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NR-33
Espaço Confinado – 16h
NR-33 – Curso de Espaço Confinado – 16h
NR-33
Espaço Confinado - 16h
Macaé/RJ
NR-33 – Curso de Espaço Confinado – 16h
ÍNDICE
1. NORMALIZAÇÃO E LEGISLAÇÃO .............................................................................................................................8
2. TERMOS E DEFINIÇÕES ...........................................................................................................................................9
2.1 DEFINIÇÕES .......................................................................................................................................................... 11
3. GESTÃO DE SEGURANÇA E SAÚDE NOS TRABALHADORES EM ESPAÇOS CONFINADOS ........................................ 17
3.1 CAPACITAÇÃO ...................................................................................................................................................... 18
3.2 EXAMES MÉDICOS ESPECÍFICOS ........................................................................................................................... 19
3.3 PROGRAMA DE PROTEÇÃO RESPIRATÓRIA .......................................................................................................... 19
4. METODOLOGIA DE TRABALHO EM ESPAÇO CONFINADO ..................................................................................... 21
4.1 RECONHECIMENTO .............................................................................................................................................. 21
4.2 AVALIAÇÃO .......................................................................................................................................................... 21
4.3 CONTROLE ........................................................................................................................................................... 21
4.4 PERMISSÃO DE ENTRADA DE TRABALHO – PET .................................................................................................... 21
4.5 DEVERES DOS TRABALHADORES AUTORIZADOS .................................................................................................. 23
4.6 DEVERES DOS VIGIAS ........................................................................................................................................... 23
4.7 DEVERES DOS SUPERVISORES .............................................................................................................................. 23
5. IDENTIFICAÇÃO DOS TIPOS DE RISCOS ................................................................................................................. 25
5.1 RISCOS FÍSICOS..................................................................................................................................................... 25
5.2 RISCOS MECÂNICOS ............................................................................................................................................. 25
5.3 RISCOS ATMOSFÉRICOS ....................................................................................................................................... 26
FICHA DE INFORMAÇÃO DE SEGURANÇA DE PRODUTOS QUÍMICOS ............................................................................ 26
5.4 RISCOS COMBINADOS .......................................................................................................................................... 27
5.5 RISCOS BIOLÓGICOS ............................................................................................................................................. 27
5.6 RISCOS ERGONÔMICOS ........................................................................................................................................ 27
6. AVALIAÇÃO DOS RISCOS ...................................................................................................................................... 28
6.1 MONITORAMENTO .............................................................................................................................................. 28
6.2 TIPOS DE GASES ................................................................................................................................................... 28
6.3 PROPRIEDADES DOS GASES E VAPORES ............................................................................................................... 29
6.4 ATMOSFERAS DEFICIENTES EM OXIGÊNIO ........................................................................................................... 31
6.5 ATMOSFERAS ENRIQUECIDAS EM OXIGÊNIO ....................................................................................................... 32
6.6 FONTES DE IGNIÇÃO............................................................................................................................................. 32
6.7 ATMOSFERAS TÓXICAS ........................................................................................................................................ 33
6.8 MONITORAMENTO DURANTE A ENTRADA........................................................................................................... 34
7. MEDIDAS DE ENGENHARIA PARA CONTROLE DE RISCOS ...................................................................................... 35
7.1 ISOLAMENTO / SINALIZAÇÃO ............................................................................................................................... 35
7.2 TRAVAMENTO / BLOQUEIO / LACRE .................................................................................................................... 35
7.3 ETIQUETAGEM ..................................................................................................................................................... 36
7.4 DESLIGAMENTO DOS EQUIPAMENTOS................................................................................................................. 37
7.5 PURGA / INERTIZAÇÃO ............................................................................................................................................ 37
8. TIPOS DE VENTILAÇÃO ......................................................................................................................................... 38
8.1 EQUIPAMENTO DE VENTILAÇÃO MECÂNICA ........................................................................................................ 39
8.2 VENTILAÇÃO GERAL DILUIDORA (VGD) - INSULFLAÇÃO ....................................................................................... 39
8.3 VENTILAÇÃO GERAL DILUIDORA (VGD) - EXAUSTÃO ............................................................................................ 41
8.4 VENTILAÇÃO LOCAL EXAUSTORA (VLE) ................................................................................................................... 42
9. EQUIPAMENTOS PARA ESPAÇO CONFINADO ....................................................................................................... 43
9.1 EQUIPAMENTO / FERRAMENTAL ESPECIAL .......................................................................................................... 43
9.2 FERRAMENTA ANTIFAISCANTES ........................................................................................................................... 43
9.3 EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL (EPI) ................................................................................................. 43
9.4 DETECTOR DE GÁS ................................................................................................................................................ 44
9.5 EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO RESPIRATÓRIA ........................................................................................................ 44
9.6 SISTEMA DE COMUNICAÇÃO ................................................................................................................................ 45
9.7 SISTEMA DE ILUMINAÇÃO .................................................................................................................................... 47
9.8 CINTO DE SEGURANÇA ......................................................................................................................................... 48
9.9 MOVIMENTADORES ............................................................................................................................................. 48
10. PRIMEIROS SOCORROS ........................................................................................................................................ 50
10.1 SISTEMA RESPIRATÓRIO ...................................................................................................................................... 50
10.2 SISTEMA CIRCULATÓRIO ...................................................................................................................................... 51
10.3 AVALIAÇÃO PRIMÁRIA ......................................................................................................................................... 51
10.4 PARADA CARDIORESPIRATÓRIA (PCR) ................................................................................................................. 51
10.5 HEMORRAGIAS .................................................................................................................................................... 57
11. NOÇÕES DE RESGATES EM ESPAÇOS CONFINADOS .............................................................................................. 59
11.1 SERVIÇO DE EMERGÊNCIA E RESGATE .................................................................................................................. 59
11.2 SURGIMENTO DE UMA EMERGÊNCIA ................................................................................................................... 59
11.3 ANÁLISE DOS RISCOS ........................................................................................................................................... 59
11.4 AVALIAÇÃO DOS RECURSOS E CONTROLE DE RISCOS ........................................................................................... 60
11.5 SEGURANÇA DOS PROCEDIMENTOS DE RESGATE DURANTE A OPERAÇÃO .......................................................... 60
11.6 SOLUÇÕES ALTERNATIVAS ................................................................................................................................... 60
11.7 ENTRADA PARA RESGATE ..................................................................................................................................... 60
11.8 ANEXO II DA NR-33 – PERMISSÃO DE ENTRADA E TRABALHO (PET) ..................................................................... 62
12. REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA ................................................................................................................................ 64
Caso o aluno não cumpra as condições descritas nas alíneas acima, será
considerado reprovado.
OBJETIVOS
Ao completar o treinamento o aluno estará habilitado a identificar os espaços confinados,
executar as medidas de controle dos riscos existentes, de forma a garantir a segurança e
a saúde da equipe de trabalho e participar de uma entrada para execução de serviços
em espaços confinados.
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1. NORMALIZAÇÃO E LEGISLAÇÃO
Os cuidados com a prevenção e administração de incidentes fatais em espaços
confinados construíram no mundo inteiro diversas normas e regulamentos técnicos
alguns deles até dotados de força legal, outros, porém apenas recomendáveis. Dentre as
principais destacamos:
- PORTARIA N° 202/2006 –NR33; SEGURANÇA E SAÚDE NOS TRABALHOS
CONFINADOS.
Essa norma editada pelo ministério do trabalho e emprego tem como objetivo
estabelecer os requisitos mínimos para identificação de espaço confinado e o
reconhecimento, avaliação, monitoramento e controle dos riscos existentes, de forma a
garantir permanentemente a segurança e saúde dos trabalhadores que interagem direta
ou indiretamente nestes espaços.
- ABNT NBR 14.606 DE OUTUBRO DE 2000: POSTOS DE SERVIÇOS – ENTRADA
EM ESPAÇO CONFINADO
Essa norma editada pela ABNT – Associação de Normas Técnicas, fórum nacional
de normalização, estabelece os procedimentos de segurança em entrada em espaço
confinados em postos de serviço. Hoje se encontra restrita apenas para entradas e
limpezas de tanques subterrâneos.
- ABNT NBR 16577:2017 DE 28 DE MARÇO DE 2017: ESPAÇO CONFINADO –
PREVENÇÃO DE ACIDENTES, PROCEDIMENTOS E MEDIDAS DE PROTEÇÃO.
Esta norma estabelece os requisitos para identificar, caracterizar e reconhecer os
espaços confinados, bem como para implantar o sistema de gestão de forma a garantir,
permanentemente, a segurança e a saúde dos trabalhadores que interagem direta ou
indiretamente, nesses espaços durante a realização de trabalhos no seu interior.
- OSHAS 29 CRF PARTE 1910.146: OCUPATIONAL SAFETY AND HEALTH
STANDARD – PERMIT-REQUIRED CONFINED SPACES
Esta norma editada pela OSHA – Occupational Safety & Healt Administration
(Administração de Segurança e Saúde Ocupacional) órgão do Department of Labour do
governo dos EUA contém os requisitos para prática e procedimentos de proteção para os
trabalhadores da indústria em geral contra os riscos de entrada permitida em espaços
confinados.
- NIOSH PUBLICAÇÃO N° 80-106: CRITERIA FOR RECOMMENDED STANDARD –
WORKING IN CONFINED SPACES
Esta publicação editada pela NIOSH – National Institute for Occupational Safety and
Health (Instituto Nacional de Segurança e Saúde Ocupacional) do U.S department of
Health Education and Welfare (Departamento Americano de Saúde, Educação e
previdência Social) também edita critérios recomendados para procedimentos de
trabalhos em espaços confinados.
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2. TERMOS E DEFINIÇÕES
Diante das diversas normas apresentadas encontramos muitas definições para um
local ser reconhecido como espaço confinado.
A NR-.33, no seu item 33.1.2, define espaço confinado como:
"qualquer área ou ambiente não projetado para ocupação humana contínua, que
possua meios limitados de entrada e saída, cuja ventilação existente é insuficiente para
remover contaminantes ou onde possa existir a deficiência ou enriquecimento de oxigênio".
Portanto, diante das definições apontadas podemos propor uma relação, não
exaustiva, de exemplos de espaços confinados:
o Tanques de transporte;
o Vasos de pressão;
o Torres de destilação;
o Esferas;
o Colunas;
o Tubulações;
o Reatores;
o Tanques de carga; o Tanques de lastro; o Tanques de "slop"; o Fundo duplo;
o Reatores;
o Caldeiras;
o Fomos;
o Dutos de ventilação;
o Poços de elevadores;
o "Pontoon";
o Silos;
o Poços;
o Degreasers;
o Túneis;
o Redes de esgoto;
o Câmaras subterrâneas
o Caixas de passagem.
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A NBR 16.677 traz duas condições distintas para espaços confinados. A saber:
2.1 DEFINIÇÕES
Seguem algumas definições relacionadas a NR-33.
Entrada
O entendimento de nossa NBR 16577 é o mesmo seguido
pela OSHA, ou seja, é a “ação pela qual o trabalhador adentra um
espaço confinado, que se inicia quando qualquer parte do corpo
ultrapassa o plano de uma abertura deste”.
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Ambas as normas acrescentam a definição de condição de entrada como sendo
aquelas “condições do meio ambiente de trabalho que permitam a entrada em um
espaço confinado onde haja critérios técnicos de proteção para riscos atmosféricos,
físicos, químicos, biológicos ergonômicos e mecânicos, que garantam a segurança dos
trabalhadores”, e de condição proibitiva de entrada como “qualquer condição de risco
que não permita a entrada em um espaço confinado, para preservar a sua
integridade física.”
Trabalhador autorizado
Para a NR-33 é o “trabalhador capacitado para entrar no espaço confinado, ciente
dos seus direitos e deveres e com conhecimento dos riscos e das medidas de controle
existentes”.
Vigia
Para a NR-33 é o “trabalhador designado para permanecer fora do espaço confinado e
que é responsável pelo acompanhamento, comunicação e ordem de abandono para os
trabalhadores”.
Supervisor de entrada
Para a NR-33 é a “pessoa capacitada para operar a permissão de entrada com
responsabilidade para preencher e assinar a permissão de Entrada e Trabalho (PET) para
o desenvolvimento de entrada e trabalho seguro no interior de espaços confinados”.
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Equipe de SALVAMENTO
Segundo a definição da NBR 16577 é o “pessoal regularmente treinado para
situações de emergência, capaz de prestar os primeiros socorros, com aptidão física e
mental compatível com a atividade de salvamento de trabalhador acidentado, localizado
no interior do espaço confinado”.
Responsável técnico
Na definição da NR-33 “é o profissional habilitado para identificar os espaços
confinados existentes na empresa e elaborar as medidas de engenharia, administrativas,
pessoais e de emergência e resgate”.
Base Técnica
Segundo a NR-33 é o “conjunto de normas, artigos, livros, procedimentos de
segurança de trabalho, e demais documentos técnicos utilizados para implementar o
sistema de permissão de entrada e trabalho em espaço confinado”.
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Atmosfera Imediatamente Perigosa à Vida ou à Saúde
Também conhecida pela OSHA através da sigla em inglês IDLH, o que em português
correspondente a IPVS, e definida pela segundo a NR-33 como “qualquer atmosfera que
apresente risco imediato à vida ou produza imediato efeito debilitante à saúde”.
Atmosfera de Risco
A NBR 16577 define como condição em que a atmosfera em um espaço confinado,
possa oferecer riscos ao local e expor os trabalhadores ao perigo de morte,
incapacitação, restrição da habilidade para autoresgate, lesão ou doença aguda causada
por uma ou mais das seguintes situações:
a) Gás/Vapor ou névoa inflamável em concentrações superior a 10% do seu
limite inferior de explosividade (LIE), do(s) material(ais) previamente
identificados;
b) Poeira em uma concentração no ambiente de trabalho que exceda o limite
inferior de explosividade (LIE);
NOTA 1: As misturas de poeiras combustíveis com ar podem sofrer ignição dentro
de suas respectivas faixas de explosividade, as quais são definidas pelo limite inferior de
explosividade (LIE) e o limite superior de explosividade (LSE). O LIE está geralmente
situado entre 20 g/m³ e 60 g/m³ [em condições normais de temperatura e pressão
(CNTP), ao passo que o LSE situa-se entre 2 kg/m³ e 6 kg/m³ (nas mesmas CNTP)].
Caso as concentrações de poeiras puderem ser mantidas fora dos seus limites de
explosividade, as explosões serão evitadas.
NOTA 2: Os seguintes fatores influenciam o processo de combustão/explosão:
partículas em suspensão no ar;
partículas do tamanho conveniente ao processo de combustão;
ar (oxigênio) presente no meio ambiente;
fonte de ignição de potência adequada para iniciar o processo de
combustão;
umidade relativa do ar;
geometria do espaço confinado.
NOTA 3: As camadas de poeira, diferentemente dos gases e dos vapores, não são
diluídas por ventilação dilatadora geral após o vazamento ter cessado. O ar
insuflante aumenta a dispersão do pó no meio ambiente, aumentando a
suspensão do material e, consequentemente, propicia seu processo de combustão.
NOTA 4: Camadas de poeiras podem sofrer turbulência inadvertida e se
espalharem, pelo movimento de equipamentos de transporte, deslocamento de
pessoas, insuflação de ar, funcionamento de máquinas etc.
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Quase Acidente
Segundo a NR-33 é “qualquer evento não programado que possa indicar a
possibilidade de ocorrência de acidente.”
Área Classificada
A NR-33 é objetiva ao simplesmente definir como uma “área potencialmente
explosiva ou com de explosão”. A NBR 16577 completa definindo como “Área na qual
existe uma atmosfera explosiva, ou probabilidade de ocorrência desta, ocasionada pela
presença de mistura de ar com materiais inflamáveis na forma de gás, vapor, névoa,
poeira ou fibras, exigindo precauções especiais para construção, instalação,
manutenção, inspeção e utilização de equipamentos, instrumentos e acessórios
empregados em instalações elétricas”.
Emergência
A NBR 16577 explica que é um “evento não planejado que representa perigo aos
trabalhadores ou à população e que pode causar danos significativos ao patrimônio e ao
meio ambiente, gerando prejuízos econômicos, perdas de vidas humanas ou interrupção
do processo produtivo”.
Numa situação de emergência duas medidas imediatas poderão ser adotadas pela
supervisão. Ordem de Bloqueio que a NR-33 define como “ordem de suspensão de
operação normal do espaço confinado”, e Ordem de Liberação que a mesma norma
define como “ordem de reativação de operação normal do espaço confinado”.
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Salvamento
A NR-33 define como sendo o “procedimento operacional padronizado, realizado
por equipe com conhecimento técnico especializado, para resgatar e prestar os primeiros
socorros a trabalhadores em caso de emergência”.
Intrinsecamente Seguro
A NR-33 define como sendo a característica em que “situação em que o
equipamento não pode liberar energia elétrica ou térmica suficientes para, em condições
normais ou anormais, causar a ignição de uma dada atmosfera explosiva, conforme
expresso no certificado de conformidade do equipamento”.
Abertura de Linha
Segundo a NR-33 é a “abertura intencional de um duto, tubo, linha, tubulação que
está sendo utilizada ou foi utilizada para transportar materiais tóxicos, inflamáveis,
corrosivos, gás, ou qualquer fluído em pressões ou temperaturas capazes de causar
danos materiais ou pessoais visando a eliminar energias perigosas para o trabalho
seguro em espaços confinados”.
Aprisionamento
A NBR 16577 define como a “condição de retenção do trabalhador no interior do
espaço confinado, que impeça a sua saída do local por meios normais de escape
podendo ocasionar lesões ou morte”.
Engolfamento
A definição da NR-33 é bem simples, “é o envolvimento e a captura de uma
pessoa por líquidos ou sólidos finamente divididos”. Para a OSHA “ significa a captura
efetiva e envolvente de uma pessoa por um líquido ou substância sólida finamente
dividida (flutuante) que possa ser aspirada e causar a morte por enchimento ou
obstrução do sistema respiratório ou que exerça força suficiente sobre o corpo para
causar morte por estrangulamento, constrição ou esmagamento”.
Autoresgate
A definição da norma brasileira é de que se constitui na “Capacidade desenvolvida
pelo trabalhador através do treinamento, que possibilita o seu escape com segurança de
ambiente confinado em que entrou em IPVS”.
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Os equipamentos fixos e portáteis, inclusive os de comunicação e de
movimentação vertical ou horizontal, devem ser adequados aos riscos dos
espaços confinados;
Em áreas classificadas os equipamentos devem estar certificados ou possuir
documento contemplado no âmbito do Sistema Brasileiro de Avaliação da
Conformidade – INMETRO;
Adotar medidas para eliminar ou controlar os riscos de incêndio ou explosão
em trabalhos quente, tais como solda, aquecimento, esmerilhamento, corte ou
outros que liberem chama aberta, faíscas ou calor;
Manter sinalização permanente junto à entrada do espaço confinado, conforme
o Anexo I da NR-33;
Implementar procedimento para trabalho em espaço confinado;
Adaptar o modelo de Permissão de Entrada e Trabalho previsto no Anexo II da
NR, às peculiaridades da empresa e dos seus espaços confinados;
Possuir um sistema de controle que permita a rastreabilidade da Permissão de
Entrada e Trabalho;
Disponibilizar os procedimentos e Permissão de Entrada e Trabalho para o
conhecimento dos trabalhadores autorizados, seus representantes e
fiscalização do trabalho;
Designar as pessoas que participarão das operações de entrada, identificando
os deveres de cada trabalhador e providenciando a capacitação requerida;
Estabelecer procedimentos de supervisão dos trabalhos no exterior e no
interior dos espaços confinados;
Assegurar que o acesso ao espaço confinado somente seja iniciado com
acompanhamento e autorização de supervisão capacitada;
Garantir que todos os trabalhadores sejam informados dos riscos e medidas de
controle existentes no local do trabalho;
Implementar um Programa de Proteção Respiratória de acordo com a análise
de risco, considerando o local, a complexidade e o tipo de trabalho a ser
desenvolvido.
3.1 CAPACITAÇÃO
Conforme a NR-33 é vedada a designação de qualquer trabalhador sem a prévia
capacitação para o desempenho de trabalhos em espaços confinados. As empresas estão
obrigadas a estabelecer um programa de capacitação periódico de todo o seu pessoal
para a aquisição de habilidades e conhecimentos técnicos para serviços de supervisão,
entrada e de emergência, sempre que ocorrer qualquer das seguintes situações:
Mudança nos procedimentos, condições ou operações de trabalho;
Algum evento que indique a necessidade de novo treinamento;
Quando houver uma razão para acreditar que existam desvios na utilização ou
nos procedimentos de entrada nos espaços confinados ou que os
conhecimentos não sejam adequados.
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A NR define esse programa como o conjunto de medidas práticas e
administrativas necessárias para proteger a saúde do trabalhador pela seleção adequada
e uso correto dos respiradores.
Quando se tratar de atmosferas IPVS, a NR-33 é enfática, o espaço confinado
somente poderá ser adentrado com a utilização de máscara autônoma de demanda com
pressão positiva ou com respirador de linha de ar comprimido com cilindro auxiliar para
escape.
Os equipamentos mais utilizados na proteção respiratória dos trabalhadores serão
abordados mais adiante no capítulo referente a equipamentos para espaços confinados.
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4.1 RECONHECIMENTO
Previamente, as empresas devem identificar os espaços confinados existentes em
suas organizações, cadastrando-os e sinalizando-os. Deveriam ser reconhecidos todos os
riscos existentes no local e como eles são produzidos antes da entrada para verificação
das condições ambientais que possam permitir a entrada segura dos trabalhadores.
4.2 AVALIAÇÃO
Monitorar significa acompanhar e avaliar dados fornecidos por alguma aparelhagem ou
método. Nesta fase analisamos as condições ambientais do espaço confinado. Todas as
empresas deverão testar qualitativamente e quantitativamente as condições dentro do
referido local quanto à presença e a gravidade dos riscos físicos, químicos, biológicos,
mecânicos ou ergonômicos existentes, a fim de garantir que as condições de entrada
estejam seguras. A atmosfera no interior do espaço confinado deverá ser avaliada
quanto à presença de gases ou vapores tóxicos, concentração de oxigênio e presença de
qualquer outro contaminante do ar potencialmente tóxico.
4.3 CONTROLE
O monitoramento não se limita ao momento da avaliação do local, ele se prolonga
garantindo assim o controle de um ambiente seguro durante o trabalho. As empresas
deverão adotar medidas visando eliminar ou minimizar os riscos encontrados em
espaços confinados.
Inicialmente, o acesso a todo e qualquer ambiente que possa colocar em risco a
integridade física do trabalhador deverá ser obrigatoriamente restrito. Mesmo o local
estando devidamente sinalizado, isolado e liberado para trabalho, deverá, ainda, ser
proibido a permanência de todas as pessoas não autorizadas. Os dados coletados
durante a avaliação das condições existentes no local servirão de suporte no
monitoramento do espaço confinado durante a execução dos serviços e serão registrados
na PET e colocados à disposição dos trabalhadores autorizados prevendo medidas tais
como, por exemplo, medição atmosférica constante, ventilação, iluminação, proteção
respiratória, EPI, etc.
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Encerrar a PET após o término dos serviços.
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As lesões provocadas por esses agentes mecânicos podem ser: engolfamentos,
choques, amputações, perfurações, esmagamento, etc.
5.3 RISCOS ATMOSFÉRICOS
A OSHA estima que 90% de danos e mortes em espaços confinados acontecem
como resultado de uma atmosfera perigosa que possam expor os empregados a um
risco de morte, incapacitação, perda de habilidade para autoresgate, dano ou doença
aguda de um ou mais das causas seguintes:
Deficiência ou enriquecimento de oxigênio;
Atmosferas explosivas;
Atmosferas tóxicas;
Atmosferas IPVS.
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6. AVALIAÇÃO DOS RISCOS
6.1 MONITORAMENTO
Geralmente a segurança industrial será responsável pela condução dos testes
devendo os resultados serem registrados e comparados com os limites estabelecidos
pelas normas de saúde e segurança adotadas. Devem ser observados, no mínimo, os
seguintes procedimentos:
Selecionar os instrumentos mais apropriados;
Checar e testar os instrumentos quanto a sua leitura de dados;
Ao utilizar os instrumentos, assegurar que a atmosfera foi meticulosamente
avaliada;
Correta interpretação dos resultados medidos.
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Densidade
Quando falamos de densidade, em tese estamos falando do seu peso. A referência
é o ar atmosférico e para ele atribuímos um valor igual a 1. Os gases com densidade
maior do que 1 são mais pesados do que o ar, portanto tendem a descer, como
exemplo, o Gás Sulfídrico (1,19), Propano (1,56), Butano (2,05).
Os gases com densidade menor do que 1 são mais leves do que o ar, portanto
tendem a subir. São considerados menos perigosos, como por exemplo, Metano (0,55)
Amônia (0,59) e Monóxido de Carbono (0,97).
Ponto de Fulgor
É a menor temperatura na qual um combustível libera vapores em quantidade
suficiente para formar uma mistura inflamável. Para efeitos de classificação são
identificados os líquidos inflamáveis que possuem ponto de fulgor <60° C.
Gasolina: - 38 °C;
Álcool: + 22 °C;
Diesel: + 43,3 °C.
Em geral, produtos que possuem um ponto de fulgor baixo têm um potencial para gerar
uma atmosfera explosiva com maior facilidade.
Limite de Tolerância
A NR-15 Atividades e Operações Insalubres do TEM define o LT – Limite de
Tolerância como sendo a concentração ou intensidade máxima ou mínima, relacionada
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com a natureza e o tempo de explosão ao agente, que não causará dano à saúde do
trabalhador, durante a sua vida laboral.
Faixa de Explosividade
Para que um incêndio ou uma explosão ocorra, três elementos devem estar
presentes: oxigênio, combustível e uma fonte de ignição.
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A OSHA e a NBR 16577 exigem que a leitura de um gás inflamável esteja abaixo
de 10% do LIE para entrada, mas na verdade, o que deveremos obter é uma leitura de
gás inflamável de 0% para permissões de entrada e trabalhos quentes em espaços
confinados.
SUBSTITUIÇÃO
Introdução de algum gás inerte (nitrogênio, dióxido de carbono, hélio, etc.).
São classificados como Asfixiantes Simples e deixam a atmosfera com 0%
de oxigênio;
Emissão de vapores de alguma substância volátil;
ADSORÇÃO
Carvão ativado no interior de colunas, câmaras ou reatores;
O único método aceito para se determinar a quantidade de oxigênio existente em
um espaço confinado é testar sua atmosfera com um detector de gases. A NBR 16577
considera uma atmosfera pobre em oxigênio aquela em que a concentração do mesmo
está abaixo de 19,5% (v/v). Porém a NR-33 é mais rígida, considera uma atmosfera
pobre em oxigênio aquela com menos de 20,9% de oxigênio. Todavia, a NR permite que
sejam realizados trabalhos em atmosfera com menos de 20,9% de oxigênio, desde que
a mesma seja constantemente monitorada e controlada.
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6.5 ATMOSFERAS ENRIQUECIDAS EM OXIGÊNIO
Materiais inflamáveis por ventura existentes nos espaços confinados poderão
facilmente se inflamar em atmosferas enriquecidas de oxigênio, como por exemplo,
vazamento de um cilindro ou uma linha de ar, ou uma ventilação inadequada do local. A
NR-33 define uma atmosfera rica em oxigênio aquela que contém uma concentração
acima de 23%.
Ao contrário do que poderíamos imaginar, o excesso de oxigênio em nosso
organismo também é responsável por sérias lesões. A forma de se respirar oxigênio em
excesso chama-se Hiperoxia. Seus efeitos são:
Vaso de dilatação cerebral (edema);
Bronco displasia (inflamação e espessamento no pulmão);
Aumento de radicais livres de oxigênio no sangue tendo como consequência
lesões no sistema nervos central agravando ainda mais o de um edema.
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Monóxido de carbono – CO
Sua presença em uma espaço confinado é resultada da combustão, solda,
motores, ou proveniente de locais adjacentes ao espaço confinado. Não possui cor nem
odor, correndo o risco ainda de não perceber sua presença iludindo, assim, a
necessidade de se efetuar a ventilação do local.
Limite Concentração
LT 39 pmm
LIE 12% (=12.000ppm)
LSE 75%
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Nosso organismo (pulmão) possui o comportamento de absorver o CO até 300
vezes mais rápido do que a “fonte da vida”, o O2.
Limite Concentração
LT 8 ppm
LIE 4,30%
LSE 46%
6.8 MONITORAMENTO DURANTE A ENTRADA
Embora a avaliação prévia indique que atmosfera no interior do espaço confinado esteja
segura para autorizar a entrada, o mais importante é que a monitoração seja contínua,
pois as concentrações poderão se alterar a qualquer instante como resultado das
atividades que estão sendo executadas no interior ou nas proximidades do local. Uma
entrada repentina de oxigênio enriquecendo a atmosfera ou um vazamento de gases
inertes ou tóxicos são alguns motivos para que uma monitoração contínua ou periódica
realizada durante os trabalhos.
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NR-33 – Curso de Espaço Confinado – 16h
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Garante a execução dos serviços em equipamentos intencionalmente interditados,
mesmo que exista um descuido ou insistência no manuseio daquilo que foi isolado. Um
cadeado ou uma trava especial é colocado em um interruptor, disjuntor, chave, válvula
ou outro dispositivo de forma que o equipamento fique sempre impedido de ser operado.
7.3 ETIQUETAGEM
É a colocação de etiquetas nos equipamentos. Cartões personalizados são fixados
junto às travas dos equipamentos ou locais que tiveram seus dispositivos de alimentação
colocados na posição desejados para a realização daquele serviço programado em um
espaço confinado.
Algumas empresas exigem que a interdição, o travamento e a etiquetagem sejam
utilizados conjuntamente, correspondendo a um dos métodos mais eficazes de
controle.
Enq
uan
to a
inte
rdiç
ão
dificulta a entrada de alguma pessoa, ao mesmo tempo as travas impedem o manuseio
dos equipamentos e os avisos informam os trabalhadores envolvidos ou não naquelas
atividades sobre os propósitos daquelas medidas de segurança.
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NR-33 – Curso de Espaço Confinado – 16h
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ela também poderá produzir novos riscos, como por exemplo, a deficiência de oxigênio.
É o caso da inertização que a NR-33 define como deslocamento da atmosfera existente
em um espaço confinado por um gás inerte, resultando numa atmosfera não combustível
e com deficiência de oxigênio. Por essa razão, deve ser seguida de uma ventilação. O
gás inerte mais aplicado nesse processo é o nitrogênio.
8. TIPOS DE VENTILAÇÃO
Existem dois tipos de ventilação conhecidas: a ventilação natural e a Ventilação
Mecânica. A ventilação natural utiliza o movimento natural das correntes de ar para o
interior dos espaços confinados, sem o auxílio de equipamentos.
A ventilação natural não apresenta resultado satisfatório devido às seguintes
características:
● intensa variação da vazão do ar;
● dificuldade de controle no direcionamento do ar;
● irregularidade do efeito dos ventos;
● deficiente circulação de ar pelo reduzido número e tamanho das aberturas
presentes na maioria dos espaços confinados;
● inadequada diferença de altura entre as entradas e saídas do ar do espaço
confinado.1
A ventilação mecânica utiliza-se de equipamentos mecânicos para introduzir e/ou
retirar o ar dos espaços confinados. Desta forma temos a Ventilação Geral Diluidora
(VGD) que consiste no processo de renovação do ar de um espaço confinado por meio da
insuflação e/ou exaustão de ar, cuja finalidade é de promover a renovação de ar, redução da
concentração de contaminantes e conforto térmico quando é introduzido ar ao espaço
confinado. E a Ventilação Local Exaustora (VLE) que tem a finalidade de exaurir o
contaminante na fonte ou suas imediações para evitar que se espalhe no interior do espaço
confinado.
Alguns cuidados especiais deverão ser tomados quando for necessária a utilização de
Equipamentos de Ventilação Mecânica. Uma vez conhecidos e avaliados os riscos de
explosão, contaminação e concentração de oxigênio, deverá ser determinada a necessidade
de qual tipo de ventilação será adequada às condições presentes no espaço confinado.
Se uma condição insegura persistir e sendo a ventilação o procedimento adequado
para estabilizar a situação, deveremos ventilar o espaço confinado. Depois de ventilado, o
local deverá ser novamente avaliado, a fim de determinarmos se as condições inseguras
ainda estão presentes, se a ventilação foi suficiente, se é preciso ventilar de uma forma
contínua, se é necessária a adoção de outro método de controle entre outros. As causas que
provocaram o surgimento de uma atmosfera perigosa ou a introdução de novas fontes de
produção de gases ou vapores inflamáveis ou contaminantes deverão ser eliminadas no
menor tempo possível. Quando se tratar de uma atmosfera explosiva, ainda após a
ventilação, devem ser evitadas as causas que eventualmente poderiam provocar um
incêndio. Ventiladores em áreas classificadas devem possuir marcação apropriada, de
acordo com a
1
NBR 16577 item B1.
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ABNT NBR IEC 60079-0 e a Portaria INMETRO nº 179/2010 bem como serem
protegidos contra descargas eletrostáticas, incluindo aterramento dos equipamentos,
conforme as subseções 12.14 e 12.15 da NR 12 – Segurança no Trabalho em Máquinas e
Equipamentos. 6
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Através desse método produzimos uma pressão negativa que é definida por qualquer
pressão abaixo da pressão atmosférica e o ar contaminado é puxado para fora do espaço. O
ar fresco que penetra naturalmente por uma abertura é arrastado pelo interior do espaço
através da pressão negativa. Esse método pode ser mais eficiente do que a ventilação se for
operada bem próximo de onde o contaminante está concentrado. É considerado o melhor
processo para ventilar atmosferas explosivas ou tóxicas produzidas pelas atividades em
operação no interior do espaço, devendo ser direcionada para evitar a contaminação do ar
nas proximidades do espaço quando estiver sendo aplicada.
O ar contaminado que foi exaurido de um local confinado deverá sempre ser
descarregado a céu aberto e distante do local de coleta de ar fresco do mesmo sistema
instalado para aquele trabalho. Quando coletamos o próprio ar contaminado e mandamos
para o espaço confinado damos o nome desse evento de curto circuito, outro tipo de curto
circuito é o apresentado na figura abaixo. Devemos ter o cuidado para que todo o ar
reaproveitado esteja totalmente limpo e respirável. Do ponto de vista ambiental, também é
necessário que os contaminantes sejam tratados de forma a reduzir seus efeitos quando
forem lançados a céu aberto. Se os gases exauridos se tratarem de gases inflamáveis,
deveremos direcionar o seu descarregamento para áreas livres de qualquer fonte de ignição.
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8.4 VENTILAÇÃO LOCAL EXAUSTORA (VLE)
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9.4 DETECTOR DE GÁS
A NR-33 obriga que o detector de gases seja intrinsecamente seguro. Pode ser
fixo ou portátil e pode detectar a presença de mais de um gás / vapor (multigás).
Tratando-se de equipamentos portáteis, estes devem oferecer uma leitura direta em
tempo real da concentração existente. O próprio instrumento coleta, analisa as
substâncias e determina as características atmosféricas do espaço confinado.
A certificação do equipamento é obrigatória pela portaria n° 176 de 17/12/2000
do INMETRO. Deve ser certificado, testado quanto ao seu desempenho por órgão
responsável e acompanhado de um Certificado de Conformidade.
TESTE DE RESPOSTA
O equipamento deve ter os seus sensores testados com um gás padrão que
assegure a sua resposta devido à presença daquele gás. É única maneira segura de
garantir que os seus sensores estão funcionando perfeitamente.
CALIBRAÇÃO
Através da calibração o equipamento é certificado quanto a precisão dos valores
medidos pelo leitor, e se os mesmos estão em conformidade com o informado pelo
fabricante.
Também deve ser emitido um certificado periódico para cada calibração.
Normalmente os detectores multigás são preparados para a leitura quanto à presença do
Oxigênio, do Gás Sulfídrico, do Monóxido de Carbono e de gases combustíveis.
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Ventiladores / Exaustores
Equipamento utilizado para remover o ar contaminado ou suprir de ar fresco, possuindo
dupla função, dependendo de qual extremidade estará conectado o duto de ventilação.
As diferenças entre os modelos são medidas pelas informações técnicas de cada um
como potência, vazão, velocidade de troca do ar. Etc. os dutos flexíveis são utilizados
para direcionar o fluxo de ar do equipamento para o espaço confinado ou do espaço
confinado para a atmosfera. Para áreas classificadas o modelo indicado deve ter motor à
prova de explosão e os dutos não poderão produzir nenhuma estática.
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Sistemas de comunicação com a utilização de rádios ou dispositivos
elétricos/eletrônicos, em áreas classificadas, devem possuir marcação apropriada, de
acordo com a ABNT NBR IEC 60079-0 e Portaria INMETRO nº 179/2010.2
2
NBR 16577 item 6.4
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3
NBR 16577 item 6.9
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9.8 CINTO DE SEGURANÇA
Em todas as entradas o trabalhador deverá usar o cinto de segurança completo
tipo paraquedista conectado a um cabo ou corda seguramente ancorada fora do espaço
confinado.
Os propósito de usar este equipamento incluem:
Realizar uma descida ou subida segura com menor esforço possível;
Realizar algum trabalho posicionado em certa altura;
Facilitar a recuperação da vítima através de uma não-entrada;
Permitir os resgatistas um método de localizar as vítimas e removê-las o mais
rápido possível;
Cintos para entrada em espaço confinado são equipados com argolas
hemisféricas nos ombros usadas para levantar o conjunto através de uma
barra separadora.
9.9 MOVIMENTADORES
Aqui apresentamos alguns dos equipamentos utilizados em entradas para facilitar
a movimentação dos trabalhadores ou dos resgatistas no interior de um espaço
confinado.
Qualquer pessoa escalada para trabalhos, principalmente numa operação vertical,
deverá possuir as habilidades mínimas adquiridas em treinamento para o manuseio dos
equipamentos. Somente deveremos utilizar equipamentos fabricados para cargas de
pessoas.
Jamais utilize um movimentador para o qual você ainda não foi treinado!
Tripés
Tripés são livremente posicionados e possuem pernas encaixadas que podem ser
ajustadas para oferecer uma variação de alturas. São muito efetivos em decidas e
subidas, mas fica instável se a força lateral for muito acentuada. Por isso devemos
redobrar nossa atenção para que o equipamento não tombe.
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10. PRIMEIROS SOCORROS
Mesmo que se trate de uma entrada para trabalho é importante que o trabalhador
autorizado e os demais membros da equipe de trabalho estejam capacitados a prestar o
atendimento inicial, ainda que restrito, e caso de acidente.
Entende-se por primeiros socorros a ajuda imediata prestada por uma pessoa a
um acidentado, doente, ou vítima de mal súbito, com a finalidade de mantê-lo com vida,
até a chegada do médico. Seus objetivos principais são:
Manter a vida;
Evitar o agravamento da lesão;
Servir como elo entre o momento do acidente e a chegada de ajuda
profissional.
Em situações de emergência, todos executantes de trabalhos nos interiores de
espaços confinados devem, inicialmente, garantir a sua segurança para um auto socorro.
Existindo vítimas no local, os trabalhadores autorizados deverão, pelo menos, seguir as
seguintes orientações:
O que aconteceu?/ quais são os requerimentos:
a) Observe;
b) Use os sentidos (sinais, sangue, convulsões, etc.);
c) Tente obter um diagnóstico;
d) O máximo de informações possíveis (lesão, deformidades, mecanismos da
lesão, etc.);
e) Solicite o resgate imediato e apropriado.
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Avaliação da Cena
• Segurança da cena
• Mecanismo do trauma
• Número de vítimas
• Biossegurança
• Triagem
• Apoio
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dos órgãos e sistemas, que se segue à PCR, quando não são instituídas as manobras de
circulação e oxigenação e de morte encefálica, que é caracterizada pela necrose do
tronco e do córtex cerebral pela falta de oxigenação por mais de 5 minutos.
Sendo assim, a constatação da morte de uma vítima está associada com a
presença de um médico e pela realização de exames específicos.
A constatação imediata da PCR, assim como o reconhecimento da gravidade da
situação, é de fundamental importância, pois permite iniciar prontamente as manobras
de reanimação, antes mesmo da chegada de outras pessoas e de equipamento
adequado. Evita-se, dessa forma, uma maior deterioração do sistema nervoso central
(SNC) e de outros órgãos nobres.
Se uma pessoa permanecer de 4 a 6 minutos sem oxigênio, as células cerebrais
morrem rapidamente.
A parada cardiorrespiratória pode ocorrer sem aviso e requer primeiros socorros
rápidos. O diagnóstico da PCR deve ser feito com a maior rapidez e pode ser identificada
por sinais e sintomas que precedem a PCR e por sinais clínicos de uma PCR.
Sinais Clínicos de uma PCR:
Inconsciência;
Ausência de movimentos respiratórios, ou respiração tipo gasping;
Ausência de pulsos em grandes artérias (femoral e carótidas) ou ausência
de sinais de circulação;
Pele pálida (esbranquiçada) e fria;
Cianose (cor arroxeada nos lábios e unhas);
Dilatação de pupilas (nem sempre presente).
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Os procedimentos básicos da RCP:
As Diretrizes da AHA 2015 para RCP e ACE enfatizam, mais uma vez, a
necessidade de uma RCP de alta qualidade, incluindo:
Frequência de compressão cardíaca: de 100 a 120/minutos;
Profundidade de compressão externa: de 5 a 6 cm em adultos, e de um
terço do diâmetro anteroposterior do tórax, em bebes e crianças (4 cm em
bebes e 5 cm em crianças).
Retorno total do tórax após cada compressão.
Minimização das interrupções nas compressões torácicas.
Evitar excesso de ventilação.
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Compressão
Localize o ponto correto para colocar o “calcanhar” da mão (base da mão) no
centro do tórax da vítima (no meio de esterno – quatro dedos acima do processo xifóide,
ou na junção de duas linhas imaginária, uma na altura dos mamilos e a outra do nariz ao
umbigo) e de joelhos, mantenha o corpo firme (sem fletir os cotovelos com o seu tronco
alinhado sobre a vítima) mantendo os braços completamente esticados.
Agora cruze as mãos entrelaçando os dedos, e comprima o tórax pelo menos 5
(cinco) cm – para adultos.
Boa ventilação
Procure utilizar os equipamentos necessários para tal. São eles; AMBU (BMV –
bolsa-máscara-ventilatória) e Pocket Mask. Realize 2 (duas) ventilações rápidas – 1
(um) segundo para cada ventilação – permitindo que o ar entre, seja “inspirado”. Neste
momento você já deve estar posicionado ao lado da vítima na direção da cabeça e de
frente para o outro socorrista. A mascarilha deve ficar bem vedada na face da vítima
evitando a perda de ar.
10.5 HEMORRAGIAS
A seriedade da hemorragia depende de:
Tipo de vaso sanguíneo envolvido;
Quantidade de sangue perdido;
Velocidade da perda de sangue; e/ou
Local do sangramento.
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Elevação de membros
Pode ser combinada com a compressão direta em hemorragias nos membros,
desde que, não haja suspeita de fraturas. Os efeitos da gravidade diminuem a pressão
sanguínea na área afetada, reduzindo assim a intensidade do sangramento.
O ferimento deve ficar acima do nível do coração para que os efeitos desejados
sejam alcançados.
Torniquete
A real necessidade do uso deste método deve ser considerada por se tratar de um
procedimento extremo e de último recurso para controlar uma hemorragia grave, pelos
riscos que o cercam. Muitas vezes um curativo compressivo é a melhor opção.
Em uma situação onde ocorra uma amputação traumática, o sangramento pode
ser pequeno, ao contrário do que se espera, pois a artéria envolvida entra em constrição
pela ação reflexa dos nervos simpáticos. Tal fato justifica o uso da compressão direta ao
invés de um torniquete. Sendo inevitável o uso deste procedimento, ou seja, após todos
os métodos citados anteriormente falharem, o socorrista deverá estar atento aos
cuidados que envolvem esta técnica, pois, quando mal realizada, poderá induzir a uma
eventual perda do membro afetado, quando não se tratar de amputação total.
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NR-33 – Curso de Espaço Confinado – 16h
Pré-entrada
a) Primeiro levantamento ainda na preparação de entrada para trabalho;
b) Sustentar ventilação;
c) Iniciar contato com a vítima;
d) Tentar determinar qual foi o mecanismo de lesão;
e) Atendimento psicológico da vítima.
Entrada
a) Equipe de reserva também preparada;
b) Comunicação constante;
c) Iluminação;
d) Localizar a vítima rapidamente;
e) Estabilizar a vítima, primeiro atendimento;
f) Providenciar suprimento de ar respirável se necessário;
g) Imobilizar a vítima se possível;
h) Empacotar e transportar a vítima;
i) Remover a vítima;
j) Remover os resgatistas;
k) Atendimento especializado para vítimas e, se necessário, para os resgatistas;
l) Desmontagem dos sistemas e recolhimento dos equipamentos;
m) Higienização dos equipamentos e descontaminação, se necessária;
n) Avaliação do estado físico e mental dos resgatistas;
o) Avaliação do relatório final da operação.
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11.8 ANEXO II DA NR-33 – PERMISSÃO DE ENTRADA E TRABALHO (PET)
Modelo de caráter informativo para elaboração da Permissão de Entrada e
Trabalho em Espaço Confinado.
Caráter informativo para elaboração da Permissão de Entrada e Trabalho em Espaço
Confinado
Nome da empresa:
Local do espaço confinado: Espaço confinado n.º:
Data e horário da
Data e horário do término:
emissão:
Trabalho a ser realizado:
Trabalhadores autorizados:
Vigia: Equipe de resgate:
Supervisor de Entrada:
Procedimentos que devem ser completados antes da entrada
1. Isolamento S() N()
2. Teste inicial da atmosfera: horário
Oxigênio % O2
Inflamáveis % LIE
Gases/vapores tóxicos ppm
mg/m
Poeiras/fumos/névoas tóxicas
3
Nome legível / assinatura do Supervisor dos testes:
N/A S
3. Bloqueios, travamento e etiquetagem N()
() ()
4. Purga e/ou lavagem
N /A S
N()
() ()
N /A S
5. Ventilação/exaustão - tipo, equipamento e tempo N()
() ()
% O2 >
Oxigênio 19,5% ou <
23,0 %
Inflamáveis %LIE < 10%
Gases/vapores tóxicos ppm
Poeiras/fumos/névoas tóxicas mg/m 3
Nome legível / assinatura do Supervisor dos testes:
7. Iluminação geral N/A( ) S( ) N()
8. Procedimentos de comunicação: N/A( ) S( ) N()
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12. REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
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