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Dissertação
Pelotas, 2018
Jonathan Aires Iacks
Pelotas, 2018
Jonathan Aires Iacks
Banca examinadora:
____________________________________________________________
Dra. Margarete Regina Freitas Gonçalves (Orientadora)
Doutora em Engenharia, área de concentração Ciência dos Materiais pela
Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, RS, Brasil.
____________________________________________________________
Dra. Maria Tereza Fernandes Pouey
Doutora em Engenharia Civil pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto
Alegre, RS, Brasil.
____________________________________________________________
Dra. Ariela da Silva Torres
Doutora em Engenharia Civil pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto
Alegre, RS, Brasil.
_____________________________________________________________
Prof. Dr. Rubens Camaratta (suplente)
Doutor em Ciência e Tecnologia de Materiais pela Universidade Federal do Rio
Grande do Sul, Porto Alegre, RS, Brasil.
Dedico este trabalho ao pilar da minha existência e
minha grande motivadora, minha mãe Eloi da Cruz
Aires.
AGRADECIMENTOS
A Deus.
À minha orientadora Dra. Margarete Regina Freitas Gonçalves por ter
aceitado me auxiliar na condução deste trabalho, por tamanha paciência e
compreensão nos momentos que mais precisei.
À Dra. Estela Oliari Garcez pelo auxílio no início da minha jornada como
mestrando deste Programa.
Ao Programa de Pós Graduação em Ciência e Engenharia de Materiais e a
Universidade Federal de Pelotas pela oportunidade de fazer parte do seu quadro
discente.
À Professora, colega e grande amiga MSc. Aline Tabarelli, por toda ajuda
nesse período de mestrado e, principalmente, por ter me mostrado sempre que tudo
é possível e que nosso empenho sempre trará crescimento e bons resultados.
À Empresa São Marcos – Artefatos de Concreto, representada pelo
Engenheiro Stael Padilha, por ter disponibilizado seus funcionários, materiais e
equipamentos para a realização desta pesquisa, sem dúvida este trabalho não
poderia ter sido desenvolvido sem o apoio financeiro e conhecimento técnico desta
empresa.
À SLC alimentos pela disponibilidade em fornecer seus resíduos para a
realização do trabalho e, além disso, dispor de tempo para conhecimento do
processo produtivo e métodos de obtenção do resíduo gerado.
À todos os professores que fizeram parte deste momento da minha formação
pessoal e profissional, em especial aos que fazem parte deste programa de Pós
Graduação.
Ao Doutorando Oscar Paniz por toda a ajuda no início dos ensaios deste
trabalho.
À Graduanda em Engenharia Civil Lislaine Jahnecke Oliveira, por ter sido tão
perspicaz ao me auxiliar na realização de cada ensaio e incansável na realização de
cada um deles.
À CIENTEC – Fundação de Ciência e Tecnologia por ter aceito, mesmo no
encerramento de suas atividades, realizar os ensaios os quais a Universidade não
dispõe de equipamentos.
À minha colega e amiga MSc. Juliana Contreira, por ter sido inúmeras vezes
fonte de motivação e, também, inspiração.
À minha amiga MSc. Camila Alves, por todo auxílio nos momentos de maiores
dúvidas no desenvolvimento desta pesquisa.
À minha família e todos os meus amigos.
E por último, especialmente, ao meu irmão Pablo Aires Iacks e à minha mãe,
Eloi da Cruz Aires por ter sido incansável no momento mais crucial de nossas vidas
e o suportado, da forma como contornou todos os obstáculos da vida, com fé,
determinação e amor.
IACKS, Jonathan Aires. Uso de cinza de casca de arroz para obtenção de blocos
de concreto para pavimentação. 77f. Dissertação – Programa de Pós-Graduação
em Ciência e Engenharia de Materiais, Centro de Desenvolvimento Tecnológico,
Universidade Federal de Pelotas, Pelotas, 2018.
1. INTRODUÇÃO ........................................................................................................... 16
1.1. Objetivos .............................................................................................................. 18
1.1.1 Objetivo Geral............................................................................................... 18
1.1.2 Objetivos Específicos .................................................................................. 19
1.2 Delimitações da pesquisa ..................................................................................... 19
1.3 Estrutura da dissertação ........................................................................................ 19
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ..................................................................................... 21
2.1 Reciclagem de resíduos como estratégia para o desenvolvimento de novos
produtos ......................................................................................................................... 21
2.2 Cinza de Casca de Arroz (CCA)............................................................................ 24
2.2.1 Métodos de obtenção ..................................................................................... 27
2.2.2 A sílica presente na CCA ............................................................................... 28
2.2.3 O uso da CCA na Construção Civil ................................................................ 30
2.3 Pavimentos de concreto ......................................................................................... 32
2.3.1 Pavimentos de concreto moldados in loco .................................................... 32
2.3.2 Pavimentos de concreto pré-moldados ........................................................ 33
2.4 O uso de resíduos como potencializador para alcançar a inovação em
pavimentos com blocos de concreto ........................................................................... 40
3. MATERIAIS E MÉTODOS ........................................................................................ 44
3.1 Matérias-primas ................................................................................................... 45
3.1.1 Caracterização da CCA ............................................................................... 46
3.1.2 Caracterização do agregado miúdo (areia) .................................................. 50
3.3 Obtenção dos blocos de concreto sem e com CCA ............................................ 51
3.3.1 Caracterização física e mecânica .................................................................... 60
3.3.2 Análise de coloração ....................................................................................... 63
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO ............................................................................... 65
4.1 Inspeção visual........................................................................................................ 65
4.2 Avaliação dimensional ........................................................................................... 67
4.3 Absorção e índice de vazios .................................................................................. 68
4.4 Resistência à compressão ..................................................................................... 70
4.5 Resistência à abrasão ........................................................................................... 71
4.6 Análise de coloração ............................................................................................. 72
5. CONCLUSÕES .......................................................................................................... 75
6. Sugestões para trabalhos Futuros ........................................................................... 77
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................................ 78
1 INTRODUÇÃO
Este capítulo apresenta o contexto no qual se insere esta pesquisa bem como
sua justificativa, seus objetivos e a estrutura da presente dissertação.
Nos dias atuais, cada vez mais os consumidores estão em busca de soluções
para satisfazer seu anseio de transformar o mundo globalizado em um mundo
melhor. Isso se deve ao fato que estes mesmos consumidores estão mais atentos
aos conceitos de desenvolvimento sustentável e social, baseados em suprir as
necessidades atuais, sem o comprometimento da capacidade de suprir as gerações
futuras, tampouco promover o esgotamento dos recursos naturais ou uma
degradação massiva do meio ambiente. Sendo assim, “pensar” de forma sustentável
já não é mais uma estratégia empresarial, mas representa um desejo pessoal de
garantir uma vida com maior qualidade para as gerações do futuro, assegurando a
manutenção de recursos naturais e um ambiente de qualidade mais satisfatória.
O meio ambiente é uma das maiores preocupações do século e tratá-lo de
forma a promover a sua manutenção e de seus recursos, nada mais é do que criar
condições de uso onde sejam levados em consideração dois fatores: os recursos
naturais são esgotáveis e a degradação do meio ambiente afeta negativamente a
qualidade de vida das pessoas. Em consequência dessa perspectiva, surge a
necessidade de impor limites à ação do homem sobre a natureza e busca-se,
portanto, um freio ao sistema produtivo insustentável. Aliado a isso, atenta-se à
necessidade de tomarem-se medidas de mitigação dos impactos decorrentes da
atual ordem econômica mundial caracterizada pela produção e consumo sempre
crescentes.
Tendo em vista esse ritmo de produção acentuado, devido ao crescimento
populacional e as modificações na economia do país, faz-se necessário observar
que rejeitos, independentemente da origem, não são gerados somente após o
17
consumo do produto final, mas, também, durante a produção do mesmo, como uma
consequência do processo.
Muitos resíduos que, por não terem um destino adequado são, muitas vezes,
depositados em grandes áreas abertas, provocando um elevado impacto ambiental.
Um exemplo típico é a cinza de casca de arroz (CCA), rejeito oriundo da casca de
arroz quando utilizada como fonte de energia no processo de secagem em indústrias
de beneficiamento de arroz. Após a queima, a casca do arroz converte-se em uma
cinza, que dependendo da temperatura, pode apresentar-se escura e com elevado
teor de carbono. Esse resíduo tem como principal destino aterros ou descarte
inadequado na natureza. Na tentativa de reduzir este descarte, pesquisas vêm
sendo realizadas visando a aplicação da CCA na indústria de fabricação de artefatos
de concreto e os resultados tem mostrado a possibilidade de otimização das
propriedades tecnológicas dos mesmos.
Neste sentido, resíduos industriais e materiais reciclados estão sendo usados
na indústria da construção para preservar o meio ambiente, economizar materiais e
aumentar a durabilidade do material de construção (SANG-HWA et al., 2018), para
que se possa, cada vez mais, aproveitar as características dos rejeitos industriais
somando-as às características de outros materiais existentes. Além disso, a
Engenharia deve buscar incessantemente o desenvolvimento de materiais com
melhores propriedades, que atendam às normas existentes e às expectativas dos
consumidores, através de materiais com maior vida útil e melhor qualidade, pois,
segundo Neville (1997), a utilização de materiais alternativos como escória, a cinza
volante, a cinza de casca de arroz e a sílica ativa, bem como suas combinações,
podem produzir concretos com melhor desempenho.
O estado do Rio Grande do Sul é responsável por grande parte da produção
arrozeira do país. A constatação da necessidade de encontrar tecnologias
sustentáveis para lidar com a quantidade de resíduos gerados por essa demanda de
arroz na região e também para a exportação, faz surgir esta pesquisa. Focado nesse
contexto, no presente trabalho analisou-se a influência da adição de CCA no
concreto utilizado para a produção de blocos para pavimentos, a partir da
determinação de suas propriedades tecnológicas (físicas, mecânicas e estética). A
utilização da cinza da casca de arroz pode reduzir a densidade e peso do concreto,
bem como o coeficiente de condutibilidade de temperatura, aumentando a
resistência térmica (YUXIA, 2014) e a resistência à compressão e absorção de água
18
(BEZERRA, 2010; GIVI et al., 2010). Para tanto, a CCA foi obtida em um engenho
de arroz na cidade de Pelotas, Rio Grade do Sul, a partir da queima de casca de
arroz em uma grelha, a temperatura de aproximadamente 550ºC. A cinza foi
utilizada em substituição ao agregado miúdo (areia), nas quantidades de 5% e 10%,
em massa. As propriedades físicas analisadas foram: absorção de água, índice de
vazios, resistência à compressão e desgaste por abrasão.
Quanto a estética, buscou-se verificar o efeito da adição de CCA na
tonalidade final do bloco, visando a possibilidade de redução do uso de corantes
(pigmentos) inorgânicos, em geral a base de óxidos que quando utilizados no
concreto alteram a sua trabalhabilidade, exigindo a adição de mais água na mistura,
o que ocasiona redução da resistência mecânica.
O presente estudo trabalhou com as hipóteses de obtenção de uma fonte
alternativa para o agregado miúdo e os pigmentos corantes usados no concreto de
blocos para pavimentos, a partir da substituição de diferentes quantidades da areia
por CCA, bem como a de obtenção de um bloco com CCA para pavimentos com
propriedades semelhantes às dos blocos sem adição de cinza. A escolha por esse
tipo de bloco deu-se em função da sua crescente utilização e, além disso, por ser
um material que é utilizado em diversas tonalidades, sendo uma delas o cinza
escuro, conferida ao material com o uso de pigmentos, mas que também é atingida
com a utilização de cinzas de casca de arroz em outros estudos, como o de POUEY
(2006).
Sendo assim, justifica-se a realização do presente estudo em função da
minimização da degradação ambiental ao diminuir-se a utilização de um recurso
natural não renovável e da promoção da redução no volume de cinza de casca de
arroz depositado na natureza, mitigando os impactos ambientais causados por
ambos processos e promovendo a possibilidade de redução de custo de produção à
indústrias de diferentes segmentos.
1.2 Objetivos
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
Figura 1 - Benefícios Obtidos com o aproveitamento da casca de arroz como biomassa e utilização
das cinzas como adição mineral para a produção de concreto
Fonte: Autor.
De acordo com Sandhu e Siddique (2017), a CCA pode ser usada nas
seguintes aplicações: cimentos misturados, concreto verde, concreto de alto
desempenho, refratário, esmalte cerâmico, isolador, telhas, produtos químicos
impermeabilizantes, absorventes de derramamento de óleo, transportador para
pesticidas, biofertilizantes, painéis solares, reforços de plástico e borracha,
catalisadores, revestimentos, processamento de celulose e papel, detergentes e
sabão, agente anti-aglomerante para embalagem.
(a)
37
Figura 7 - Blocos de concreto tipo I. (a) De acordo com a ABNT NBR 9781:2013. (b) Imagens
de blocos de concreto do mesmo tipo.
Fonte: Autor.
(a) (b)
Figura 10 - Blocos de Concreto Tipo IV. (a) De acordo com a ABNT NBR 9781:2013. (b)
Imagem de blocos de concreto.
Fonte: Autor.
Fonte: Autor
40
Fonte: Autor
Figura 14 – Pavimento com demarcação para deficientes e faixa de pedestres feito com
blocos de concreto intertravados de diferentes cores.
Fonte: Autor.
•Inspeção visual;
•Avaliação dimensional
•Absorção e Índice de Vazios
Carcterização
dos blocos de •Ensaio de Resistência à compressão aos 28 dias
concreto •Ensaio de Resistência à Abrasão
•Análise visual da tonalidade dos blocos de concreto com CCA
Análise dos
•Análise comparativa dos resultados obtidos com os blocos sem e com CCA
Resultados •Avaliação comparativa da estética dos blocos segundo a coloração e aparência.
3.1 Matérias-primas
Material Tipo
Cimento CPII F 32
Água Potável
Areia 1
Agregado Miúdo
Areia 2
Agregado Graúdo Brita
Resíduo CCA
Aditivo Plastificante
Fonte: Autor.
Onde:
Tu = Teor de Umidade (%)
Pu = Peso Úmido (g)
Ps = Peso seco (g)
47
O teor de carbono da CCA foi determinado por perda de massa. Para tanto,
foram utilizados três cadinhos de alumina, limpos e secos, e amostras de CCA secas
em estufa à 100°C até a constância da massa. Os cadinhos contendo as cinzas
secas foram pesados para a determinação da massa total do conjunto. Após, estes
foram colocados em um forno tipo mufla para tratamento térmico a temperatura de
900°C, por um período de 24 horas. Concluído o período, as amostras foram
retiradas e colocadas em um dessecador até o resfriamento total do conjunto.
Finalizando, o conjunto (cadinho e amostras secas) foi pesado e a diferença de peso
definiu o teor de carbono existente na CCA, denominado de carbono residual foi
determinado pela equação 2.
120 100.00
91.38
100 77.59
% Acumulada
80 60.34
60
40 20.69
20 0 0.00
0
4,75 2,36 1,18 0,6 0,3 0,15 Fundo
Abertura das peneiras (mm)
120.00
100.00
93.26
100.00
% Acumulada
80.00
61.24
60.00 44.28
40.00 29.98
20.00 12.57
0.08 2.04
0.00
9,5 4,75 2,36 1,18 0,6 0,3 0,15 Fundo
Abertura das peneiras (mm)
CCA. No bloco com CCA, o agregado miúdo (areia) foi parcialmente substituído pela
cinza nas proporções de 5 e 10%.
Brita 0
Areia Fina (kg) Areia Média (kg) Cimento CP II (Kg) (kg) CCA (kg) a/c
Traço Referência 37,02 148,1 50 43,24 0 0,292
Traço 5% 35,169 148,1 50 43,24 1,851 0,432
Traço 10% 33,318 148,1 50 43,24 3,702 0,681
Fonte: Autor.
54
Fonte: Autor
Fonte: Autor.
Fonte: Autor
Fonte: Autor
Fonte: Autor
Fonte: Autor
Fonte: Autor
60
Além dos ensaios exigidos na ABNT NBR 9781:2013, também foi feito o
ensaio de índice de vazios dos blocos referência e com CCA (5% e 10% de
substituição), visando-se avaliar se pela inserção da cinza obteve-se um material
menos poroso, mais resistente e, consequentemente, mais durável.
Os ensaios de caracterização dos blocos foram realizados no Núcleo de
Estudos em Materiais Compósitos do curso de engenharia civil da UFPel, exceto o
de resistência à abrasão que foi realizado na Fundação de Ciência e Tecnologia
(CIENTEC), em Porto Alegre.
No ensaio de inspeção visual, as peças de concreto constituintes do lote
fabricado foram inspecionadas visualmente, objetivando a identificação de defeitos
que possam vir a prejudicar o assentamento, o desempenho estrutural ou a estética
do pavimento. Ainda segundo a ABNT NBR 9781:2013, nas peças foi observada a
homogeneidade, arestas regulares e ângulos retos, inexistência de rebarbas,
defeitos de laminação, e descamação.
No ensaio de avaliação dimensional as medições foram feitas com um
paquímetro em blocos moldados nos três traços, conforme a figura 29 e a tolerância
dimensional foi da ordem de 3mm. Foram ensaiados seis blocos por traço.
61
Para o ensaio de absorção de água foi utilizada a NBR 9778 (ABNT, 2009) -
Argamassa e concreto endurecidos - Determinação da absorção de água por
imersão - Índice de vazios e massa específica.
A absorção de água foi calculada utilizando-se a equação 3:
(eq. 3)
Onde:
Msat = massa do corpo de prova saturado (g)
Ms = Massa do corpo de prova seco em estufa (g)
(eq. 4)
Onde:
Msat = massa do corpo de prova saturado (g)
Ms = Massa do corpo de prova seco em estufa (g)
Mi = Massa do corpo de prova saturado, imerso em água (g)
Fonte: Autor.
Fonte: Autor
66
Fonte: Autor
Pela inspeção visual, percebe-se que os blocos com adição de CCA (Figura
33) não possuem variações consideráveis e/ou perceptíveis em relação aos blocos
sem CCA (Figura 32). Apenas pequenas rebarbas são observadas nas arestas que
não comprometem o emprego e a estética do produto final. Este resultado corrobora
com os obtidos por Toffolo (2014) que em seu trabalho pesquisou a substituição do
agregado miúdo por rejeito de mineração em blocos de concreto intertravados e
concluiu que o aspecto visual não sofreu alteração com a inserção do resíduo. Esta
condição, também, já havia sido observada por Martins (2015) quando avaliou a
utilização da cinza do bagaço da cana-de-açúcar na confecção de blocos de
concreto para pavimentação em substituição ao agregado, obtendo resultado
satisfatório no que diz respeito à análise técnica visual.
Portanto, pode-se concluir que as adições e/ou substituições feitas com a
CCA na produção de blocos de concreto para pavimento apresentam resultados
positivos ao serem avaliados visualmente.
67
Blocos Referência (mm) Blocos com 5% CCA (mm) Blocos com 10% CCA (mm)
CPs
h L Lm h L Lm h L Lm
1 77 230 121 78 232 120 77 232 120
2 79 230 122 79 232 120 77 233 121
3 80 234 122 78 232 119 78 232 119
4 77 233 121 79 232 119 77 232 119
5 80 234 121 80 232 119 77 232 119
6 79 233 121 78 232 119 78 232 120
Variação
Máxima 3 3 1 2 3 1 3 3 1
(mm)
Tabela 14 – Teor de absorção de água dos blocos de concreto com 10% de CCA
Blocos Balança
Peso (g) Balança (g) Iv (%)
5% (g)
Blocos Balança
Peso (g) Balança (g) Iv (%)
10% (g)
Blocos sem CCA Blocos com 5% CCA Blocos com 10% CCA
Bloco KN MPa Blocos KN MPa Blocos KN MPa
B1 344,70 60,78 B5CCA1 187,60 33,08 B1 90,10 15,89
B2 305,80 53,92 B5CCA2 150,90 26,61 B2 97,50 17,19
B3 223,70 39,44 B5CCA3 172,90 30,49 B3 92,70 16,34
B4 217,20 38,30 B5CCA4 165,60 29,20 B4 88,50 15,60
B5 229,10 40,39 B5CCA5 165,40 29,16 B5 96,80 17,07
B6 225,90 39,83 B5CCA6 161,20 28,42 B6 83,65 14,75
Resistência Média 45,44 Resistência Média 29,49 Resistência Média 16,14
5,16
1 242,30 108,20 77,30 5,47
Bloco sem CCA
5,78
5,86
2 244,10 109,20 76,20 5,50
5,14
4,71
3 242,60 108,40 77,90 5,03
4,24
Índice médio de desgaste 5,33
6,53
Blocos com 5% CCA
8,50
A B
Figura 34 – Análise comparativa da coloração entre blocos recém fabricados com 5% de CCA
com 28 dias (a) e com o pigmento óxido de ferro preto, 90 dias (b).
Fonte: Autor
Fonte: Autor
assim, este ensaio, comparando-se os blocos com adição de cinza com aqueles
existentes na empresa, possibilitou concluir que a coloração a partir da inserção da
CCA pode ser atingida com ambos os traços propostos.
5 CONCLUSÕES
7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
FERNANDES, I.J.; CALHEIRO, D.; SANTOS, E.C.A. dos; OLIVEIRA, R.; ROCHA,
T.L.A.C.; MORAES, C.A.M.; Comparação de Cinza de casca de Arroz e sílica
comercial como carga em compósitos poliméricos. 21° Congresso Brasileiro de
Engenharia e Ciência dos Materiais. Universidade do Vale do Rio dos Sinos –
UNISINOS, Pós-Graduação em Engenharia Civil. São Leopoldo, 2014.
FOLLETO, E. L.; Hoffman, R.; Hoffman, R. S.; Portugal Jr., V. L.; Jahn, S. L.
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2005.
FONTES, W.C.; COSTA, E.C.P. da; FONTES, G.G.; PEIXOTO, R.A.F. Análise de
Valor de ladrilhos hidráulicos sustentáveis com enfoque na emoção. Design &
Materiais. 2016.
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JUNIOR, L.B.P; VIEIRA, E.A; PEIXOTO, A.F; OLIVEIRA, J.R. DE; Caracterização do
resíduo de manta cerâmica usada para isolamento térmico e sua utilização na
fabricação de argamassa. REM: Revista Escola de Minas, Vol. 63, no. 3, 2010,
pp.523-528. Editorial Universidade Fedeal de Ouro Preto.
SANDHU, R. K.; SIDDIQUE, R. Influence of rice husk ash (RHA) on the properties of
self-compacting concrete: A review. Construction and Building Materials,153,
2017.
YUXIA, Z. et al. Study on the Effects of Rice Husk Quantity and Particle Size on
the Compressive Strength of Concrete based on Experiment. 7th International
Conference on Intelligent Computation Technology and Automation. Anais 2014.