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Tanto a Declaração Universal dos Direitos Humanos como a Constituição

da República Portuguesa consagram o direito à igualdade de tratamento


independentemente de origens étnicas e culturais como pilar inquestionável de
qualquer sociedade democrática e bem-estruturada. Lamentavelmente, em
Portugal, perpetuam-se episódios de descriminação em função dos fatores
supracitados, o que também é transversal à realidade do nosso distrito.
Por exemplo no que diz respeito à comunidade cigana, a sua inclusão no
sistema de ensino continua a deparar-se com barreiras difíceis de transpor.
Segundo um estudo de 2016 levado a cabo pelo Ministério da Educação, quase
dois terços dos inscritos no 2.º ciclo já tinham reprovado e no que diz respeito à
possibilidade de acesso ao Ensino Superior a realidade é ainda mais
preocupante.
Além disso, devem merecer igualmente a nossa atenção as comunidades
de migrantes que, após terem sido obrigados a abandonar os seus lares,
encontraram no nosso distrito uma casa. É então nossa obrigação enquanto
anfitriões assegurar que estas vivem plenamente integradas e em condições de
conforto que desafortunadamente viram serem-lhes roubadas.
Porém, deve também reconhecer-se o significativo progresso
desenvolvido no âmbito desta matéria alavancado pelas políticas de inclusão
promovidas pelo Partido Socialista. Neste sentido, torna-se imperativo que a
Juventude Socialista assuma um papel de destaque na luta pela integração das
minorias contra qualquer preconceito ou agenda populista, contribuindo para a
construção de uma sociedade cuja riqueza cultural será tanto maior quanto
melhor integradas estiverem estas comunidades. Só desta forma honraremos a
História de uma juventude partidária que sempre esteve na vanguarda da luta
pela igualdade e no combate à descriminação, isto num país onde, ainda no
relativamente recente ano de 2016, o jornal Expresso noticiou que cerca de 16%
dos portugueses se considerava racista (Eurosondagem SA).
Em conclusão, a concelhia de Castelo Branco apela a que a próxima
direção da Federação Distrital aposte na promoção de debates, conferências e
sessões de esclarecimento sobre racismo, xenofobia e ciganofobia, com
participação de especialistas nestas temáticas, mas também daqueles a quem
estes assuntos são mais caros e com quem certamente também teremos muito
a aprender. Adicionalmente, seria desejável que a Juventude Socialista de
Castelo Branco adotasse uma postura ativa junto das entidades competentes de
modo a facilitar a aprendizagem do português por parte de quem não domina a
nossa língua, a procura de emprego e a integração no ensino público de quem
estiver em idade de escolaridade obrigatória. Ao nível do ensino superior, seria
importante dialogar com as direções das instituições de ensino do distrito com
vista a estudar a hipótese de virem a ser atribuídas bolsas de modo a incentivar
a prossecução da formação académica de estudantes ciganos ou refugiados.
Einstein lamentou-se dizendo que “é mais fácil desintegrar um átomo do
que as ideias preconceituosas”. Lutemos então, camaradas, para que delas não
sobre um mínimo resquício!

Subscritores:

João Patrício
Daniel de Almeida
Carlos Vasconcelos
Luís Mota
Marco Baptista
Nuno Carvalhinho
Daniel Silvestre
Ana Mateus
João Campos
Catarina Vitória
Henrique Candeias
Joana Sequeira

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