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DIREITO

ADMINISTRATIVO I
Profª. Esp. DANIELLA SALES S. CHAVES
daniella.sales.silva@gmail.com
AULA 49-50
06/11/2019
3.3 –DA FORMA, TEMPO E LUGAR DOS ATOS
PROCESSUAIS
FORMA
• Não possuem forma determinada, salvo disposição legal.
• Por escrito, em vernáculo, com a data e o local de sua realização e a
assinatura da autoridade responsável.
• Páginas numeradas sequencialmente e rubricadas
TEMPO/LUGAR
• Em dias úteis, no horário normal de funcionamento da repartição;
• Podem ser concluídos após o horário normal: situação excepcional;
• Prazo – regra geral: 5 dias (x2 com justificativa)
.

3.4 COMUNICAÇÃO DOS ATOS PROCESSUAIS


• Deve ser feita pelo órgão que tramita do processo;

• Observará a antecedência mínima de três dias úteis quanto à data de


comparecimento;

• Deverá conter:
✓ identificação do intimado e nome do órgão ou entidade administrativa;
✓ finalidade da intimação;
✓ data, hora e local em que deve comparecer;
✓ se o intimado deve comparecer pessoalmente, ou fazer-se representar;
✓ informação da continuidade do processo independentemente do seu comparecimento;
✓ indicação dos fatos e fundamentos legais pertinentes
▪ Pode ser efetuada:
✓ por ciência no processo;
✓ por via postal com aviso de recebimento;
✓ por telegrama ou;
✓ outro meio que assegure a certeza da ciência do interessado.
▪ No caso de interessados indeterminados, desconhecidos ou com
domicílio indefinido, a intimação deve ser efetuada por meio de
publicação oficial.
▪ As intimações serão nulas quando feitas sem observância das
prescrições legais, mas o comparecimento do administrado supre sua
falta ou irregularidade.
• Desatendimento da intimação não importa o
reconhecimento da verdade dos fatos, nem a renúncia a
direito pelo administrado.

• Devem ser objeto de intimação os atos do processo que


resultem para o interessado em imposição de deveres,
ônus, sanções ou restrição ao exercício de direitos e
atividades e os atos de outra natureza, de seu
interesse.
3.5 FASES DO PROCESSO ADMINISTRATIVO

INSTAURAÇÃO
INSTRUÇÃO DEFESA DECISÃO
(PORTARIA)

COM
PRODUÇÃO DE
(PORTARIA) 10 DIAS RELATÓRIO
PROVAS
PRAZO:30+30
ATENÇÃO!!!

• Provas podem ser produzidas de ofício ou por requerimento das partes;

• Inadmissíveis as provas ilícitas.

• Poderão ser recusadas as provas ilícitas, desnecessárias ou protelatórias;

• Quando deva ser obrigatoriamente ouvido um órgão consultivo, o parecer


deverá ser emitido no prazo máximo de quinze dias, salvo norma especial
ou comprovada necessidade de maior prazo.
ATENÇÃO!!!
❖Necessidade de motivação dos atos que: neguem, limitem ou afetam
direitos ou interesses; imponham ou agravem deveres, encargos ou
sanções; decidam processos administrativos de concurso ou seleção
pública; dispensem ou declarem a inexigibilidade de processo licitatório;
decidam recursos administrativos; decorram de reexame de ofício;
deixem de aplicar jurisprudência firmada sobre a questão ou discrepem
de pareceres, laudos, propostas e relatórios oficiais; importem anulação,
revogação, suspensão ou convalidação de ato administrativo

❖Motivação de atos orais – reduzida a termo.

❖Motivação aliunde;
3.6 EXTINÇÃO, ANULAÇÃO, REVOGAÇÃO E
CONVALIDAÇÃO.
• EXTINÇÃO DO PROCESSO:

• Quando exaurida sua finalidade ou por perda do objeto


• Desistência do interessado não gera extinção automática.

• ANULAÇÃO, REVOGAÇÃO E CONVALIDAÇÃO.


3.7 RECURSOS
• Por razões de legalidade e de mérito.
• Será dirigido à autoridade que proferiu a decisão, a qual, se não a reconsiderar
no prazo de cinco dias, o encaminhará à autoridade superior.
• Se o recorrente alegar que a decisão administrativa contraria enunciado da
súmula vinculante, caberá à autoridade prolatora da decisão impugnada, se não
a reconsiderar, explicitar, antes de encaminhar o recurso à autoridade superior,
as razões da aplicabilidade ou inaplicabilidade da súmula, conforme o caso.
• Tramitará no máximo por três instâncias administrativas;
• Prazo: 10 dias para interpor e 30 dias para decidir.
❖Têm legitimidade para interpor recurso administrativo:
✓os titulares de direitos e interesses que forem parte no
processo;
✓aqueles cujos direitos ou interesses forem indiretamente
afetados pela decisão recorrida;
✓as organizações e associações representativas, no tocante a
direitos e interesses coletivos;
✓os cidadãos ou associações, quanto a direitos ou interesses
difusos
ATENÇÃO: CONTAGEM DOS PRAZOS.
Art. 66. Os prazos começam a correr a partir da data da cientificação oficial,
excluindo-se da contagem o dia do começo e incluindo-se o do vencimento.

§ 1o Considera-se prorrogado o prazo até o primeiro dia útil seguinte se o


vencimento cair em dia em que não houver expediente ou este for encerrado
antes da hora normal.

§ 2o Os prazos expressos em dias contam-se de modo contínuo.

§ 3o Os prazos fixados em meses ou anos contam-se de data a data. Se no mês do


vencimento não houver o dia equivalente àquele do início do prazo, tem-se como
termo o último dia do mês.

Art. 67. Salvo motivo de força maior devidamente comprovado, os prazos


processuais não se suspendem
INTERVENÇÃO DO ESTADO NA
PROPRIEDADE
1. Noções iniciais
• Direito de propriedade:
✓Exclusivo – oponível erga omnes;
✓Absoluto – uso da forma que entender, desde que cumpra a função social da
propriedade.
✓Perpetuidade – não é exercido por prazo determinado.
• Intervenção do Estado:
✓ Poder de polícia
✓ Supremacia do interesse público sobre o privado
✓ Função social da propriedade.
2. FORMAS DE INTERVENÇÃO
2.1 LIMITAÇÃO ADMINISTRATIVA

❖Intervenção restritiva;

❖Restrição de caráter geral que atinge TODOS os proprietários que

estiverem na situação descrita na norma;

❖Retira o caráter absoluto da propriedade;

❖Efeitos ex-nunc;
❖Direito de preempção – prazo de 30 dias para manifestação;

✓Quando não respeitado – nulo

✓Poder público pode adquirir pelo valor vendido ou venal (o que for

mais baixo)

❖Via de regra, não gera indenização;

❖Se tornar inviável a utilização do bem pelo particular – desapropriação.


2.2 SERVIDÃO ADMINISTRATIVA

❖Intervenção restritiva;

❖Recai sobre bens IMÓVEIS determinados – deve ser registrada no

cartório ;

❖O proprietário deve suportar a utilização do imóvel pelo Estado com

finalidade no interesse público;


❖Retira o caráter exclusivo da propriedade;

❖Indenização mediante prejuízo – não é uma “locação”;

❖Depende de autorização legislativa;


2.3 TOMBAMENTO

❖Intervenção restritiva;
❖Proteção dos aspectos históricos, artísticos e culturais;
❖Poder público estipula regras para evitar destruição;
❖Bens móveis e imóveis;
❖Competência material: comum e simultânea;
❖Competência legislativa: concorrente da União, Estados e DF;
❖Tombamento de bem público: pode.
❖PODE SER:
✓ VOLUNTÁRIO – quando requerido ou aceito pelo particular.

✓ COMPULSÓRIO – quando não aceito pelo particular.

✓ GERAL – vários bens;

✓ INDIVIDUAL;

✓ DEFINITIVO

✓ PROVISÓRIO – medida cautelar;

✓ TOTAL

✓ PARCIAL
Direito de preferência nas alienações
judiciais.

CONSEQUÊNCIAS
Dever de conservação

Dever de comunicação de extravio -5


dias

Proibição de retirada do País

Suportar a fiscalização

Servidão aos vizinhos

Indenização mediante prejuízo


AULA 51-52
07/11/2019
2.4 REQUISIÇÃO ADMINISTRATIVA

• Intervenção restritiva;

• Art. 5, XXV, CF: no caso de iminente perigo público, a autoridade competente poderá
usar de propriedade particular, assegurada ao proprietário indenização ulterior, se
houver dano;

• Auto executoriedade: pode ser determinada independente da concordância do


particular;

• Indenização posterior mediante prejuízo;

• Bens móveis, imóveis e serviços;


2.5 OCUPAÇÃO TEMPORÁRIA

• Utilização de um bem por prazo determinado;

• Gratuita ou remunerada;

• Obras, pesquisas...

• Indenização posterior mediante prejuízo.


2.6 DESAPROPRIAÇÃO
• Intervenção supressiva;

• Pode recair sobre bens móveis e imóveis; públicos e privados.

• Requisitos cumulativos: Interesse público + pagamento de prévia indenização;

• Art. 5, XXIV - a lei estabelecerá o procedimento para desapropriação por


necessidade ou utilidade pública, ou por interesse social, mediante justa e
prévia indenização em dinheiro, ressalvados os casos previstos nesta
Constituição;
• INTERESSE PÚBLICO:

✓Utilidade pública – poder público utiliza diretamente o bem.

✓Necessidade pública – utilidade pública + urgência;

✓Interesse social – Função social da propriedade; redução de

desigualdades.
DESAPROPRIAÇÃO
COMUM URBANA

ESPECIAL RURAL

CONFISCO
2.6.1 DESAPROPRIAÇÃO COMUM
Art. 5, XXIV - a lei estabelecerá o procedimento para
desapropriação por necessidade ou utilidade pública, ou por
interesse social, mediante justa e prévia indenização em
dinheiro, ressalvados os casos previstos nesta Constituição;
2.6.2 DESAPROPRIAÇÃO ESPECIAL URBANA
Art. 182. A política de desenvolvimento urbano, executada pelo Poder Público municipal,
conforme diretrizes gerais fixadas em lei, tem por objetivo ordenar o pleno
desenvolvimento das funções sociais da cidade e garantir o bem- estar de seus
habitantes.

§ 2º A propriedade urbana cumpre sua função social quando atende às exigências


fundamentais de ordenação da cidade expressas no plano diretor.

§ 3º As desapropriações de imóveis urbanos serão feitas com prévia e justa indenização


em dinheiro.
• Desapropriação por descumprimento da função social prevista no plano

diretor – Competência municipal.

• Poder público municipal pode exigir do proprietário:

✓Parcelamento ou edificação compulsória – 1 ano para apresentar projeto e 2

anos para início das obras;

✓IPTU progressivo por 5 anos consecutivos limitado a 15% – caso a medida

anterior não seja eficaz;

✓Desapropriação – pagamento com títulos da dívida pública


2.6.3 DESAPROPRIAÇÃO ESPECIAL RURAL
Art. 186. A função social é cumprida quando a propriedade rural atende,
simultaneamente, segundo critérios e graus de exigência estabelecidos em lei, aos
seguintes requisitos:
I - aproveitamento racional e adequado;
II - utilização adequada dos recursos naturais disponíveis e preservação do meio
ambiente;
III - observância das disposições que regulam as relações de trabalho;
IV - exploração que favoreça o bem-estar dos proprietários e dos trabalhadores.
• Por descumprimento da função social;

• Competência da União;

• Finalidade: reforma agrária;

• Prévia e justa indenização em títulos da dívida agrária (benfeitorias úteis e


necessárias – em dinheiro);
2.6.4 DESAPROPRIAÇÃO ESPECIAL -
CONFISCO

• Não há indenização – confisco/ expropriação;

• Bens utilizados para tráfico de drogas ou plantação de psicotrópicos ilícitos e para a

exploração de trabalho escravo;

• Finalidade: reforma agrária e programas de habitações populares;

• Desapropriação de todo imóvel, ainda que só uma parcela seja utilizada ilicitamente.
Art. 243. As propriedades rurais e urbanas de qualquer região do País onde forem
localizadas culturas ilegais de plantas psicotrópicas ou a exploração de trabalho
escravo na forma da lei serão expropriadas e destinadas à reforma agrária e a
programas de habitação popular, sem qualquer indenização ao proprietário e
sem prejuízo de outras sanções previstas em lei, observado, no que couber, o
disposto no art. 5º.

Parágrafo único. Todo e qualquer bem de valor econômico apreendido em


decorrência do tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins e da exploração de
trabalho escravo será confiscado e reverterá a fundo especial com destinação
específica, na forma da lei.
2.6.5 COMPETÊNCIA PARA DESAPROPRIAR

❖Legislativa: Exclusiva da União

❖Declaratória: União, Estados, Municípios e DF;

❖Executória: ente que declarou, podendo ser delegada.


2.6.6 FASES

DECLARATÓRIA EXECUTÓRIA

➢ Após da declaração, qualquer melhoramento não serão indenizáveis, ressalvada as


úteis e necessárias;
➢ Após a declaração, o ente possui um prazo para efetuar a desapropriação: 5 anos
(necessidade/utilidade pública); 2 anos (interesse social);
➢ Execução pode ser pela via administrativa (quando concorda com o valor) ou
judicial;
2.6.7 AÇÃO JUDICIAL DE DESAPROPRIAÇÃO

✓Discute-se, tão somente, o valor da indenização;

✓Petição Inicial – Despacho prova pericial – Contestação –

Apresentação do laudo – Sentença com valor a ser pago.

✓Pode haver a posse provisória: urgência + depósito do valor;


2.6.8 DESAPROPRIAÇÃO INDIRETA
➢Apossamento administrativo: O poder público invade o bem
privado ilicitamente;

➢Cabe ao particular ingressar com uma ação de indenização por


desapropriação indireta.

➢Não cabe reaver o bem em razão do interesse da coletividade;

➢Prazo prescricional de 10 anos;


2.6.9 Tredestinação e Retrocessão
• Tredestinação: mudança da finalidade definida no ato de desapropriação;

✓Lícita: mantém o interesse público


✓Ilícita: retira o interesse público – adestinação;

• Retrocessão: tredestinação ilícita. Proprietário deve pagar o valor


indenizatório atualizado do bem.

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