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PROJETO INTEGRADOR:

DESENVOLVIMENTO COGNITIVO INFANTIL: PROVAS


PIAGETIANAS

Conteúdo retirado do manual do Projeto Integrador, elaborado pela Profª: Drª Leila Maria de Mambre
Moreira Thomazette e atualizado pelos docentes da Disciplina em 2020.

MANUAL PRÁTICO E ABREVIADO DE APLICAÇÃO DAS PROVAS


PIAGETIANAS
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Versão abreviada: Prof. Jefferson Baptista Macedo, 2014, 2ª edição.


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1. Prova da conservação de números ou de pequenos conjuntos discretos de


elementos

I. Material
- 10 fichas vermelhas (6cm)
- 10 fichas azuis (6cm)

lI. Procedimento

1.

Dispor sobre a mesa 6 a 8 fichas azuis (para a criança de 4 anos, usar 6 fichas), alinhando-as. Pedir à
criança que faça outra fileira igual as fichas vermelhas, dizendo: Faça outra fileira com as suas fichas e
coloque a mesma quantidade como eu fiz com as azuis, nem mais, nem menos. Vamos lá!

Observações:

Depois, faça o seguinte questionamento para finalizar a preparação: Você tem certeza que estas duas
fileiras têm a mesma quantidade de fichas vermelhas e azuis ou uma delas tem mais que a outra?
Como você sabe disso? A preparação é finalizada quando a criança dá uma resposta positiva para o
questionamento.

Observações:

Faça o seguinte questionamento: Se eu fizer uma pilha com as fichas azuis e você fizer uma pilha
com as fichas vermelhas qual das duas ficará mais alta? Por quê? Como você sabe disso?

Observações:
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2.

Faça uma modificação na disposição das fichas de uma das fileiras, espaçando-as, de modo que uma fique
mais comprida do que a outra, a faça o seguinte questionamento: E agora? As fileiras ainda têm a mesma
quantidade (tanto) de fichas azuis e vermelhas? Como você sabe disso? Se a resposta for negativa,
pergunte: Onde tem mais? Como você sabe disso?

Observações:

CONTRA-ARGUMENTAÇÃO
 CONSERVAÇÃO - Olha como esta fila é mais comprida do que a outra, será que aqui não tem mais
fichas?
 NÃO-CONSERVAÇÃO - Você se lembra que antes havia uma ficha em frente a outra?
 RETORNO EMPÍRICO – Se arrumarmos as fichar como antes, as fileiras ficarão iguais?

Observações:

3.

Faça um círculo com as fichas azuis e peça à criança para ajudar e fazer a mesma coisa com as fichas
vermelhas de modo que fiquem idênticos. Anotar o que a criança fez e perguntar: Você tem certeza que os
círculos têm a mesma quantidade? Há a mesma quantidade (tanto) de fichas vermelhas e azuis?
Como você sabe? A preparação é finalizada quando a criança dá uma resposta positiva para o
questionamento.

Observações:
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4.

Depois, junte as fichas de um dos círculos e pergunte: Há o mesmo tanto de fichas azuis e
vermelhas? Como você sabe disso?

Observações:

CONTRA-ARGUMENTAÇÃO
 CONSERVAÇÃO - Veja como os círculos são diferentes? Será mesmo que tem a mesma
quantidade?
 NÃO- CONSERVAÇÃO - Você se lembra que antes havia uma ficha vermelha em frente a uma
azul?
 RETORNO EMPÍRICO – Se arrumarmos os círculos como antes, eles serão iguais?

Observações:

III. Hipótese Diagnóstica


NÍVEL 1 – CONDUTAS NÃO CONSERVATIVAS (ATÉ 4 OU 5 ANOS) – o aluno não conserva a
noção quando modificada e poderá ou não resolver a questão de quantidade.
NÍVEL 2 – CONDUTAS INTERMEDIÁRIAS (ENTRE 5 E 6 ANOS) – o aluno consegue conservar
quando há a troca mas vacila na resposta e não justifica o porquê. Consegue resolver a questão da
quantidade.
NÍVEL 3 – CONDUTAS CONSERVATIVAS (APÓS 6 ANOS) – tem noção de identidade (tem o
mesmo, não tirou e não botou nada), tem noção de reversibilidade (se esticar não muda) e tem noção
de compensação (uma está com as fichas mais perto e o outro com as fichas mais longe).
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2. Prova da conservação de volume ou de quantidades de líquidos –


transvasamento

I. Material
- 2 copos idênticos
- 1 copo mais estreito e mais alto
- 1 copo mais largo e mais baixo

lI. Procedimento

1.

A A1 B C

Converse inicialmente com a criança e a convida para brincar ou fazer um joguinho. Depois, disponha
os recipientes diante da criança de modo que a visibilidade seja adequada. Estando a criança interessada
na brincadeira, explique para ela: Vou colocar água nestes dois copos (A e A1), quando eles
estiverem com a mesma quantidade de água você me avisa? Fique atento! Ao finalizar, recebendo
a resposta da criança, pergunte para confirmar: Você tem certeza? Por quê? A preparação é finalizada
quando a criança dá uma resposta positiva para o questionamento.

Observações:

Nessa fase, você deve fazer o seguinte questionamento: Se você tomar a água deste copo (A) e eu
tomar a água deste (A1) qual de nós tomará mais água? Por quê?

Observações:
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2.

A B A1

Passe a água de A para B e depois pergunte à criança: E agora onde tem mais água? Como você sabe
disso? Independente da resposta faça a contra-argumentação.

Observações:

CONTRA-ARGUMENTAÇÃO
 CONSERVAÇÃO – Outro dia eu fiz esta brincadeira com um menino do seu tamanho e ele me disse que
neste copo (B) havia mais água porque nele a água estava tão alta! O que você acha, ele estava certo ou
errado? Por quê?
 NÃO-CONSERVAÇÃO - Outro dia uma criança igual a você me disse que nestes dois copos tem a mesma
quantidade de água porque ninguém colocou e nem tirou água. Você acha que aquele menino estava
certo ou errado? Por quê?
 RETORNO EMPÍRICO – Se colocarmos a água nos copos iguais terá a mesma quantidade
nos dois? Por quê?

Observações:

3.

B A A1
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Passe a água de B para A. Então, mostre à criança os copos A e A1 e pergunte: E agora, onde tem mais
água, em A ou A1? Se a resposta for negativa, complete com água até que a resposta seja positiva. Se eu
beber esta água (A) e você esta água (A1) quem bebe mais, eu ou você? Por quê? A preparação
é finalizada quando a criança dá uma resposta positiva para o questionamento.

Observações:

4.
A C A1
Passe a água de A para C e depois pergunte: E agora, onde tem mais? Como você sabe disso?

Observações:

CONTRA-ARGUMENTAÇÃO
 CONSERVAÇÃO – Outro dia eu fiz esta brincadeira com um menino do seu tamanho e ele me
disse que neste copo (C) havia menos água porque nele a água estava tão alta! O que você
acha, ele estava certo ou errado? Por quê? Como você sabe disso?
 NÃO-CONSERVAÇÃO - Outro dia uma criança como você me disse que nestes dois copos
tem a mesma quantidade de água porque ninguém colocou e nem tirou água. Você acha que
aquele menino estava certo ou errado? Por quê? Como você sabe disso?

 RETORNO EMPÍRICO – Se colocarmos a água nos copos iguais terá a mesma quantidade
nos dois? Por quê? Como você sabe disso?

Observações:
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III. Hipótese Diagnóstica


NÍVEL 1 – JULGAMENTOS OSCILANTES ENTRE CONSERVAÇÃO E NÃO CONSERVAÇÃO (ENTRE 5 E
6 ANOS) – predomínio da não conservação. Considera-se que tem mais no mais alto, oscilando as suas
respostas (hora tem mais e hora tem menos). As justificativas dadas não são claras.
NÍVEL 2 – CONDUTAS INTERMEDIÁRIAS OSCILANTES ENTRE CONSERVAÇÃO E NÃO
CONSERVAÇÃO (ENTRE 6 E 7 ANOS) – oscila nas suas respostas principalmente pela contra
argumentação. Melhoram as justificativas mas estas ainda não são bem claras.
NÍVEL 3 – NOÇÃO CONSERVATIVA ( A PARTIR DE 7 ANOS) – realiza a operação, justifica e a resposta
é mantida mesmo com a contra-argumentação.
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3. Prova da conservação de massa ou de noção de quantidade de matéria (quantidade


contínua)

I. Material
- Massa de modelar (2 blocos de cores diferentes)

lI. Procedimento

1.

Nesta fase, você pode começar com uma brincadeira com a massa de modelar. Apresente
a massa de modelar à criança e deixa-a manipulá-la. Logo após, faça duas bolas (2 a 3 cm
de diâmetro) com a mesma quantidade de massa e pergunte à criança: Estas duas bolas
têm a mesma quantidade de massinha? Você tem certeza? A preparação é finalizada
quando a criança dá uma resposta positiva para o questionamento.

Observações:

Perguntar: Se eu der esta bolinha para você e ficar com esta para mim, qual de nós dois ganha
a bola que tem mais massa? Por quê?

Observações:

2.

Transforme uma das bolinhas em um rolinho (ou salsicha) e, colocando-a ao lado da bolinha,
horizontalmente na mesa, pergunte à criança: E agora onde tem mais massinha? Por
quê? Como você sabe disso? Independente da resposta faça a contra-argumentação.

Observações:
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CONTRA-ARGUMENTAÇÃO
 CONSERVAÇÃO – A salsicha é mais comprida do que a bola, será que tem mais massa?
 NÃO-CONSERVAÇÃO – Antes as duas bolas tinham a mesma quantidade. E agora?
 RETORNO EMPÍRICO – Se dessa salsicha eu fizer a bola, será que vai ter a mesma
quantidade da outra?

Observações:

3.

Faça novamente duas bolinhas e confirme com a criança a preparação inicial perguntando
se ambas tem a mesma quantidade de massinha. Após a confirmação da criança, aperte
uma das bolinhas até que bem achatada (“bolacha”, mini-pizza) e pergunte à criança: E
agora onde tem mais massinha? Como você sabe disso? Independente da resposta faça
a contra-argumentação.

Observações:

CONTRA-ARGUMENTAÇÃO
 CONSERVAÇÃO – A bola mais alta que a pizza, será que tem mais massa?
 NÃO-CONSERVAÇÃO – Antes as duas bolas tinham a mesma quantidade. E agora?
 RETORNO EMPÍRICO – Se dessa pizza eu fizer a bola, será que vai ter a mesma quantidade da outra?

Observações:

4.
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Faça novamente duas bolinhas e confirme com a criança a preparação inicial perguntando se ambas
tem a mesma quantidade de massinha. Após a confirmação da criança, divida uma das bolinhas em
cinco pedaços iguais fazendo com eles bolinhas menores, e pergunte à criança: E agora? Onde tem
mais massinha? Nesta bola grande ou em todas as pequenas juntas? Como você sabe disso?
Independente da resposta faça a contra-argumentação.

Observações:

CONTRA-ARGUMENTAÇÃO
 CONSERVAÇÃO – A bola é maior que as bolinhas, será que tem mais massa?
 NÃO-CONSERVAÇÃO – Antes as duas bolas tinham a mesma quantidade. E agora?
 RETORNO EMPÍRICO – Se eu juntar essas bolinhas, será que vai ter a mesma quantidade da
outra?

Observações:

III. Hipótese Diagnóstica


NÍVEL 1 – CONDUTAS NÃO CONSERVATIVAS (ATÉ 5 ANOS) – não consegue conservar quando muda
a bola, mesmo com a contra argumentação.
NÍVEL 2 – CONDUTAS INTERMEDIÁRIAS (ENTRE 5 E 6 ANOS) – julga igual ou diferente, mas muda
com a contra-argumentação. As justificativas não são claras.
NÍVEL 3 – CONSERVAÇÃO (A PARTIR DOS 7 ANOS) – realiza a conservação e justifica.
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4. Prova de conservação de comprimento

I. Material
- 1 fio flexível (barbante, linha, corrente etc) de 20cm = A
- 1 fio flexível (barbante, linha, corrente etc) de 30cm = B

lI. Procedimento

1. A.
B.

Dispor as linhas em paralelo e perguntar à criança: Imagine que são duas estradas, a estrada
A é maior que a estrada B? Os caminhos são iguais ou caminho (A) é mais comprido ou menos
comprido do que o (B)? Como você sabe disso? A preparação é finalizada quando a criança dá uma
resposta positiva para o questionamento.

Observações:

2.

Agora, você deve deformar a linha B para que fique do mesmo comprimento de A e perguntar: E
agora? Imagine que há duas formiguinhas, uma em cada estrada, será que as duas vão andar a
mesma coisa? O comprimento das estradas é o mesmo? Como você sabe disso? Independente da
resposta faça a contra-argumentação.

Observações:

CONTRA-ARGUMENTAÇÃO
 CONSERVAÇÃO – Uma linha é maior que a outra? Mas começam e terminam iguais?
 NÃO-CONSERVAÇÃO – No início quando estavam esticadas não eram diferentes?
 RETORNO EMPÍRICO – Se nós esticarmos novamente vão ficar iguais ou diferentes?

Observações:
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3.

Agora, faça curvas nas duas linhas, de modo que fique uma diferença entre o começo e o final das linhas e
pergunte à criança. E agora? Se as duas formiguinhas forem caminhar uma em cada estrada,
será que as duas vão andar a mesma coisa? O comprimento da estrada é o mesmo? Como você sabe
disso? Independente da resposta faça a contra-argumentação.

Observações:

CONTRA-ARGUMENTAÇÃO
 CONSERVAÇÃO – Uma linha é maior que a outra? Mas começam e terminam iguais?
 NÃO-CONSERVAÇÃO – No início quando estavam esticadas não eram diferentes?
 RETORNO EMPÍRICO – Se nós esticarmos novamente vão ficar iguais ou diferentes?

III. Hipótese Diagnóstica


NÍVEL 1 – CONDUTAS NÃO CONSERVATIVAS (ATÉ 6 ANOS) – quando transformadas as fitas não
conserva e não justifica.
NÍVEL 2 – CONDUTAS CONSERVATIVAS (APÓS 7 ANOS) – conserva e justifica.
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5. Prova de conservação de peso

I. Material
- 2 bolas de massa de modelar, de cores diferentes, com 4 cm de diâmetro.
- 1 balança com dois pratinhos.
lI. Procedimento

1.

Utilize a balança e mostre as suas partes e pergunte: Você sabe para que serve uma balança? Espere a
criança responder. Depois, mostre as duas massas de cores diferentes. Depois dê a massa para a criança
e peça que ela faça duas bolas. Procure estabelecer a igualdade. Gostaria que você fizesse duas bolas
de massa com o mesmo peso (dê as massas para a criança fazer as bolas). Faça ela comprovar a
igualdade com a balança.
Observações:

2.

Pergunte: As bolas têm o mesmo peso ou uma pesa mais e outra menos? Como você sabe disso?
Pode me mostrar? Caso a criança diga que as duas não tem o mesmo peso, pergunte: O que você pode
fazer para que as bolas fiquem com o mesmo peso? Enquanto a criança não perceber a igualdade não
continue com a prova.
Observações:
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3. e compare

Depois de deixar a criança brincar um pouco com a massinha, transforme uma das bolas em uma salsicha,
se for o caso peça a ajuda da criança, e então pergunte: Você acha que a salsicha pesa a mesma coisa
que a bola ou é mais pesada? Será? Como você sabe disso? Independente da resposta faça a contra-
argumentação.

Observações:

Depois, faça o gesto de colocar a bola na balança, mas não coloque. E em seguida fale: vamos fazer de
conta que eu vou colocar esta bola neste pratinho (da balança) e está salsicha neste outro. A salsicha
terá mais, menos ou o mesmo peso que a bola? Como sabe? Pode me explicar? Mas a salsicha é
mais larga, você não acha que ela pesa mais que a bola? Você se lembra de que me disse que as
duas bolas tinham o mesmo peso? O que você acha agora? E se eu voltar a fazer uma bola com esta
salsicha, teremos o mesmo peso ou uma terá mais e a outra menos? Espere ele responder antes de
fazer o retorno.
Observações:

4.

e compare

Depois transforma uma bola de massinha em mini pizza e compare com a outra bola. E pergunte: E agora?
Esta pizza tem mais, menos ou o mesmo peso que esta bola? Como sabe? Um garoto da sua idade
me disse que a pizza iria pesar mais que a bola. Você acha que ele estava certo ou não? Um garoto
da sua idade me disse que iria ter o mesmo peso. O que você acha? Ou você se lembra de quando
me disse que as duas bolas tinham o mesmo peso? E se eu voltar a fazer uma bola com esta pizza,
teremos o mesmo peso ou uma terá mais e outra menos? Espere ele responder antes de fazer o retorno.
Observações:
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5.
e compare

E por fim, faça o mesmo com 8 a 10 pedaços de pizzas, bolas pequenas, e pergunte: Estas bolinhas ou
pedacinhos de pizza, possuem mais, menos ou o mesmo peso que esta bola? Explique-me por que
razão acha isto. Mas tem oito pedaços, não parece que pesam mais que a bola? Você lembra de que
me disse que tinha o mesmo peso quando era uma bola? O que acha agora? Se eu voltar a fazer uma
bola novamente, teremos o mesmo peso ou uma terá mais e a outra menos? Espere ele responder
para fazer o retorno.

Observações:

III. Hipótese Diagnóstica


NÍVEL 1 – NOÇÃO NÃO CONSERVATIVA (6 A 7 ANOS) – o peso é julgado mais ou menos pesado em
cada transformação e ele não sabe justificar o porquê.

NÍVEL 2 – NOÇÃO INTERMEDIÁRIA (7 ANOS) – os julgamentos oscilam entre a conservação e na não


conservação.
NÍVEL 3 – NOÇÃO CONSERVATIVA (A PARTIR DE 8 ANOS) – os pesos são julgados iguais e sabe
justificar o porquê.
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6. Prova de conservação de volume

I. Material
- 2 vasos iguais.
- 2 massas de modelar de cores diferentes.
- 2 vasos contendo líquidos de cores diferentes.

lI. Procedimento

1.

Primeiramente mostre os materiais para a criança e depois leve ela a constatar a mesma quantidade de
água nos dois vasos ou copo usados e pergunte: O que você acha que tem nesse vaso ou copo? Porque
você acha isto? Como você acha que são estes vasinhos em quantidade de líquidos, iguais ou
diferentes?
Observações:

2.

Nessa atividade, peça para a criança fazer duas bolas iguais, que tenham a mesma quantidade, e depois
que ela coloque em um dos copos água até um pouco mais do que metade. Novamente, peça para a criança
colocar a mesma quantidade de água no outro copo, nem mais nem menos. Em seguida, pergunte: as bolas
possuem a mesma quantidade de massa. Os copos tem a mesma quantidade de água? Se eu colocar
uma bola no copo 1 o que você acha que vai acontecer com a água - vai subir, descer ou ficar a
mesma coisa? Porque você acha isto? E se eu colocar a outra bola neste copo 2, a água vai subir
mais, descer ou ficar a mesma coisa? Ah, só coloque as bolas no líquido se realmente tiver necessidade.

Observações:
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3.

Copo 2 Copo 1
Agora, transforme uma das bolas em uma salsicha e faz o gesto de colocá-la no vidro. Pergunte: e se eu
colocar a salsicha no copo 2, a água subirá mais, menos ou ficará igual a este copo 1? Como sabe
disso? Mas a salsicha é mais fina, você não acha que subirá menos? Você lembra que antes havia
me dito que iria subir a mesma coisa quando eram bolas? Com a salsicha, eu faço uma bola
novamente e coloco neste copo, a água irá subir mais, menos ou a mesma coisa?
Observações:

4.

Agora, faça o mesmo procedimento com a suposta mini pizza ou as 8 a 10 bolinhas pequenas e pergunte:
E se eu colocar esta pizza no copo 2, você acha que a água subirá mais, menos ou ficará a mesma
coisa? Como sabe disso? Uma pessoa da sua idade me disse que teria a mesma quantidade, você
acha que ele estava certo ou errado? Mas a pizza é mais larga, você não acha que subirá mais que
neste outro?
Observações:

III. Hipótese Diagnóstica


NÍVEL 1 – CONDUTAS NÃO CONSERVATIVAS (8 A 9 ANOS) – o peso varia conforme a justificativa dada
e muitas vezes não consegue justificar.
NÍVEL 2 – CONDUTAS INTERMEDIÁRIAS (10 ANOS) – as respostas variam de acordo com a noção de
não conservação e de conservação e consegue justificar com confiança mesmo que esteja errado.
NÍVEL 3 – CONDUTAS CONSERVATIVAS (11 A 12 ANOS) – demonstram a noção de conservação e
justificam as suas colocações.
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7. Prova de pensamento formal – mudança de critério (dicotomia)

I. Material
- 6 círculos pequenos azuis (4cm)
- 6 círculos pequenos vermelhos (4cm)
- 6 círculos grandes azuis (6cm)
- 6 círculos grandes vermelhos (6cm)
- 6 quadrados pequenos azuis (4cm)
- 6 quadrados pequenos vermelhos (4cm)
- 6 quadrados grandes azuis (6cm)
- 6 quadrados grandes vermelhos (6cm)
- 2 caixas baixas iguais para separação dos grupos

lI. Procedimento

1.

Agora, coloque as fichas em desordem sobre a mesa, mas sem sobrepô-las e pergunte à criança: Você
pode me dizer o que está vendo? Você conhece essas figuras (quadrados e círculos)?

Observações:

CLASSIFICAÇÃO ESPONTÂNEA – Peça à criança: Você pode colocar juntas todas as fichas que
combinam? Após a execução perguntar: Você pode me explicar por que colocou assim?

Observações:
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DICOTOMIA – Pedir à criança: Agora, gostaria que você fizesse apenas 2 grupos e os
colocassem separados. Após a criança realizar a tarefa pergunte: Por que você colocou assim? Me
explique melhor?

Observações:

PRIMEIRA MUDANÇA DE CRITÉRIO – Peça à criança: Será que você poderia arrumar em 2 grupos
diferentes do que você já fez? Você poderia descobrir outro modo de separar em 2 grupos?

Observações:

5. SEGUNDA MUDANÇA DE CRITÉRIO – Peça à criança: Você poderia separar ainda de outro
modo diferente, fazendo 2 grupos novos?

Observações:

III. Hipótese Diagnóstica


NÍVEL 1 – COLEÇÕES FIGURAIS (4 A 5 ANOS) – classificam por uma característica, mudando o
critério e não utilizando todas as possibilidades.
NÍVEL 2 – INÍCIO DA CLASSIFICAÇÃO (5 A 6 ANOS) – faz classificações por critérios diferentes,
mas não antecipa o uso dos critérios.
NÍVEL 3 – DICOTOMIA SEGUNDO TRÊS CRITÉRIOS (APÓS 7 ANOS) – realiza a classificação
nos três critérios e antecipa o uso destes.
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8. Prova de classificação – quantidade da inclusão de classes

I. Material
- 5 frutas de plástico de um tipo conhecido (ex.: maçãs)
- 2 frutas de plástico de tipo diferente, mas conhecido (ex.: bananas)
- As frutas devem ser pequenas e não de tamanho natural.

lI. Procedimento

1.

Depois de uma conversa inicial com a criança, a fim de deixá-la à vontade, apresenta-lhe as 7 frutas
perguntando: O que é isto? Se a criança não souber, orientá-la: Isto são frutas. Você conhece outras
frutas? Quais?

Observações:

2.

Pegar uma fruta de cada vez e perguntar à criança: O que é isto? Se a criança responder é uma
fruta, perguntar: Qual é o nome dela? Se a criança responder é uma maçã ou é uma banana,
perguntar: O que a maça ou banana é?

Observações:

3.

Em seguida, perguntar: O que você está vendo aqui sobre a mesa? Se a criança disser frutas,
perguntar: Qual o nome dessas? (apontando as maçãs). E essas? (apontando as bananas).
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Observações:

4.

Em seguida, disponha todas as frutas na mesa e conte junto com a criança, confirmando a
quantidade correta de cada tipo. Após a confirmação, pergunte à criança: Aqui na mesa tem mais
maçãs ou bananas? Por quê? Como você sabe disso? Se a resposta for errada, faça a contagem
novamente com a criança até que a resposta certa seja apresentada pela criança.

Observações:

5.

Apresente 2 maçãs e 1 banana e proceda da mesma maneira perguntando à criança: Aqui na mesa tem
mais maçãs ou tem mais frutas? Como você sabe disso?

Observações:

III. Hipótese Diagnóstica


NÍVEL 1 – AUSÊNCIA DE QUANTIFICAÇÃO INCLUSIVA (5 A 6 ANOS) – identifica que há mais
margaridas do que rosas mas erra na subtração das classes.
NÍVEL 2 – CONDUTAS INETERMEDIÁRIAS ( 6 A 7 ANOS) – hesita nas respostas e se confunde
na contra-argumentação.
NÍVEL 3 – EXISTÊNCIA DE QUANTIFICAÇÃO INCLUSIVA (A PARTIR DOS 7 OU 8 ANOS) –
responde corretamente a todas as questões.
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9. Prova de seriação de palitos ou bastonetes

I. Material
- 10 bastonetes de 10,5 cm a 16cm (0,5 cm de diferença entre eles)
- 1 anteparo (caixa rasa)

lI. Procedimento

1.

Convidar a criança para fazer um jogo ou uma brincadeira. Apresentar à criança os bastonetes
informando: Estes “pauzinhos” chamam-se bastonetes. Você vai pegar estes bastonetes e fazer com eles
uma bonita escada (ou fileira) colocando-os em ordem, um ao lado do outro dessa forma que você está
vendo.

Entregue os bastonetes agrupados em desordem para a criança e deixe-a manipular livremente


observando a escolha e ordenação feita pela criança, no anteparo preparado para isso. Se a criança
fizer uma escada sem base comum, sugira: Você não poderia fazer uma “escadinha” diferente, mais
bonita? Quando a criança terminar, pergunte: Como você fez para escolher os bastonetes? Anote a
explicação e o processo utilizado pela criança na construção da série de bastonetes.

Nenhum ensaio de seriação Pequenas séries

Êxito sistemático Tentativa de seriação ou seriação

Observações:

VERIFICAÇÃO DA EXCLUSÃO (OU INTERCALAÇÃO): Peça para a criança fechar os olhos. Retire um dos
bastonetes que compõe a série, a escadinha e não deixe o espaço vazio do bastonete retirado. Peça para
a criança abrir os olhos e tentar descobrir a posição em que estava o bastonete retirado pelo aplicador.
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Nenhum ensaio, faz de qualquer jeito Êxito Parcial

Ensaios Infrutíferos, faz de qualquer jeito Êxito Sistemático

Observações:

SERIAÇÃO OCULTA ATRÁS DO ANTEPARO (OU CONTRAPROVA): Se a criança teve êxito sistemático
na construção da série e na intercalação, coloque um anteparo que lhe impeça de ver o a ordenação e
explique à ela: Agora é minha vez de fazer a escada com a sua ajuda. Você vai me dar os bastonetes
um após o outro para que minha escada fique tão bonita quanto a sua! Você deverá entregá-los na
ordem certa.

À medida que a criança for entregando cada bastonete, pergunte aleatoriamente, algumas vezes: Por
que você me deu este? Como ele é perto dos outros que estão com você? Como ele é
perto dos que estão comigo, maior, menor? Anotar o desempenho da criança na
construção da série com anteparo.

Nenhum ensaio Êxito Parcial

Ensaios Infrutíferos Êxito Sistemático

Observações:

III. Hipótese Diagnóstica


NÍVEL 1 - AUSÊNCIA DE SERIAÇÃO (3 A 5 ANOS) – de 3 a 4 anos existe a ausência de série e não
compreende a proposta. De 4 a 5 anos faz série de 3 a 4 bastões, se confunde com o todo e não
consegue intercalar os outros.
NÍVEL 2 – CONDUTA INTERMEDIÁRIA (5 A 6 ANOS) – compara cada bastão para fazer a série.
NÍVEL 3 – ÊXITO OBTIDO POR MÉTODO OPERATÓRIO (7 anos em diante) –antecipa os critérios e realiza
corretamente as atividades.
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10. Prova de intersecção de classes

I. Material
- 5 fichas redondas azuis (2,5 CM DE DIÂMETRO)
- 5 fichas redondas vermelhas (2,5 CM DE DIÂMETRO)
- 5 fichas quadradas vermelhas.
- 1 folha de papelão com dois círculos interligados sendo 1 preto e o outro amarelo.

lI. Procedimento

Fonte: google imagens.

1.
Depois de uma conversa inicial com a criança, a fim de deixá-la à vontade, coloque as fichas quadradas e
vermelhas no meio da junção dos dois círculos, e por fora, nas extremidades, as redondas vermelhas
e redondas azuis. Depois peça para a criança observar a disposição das fichas. E pergunte para a criança:
Diga-me o que você está vendo? Porque você acha que eu deixei as fichas vermelhas e quadradas
no meio? Há mais fichas azuis ou vermelhas? Há mais fichas quadradas ou redondas?

Observações:

2.
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Pergunta de intersecção: Coloque as fichas redondas e vermelhas; e as fichas quadradas e vermelhas na


interseção e pergunte para a criança: Há a mesma quantidade, mais ou menos de fichas redondas
vermelhas e quadradas vermelhas na intersecção? (aponte para a criança).
Observações:

3.

Pergunta de intersecção: E se eu tirar duas fichas redondas e vermelhas da interseção e colocar ao


lado das fichas redondas e azuis o que poderá acontecer? Espere a resposta. Porque você acha isso?
Pode me mostrar? Se a resposta for errada, faça a contagem
novamente com a criança até que a resposta certa seja apresentada pela criança.

Observações:

4.

Pergunta de intersecção: Você deve tirar uma ficha redonda e vermelha e perguntar para a criança: Você
pode me dizer quantas fichas tem no meio do círculo, intersecção, e quantas fichas tem fora, na
extremidade? Você pode me dizer quantas fichas tem no total? Há a mesma quantidade, mais ou
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menos de fichas quadradas que vermelhas? Como você sabe? Se a resposta for errada, faça a
contagem novamente com a criança até que a resposta certa seja apresentada pela criança.

Observações:

III. Hipótese Diagnóstica


NÍVEL 1 – SEM NOÇÃO DE INTERSECÇÃO (4 A 5 ANOS) – responde as perguntas em separado, mas
não compreende a intersecção e a inclusão.

NÍVEL 2 – CONDUTAS INTERMEDIÁRIAS ( 6 ANOS) – faz repetições e pode dar algumas respostas
corretamente.

NÍVEL 3 – NOÇÃO DE INTERSECÇÃO (7 A 8 ANOS) – dá respostas corretas.


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11. Prova de combinação de fichas duplas para pensamento formal

I. Material
- 6 fichas de 2,5 cm de diâmetro, uma de cada cor (total 30 pares)

lI. Procedimento

1.

Convide a criança para fazer um jogo ou uma brincadeira, pares de bolinhas. Nesta atividade você deve
pedir para a criança fazer o maior número de combinações possíveis com as fichas de cores vermelho,
azul, verde, amarelo, laranja, preto. Peça para a criança fazer com as fichinhas todas as duplas que puder,
não pode repetir. Se ele não entender você pode formar um par, é valido fazer a combinação visual com um
par. E então pergunte: Me fale como você realizou a prova? O que você achou? Me fale quantas duplas
formou?

Observações:

III. Hipótese Diagnóstica


NÍVEL 1 – AUSÊNCIA DE CAPACIDADE COMBINATÓRIA (11 ANOS) – não consegue fazer muitas
combinações e não estabelece critérios.

NÍVEL 2 – CONDUTAS INTERMEDIÁRIAS (12 ANOS) – faz combinações mas não consegue prever o
número total de combinações.

NÍVEL 3 – CONDUTAS OPERATÓRIAS (13 ANOS EM DIANTE) – chega a descobrir até 30 duplas e justifica
suas combinações.
40

12. Prova de permutações possíveis com um conjunto determinado de fichas

I. Material
- 4 fichas de 2,5 cm de diâmetro, uma de cada cor

lI. Procedimento

1.

1.

Novamente, convide a criança para fazer um jogo ou uma brincadeira, pares de bolinhas. Nesta atividade
você deve pedir para a criança fazer o maior número de combinações possíveis com as fichas de cores
vermelho, azul, verde e amarelo. Peça para a criança fazer com as fichinhas todas as duplas que puder, não
pode repetir. Se ele não entender você pode formar um par, é valido fazer a combinação visual com um par.
E então pergunte: Me fale como você realizou a prova? O que você achou? Me fale quantas duplas
formou?

Observações:

III. Hipótese Diagnóstica


NÍVEL 1 – AUSÊNCIA DE CAPACIDADE COMBINATÓRIA (11 ANOS) – não consegue fazer muitas
combinações e não estabelece critérios.

NÍVEL 2 – CONDUTAS INTERMEDIÁRIAS (12 ANOS) – faz combinações mas não consegue prever o
número total de combinações.

NÍVEL 3 – CONDUTAS OPERATÓRIAS (13 ANOS EM DIANTE) – chega a descobrir até 30 duplas e justifica
suas combinações.
41

REFERÊNCIAS

http://atividadeparaeducacaoespecial.com/inclusao-como-aplicar-as-provas-operatorias-de-piaget/
https://www.opas.org.br/desenvolvimento-infantil-o-que-e-e-as-4-fases-de-jean-piaget/

https://www.trabalhosfeitos.com/topicos/provas-piagetianas/

https://pt.slideshare.net/GilbertaNogueira/provas-piagetianas

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