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Recurso Inominado - Docx Dan
Recurso Inominado - Docx Dan
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Autos: XXXXXXXXXXXXXXXX
Recorrente: XXXXXXXXXXXXXXXX
Recorrida: XXXXXXXXXXXXXXXX
I.b – Da tempestividade
A r. decisão recorrida foi publicada em XX/XX/XXXX. Considerando o prazo
legal de 10 dias para a apresentação do presente recurso e, ainda, a data em
que este foi interposto, tem-se respeitado o pressuposto da tempestividade
recursal.
II – BREVE SÍNTESE DO PROCESSO
A Recorrente, outrora Autora, ajuizou ação de indenização por danos
materiais e morais em face da Recorrida, em razão de ter tido sua bagagem
por esta extraviada durante uma viagem realizada do XXXXXXXXXXX/UF
a XXXXXXXX/UF, em XXXXXXXX de XXXX.
Apesar do fato, a Recorrida manteve-se inerte, não indenizando a Recorrente
em valor compatível com os danos por ela suportados.
Conforme exposto na peça inicial, a mala extraviada continha bens avaliados
em R$XX.XXX,XX.
E além do dano material, a Recorrente experimentou também danos morais,
ínsito à odiosa situação criada pela Recorrida.
Defesa apresentada às fls. XX/XX e audiência de conciliação realizada em
XX/XX/XXXX, sem acordo entre as partes, no entanto.
Por fim, a r. sentença recorrida foi publicada em XX/XX/XXXX e, em
síntese, indeferiu à Recorrente os benefícios da Assistência Judiciária Gratuita
e condenou a Recorrida ao pagamento de R$XXXXXX a título de danos
materiais e R$XXXXXX a título de danos morais à Recorrente.
Não obstante todo o respeito devido ao citado provimento judicial, entende a
Recorrente pela necessidade de sua reforma, não podendo se conformar com
os termos prolatados, sob pena de ver indevidamente crucificado seu direito e,
ainda, em termos amplos, ver distorcido o direito consumerista pátrio,
consoante se verá adiante.
Eméritos Julgadores: como pode subsistir uma decisão que, com a devida
vênia, é baseada numa mera e simples presunção? Como pode prevalecer
um provimento judicial que, lastreado em suposição, sequer instrui o
processo acerca deste ponto específico e, assim, presume sobre as
condições financeiras da parte, para prejudicá-la?
E o conteúdo da Lei 1060/50? E a declaração de hipossuficiência presente
nos autos? E a fundamentação (de ordem jurídica, robusta, técnica,
fundamentada, não partida de simples presunção) acerca do
indeferimento? Aonde reside o cumprimento ao art. 93, IX, do Texto
Magno Constitucional?
Além disso, Excelências, vejam: quem lê apressadamente a r. decisão (bem
como a defesa da Recorrida), pensa estar diante de um prejuízo material
semelhante ao de uma verdadeira fortuna!
As suposições presentes na peça de defesa (infelizmente acolhidas pela r.
decisão) fazem parecer que a Recorrente é uma pessoa da chamada “alta
classe social”, que vive vida abastada, com situação financeira tranquila e
consolidada.
Não! A Recorrente é pessoa aposentada, vive de maneira simples, cuidando
do lar e de seu esposo, idoso e enfermo.
Por ocasião de sua viagem, compareceria a um casamento de familiares e a
confraternizações de fins de ano, comuns ao mês de Dezembro.
Para tanto e, considerando que ali passaria aproximadamente uma semana,
resolveu colocar na bagagem seus bens mais valiosos, que lhe levantariam a
autoestima e que causassem boa impressão e até mesmo respeito por parte de
seus familiares, que veriam que a Recorrente, embora humilde e de cidade
longínqua do interior de Minas Gerais, valoriza as confraternizações
familiares e sua família, fazendo questão de se apresentar com o que de
melhor possuia para tal.
No entanto, jamais se pode dizer que os bens levados na viagem indicam que
a Recorrente possui condição financeira sólida e tranquila, apta a arcar com os
custos processuais.
Tais bens foram adquiridos ao longo da vida, em locais distintos. Ou seja,
diluindo-se o seu valor total durante um período de tempo espaçado, jamais a
r. decisão poderia presumir que a Recorrente tem condições financeiras
diversas das por ela alegadas.
Caso distinto seria se os bens extraviados tivessem sido adquiridos numa
compra única, em data próxima aos dias atuais, ou mesmo tivessem sido
adquiridos durante a viagem. Aí, talvez, a citada presunção judicial fizesse
sentido. Não é o caso dos autos.
Por fim, uma lamentável contradição irônica que se constata: adiante se verá
que, noutro ponto, a r. decisão recorrida condenou a Recorrida ao pagamento
da quantia de R$XXXXX à Recorrente a título de indenização por danos
materiais.
IV – DOS PEDIDOS
Por todo exposto, a Recorrente requer seja o presente recurso conhecido e
provido, com a consequente reforma da r. sentença atacada, determinando-se: