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Superpopulação: A Solução

Na postagem anterior[1] discuti como o descontrole reprodutivo da espécie humana afeta,


tanto as demais formas de vida da Terra, quanto (e principalmente) a nós mesmos.

Agora gostaria de sugerir possíveis soluções, e começo por lhes apresentar o VHEMT
Movimento pela Extinção Humana Voluntária (na sigla do original em inglês). Acesse o link
da versão portuguesa clicando na gura abaixo.

[2]

"Para que possamos viver muito... e desaparecer"

O VHEMT é, de longe, a solução mais e caz, barata e de nitiva: pare de ter lhos. Apenas
isso. Não são necessárias medidas de contenção, ou educação sexual, ou guerras pra matar
todo mundo... nada nada nada. Apenas parar de parir. É certo que em 100 anos ainda
existiriam seres humanos vagando pelo mundo, mas seguramente seríamos menos de 400
milhões de pessoas, uns 6% do nosso atual numerário.

É claro que as chances da proposta se tornar um sucesso são pí as, praticamente nulas mas,
ainda assim, maiores que zero. Seja por um consenso global de que deveríamos parar de ter
lhos, ou mesmo um vírus ou qualquer coisa do gênero que inutilizasse o aparato reprodutor
humano, suponhamos então que de fato acontecesse. O fundador do movimento, Les Knight,
explica de forma bastante convincente o que aconteceria – e só seriam coisas boas:
Para aqueles que arrepiam os cabelos só de ouvir a palavra aborto, uma boa notícia: eles não
aconteceriam mais, simplesmente porque nenhuma mulher mais engravidaria. Isto pareceria
trágico para aqueles casais que passam anos tentando conceber mas, como alento, todas as
crianças remanescentes se tornariam muito mais valiosas, ao invés de mais disponíveis, e
nenhuma delas deixaria de ser adotada. Seria o m dos orfanatos.

Em 21 anos não haveria mais delinquência juvenil e, a esta altura, com a resignação coletiva
aumentando, o despertar da espiritualidade substituiria o pânico generalizado, em razão da
crescente percepção de que cada vida humana agora seria absurdamente preciosa para se
perder por motivos estúpidos. Com cada vez menos bocas a alimentar, a disponibilidade de
recursos aumentaria ano após ano, inclusive a oferta de água. Os mares se repovoariam. Sem
a necessidade de tantas construções, cidades inteiras iniciariam o processo de capitulação
perante a natureza, que recuperaria seu terreno original. Sem a necessidade desesperada por
recursos, não desperdiçaríamos mais vidas em combates imbecis por petróleo, por exemplo.

Agora, tente pensar nisto tudo acontecendo sem um controle populacional. Mesmo a China,
com suas políticas restritivas fortíssimas, ainda acrescenta 10 milhões de pessoas por ano ao
mundo. Guerras, fome e doenças nunca tiraram tantas vidas como agora – por causa
exatamente da fartura de vidas a serem ceifadas – mas ainda assim não podem ganhar do
nosso crescimento desenfreado.

E não pense você que o VHEMT é um evento isolado, fruto da imaginação de quem não tem
idéias melhores. O NoKidding[3] e o TheChildFreeLife[4] são outros bons exemplos. São sites
que propõem um novo modo de vida, no qual é perfeitamente possível ser plenamente feliz e
realizado na vida sem que lhos sejam necessários para isso. A antiga e já antiquada
imposição da sociedade de que toda mulher TEM que ter lhos está, ainda que de forma
bastante tímida, caindo por terra. Países como Japão e Rússia já desenvolvem políticas pró-
natalidade, para que seus casais tenham lhos o quanto antes. Em  alguns países já
inventaram até o Dia do Sexo, “feriado” cuja “função” é manter os casais dentro de casa, para
que mantenham mais relações sexuais e, assim, gerem mais crianças.  A preocupação tem
fundamento: sem criança para crescer e se tornar um adulto trabalhador e contribuinte da
Previdência Social, a mesma ca sem recursos para pagar a aposentadoria da velharada – que
por sinal, está vivendo cada vez mais! E consumindo cada vez mais recursos.

Não estou sugerindo aqui que se deixe de amparar a velharada – até porque acredito que um
dia ainda farei parte dela – mas criamos e nos en amos num esquema vicioso, do qual
simplesmente não podemos mais sair. Sem entupir o mundo de gente, nossa sociedade não
progride. Mas, entupindo-o... ela simplesmente não sobrevive! Esta é uma questão para a
qual eu admito não ter resposta e/ou solução: o que fazer com as aposentadorias? Ninguém
gosta de perder direitos e qualquer governante que ouse debater a questão seria escorraçado.
Só que a verdade é uma só: o mundo não comporta mais gente. Que os políticos e
legisladores pensem numa solução neste sentido.
Esses mesmos políticos contudo, já poderiam ter se esmiuçado sobre questões mais fáceis
relativas ao tema. Contudo, ainda enfrentariam oposição ferrenha. Como não sou político,
posso arriscar algumas propostas que, acredito, surtiriam efeito a médio, talvez até curto,
prazo:

01 - Facilidade de acesso às cirurgias de laqueadura e vasectomia;


02 - Redução de impostos a quem se submeter à essas cirurgias;
03 - Redução da pena de presos(as) que se submeterem às cirurgias;
04 - Esterilização automática de estupradores, drogados e a ns;
05 - Facilidade ao direito ao aborto.

Esta última deixaria os religiosos com as pontas dos pentelhos em pé! Especialmente aqui no
Brasil, um país inculto e nada laico.

Além de movimentos organizados como o VHEMT e o NoKidding, há também um crescente


número de pessoas que, isoladamente, atestam para a infeliz realidade que criamos e na qual
nos inserimos. Como exemplo – tanto de uma pessoa assim quanto da di culdade em se
aceitar o fato – posso citar o Dr. Eric Pianka, um renomado cientista que, numa conferência
em 2006 na Academia de Ciências do Texas, propôs o extermínio (sim, ele usou esta palavra)
de nada menos que 90% da população humana mundial através de uma catástrofe biológica
(algo como um vírus ou similar). Extremista? A situação a que estamos levando este planeta
é bem mais extrema que isso. O homem comprovadamente não tem capacidade logística de
lidar com problemas tão grandes quanto o descontrole populacional e seu consequente
desespero por recursos naturais. Detalhe: ele foi ovacionado por uma plateia maravilhada
após sua apresentação...

Imagino eu que a coisa que o pobre Dr. Pianka mais deve ouvir é: "comece dando o exemplo,
se mate". Eu particularmente concordo que não seria um modo feliz de se resolver o
problema da superpopulação – mas ao mesmo tempo concordo que seria bastante e ciente.

[5]

Professores Eric Pianka e Frank Fenner


Outro cientista, o professor Frank Fenner, da Universidade Nacional da Austrália, a rma de
forma categórica que, se não pararmos de ter lhos AGORA, poderemos ver o crepúsculo da
humanidade em 100 anos. Nossa espécie não será capaz de sobreviver à explosão
populacional e ao consumo incontrolável.

"Um monte de outros animais vão junto conosco", disse ele a um jornal local. "É uma
situação irreversível e acredito que já é tarde demais. Desde que o ser humano entrou um
período cientí co não-o cial conhecido como o Antropoceno – o tempo decorrido desde a
industrialização – temos um efeito destruidor sobre o planeta que rivaliza com qualquer era
glacial ou impacto cósmico".

Por mais catastro stas que sejam suas opiniões, um homem responsável pela erradicação da
varíola no mundo deve saber pelo menos um pouquinho do que está falando...

E não são casos isolados, os de Pianka e Fenner. A seguir mais algumas opiniões – nenhuma
muito otimista – à respeito:

Simon Ross, vice-presidente da Optimum Population Trust: a humanidade está enfrentando


desa os reais, incluindo as alterações climáticas, a perda da biodiversidade e crescimento
sem precedentes da população.

Nicholas Boyle, professor da Universidade de Cambridge: um limite decisivo acontecerá em


2014 e vai determinar se o século 21 será pobre e violento ou próspero e pací co.

James Lovelock, autor da Teoria de Gaia: a população mundial se reduzirá para menos de 500
milhões no decorrer do próximo século devido ao aquecimento global, e os sobreviventes
terão de viver no ártico, onde a temperatura ainda manterá o lugar habitável.

Stephen Boyden, outro professor australiano: alguns de nós ainda alimentam a esperança de
que virá uma consciência sobre a situação e, como resultado, as mudanças revolucionárias
necessárias para alcançar a sustentabilidade ecológica.

E para quem achava que o NoKidding e o ChildFreeLife eram sites isolados, aqui vai uma
avalanche de propostas similares:

Centro Nacional de Adoção dos EUA[6]

São todos sites em inglês, britânicos ou americanos, o que mostra a irrelevância com que a
questão é tratada no Brasil. Quem sabe você não possa ser o pioneiro em criar algo similar
por aqui? ;)
Existem também: Organização Britânica de Casais sem Filhos; Associação para Contracepção
Cirúrgica Voluntária e Associação de Valorização de Homens Vasectomizados, mas não
consegui encontrar seus sites.
Por último, quero lhes deixar para re etir o seguinte: se a humanidade sumisse AGORA da
face da Terra, mais de 99,99% de todas as outras espécies sequer perceberiam. Em
contrapartida, se as bactérias desaparecessem, a espécie humana se extinguiria totalmente...
em horas. E isso excluindo-se as bactérias que formam nosso próprio corpo! Caso elas
entrassem na soma, sumiríamos no mesmo instante.

Acesse também estes links. Não quero que vocês leiam este blog e se resumam apenas a ele.
LEIAM MAIS PARA SABER MAIS.

Links

1. http://outrasverdadesinconvenientes.blogspot.com/2011/02/superpopulacao-pt-01-o-
problema.html

2. http://www.vhemt.org/pindex.htm
3. http://www.nokidding.net/

4. http://www.thechildfreelife.com/
5. https://lh5.googleusercontent.com/-
_1oGwGO6_Qg/TWlYTr7lHbI/AAAAAAAAAEg/aSScChE9kog/s1600/cient.+pianka+e+fenner.jpg

6. http://www.adopt.org/assembled/home.html

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