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Os arsenais nucleares não podem mais ser usados e servem apenas aos planos
terroristas, diz o premiado historiador americano, considerado o maior
especialista do mundo na corrida armamentista
A bomba atômica deixou de representar mais segurança para a nação que a detém. “As armas
nucleares tornaram-se completamente inúteis”, diz ele. Hoje, segundo Rhodes, enquanto no
mundo civilizado é impensável o uso de uma bomba atômica para resolver conflitos militares, a
maior ameaça nuclear vem do mercado negro das organizações terroristas. “No 11 de setembro,
a Al Qaeda deixou a inequívoca mensagem de que seu próximo ataque será com um artefato
nuclear”, ressalta.
Durante 30 anos Rhodes dedicou-se a estudar a simbiose entre a grande ciência e a política,
materializada em 1945, quando o mundo viu a bomba atômica destruir as cidades japonesas de
Hiroshima e Nagasaki. Ele considera que seus estudos sobre a Guerra Fria foram concluídos no
ano passado com a publicação do quarto volume do monumental “O Crepúsculo das Bombas”.
Numa entrevista exclusiva à ISTOÉ, Rhodes falou sobre os riscos de uma nova corrida
armamentista, sobre a nova doutrina Obama para os arsenais nucleares e mostrou que, hoje, a
luta contra a proliferação das armas atômicas deixou de ser tarefa exclusiva de pacifistas
sonhadores.
Istoé - Parece que o legado dos anos Bush foi a organização do medo e da
vulnerabilidade, que estavam enraizados nos EUA desde a Guerra Fria...
Richard Rhodes - Bush não entendeu uma lição estabelecida desde a Guerra da Coreia: num
mundo nuclear é impossível ter uma vitória clara. Vivemos numa situação em que armas
nucleares são completamente inúteis.
Istoé - O presidente Barack Obama disse, em seu discurso em Praga, que os EUA
se comprometem a não usar artefatos nucleares contra Estados não-nucleares,
mesmo se atacados com essas armas. A proposta do arsenal zero é realista?
Podemos voltar os ponteiros do relógio?
Richard Rhodes -Estou muito otimista com Obama, porque “sim, nós podemos” voltar os
ponteiros do relógio. Obama está retomando a ideia da segurança comum e dos mecanismos de
controle multilaterais. Não pode haver um país que diga, “deixo inspecionarem essa parte de
nosso território, mas aquela não”. Esse é um dos pressupostos da posição de Obama. Mas
muitos países não gostam da ideia de que tudo deve ser aberto, porque as inspeções poderiam
parecer sinais de fraqueza. O segundo pressuposto colocado por Obama é que, num mundo sem
armas nucleares, você teria de manter a capacidade de recompor seu arsenal se fosse
necessário – isso se alguém trapaceasse e não pudesse mais ser detido. Essa ideia vem sendo
denominada “arsenal virtual”.
Istoé - E como ficariam os países que não são signatários do Tratado de Não
Proliferação Nuclear?
Richard Rhodes - Claro que há exceções, como a Coreia do Norte e o Iraque. Mas eles são
pequenos países periféricos. O Irã é um outro caso muito especial. Mesmo assim, acho que
valeria a pena viver num mundo sem armas nucleares. Muitos argumentam que, se
chegássemos nesse ponto, estaríamos criando um mundo mais seguro para as guerras
convencionais. Acho que não. A possibilidade de uma guerra convencional escalar direto para
um confronto nuclear seria igual à de hoje. Não mudaria em nada. Então, por que não tentar
zerar? Esse seria um passo fundamental para o Oriente Médio.
Istoé - Mas muitos brasileiros pensam que o País não tem interesses vitais na
região e estaria dando um passo maior que as pernas.
Richard Rhodes - Eu acho positivo. Estados Unidos e Irã têm uma relação envenenada há 30
anos, permeada por ódios e desconfianças já tão profundas que fica muito difícil sentar à mesa.
Justamente por estarem fora é que os brasileiros podiam tentar algo. Nas últimas décadas, os
melhores negociadores para refrear ânimos são os pequenos, os independentes, como a Suécia e
a Dinamarca.
Fonte: Isto É
Nosso comentário:
Então quem pode usar uma arma nuclear impunemente? O terrorista. Esse não
representa Estado algum, e não está localizado em apenas um lugar, mas
espalhado pelo mundo. Ninguém poderia ser "punido" com um contra-ataque de
iguais proporções.
Assim, o fato é que as armas nucleares perderam o sentido de existir para todos
que não o terrorismo internacional.
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18/05/2011 Blog do Vader: Armas Atômicas
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