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Instituto Politécnico de Portalegre

Escola Superior de Educação e Ciências Sociais

UCEP: Brincar com as Expressões no Jardim de Infância

África
Oficina das Expressões
J.I. Santo António das Areias

Curso: Mestrado em Educação Pré-escolar

Docente: Ana Cravo e Susana Porto

Discente: Ana Velez

Carla Madeira

Carolina Vasconcelos

Catarina Viegas

Cátia Barbas

Cátia Cabaço

Inês Patrício

Rita Pinto

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Índice
Descrição das atividades dinamizadas: ........................................................................ 3
Reflexão ....................................................................................................................... 4
Bibliografia ................................................................................................................... 6

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Contexto de Projeto: Agrupamento de Escolas de Marvão – Escola Polo: EBI Dr. Manuel
Magro Machado

Localização: Santo António das Areias, Marvão, Portalegre

Grupo: Heterogéneo de 20 crianças dos 3 aos 6 anos

Calendarização: 22 de janeiro de 2019

Descrição das atividades dinamizadas:

• Chegadas à sala de atividades realizámos uma pequena apresentação, onde


explicámos o que as crianças iriam fazer connosco, e as diferentes atividades a
dinamizar;
• Começámos por introduzir o tema África, tentando aferir o que já sabiam acerca
deste continente. O conhecimento mais consolidado prendia-se com os animais
da selva, pelo que, foi necessário aludir às questões etnográficas de alguns usos
e costumes nomeadamente, em relação às questões tribais que serviram de
mote a uma exploração plástica e musical, organizada em 4 estações distintas;
• As 20 crianças foram divididas em dois grupos de 10;
• As estações foram subdivididas as duas, dinamizando as quatro atividades em
duas fases distintas, uma antes do lanche da manhã e a outra depois. As duas
primeiras atividades consistiram na pintura e estampagem de vestimentas, a
serem envergadas aquando da atividade final, e a construção de missangas (cada
criança cria as pulseiras e colares). Numa primeira estação realizaram-se
atividades que correspondiam ao manuseamento de instrumentos musicais, e à
construção de um lamelofone em conjunto com as crianças. Na segunda estação
realizou-se pinturas faciais, na qual as crianças se pintavam umas às outras;
• Quando as atividades foram finalizadas juntámo-nos em roda, para cantarmos a
música final, na qual foi introduzida a percussão corporal e gestos e,
posteriormente os instrumentos musicais.

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Reflexão

Quando as crianças entram no jardim de infância não são todas iguais, possuem
uma língua, uma cultura e costumes originários da sua família e do seu processo de
socialização. A diversidade de “(…) maneiras de ser e de saber contribuem para o
enriquecimento da vida do grupo (…)”. (OCEPE, 2016, p. 40)

É notório que cada vez mais se procuram novas formas de educar para a
interculturalidade numa perspetiva de “gestão da diversidade e heterogeneidade”.
(Gordino, 2010)

Um educador deve estar predisposto para criar vivências e oportunidades


significativas para as crianças valorizarem as diferentes culturas existentes na sala de
jardim de infância, de modo a compreender o outro para poder interagir com este.
Se conhecermos a sua cultura, os seus costumes, as suas formas de estar nas várias
culturas, aprenderemos a respeitá-las, a aceitar as suas diferenças e a aprendermos
com estas diferenças.

É neste sentido, que organizámos um conjunto de atividades que difundem e


explorem a cultura africana, dando a conhecer as músicas e instrumentos musicais, a
bijuteria e alguns elementos de vestuário. Cabe ao educador estimular a criança para
as expressões artísticas, de modo a que a criança desenvolva a sua criatividade,
inserindo diversas manifestações artísticas, dando ao grupo outros olhares perante
o mundo. (OCEPE, 2016)

Godinho & Brito (2010) destacam que quer a expressão plástica quer a expressão
musical são áreas fundamentais para promover a criatividade, favorecer a cultura e
criar momentos prazerosos, de fruição, experimentação e descoberta. É, também
relevante referenciar que estas duas expressões contribuem significativamente para
aprendizagens futuras e constituem-se sobretudo como elementos promotores de
capacidades comunicativas.

Todas as atividades foram pensadas na perspetiva de ser a criança a realizá-las,


deste modo, contribuímos para a construção do desenvolvimento e aprendizagem
das mesmas. Segundo as OCEPE (2016, p. 9),

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O reconhecimento da capacidade da criança para
construir o seu desenvolvimento e aprendizagem supõe
encará-la como sujeito e agente do processo educativo, o
que significa partir das suas experiências e valorizar os seus
saberes e competências únicas, de modo a que possa
desenvolver todas as suas potencialidades.

A articulação entre as áreas de desenvolvimento e aprendizagem “assenta no


reconhecimento que brincar é a atividade natural da iniciativa da criança que revela
a sua forma holística de aprender. (OCEPE, 2016, p. 10)
A realização desta oficina permitiu-nos, em primeira instância, tomar contacto
com as crianças. Considerando que seja muito valiosa em contexto de Jardim de
Infância, esta atividade tornou-se bastante importante para a nossa aprendizagem
pois, tivemos a possibilidade de a podermos aplicar e não ficar só em papel.
Na execução das atividades, procurámos promover momentos de interação
entre as crianças e, também, entre as discentes e as crianças. Consideramos
relevante o percurso que construímos neste projeto, de forma a dar a conhecer a
cultura africana e, de modo a promover o respeito pelas outras culturas.

Todas temos a perceção de que estas atividades seriam mais valiosas se o tempo
dedicado às mesmas tivesse sido maior. No entanto, podemos afirmar que existiu um
balanço positivo, uma vez que as crianças se divertiram muito e realizaram as tarefas
propostas de modo autónomo. Queremos também destacar o carinho com que
fomos recebidas, tanto pelas crianças, como pela educadora e assistentes
operacionais.

Foi uma experiência muito gratificante, que apesar de curta alcançámos os


objetivos, permitindo uma visão holística nas crianças e, ao mesmo tempo
promovemos uma educação intercultural. Para Xavier (2014, p. 12) cabe ao educador
criar e gerir um método que promova o desenvolvimento de competências
interculturais nas crianças, no qual reforce o valor da diversidade cultural, elimine os
preconceitos e a discriminação, favoreça a igualdade de oportunidades e justiça
social para todos, valorize as características do grupo e crie atividades de grupo
baseadas num comportamento construtivo, responsável e solidário.

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Bibliografia

Godinho, J.& Brito, M. (2010). As artes no jardim de infância. Lisboa: Ministério da


Educação/Direção Geral da Educação (DGE).

Gordino, O. (Julho de 2010). A Literatura Infantil em Projetos Europeus: Vias para a


Promoção de Educação Intercultural . Transformações do Olhar: Perspetivas Ibéricas
sobre Literatura Infantil e Educação Intercultural, Educare Educere , pp. 246-261

Silva, I. (coord.), Marques, L., Mata, L., & Rosa, M. (2016). Orientações Curriculares para
a Educação Pré-Escolar. Lisboa: Ministério da Educação/Direção Geral da Educação
(DGE).

Xavier, J. (2014). O papel da Educadora perante diferentes culturas na educação no


jardim da infância. (Relatório final no âmbito da área científica da prática de ensino
supervisionada). Lisboa: Escola Superior de Educadores de Infância Maria Ulrich.
Consultado em:
https://comum.rcaap.pt/bitstream/10400.26/14297/1/XAVIER%20Judita%20abr2015.
pdf, 31 de janeiro de 2019

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