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FATOR PREDITIVO DA INTELIGÊNCIA EMOCIONAL NO ENGAMENT E NO BURNOUT COM

PROFESSORES DO 2.º E 3.º CICLOS E SECUNDÁRIO DA RAM

OU

IMPACTO DA INTELIGÊNCIA EMOCIONAL NO ENGAGEMT E NO BURNOUT COM PROFESSORES


DO 2º E 3º CICLOS E SECUNDARIO DA RAM

Natalie Nóbrega, Universidade da Madeira


natalie_nobrega_santos@hotmail.com
Cláudia Andrade, Universidade da Madeira
Claudidrade@msn.com
Glória Franco, Universidade da Madeira
Gloria@uma.pt

ABSTRACT

Keywords:
FATOR PREDITIVO DA INTELIGÊNCIA EMOCIONAL NO ENGAMENT E NO BURNOUT COM
PROFESSORES DO 2.º E 3.º CICLOS E SECUNDÁRIO DA RAM

OU

IMPACTO DA INTELIGÊNCIA EMOCIONAL NO ENGAGEMT E NO BURNOUT COM PROFESSORES


DO 2º E 3º CICLOS E SECUNDARIO DA RAM

Resumo

Palavras-chave: Inteligência emocional, burnout, professor, engagement, emoções e educação


emocional

ENQUADRAMENTO

O conceito de educação ao longo de toda a vida aparece, como uma das chaves de
acesso ao século XXI. Nas últimas duas décadas do século XX assistiu-se a grandes
mudanças tanto no campo socioeconômico e político como a nível cultural, da ciência e
da tecnologia. Cejudo e López-Delgado (2016) destacam que as contínuas
transformações sociais e do próprio sistema educativo nos levam à necessidade de
refletir em torno da figura do professor, e a desenvolver investigações para identificar
com precisão variáveis que influenciem o trabalho do docente. Algumas investigações
realizadas em torno da inteligência emocional revelam que esta e os fatores de
personalidade fazem parte das competências de qualquer pessoa no sentido de
desenvolver o sucesso profissional (Pertegal-Felices, Castejón-Costa y Martínez, 2011,
citado por Cejudo e López-Delgado, 2016). De acordo com Uitto et al. (2015), as
pesquisas realizadas sobre o papel das emoções no trabalho dos docentes aumentaram.
Estas investigações giram em torno de vários eixos: emoções e treinamento nos
professores (Golombek e Doran, 2014; Thomson e Palermo, 2014), satisfação no
trabalho e burnout, incluindo a importância de relações interpessoais no contexto
educacional (Mattern e Bauer, 2014), o impacto das emoções no processo de ensino-
aprendizagem (Cowie, 2011; Jo, 2014), a regulação emocional dos professores (Cruz e
Hong, 2012) e os tipos de impacto que os professores podem ter nas emoções dos
estudantes (Becker et al, 2014). Segundo Campos et al. (2014) comprovaram que o
surgimento do constructo de Inteligência Emocional veio interligar os dois sistemas: o
cognitivo e o emocional, traduzindo-se no que designamos de Inteligência das Emoções.
Nesta visão, Mayer e Salovey, em 1997 criaram a expressão “inteligência emocional”,
descrevem-na como a capacidade de perceber, avaliar e expressar corretamente as
emoções, ser capaz de utilizar sentimentos quando eles podem facilitar a compreensão
de si ou do outro e a capacidade de controlar as próprias emoções para promover o
crescimento emocional e intelectual. De acordo com alguns autores, os Homens e as
Mulheres sentem as emoções com a mesma intensidade, no entanto, exprimem-nas de
forma diferente. As Mulheres são mais abertas, confessando a solidão, o medo. Os
Homens tentam esconder estes sentimentos, no entanto são mais propensos a manifestar
sentimentos de cólera perante estranhos (Martin e Boeck, 1997).

Engagement (falta)

Burnout(falta)

OBJETIVOS
O estudo teve como objetivos atestar a variância de gênero dos instrumentos de medição da
inteligência emocional, engament e burnout, bem como avaliar o modelo causal do burnout
sugerido por _____no século ______; e investigar se existe diferenças de género nas variáveis
latentes do modelo.

DESCRIÇÃO DA AMOSTRA
Na Região Autónoma da Madeira (RAM) foi desenvolvido um estudo, com 250 professores
pertencentes ao 2º (26.4%) e 3º (57.2%) Ciclos e Secundário (16.4%) do género feminino
(70.4%) e do masculino (29.6%) e selecionou-se 4 escolas (2 do Concelho do Funchal e 2 do
Concelho de Câmara de Lobos). Em relação à média das idades dos dois géneros foi de 41.67.

METODOLOGIA
De acordo com os objetivos do nosso estudo, foi usada uma metodologia quantitativa, do tipo
transversal e exploratória.
Como instrumentos utilizamos o Questionário de Dados Sócio-Demográficos e Profissionais, o
Trait Meta-Mood Scale (TMMS-24) de Mayer & Salovey (1990, versão portuguesa de Queirós,
Fernández-Berrocal, Extremera, Carral, & Queirós, 2005), que avalia, através de 24 itens de
escala tipo Likert de cinco pontos, três dimensões da inteligência emocional: a atenção às
emoções, a clareza de sentimentos e a reparação do estado emocional. Para avaliar a
inteligência emocional percebida, o Questionário de Expressividade e o de Regulação
Emocional de Berkeley, para medir duas das componentes da inteligência emocional, a Escala
de Engagement, traduzida e adaptada por Marques-Pinto (2000) a partir do Utrech Work
Engagement Scale (UWES) (Schaufeli, Martinez, Marques-Pinto, Salanova, & Bakker, 2002),
constituída por 17 itens de escala tipo Likert de seis pontos que avalia o vigor (altos níveis de
energia e resiliência, vontade de investir, não se cansar com facilidade e persistir face às
dificuldades); a dedicação (empenho no trabalho, entusiasmo e orgulho em relação à sua
profissão, inspiração e desafio ao nível profissional); e a absorção (imersão no trabalho,
dificuldades em desligar-se da profissão e perceção do tempo passar rapidamente) e o
Inventário de Burnout de Maslach (MBI), que avalia o burnout. Os instrumentos foram
selecionados pelo seu significado teórico e por estarem validados para a população
portuguesa.

RESULTADOS

CONCLUSÃO

Os recentes avanços das neurociências têm demonstrado a importância das emoções nos
processos de tomada de decisão, nas relações interpessoais e no desempenho
profissional dos indivíduos. Segundo alguns estudos, os professores do género
masculino apresentam uma maior vulnerabilidade em expressar os seus sentimentos.
Segundo Petrides, Furham e Martin, 2004, Bueno, 2006, citado por Campos et, al,
2014) informam que a inteligência emocional é percebida sistematicamente como um
atributo feminino. Tal crença na superioridade das mulheres em relação aos homens, no
que diz respeito à inteligência emocional, pode estar relacionada com o facto de que as
mulheres, na opinião de (Petrides et al 2004, Bueno, 2006, citado por Campos et al.
2014) demonstram maior competência social. Outros estudos referenciaram que existem
diferenças significativas na expressão das emoções, verificando-se que o sexo feminino
seria mais expressivo que o masculino. Também Brody e Hall (s.d) realizaram várias
pesquisas sobre este tema e sugerem que o sexo feminino, talvez por desenvolverem o
uso da linguagem mais cedo, expressa mais facilmente os seus sentimentos, sendo
também mais hábil na utilização da palavra em substituição de determinadas reações
emocionais.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Becker, E. S., Goetz, T., Morger, V. e Ranellucci, J. (2014). The importance of teachers
emotions and instructional behavior for their students emotions e an experience
sampling analysis. Teaching and Teacher Education, 43, 15–26.
Campos, S., Martins, R., Felizardo, S. Chaves, C., e Ribeiro, E., (2014). Inteligência
Emocional dos Professores: Relevância para as práticas inclusivas, Psicologia Y
Mundo Moderno, 6, 756. https://doi.org/10.17060/ijodaep.
Cowie, N. (2011). Emotions that experienced English as a foreign language (EFL)
teachers feel about their students, their colleagues and their work. Teaching and
Teacher Education, 27, 235–242, https://doi.org/10.1016/j.tate.2010.08.006
Cruz, D. I. e Hong, J. Y. (2012). An ecological examination of teachers emotions in the
school context. Teaching and Teacher Education, 28, 957–967.
Golombek, P. e Doran, M. (2014). Unifying cognition, emotion, and activity in
language teacher professional development. Teaching and Teacher Education, 39,
102–111. Hargreaves, A. (2000).
Jo, S. H. (2014). Teacher commitment: exploring associations with relationships and
emotions. Teaching and Teacher Education, 43, 120–130.
Mattern, J. e Bauer, J. (2014). Does teachers cognitive self-regulation increase their
occupational well-being? The structure and role of self-regulation in the teaching
context. Teaching and Teacher Education, 43, 58–68.
Mãrtin, D. e Boeck, K. (1997). O Que é a Inteligência Emocional. Lisboa. Pergaminho.
Mayer, J. e Salovey, P. (1997). Emotional Development and Emotional Intelligence:
Implications for Educators. New York: Basic Books
Thomson, M. M. e Palermo, C. (2014). Preservice teachers understanding of their
professional goals: case studies from three different typologies. Teaching and
Teacher Education, 44, 56–68.
Uitto, M., Jokikokko, K. e Estola, E. (2015). Virtual special issue on teachers and
emotions in Teaching and teacher education (TATE) in 1985-2014. Teaching and
Teacher Education, 50, 124–135. http://dx.doi.org/10.1016/j.tate.2015.05.008

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