- mantendo um clima mais adequado
malha fina e/ou deixar decantar queimar as plantas, principalmente
lar as pragas catando as com as mãos. as plantas o ano todo.
antes de colocar no pulverizador se estiver muito sol e calor, é mais
e adicionar o sabão pré dissolvido eficiente se aplicada de manhã.

CALDAS E PREPARADOS: 2 EXtratos vegetais: 2. Bater com água no liquidifi-


cador;
Há várias plantas que podem 3. Chorumada: 1 kg de folhas
ser utilizadas no controle de pra- em 10 litros de água, deixa apodre-
• Deve-se ter muito cuidado com • As caldas podem ser divididas gas e doenças. como a mamona, a cer por alguns dias e pulveriza.
as receitas para aplicar nas plantas. em adubos foliares que nutrem a planta de tabaco (fumo), a prima- 4. Extrato alcoólico: 1kg de fo-
Mesmo as caldas permitidas na agri- planta e a torna resistente a pragas vera (buganvília), a árvore conhe- lhas e/ou outras partes das plan-
cultura orgânica podem ser tóxicas e doenças e caldas tóxicas as pragas cida como santa bárbara ou sabo- tas para cada litro de álcool, dei-
ao homem, a outros animais e preju- e aos fungos. Toda calda tóxica pode neteira, camomila, entre muitas xando em pote fechado no escuro
diciais ao meio ambiente. matar ou prejudicar os insetos bené- outras. Algumas podem ser tóxicas por 3 dias.
• Em concentrações muito altas ficos como abelhas e joaninhas. (como a planta do tabaco) a quem Os extratos alcoólicos geralmen-
podem prejudicar e até matar as • Para pulverizar pode-se utilizar até aplica e podem alterar o sabor do te são mais fortes e pode-se usar de
plantas, mas se a concentração for mesmo aquele usado por cabeleireiros. alimento, principalmente se apli- 10 a 20 ml em cada litro de água
muita baixa não vai fazer efeito. Não utilizar regador, exceto para alguns car perto da colheita. com 5 gramas de sabão neutro para
• A sensibilidade varia de espécie tipos de biofertilizantes. Pode-se fazer os extratos de 4 aderir o produto nas plantas.
para espécie. Começar testando baixas • Pulverizar sempre nas horas formas diferentes e depois diluir Outras preparações são mais
concentrações, em algumas plantas. mais frescas do dia, preferencialmen- em água para pulverizar: fracas, pode-se usar 100ml por litro
• Esperar ao menos um dia ou dois te no final da tarde. No dia seguinte, 1. Chá concentrado fervendo as de água ou até mesmo a calda pura
e observar a resposta das plantas co- irrigar logo pela manhã, auxiliando na partes da planta secas ou frescas; no caso da chorumada.
baias, antes de aplicar na área toda. redução do efeito tóxico para planta.

22 23
23
3. Calda bordalesa abortar as flores. A dose de calda
• Compostagem
(cobre, enxofre e cálcio): bordalesa é de 0,5 a 1 ml para ver-
duras até no máximo 10 ml por
Esta calda e outros produtos litro de água para a fruteiras mais
a base de cobre são os mais anti- resistentes (maça por exemplo).
gos fungicidas e controlam vários Aplicar no mínimo 20 dias antes
tipos de doenças de plantas, en- de colher para não deixar resídu-
tretanto é preciso cuidado na utili- os. Fazer no máximo 2 aplicações
zação, pois dosagens acima do re- por plantio pois o cobre reduz o
comendado podem causar danos crescimento das plantas. Pode se
para as plantas. As verduras de comprar a calda bordalesa, ou ou-
folhas são as mais sensíveis. Para tros produtos com cobre em casas
as fruteiras não aplicar durante o de jardinagem, ração ou produtos
período da florada com risco de agropecuários.

4. Leite fresco é muito efi- sos tipos de plantas.


ciente no controle de alguns ti- Pulverizar uma vez por se-
pos de fungos, principalmente o mana 50 a 100 ml de leite por
oídio, que é um mofo branco que
cresce sobre as folhas de diver-
litro de água (concentração de
5 a 10%).
A compostagem é a prática ou
processo que transforma e
estabiliza a matéria orgânica
(resíduo orgânico) em adubo (com-
posto orgânico). A compostagem é
um processo semelhante ao ciclo da
matéria orgânica (decomposição)
que ocorre na natureza.
São muitos os benefícios de se
fazer a compostagem: produzir o pró-
prio composto para utilizar na horta e
jardins, melhorar a qualidade do solo
através da adição do composto, dimi-
nuir a quantidade de resíduo destina-
do aos aterros sanitários ou lixões.
Além de fazer bem para o ambien-
te como um todo, a compostagem
possibilita a produção de alimentos
frescos e seguros, sem adição de pro-
dutos químicos

24 25
Existem diversas maneiras de se o solo até mesmo em recipientes pre- PRIMEIRAMENTE
produzir um composto orgânico, des- parados, como em pneus, caixotes,
de a tradicional pilha montada sobre tambores grandes etc.
É preciso separar

Os resíduos orgânicos e os rejeitos (papéis sujos, bituca de


(cascas de frutas, legumes, cigarro, esponjas, fraldas descartáveis,
sobras de alimentos crus) pó de aspirador, alimentos gordurosos
de outros resíduos, e de origem animal e outros).

como os recicláveis
(vidro, papel limpo,
plásticos e metal)

ORGÂNICO REJEITO

A separação dos resíduos ORGÂNICOS pode ser


feitas em baldes/recipientes com tampa, para de-
pois serem encaminhados à composteira.

26 27
Óleos e gorduras não devem Mas relembrando a introdu- DicaS:
ser compostados. ção, isso não é uma regra e
algumas pessoas, principalmente Importante manter o composto No processo de composta-
Sobras de alimentos cozidos, se há espaço disponível, longe da com umidade, sem excesso e re- gem também é produzido um
proteína animal como carnes, casa, também compostam esses gar quando necessário. líquido escuro (chorume), um ex-
laticínios e fezes de animais do- materiais, adicionando mais fo- celente biofertilizante.
mésticos de modo geral não são lhas, mato seco ou mesmo cobrin- O composto estará pronto quando
usados/recomendados para com- do com um pouco de terra para o material estiver bem homogê- Na pilha em solo ele se infiltra
postagem pois podem produzir tentar evitar os problemas cita- neo (não se distinguir mais as ca- na terra. Na composteira reali-
odores desagradáveis atraindo dos, com a vantagem de ter uma madas e materiais originais), cor zada em recipientes adaptados
animais indesejáveis como mos- fonte a mais de recursos, e reduzir escura (marrom café), cheiro agra- e encaixados um ao outro, você
cas, ratos etc. ainda mais seus resíduos úmidos. dável de terra de floresta, pode coletar o chorume,
grãos pequenos e con- diluir em água (1 par-
sistência de terra. te para 20 partes
Observação:
de água) pulve-
Para enriquecer Você pode adicionar rizar as plan-
Carbono o composto po- tas ou mais
minhocas a sua
de-se adicionar composteira tendo concentrado
Nitrogênio outras fontes (1 parte para
acesso a um dos
de matéria or- 10 partes de
melhores adubos
gânica como ser- água) para re-
que é o húmus
ragem, cinza de gar diretamente
madeira, esterco de
de minhoca. o solo.
aves, gado, cavalo etc.

COMPOSTANDO
Deve ser montada em camadas, camada de material seco
lembrando uma torta. Alternando ca- Neste momento inicie uma nova
madas de matéria orgânica mais seca composteira, pilha ou outro recipien-
(carbono) com outra camada de ma- te, deixando a anterior descansar.
téria orgânica úmida / fresco (nitrogê- Durante este período de descanso
nio). deve-se revirar , revolver o composto
E assim sucessivamente nesta or- a cada 10 dias, arejando e acelerando
dem até a pilha atingir a altura má- o processo.
xima 1,50 cm ou quando encher um Após 70 a 90 dias o composto es-
dos recipientes finalizando com boa tará pronto.

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• Água Captação de água
Na cidade onde só tem água enca- as calhas do telhado a caixas de água
nada e tratada, irrigar com ela pode reutilizadas ou vários tipos de barris e
ser muito caro além de reduzir a ofer- tambores. É possível confeccionar ca-

A gua é vida.

Todos os seres vivos (ani-


mais, vegetais) necessitam de água
Nas plantas tem funções diversas
em seu desenvolvimento como for-
necer umidade para germinação da
semente, solubilizar (disponibilizar)
ta de água tratada para as pessoas.
Sempre que possível, crie alternativas
para a captar água da chuva, ligando
lhas de bambu cortado (meia-cana) e
adapta-las ao telhado.

para sua sobrevivência e desenvolvi- os nutrientes do solo para as plantas,


mento. entre outras.

Rega
Recomenda-se fazer a rega prefe-
rencialmente nas primeiras horas do
dia. Irrigar em horários quentes per-
de-se muita água para evaporação.
Pode se fazer a rega também no fim
do dia, mas algumas doenças são fa-
vorecidas por alta umidade e baixa
temperatura, então essa pratica deve
ser evitada nos períodos mais frios.
Durante a fase de produção de
mudas e transplantes a rega deve ser
com maior frequência, delicada (sem
jatos fortes) .

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31
COZINHANDO • Aproveitamento Integral
de Alimentos
COM SAÚDE
A s fibras são encontradas em
grande quantidade nas fo-
lhas, cascas, talos e bagaços
das hortaliças e frutas, por este mo-
tivo estas partes podem ser aprovei-
tadas pois além do valor nutricional,
são uma alternativa saudável para as
preparações culinárias.
• Os legumes devem ser prepa-
rados de preferência inteiros, ou em
pedaços grandes, em pouca água, o
suficiente para cobri-los, evitando a
perda de nutrientes na água do cozi-
mento.
• Coloque água fervendo para cozi-
nhar os legumes, diminuindo o tempo
de cozimento, economizando gás e
evitando a perda de muitos nutrientes.
• Aproveite a água utilizada no co-
zimento dos legumes para preparar
arroz, feijão ou outros pratos.

A alimentação variada, colo-


rida oferece nutrientes que
desempenham uma impor-
tante função em nosso corpo. Por
nerais, vitaminas e água, oferecendo
também grande quantidade de fi-
bras, que desempenham funções im-
portantes para o organismo, como:
DicaS
PRECIOSAS:
outro lado, uma alimentação pouco - Consumir líquidos facilita a utilizadas em farofas, no feijão, em
variada e muito calórica pode causar - ajudam a eliminar toxinas. absorção das fibras; hortaliças de- bolinhos, sopas, arroz ou refoga-
aumento da gordura do nosso corpo - melhoram o funcionamento do vem ser consumidas diariamente e dos.
e falta de outros nutrientes, acarre- intestino. de preferência cruas. - Os talos de agrião, espinafre,
tando na fraqueza do organismo e no - auxiliam no controle de diabetes - As folhas verdes, tais como couve etc podem ser aproveitados
surgimento de doenças. e colesterol. as de couve-flor, cenoura, rabane- no preparo de bolinhos, farofas, re-
As hortaliças, assim como as fru- - promovem o aumento da sacie- te, beterraba, abóbora podem ser fogados ou arroz.
tas, são importantes fontes de mi- dade.

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• RECEITAS EXPEDIENTE
INSTITUTO PÓLIS
Farofas de talos ralada, 2 xícaras de chá de farinha de
COORDENAÇÃO GERAL:
Christiane Gasparini Araújo Costa
TEXTO E REVISÃO:
Christiane Gasparini Araujo Costa
PROJETO GRÁFICO
E DIAGRAMAÇÃO:
ou folhas mandioca torrada ou farinha de mi- COORDENAÇÃO EXECUTIVA:
Ceceo Chaves
Geraldo Antonio de Oliveira Neto
Agência Frutífera

lho, sal a gosto, talos ou folhas bem Mariana Monferdini Romão Mariana Monferdini Romão
Sugestão: Para esta receita use ta- lavados e picados. CONSULTORIA: FOTOS:
los ou folhas de beterraba, brócolis, Geraldo Antonio de Oliveira Neto Acervo Instituto Pólis

couve-flor, nabo, rabanete. Preparo: Leve ao fogo o óleo e refo-


gue a cebola até dourar, junte os talos FUNDAÇÃO BANCO DO BRASIL
Ingredientes: 2 colheres de sopa e folhas. Acrescente, aos poucos, a fa-
de óleo, 2 colheres de sopa de cebola rinha e o sal, Mexa bem. Sirva. PRESIDENTE GERENTE DE ASSESSORAMENTO GERENTE DE PARCERIAS
José Caetano de Andrade ESTRATÉGICO E CONTROLES ESTRATÉGICAS E MODELAGEM
Minchillo INTERNOS DE PROGRAMAS E PROJETOS
Ana Carolina Barchesi João Bezerra Rodrigues Júnior
DIRETOR EXECUTIVO
DE DESENVOLVIMENTO SOCIAL GERENTE DE PESSOAS GERENTE DE MONITORAMENTO
Bolinho de Rama Suco verde Marcos Melo Frade E INFRAESTRUTURA
André Grangeiro Botelho
E AVALIAÇÃO
Patricia Lustosa Borges de Lima
de cenoura DIRETOR EXECUTIVO DE GESTÃO
DE PESSOAS, CONTROLADORIA GERENTE DE ANÁLISE DE
Vieira

Ingredientes: E LOGÍSTICA PROJETOS GERENTE DE FINANÇAS


Ingredientes: Vagner Lacerda Ribeiro Claudia Marcia Pereira E CONTROLADORIA
Rodrigo Octavio Lopes Neves
• 05 limões bem lavados em suco. SECRETÁRIO EXECUTIVO GERENTE DE COMUNICAÇÃO
Rama de cenoura, 3 ovos, 2 xícaras de • 05 folhas de couve bem lavadas, Allan Lopes Santos Emerson Flávio Moura Weiber ASSESSORIA TÉCNICA
Fabrício Erick Araújo
farinha, sal, água ou leite. podendo incluir folhas de hortelã, GERENTE DE AUTORIZAÇÃO DE GERENTE DE TECNOLOGIA Maria Eduarda Junqueira da
PAGAMENTOS DA INFORMAÇÃO Veiga Serra
salsinha ou capim cidreira. Alirio Pereira Filho Fábio Marcelo Depiné Rogério Miziara
Preparo: • 1 litro de água.
Lave bem e pique a rama da cenou- • 4 colheres de açúcar cristal.
ra. Misture os ingredientes. Bata com
a mão até formar massa homogênea Preparo:
(assim as ramas ficam mais crocan-
tes) ou no liquidificador. Frite em óleo Bata tudo no liquidificador.
REFERÊNCIAS
bem quente. Escorra os bolinhos em Coe e sirva na hora. BIBLIOGRÁFICAS
papel absorvente.
• Agricultura Sustentável – • HORTA: CULTIVO DE HORTA- • Pastoral da Criança – Alimen-
Manual do produtor rural / LIÇAS, Prefeitura do Municí- tação e hortas caseiras na Pas-
Ana Primavesi - São Paulo: pio de São Paulo, Secretaria toral da Crianças / Pastoral da
Nobel, 1992 Municipal de Verde e Meio Criança. - Curitiba, 2009
Gelatina Preparo: Lave as beterrabas e leve
• Compostagem: Ciência
Ambiente, Programa de Agri-
cultura Urbana e Periurbana,
para cozinhar. Separe a água do cozi-
de Beterraba mento. Para cada ½ litro desta água
e Prática para a gestão de São Paulo, 2010
resíduos orgânicos / Caio
acrescente uma colher de sopa de de Teves Inácio e Paul Ri- • Horta em Pequenos Espaços
Ingredientes: água na qual a be- chard Momsen Miller. - Rio / Flávia M.V. T. Clemente, Lenita
maisena e açúcar a gosto. Mexa e leve de Janeiro: Embrapa Solos, Lima Haber, editoras técnicas.
terraba foi cozida, açúcar, maisena. para gelar. 2009- Brasília, DF: Embrapa, 2012

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Design: Agência Frutífera
Realização:

MAIS INFORMAÇÕES:

2174.6800
Material Reciclável • Não jogue em vias públicas

11

www.polis.org.br

Banco de Tecnologias Sociais Projeto Moradia Urbana com Tecnologia Social


www.fbb.org.br/tecnologiasocial/ www.moradiaurbanats.org.br

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