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I. MATERIAL:
• 12 fichas vermelhas.
• 10 fichas azuis.
II. PROCEDIMENTO:
1.
2.
4.
5.
Fazer um círculo com as fichas azuis e pedir à criança que faça a mesma
coisa com as fichas vermelhas não colocando nem mais nem menos.
Anotar o desempenho da criança e depois perguntar: - Você tem certeza
que estão iguais? - Há o mesmo tanto de fichas vermelhas e azuis?
6.
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...............................................................................................................
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Prova da Conservação das Quantidades Discretas
III. DIAGNÓSTICO:
1. A criança possui a noção de conservação de quantidades discretas
quando faz a correspondência termo a termo e afirma a igualdade das
quantidades mesmo quando a correspondência ótica deixa de existir,
isto é, ela compreende que dois conjuntos são equivalentes mesmo
que a disposição de seus elementos seja modificada. Além disso, a
criança apresenta argumentos lógicos para as suas afirmações, por
exemplo: - Tem a mesma quantidade de fichas, porque aqui você só
espaçou ou Não pusemos e nem tiramos fichas. Então é a mesma
quantidade (argumentos de identidade). A criança poderá dizer
também: Se esticarmos esta fileira (aquela em que as fichas não estão
separadas) vai ficar tudo igual outra vez, então tem a mesma
quantidade (argumento de reversibilidade simples) ou ainda: - Esta
fileira é mais comprida porque as fichas estão separadas, esta é mais
curta porque as fichas estão juntas mas a quantidade é a mesma
(argumento de reversibilidade por reciprocidade).
Prova da Conservação das Quantidades Discretas
IV. Observações:
4. Nesta prova podem ser usadas fichas de outras cores, desde que
sejam apenas duas cores.
5. A prova deverá ser aplicada mais duas vezes, se a criança der
respostas de não conservação na primeira aplicação. Deverá ser
aplicada apenas mais uma vez se a criança apresentar todas as
respostas de conservação na primeira aplicação.
6. Ao dar as instruções ou fazer as perguntas a professora deve estar
certa de que a criança as compreendeu.
Prova da Conservação do Líquido
I. MATERIAL:
- Estão iguais? Tem a mesma quantidade de água nos dois copos? Você tem
certeza? Por que?
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Prova da Conservação do Líquido
- Se você tomar a água deste copo (A) e eu tomar a água deste (A’) qual
de nós dois (duas) toma mais água? Por que?
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2.
Dividir uma das bolinhas em quatro ou cinco pedaços iguais fazendo com
eles bolinhas menores, a seguir perguntar: - E agora onde tem mais massa
nesta bola grande ou em todas estas juntas? Continuar seguindo os
procedimentos dos itens 2 e 4.
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Prova da Conservação da Massa
III. DIAGNÓSTICO:
1. A criança tem a noção de conservação de massa quando afirma
que as bolinhas transformadas continuam tendo a mesma
quantidade de massa e justifica suas afirmações com argumentos
lógicos de identidade, reversibilidade simples e reversibilidade
por reciprocidade.
2. A criança não tem a noção de conservação da massa quando
admite que a quantidade de massa se altera quando a bolinha é
transformada.
3. A criança está na fase de transição quando admite a conservação
da massa em algumas situações e a nega em outras.
Prova da Conservação da Massa
IV. OBSERVAÇÕES:
1. Se a criança apresentar apenas o argumento de identidade, para verificar se
ela possui pensamento reversível, perguntar: - Se chegasse aqui um (a)
colega seu (sua) e lhe dissesse que nesta salsicha (apontar o rolinho) tem
mais massa, como você mostraria a ele (ela) que nas duas (bolinha e
salsicha) têm a mesma quantidade de massa? Se a criança disser que
transformaria a bolinha em rolinho ou que a bolinha faria outra salsicha e
tudo ficaria igual, para que o (a) amigo(a) pudesse ver que ambas estão
iguais, pode-se afirmar que ela apresentou o argumento de reversibilidade
por inversão. Para verificar se ela possui a reversibilidade por reciprocidade,
perguntar: - Se chegasse aqui um (a) colega seu (sua) e lhe dissesse que lhe
dissesse que nesta (salsicha) como você explicaria a ele (ela) que as duas têm
a mesma quantidade de massa? Se a criança disser, por exemplo: -Tem a
mesma quantidade porque esta (a salsicha) é mais fina e comprida e a
bolinha é mais curta e mais grossa, neutralizando as diferenças entre esses
observáveis, pode-se afirmar que ela apresentou o argumento de
reversibilidade por reciprocidade. Esse tipo de justificativa é bem mais
complexo do que a reversibilidade por inversão.
Prova da Conservação da Massa
2. A professora deve usar uma linguagem clara e simples para que suas
instruções e perguntas possam ser perfeitamente compreendidas
pelas crianças.
3. A prova deverá ser aplicada mais duas vezes quando a criança der
resposta de não-conservação e aplicada mais uma vez quando a
criança afirmar a conservação.
4. Podemos afirmar com certeza que a criança possui a noção de
conservação da massa quando admite a conservação em todas as
questões nas duas provas. Se a criança negar a conservação da massa
em todas as questões nas três provas, podemos afirmar que não
possui a noção de conservação. Se a criança algumas vezes admite e
outras vezes nega a conservação da massa, estará no estágio de
transição. Há três possibilidades de diagnóstico:
C = possui a noção de conservação.
NC =não possui a noção de conservação.
T = está no estágio de transição.
Prova da Inclusão de Classes (Frutas)
I. MATERIAL:
7 frutas de plástico ou natural sendo: 5 maçãs e 2 bananas. Os objetos
devem ser tridimensionais. As flores devem ser pequenas e não podem ser
de papel.
II. PROCEDIMENTO:
1. Depois de uma conversa inicial com a criança a fim de deixá-la a
vontade, apresentar-lhe as 7 frutas perguntando: - O que é tudo isto?
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Se a criança não souber, dizer: - Isto são frutas. Estas são as maças e estas
são as bananas. - Você conhece outras frutas? - Quais? - De qual delas
você gosta mais?
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Prova da Inclusão de Classes (Frutas)
2. Pegar uma fruta de cada vez e perguntar à criança: - O que é isto? Se
a criança responder: - É uma fruta, perguntar: - Qual é o nome dela?
Se a criança responder: - É uma maçã ou: - É uma banana, perguntar:
- O que a maçã (ou a banana) é?
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3.
Apontar para as frutas e perguntar: - O que você está vendo aqui sobre a
mesa? Se a criança disser “frutas”, perguntar apontando para as maçãs: -
Estas como se chamam? - E estas?
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Prova da Inclusão de Classes (Frutas)
4. Dar prosseguimento perguntando: - Aqui na mesa tem mais maçãs
ou tem mais frutas? - Por que? ou: - Como você sabe disso?
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5.
1. Adaptação por Lia Leme Zaia e Luciene R. Paulino: PIAGET, Jean et al. Abstrações, Diferenciações e Integrações no emprego de operações aritméticas elementares.
In: Abstração reflexionante. Relações lógico-aritméticas e ordem das relações espaciais. Tradução Fernando Becker e Petronilha Beatriz Gonçalves da Silva. Porto
Alegre, Artes Médicas. 1995, pp. 9-29.
Prova das Abstrações, Diferenciações e Integrações no
Emprego de Operações Aritméticas Elementares 1
Com a finalidade de familiarizar o sujeito com o material, são formuladas
algumas questões preliminares, tais como fazer um muro A, com 6 blocos
azuis de valor 5 e questionar:
• Até onde chegará um muro V, formado por 6 blocos vermelhos de valor 1?
1. Adaptação por Lia Leme Zaia e Luciene R. Paulino: PIAGET, Jean et al. Abstrações, Diferenciações e Integrações no emprego de operações aritméticas elementares.
In: Abstração reflexionante. Relações lógico-aritméticas e ordem das relações espaciais. Tradução Fernando Becker e Petronilha Beatriz Gonçalves da Silva. Porto
Alegre, Artes Médicas. 1995, pp. 9-29.
Prova das Abstrações, Diferenciações e Integrações no
Emprego de Operações Aritméticas Elementares 1
Pode-se, também, ajuntar 10 azuis e 10 vermelhos de valor 1 e fazer a
mesma pergunta.
1. Adaptação por Lia Leme Zaia e Luciene R. Paulino: PIAGET, Jean et al. Abstrações, Diferenciações e Integrações no emprego de operações aritméticas elementares.
In: Abstração reflexionante. Relações lógico-aritméticas e ordem das relações espaciais. Tradução Fernando Becker e Petronilha Beatriz Gonçalves da Silva. Porto
Alegre, Artes Médicas. 1995, pp. 9-29.
Prova das Abstrações, Diferenciações e Integrações no
Emprego de Operações Aritméticas Elementares 1
APLICAÇÃO:
Questão 1:
Pegar um a um, blocos de valor 1 da série dos azuis e colocá-los diante
do bloco vermelho de igual valor, que o sujeito extrai,
simultaneamente, da série dos vermelhos; perguntar se as
quantidades são as mesmas e como se pode saber (para ver se o
sujeito mantém a quantidade e o comprimento e se consegue
justificar sua resposta – estabelecendo a relação um a um).
1. Adaptação por Lia Leme Zaia e Luciene R. Paulino: PIAGET, Jean et al. Abstrações, Diferenciações e Integrações no emprego de operações aritméticas elementares.
In: Abstração reflexionante. Relações lógico-aritméticas e ordem das relações espaciais. Tradução Fernando Becker e Petronilha Beatriz Gonçalves da Silva. Porto
Alegre, Artes Médicas. 1995, pp. 9-29.
Prova das Abstrações, Diferenciações e Integrações no
Emprego de Operações Aritméticas Elementares 1
Se o sujeito não se refere a uma extração simultânea (uma
correspondência termo a termo), passa-se a uma bijeção mais
concreta, colocando cada bloco azul sobre cada vermelho (um sobre o
outro) e volta-se a formular as perguntas.
Questão 2:
Uma vez reconhecida a igualdade dos conjuntos, se anuncia que serão
feitos dois muros (A e V, por simples alinhamentos horizontais
paralelos), coloca-se até o terceiro elemento e se pergunta (a
colocação dos blocos azuis e vermelhos deve ser simultânea):
• Como serão?
É preciso que o sujeito se refira à quantidade e ao comprimento. Esta
pergunta possibilita a antecipação.
1. Adaptação por Lia Leme Zaia e Luciene R. Paulino: PIAGET, Jean et al. Abstrações, Diferenciações e Integrações no emprego de operações aritméticas elementares.
In: Abstração reflexionante. Relações lógico-aritméticas e ordem das relações espaciais. Tradução Fernando Becker e Petronilha Beatriz Gonçalves da Silva. Porto
Alegre, Artes Médicas. 1995, pp. 9-29.
Prova das Abstrações, Diferenciações e Integrações no
Emprego de Operações Aritméticas Elementares 1
Se o sujeito não se refere ao comprimento, precisa-se:
• Serão do mesmo comprimento? - Os mesmos blocos, você e eu?
Questão 3:
Retomam-se os problemas 1 e 2, mas com continuação indefinida:
• Se continuarmos assim, eu pegando um e você um também, e se
começarmos ao mesmo tempo e terminarmos ao mesmo tempo,
como serão os muros com todos os tijolos? (sem enumerar os que
ficam de reserva).
• Temos a mesma quantidade de blocos você e eu?
• E se continuarmos até à tarde? ...E até amanhã?...
1. Adaptação por Lia Leme Zaia e Luciene R. Paulino: PIAGET, Jean et al. Abstrações, Diferenciações e Integrações no emprego de operações aritméticas elementares.
In: Abstração reflexionante. Relações lógico-aritméticas e ordem das relações espaciais. Tradução Fernando Becker e Petronilha Beatriz Gonçalves da Silva. Porto
Alegre, Artes Médicas. 1995, pp. 9-29.
Prova das Abstrações, Diferenciações e Integrações no
Emprego de Operações Aritméticas Elementares 1
Questão 4:
Mostra-se em primeiro lugar dois blocos desiguais (em geral a = 5 e v
= 1) e pergunta-se:
• Como são?
Se a resposta é muito global, insiste-se:
• Compare-os e se necessário: -Pode medi-los.
• Quantos pequenos cabem nesse grande?
No caso do sujeito não acertar, coloca-se os vermelhos sobre o azul,
esperando-se a resposta.
1. Adaptação por Lia Leme Zaia e Luciene R. Paulino: PIAGET, Jean et al. Abstrações, Diferenciações e Integrações no emprego de operações aritméticas elementares.
In: Abstração reflexionante. Relações lógico-aritméticas e ordem das relações espaciais. Tradução Fernando Becker e Petronilha Beatriz Gonçalves da Silva. Porto
Alegre, Artes Médicas. 1995, pp. 9-29.
Prova das Abstrações, Diferenciações e Integrações no
Emprego de Operações Aritméticas Elementares 1
Depois, o experimentador pega, por extrações simultâneas, um
número de blocos azuis grandes e o sujeito o mesmo número de
vermelhos pequenos.
1. Adaptação por Lia Leme Zaia e Luciene R. Paulino: PIAGET, Jean et al. Abstrações, Diferenciações e Integrações no emprego de operações aritméticas elementares.
In: Abstração reflexionante. Relações lógico-aritméticas e ordem das relações espaciais. Tradução Fernando Becker e Petronilha Beatriz Gonçalves da Silva. Porto
Alegre, Artes Médicas. 1995, pp. 9-29.
Prova das Abstrações, Diferenciações e Integrações no
Emprego de Operações Aritméticas Elementares 1
Pode-se variar o número de blocos. O muro modelo a v continua como
amostra.
Questão 5:
Deixando as mesmas amostras diante do sujeito, coloca-se o mesmo
problema, mas sem indicar os números:
1. Adaptação por Lia Leme Zaia e Luciene R. Paulino: PIAGET, Jean et al. Abstrações, Diferenciações e Integrações no emprego de operações aritméticas elementares.
In: Abstração reflexionante. Relações lógico-aritméticas e ordem das relações espaciais. Tradução Fernando Becker e Petronilha Beatriz Gonçalves da Silva. Porto
Alegre, Artes Médicas. 1995, pp. 9-29.
Prova das Abstrações, Diferenciações e Integrações no
Emprego de Operações Aritméticas Elementares 1
Sobre o papel, traça-se uma linha azul simples para representar o
muro A, do tamanho de 6 blocos grandes e solicita-se que o sujeito
trace uma reta vermelha (do comprimento de 6 blocos pequenos)
para representar o comprimento de V .
Obs: Como esta pergunta no abstrato é muito mais difícil, pode-se
fixar um número ou estabelecer a relação A/v como 2 /1 .
Questão 6:
Conservando sempre o muro que serve de amostra, junta-se aos dois
muros do problema 4, um mesmo número de blocos azuis e de blocos
vermelhos na mesma relação (5 a 1, etc). Assim, o comprimento dos
muros aumenta, sua diferença absoluta também (o que excede, no
maior), mas a relação (proporção) se conserva.
1. Adaptação por Lia Leme Zaia e Luciene R. Paulino: PIAGET, Jean et al. Abstrações, Diferenciações e Integrações no emprego de operações aritméticas elementares.
In: Abstração reflexionante. Relações lógico-aritméticas e ordem das relações espaciais. Tradução Fernando Becker e Petronilha Beatriz Gonçalves da Silva. Porto
Alegre, Artes Médicas. 1995, pp. 9-29.
Prova das Abstrações, Diferenciações e Integrações no
Emprego de Operações Aritméticas Elementares 1
O sujeito deve prever até onde chegará o muro vermelho (recorrendo
ao muro que serve de amostra) depois que o experimentador tiver
aumentado o seu muro com os mesmos blocos azuis grandes em
continuidade ao muro grande.
1. Adaptação por Lia Leme Zaia e Luciene R. Paulino: PIAGET, Jean et al. Abstrações, Diferenciações e Integrações no emprego de operações aritméticas elementares.
In: Abstração reflexionante. Relações lógico-aritméticas e ordem das relações espaciais. Tradução Fernando Becker e Petronilha Beatriz Gonçalves da Silva. Porto
Alegre, Artes Médicas. 1995, pp. 9-29.
Prova das Abstrações, Diferenciações e Integrações no
Emprego de Operações Aritméticas Elementares 1
Questão 7:
Parte-se novamente dos muros desiguais da Questão 4, mas desta vez
junta-se a eles, em quantidades iguais, blocos do mesmo valor (1).
Neste caso, o excedente conserva seu valor, apesar do alongamento
dos muros, mas a relação entre os muros se modifica, uma vez que a
primeira parte do muro é de n/1 e de 1/1 para os agregados (a mesma
medida).
1. Adaptação por Lia Leme Zaia e Luciene R. Paulino: PIAGET, Jean et al. Abstrações, Diferenciações e Integrações no emprego de operações aritméticas elementares.
In: Abstração reflexionante. Relações lógico-aritméticas e ordem das relações espaciais. Tradução Fernando Becker e Petronilha Beatriz Gonçalves da Silva. Porto
Alegre, Artes Médicas. 1995, pp. 9-29.
Prova das Abstrações, Diferenciações e Integrações no
Emprego de Operações Aritméticas Elementares 1
Questão 8:
Apresenta-se dois muros, por exemplo, um conjunto de 6 blocos azuis de
valor 5 e outro de 6 vermelhos de valor 1. Pede-se ao sujeito que os iguale,
pondo ele mesmo um a um, a quantidade de vermelhos que quiser, mas
grandes (=5), enquanto o experimentador ajunta, em cada oportunidade, a
seu muro um bloco azul, mas pequeno (=1). Questiona-se:
• Chega a ficar igual?
• Quantos você precisa por desses e eu destes para igualar?
• Vai chegar uma hora que seu muro vai alcançar o meu?
É, pois um simples problema de compensação, cuja solução neste caso é: 10 a
5 + 10 a 1 = 10 v 1 = 10 v 5.
1. Adaptação por Lia Leme Zaia e Luciene R. Paulino: PIAGET, Jean et al. Abstrações, Diferenciações e Integrações no emprego de operações aritméticas elementares.
In: Abstração reflexionante. Relações lógico-aritméticas e ordem das relações espaciais. Tradução Fernando Becker e Petronilha Beatriz Gonçalves da Silva. Porto
Alegre, Artes Médicas. 1995, pp. 9-29.
Critérios para Avaliação com Exemplos do
Desempenho do Sujeito2
Estágio pré-operatório
Este período, muito pouco representado entre os nossos sujeitos,
caracteriza-se por ausência ou insuficiência das diferenciações, seja entre
o número de elementos e o comprimento do muro, entre a coordenação
das ações e seu resultado ou entre a forma e o tamanho dos blocos.
Nível IA
Em relação às Questões 1 e 2, neste nível é comum considerar que os dois
conjuntos de blocos são iguais, baseando-se apenas no espaço ocupado
pelas duas filas, uma vez que os comprimentos de ambas são visualmente
iguais. Não se baseiam na coordenação das suas ações com as do
Experimentador (E), ao pegarem simultaneamente um bloco azul e um
vermelho de cada vez. Assim, a resposta correta se deve à falta de
diferenciação inicial entre o número de elementos e o comprimento do
muro.
2. Os exemplos mencionados para cada um dos estágios de desenvolvimento cognitivo foram extraídos dos protocolos dos sujeitos que compunham a amostra.
Critérios para Avaliação com Exemplos do
Desempenho do Sujeito2
Esta coordenação das ações só é possível quando é o próprio sujeito
que pega, simultaneamente, utilizando ambas as mãos, um bloco
azul e um vermelho, colocando um sobre o outro. A falta de
diferenciação que leva ao sucesso das duas primeiras questões
provoca o fracasso nas Questões 3 e 4 Não encontramos em nossa
amostra, exemplos deste nível.
Lacunas: Não estabelecem relações entre as ações e seus
resultados, o que pode ser explicado por três indiferenciações: 1)
entre a coordenação das ações e seu resultado (entre as extrações
simultâneas e comprimento das fileiras, 2) entre a forma e o
tamanho dos blocos e 3) entre seu número e o comprimento das
fileiras.
2. Os exemplos mencionados para cada um dos estágios de desenvolvimento cognitivo foram extraídos dos protocolos dos sujeitos que compunham a amostra.
Critérios para Avaliação com Exemplos do
Desempenho do Sujeito2
Nível IB
Os sujeitos passam a coordenar as suas ações com as do E, ao pegarem
simultaneamente as peças, garantindo o p. êxito nas questões 1 e 2, ou
seja, Q1 e Q2. Em Q 3 – afirmam que, continuando a retirada simultânea
de peças, haverá sempre a mesma quantidade porque: - A gente pegou as
peças juntas... Desta forma, tem início a abstração reflexionante a partir da
bijeção.
Na questão 4, ou em Q4, observa-se um início de diferenciação entre o
número de blocos e o comprimento do muro, pois avaliam que o
comprimento do muro feito com os blocos de valor 5 será maior que o
feito com os de valor 1. Trata-se, ainda, de uma avaliação qualitativa,
embora possam surgir as primeiras manifestações de quantificação – ainda
não aditiva.
2. Os exemplos mencionados para cada um dos estágios de desenvolvimento cognitivo foram extraídos dos protocolos dos sujeitos que compunham a amostra.
Critérios para Avaliação com Exemplos do
Desempenho do Sujeito2
Em Q 5 - fazem suas linha pouco diferentes da linha do
experimentador; em Q 6 e Q 7 – prevêem apenas o alongamento
das duas paredes, sem coordenar relações e fracassam em Q 8.
Observa-se, assim, uma tripla diferenciação correspondente por
reflexão das ações no campo das conceitualizações.
1. Esta abstração diferenciadora é completa: a abstração refletida
sobre a extração simultânea engendra a formação de uma nova
totalidade (a continuidade possível desta bijeção em outros
resultados já obtidos e comprovados por abstração pseudo-
empírica) daí a integração generalizadora de uma igualdade que
se conserva na continuidade.
2. Os exemplos mencionados para cada um dos estágios de desenvolvimento cognitivo foram extraídos dos protocolos dos sujeitos que compunham a amostra.
Critérios para Avaliação com Exemplos do
Desempenho do Sujeito2
2. Começa a diferenciação por reflexo das diferenças qualitativas
de forma/tamanho no plano das extensões: "cinco pequenos
em um grande", mas falta uma abstração ou diferenciação da
aditividade como tal. Esta só é utilizada implicitamente, mas
ainda não é tematizada na forma refletida.
3. Trata-se de uma diferenciação insuficiente. O sujeito admite
que o muro azul será mais comprido, mas se limita a uma
diferença mínima, sem nenhuma quantificação métrica Daí o
fracasso nas diferenciações para as soluções das Q5 a Q8.
2. Os exemplos mencionados para cada um dos estágios de desenvolvimento cognitivo foram extraídos dos protocolos dos sujeitos que compunham a amostra.
Critérios para Avaliação com Exemplos do
Desempenho do Sujeito2
Estágio Operatório Concreto
Nível IIA
Começam a ter sucesso em Q4 – pois se tornam possíveis as avaliações
quantitativas aditivas – isto é, as adições sucessivas das diferenças.
Entretanto não há abstração de uma equivalência quantitativa das
relações a/v e A/V, o que constituirá uma proporção, daí o fracasso nas Q5
a Q8 – por falta de coordenações suficientes da reflexão sobre as
reflexões.
LET (26): Tendo diante de si 6 blocos azuis grandes e 6 pequenos vermelhos, ao ser
questionado sobre a possibilidade de um muro alcançar o outro, respondeu: - Se você
colocar um pequeno lá (na extremidade dos blocos azuis grandes) eu preciso de cinco
vermelhos grandes...
2. Os exemplos mencionados para cada um dos estágios de desenvolvimento cognitivo foram extraídos dos protocolos dos sujeitos que compunham a amostra.
Critérios para Avaliação com Exemplos do
Desempenho do Sujeito2
MAG (36):Em Q5, com o comprimento da linha azul igual a cinco blocos grandes, ao ser
questionado sobre a quantidade de peças grandes utilizadas, respondeu - Quatro. -
Quantas pequenas você usaria se eu coloco um e você um? –Vinte – Onde daria o seu
muro? - Na extensão da linha azul. Mesmo E tendo insistido na necessidade de
colocação simultânea dos blocos, Mag continua respondendo que é preciso colocar
cinco blocos, de cada vez, para os quatro grandes utilizados, traçando a linha vermelha
com a mesma extensão da azul.
2. Os exemplos mencionados para cada um dos estágios de desenvolvimento cognitivo foram extraídos dos protocolos dos sujeitos que compunham a amostra.
Critérios para Avaliação com Exemplos do
Desempenho do Sujeito2
Nível IIB
O sucesso em Q4 começa a se basear nas relações multiplicativas de
base a = nv e A = nV, que tendem a superar as relações aditivas, mas
sem generalização, especialmente quando mudam os números. Em
Q5 – continua sem solução – ou os sujeitos mantém os
procedimentos do nível anterior ou traçam uma linha um pouco
mais curta. – o que pode ser considerado um início de
compreensão, mas a solução implicaria na utilização de um sistema
multiplicativo.
IRE (20): Para Q4 explica: - Eu teria que usar 25 (pequenos) para fazer um muro do seu.
Eu faria um bloco do seu porque o meu é cinco vezes menor. Mas em Q5, depois de
medir com as mãos, traça uma linha utilizando-se de ¼ da linha já existente.
2. Os exemplos mencionados para cada um dos estágios de desenvolvimento cognitivo foram extraídos dos protocolos dos sujeitos que compunham a amostra.
Critérios para Avaliação com Exemplos do
Desempenho do Sujeito2
Encontram dificuldade na solução de Q6, que implica mudança de relação
e de Q7- diferença absoluta e proporção. Em Q8 a equalização ainda é
impossível Assim, ainda não há solução para os problemas 5 a 8.
RIC (23): Em Q7, quando os muros desiguais são completados com blocos pequenos de
igual tamanho, fala: - A quantidade de blocos é a mesma. O meu muro vai continuar
menor e a diferença entre eles vai continuar maior. Sem perceber que a diferença
absoluta se mantém e a diferença relativa diminui.
2. Os exemplos mencionados para cada um dos estágios de desenvolvimento cognitivo foram extraídos dos protocolos dos sujeitos que compunham a amostra.
Critérios para Avaliação com Exemplos do
Desempenho do Sujeito2
Estágio Operatório Formal
Nível IIIA
Solucionam Q 6, mas fracassam em Q 7 e precisam de numerosas
tentativas para resolver Q 8. Não resolvem Q7 por confundir as diferenças
relativas (relações proporcionais) entre os muros e as ultrapassagens
(diferença absoluta), por falta de diferenciação entre as operações
numéricas aditivas e multiplicativas.
Resolvem as Q 5, 6 e 8 que só requerem o estabelecimento de relações
entre subsistemas e entre estes e o sistema total. A possibilidade de
estabelecer reflexões sobre reflexões torna possíveis quase todas as
soluções.
2. Os exemplos mencionados para cada um dos estágios de desenvolvimento cognitivo foram extraídos dos protocolos dos sujeitos que compunham a amostra.
Critérios para Avaliação com Exemplos do
Desempenho do Sujeito2
Nível IIIB
Sucesso geral e imediato em todas as questões. Diferenciação entre a
relação (diferença relativa) e a porção que ultrapassa (diferença absoluta).
NIL (20): Em Q6 ao ser questionado sobre a continuidade dos muros A5 e v1, responde:
- O seu muro vai ser sempre maior porque seu tijolo é muito maior. A quantidade de
tijolos é igual, mas o seu tijolo é muito maior... o seu tijolo vale cinco do meu...
Em Q8 na reconstituição, Nil explica: - Foi colocando blocos de tamanho maior e
pequenos e foi ficando ´mais grande´e depois, para igualar, fizemos o contrário. A
mesma quantidade de blocos grandes somados aos pequenos é igual ao muro azul.
Temos a mesma quantidade de blocos azuis grandes e pequenos e a mesma quantidade
de vermelhos. Para igualar este (azul) que estava mais comprido, eu precisava da
mesma quantidade de ambos os blocos. No seu caso, de blocos pequenos e no meu, de
blocos grandes para aumentar.
NEI (19) Em Q7, após completar os muros desiguais com blocos pequenos iguais (4 A5
3a1 e 4v1 3V5) sendo questionado sobre a diferença relativa entre os muros, responde:
- Não, ela não mudou, e sobre a diferença absoluta, responde: - Permanece a mesma
diferença. Porque faltavam e continuam faltando quatro peças.
2. Os exemplos mencionados para cada um dos estágios de desenvolvimento cognitivo foram extraídos dos protocolos dos sujeitos que compunham a amostra.
Critérios para Avaliação com Exemplos do
Desempenho do Sujeito2
Embora não tenha atingido o mesmo nível no restante das questões, as
respostas de NEI sobre a questão 7 servem como exemplo das comumente
atingidas no nível IIIB.
Toda esta evolução é orientada pela lei da equilibração entre as
diferenciações e integração. As primeiras resultam do processo de
"reflexo" próprio das abstrações reflexivas, que de um nível inferior extra e
algumas relações, empregadas de modo implícito, ou simplesmente
implicadas, mas não destacadas, para transformá-las em objetos de
pensamento em um nível ulterior. As segundas resultam então da
"reflexão" ou reorganização necessária, no novo plano. A reflexão,
segundo aspecto da abstração reflexiva é então necessariamente
generalizadora, pois se refere a uma realidade mais ampla.
2. Os exemplos mencionados para cada um dos estágios de desenvolvimento cognitivo foram extraídos dos protocolos dos sujeitos que compunham a amostra.
Prova do Equilíbrio da Balança3
DESCRIÇÃO:
Com o problema da balança – predizer o equilíbrio, em função dos pesos e
distâncias dos eixos - é possível observar como o sujeito explica o
equilíbrio que resulta de sua ação sobre o aparelho e da reação deste,
levando em conta o papel da proporcionalidade. As manipulações dos
sujeitos, suas reações diante das reações da balança e suas explicações,
possibilitam acompanhar a gênese da proporcionalidade. Assim sempre
que consegue equilibrar pesos iguais ou diferentes, solicitamos ao sujeito
que explique o que fez e o que determinou o equilíbrio.
3. Adaptação por Lia Leme Zaia e Maria Aparecida. B. Fermiano: INHELDER, Bärbel, PIAGET, Jean. O Equilíbrio da Balança. In: Da lógica da criança à lógica do
adolescente. 2. ed. Tradução Dante Moreira Leite. São Paulo: Pioneira, 1976. pp. 125-137.
Prova do Equilíbrio da Balança3
3. Adaptação por Lia Leme Zaia e Maria Aparecida. B. Fermiano: INHELDER, Bärbel, PIAGET, Jean. O Equilíbrio da Balança. In: Da lógica da criança à lógica do
adolescente. 2. ed. Tradução Dante Moreira Leite. São Paulo: Pioneira, 1976. pp. 125-137.
Prova do Equilíbrio da Balança3
APLICAÇÃO:
Solicita-se, inicialmente, que o sujeito escolha quaisquer pesos e coloque
nos braços da balança, equilibrando-a. Quando consegue o equilíbrio,
solicitam-se explicações, tais como: –Por que a balança equilibrou? Na
medida em que descobre as possibilidades de equilíbrio, com pesos iguais,
solicita-se que experimente pesos diferentes e, depois, que explique como
conseguiu equilibrar. – Como você fez para a balança equilibrar? O sujeito
às vezes se recusa a equilibrar pesos diferentes ... então é preciso contra
argumentar: - Alguém disse.. o que pode criar as condições para a
continuidade da prova.
3. Adaptação por Lia Leme Zaia e Maria Aparecida. B. Fermiano: INHELDER, Bärbel, PIAGET, Jean. O Equilíbrio da Balança. In: Da lógica da criança à lógica do
adolescente. 2. ed. Tradução Dante Moreira Leite. São Paulo: Pioneira, 1976. pp. 125-137.
Prova do Equilíbrio da Balança3
3. Adaptação por Lia Leme Zaia e Maria Aparecida. B. Fermiano: INHELDER, Bärbel, PIAGET, Jean. O Equilíbrio da Balança. In: Da lógica da criança à lógica do
adolescente. 2. ed. Tradução Dante Moreira Leite. São Paulo: Pioneira, 1976. pp. 125-137.
Prova do Equilíbrio da Balança3
3. Adaptação por Lia Leme Zaia e Maria Aparecida. B. Fermiano: INHELDER, Bärbel, PIAGET, Jean. O Equilíbrio da Balança. In: Da lógica da criança à lógica do
adolescente. 2. ed. Tradução Dante Moreira Leite. São Paulo: Pioneira, 1976. pp. 125-137.
Prova do Equilíbrio da Balança3
O sujeito procura repetir, com novos pesos, o que acaba de conseguir por
acaso, sem se preocupar com a diferença entre os pesos, reconhecendo nesses
pesos uma influência negativa. Para equilibrar, acrescentam um peso de
qualquer lado, não executando a ação de tirar peso para restabelecer o
equilíbrio.
Não se importam com a distância – não procuram coordenar peso e distância.
Às vezes aparece um início de simetria, mas apenas nas extremidades dos
braços. Não há conservação do peso.
Nível IB
Articulam intuições na direção da compensação dos pesos, compreendendo
que é preciso um peso de cada lado para equilibrar e, mesmo, de pesos
aproximadamente iguais. Entretanto, não sabem proceder sistematicamente
para igualar. Começam a colocar e a tirar pesos, mas sem sistematização exata,
fazendo correções sucessivas (regulações).
3. Adaptação por Lia Leme Zaia e Maria Aparecida. B. Fermiano: INHELDER, Bärbel, PIAGET, Jean. O Equilíbrio da Balança. In: Da lógica da criança à lógica do
adolescente. 2. ed. Tradução Dante Moreira Leite. São Paulo: Pioneira, 1976. pp. 125-137.
Prova do Equilíbrio da Balança3
MAG (36): Equilibra pesos iguais e diferentes por tentativas sucessivas, deslocando os
pesos ao longo dos braços e, quando solicitada, explica: - Eu coloco o peso menor numa
das extremidades e o peso maior na outra e vou mudando a posição do menor até
conseguir equilibrar a balança... na tentativa... vou mudando as posições até chegar ao
equilíbrio.
3. Adaptação por Lia Leme Zaia e Maria Aparecida. B. Fermiano: INHELDER, Bärbel, PIAGET, Jean. O Equilíbrio da Balança. In: Da lógica da criança à lógica do
adolescente. 2. ed. Tradução Dante Moreira Leite. São Paulo: Pioneira, 1976. pp. 125-137.
Prova do Equilíbrio da Balança3
3. Adaptação por Lia Leme Zaia e Maria Aparecida. B. Fermiano: INHELDER, Bärbel, PIAGET, Jean. O Equilíbrio da Balança. In: Da lógica da criança à lógica do
adolescente. 2. ed. Tradução Dante Moreira Leite. São Paulo: Pioneira, 1976. pp. 125-137.
Prova do Equilíbrio da Balança3
3. Adaptação por Lia Leme Zaia e Maria Aparecida. B. Fermiano: INHELDER, Bärbel, PIAGET, Jean. O Equilíbrio da Balança. In: Da lógica da criança à lógica do
adolescente. 2. ed. Tradução Dante Moreira Leite. São Paulo: Pioneira, 1976. pp. 125-137.
Prova do Equilíbrio da Balança3
ROS (24): Após haver equilibrado dois pesos iguais nos dois braços da balança e tendo
sido questionada se em outros lugares eles ainda manteriam o equilíbrio, diz: - Só se
mudar os dois , demonstrando compreender a necessidade de distâncias iguais. Para a
relação ½ entre pesos diferentes, encontra rapidamente o ponto de equilíbrio e para
1/3, atinge o equilíbrio por tentativas pensando alto: - O mais pesado tem que ficar
sempre mais próximo do parafuso (do eixo)... e o menor mais longe. Entretanto, tendo
sido solicitada uma explicação, responde: - Não sei explicar... é por causa do parafuso...
o tamanho?... não sei... eu falei que o peso não influenciava e sim a alavanca... o peso
não. Demonstrando não ter ainda tomado consciência da lei que, ainda precariamente,
orienta suas experimentações.
LET (26): Depois de equilibrar diversos pesos, na maioria das vezes, orientando-se pela
compreensão da necessidade de aproximar o mais pesado do eixo, mas encontrando o
local exato por tentativas, explica: - Para equilibrar os pesos estou calculando os pesos,
usando medidas... as trinta gramas e os números da balança. Tem que saber quantas
gramas está equilibrando isto aqui (a haste e as marcas das distâncias)... esses pesos (30
e 40)... eu peguei os dois pesos... vemos que aproximando eles caem porque têm o
mesmo peso... Coloca 30 em 2 e 40 em 3: - Não dá... e após atingir o equilíbrio por
tentativas: - ficou no 1... Ainda não chega a enunciar a lei do equilíbrio.
3. Adaptação por Lia Leme Zaia e Maria Aparecida. B. Fermiano: INHELDER, Bärbel, PIAGET, Jean. O Equilíbrio da Balança. In: Da lógica da criança à lógica do
adolescente. 2. ed. Tradução Dante Moreira Leite. São Paulo: Pioneira, 1976. pp. 125-137.
Prova do Equilíbrio da Balança3
Nível IIIB
Ultrapassando as compensações qualitativas e constroem relações
métricas (multiplicativas) entre os pesos e distâncias do eixo e pesquisam
uma explicação propriamente dita.
Nos sujeitos da amostra, foi encontrado um caso de transição entre os
níveis IIIA e IIIB, que serve para ilustrar alguns dos procedimentos próprios
deste nível:
ROB (16): Depois de equilibrar vários pesos diferentes, e de explicitar a lei em sua forma
qualitativa: - O pesado é sempre mais perto da balança e o mais leve sempre mais
longe... faz novas experiências para descobrir as relações métricas Explicando: - Eu
estou multiplicando 60 x 20, dá 120... é o local onde coloco o 10. O número do peso com
o número da régua (braço da balança) no lado mais pesado e o resultado é o lugar onde
tenho que colocar o peso mais leve... nossa... no seis!... Multiplicando distância e peso
de um lado, tem que ser o mesmo do outro... multiplicar ambos os lados do peso com a
distância... Entretanto, não chega a explicar porque esta relação é necessária.
3. Adaptação por Lia Leme Zaia e Maria Aparecida. B. Fermiano: INHELDER, Bärbel, PIAGET, Jean. O Equilíbrio da Balança. In: Da lógica da criança à lógica do
adolescente. 2. ed. Tradução Dante Moreira Leite. São Paulo: Pioneira, 1976. pp. 125-137.
Prova do Equilíbrio da Balança3
3. Adaptação por Lia Leme Zaia e Maria Aparecida. B. Fermiano: INHELDER, Bärbel, PIAGET, Jean. O Equilíbrio da Balança. In: Da lógica da criança à lógica do
adolescente. 2. ed. Tradução Dante Moreira Leite. São Paulo: Pioneira, 1976. pp. 125-137.
Prova das Relações entre Superfícies e Perímetros dos
Retângulos4
DESCRIÇÃO:
Nesta prova observa-se, a partir das transformações de um quadrado em
retângulos cada vez mais compridos e estreitos, a manifestação de
abstrações empíricas que são substituídas, no decorrer dos estágios, por
uma abstração reflexionante ativa, mas ainda controlada pelas abstrações
pseudo-empíricas. Mais tarde as abstrações reflexionantes tornam-se
predominantes e a abstração refletida “permite ao sujeito livrar-se da
incompatibilidade” entre os diferentes tipos de abstração.
Para análise das conservações em jogo é necessária a utilização de dois
instrumentos: A e B. Em A, podemos observar a conservação do perímetro
e transformação da superfície e em B, a conservação da superfície e
transformação do perímetro.
4. Adaptação por Maria de Fátima Ricardi, Lia Leme Zaia; Maria Aparecida. B. Fermiano: PIAGET, Jean et al. Relações entre Superfícies e Perímetros dos Retângulos. In:
Abstração reflexionante. Relações lógico-aritméticas e ordem das relações espaciais. Tradução Fernando Becker e Petronilha Beatriz Gonçalves da Silva. Porto Alegre,
Artes Médicas. 1995, pp. 193-205.
Prova das Relações entre Superfícies e Perímetros dos
Retângulos4
O instrumento A é constituído por uma Prancha retangular com 14 pinos,
definindo os quatro cantos de um quadrado de 15 cm. de lado (Q) e
retângulos de 20 x 10 cm. (R1) e 25 x 5 cm. (R2) e, finalmente, dois pinos
constituindo as extremidades de uma reta de 30 cm. (R3), ou seja, todas as
figuras apresentando 60 cm. de perímetro, definido por um barbante
fechado, deste comprimento.
4. Adaptação por Maria de Fátima Ricardi, Lia Leme Zaia; Maria Aparecida. B. Fermiano: PIAGET, Jean et al. Relações entre Superfícies e Perímetros dos Retângulos. In:
Abstração reflexionante. Relações lógico-aritméticas e ordem das relações espaciais. Tradução Fernando Becker e Petronilha Beatriz Gonçalves da Silva. Porto Alegre,
Artes Médicas. 1995, pp. 193-205.
Prova das Relações entre Superfícies e Perímetros dos
Retângulos4
O instrumento B por oito tiras de madeira, de 16 x 2 cm. As tiras colocadas
em diferentes posições podem formar: um quadrado de 16 cm. de lado
(Q); um retângulo de 32 x 8 cm. (R1’), colocando-se 2 colunas de 4 placas;
outro de 64 x 4 cm. (R2’) com 4 colunas de 2 placas e, finalmente, um de
128 x 2 cm. (R3’), com 8 colunas de 1 placa, possibilitando a observação da
conservação da superfície e transformação do perímetro.
4. Adaptação por Maria de Fátima Ricardi, Lia Leme Zaia; Maria Aparecida. B. Fermiano: PIAGET, Jean et al. Relações entre Superfícies e Perímetros dos Retângulos. In:
Abstração reflexionante. Relações lógico-aritméticas e ordem das relações espaciais. Tradução Fernando Becker e Petronilha Beatriz Gonçalves da Silva. Porto Alegre,
Artes Médicas. 1995, pp. 193-205.
Prova das Relações entre Superfícies e Perímetros dos
Retângulos4
APLICAÇÃO:
O próprio sujeito deve realizar as transformações no material. A
interferência do adulto deve ser apenas no sentido de orientar a
manipulação do mesmo. As contra argumentações podem ser realizadas.
Ex: Eu acrescentei algo?
O sujeito deve tatear a corda e a madeira, assim como nomeá-los para que
o vocabulário da aplicação possa ser adaptado ao sujeito: perímetro/área
ou formiga/cupim.
Instrumento A
Fase I - Depois de cada transformação, perguntamos ao sujeito qual o seu
efeito sobre a superfície e o perímetro: A superfície ficou maior, menor ou
igual? Ou o cupim vai comer menos, mais ou o mesmo tanto?
4. Adaptação por Maria de Fátima Ricardi, Lia Leme Zaia; Maria Aparecida. B. Fermiano: PIAGET, Jean et al. Relações entre Superfícies e Perímetros dos Retângulos. In:
Abstração reflexionante. Relações lógico-aritméticas e ordem das relações espaciais. Tradução Fernando Becker e Petronilha Beatriz Gonçalves da Silva. Porto Alegre,
Artes Médicas. 1995, pp. 193-205.
Prova das Relações entre Superfícies e Perímetros dos
Retângulos4
Após a primeira transformação (T1) feita pelo sujeito (se necessário, com
ajuda eventual do experimentador), diz-se:
• Essa transformação (ou mudança) que você acabou de fazer aumentou,
diminuiu ou manteve igual o contorno do retângulo, com relação ao do
quadrado que estava antes? E a quantidade dentro?
• A formiga anda mais, menos ou o mesmo tanto que antes? Dentro há
mais, ou menos madeira ou a mesma coisa? O cupim, come mais,
menos ou o mesmo tanto?
O mesmo para as transformações seguintes (T2 e T3). Ou contra-
argumentar: Eu acrescentei algo? - Um outro aluno me disse que era
diferente... que você acha disso?
4. Adaptação por Maria de Fátima Ricardi, Lia Leme Zaia; Maria Aparecida. B. Fermiano: PIAGET, Jean et al. Relações entre Superfícies e Perímetros dos Retângulos. In:
Abstração reflexionante. Relações lógico-aritméticas e ordem das relações espaciais. Tradução Fernando Becker e Petronilha Beatriz Gonçalves da Silva. Porto Alegre,
Artes Médicas. 1995, pp. 193-205.
Prova das Relações entre Superfícies e Perímetros dos
Retângulos4
Fase II – Reconstituição mental das ações e transformações: depois do
sujeito efetuar todas as transformações em A, pede-se que resuma o que
acaba de fazer e o que aconteceu com as superfícies e os perímetros.
• O que aconteceu com o perímetro ou contorno após as
transformações? E com a superfície? - O que aconteceu com a formiga
após as transformações? E com o cupim?
Instrumento B
Fase I - Depois de cada transformação, perguntamos ao sujeito qual o seu
efeito sobre a superfície e o perímetro:
• A superfície ficou maior, menor ou igual? E o perímetro?
• O cupim come mais, menos ou o mesmo tanto que antes? E a formiga,
anda mais, menos ou o mesmo tanto?
4. Adaptação por Maria de Fátima Ricardi, Lia Leme Zaia; Maria Aparecida. B. Fermiano: PIAGET, Jean et al. Relações entre Superfícies e Perímetros dos Retângulos. In:
Abstração reflexionante. Relações lógico-aritméticas e ordem das relações espaciais. Tradução Fernando Becker e Petronilha Beatriz Gonçalves da Silva. Porto Alegre,
Artes Médicas. 1995, pp. 193-205.
Prova das Relações entre Superfícies e Perímetros dos
Retângulos4
Fase II – Reconstituição mental das ações e das transformações: depois de o
sujeito efetuar todas as transformações em B, pede-se que resuma o que acaba de
fazer e o que aconteceu com as superfícies e os perímetros.
• O que aconteceu com o perímetro ou contorno após as transformações? E com
a superfície? Ou:
• O que aconteceu com a formiga após as transformações? E com o cupim?
Instrumentos A e B
Fase III
• Depois das manipulações em A e B, pede-se um resumo geral. -Você pode fazer
um resumo do que aconteceu nas duas situações?
• Por último pergunta-se se existem características comuns nas variações
quantitativas das superfícies e perímetros em A e em B. Propõe-se
comparações entre as manipulações: Trata-se de "jogos" parecidos ou
diferentes? Por que? ? A superfície e o perímetro variaram o mesmo tanto nas
mudanças na prancha e com as placas de madeira ? Como aconteceu? No
limite com o barbante... nos dois jogos era a mesma coisa?
4. Adaptação por Maria de Fátima Ricardi, Lia Leme Zaia; Maria Aparecida. B. Fermiano: PIAGET, Jean et al. Relações entre Superfícies e Perímetros dos Retângulos. In:
Abstração reflexionante. Relações lógico-aritméticas e ordem das relações espaciais. Tradução Fernando Becker e Petronilha Beatriz Gonçalves da Silva. Porto Alegre,
Artes Médicas. 1995, pp. 193-205.
Prova das Relações entre Superfícies e Perímetros dos
Retângulos4
CRITÉRIOS PARA AVALIAÇÃO E EXEMPLOS DO DESEMPENHO DOS
SUJEITOS AS CONSERVAÇÕES
Estágio Pré-Operatório
Nível IA
Os sujeitos apresentam reações iniciais de correspondência global – com
submissão às aparências, sem busca de coerência. As mudanças
perceptivas das figuras fazem-no acreditar nos aumentos e diminuições
simultâneos das superfícies e dos perímetros. Pode-se encontrar respostas
em R3 com diminuição da superfície e aumento do perímetro.
4. Adaptação por Maria de Fátima Ricardi, Lia Leme Zaia; Maria Aparecida. B. Fermiano: PIAGET, Jean et al. Relações entre Superfícies e Perímetros dos Retângulos. In:
Abstração reflexionante. Relações lógico-aritméticas e ordem das relações espaciais. Tradução Fernando Becker e Petronilha Beatriz Gonçalves da Silva. Porto Alegre,
Artes Médicas. 1995, pp. 193-205.
Prova das Relações entre Superfícies e Perímetros dos
Retângulos4
ELI (26): Diante da primeira transformação, já apresenta uma correspondência global: -
O cupim vai comer mais e a formiga vai andar mais, porque esticou...Na segunda,
aparece aumento e diminuição simultânea: O cupim vai comer mais, porque está mais
comprido, a formiga vai andar menos, porque chegou mais perto...centrando-se, no
primeiro, sobre o comprimento e, no segundo caso, sobre a largura, invertendo a
situação na terceira transformação: O cupim vai comer menos, porque ficou só um
pouquinho; a formiga vai andar mais, porque encompridou muito. O resumo: O cupim
comia um tanto. Depois trocou de lugar. Comeu outro tanto no outro lugar. É
complicado falar... Sei lá. Ele começou comendo de uma forma e voltou comendo de
outra forma... a formiga mudou o caminho. Ela foi andando mais. O espaço foi
crescendo e ela foi andando mais.
Estas reações resultam de abstrações empíricas ou pseudo-empíricas
extraídas dos aspectos figurativos dos objetos.
Nas comparações, os sujeitos deste nível apresentam resumos separados
com descrição do material A, que surpreendeu o sujeito: primeiro por
oposição aos simples deslocamentos de B, depois uma evocação das
ações, mas sem tomada de consciência de uma direção de conjunto.
4. Adaptação por Maria de Fátima Ricardi, Lia Leme Zaia; Maria Aparecida. B. Fermiano: PIAGET, Jean et al. Relações entre Superfícies e Perímetros dos Retângulos. In:
Abstração reflexionante. Relações lógico-aritméticas e ordem das relações espaciais. Tradução Fernando Becker e Petronilha Beatriz Gonçalves da Silva. Porto Alegre,
Artes Médicas. 1995, pp. 193-205.
Prova das Relações entre Superfícies e Perímetros dos
Retângulos4
Nível IB
Os sujeitos apresentam soluções de compromisso, com predomínio da
falta de correspondência, uma espécie de compensação, dúvida entre
aumentos e diminuições. Estas reações parecem ser devidas aos mesmos
fatores das respostas do nível anterior, na medida em que não intervém a
idéia de compensação.
Nas comparações, utilizam esquematizações por identificações dos
resultados (tudo diminui ou tudo aumenta) ou por oposições, mas não
conforme as últimas operações sustentadas pelo sujeito, por ocasião das
questões.
4. Adaptação por Maria de Fátima Ricardi, Lia Leme Zaia; Maria Aparecida. B. Fermiano: PIAGET, Jean et al. Relações entre Superfícies e Perímetros dos Retângulos. In:
Abstração reflexionante. Relações lógico-aritméticas e ordem das relações espaciais. Tradução Fernando Becker e Petronilha Beatriz Gonçalves da Silva. Porto Alegre,
Artes Médicas. 1995, pp. 193-205.
Prova das Relações entre Superfícies e Perímetros dos
Retângulos4
Estágio operatório concreto
Nível IIA
Caracteriza-se pela descoberta da invariabilidade do perímetro em A.
Começam a prevalecer as respostas corretas: em metade das crianças de
7-8 anos e 2/3 das crianças de 8 e 9 anos, enquanto 1/3 dos sujeitos de 8
anos dão respostas paradoxais: duplas conservações.
Até 8/9 anos não se encontram diferenciações entre o deslocamento e o
alongamento.
Por influência da abstração reflexionante chegam à lei de comutatividade
para a qual o que é acrescentado num ponto (comprimento) corresponde,
quantitativamente, ao que é retirado em um outro (largura). Podem
chegar a compreender que em A, a superfície não se conserva e que em B,
o perímetro aumenta.
4. Adaptação por Maria de Fátima Ricardi, Lia Leme Zaia; Maria Aparecida. B. Fermiano: PIAGET, Jean et al. Relações entre Superfícies e Perímetros dos Retângulos. In:
Abstração reflexionante. Relações lógico-aritméticas e ordem das relações espaciais. Tradução Fernando Becker e Petronilha Beatriz Gonçalves da Silva. Porto Alegre,
Artes Médicas. 1995, pp. 193-205.
Prova das Relações entre Superfícies e Perímetros dos
Retângulos4
Nas comparações, podem surgir respostas exatas, que precedem as
conservações generalizadas. Elaboram resumos corretos para cada uma
das duas experiências. Entretanto, há nítida tendência à identificação,
quando são feitas as comparações. A insuficiência de abstração refletida
conduz a esquematizações análogas às do estágio I, mas mais coerentes,
porque orientadas para a conservação.
Na primeira metade deste nível, as respostas corretas se baseiam em
abstração reflexiva ativa, mas no caso das conservações são
permanentemente reguladas e dirigidas pelas abstrações pseudo-
empíricas (leitura dos fatos). Resumem corretamente, mas não fazem uma
comparação correta.
Na segunda metade, é possível uma comparação correta de A e B, mas
sem uma nova reflexão sobre o refletido.
4. Adaptação por Maria de Fátima Ricardi, Lia Leme Zaia; Maria Aparecida. B. Fermiano: PIAGET, Jean et al. Relações entre Superfícies e Perímetros dos Retângulos. In:
Abstração reflexionante. Relações lógico-aritméticas e ordem das relações espaciais. Tradução Fernando Becker e Petronilha Beatriz Gonçalves da Silva. Porto Alegre,
Artes Médicas. 1995, pp. 193-205.
Prova das Relações entre Superfícies e Perímetros dos
Retângulos4
Nível IIB
As respostas paradoxais ganham terreno, trata-se de duplas conservações
que levam ao erro. Supõem que mudando a forma de uma figura,
conservam-se as principais propriedades, que as conservações se
manifestam por compensações entre as variações, de acordo com duas
dimensões em jogo.
Este nível se caracteriza – também nas comparações - pelas duplas
conservações, que ocorrem em função da abstração refletida. Há
reconstituição das relações descobertas com a colaboração das abstrações
pseudo-empíricas.
4. Adaptação por Maria de Fátima Ricardi, Lia Leme Zaia; Maria Aparecida. B. Fermiano: PIAGET, Jean et al. Relações entre Superfícies e Perímetros dos Retângulos. In:
Abstração reflexionante. Relações lógico-aritméticas e ordem das relações espaciais. Tradução Fernando Becker e Petronilha Beatriz Gonçalves da Silva. Porto Alegre,
Artes Médicas. 1995, pp. 193-205.
Prova das Relações entre Superfícies e Perímetros dos
Retângulos4
A abstração reflexiva predomina, até que o sujeito deforme a metade dos
fatos, rechaçando assim os controles da abstração pseudo-empírica. A
abstração refletida (nas comparações) reforça ainda mais esta tendência,
traduzindo o processo “reflexionante” que os têm levado a supor que
todas as variações simultâneas inversas (comprimento e largura) implicam
em uma compensação, isto é, numa conservação.
NOR (35): Instrumento A: R1: Só mudou a forma porque o cordão não altera, aí o valor
não muda. R2: Porque você só passou para cá, então fica tudo igual...a formiga anda
igual, cupim come igual. R3: Formiga igual, cupim menos. Aumenta o comprimento e
diminui a largura. Instrumento B: (R1) Formiga igual, cupim igual, só mudou a forma.
R3: A formiga anda quatro vezes mais e o cupim come o mesmo tanto, porque o que
tirou dos lados aumentou no comprimento. Comparação. (em A) foi mudando o
barbante e a formiga ia andando sempre o mesmo tanto e o cupim, no último, comeu
menos (em B) Relembrou as ações e explicou que o cupim come igual e a formiga, na
última transformação, anda mais. Comparação: Aqui (A) a formiga anda o mesmo o
tempo todo e nas madeiras (B), no último, anda mais. O cupim (em A) come menos, na
última transformação e no instrumento B ele come sempre o mesmo tanto.
4. Adaptação por Maria de Fátima Ricardi, Lia Leme Zaia; Maria Aparecida. B. Fermiano: PIAGET, Jean et al. Relações entre Superfícies e Perímetros dos Retângulos. In:
Abstração reflexionante. Relações lógico-aritméticas e ordem das relações espaciais. Tradução Fernando Becker e Petronilha Beatriz Gonçalves da Silva. Porto Alegre,
Artes Médicas. 1995, pp. 193-205.
Prova das Relações entre Superfícies e Perímetros dos
Retângulos4
AIL (18): Tendo considerado a dupla conservação da área e do perímetro em todas as
transformações de A, reconstitui: - O cupim comeu o quadrado, comeu igualmente e o
retângulo comeu o mesmo tanto... o outro retângulo (R3) é bem menor, mas o espaço
aumentou (refere-se à largura e ao comprimento). Em B mantém a dupla conservação
para todas as transformações, resumindo: - Primeiro ele comeu mais comprimento e
menos largura... e assim foi... Na comparação, resume o resultado das transformações,
em termos dos observáveis dos instrumentos: - Vejo a mesma seqüência, o quadrado,
depois o retângulo, depois um menor e um menor ainda... E a formiga é a mesma
coisa...
4. Adaptação por Maria de Fátima Ricardi, Lia Leme Zaia; Maria Aparecida. B. Fermiano: PIAGET, Jean et al. Relações entre Superfícies e Perímetros dos Retângulos. In:
Abstração reflexionante. Relações lógico-aritméticas e ordem das relações espaciais. Tradução Fernando Becker e Petronilha Beatriz Gonçalves da Silva. Porto Alegre,
Artes Médicas. 1995, pp. 193-205.
Prova das Relações entre Superfícies e Perímetros dos
Retângulos4
Estágio Operatório Formal
Nível III
Ocorre uma reorganização reflexiva, na qual a abstração refletida traduz
exatamente o processo reflexivo. A abstração refletida se desdobra em
uma reflexão sobre esta reflexão, o que permite ao sujeito extrair a
incompatibilidade das duas conservações, abusivamente acumuladas
antes, daí os sujeitos chegarem às respostas corretas.
O próximo exemplo poderá servir de ilustração dos procedimentos do
início deste estágio, enquanto as novas conquistas ainda não atingiram o
equilíbrio e algumas dúvidas ainda permanecem.
4. Adaptação por Maria de Fátima Ricardi, Lia Leme Zaia; Maria Aparecida. B. Fermiano: PIAGET, Jean et al. Relações entre Superfícies e Perímetros dos Retângulos. In:
Abstração reflexionante. Relações lógico-aritméticas e ordem das relações espaciais. Tradução Fernando Becker e Petronilha Beatriz Gonçalves da Silva. Porto Alegre,
Artes Médicas. 1995, pp. 193-205.
Prova das Relações entre Superfícies e Perímetros dos
Retângulos4
UBI (37): Em A, apresenta a dupla conservação para as duas primeiras transformações,
embora em R2 manifeste alguma dúvida:
• Ela vai andar igual, mas o cupim vai comer muito menos... a área interna ficou
bem reduzida. O que confirma na reconstituição: - A formiga comeu a mesma área
e o cupim comeu menos. A partir deste reconhecimento, começa a dar apenas
respostas corretas. Em B afirma para todas as transformações: -A formiga vai
andar mais, a distância aumentou”, considerando: - O perímetro aumenta e a área
fica igual e compara as duas situações: - A meu ver são jogos diferentes... muito
parecidos com resultados diferentes. A variação foi bem diferente. Aqui
simplesmente foi traçado o perímetro a área foi como ilusória, pois ela diminuía.
No outro, a área continuava a mesma e o perímetro aumentava...
4. Adaptação por Maria de Fátima Ricardi, Lia Leme Zaia; Maria Aparecida. B. Fermiano: PIAGET, Jean et al. Relações entre Superfícies e Perímetros dos Retângulos. In:
Abstração reflexionante. Relações lógico-aritméticas e ordem das relações espaciais. Tradução Fernando Becker e Petronilha Beatriz Gonçalves da Silva. Porto Alegre,
Artes Médicas. 1995, pp. 193-205.
Prova da Freqüência das Oscilações do Pêndulo5
DESCRIÇÃO:
O material utilizado na prova consiste em um suporte de metal, uma corda ou
barbante de comprimento ajustável e três pesos de formato igual, mas sendo um
leve, outro médio e o terceiro pesado. Trata-se de explicar a variação da freqüência
das oscilações do pêndulo. Para tanto, o sujeito deve considerar quatro variáveis:
peso, impulso dado pelo sujeito, comprimento da cordinha e altura do
lançamento. Essa prova nos permite avaliar no sujeito a identificação dos fatores
possíveis, a dissociação de fatores e a exclusão dos inoperantes.
O sujeito primeiramente explora os materiais que são utilizados na prova
descrevendo-os, comparando os pesos, os diferentes comprimentos do barbante,
experimentando as alterações que pode provocar no aparelho. O experimentador
explica que marcará um tempo, por exemplo, 15 segundos, e informa ao sujeito
quantas oscilações ocorrem nesse período marcado. Propõe-se então, ao sujeito
que encontre um meio de fazer com que as oscilações sejam maiores ou menores
do que o número de oscilações apresentado inicialmente.
5. Adaptação por Lia Leme Zaia e Maria Aparecida B. Fermiano: INHELDER, Bärbel, PIAGET, Jean. As oscilações do pêndulo e as operações de exclusão. In:__________
Da lógica da criança à lógica do adolescente. 2. ed. Tradução Dante Moreira Leite. São Paulo: Pioneira, 1976, pp. 49-58.
Prova da Freqüência das Oscilações do Pêndulo5
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Prova da Freqüência das Oscilações do Pêndulo5
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Prova da Freqüência das Oscilações do Pêndulo5
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Prova da Freqüência das Oscilações do Pêndulo5
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Prova da Freqüência das Oscilações do Pêndulo5
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Prova da Freqüência das Oscilações do Pêndulo5
Nível IIB
São capazes de todas as formas de seriação e de correspondência que
permitem variar os 4 fatores e obter a leitura dos resultados dessas
variações, de seriar exatamente o efeito dos pesos na experiência bruta. e
utilizar tabelas simples de variação.
Variam diversos fatores simultaneamente porque os fatores nem sempre
podem ser dissociados e podem não variar o fator que desejam testar. Por
outro lado, não sabem tirar das operações mais que inferências sobre a
transitividade: A ‹ C se A ‹ B e B ‹ C. e não imaginam a multiplicidade de
combinações que podem ser tiradas das operações.
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Prova da Freqüência das Oscilações do Pêndulo5
ELI (26) Experimenta altura maior e verifica que não altera o número de oscilações.
Mantém todos os fatores como estão e experimenta um peso maior (3), troca pelo mais
leve (1), junta os pesos 1 e 2, demonstrando, assim, sua dificuldade para excluir este
fator. Comenta: - Não deu, vou diminuir o cordão. Diminui o comprimento para 2, retira
o peso 2, deixando apenas o 1, mantendo apenas os outros dois fatores. – Foi o
barbante! Aumenta novamente para o comprimento 3 e comenta: - Aumentando o
barbante antes era 13, agora é 10. O problema está no barbante, não no peso.
Entretanto, não chega a explicar porque o barbante mais curto faz o pêndulo balançar
mais vezes no mesmo período de tempo.
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Prova da Freqüência das Oscilações do Pêndulo5
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Prova da Freqüência das Oscilações do Pêndulo5
MAR (26) Levanta a hipótese de que o peso e a altura são os responsáveis pela
freqüência das oscilações. Testa diferentes alturas com o peso 3, comprimento 3 e sem
impulso. Mantém todos os outros fatores constantes e imprime impulso ao aparelho,
dizendo: - Vai dar no mesmo se jogar mais forte... dependendo da altura se jogar mais
forte lugar mais alto, oscila menos, lugar mais alto, oscila mais”. Mantém tudo igual e
varia o comprimento do cordão. –Agora eu sei o que é... é o comprimento da corda...
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Prova da Freqüência das Oscilações do Pêndulo5
Nível IIIB
Dissociam todos os fatores em jogo, através do método de variar apenas
um fator e manter os outros constantes, o que possibilita a exclusão dos
fatores inoperantes. Isto significa que não voltam a variar um fator já
excluído. Chegam a explicar as razões das variações nas oscilações.
CLA (35): Modifica a altura de soltar: - Parece que independe da altura faz o mesmo
número de vezes. Acho que o comprimento da corda Coloca no comprimento 2,
mantendo todos os fatores iguais. –O comprimento influenciou na oscilação do pêndulo.
5. Adaptação por Lia Leme Zaia e Maria Aparecida B. Fermiano: INHELDER, Bärbel, PIAGET, Jean. As oscilações do pêndulo e as operações de exclusão. In:__________
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Prova da Conservação de Volume6
DESCRIÇÃO:
A conservação do volume é uma noção que se manifesta
posteriormente à conservação da substância e à do peso. Cada uma
dessas noções apresenta sua própria linha de evolução, embora
seguindo sempre um processo semelhante de construção, isto é,
sendo possível observar os mesmos níveis, mas que ocorrem em
momentos diferentes do desenvolvimento cognitivo. Podemos
constatar a presença ou ausência das conservações a partir da
crença na variação ou na conservação de uma mesma quantidade,
seja de massa de modelar que assume formas variadas, de peso ou
de volume.
6. Adaptação por Maria Aparecida B.Fermiano e Lia Leme Zaia: PIAGET, J. e INHELDER, B.. A Compreensão do Volume em igual concentração de matéria. In:_______ O
Desenvolvimento das quantidades físicas na criança. Rio de Janeiro: Zahar; Brasília, INL, 1.975, pp. 87- 105.
Prova da Conservação de Volume6
6. Adaptação por Maria Aparecida B.Fermiano e Lia Leme Zaia: PIAGET, J. e INHELDER, B.. A Compreensão do Volume em igual concentração de matéria. In:_______ O
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Prova da Conservação de Volume6
APLICAÇÃO:
Inicia-se a aplicação, propondo-se ao sujeito a comparação e a constatação
da identidade das bolinhas de massa, dos recipientes e dos níveis da água.
Se o sujeito não chegar a considerar as duas bolas com igual quantidade
de massa, não será possível dar continuidade à aplicação.
Para constatar se o sujeito considera a variação no nível da água, o
questionamento inicial consiste em perguntar-lhe: - Se eu colocar esta
bolinha na água, ela ocupará lugar ? - A água subirá ou permanecerá no
mesmo nível ? (Piaget, 1971, 87)
• O que acontece se eu colocar esta bola neste vidro?
• Porque a água sobe?
6. Adaptação por Maria Aparecida B.Fermiano e Lia Leme Zaia: PIAGET, J. e INHELDER, B.. A Compreensão do Volume em igual concentração de matéria. In:_______ O
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Prova da Conservação de Volume6
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Prova da Conservação de Volume6
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Prova da Conservação de Volume6
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Prova da Conservação de Volume6
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Prova da Conservação de Volume6
Nível IIIB
Os sujeitos admitem a conservação do volume em qualquer caso. Eles
justificam a conservação do volume da mesma forma que a do peso e da
matéria: “porque é a mesma massa”; “se fizer outra bola ficará igual à
primeira”. Comparando as dimensões.
FRA(20) : em todas as situações de transformação da massa de modelar, afirma : sobe o
mesmo nível, porque tem o mesmo tanto. Bola de massa e de metal: São iguais no
tamanho e no formato, mas no peso são diferentes...Sobe igual porque, mesmo sendo
mais pesado, ela são do mesmo tamanho...Porque colocando um objeto dentro da
água, vai ocupar um espaço.
6. Adaptação por Maria Aparecida B.Fermiano e Lia Leme Zaia: PIAGET, J. e INHELDER, B.. A Compreensão do Volume em igual concentração de matéria. In:_______ O
Desenvolvimento das quantidades físicas na criança. Rio de Janeiro: Zahar; Brasília, INL, 1.975, pp. 87- 105.
Prova da Combinatória
DESCRIÇÃO:
A coordenação das duas reversibilidades, inversão e reciprocidade, dá origem à
construção da combinatória, primeira estrutura do pensamento formal que
possibilita, por sua vez, a construção das demais.
A combinatória consiste em combinar todas as possibilidades de uma situação,
trate-se de combinar objetos ou juízos. Esta estrutura de pensamento pode ser
observada numa situação muito simples, como a da prova a ser descrita em
seguida.
A prova das operações combinatórias compreende a utilização de fichas de cores
diferentes e a solicitação para que o sujeito encontre o maior número de pares
possíveis, sem a repetição de pares com a mesma cor. A prova pode ser iniciada
com três cores diferentes de fichas, estas cores são aumentadas paulatinamente.
Tal procedimento tem por objetivo proporcionar melhor observação do sistema de
combinações utilizado pelo sujeito a partir de um número menor de elementos. A
partir de 5 cores diferentes, solicita-se que faça antecipação do resultado. As
perguntas são: Quantos pares podem ser formados? Quantas fichas de cada cor
serão utilizadas? Qual o total de fichas utilizadas?
Prova da Combinatória
APLICAÇÃO:
O experimentador apresenta as fichas para o sujeito de modo que ele as
identifique e caracterize. Solicita-se que escolha três cores de fichas e combine-as,
duas a duas, de todas as formas possíveis, sem repetir a mesma cor e sem inverter
a relação. Caso haja dificuldade para compreender, o experimentador mostra o
tipo de combinação possível de ser feita.
Quando termina, pergunta-se: -Você tem certeza que fez todos os arranjos
possíveis? Porque?
Se o sujeito não tiver certeza, pergunta-se como pode fazer para ter certeza
quando terminar. Pergunta- se quando terminar: Quantas fichas de cada cor você
usou para fazer as combinações? Quantos pares você formou. E qual o total de
fichas utilizadas? - Você tem certeza?... Vamos verificar?
Solicita-se que anote em uma tabela, o número de cores utilizadas, o número de
combinações e o de fichas de cada cor e o total de fichas.
Durante toda a aplicação da prova, registra-se as falas do sujeito, suas
antecipações, a disposição das cores, os arranjos feitos e junta-se às anotações
feitas pelo sujeito.
Prova da Combinatória
EMI (47): Teve dificuldade para entender o problema proposto. Com três cores, faz
quatro combinações por ensaio e erro, repetindo dois pares.li-az, am-az, az-am e li-az.
Com quatro e cinco cores, não esgota as combinações, sempre de forma assistemática.
Ao antecipar, afirma: -Tem que dar pelo menos 10 cores, porque são 5 cores...
Prova da Combinatória
1º sistema: Simples justaposição de pares: AB, BC, CD. Não completam todos,
justapõem os pares, sem se dar conta se repetiram as cores. Começam as
combinações com sistema, mas não acabam.
2º sistema: Justaposição entrecruzada progresso na interseção dos pares, mas a
idéia de justaposição permanece dominante. Começam com as pontas, associando
os dois extremos, entrecruzam as fichas, mas não sabem se fizeram tudo, iniciam e
terminam justapondo de forma entrecruzada, sem sistema algum, sem idéia de
como fazer. O progresso apresentado em relação ao nível anterior é a possibilidade
de proceder por interseções: AB BC CD DE EF (Justaposições entrecruzadas e,
depois, descoberta empírica).
3º sistema: Associam os dois termos extremos para marcar a necessidade de uma
associação completa; depois, procedem por justaposições entrecruzadas ou
procede por um sistema de pares simétricos, mas complementados
empiricamente: AF – AB BC CD DE EF.
4º sistema: Abarcam a totalidade das associações, mas sem conseguirem libertar-
se da justaposição, procedendo por pares simétricos (tendência à simetria). AB, FE,
BC, AD, CE. Depois acham a série empiricamente, fazendo um número muito maior
de pares.
Prova da Combinatória
Transição IIB/IIIA
5º sistema: Interseções inacabadas. O sujeito começa a fazer as
intersecções, mas não termina, fazendo um número maior de pares, mas
seu sistema não dá conta de todas as peças, todas as cores. AB AC AD AE
AF BC BD BE. O progresso constatado neste nível refere-se ao fato de as
combinações serem feitas por um sistema mais complexo, embora não
esgotem as possibilidades.
ROB (16): Com quatro cores, faz as primeiras combinações com sistema de manter uma
cor e variar as outras e depois termina por ensaio e erro: vm-az, vm-vd, vm-la, az-vd, vd-
la e la-az.; com cinco cores procede da mesma forma.
DIA (22): inicia pelo processo de interseções inacabadas e evolui para o sistema
completo, mas faz antecipações incorretas, comentando: - Tinha uma continha que é
fácil de fazer que descobre isso...esqueço. Vou chutar! Não se dispõe a antecipar para 7,
10 e 30 cores.
Prova da Combinatória
Estágio III
Para construir o sistema de todas as combinações, duas a duas, possíveis
no caso de n termos, trata- se de coordenar entre elas várias séries ou
correspondências diferentes e de antecipar o esquema de suas relações,
antes de construí-las efetivamente. Desta forma é preciso esperar o
período formal para que se torne possível um sistema de combinações,
completas e sistemáticas. Este sintetiza a justaposição e a simetria em um
método de interseções dirigidas, no qual, cada termo se associa
sucessivamente a todos os seguintes (AB, AC, AD, AE; BC, BD BE...DE).
Por outro lado, apenas ao atingir o nível de equilíbrio deste período,
chegam à lei que possibilita antecipar o número de combinações possíveis
para qualquer quantidade de cores. Piaget (1.951) descreve a descoberta
da lei como um:
(...) desenvolvimento lento e contínuo da consciência da ordem e da regularidade
características das operações, desde o momento em que essa consciência apenas
consiste em uma antecipação vaga e intuitiva até aquele em que ela é refletida. (p. 259)
Prova da Combinatória
Nível IIIA
Até 10 cores, procedem por combinações sistemáticas, com mais de 10
cores podem completar por ensaio e erro. Apresentam capacidade de
antecipação, mas por aproximação: - se com 3 cores diferentes é possível a
combinação de 6 pares, com 4 cores a combinação de 12, então, com 5
cores formam-se 18 pares - ou por ensaio e erro.
Como não utilizam operações de 2ª potência, não têm consciência da
aplicação do sistema “correto” em todas as antecipações, trocam-no por
outro sistema empírico (ou por ensaio e erro ou por aproximação) – para
antecipar o número de pares - e descobrem um sistema parcial que lhe
permite encontrar ou o número de pares ou o número de fichas. Apóiam-
se nos processos aditivos e não nos multiplicativos de ordens, isto é,
realizam operações aritméticas que não dão o resultado correto.
Prova da Combinatória
OTA (50): Combinas três cores por justaposições entrecruzadas e, a partir de quatro
cores, utiliza o sistema completo de combinar a primeira cor com todas as outras, a
seguinte com as que restam, e assim por diante. Comete erros ao antecipar o número
de combinações para 5 e 6 cores, chega ao resultado correto para 7 cores, mas não
descobre a lei que permitiria antecipar o número de combinações para um número
qualquer de cores.
PAU (40): faz antecipações corretas para cada quantidade de cores que ia sendo
proposta em seguida. Quando foi solicitado que antecipasse para 10 cores 9sem ter
feito as combinações de 7, 8 e 9 cores, comenta: - ir seguindo a tabela é mais fácil,
agora pulou para o 10, ficou difícil. Tendo sido questionado sobre a forma como pensou,
responde: - Bem, no 7 eu pensei 7 x 3= 21... E: - Porque 7 x 3? Comecei com três cores,
então 7 x 3 e achei os pares... Nos números de fichas fui aumentando 1, mas do 7 pulou
para o 10... Então contei 3. O total de fichas... Multipliquei o número de pares por 2... É
sempre o dobro de pares o total de fichas. Errei só no 10... Se eu multiplicar o 9 por 10,
dá 90... Aqui ainda não sei, pulando eu me atrapalho...
Prova da Combinatória
Nível IIIB
Atingem a compreensão do sistema e descobrem a lei compreendendo,
quase imediatamente, sua razão. Há tomada de consciência das relações
inerentes ao sistema adotado para esgotar todos os arranjos possíveis,
tirando desse sistema formal, sua própria formulação.
IVE (38): Já inicia com um sistema completo, confirma todas as antecipações, realiza a
multiplicação, opera por cálculo mental. E com sete cores? (Antecipação) – Começa pelo
total, 7 x 6, 42, deduz o número de fichas de cada cor, 6 e o número de pares 24.
– Como você sabe? –Aprendi estes dias na matemática.
Referências
PIAGET, Jean e SZEMINSKA, Alina. A Gênese do Número na Criança, Trad. por
Christiano Monteiro Oiticica. Rio de Janeiro: Zahar Editores, 1971.
PIAGET, Jean e INHELDER, Bärbel. O Desenvolvimento das Quantidades Físicas na
Criança. Conservação e Atomismo. Trad. por Christiano Monteiro Oiticica, Rio de
Janeiro: Zahar Editores, 1971.
PIAGET, Jean e INHELDER, Bärbel. A Gênese das Estruturas Lógicas Elementares.
Trad. por Álvaro Cabral. Rio de Janeiro: Zahar Editoras.
Bons estudos!