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SUMÁRIO
ABERTURA .................................................................................................................................. 7
APRESENTAÇÃO .......................................................................................................................................................................... 7
OBJETIVO E CONTEÚDO ......................................................................................................................................................... 7
BIBLIOGRAFIA ............................................................................................................................................................................. 8
PROFESSORES-AUTORES ....................................................................................................................................................... 10
ABERTURA
APRESENTAÇÃO
A disciplina Negócios Internacionais visa debater – segundo uma abordagem interdisciplinar,
com base nas áreas de relações internacionais – economia política internacional, negócios
internacionais e gestão internacional, as estruturas e os atores que afetam as atividades de negócios
realizadas fora do contexto nacional de origem das empresas.Tal decisão decorre da necessidade
de entendimento dos múltiplos níveis de análise – global, internacional, nacional e organizacional –
correspondentes às complexidades e interdependências de negócios realizados além das fronteiras
nacionais.
Deve ser levado em consideração que o contexto internacional contemporâneo vem sendo
pautado por intenso debate dos prós e contras do fenômeno da globalização. Consequentemente,
o desenvolvimento de um referencial analítico para entendimento dos temas e atores que afetam
o âmbito de negócios internacionais é um instrumento de grande importância para os profissionais
da área de gestão empresarial.
A disciplina destaca a relevância das relações entre governos e empresas, considerando tanto os
países de origem e anfitriões quanto empresas estrangeiras e domésticas, a partir de abordagens
das áreas de economia política internacional e de negócios internacionais. São abordados vários
aspectos tais como regulamentação, barreiras econômicas, sociais e ambientais para a realização
de investimentos em países anfitriões.
Ao final, a disciplina problematiza a atração de investimentos externos diretos para o Brasil, bem
como a internacionalização de empresas brasileiras. Esses temas possuem sérias implicações
para os âmbitos de gestão internacional e gestão cross-cultural, pois envolvem aspectos culturais,
estratégicos e organizacionais das operações internacionais.
OBJETIVO E CONTEÚDO
A disciplina Negócios Internacionais objetiva debater referencial teórico multidisciplinar com
o propósito de desenvolver a capacidade analítica a respeito dos temas e atores mais relevantes
da agenda internacional contemporânea. Mais especificamente, objetiva analisar como tais temas
e atores influenciam os negócios realizados além das fronteiras nacionais.
Sob esse foco, a disciplina Negócios Internacionais foi estruturado em quatro módulos, nos
quais foi inserido o seguinte conteúdo...
O foco deste módulo será, inicialmente, o debate sobre os prós e os contras do fenômeno
da globalização econômica, supostamente o principal fenômeno organizador da
sociedade internacional contemporânea, para possibilitar o entendimento da forma
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ABERTURA Negócios Internacionais
Módulo 4 – Encerramento
Neste módulo – além da avaliação deste trabalho –, você encontrará algumas divertidas
opções para testar seus conhecimentos sobre o conteúdo desenvolvido nos módulos
anteriores – caça-palavras, palavras cruzadas, forca e criptograma. Entre neles e bom
trabalho!
BIBLIOGRAFIA
GILPIN, Robert. O Desafio do Capitalismo Global. Rio de Janeiro: Record, 2004.
A tradução desta obra do reconhecido economista político americano é muito
importante por conter uma análise abrangente da economia mundial nos seus múltiplos
aspectos, dos quais se destaca o sistema de comércio, o sistema monetário, as relações
entre Estado e multinacionais, o regionalismo europeu e o movimento antiglobalização.
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Negócios Internacionais ABERTURA
HELD, David e MCGREW, Anthony. Prós e contras da globalização. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed.,
2001.
Os autores desta obra são reconhecidos internacionalmente como especialistas na
discussão do fenômeno da globalização e de suas implicações para a democracia e a
governança global. Nesta análise, eles problematizam a ausência de consenso e as
correntes extremas que dominam o debate acerca do conceito de globalização. A
seguir, propõem uma definição mais complexa e abrangente do fenômeno
contemporâneo. Os autores apresentam ainda uma análise das implicações da
globalização para o Estado e a cultura nacional.
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ABERTURA Negócios Internacionais
HEMAIS, Carlos Alberto. (org.) O Desafio dos Mercados Externos:Teoria e Prática na Internacionalização
da Firma. Rio de Janeiro: Mauad, 2005, Vol. 1 e 2.
Este livro editado conta com contribuições de vários acadêmicos brasileiros dedicados
ao tema da internacionalização de empresas. A primeira parte dos volumes apresenta
contribuições teóricas, e a segunda parte apresenta estudos de casos brasileiros. O
primeiro volume está focado no processo de internacionalização de empresas brasileiras,
e o segundo, nas atividades de exportação de empresas brasileiras.
KLEIN, Naomi. Sem logo: a tirania das marcas em um planeta vendido. Rio de Janeiro: Record, 2002. 2a.
ed.
Esta obra trata da supervalorização da marca em substituição às antigas formas de
produção, um fruto de marketing potencializado com a globalização. A autora canadense
também problematiza a exploração do trabalho nas regiões mais pobres do mundo
que alimentam a classe consumista nos países ricos. Klein explora como as corporações
combatem as marcas concorrentes para assegurar sua onipresença por meio do sistema
de franquias, fusões e da censura corporativa, que não tolera nenhum prejuízo à imagem
das marcas.
ROCHA, Angela. Internacionalização das empresas brasileiras. Rio de Janeiro: Mauad, 2002.
A obra apresenta contribuições teóricas e empíricas acerca do processo de
internacionalização de empresas brasileiras. Os estudos resultam das atividades de
pesquisa realizadas por acadêmicos ao longo das últimas décadas tanto no que se
refere às atividades de exportação quanto aos processos de internacionalização por
meio de investimentos no exterior.
PROFESSORES-AUTORES
Ana Lucia Guedes é Ph.D. em Relações Internacionais, pela London
School of Economics and Political Science, Inglaterra. Mestre em Relações
Internacionais pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro e
Bacharel em Administração pela Universidade Estadual de Maringá.
Coordenadora do Grupo de Pesquisa em Estudos Internacionais da Escola
Brasileira de Administração Pública e de Empresas da Fundação Getúlio
Vargas – EBAPE/FGV. Pesquisadora e professora nas áreas de relações
internacionais e negócios internacionais dos programas de Doutorado em Administração, Mestrado
em Administração Pública e Mestrado em Gestão Empresarial da EBAPE/FGV. Professora de
Negócios Internacionais na graduação em Administração da EBAPE/FGV. Editora do Caderno
EBAPE.BR – EBAPE-FGV. Experiência profissional nas áreas de marketing Grupo Amil –, comércio
exterior – Grupo Gerdau – e relações internacionais – Ministério da Fazenda.
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Negócios Internacionais MÓDULO 1
APRESENTAÇÃO
Neste módulo, inicialmente, focalizaremos o debate acerca do fenômeno da globalização,
supostamente o principal fenômeno organizador da sociedade internacional contemporânea,
para possibilitar o entendimento do regime internacional de comércio.
A seguir, para melhor compreensão das estruturas e atores que compõem a economia global,
apresentaremos duas visões concorrentes – a dos sistemas nacionais de economia política e da
classe capitalista transnacional.
1.1 GLOBALIZAÇÃO
Há quem adote profecias pessimistas de que a globalização vai acabar com o Estado-
Nação ou vai homogeneizar a cultura mundial, com base na cultura norte-americana.
1.1.1 DEFINIÇÕES
Uma das definições frequentes de globalização corresponde ao fluxo de comércio, de capital e
de pessoas em todo o globo, facilitado por infraestruturas física, normativa e simbólica.
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MÓDULO 1 Negócios Internacionais
Hoje a questão tecnológica é compreendida como uma importante fonte de poder no cenário
internacional, que compõe a base da hegemonia, em conjunto com antigos recursos geopolíticos
ou substituindo-os.
A globalização não atinge toda a população mundial, haja vista que uma parcela
significativa é excluída de seus benefícios.
A visão de Stiglitz confirma a opinião dos céticos de que a globalização é uma construção ideológica
para justificar e legitimar o projeto global neoliberal – criação de um livre mercado global e a
consolidação do capitalismo anglo-americano nas principais regiões econômicas do mundo.
Na análise marxista, o capitalismo – como ordem social – tem uma lógica expansionista
patológica, uma vez que, para manter os lucros, o capital precisa estar, constantemente,
explorando novos mercados.
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Negócios Internacionais MÓDULO 1
Alguns autores acreditam que é preciso uma potência hegemônica para regular tal ordem, porque,
sem hegemonia, há guerras.
Há uma escala crescente em que o poder é organizado e exercido devido à reordenação de suas
relações entre e através das principais regiões do mundo.
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MÓDULO 1 Negócios Internacionais
Na visão dos globalistas, as preocupações da política regional e global vão muito além da geopolítica
tradicional, englobando tráfico de drogas, fluxo de capitais financeiros, chuva ácida e terrorismo...
O Estado moderno está em franca decadência, tendo que negociar para governar em conjunto
com outros organismos internacionais em um cenário em que a soberania se tornou um exercício
compartilhado de poder.
Os Estados sofrem uma diminuição de poder porque a expansão das forças transnacionais reduz
o controle que cada governo pode exercer sobre as atividades de seus cidadãos e dos outros
povos.
Em resumo, a legitimidade do Estado é questionada pela globalização, haja vista que os Estados
não agem sem cooperação internacional.
As novas tecnologias reforçam os laços da cultura nacional por sua projeção por meio
da diferença frente às demais culturas.
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Negócios Internacionais MÓDULO 1
Essa é uma análise intermediária, pois acredita na relevância do Estado, mas aponta
uma fragilidade que pode sucumbir às ameaças da globalização.
Cada pesquisador de determinada área científica explora conceitos, com perguntas, hipóteses,
metodologias próprias e de pesquisa, vocabulários indecifráveis para os não iniciados.
Mesmo que o objeto de estudo seja relevante para outras áreas do conhecimento, acadêmicos
resistem em reconhecer tal interdisciplinaridade porque não estão acostumados a trabalhar com
tópicos fora de suas áreas de pesquisa.
A alternativa para romper esse ciclo nada virtuoso tende a ser o estudo interdisciplinar. Entretanto,
essa saída se torna difícil devido aos problemas de pensar além da fronteira científica.
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MÓDULO 1 Negócios Internacionais
Paroquial...
A globalização é vista como ascensão e expansão das corporações multinacionais,
usualmente ela é apresentada como benéfica a todos os atores envolvidos.
Procrusteanismo...
A globalização é reduzida a questões econômicas, devido à predominância do estudo
de comércio e finanças na disciplina de negócios internacionais.
Miopia histórica...
A globalização é considerada um fenômeno recente, mas há evidências de que a
globalização é um processo antigo
1.8 SÍNTESE
Acesse, no ambiente on-line, a síntese desta unidade.
1.9 EXERCÍCIO
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Negócios Internacionais MÓDULO 1
Registro do trabalho
TEXTO UTILIZADO
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MÓDULO 1 Negócios Internacionais
Segundo Teivo Teivainen, o mais importante é o diálogo crítico entre aqueles que compartilham
as mesmas aspirações democráticas. "Estamos enfrentando aqueles que defendem o sistema
atual". Teivainen defendeu que é importante também falar sobre como aplicar princípios
democráticos em estruturas multilaterais internacionais.
Regras legítimas
"Queremos regras legítimas, não ausência de regras. As propostas têm que sair de leis internacionais,
que surgem de leis de direitos humanos, econômicos, sociais, culturais e ambientais", explicou
Susan George, do Attac França. Para ela, o que o movimento tenta fazer é criar uma nova ordem
mundial: "uma nova sociedade de sociedades diversas. Devemos formar alianças nacionais fortes
e enfatizar os pontos em que concordamos".
Para Roberto Bissio, o princípio organizador global fundamenal é a Declaração dos Direitos Humanos,
que é universal e foi aceita pelos governos do mundo. "É preciso lembrar que a delcaração diz
'Nós, os povos das nações unidas' e não 'Nós, os governantes do mundo'". O segundo princípio que
deve organizar o movimento é o da subsidiaridade (CHECAR): "as decisões devem ser tomadas o
mais próximo do povo possível", enfatiza.
Bissio destacou que organismos internacionais precisam desse subsídio. "Quando os países não
cumprem os acordos sobre direitos humanos não há grandes problemas, mas quando descumprem
tratados comerciais as retaliações são imediatas. Os direitos dos capitais não foram acompanhados
de obrigações e nem de direitos dos trabalhadores".
Realizar uma campanha em cada país pela ratificação da Corte Penal Internacional e produzir
conhecimento e informação qualificada sobre as propostas que existem para um outro mundo
possível são dois pontos principais em que se é preciso avançar, de acordo com Bissio.
O brasileiro Aurélio Viana, da Rede Brasil, destacou que é muito fácil falar de combate à pobreza
quando não se toca no assunto sistemas econômicos e sistema de poder econômico. E isso é o
que tem acontecido hoje quando Colin Powell ou os participantes do Fórum Econômico Mundial
falam de globalização solidária. Para ele, "é preciso fortalecer o nacional e o local, mas também
avançar na atuação direta nos sistemas internacionais existentes: o sistema ONU e o sistema de
Bretton Woods (FMI, Banco Mundial e bancos regionais)". Entretanto, Viana destaca que é impossível
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Negócios Internacionais MÓDULO 1
atuar globalmente com um Estado-Nação fraco. "A participação nesses fóruns somente ocorre
por meio de governos nacionais". Segundo Viana, os países poderiam ter uma atuação mais forte
nos bancos regionais de desenvolvimento, onde não existe um desequilíbrio de poder tão grande
como o que ocorre no Banco Mundial, por exemplo.
Susan George acrescentou que "é preciso democratizar o estado, já que é a única forma de atuar
em nível internacional. Não é possível um parlamento mundial quando metade dos países do
mundo vive em ditaduras".
Fonte
GLOBALIZAÇÃO solidária, anti-globalização ou desglobalização?. GERM, 02 maio 2002. Disponível em: <http://
www.mondialisations.org/php/public/art.php?id=2782&lan=PO>. Acesso em: 21 jun. 2010.
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MÓDULO 1 Negócios Internacionais
...o conceito de que empresas multinacionais são empresas nacionais com unidades
no exterior é rejeitado pelos entrevistados e visto como incompatível com as demandas
da economia global contemporânea.
...as empresas não têm alternativas a não ser tornarem-se globalizadas – o esforço das
corporações em se tornarem globais permite a criação de uma classe capitalista
transnacional, e uma de suas principais funções é facilitar a globalização de empresas
em termos econômicos, políticos e ideológico-culturais.
...a mudança na estrutura industrial ocorreu nos cinco setores da Fortune 500, pois as
maiores empresas compraram empresas menores ou estabeleceram alianças
estratégicas com redes globais.
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Negócios Internacionais MÓDULO 1
Apesar de certa convergência no modelo orientado para o mercado, no período pós Guerra Fria
– cujo marco seria 1989 –, há diferenças significativas entre as economias...
§ dos Estados Unidos – parecida com a da Inglaterra e de outros países anglo-saxões;
§ da Alemanha – tipo de economia corporativista existente na Europa continental;
§ do Japão – modelo de desenvolvimento capitalista no leste asiático.
Os sistemas de governança corporativa e as práticas dos negócios privados também são diferentes
entre os três países...
§ nos Estados Unidos, os acionistas – stockholders – têm um papel importante no
rumo dos negócios;
§ na Alemanha e Japão os bancos assumem esse papel;
§ em relação às práticas de negócios, os americanos preferem a produção no exterior,
enquanto os japoneses concentram sua produção no próprio país.
Por outro lado, em países com orientações mais coletivas, o papel do Estado tende a ser mais
intervencionista na economia, proporcionando o que os japoneses chamam de direção
administrativa – administrative guidance –, semelhante ao que acontecia na antiga União Soviética.
Quando o mercado não é competitivo, deve ser estimulado com políticas antitruste.
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MÓDULO 1 Negócios Internacionais
O papel do Estado americano na economia é limitado pela real divisão de poderes – executivo,
legislativo e judiciário – e pela autonomia de cada um dos 50 estados que compõem a federação.
Uma das causas dessa fragmentação é a abundância de leis antitrustes, que inviabiliza
fusões estratégicas.
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Negócios Internacionais MÓDULO 1
O setor privado também assume tarefas públicas, como o bem-estar social de seus funcionários
e atividades regulatórias, por meio de associações comerciais e privadas.
A demanda não é definida pelo mercado, mas pelo Estado, que determina os setores
que deverão receber investimentos.
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MÓDULO 1 Negócios Internacionais
Outras razões para esse sucesso são as altas taxas de poupança interna do país, sistema educacional
de alto nível e políticas macroeconômicas prudentes e estáveis, que são estratégias e iniciativas
governamentais.
Uma estratégia bem-sucedida do governo japonês foi proteger indústrias nascentes em setores
que se mostraram significativos economicamente em outros países, como o automobilístico e os
eletrônicos.
Os funcionários fazem carreiras nas grandes indústrias – como Toyota e Sony – com estabilidade
no emprego.
Por um lado, os funcionários são encarados pelas empresas como stakeholders e ativos
que devem ser valorizados com investimentos constantes em educação.
Por outro lado, isso provoca certa inflexibilidade no sistema de relações industriais, que
impede a demissão ou os incentivos de produtividade aos jovens por meios salariais,
devido ao respeito pela hierarquia na cultura japonesa.
Outro fator nas relações industriais é o forte financiamento e os empréstimos bancários, garantidos
pelo governo.
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Negócios Internacionais MÓDULO 1
A maior contribuição do Estado alemão na economia é de forma indireta. Seu rígido sistema legal
e de regulações reduziu incertezas e garantiu um clima de estabilidade para os negócios.
Outro papel importante para o sucesso da economia alemã foi a performance do Banco Central –
Bundesbank –, que não é independente do executivo, mas que desenvolveu políticas
macroeconômicas capazes de controlar a inflação no pós-guerra e manter a taxa de juros baixa.
Gilpin afirma que, com a globalização da economia alemã, o elo entre bancos e indústria
enfraqueceu, mas o gerente alemão está menos restrito às preocupações dos acionistas com
relação ao desempenho anual do que os gerentes americanos.
Essa condição permite que o gestor alemão tenha visão de longo prazo. Isso ocorre também
devido à direção dual, composta por um grupo de supervisores e outro de gerentes.
Como a decisão é consensual, os gerentes têm força para aprovar decisões estratégicas duradouras.
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MÓDULO 1 Negócios Internacionais
2.8 SÍNTESE
Acesse, no ambiente on-line, a síntese desta unidade.
2.9 EXERCÍCIO
Vimos, nesta unidade, que transformar uma corporação multinacional em transacional ou global
envolve questões mais complexas do que reunir capacidades locais.
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Negócios Internacionais MÓDULO 1
Registro do trabalho
TEXTO UTILIZADO
O BRASIL NO CONTRA-ATAQUE
Empresas brasileiras abrem filiais no exterior, conquistam mercados e driblam barreiras.
Fábrica da Gerdau nos Estados Unidos: operações externas somam 30% da receita da empresa
Estação de metrô em Portugal: uma das obras da construtora Odebrecht no exterior.
Uma das pioneiras nesse campo foi a construtora Odebrecht, que atua fora do Brasil desde 1978. Do total
de sua receita do ano passado, mais de 60% veio do exterior. Tem escritórios nos Estados Unidos, em
Angola e em Portugal e atua em mais dez países. Suas principais obras hoje são a ampliação do aeroporto
de Miami, construção orçada em 657 milhões de dólares, uma hidrelétrica em Angola e linhas de metrô
em Portugal e na Venezuela. O projeto mais famoso foi a ponte do Rio Tejo, em Portugal.
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MÓDULO 1 Negócios Internacionais
Além de abrir novos mercados, as multinacionais brasileiras vêm fazendo vital exercício de
internacionalização. No Brasil, as empresas estão acostumadas a pensar no curto prazo e a olhar
apenas para o consumidor interno. Os grupos internacionais são obrigados a pensar mais a longo
prazo e suas estratégias raramente visam ao retorno imediato. Essa é a primeira lição que os
desbravadores brasileiros estão aprendendo. Outro ensinamento é enfrentar de peito aberto as
mais aguerridas e bem-sucedidas multinacionais do planeta no próprio país delas. Há muito
tempo essas gigantes perceberam as vantagens de espalhar plantas pelo mundo e aproveitar o
que existe de mais competitivo em cada região. A Gerdau, que tem usinas nos Estados Unidos e
no Canadá, utiliza com inteligência essa doutrina. Um fator é o mais decisivo: o custo do dinheiro.
Estabelecida no Primeiro Mundo, a empresa capta recursos pagando juros bem menores – da
ordem de um terço a um quarto – do que teria de pagar aos bancos se operasse do Brasil. "Os
custos maiores com mão-de-obra são compensados com vantagens financeiras", diz Jorge Gerdau
Johannpeter, presidente da Gerdau, um dos maiores grupos siderúrgicos do país. Atualmente,
30% de seu faturamento total vem de fora.
Outra empresa brasileira que já está consolidada no mercado internacional é a gaúcha Marcopolo,
fabricante de ônibus. Iniciou suas operações no início da década de 70, e hoje mais de 50% de seu
faturamento vem de terras estrangeiras. Está presente na Colômbia, no México, na Argentina, na
África do Sul e na China. Com plantas espalhadas em tantos lugares, a Marcopolo aprendeu a
conhecer um pouco mais as diferentes culturas de seus clientes e a adaptar os produtos ao gosto
do freguês. Para os países muçulmanos, por exemplo, ela fabrica ônibus com duas entradas e
compartimentos separados para homens e mulheres. Já vendeu mais de 5.000 unidades como
essas. Na onda de internacionalização das empresas, a AmBev, a quarta maior cervejaria do mundo,
está investindo pesado na América Latina. Recentemente, ampliou ainda mais sua força na região
com a compra de 37% da participação da tradicional fabricante de cerveja Quilmes, da Argentina.
Com a transação, já concentra a preferência de 17% da população argentina, além de ter se
fortalecido nos demais países latino-americanos.
Fonte
RAMOS, Murilo. O Brasil no contra-ataque. Veja on-line, ed. 1.752, 22 maio 2002. Disponível em: <http://
veja.abril.com.br/220502/p_118.html>. Acesso em: 21 jun. 2010.
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Negócios Internacionais MÓDULO 1
Pelo lado do consumidor, a importação permite a concorrência com os produtos locais e força
uma queda no preço dos produtos.
Pelo lado do produtor, a importação desleal reduz a margem de lucro da mercadoria, porque faz
com que o preço de venda seja menor do que o custo de produzi-la.
A história mostra que o protecionismo tem prevalecido sobre o livre comércio, o que leva à
expressão liberalização do comércio, ou seja, o movimento em direção ao comércio realmente
livre.
Gilpin afirma que todo economista tem argumentos para defender o livre comércio, inclusive se
todos os outros países adotarem o protecionismo.
O país que tiver a economia aberta iria se beneficiar mais das importações baratas do
que perderia com exportações que deixariam de ser feitas.
Gilpin lembra que, em mais de 200 anos, os argumentos a favor da liberalização comercial –
baseados na Teoria da mão invisível do mercado de Adam Smith e na Teoria da vantagem
comparativa de David Ricardo – se mantêm os mesmos.
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MÓDULO 1 Negócios Internacionais
A aplicação desse princípio garante que um país alcance maior eficiência econômica
e bem-estar social por meio da participação no comércio exterior do que mediante
proteção comercial.
A única exceção aberta para o debate – e mesmo assim contestada por muitos – é a proteção
comercial temporária para a indústria nascente.
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Negócios Internacionais MÓDULO 1
Para Gilpin, o comércio não influencia o nível geral de empregos em uma economia, o
qual é determinado, por sua vez, por políticas macroeconômicas – fiscal e monetária.
Com um argumento um tanto contraditório, Gilpin atribui razões éticas e políticas para compensar
os setores prejudicados pela liberalização do comércio.
Hoje, considera-se que os padrões de comércio resultam também de fatores como acidentes
históricos, políticas governamentais, capital humano – mão de obra qualificada –, inovação
tecnológica e economias de escala.
Em 1990, metade do comércio americano e japonês era dessa natureza, com transferência de
recursos entre matriz e filiais das corporações multinacionais
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MÓDULO 1 Negócios Internacionais
Decisões empresariais e políticas governamentais podem superar o dom da mãe natureza como
responsável pelo comércio exterior bem sucedido, como previsto no conceito de vantagem
comparativa.
Para o autor, a teoria do comércio estratégico dá um novo rótulo para antigos argumentos
protecionistas.
Gilpin afirma que muitos economistas são contra a inclusão de direitos do trabalho no
atual regime de comércio porque estimularia o protecionismo e complicaria as
negociações no âmbito da Organização Mundial de Comércio – OMC.
Novos setores da economia e temas relevantes foram incluídos nos acordos – agricultura, serviços,
propriedade intelectual e investimento estrangeiro.
A OMC estabelece um fórum permanente de negociações, com reuniões ministeriais a cada dois
anos.
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Negócios Internacionais MÓDULO 1
Em 1980, a aceleração da integração europeia passou a ser considerada como ameaça ao sistema
de comércio multilateral.
Os Estados Unidos passaram a pressionar os países europeus e outros parceiros comerciais por
uma nova rodada de negociações comerciais do GATT – Acordo Geral de Tarifas e Comércio – para
fortalecer o sistema multilateral.
A Rodada Uruguai começou em 1986 e terminou em 1993, dando origem à OMC em 1995.
3.3.1 ANTITRUSTE
Atualmente, estão sendo desenvolvidas regras internacionais sobre política de concorrência –
antitruste – devido ao aumento de comportamentos anticompetitivos surgidos com a globalização...
§ tentativas de cartelizar setores de mercado;
§ crescente número de fusões e aquisições transnacionais;
§ exclusão de empresas estrangeiras de mercados domésticos.
3.4.1 DESAFIOS
Apesar dos avanços da OMC em termos de abrangência de novos setores econômicos, Gilpin
afirma que suas regras não se mostram particularmente eficazes no confronto das tendências
protecionistas dos acordos regionais.
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MÓDULO 1 Negócios Internacionais
3.5 SÍNTESE
Acesse, no ambiente on-line, a síntese desta unidade.
3.6 EXERCÍCIO
Registro do trabalho
TEXTO UTILIZADO
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Negócios Internacionais MÓDULO 1
– Os países em desenvolvimento passarão a ter uma ação coordenada. Para nós, o G-20 foi
vitorioso, mesmo porque conquistou a simpatia das ex-colônias européias, antes vinculadas à UE
– afirmou o chefe da Divisão de Agricultura do Itamaraty, Flávio Damico.
Ao convocar a reunião, o G-20 também se antecipou aos países desenvolvidos e reforçou a idéia
de uma ajuda mais efetiva às economias pouco avançadas. Por isso, fez questão de incluir no
comunicado final que todos estão dispostos a importar produtos dos países pobres sem cotas ou
tarifas.
Os representantes desses grupos reclamaram do protecionismo dos ricos e exigiram o fim das
distorções que inibem suas exportações. Reivindicaram medidas que assegurem seu
desenvolvimento socioeconômico sustentável. E defenderam a definição, em Hong Kong, da
categoria Produtos Especiais e do mecanismo de salvaguardas para os países menos desenvolvidos.
Fonte
OLIVEIRA, Eliane. Países em desenvolvimento se unem na OMC. O Globo, Rio de Janeiro, 17 dez. 2005. p. 43.
Economia. Disponível em: <http://www2.senado.gov.br/bdsf/bitstream/id/38791/1/noticia.htm>. Acesso em: 21
jun. 2010.
Para refletir um pouco mais sobre questões relacionadas ao conteúdo deste módulo, acesse os
cenários culturais no ambiente on-line.
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MÓDULO 1 Negócios Internacionais
GABARITOS
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Negócios Internacionais MÓDULO 1
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MÓDULO 1 Negócios Internacionais
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Negócios Internacionais MÓDULO 2
APRESENTAÇÃO
Neste módulo, enfocaremos, predominantemente, as relações entre o Estado e as empresas
multinacionais para identificar como tais relações afetam os negócios internacionais. Utilizaremos
o modelo de diplomacia triangular para ilustrar a complexidade e a importância de tais relações
para os países emergentes.
Por fim, trataremos da atração de investimentos externos diretos por parte do Brasil na última
década, o que contextualiza o processo de desnacionalização da economia brasileira e as relações
no âmbito governo-empresa.
Por um lado, querem o aporte de capitais e de tecnologia que são importantes para o
país.
Por outro lado, temem a dominação e exploração por parte dessas poderosas empresas
e a perda de autonomia nacional.
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MÓDULO 2 Negócios Internacionais
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Negócios Internacionais MÓDULO 2
Com isso, as empresas passaram a interagir cada vez mais em escala global por meio
de redes de alianças corporativas, como as joint-ventures, subcontratações,
licenciamento e acordos.
1.2.1 BARGANHA
A maioria dos governos dos países em desenvolvimento entende que, se não conseguir atrair o
investimento externo direto, será muito difícil obter acesso a capital, tecnologia e mercado
internacional, fatores necessários ao desenvolvimento econômico.
Porém, as empresas perdem poder depois de o investimento ser feito na economia hospedeira.
As empresas estrangeiras recebem incentivos dos governos de origem, como subsídios e políticas
industriais, em setores estratégicos, como transportes e telecomunicações.
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MÓDULO 2 Negócios Internacionais
Os custos políticos são altos – perda da soberania e autonomia nacional por interferência dos
governos de origem das corporações multinacionais – além dos custos relacionados a questões
como segurança nacional e cultura.
Gilpin acha impossível fazer uma avaliação objetiva das vantagens e desvantagens do
investimento externo direto para as economias hospedeiras.
Essa estratégia é chamada de regionalismo defensivo, como o Mercosul. Por outro lado,
o Nafta é chamado de regionalismo agressivo.
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Negócios Internacionais MÓDULO 2
Gilpin afirma que o papel cada vez mais importante do investimento externo direto na economia
global tem afetado o equilíbrio de poder entre os interesses econômicos dentro das sociedades
e entre elas.
Isso pode ter enfraquecido a posição dos governos dos países de origem face às
corporações multinacionais. Entretanto, o Estado-nação ainda tem poder nas disputas
com a corporação multinacional.
As razões apresentadas para permitir que um Estado, por motivo de segurança nacional, inviabilize
ou controle o fluxo de investimento externo direto são os mesmos daqueles que defendem o
protecionismo comercial.
As tentativas de formalizar regras internacionais para os investimentos externos diretos não são
bem sucedidas, em função...
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MÓDULO 2 Negócios Internacionais
1.5 SÍNTESE
Acesse, no ambiente on-line, a síntese desta unidade.
1.6 EXERCÍCIO
Vimos, nesta unidade, Gilpin afirmando que o investimento externo direto é benefício para a
economia mundial e assegurando que as estratégias corporativas e os fatores de mercado devem
determinar os padrões internacionais de investimento.
Registro do trabalho
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Negócios Internacionais MÓDULO 2
TEXTO UTILIZADO
A maioria dos entrevistados espera aumento de IED entre 2005 e 2008, mas ressalta que vários
riscos podem reverter o otimismo. Entre as potenciais ameaças, destacam protecionismo,
volatilidade nos preços do petróleo, redução do ritmo de crescimento nos países industrializados,
terrorismo e instabilidade financeira. Antônio Corrêa de Lacerda, professor de economia da PUC-
SP, acredita que o Brasil fechará 2005 com US$ 18 bilhões de IED, mesma marca alcançada em
2004, quando o indicador registrou alta de 80% em relação ao ano anterior. Em sua opinião, o
resultado é bom e indica que os investidores estão fazendo uma aposta no futuro do Brasil, já que
os índices de crescimento do país são inferiores à média dos emergentes. Lacerda ressalta,
porém, que os US$ 18 bilhões estão abaixo do potencial do Brasil, opinião que é compartilhada
pelo economista Julio Sergio Gomes de Almeida, diretor-executivo do Iedi (Instituto de Estudos
para o Desenvolvimento Industrial).
O valor representa menos de um terço dos US$ 62 bilhões destinados em 2004 à China, país que
lidera o ranking dos destinos preferenciais para IED, de acordo com a pesquisa da Unctad. "Há uma
guerra fiscal internacional para a atração de investimentos estrangeiros diretos, na qual a política
de câmbio é decisiva", destaca Gomes de Almeida, para quem o Brasil tem potencial de receber
US$ 25 bilhões ao ano. A valorização do real em relação às demais moedas aumenta os custos de
produção no Brasil e os preços de exportação dos bens fabricados aqui -um duplo efeito negativo
sobre os investimentos. Lacerda acrescenta às desvantagens os juros altos, a elevada carga tributária
e a complexidade do sistema de impostos brasileiro. Gomes de Almeida soma os encargos
trabalhistas e a precariedade da infra-estrutura.
Apesar de o Brasil ter aparecido em quinto lugar entre os destinos preferidos de IED, a América
Latina está em pior situação na disputa global pelos recursos do que a Ásia e a Europa do Leste.
Além do Brasil, o único país da região que aparece entre os dez primeiros colocados no ranking é
o México, que está em 6º lugar na lista das empresas transnacionais. Nos países escolhidos pelos
45
MÓDULO 2 Negócios Internacionais
O percentual de crescimento tende a diminuir até o fim de 2005, já que a maior parte do IED do
ano passado foi concentrada no segundo semestre. Só a compra da Ambev pela Interbrew foi
responsável pela entrada de US$ 4,9 bilhões de investimentos em agosto de 2004 e mais US$ 1,4
bilhão em abril de 2005. Se a compra for retirada da estatística, o IED de 2004 cai para US$ 13,27
bilhões, observa o diretor-executivo Iedi. Se o mesmo critério for usado em 2005, o instituto
prevê que o indicador fechará o ano em US$ 16 bilhões, alta de 20,6%. "É bom, mas poderia ser
melhor", diz Gomes de Almeida.
Fonte
TREVISAN, Cláudia. País é 5º em atração de investimento, diz ONU. Folha de São Paulo, 06 set. 2005. Disponível
em: <http://www.fetraconspar.org.br/informativos/235_06_09_05.htm>. Acesso em: 21 jun. 2010.
2.1NOVA DIPLOMACIA
As mudanças que ocorreram na economia política internacional em 1980, com o aumento da
interdependência, alteraram o relacionamento entre estados e corporações multinacionais.
Primeira Proposição...
§ os estados estão competindo mais por meios de criação de riqueza dentro do
próprio território do que por poder no exterior;
§ esse poder visa mais manter a coesão social e a ordem interna do que conduzir
conquistas no exterior e se defender de ataques militares.
Segunda Proposição...
§ o surgimento de novas formas de competição global entre firmas influencia a
forma como os estados nacionais competem por riqueza;
§ com o avanço da tecnologia e dos sistemas de rede, as firmas buscam concentrar
seus recursos em locais que oferecem o maior potencial de retorno sobre o
investimento;
§ para atrair investimento, o país precisa ter mão de obra qualificada e infraestrutura
eficiente.
46
Negócios Internacionais MÓDULO 2
Terceira Proposição...
§ os países pequenos e menos desenvolvidos enfrentam barreiras para ter acesso a
indústrias sujeitas à competição global;
§ para superar essa situação, os estados devem rever suas políticas de investimento
para se inserir no sistema internacional.
Quarta Proposição...
§ duas novas dimensões da diplomacia surgem – diplomacia triangular;
§ antes, os estados negociavam entre si;
§ atualmente, os estados devem negociar também com corporações multinacionais;
§ os dirigentes das empresas multinacionais buscam alianças estratégicas para
competir por fatias de mercado.
Quinta Proposição...
§ as novas dimensões diplomáticas ampliaram as opções políticas e administrativas
tanto dos governos quanto das firmas;
§ novos problemas são gerenciados nas múltiplas agendas.
Sexta Proposição...
§ as mudanças aumentaram a volatilidade dos resultados da nova diplomacia;
§ muitos países em desenvolvimento não conseguem respostas eficientes, devido a
obstáculos internos;
§ para os governos de países menos desenvolvidos, políticas que invistam no bem-
estar social da população rendem mais votos do que aquelas visando à eficiência
da competitividade internacional.
47
MÓDULO 2 Negócios Internacionais
Apesar das afirmações de que os estados estão perdendo terreno na disputa com as
corporações multinacionais, Stopford e Strange acreditam que os governos – dos países
anfitrião e de origem – continuam tendo um papel relevante e talvez paradoxal nesse
processo.
Stopford e Strange reconhecem que a importância das multinacionais cresceu, como agente da
economia política internacional, mas alerta para um papel excessivo atribuído a elas pelo que
denominaram de má interpretação dos dados.
48
Negócios Internacionais MÓDULO 2
A diplomacia triangular está focada nas relações entre governos, entre firmas e entre
governos e firmas, mostrando que ambos exercem poder e influência na sociedade
internacional.
governo-firma
49
MÓDULO 2 Negócios Internacionais
Essa tecnocracia dá proeminência às firmas como elemento na rede que envolve habilidades
educacionais, de infraestrutura e o sistema financeiro.
Essa atuação se dá, por meio da intenção de política de comércio – entre substituição
de importações, exportação dependente, exportação independente –, e da firma, por
meio da estrutura competitiva – global, local ou recursos naturais e valor agregado.
No início da negociação, o governo pode ter maior influência e poder, principalmente sobre
questões de regulação e em face do número de concorrentes no segmento de mercado.
Entretanto, essa influência pode migrar para a firma uma vez que as operações se
iniciem.
Esse fluxo de poder pode ocorrer da forma inversa, quando a firma barganha para se estabelecer
em um país e, depois de instalada, o governo retira os incentivos fiscais e se torna mais rígido com
relação à política tributária – barganha obsolescente.
O fato é que os Estados estão perdendo o poder para implementar políticas independentes e
agora precisam dominar o jogo da barganha triangular.
50
Negócios Internacionais MÓDULO 2
2.5 SÍNTESE
Acesse, no ambiente on-line, a síntese desta unidade.
2.6 EXERCÍCIO
Vimos, nesta unidade, que a diplomacia triangular está focada nas relações entre governos, entre
firmas e entre governos e firmas, mostrando que ambos exercem poder e influência na sociedade
internacional.
Registro do trabalho
51
MÓDULO 2 Negócios Internacionais
TEXTO UTILIZADO
Há muitos anos não se viam tantos advogados nos corredores do Conselho Administrativo de
Defesa Econômica, o Cade. Na quarta-feira 22, por unanimidade, seis conselheiros do órgão
antitruste decidiram aplicar a maior multa da história a uma empresa acusada de concorrência
desleal. A Ambev, maior cervejaria do País, com quase 70% do mercado nacional, foi condenada
a pagar R$ 352,6 milhões por conta de um programa de fidelização de pontos de venda no varejo,
denunciado pela concorrente Schincariol. A multa equivale a 22% do lucro registrado pela
multinacional no primeiro trimestre deste ano. "Práticas comerciais que podem ser lícitas em
uma pequena empresa podem ser anticoncorrenciais quando feitas por grandes marcas", disse o
conselheiro Paulo Furkin. A decisão, ainda que venha a ser questionada na Justiça, revela uma
quebra de paradigmas nos órgãos reguladores. Não faz muito tempo, grandes empresários tratavam
com desdém as decisões do xerife da concorrêcia. "Cansei de ouvir empresários dizerem que o
que o Cade faz, a Justiça desfaz", afirma o advogado Ruy Coutinho, ele próprio ex-presidente do
órgão.
Aos 15 anos de vida, o Cade possui, hoje, a mais jovem composição de sua história. É justamente
essa gestão a que vem sendo considerada como a mais rígida na aplicação da lei anti-truste. Se no
passado o órgão podia ser visto como meramente figurativo, os novos integrantes não têm medo
de comprar briga com os pesos-pesados da economia brasileira. E a decisão mais severa da
história foi aplicada justamente à empresa que, no passado, era apontada como símbolo da
leniência dos órgãos reguladores. Há dez anos, quando a Ambev foi formada, fruto da fusão entre
Brahma e Antarctica, o argumento da criação da "multinacional brasileira" permitiu a operação
sem maiores restrições.
Nessa nova fase do Case, o presidente Arthur Badin conseguiu impor um ritmo de trabalho
frenético. Na mesma reunião em que multou a Ambev, outros 30 processos foram analisados,
entre eles o que também aplicou uma multa, de R$ 1,9 milhão, à Telefonica por descumprimento
parcial de medidas impostas pelo Cade sobre a oferta de provedores de internet. Esse processo
que começou em 2005, quando o próprio Badin era procurador-geral do Cade. Naquele ano,
apenas R$ 2 milhões relativos a multas foram inscritos na dívida ativa. Nos dois anos seguintes o
volume saltou para R$ 1 bilhão. "Isso ocorreu não porque o Cade condenou mais nesse período",
disse Badin à DINHEIRO. "Passamos a focar o contencioso para que as decisões saíssem do papel".
Uma fusão polêmica: quando Marcel Telles e Victorio de Marchi fizeram a fusão entre Brahma e
Antarctica, o Cade foi criticado por permitir a concentração. Quase uma década depois, a Ambev foi
multada por fidelizar seus clientes
52
Negócios Internacionais MÓDULO 2
Nem sempre é o que ocorre. Muitos casos arrastam-se durante anos nos tribunais. "o grande
problema do Judiciário, que prejudica todas as agências reguladoras, é a prodigalidade na concessão
de liminares", ataca Badin. Num caso envolvendo a mineradora Vale e a CSN, a pendenga encerrou-
se quase dois anos após a decisão do Cade, favorável à siderúrgica. Mas o mesmo não pode ser
dito sobre a aquisição da Garoto pela Nestlé. Ela foi vetada pelo Cade em 2004, mas a multinacional
suíça continua controlando a empresa de chocolates graças a decisões judiciais.
Entre as empresas, é comum ouvir críticas à maneira como o órgão atua. um dos advogados da
Ambev, ouvido sob a condição do anonimato pela DINHEIRO à saída do julgamento, não
economizou nas farpas. "a SDE, que tem mais cabeça no lugar, não recomendou nenhuma multa.
Por que o Cade tem de mudar um parecer que foi feito de forma razoável?", questionou.
Oficialmente, a Ambev diz que ficou surpresa com o resultado e vai esperar a íntegra da sentença
para decidir se recorre à Justiça.
Em média, um processo leva 120 dias para chegar ao plenário do Cade. Muitas grandes operações,
como as fusões entre oi e Brasil Telecom, Sadia e Perdigão e Itaú-Unibanco estão na fila (leia
quadro abaixo). Em 2008, o órgão julgou 809 fusões e aquisições em 2008 e, até junho deste ano,
foram 287. Para dar conta da demanda, 200 funcionários serão contratados. "A importância do
Cade aumenta a cada ano, pois é ele que tem de responder a um movimento crescente de
concentração das empresas, um imperativo da globalização, e ao mesmo tempo manter a
concorrência em bases legítimas", diz o empresário Horácio Lafer Piva, da Klabin.
Desde o início do mês, seguindo determinação do advogado-geral da união, Antonio Dias Toffoli,
os procuradores do órgão estão impedidos de atuar nos tribunais superiores, o que facilita os
recursos das empresas. No mercado, a decisão mais recente também foi vista como um acerto de
contas com o passado. Perguntado se o órgão havia errado ao autorizar a criação da Ambev, em
1999, o conselheiro Fernando Furlan preferiu silenciar. "O importante é que, depois da fusão, nós
monitoramos e fiscalizamos a atividade econômica", afirmou.
Fonte
GANTOIS, Gustavo. O olhar severo do Cade. Isto é, ed. 616, 24 jul. 2009. Economia. Disponível em: <http://
www.istoedinheiro.com.br/noticias/7_O+OLHAR+SEVERO+DO+CADE>. Acesso em: 21 jun. 2009.
53
MÓDULO 2 Negócios Internacionais
Essa interação permite moldar as preferências da política industrial, a especificidade das escolhas
de políticas públicas e a consistência de implementação ao longo do tempo.
Murtha e Lenway mostram as implicações das capacidades estratégicas dos estados em suas
interações com as firmas, e na de atração do investimento externo direto.
...ou seja, mostram sob que condições a estratégia governamental afeta a estratégia
de negócios das firmas.
Os estados, por definição, elaboram regras e fiscalizam seus territórios, além de possuir o monopólio
do uso da força.
Tais instrumentos variam desde ferramentas macroeconômicas, como política monetária e política
fiscal, a ferramentas microeconômicas, como subsídios e transações entre firmas.
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Negócios Internacionais MÓDULO 2
Estratégias industriais são planos do governo para alocação de recursos com a intenção
de atingir objetivos econômicos nacionais a longo prazo, inclusive crescimento e
competitividade internacional.
O grau de confiança dos países varia conforme o planejamento e a regulação dessas transações
interorganizacionais, que ficam a cargo do setor público ou privado.
55
MÓDULO 2 Negócios Internacionais
Por isso, Murtha e Lenway afirmam que a especificidade é diretamente proporcional à autoridade
e direito de propriedade do governo sobre os recursos produtivos, porque facilita qualquer
intervenção em decisões administrativas.
mista
comando
da economia
No eixo vertical, está a governança transacional, que varia entre a coordenação e o planejamento
autoritário da economia, ou seja, 100% propriedade do público até o regime de mercado, em que
100% dos recursos pertencem ao setor privado.
No eixo horizontal, está a propriedade de alocação de recursos que varia na mesma proporção.
Distribuídos nos quadrantes, estão os países que comandam a economia, que representam os
regimes autoritários socialistas, como China e Cuba.
Os transacionais, que correspondem aos países do leste europeu que eram socialistas e estão em
fase de transição para economias de mercado.
56
Negócios Internacionais MÓDULO 2
governamentais, ou seja, empresários e trabalhadores interagem com governo para discutir políticas
econômicas e sociais, como Brasil, Argentina, Coreia do Sul e Alemanha.
Países pluralistas, nos quais o setor privado atua sem regulamentação do governo e transações de
sindicatos, como nos Estados Unidos, Reino Unido e Canadá.
setores
muito alta
transação /
firma/ indústria
baixa
Transações correspondem a um nível muito baixo de especificidade, ligado aos países que
comandam a economia.
Firmas correspondem a um baixo nível de especificidade e estão ligadas aos países transacionais.
Setores têm grau muito alto de especificidade e correspondem aos países pluralistas.
57
MÓDULO 2 Negócios Internacionais
Para países pluralistas, seria a estratégia multifocal, com descentralização da produção, informação
e autoridade no processo de tomada de decisão em múltiplos países.
Deve haver ainda uma realocação de recursos de firmas em decadência para novos setores.
58
Negócios Internacionais MÓDULO 2
3.5 SÍNTESE
Acesse, no ambiente on-line, a síntese desta unidade.
3.6 EXERCÍCIO
Vimos, nesta unidade, que as corporações multinacionais são dependentes dos governos, porque
regras políticas afetam seus negócios. Concomitantemente, os governos são dependentes de
empresas estrangeiras, porque o investimento delas afeta os atores, como a mídia e o público em
geral, que influenciam o comportamento do governo.
Registro do trabalho
TEXTO UTILIZADO
COMPORTAMENTO POLÍTICO
A pesquisa de Hadjikhani (2000) aborda sobre o comportamento político de três CMNs suecas –
Electrolux, ABB e Ericsson –, relacionado com o processo político decisório da União Europeia (UE).
A Electrolux é uma empresa de utensílios domésticos com 600 subsidiárias. Sua estrutura é
descentralizada para facilitar a integração com outras empresas europeias e ficar mais próxima
dos mercados. Muito antes de a Suécia entrar no bloco econômico, a Electrolux decidiu instalar
uma unidade em Bruxelas – a Bélgica é sede política da União Europeia – para ter acesso rápido
a informações e influenciar decisões, como, por exemplo, questões sobre energia e o meio
59
MÓDULO 2 Negócios Internacionais
A – ABB – A Brown Boveri é uma empresa de manufatura que trabalha com projetos de
infraestrutura financiada, na maioria, por governos. Devido ao tipo de produto, ao modo de operação
e ao envolvimento financeiro de governos, as unidades de produção, de pesquisa e
desenvolvimento – P&D –, e políticas são descentralizadas. A unidade de negociação com atores
políticos da ABB é bem desenvolvida, e o relacionamento com a União Europeia – cuja unidade
fica em Bruxelas – é de extrema relevância para a empresa. As questões políticas que mais
interessam a ABB são de P&D, desregulamentação e sincronismo de mercado, questões ambientais
– como padrão de auditoria ecológica – e socioeconômicas, como o desemprego. A principal
função da equipe na unidade de Bruxelas é coletar informação tecnológica, política e de mercado
em geral na mídia. Esses dados são fundamentais para o sólido embasamento das propostas da
ABB para os políticos da UE, além de manter um relacionamento social com políticos e com outros
grupos preocupados com as mesmas questões que a ABB – como universidades. Um argumento
que fortalece o comprometimento e a credibilidade a ABB é que ela negocia sempre o que fez
e o que pode fazer com relação a melhoria das condições socioeconômicas da UE.
Fonte
COMPORTAMENTO político. FGV Online, 2010.
60
Negócios Internacionais MÓDULO 2
Explicações para essa aceleração do investimento externo direto são o processo de privatizações
promovidas no primeiro mandato de Fernando Henrique Cardoso, situação macroeconômica,
padrões de concorrência, reestruturação produtiva, estratégias empresariais, aparato regulatório
e tamanho de mercado.
O controle dos preços trouxe certa estabilidade para a economia brasileira, o que tornou mais
atrativo o investimento no País.
A situação das contas públicas passou de um déficit público operacional médio anual de 2,9% do
Produto Interno Bruto – entre 1980-1994 – para um déficit público operacional médio de 3,5%
do PIB, entre 1995-1998.
61
MÓDULO 2 Negócios Internacionais
A dívida pública federal interna passa de R$ 62 bilhões no final de 1994 para R$ 255 bilhões em 1997.
Em termos relativos, esse déficit aumentou de 0,3% em 1994 para 4,3% em 1998.
Um forte processo de liberalização comercial – nos anos que se seguem a 1990 – afetou a
conduta, o desempenho e as estratégias empresariais, determinando os padrões de concorrência
na economia brasileira.
62
Negócios Internacionais MÓDULO 2
O coeficiente de exportação da indústria manteve-se em alta nesse período, o que leva Gonçalves
a concluir que o baixo dinamismo do mercado interno é a variável-chave nesse processo, de tal
forma que o mercado externo funciona como válvula de escape.
No caso das importações brasileiras, a valorização do Real tornou os produtos estrangeiros mais
baratos e pode ter estimulado o coeficiente de importação no período 1994-1997.
Nesse período, iniciou-se uma tendência de aumento do saldo negativo da balança comercial do
País, ou seja, um déficit comercial – quando as importações superam as exportações.
63
MÓDULO 2 Negócios Internacionais
...da nova legislação que atinge a propriedade intelectual e industrial que, entre outros
aspectos, permite pagamentos por tecnologia entre filial e matriz.
4.6 PRIVATIZAÇÕES
Entre 1991-1998 houve privatizações de empresas públicas pertencentes ao governo
federal e aos governos estaduais e concessões para a telefonia móvel na área de
telecomunicações.
Apenas três países – Estados Unidos, Espanha e Chile – participaram com 74% do total
de investimentos externos nesse processo.
64
Negócios Internacionais MÓDULO 2
O Brasil tem uma extraordinária vantagem pelo nível absoluto de população – 180 milhões de
habitantes – e da renda nacional, com PIB em torno de meio trilhão de dólares.
Se por um lado não houve fluxos de investimento externo direto muito significativos,
por outro também não houve nenhum movimento marcante de desinvestimento.
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MÓDULO 2 Negócios Internacionais
Fluxos de investimento externo direto da ordem de US$ 1,5 bilhão no início de 1980
tornaram-se pouco expressivos ou mesmo negativos em meados da década de 1990.
O investimento externo direto cresceu de US$ 3,9 bilhões em 1995 para US$ 20 bilhões em
1998.
Em 1995...
Os Estados Unidos tinham 25,5% do estoque de capital estrangeiro no País.
A partir de 1995...
Estados Unidos continuaram com a maior participação – 28,62%.
66
Negócios Internacionais MÓDULO 2
4.11 SÍNTESE
Acesse, no ambiente on-line, a síntese desta unidade.
4.12 EXERCÍCIO
Vimos, nesta unidade, que a economia brasileira experimentou um forte processo de liberação
comercial, afetando a conduta, o desempenho e as estratégias empresariais, determinando os
padrões de concorrência na economia brasileira.
67
MÓDULO 2 Negócios Internacionais
Registro do Trabalho
TEXTO UTILIZADO
A Coréia do Sul repetiu este caminho. Vetou por muitos anos a entrada das empresas estrangeiras
de automóveis e só a aceitou em condições que julgou adequadas: em associação minoritária
com nacionais, com transferência compulsória de tecnologia, assinalada e depois consolidada
localmente, junto com marcas próprias e uma ação agressiva no mercado externo. Os resultados
de ambos os esforços são visíveis. Do Japão é ocioso falar. A indústria automobilística coreana é
menos conhecida, mas já exporta milhões de automóveis, especialmente para a América do
Norte.
O tema capital estrangeiro não está na moda, até pelo efeito ideológico da globalização sobre os
importadores de idéias; mas tornou-se questão de debate e problema de política nos Estados
Unidos, onde os assessores econômicos mais próximos de Clinton (Reich e Tyson) debatem
intensamente. Apesar de até aqui não haver resultados, há leis e práticas restritivas em relação às
empresas estrangeiras (definidas como as que tenham participação de pelo menos 10% de
estrangeiros), tanto para compras governamentais (o Buy-America Act), quanto para novas
aquisições de empresas (o Exon-Florio Act, que dá ao presidente dos Estados Unidos poderes para
rejeitar a entrada de capital estrangeiro que ameace o interesse nacional daquele país, e do qual
o governo já lançou mão em dois casos de grande notoriedade – chips e cerâmicas condutoras).
Vale para nós? Tivemos uma política de "portas abertas". Fechados comercialmente, abertos para
os capitais. Por isso os resultados são diferentes? Os adversários do capital estrangeiro diriam que
sim: remessas, funções de produção inadequadas, espoliação do mercado local. Os adeptos diriam
que sem a sua participação os resultados seriam ainda piores. Críticos e defensores têm muito em
comum. Vêem o capital estrangeiro como diferenciado, mas ignoram as particularidades do
ambiente, reduzindo a receita a um único ingrediente.
68
Negócios Internacionais MÓDULO 2
As empresas estrangeiras, como as estatais, não asfixiaram o crescimento das nacionais. Pelo
contrário. Estas tiveram múltiplas oportunidades, antes e depois da internacionalização das grandes
empresas norte-americanas e européias. Preferiram quase sempre ser o sócio-menor de negócios
com sucesso garantido antecipadamente. Houve empresas que ocupavam espaços privilegiados
e no momento das tarefas e desafios maiores cederam o núcleo e passaram a orbitá-lo. Houve
também as que gritaram contra a desnacionalização, mas muitas mais preferiram usar o grito para
aumentar o preço da venda à estrangeira. Mas o caso mais freqüente é o da associação. As
empresas nacionais substituíram a disputa das posições mais dinâmicas e nobres pela disputa das
associações mais sólidas, com os atores mais fortes.
O capital estrangeiro ocupou as posições chave da indústria sem encontrar muitas resistências
das nacionais ou da política econômica. As estatais já tiveram posições análogas, mas o progresso
técnico desvalorizou-as. O aço, o petróleo e a química são indústrias básicas e tiveram papel
fundamental, mas perderam importância para novos setores. Isto coloca dois problemas para a
participação das três frações de capital: o dos setores dinâmicos tecnologicamente; e o dos
oligopólios nas áreas estabilizadas.
Nenhum setor é indiscutivelmente melhor ou pior do que os demais simplesmente pela presença
ou ausência de determinada forma de capital. Há setores liderados por empresas nacionais cujos
mercados estão organizados em bases colusivas e anti-sociais: acordos de distribuição de cotas
de mercado, fixação de preços com remuneração das ineficiências, controle dos canais de
distribuição e comercialização dos produtos. O setor automobilístico é completamente dominado
por empresas estrangeiras, muitas das quais são líderes internacionais. Nem por isso o setor pode
ser considerado muito diferente dos demais em modernização, eficiência ou progresso. Por
outro lado, setores muito menos importantes têm dinamismo econômico e efeitos sociais
superiores. De onde vêm estas diferenças?
69
MÓDULO 2 Negócios Internacionais
70
Negócios Internacionais MÓDULO 2
A comparação com outros países é inevitável. A Itália produz aproximadamente o mesmo número
de veículos que o Brasil, mas tem um único grande fabricante. A Coréia tem diversos fabricantes,
mas são de grandes empresas conglomeradas, capazes de patrocinar a entrada em um setor
como o de automóveis; e elas se voltaram para modelos capazes de penetrar desde o início
(recente) no mercado exterior. Em ambos os casos houve proteção à empresa nacional, mas ela
esteve disposta a fazer a sua parte. O Brasil, como a Inglaterra, o Canadá e a Austrália, praticou uma
política de "portas abertas" para os investimentos estrangeiros. A Inglaterra é pioneira (anos 20)
em atração de capital estrangeiro para a sua indústria automobilística, o que levou à
desnacionalização e não serviu para fazer uma base mais eficiente.
Existem no Brasil algumas restrições ao capital estrangeiro. São anacrônicas. Mas o problema não
é termos restrições, é que elas, que também existem nos países avançados, não servem aqui a
nenhum propósito coerente e articula do a outras políticas e objetivos. Servem a grupos privados,
normalmente poderosos. Pode ser o caso da mineração, dos transportes, das empresas jornalísticas
ou dos audio-visuais.
Como setores tão diferentes – construção civil, financeiro, minerador e de audiovisuais – souberam
defender as suas posições restritivas e exclusivistas e o mesmo não ocorreu na indústria? Uma
resposta possível é que as estratégias das empresas estiveram em consonância com a política
econômica, que valorizou o crescimento acelerado e abriu oportunidades para a expansão do
capital nacional, em posições subordinadas, mas confortáveis.
71
MÓDULO 2 Negócios Internacionais
Terceiro, nos setores em que a fronteira tecnológica se desloca rapidamente, o problema é mais
complexo. Dada a timidez e fragilidade do capital privado nacional para as tarefas ambiciosas e a
existência de um mundo hierarquizado em que as multinacionais alocam a cada país apenas
algumas atividades, o problema é como avançar. No passado, quando a fronteira era estável mas
o nosso atraso imenso, foi o Estado que, depois de décadas, assumiu os desafios do novo, e com
isso permitiu o avanço das demais frações de capital. O reconhecimento de que as novas tarefas
produtivas do Estado são mais importantes do que as já feitas poderia nos ajudar a sair da posição –
imobilista e hoje retrógrada – de defender o Estado e as estatais que aí estão e repensar uma
estratégia de atuação. Afinal, as estatais que aí estão não deixarão de produzir se forem privadas.
Uma retirada inteligente e planejada dessas posições poderia permitir ao Estado avançar sobre as
novas fronteiras, que certamente não são a mineração, o aço ou o petróleo, mas podem ser uma
revolução agrícola, os medicamentos, as escolas, as comunicações, a microeletrônica e a
informática. Setores antigos e novas tecnologias; tarefas tradicionais mas em novas bases.
Fonte
FURTADO, João. Debate: capital estrangeiro e desenvolvimento. Teoria e Debate, nº 26, set./out./nov., 1994.
Disponível em: <http://fpabramo.org.br/conteudo/debate-capital-estrangeiro-e-desenvolvimento>. Acesso em:
21 jun. 2010.
Para refletir um pouco mais sobre questões relacionadas ao conteúdo deste módulo, acesse os
cenários culturais no ambiente on-line.
72
Negócios Internacionais MÓDULO 2
GABARITOS
73
MÓDULO 2 Negócios Internacionais
74
Negócios Internacionais MÓDULO 2
75
Negócios Internacionais MÓDULO 3
A relevância desse tema acabou por gerar um debate acerca da necessidade de internacionalização
de empresas brasileiras. A urgência por internacionalização resulta em novas demandas no âmbito
da gestão internacional e da gestão cross-cultural que desafiam a capacitação e desenvolvimento
dos empresários e gerentes brasileiro.
Foram estudadas quatro empresas multinacionais, que tinham pelo menos uma
subsidiária no exterior – Gerdau e Weg, do Brasil; Madeco e Lucchetti do Chile.
Gerdau
§ empresa do setor siderúrgico;
§ 7 unidades produtivas no exterior – Argentina, Uruguai, Chile, Canadá e Estados
Unidos – responsáveis por 14% da produção;
§ estratégia de investimento = comprar concorrentes, com firmas já estabelecidas e
fracas práticas administrativas;
§ opção = estrutura de produção descentralizada para...
§ reduzir custos – principalmente de distribuição;
§ ficar mais próximo dos consumidores;
§ usar fornecedores locais;
§ motivação do investimento no exterior = expandir os negócios;
§ vantagens competitivas = práticas administrativas mais eficientes e o know-how
do setor siderúrgico;
§ tática = administradores locais são responsáveis pela gestão das subsidiárias, em
respeito às culturas locais.
77
MÓDULO 3 Negócios Internacionais
Weg
§ líder na construção de motores elétricos na América Latina e a quinta maior do
mundo;
§ 22% dos lucros vêm do exterior – Estados Unidos, Argentina, México, Portugal,
Alemanha, Japão, Espanha, Bélgica, Inglaterra, França, Suécia e Austrália;
§ estratégia de desenvolvimento = diversificação e verticalização da produção de
seus componentes...
§ sede da empresa em Santa Catarina = dificuldade geográfica de acesso à
matéria-prima, como cobre e peças de fusão;
§ fundadores descendentes de alemães = cooperação tecnológica com firmas
da Alemanha.
§ estratégia de investimento = posição em clusters de tecnologia, para ter melhor
visão da atividade dos concorrentes;
§ motivação do investimento no exterior = aproximar-se dos clientes, diminuir o
tempo de entrega de produtos, libertar-se dos limites de expansão no mercado
brasileiro;
§ vantagens competitivas = tecnologia de ponta, produção em escala e boa rede de
distribuição.
Madeco
§ empresa chilena de manufatura de metais, principalmente cobre, matéria-prima
de maior abundância no país;
§ exporta para 45 países e tem 25 subsidiárias – inclusive no Brasil – responsáveis por
44% do faturamento total da empresa;
§ estratégia de desenvolvimento = consolidação de sua posição no mercado local e
preparação para a abertura comercial em andamento no país;
§ estratégia de investimento = tecnologia para cabos de telefone, devido elevada
demanda e investimentos de empresas de telecomunicações;
§ motivação do investimento no exterior = crescimento, aumento de eficiência da
produtividade e baixo custo de capital;
§ vantagens competitivas = tecnologia, boas práticas administrativas e rápida
adaptabilidade às condições do novo mercado.
Lucchetti
§ empresa chilena no setor agroindustrial;
§ subsidiárias na Argentina e no Peru;
§ estratégia de desenvolvimento...
§ estabelecimento de subsidiárias para dar dimensão de longo prazo a
estratégia de internacionalização e barateamento dos custos;
§ crescimento da produção e conquista de novos mercados;
§ vantagens competitivas = eficiente administração.
78
Negócios Internacionais MÓDULO 3
Hoje, um crescente número de subsidiárias ampliam funções por meio de atividades de marketing,
produção e pesquisa e desenvolvimento, muitas vezes por iniciativas das próprias subsidiárias.
79
MÓDULO 3 Negócios Internacionais
Essa maior responsabilidade estratégica das subsidiárias frente à matriz corporativa global engloba
três perspectivas...
§ relações entre matriz e subsidiárias;
§ criação, desenvolvimento e difusão de inovações pela corporação;
§ formações de estruturas organizacionais baseadas em redes diferenciadas.
80
Negócios Internacionais MÓDULO 3
alta baixa
Líder Estratégico...
No papel de líder estratégico, a subsidiária tem alta competência em um mercado
importante estrategicamente.
Buraco Negro...
No papel de buraco negro, a subsidiária está localizada em um mercado de alta
importância estratégica, mas não tem competência para atendê-lo.
Colaborador...
No papel de colaborador, a subsidiária tem capacidade elevada, mas atua em um
mercado estrategicamente pouco importante.
Implementador...
No papel de implementador, a subsidiária tem de gerar grandes receitas por meio de
economias de escala que sustentam a expansão da empresa.
81
MÓDULO 3 Negócios Internacionais
4 5 6
1 2 3
Área 3...
Na área 3, estão as importadoras cuja responsabilidade está limitada às fronteiras
nacionais com pouca autonomia na tomada de decisões.
Área 6...
Na área 6, as subsidiárias têm responsabilidade no âmbito nacional, com maior autonomia
na tomada de decisões que permite uma adaptação dos produtos e serviços
provenientes da matriz para as necessidades locais.
Áreas 2 e 5...
Nas áreas 2 e 5, estão as subsidiárias com responsabilidades regionais.
Área 2...
Na área 2, as subsidiárias satélites, apesar de terem escopo de atuação maior, ainda são
dependentes das decisões tomadas na matriz.
Áreas 1 e 4...
Nas áreas 1 e 4, estão as subsidiárias com responsabilidade internacional ou global.
Área 1...
Na área 1, as subsidiárias apresentam certo grau de dependência em relação à tomada
de decisão, mas têm responsabilidade mundial e controle estratégico por um produto
ou linha de produto.
82
Negócios Internacionais MÓDULO 3
Vantagem específica não local – pode ser explorada globalmente, sendo de fácil
disseminação entre as unidades da rede, mas não atende às necessidades individuais
de cada região.
83
MÓDULO 3 Negócios Internacionais
Uma vantagem específica da empresa pode ser desenvolvida por uma rede de
multinacionais no país de origem, em um país estrangeiro onde operam subsidiárias
ou na rede intraorganizacional da corporação, por meio da atuação integrada dos
vários países onde estão as subsidiárias.
1.6 SÍNTESE
Acesse, no ambiente on-line, a síntese desta unidade.
1.7 EXERCÍCIO
84
Negócios Internacionais MÓDULO 3
Registro do trabalho
TEXTO UTILIZADO
Dessas, só duas podem ser chamadas de multinacionais: a Embraer e a AmBev, segundo analistas.
Para elas, o Brasil deixou de ser o principal mercado. E o foco é a atuação global.
Para o país, a internacionalização das empresas é importante, pois dá fôlego à economia no longo
prazo. Quando uma companhia migra, arrasta consigo seus fornecedores, consultores e prestadores
de serviço, numa reação em cadeia. Elas ganham solidez e alavancam o crescimento.
Esse processo, entretanto, é longo e demorado. Entre a primeira fase, a da exportação pura e
simples, até a instalação de representações comerciais e, finalmente, pôr uma fábrica fora do país,
podem transcorrer 15 anos.
85
MÓDULO 3 Negócios Internacionais
Nem todas as empresas que entram nessa corrida chegam à reta final. "Os desafios para se tornar
competitivo lá fora e a existência de um grande mercado interno levam os empresários brasileiros
à acomodação", diz Edson Vaz Musa, dono da Caloi.
A onda globalizante dos anos 90 também contribuiu para o atraso atual, pois acabou tragando os
embriões de multinacionais brasileiras. Empresas como Metal Leve e Cofap, que puseram bases
no exterior naquela época, acabaram sendo compradas por grupos estrangeiros. "Até agora, o
Brasil teve uma posição passiva no processo de globalização, só vendeu empresas. Temos de ser
ativos e sair para o mundo", diz Musa.
Planejamento
A Natura, por exemplo, que só trabalha com venda direta, vai debutar no varejo para entrar no
mercado europeu. Em fevereiro de 2005, ela inaugura uma loja em Paris, em busca de espaço na
terra da Lancôme.
A Caloi, está conquistando o mercado americano a partir da China: ela terceiriza a produção das
"bikes" com sua marca, enquanto faz ajustes nas linhas de produção de Manaus para ter custos
competitivos e passar a exportar daqui. "Estamos iniciando o processo de internacionalização", diz
Marcos Bandeira de Mello, diretor de negócios da empresa.
Segundo ele, a opção de fabricar na China se deve à maior flexibilidade das fábricas chinesas e ao
custo da mão-de-obra. "Eles conseguem ser competitivos mesmo fabricando um lote pequeno
de bicicletas, coisa que não conseguimos em Manaus", diz ele.
Hoje, cruzar a fronteira é a única saída para empresas como a Embraer, AmBev, Gerdau, Weg,
Embraco,Votorantim Cimentos, Natura, Alpargatas e Tigre. "O porte delas já ultrapassa o tamanho
do mercado interno", observa Álvaro Cyrino, coordenador da pesquisa "Global Players", que está
sendo feita pela Fundação Dom Cabral, de Belo Horizonte.
Os resultados preliminares desse estudo, antecipados para a Folha, mostram um processo desigual.
"As empresas têm graus diferentes de internacionalização, mas sabem que são compromissos
irreversíveis", diz Cyrino.
86
Negócios Internacionais MÓDULO 3
Algumas delas ainda estão na fase exportadora mas conseguem quase a metade de suas receitas
lá fora.
É o caso da Sadia, a maior fabricante de alimentos do país, que conseguiu 45% do seu faturamento
do ano passado no exterior. A empresa produz apenas no Brasil e mantém representações
comerciais em 11 países.
Outras, como a Embraco, maior fabricante mundial de compressores, estão na estrada há décadas
e viraram multinacionais ao se associarem a grupos internacionais.
"Tínhamos uma presença forte no mercado internacional, mas no início dos anos 90 começamos
a sentir os efeitos da globalização, com os concorrentes instalando fábricas próximas dos grandes
mercados consumidores", diz Ernesto Heinzelmann, presidente da Embraco. "Colocar fábricas
fora do país, foi uma reação nossa ao mercado."
No momento, a Embraco tem fábricas na Itália, na China e na Eslovénia e obtém 40% do seu
faturamento no exterior. A experiência da internacionalização foi conduzida por executivos
brasileiros que migraram para aqueles países com suas famílias, para fincar as bases da companhia.
O grupo que foi para Pequim, em 1995, conta Heinzelmann, tinha um contrato para permanecer
dois anos e acabou ficando três. "Além das dificuldades com o idioma e a diferença de culturas,
eles tinham uma preocupação adicional: os atrasos de pagamento dos clientes eram comuns,
pois como as empresas eram todas estatais, tudo convergia para um único fundo no final". lembra
ele. "Essa fase está superada. Hoje, a China é outro país."
Fonte
MULTINACIONAIS brasileiras ainda são poucas. Folha Online, 23 ago. 2004. Disponível em: <http://
delegaciasjc.coreconsp.org.br/template.php?pagina=neocast/read.php&id=90&page=397§ion=2>.
Acesso em: 21 jun. 2010.
87
MÓDULO 3 Negócios Internacionais
A partir da Escola de Uppsala, a organização foi olhada por dentro, o que permitiu que o estudo de
negócios internacionais abrangesse a teoria comportamental da firma.
Na visão da Escola Nórdica, a firma internacional é uma organização caracterizada por processos
baseados em aprendizagem que apresenta uma complexa e difusa estrutura em termos de
recursos, competências e influências.
As organizações são vistas menos como hierarquias rígidas e mais como redes de relacionamentos,
onde a habilidade de aprender pela experiência é uma ferramenta fundamental.
Assim como os gerentes recorrem às experiências bem-sucedidas do passado para evitar riscos,
as firmas tomam passos curtos e cautelosos na hora de explorar além de suas fronteiras.
88
Negócios Internacionais MÓDULO 3
2.2.1 INCERTEZA
De acordo com a Escola de Uppsala, a incerteza em relação ao resultado de uma ação internacional
aumentaria na proporção direta da distância.
Entretanto, essa distância não se mede somente em quilômetros, mas também, entre os países
de origem e de operação, pelas diferenças...
§ culturais;
§ de desenvolvimento econômico e tecnológico;
§ de sistemas político;
§ de conteúdo educacional.
Essas são diferenças psíquicas. Quanto maior essa diferença, maior a incerteza.
Por isso, a sequência na seleção de mercados ocorre por meio de entradas sucessivas
em países cada vez mais distantes, à medida que a firma for ganhando experiências
em operações estrangeiras.
...a primeira ocorre por meio de operações no exterior iniciadas em países próximos,
cuja expansão ocorreu de forma gradual para regiões mais distantes.
89
MÓDULO 3 Negócios Internacionais
Algumas indústrias eliminaram etapas do processo sequencial previsto pela Escola Nórdica,
entrando diretamente em mercados distantes – distância psíquica – e acelerando o ritmo do
processo de internacionalização.
...a interação entre atores – mais do que processo de decisão estratégica – dá forma às
estruturas de network, na qual a concentração nos laços cognitivos e sociais que se
formam entre os atores mantêm os relacionamentos de negócios.
A internacionalização deixa de ser só uma questão de produção no exterior e passa a ser percebida
mais como a exploração de relacionamentos potenciais além-fronteiras.
O pensamento da Escola de Uppsala evoluiu até chegar a redes de relacionamento – networks –, seja
na esfera industrial ou no relacionamento existente entre firmas e mercados internacionais.
90
Negócios Internacionais MÓDULO 3
Para ser globalmente eficiente, cada unidade de uma multinacional deveria compartilhar
informações como um todo, e as subsidiárias seriam mais flexíveis em termos de administração.
Nesse contexto, as diferenças baseadas na cultura nacional têm impacto considerável na gestão
de firmas internacionais.
91
MÓDULO 3 Negócios Internacionais
Os modos de entrada podem ser complementares e não concorrentes, sendo que a combinação
mais frequente, de acordo com Hemais e Hilal, é o licenciamento com o joint venture.
As multinacionais organizam suas atividades para influenciar atores políticos nos países estrangeiros,
como legisladores, por exemplo, incorporando, assim, a gestão dos atores políticos externos à
network dos negócios.
A preocupação com a captura do poder político ocorre também entre atores domésticos e é
considerada um fator estratégico que não pode ser negligenciado.
2.6 SÍNTESE
Acesse, no ambiente on-line, a síntese desta unidade.
2.7 EXERCÍCIO
92
Negócios Internacionais MÓDULO 3
Registro do trabalho
TEXTO UTILIZADO
Com o intenso trabalho de promoção das exportações, sob a coordenação da Apex-Brasil (Agência
de Promoção de Exportações e Investimentos, ligada ao MDIC), hoje empresas de pequeno e
médio portes ocupam as prateleiras de renomadas lojas pelo mundo. Já é uma realidade a
presença de produtos de artesãos, microempresas, cooperativas, ONGs e APLs (Arranjos Produtivos
Locais) em centros de consumo internacionais.Tais conquistas se tornam uma significativa fonte
de renda e mais uma prova de que o Brasil tem enorme capacidade produtiva e competitiva.
93
MÓDULO 3 Negócios Internacionais
Também em 2005, com forte trabalho de promoção e divulgação, cosméticos, café, frutas, cachaça,
mel, carnes e diversos produtos orgânicos conquistaram os mercados alemão e japonês.Tais itens,
gerados por mais de 3.300 unidades de produção essencialmente familiar, ocupam um nicho
sofisticado e criterioso que mundialmente movimenta cerca de US$ 26,5 bilhões/ano. Em março,
durante a Biofach, a maior feira de orgânicos do mundo, na Alemanha, o Brasil fechou US$ 31
milhões em negócios com produtos de cem expositores. Se tomarmos os números relativos à
participação nacional na feira de 2003, fica evidente o aumento da presença desse setor no
exterior. Naquele ano, 45 empresas brasileiras negociaram US$ 7 milhões.
Os APLs também encontram nas exportações espaço para parte de sua produção. O governo
incluiu um suporte a eles em sua política industrial, tecnológica e de comércio exterior por se
tratar de uma estratégia de desenvolvimento regional. A Apex-Brasil, por sua vez, apóia empresas
localizadas em 76 arranjos e com estrutura para exportar. O resultado é que microprodutores de
19 Estados têm de flores a calçados por eles fabricados, vendidos para dezenas de mercados.
Fonte
O LADO social das exportações. Folha de São Paulo, 11 jan. 2006. Disponível em: <http://www.intelog.net/site/
default.asp?TroncoID=907492&SecaoID=508074&SubsecaoID=715052&Template=../artigosnoticias/
user_exibir.asp&ID=629084>. Acesso em: 21 jun. 2010.
94
Negócios Internacionais MÓDULO 3
A cultura é construída socialmente e, por isso, corresponde a uma realidade altamente complexa.
Logo, é comum o gestor utilizar sua própria cultura como esquema interpretativo, com
seus próprios preconceitos e prejulgamentos, para obter conclusões rápidas.
Esse processo não exime o gestor de interpretar, de certa forma, sua própria realidade.
Entretanto, experiências e bagagens pessoais podem ser úteis em pesquisas cross-culturais quando
o gestor tem uma formação multicultural e multilinguística.
A falta de cuidado na busca por equivalência cross-cultural é o meio certo para gerar diferenças
de significado, resultados relativamente fracos e intelectualmente bizarros.
95
MÓDULO 3 Negócios Internacionais
Sempre vai haver comunidades em níveis locais que, apesar da conexão com uma sociedade
global, manterão suas características como herança cultural.
96
Negócios Internacionais MÓDULO 3
A pesquisa cross-cultural deve focar situações extremas, porque o comportamento humano não
pode ser previsto por cálculo de médias, em função da criatividade e imprevisibilidade do ser
humano.
Existem quatro atributos que distinguem operações de empresas multinacionais das operações
domésticas...
§ múltiplas moedas e convenções de valor – como padrões de contabilidade;
§ múltiplos ambientes governamentais e regulatórios;
§ fatores de talento e habilidades específicas de cada país;
§ multiplicidade de corporações dentro da firma internacional, isto é, a perspectiva
local de cada nação expressada pelos respectivos executivos.
97
MÓDULO 3 Negócios Internacionais
Cada firma deve mensurar o valor ótimo de cada item da cadeia de valor, pois eles
variam de acordo com mudanças no ambiente econômico, regulatório e cultural.
98
Negócios Internacionais MÓDULO 3
A definição de gestão de um país é limitada por sua cultura e não é transferível para
outras situações, outros contextos e outros países.
Paradigma da extensão...
§ enfatiza o poder de explicação das teorias de gestão nos negócios realizados em
outros ambientes – com distintas dimensões culturais, econômicas, legais e políticas;
§ seus questionamentos buscam entender a influência dos outros fatores ambientais
nas operações e na gestão de organizações quando estendidos a outros locais ou
na comparação entre dois ou mais países.
99
MÓDULO 3 Negócios Internacionais
Martinez e Toyne acreditam que pesquisar firmas multinacionais é importante, porém não deve
ser o foco primário do estudo em gestão internacional, por ser muito restritivo.
3.4 SÍNTESE
Acesse, no ambiente on-line, a síntese desta unidade.
3.5 EXERCÍCIO
100
Negócios Internacionais MÓDULO 3
Registro do trabalho
TEXTO UTILIZADO
Quando, em março do ano passado, a cervejaria belga Interbrew comprou a brasileira AmBev –
num negócio gigantesco que movimentou 11 bilhões de dólares –, muitos viam com ceticismo
o anúncio de que os brasileiros, com 25% do capital da empresa resultante, dividiriam o poder na
empresa por igual com os europeus. Pois, nos últimos meses, fica cada vez mais claro que os
céticos estavam certos. O poder não foi dividido por igual. Na verdade, está mais com os brasileiros
do que com os belgas. Uma pequena revolução tropical vem abalando a sede da InBev, em
Leuven, cidade próxima à capital, Bruxelas. No imponente edifício de seis andares que abriga a
sede mundial da companhia, uma equipe de quase 30 executivos da AmBev ocupa diversos
cargos-chave. Até janeiro de 2006, quando todas as mudanças no quadro tiverem sido completadas,
cinco dos 14 executivos que se reportam diretamente ao presidente da companhia, o americano
John Brock, serão oriundos da AmBev, enquanto o grupo de belgas será formado por apenas três
– haverá ainda três americanos e três europeus de outras nacionalidades.
Mesclar a cultura secular da antiga Interbrew com o ritmo acelerado típico da AmBev é tarefa
complexa. "O pessoal da AmBev está fazendo um ótimo trabalho, mas muito poucos amigos",
afirma um acionista da concorrente Heineken. Apesar dos insistentes pedidos, a InBev não autorizou
que EXAME entrevistasse seus principais executivos na Bélgica.
101
MÓDULO 3 Negócios Internacionais
O movimento protagonizado pela InBev já vem sendo chamado por pessoas próximas às empresas
de reverse takeover – algo como aquisição às avessas.Trata-se de um evento incomum no mundo
empresarial. Em geral, empresas compradas são simplesmente absorvidas pelos novos donos,
que impõem o estilo de fazer negócios. Em casos raros, porém, prevalece a cultura considerada
mais eficiente e capaz de entregar os melhores resultados aos acionistas. É justamente o caso da
InBev, onde, apesar da trepidação interna, o estilo brasileiro gerou transformações positivas. O
balanço do primeiro semestre deste ano mostra que o lucro bruto aumentou 11% em relação ao
mesmo período de 2004. Em volume, a venda de cerveja cresceu 5,5%. Para os analistas de
investimentos, essa é uma prova de que a influência brasileira na gestão da companhia tem sido
benéfica. "Por muito tempo a Interbrew foi uma empresa que cresceu à custa de aquisições
caras", diz Concepción Moreno, analista da corretora belga Petercam. "Os executivos da AmBev
estão ajudando a tornar a companhia mais eficiente e a desenvolver novos mercados." A reunião
das duas operações deve resultar na economia de 140 milhões de euros até 2007 – 47 milhões
já em 2005.
Até a chegada do time de brasileiros, a cervejaria belga vivia sob o controle de três dinastias
aristocráticas – Mevius, Spoelberch e Van Damme –, com seus barões, condes e viscondes entre
os quase 500 familiares. Com esse lustro de nobreza, era comum que as reuniões executivas e de
conselho acontecessem em hotéis de luxo e fossem regadas a champanhe. Na AmBev, cujas
raízes remontam à compra da Brahma, em 1989, nunca houve espaço para esse tipo de pompa.
Formada pelos banqueiros Jorge Paulo Lemann, Marcel Herrmann Telles e Carlos Alberto Sicupira,
ex-donos do lendário banco Garantia, a empresa adotou um estilo em que os executivos estão
acostumados a se vestir informalmente – calça cáqui e camisa jeans com o logotipo da cervejaria
são o uniforme predileto – e não hesitam em incluir no vocabulário palavrões e expressões que
remetem a guerra. Uma das mais freqüentes, presente até em relatórios e apresentações, é
"execução militar" – termo usado para deixar claro que as metas devem ser atingidas a qualquer
custo. Expressões assim chocaram os belgas. "Os europeus, que já viveram duas grandes guerras,
se assustam com esse tipo de comportamento", afirma um executivo brasileiro próximo à
companhia.
102
Negócios Internacionais MÓDULO 3
Os belgas da antiga Interbrew têm estranhado, acima de tudo, a implacável gana do pessoal da
AmBev pela redução de custos. Desde que foi posto em prática o Orçamento Base Zero – programa
de corte de despesas criado ainda nos tempos da Brahma –, muitos hábitos antigos tiveram de ser
abandonados. Estadas em hotéis luxuosos foram abolidas. "Ninguém precisa dormir em quartos
com travesseiro de pena de ganso", afirma um executivo da AmBev. Passagens em classe executiva
só são permitidas em caso de vôos com mais de 6 horas de duração. Telefones celulares têm
limite de gastos. No início de outubro, a empresa anunciou a demissão de 60 dos 400 funcionários
da sede. Obviamente, esse controle não é visto com simpatia por todos. Numa convenção da
InBev realizada recentemente no Brasil, um dos diretores europeus se queixou publicamente ao
microfone por ter de dividir o quarto com um colega. Já a influência belga na administração da
AmBev é percebida de forma mais sutil. Apenas dois executivos deixaram a Bélgica para se
instalar na sede da Ambev, em São Paulo. De concreto, o que mudou até agora foi a forma de fazer
o planejamento estratégico. "Passamos a fazê-lo de modo mais formal e organizado", afirma
Milton Seligman, diretor de relações corporativas e comunicação da AmBev.
103
MÓDULO 3 Negócios Internacionais
O principal desafio da AmBev talvez seja levar a cultura da meritocracia para a Bélgica com o
mesmo apelo que ela tem no Brasil. Quem trabalha na cervejaria brasileira sabe que, se cumprir
as metas, será muito bem remunerado e terá condições de ascender rapidamente na carreira. No
ano passado, a AmBev distribuiu 37 milhões de reais em bônus para os funcionários. Quase 300
executivos hoje são sócios da companhia – listada independentemente da InBev nas bolsas.
Muitos deles, na faixa dos 30 anos, já são literalmente milionários. Em comum, todos falam da
AmBev como se fossem donos da empresa – e, em alguma medida, realmente são. Por isso,
costumam colocar o trabalho em primeiro lugar. Na Europa, porém, a situação é outra. "Lá, as
relações de trabalho são muito diferentes das que encontramos no Brasil ou nos Estados Unidos",
diz Betania Tanure, pesquisadora da Fundação Dom Cabral, especialista em comportamento
organizacional. Em bom português, isso significa que trabalhar não é a prioridade na vida da
maioria das pessoas.
Essas diferenças ficam nítidas quando se conversa com funcionários de fábricas da InBev. "Querem
diminuir nosso salário fixo e aumentar a remuneração variável, mas não estamos interessados em
ganhar bônus", afirma um funcionário da fábrica de Leuven, que pediu para não ser identificado.
"Se quiserem nos mandar embora por causa disso não há problema algum, porque o Estado vai
prover tudo de que precisamos." Os funcionários também reclamam do ritmo que a AmBev está
tentando imprimir, considerado acelerado demais. "Aqui o índice de absenteísmo é de 10%,
enquanto no Brasil é inferior a 2%", diz um funcionário que tem participação ativa em um dos
mais fortes sindicatos belgas. "O pessoal da AmBev está tentando baixar nosso índice, mas não vai
ser fácil." Por causa de todas essas mudanças, ocorrerá em novembro, em São Paulo, um encontro
que contará com a presença de empregados da InBev de várias partes do mundo. Na pauta, ainda
não fechada, a discussão das mudanças no sistema de trabalho e visitas às fábricas da AmBev.
Entre os executivos do topo da hierarquia, as mudanças no sistema de remuneração já entraram
em vigor. Em 2005, já foram estabelecidas metas para 250 deles. Se cumpridos, esses objetivos
vão se traduzir em bônus e ações. "Historicamente, os bônus para executivos da Interbrew sempre
foram pagos em dinheiro", afirma o analista Nick Bevan, do Deutsche Bank. "O novo sistema
privilegia a distribuição de ações e está mais alinhado com o interesse dos acionistas."
104
Negócios Internacionais MÓDULO 3
Os donos da AmBev – Lemann, Telles e Sicupira – abriram mão do controle da empresa em troca
de 25% da InBev. Pessoas próximas ao trio afirmam que, depois de uma compra de ações realizada
meses atrás, eles se tornaram os maiores investidores individuais da InBev – oficialmente, a InBev
não confirma nem desmente a informação. Assim como nos tempos em que controlavam a
AmBev, os três acompanham passo a passo os planos da cervejaria. Recentemente, Telles fez uma
viagem à Sibéria para conhecer de perto como funciona o mercado russo – ao lado da China, a
Rússia é um dos países com maior potencial de crescimento. "Tinha o sonho de fazer da AmBev
a melhor companhia de bebidas das Américas", disse Telles na época do negócio com a Interbrew.
"Agora, vamos trabalhar duro para construir também a melhor do mundo."
Fonte
CORREA, Cristiane. A invasão brasileira na Bélgica. Exame, São Paulo, out. 2005. Disponível em: <http://
portalexame.abril.com.br/revista/exame/edicoes/0854/internacional/m0078333.html>. Acesso em: 21 jun.
2010.
105
MÓDULO 3 Negócios Internacionais
Para refletir um pouco mais sobre questões relacionadas ao conteúdo deste módulo, acesse os
cenários culturais no ambiente on-line.
106
Negócios Internacionais MÓDULO 3
GABARITOS
107
MÓDULO 3 Negócios Internacionais
108
Negócios Internacionais MÓDULO 3
109
Negócios Internacionais MÓDULO 4
MÓDULO 4 – ENCERRAMENTO
APRESENTAÇÃO
Na unidade 1 deste módulo, você encontrará algumas divertidas opções para testar seus
conhecimentos sobre o conteúdo desenvolvido em toda a disciplina, a fim de se preparar para
seu exame final. São elas...
§ caça-palavras;
§ palavras cruzadas;
§ forca;
§ criptograma.
A estrutura desses jogos é bem conhecida por todos.Você poderá escolher o jogo de sua preferência
ou jogar todos eles... a opção é sua! Em cada um deles, você encontrará perguntas – acompanhadas
de gabaritos e comentários – por meio das quais você poderá se autoavaliar.
Já na unidade 2, é hora de falarmos sério! Sabemos que o novo – e a disciplina que você terminou
de cursar enquadra-se em uma modalidade de ensino muito nova para todos nós, brasileiros –
tem de estar sujeito à crítica... a sugestões... a redefinições. Por estarmos cientes desse processo,
contamos com cada um de vocês para nos ajudar a avaliar nosso trabalho.
Finalmente, como é indicado ao final deste módulo, este é o momento de nos prepararmos para
a avaliação final da disciplina, que será feita presencialmente.
Então? Preparado?
111